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PATOLOGIA DE FACHADAS Antônio Henrique Correa de Freitas1 Poliana Miranda França2 Tamiris Miranda França2 RESUMO Este artigo tem por finalidade explorar as diversas patologias existentes em fachadas, bem como conhecer os principais métodos utilizados nos sistemas construtivos, visando entender o motivo do aparecimento dessas imperfeições que, além de interferir na aparência do edifício, ainda pode ser o indicador de que outras situações mais graves poderão ocorrer. Palavras chaves: Danos. Fachada. Patologia. Revestimentos. 1 INTRODUÇÃO Derivada do grego, a palavra patologia é determinada como o estudo das doenças, tanto na medicina quanto em outras áreas, como na engenharia. Já a fachada trata-se da parte exterior de uma edificação, são as faces frontais, posteriores e laterais. Com isso, o estudo da patologia das edificações visa buscar informações acerca das possíveis causas e melhorias para essas imperfeições. Em uma obra há diversas fases que proporcionam formato à edificação, sendo assim, é necessária a verificação minuciosa de cada uma dessas etapas, a fim de detectar as possíveis patologias e repará-las. Desta forma, a grande incidência de problemas nos revestimentos confirma que a Engenharia Civil necessita buscar mais investimentos em pesquisas para descobrir causas e correções, compatibilizando os sistemas construtivos e a mão de obra. 2 A PATOLOGIA DE FACHADAS E O SISTEMA CONSTRUTIVO Os revestimentos são importantes não somente pelo seu aspecto visual, mas também para o bom desempenho das vedações, isolamento térmico-acústico, 1 Possui graduação em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1994) e Especialização em Administração Financeira (1996). Professor de Engenharia Civil na Faculdade Kennedy. 2 Graduação em Engenharia Civil pela Faculdade Kennedy. preservação das infiltrações, estética, melhoria na durabilidade e proteção das edificações. Logo, a patologia de fachadas é um dos problemas mais comuns e preocupantes na construção civil, com o crescimento desordenado das cidades e mão de obra desqualificada e escassa, esses fatores vêm agravando gradativamente, comprometendo a imagem da Engenharia e a integridade das construções. Ao mesmo tempo, a cada dia torna-se mais comum o aparecimento de fissuras, manchas, bolores, deslocamento de placas e infiltrações. Com isso, este estudo visa buscar informações pertinentes às melhorias construtivas, suas principais causas e progressos para esses agravantes. 2.1 Composição do sistema de revestimento O revestimento diz respeito ao material destinado a proteger ou compor esteticamente o edifício, é formado pelos itens que serão visualizados pela parte externa. Dentro de uma lista bastante significativa de opções encontráveis no mercado, ele pode ser os convencionais em argamassa texturizada, placas cerâmicas ou de aço, pastilhas, dentre outras. Cabe ressaltar ainda que, a especificação do material a ser utilizado deverá estar em concordância com a concepção geral do projeto do edifício. A seguir são apresentados os principais revestimentos: � Base: Essencial ao tratamento prévio do substrato e para que ele tenha aderência ao revestimento. Sendo necessário o uso de materiais e técnicas apropriadas para efetivamente melhorar as condições de aderência. � Chapisco: Trata-se da ponte de aderência entre o substrato e a argamassa, sua função é criar uma camada porosa e rugosa de forma que o emboço fixe totalmente evitando o cisalhamento. No mercado existem técnicas para melhor execução desse trabalho, são elas: chapisco manual, rolado, industrializado e projetado. � Emboço: Aplicado sobre o chapisco atua como base para aplicação do reboco, devendo promover boa aderência entre as camadas. Suas funções são a vedação e regularização da superfície, assim como a proteção da edificação. � Reboco: Tem a função de formar uma superfície impermeabilizante e lisa, preparando-a para o recebimento do revestimento. Ele confere o conforto termo acústico e, para que exerça sua função adequadamente, deve obedecer a técnicas especializadas. � Massa única: Conhecida também como emboço paulista trata-se de uma camada de argamassa única aplicada sobre o chapisco, cumprindo as funções de emboço e reboco. � Acabamento: A fim de valorizar o aspecto visual e agregar valor à construção, o acabamento está cada dia mais moderno, com a adequação de diversos tipos de revestimentos como: a argamassa, o cerâmico, a texturização, as pedras ornamentais, entre outros. As Figuras 01 e 02 apresentam, respectivamente, a composição do sistema de revestimento com emboço e reboco e massa única: Figura 1 - Composição do sistema de revestimento com emboço e reboco Figura 2 - Composição do sistema de revestimento com massa única 2.2 Origem das patologias De acordo com Verçoza (1991) os principais problemas relacionados à construção civil podem ser classificados da seguinte forma: “40% referem-se ao projeto; 28% referem-se à execução; 18% referem-se aos materiais utilizados; 10% referem-se ao mau uso; 4% referem-se ao mau planejamento.”. Sendo assim, com base nessa estimativa, percebe-se a importância de cada componente no processo de uma construção que, muitas vezes, mesmo com o fornecimento do projeto, é executada com a exatidão necessária. Os materiais nem sempre são corretamente acondicionados e os equipamentos são mantidos em estado de conservação precário. Além disso, falta de treinamentos e de qualificação dos funcionários tem contribuído para o aparecimento de doenças nas fachadas. É necessário que exista um cronograma bem definido, juntamente com as determinações das responsabilidades. Analogamente, segundo Sabbatini (2000), “As origens para a ocorrência dos problemas patológicos no revestimento de argamassa, podem estar associadas às fases de projeto, execução e utilização desse revestimento ao longo do tempo.”. Em virtude disso, as carências nos projetos têm sido um fator significante no quesito de patologias, principalmente em fachadas. É necessário que exista um projeto detalhado atinente às características dos revestimentos, as espessuras das camadas, suas formas de aplicação com padrões de qualidade e detalhes construtivos e arquitetônicos. Igualmente, Sabbatini (2000), ainda complementa que: A elaboração do projeto de revestimento de argamassa é de fundamental importância para obtenção de um melhor desempenho deste revestimento, o que significa aumento da qualidade e produtividade, redução de falhas, desperdícios e custos. Ademais, com relação à fase de execução, essas anomalias podem ocorrer em razão da incompatibilidade entre projeto e execução. Tratando-se da necessidade da mão de obra qualificada, faz-se necessária a preparação da estrutura para receber a argamassa como o preenchimento de imperfeições, eliminação de irregularidades, limpeza da alvenaria e remoção de quaisquer sobejos metálicos. Além disso, a escolha, o armazenamento e o controle tecnológico dos materiais são de suma importância para a construção civil, inclusive no acabamento e na execução de uma fachada saudável e duradoura, juntamente com uma aplicação adequada. Para isso, sendo necessários, então, treinamentos e qualificações dos colaboradores, determinando as atividades determinando e divulgando a responsabilidade de cada um. Dessa forma, durante a fase de utilização da edificação, os problemas patológicos podem aparecer devido à remodelação ou alteração mal planejada, a degradação dos materiais por mau uso e ausência de manutenção. Outro fator que interfere no sistema construtivo são as intempéries, as fachadas são