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Automação Industrial Aula 05 – Componentes de hardware para automação de processos industriais Professor João Gustav0 Componentes de hardware para automação e controle de processos industriais Principais tópicos a serem abordados: -‐ Sensores; -‐ Atuadores; -‐ Conversores analógico-‐digital; -‐ Conversores digital-‐analógico; -‐ Dispositivos de entrada/saída para dados discretos; Componentes de hardware para automação e controle de processos industriais Para implementar a automação e o controle de processos, o computador de controle deve: • coletar dados do processo de produção • e transmitir sinais de comando ao processo de produção. O problema é que o computador digital opera com dados digitais (binários), enquanto que os dados de processo são contínuos (analógicos) e outros discretos (digitais). Por essa razão, é necessário uma interface entre o processo e o computador e entre o computador e o processo. Os componentes necessários à implementação dessa interface são os seguintes: • Sensores para medir as variáveis contínuas e discretas do processo • Atuadores que acionam os parâmetros contínuos e discretos do processo • Dispositivos que convertem sinais analógicos contínuos em dados digitais • Dispositivos que convertem dados digitais em sinais analógicos • Dispositivos de entrada/saída para dados discretos Componentes de hardware para automação e controle de processos industriais Sensores Um instrumento de medição é o nome dado aos vários tipos de dispositivos usados na medição de grandezas físicas. Um instrumento de medição, em geral, é composto por três componentes: • Elemento sensor -‐ dispositivo capaz de detectar as variáveis físicas fornecendo um sinal mensurável que varia de acordo com as variações da variável física em questão. Exemplos de grandezas físicas: temperatura, pressão, nível, força, deslocamento, velocidade, posição, pH, luminosidade etc. • Transdutor – são dispositivos que podem converter uma forma de energia em outra. Observação: muitos transdutores são classificados como sensores. • Transmissor -‐ elemento utilizado para amplificar e formatar sinais, sendo adequados para transmissão em grandes distâncias sem perda de informação. Sensores Para nós, um instrumento de medição será chamado de sensor que é um dispositivo que converte um estímulo físico em uma variável (informação de interesse) mais conveniente para o propósito de medir o estímulo físico. Os sensores, em geral, podem ser classificados em: • Contínuos (analógicos) vs. Discretos (binários ou digitais) • Categoria física CATEGORIA DO ESTÍMULO EXEMPLOS DE VARIÁVEIS FÍSICAS MECÂNICO Posição (deslocamento linear ou angular), velocidade, aceleração, força, pressão, desgaste, tensão, massa, densidade. ELÉTRICO Tensão, corrente, carga, resistência, condutividade, capacitância, indutância, frequência. TÉRMICO Temperatura, calor, fluxo de calor, condutividade térmica, calor específico. RADIAÇÃO Tipo de radiação (exemplo: raios gama, raios X, luz visível), intensidade, comprimento de onda. MAGNÉTICO Campo magnético, fluxo, condutividade, permeabilidade. QUÍMICO Identidades de componentes, concentração, níveis de pH, presença de ingredientes tóxicos, poluente. Características desejáveis para seleção dos dispositivos de medição utilizados em sistemas automatizados: Característica desejável Definição e comentários Alta exatidão Erro sistemático pequeno Alta precisão Erro estatístico pequeno Ampla área de operação Exatidão e precisão preservados ao longo de uma ampla faixa de medição Alta velocidade de resposta O dispositivo reage rapidamente às mudanças nas variáveis físicas medidas Facilidade de calibragem Deve ser rápida e fácil Desvio mínimo O desvio se refere à perda gradual da exatidão ao longo do tempo, forçando ao aumento na frequência de calibragem do equipamento. Alta confiabilidade Robustez, reprodutibilidade e repetitividade Baixo custo Quanto à aquisição, instalação, alimentação, manutenção e troca Para automação, o principal objetivo é comandar eventos, por exemplo, a chegada de um objeto a uma posição, um nível de líquido a um valor, alarmar à temperatura máxima ou à mínima pressão etc. Suas saídas, portanto, são do tipo: “ZERO ou UM”, “On/Off”, isto é, binárias. É a esses sensores que designamos o termo sensores discretos. Entre os sensores discretos, há duas grandes classes: q De contato mecânico (entre o processo e o sensor); q De proximidade (sem contato mecânico entre o processo e o sensor). Em geral, os sensores de proximidade são mais importantes, tanto pela flexibilidade na solução de problemas de instalação quanto pelo menor desgaste em uso, o que significa maior confiabilidade. Sensores de contato mecânico: Nesses sensores, uma força entre o sensor e o objeto é necessária para efetuar a detecção do objeto. Um exemplo é a chave de contato, um dispositivo eletromecânico que consiste em um atuador mecanicamente ligado a um conjunto de contatos. Quando um objeto entra em contato físico com o atuador, o dispositivo opera os contatos para abrir ou fechar uma conexão elétrica. Os sensores de contato mecânico normalmente têm um corpo reforçado para suportar forças mecânicas decorrentes do contato com os objetos e apresentam rodas e amortecedores para diminuir o desgaste do ponto de contato. Sensores de proximidade: Nesses sensores,o objeto é detectado pela proximidade ao sensor. Há pelo menos cinco princípios de funcionamento para sensores discretos “sem contato”: o Indutivo: detecta alterações em um campo eletromagnético; é próprio para objetos metálicos; o Capacitivo: detecta alterações em um campo eletrostático; é próprio para objetos isolantes; Ultrassônico: usa ondas acústicas e ecos; é próprio para objetos de grandes proporções; o Fotoelétrico: detecta variações de luz infravermelha recebida; o Efeito Hall: detecta alterações de campo magnético. Sensores de contato mecânico: Exemplos: • chaves eletromecânicas; • Chaves manipuladas pelo operador de processo; • chaves-‐limite ou de fim de curso; • chaves de nível; • chaves de fluxo; • chaves de pressão; • chaves de temperatura Sensores de proximidade Exemplos: • Sensores indutivo e sensores Reed; • Sensores capacitivos; • Sensores ultra-‐sônicos; • Sensores Óticos: v sensor ótico difuso v sensor ótico de barreira v sensor ótico retrorflexivo; o sensores de fibra ótica; o Encoders: § lineares § angulares; • Sensores Hall Sensores de contato mecânico Exemplos: • chaves eletromecânicas; • Chaves manipuladas pelo operador de processo; • chaves-‐limite ou de fim de curso; • chaves de nível; • chaves de fluxo; • chaves de pressão; • chaves de temperatura Sensores de proximidade do tipo indutivo e do tipo Reed Sensores indutivos -‐ usam correntes induzidas por campos magnéticos com o objetivo de detectar objetos metálicos por perto. A presença do objeto metálico perto do campo magnético do sensor interfere no campo magnético original do sensor possibilitando a detecção. Sensores Reed – consiste em duas lâminas de contato elétrico no interior de uma ampola preenchida com gás inerte; quando o relé é colocado em um campo magnético, as lâminas se unem e fecham contato sinalizando o evento. Usados para detecção de abertura de portas e janelas e aplicações de segurança e para detecção de fim de curso de cilindros. Sensor de proximidade indutivo Sensor de proximidade do tipo Reed Sensores de proximidade do tipo capacitivo Sensores capacitivo – um sensor capacitivo é formado por duas placas paralelas separadas por um material dielétrico. Em geral, produz um campo eletrostático que quando modificado pela presença de um objeto acusa sua presença. Os sensores discretos capacitivos podem detectar objetos metálicos e não-‐metálicos, como papel, vidro, líquidos e tecidos, à uma distância de até alguns centímetros. Sensor de proximidade capacitivo Sensores de proximidade do tipo ótico São sensores que emitem um feixe de luz e detectam alterações da intensidade de luz recebida em consequência do movimento de objetos opacos. Possuem um elemento emissor e um receptor de luz. Sensores óticos podem detectar objetos desde distâncias grandes (10 m) até curtas (de apenas 1mm). Escolhidos adequadamente podem detectar qualquer tipo de material. Sensores de proximidade do tipo ótico Sensor ótico de reflexão difusa Sensor ótico de barreira Sensor ótico retroreflexivo Sensor difuso – O emissor e o receptor estão numa mesma peça. O receptor reage ao sinal luminoso refletido pela superfície do objeto a detectar. Sensor de barreira – O emissor e o receptor estão montados separadamente. O objeto a ser detectado interrompe o feixe de luz ao receptor. Sensor de retroreflexivo – O emissor e o receptor estão numa mesma peça. O feixe de luz emitido é refletido de volta ao receptor, por uma superfície refletora, enquanto não houver nenhum objeto interposto. Sensores de proximidade do tipo ótico Cabos de fibra ótica para sensores fotoelétricos Sensores com fibra ótica: • São dispositivos de grande utilidade. • A função do cabo de fibra ótica é fazer a transmissão do sinal luminoso do sensor ao local onde se deseja realizar a detecção do objeto. • Os cabos de fibra ótica reproduzem os efeitos dos sensores por reflexão difusa, barreira de luz e retroreflexão. Encoders Um método direto para medição da posição ou deslocamento angular em eixos é a utilização de codificadores digitais angulares (encoders). Podem ser de dois tipos: • Incrementais – são aqueles que requerem um sistema de contagem de incrementos gerados por um disco girante; • Absolutos – fornecem uma saída digital para qualquer posição angular do eixo. Sensores discretos de proximidade do tipo ultrassônicos: O método ultrassônico -‐ o sensor emite pulsos de ultrassom numa frequência acima de 18 kHz, retornando um eco cujo tempo de trânsito é proporcional à distância do objeto ao sensor. A faixa de detecção é escolhida dentro do alcance desejável para detecção do alvo (sob flutuações de temperatura e tensão). Há dois modos básicos de operação: • Modo por oposição – um sensor emite a onda e um outro (montado em lado oposto) recebe a onda sonora; • Modo por eco – o mesmo sensor emite a onda e escuta o eco refletido por um objeto. Modo por oposição Modo por eco Sensores discretos de proximidade do Hall Constitui-‐se tipicamente de uma placa pequena de metal sobra a qual quando percorrida por uma corrente elétrica sob a influência de um fluxo magnético induz uma tensão elétrica proporcional nos contatos laterais. São semelhantes aos sensores do tipo Reed tendo como vantagem o fato de serem elementos de estado sólido sendo portanto uma alternativa mais robusta em ambientes sujeito à vibrações e choques mecânicos. Usados para detecção de abertura de portas e janelas e aplicações de segurança e para detecção de fim de curso de cilindros. Atuadores: Um atuador é um dispositivo de hardware que converte um sinal de comando controlador em uma mudança em um parâmetro físico. • A mudança é normalmente mecânica (por exemplo, posição ou velocidade);; • Um atuador é um transdutor, visto que transforma um tipo de quantidade física em outro tipo de quantidade física;; • • O sinal de comando do controlador costuma ser de baixo nível e, portanto, um atuador pode demandar também um amplificador que aumente o sinal até que ele seja capaz de acionar o atuador;; Atuadores: A maioria dos atuadores pode ser classificada em três categorias, segundo o tipo de amplificador utilizado: • Elétrico;; • Hidráulico;; • Pneumático;; Ø Os atuadores elétricos são os mais comuns. Exemplos: motores de passo e solenóides. Ø Os atuadores hidráulicos normalmente são recomendados quando grandes forças são necessárias. Utilizam fluidos hidráulicos para amplificar o sinal de comendo do controlador. Ø Os atuadores pneumáticos utilizam ar comprimido como energia propulsora. São utilizados em aplicações de força relativamente baixa se comparada com a dos atuadores hidráulicos. v Motores elétricos: converte energia elétrica em energia mecânica. A maioria é do tipo rotativo. o Em geral, dentre os tipos mais largamente utilizados na automação industrial estão: • motores de corrente contínua: ü exemploclássico é o servo-‐motor utilizado em sistemas mecanizados e automatizados. O servo-‐motor possui uma malha de controle útil para controle de velocidade. O servo-‐motor pode ser conectado diretamente ou por meio de uma engrenagem de redução a um equipamento como ventilador, bomba, fuso de uma mesa etc. Ideal em aplicações nas quais frequentemente é necessário iniciar e parar a rotação do motor ou reverter sua direção. • motores de corrente alternada: os de indução são os mais utilizados especialmente quando associados com inversores de frequência. Neste caso, competem com aplicações tradicionalmente reservados aos motores de corrente contínua. • motores de passo: essa classe de motor fornece rotação na forma de deslocamentos angulares discretos chamados de passos. Cada passo angular é atuado por um pulso elétrico discreto. A rotação angular total é controlada pelo número de pulsos recebidos pelo motor, e a velocidade de rotação é controlada pela frequência dos pulsos. São utilizados em sistemas de controle em malha aberta para aplicações nas quais o torque e os requisitos de energia são modestos. São largamente utilizados em máquinas-‐ ferramenta e em outras máquinas de produção, robôs industriais, plotadores x-‐y, instrumentos médicos e científicos, periféricos de computadores, impressoras etc. v Outros tipos de atuadores elétricos: o Solenóides: em geral utilizados para abrir e fechar válvulas em sistemas de fluxo de fluído tais como equipamentos de processamento químico. • É formado por um pistão móvel dentro de uma bobina de fios estacionária. • Quando uma corrente é aplicada à bobina, ela age como um ímã, atraindo o pistão para os fios. • Quando a corrente é desligada, uma mola é responsável por fazer o pistão retornar à sua posição de repouso. o Relé eletromecânico: é um interruptor elétrico liga/desliga formado por dois componentes principais: uma bobina estacionária e um braço móvel que pode ser feito para abrir ou fechar um contato elétrico por meio de um campo magnético gerado quando a corrente passa pela bobina. É utilizado para ligar e desligar remotamente um equipamento. Solenoide v Atuadores hidráulicos e pneumáticos: ü Essas duas categorias de atuadores são energizadas por fluxos pressurizados. ü O óleo é utilizado nos sistemas hidráulicos e ar comprimido nos sistemas pneumáticos. ü O funcionamento de ambos é semelhante, mas há diferenças construtivas devido às propriedades do óleo e do ar. ü Estão disponíveis tanto para movimentação linear quanto rotativa. ü Há ainda os motores rotativos acionados por fluidos os quais os hidráulicos são bons para desenvolvimento de torques altos enquanto os pneumáticos podem ser aplicados quando se deseja alta velocidade de resposta. Cilindro e pistão: (a) ação simples com mola de retorno e (b) ação dupla Conversores analógico-‐digitais (ADC) Um conversor analógico/digital converte um sinal analógico contínuo de um transdutor em um código digital para ser usado pelo computador O conversor analógico/digital consiste de três fases: 1. Amostragem – converte o sinal contínuo em uma série de sinais analógicos discretos a intervalos periódicos; 2. Quantização – cada sinal analógico discreto é convertido a um dos números finitos dos níveis de amplitude previamente definidos; 3. Codificação – níveis de amplitude discretos são convertidos em código; Etapas da conversão analógico-‐digital de sinais analógicos contínuos do processo Na escolha do conversor analógico-‐digital é importante levar em consideração: • Taxa de amostragem • Tempo de conversão • Resolução • Método de conversão (aproximação) Conversores digital-‐analógicos O conversor digital/analógico converte a saída digital do computador em um sinal analógico contínuo que aciona um atuador ou outro dispositivo analógico. O conversor digital/analógico consiste de dois passos: 1. Decodificação – saída digital é convertida em uma série de valores analógicos em momentos discretos de tempo; 2. Exploração de dados – cada valor sucessivo é transformado em um sinal contínuo usado para acionar o atuador analógico durante o intervalo de amostragem ; Dispositivos de entrada/saída para dados discretos Dados binários: • Interface de contato de entrada – dados de entrada para o computado;r • Interface de contato de saída – dados de saída do computador ; Dados discretos que não são binários: • Interface de contato de entrada – dados de entrada para o computador • Interface de contato de saída – dados de saída do computador Dados de pulso: • Contadores de pulsos – dados de saída para o computador • Geradores de pulsos – dados de saída do computador Interfaces de contato de entrada/saída Interface de contato de entrada – séries de contatos que são abertos ou fechados para indicar o status de dispositivos binários individuais como chaves fim-‐de-‐curso e válvulas • O computador verifica periodicamente o estado atual dos contatos para atualizar os valores armazenados emmemória • Também pode ser usada na entrada de dados discretos que não sejam binários (por exemplo, uma matriz de sensor fotoelétrico) • Interface de contato de saída – comunica os sinais ligados/desligados do computador para o processo • Essas posições são mantidas até que sejam alteradas pelo computador Contadores e geradores de pulsos Contador de pulsos – converte uma série de pulsos (trem de pulsos) em um valor digital • O valor digital é então passado para o computador por um canal de entrada • Mais comum – tipo que conta pulsos elétricos • Usados para aplicações de contagem e medição • Gerador de pulsos – um dispositivo que produz uma série de sinais elétricos • O número de pulsos ou frequência do trem de pulsos é especificado pelo computador
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