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Contabilidade para Entidades sem Fins Lucrativos - ONGs

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Departamento de Desenvolvimento Profissional 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade para Entidades sem Fins Lucrativos - ONGs 
Armando Madureira Borely 
armando.borely@globo.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Janeiro de 2015 
 
 
Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000 
Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
I INTRODUÇÃO 
II CONCEITOS BÁSICOS 
III ESPECIFICAÇÃO DOS TÍTULOS E REGISTROS FEDERAIS 
IV CRESCIMENTO DO TERCEIRO SETOR 
V CONSTITUIÇÃO E LEGALIZAÇÃO DA ENTIDADE SEM FINALIDADE 
DE LUCROS 
VI LEGISLAÇÃO FEDERAL APLICÁVEL A ENTIDADE SEM FINALIDADE 
DE LUCROS 
VII BENEFÍCIOS TRIBUTÁRIOS 
VIII QUESTÕES ENFRENTADAS PELA ENTIDADE SEM FINALIDADE DE 
LUCROS 
IX ATUAL CENÁRIO DAS ENTIDADES SEM FINALIDADE DE LUCROS 
X PRINCIPAIS CAUSAS DO INDEFERIMENTO DAS OSCIPs PELO 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 
XI CONTABILIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS EVENTOS OCORRIDOS NA 
ENTIDADE SEM FINALIDADE DE LUCROS 
XII MODELO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (CFC 1.409 / 12) 
XIII SUGESTÕES 
XIV CONCLUSÃO 
XV EXERCÍCIOS 
XVI BIBLIOGRAFIA 
 
 
 
I. INTRODUÇÃO 
Na década de 1980, houve um avanço considerável no papel das Entidades 
de Interesse Social em relação à sociedade brasileira, decorrente dos movimentos 
sociais para questões específicas, tais como: discriminação racial, pobreza, preconceitos 
sociais, entre outras. Ênfase especial foi dada à questão do meio ambiente: preservação 
das espécies, despoluição do ar, biodiversidade, etc. Em 1992 realizou-se no Rio de 
Janeiro, a ECO-92 (fórum internacional para discussão do meio ambiente) com a 
participação de Chefes de Estado de vários países, onde este tema foi exaustivamente 
discutido, tornando-se responsabilidade de todos: população e governo. O termo ONGs 
(Organização Não Governamental) se prolifera no Brasil aplicando-se às organizações 
da sociedade civil, que atuam paralelamente ao Governo, em busca do bem-estar da 
sociedade. 
Neste contexto, começam a aparecer fortemente os fundos governamentais 
para apoio aos projetos sociais das ONGs. Desta forma surgem exigências de 
planejamento e controle dos recursos, não-familiares ao perfil dos dirigentes dessas 
organizações, que se caracterizam por possuírem formação concentrada na área social. 
As ONGs internacionais passam a exigir, mais sistematicamente, a auditoria como 
instrumento de certificação da aplicação dos recursos doados. 
Com a autosustentabilidade implementada pelos doadores internacionais, que 
nada mais é do que capacitar os dirigentes de organizações sociais para a gestão 
institucional, captação de fundos e continuidade da missão institucional, os fundos 
públicos passam a ser o alvo das Entidades de Interesse Público, acompanhados dos 
investimentos de empresas e de campanhas por doações voluntárias. Neste cenário, as 
organizações sociais, enfrentam questões como: 
a) cumprimento dos aspectos legais institucionais internos; 
b) cumprimentos das exigências legais dos órgãos governamentais; 
c) imunidade ou isenção de tributos como forma de redução de despesas; 
d) estruturação da contabilidade, não apenas como exigência legal, mas como 
instrumento auxiliar para os relatórios financeiros de prestação de contas 
dos projetos; 
e) controle de gastos; dentre outras. 
 
 
2 
II. CONCEITOS BÁSICOS 
O Código Civil Brasileiro, regido pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, 
no artigo 41, classifica as pessoas jurídicas como de direito público e de direito privado. 
Esse mesmo Código, através do artigo 44, determina que as pessoas jurídicas de direito 
privado são: 
a) as associações; 
b) as sociedades; 
c) as fundações. 
A Lei 10.825, de 22 de dezembro de 2003, alterou o artigo 44 do Código Civil, 
definindo as organizações religiosas e os partidos políticos como pessoas jurídicas de 
direito privado, acrescentando os seguintes parágrafos: 
§ 1º - São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o 
funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes 
reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. 
§ 2º - As disposições concernentes às associações aplicam-se 
subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste 
Código. 
 § 3º - Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o 
disposto em lei específica.1 
No Brasil, as entidades são divididas em três setores: 
1º setor – representado pelo governo, que cumpre uma função administrativa 
dos bens públicos, correspondendo assim às ações do Estado com fins públicos, tanto 
no âmbito federal, como estadual e municipal. 
2º setor – representado pelo mercado, ocupado pelas empresas privadas com 
fins lucrativos. 
3º setor – Constituído por organizações privadas sem fins lucrativos que gerem 
bens, serviços públicos e privados, tendo todas elas como objetivo, o desenvolvimento 
 
 
5 Lei 9.096 de 19 de setembro de 1995 que dispõe sobre Partidos Políticos e regulamenta os artigos 17 e 14, § 3º, 
inciso V, da Constituição Federal. 
 
 
3 
político, econômico, social e cultural no meio que atuam. De qualquer forma não existe 
um consenso quanto à questão conceitual deste setor. 
 Segundo FERNANDES (1994, p. 21), o conceito denota: 
“... um conjunto de organizações e iniciativas privadas que visam à produção 
de bens e serviços públicos. Este é o sentido positivo da expressão. “Bens e serviços 
públicos”, nesse caso implicam uma dupla qualificação: não geram lucros e respondem 
a necessidades coletivas.” 
Para ROTHGIESSER (2002, p.2), Terceiro Setor seriam iniciativas “... privadas 
que não visam lucros, iniciativas na esfera pública que não são feitas pelo Estado. São 
cidadãos participando de modo espontâneo e voluntário, em ações que visam ao 
interesse comum”. 
Quarter et al (2003, p.1) em seus estudos afirmam que “Apesar do presente 
estudo de Johns Hopkins2 apresentar suas análises em nível de nação, eles apresentam 
implicações diretas em virtude da ausência de lucros, pois, essas organizações 
dependem em vários níveis, da contribuição voluntária. No mínimo, os voluntários 
integram o quadro de diretores,... Como suas contribuições não envolvem transações de 
mercado, normalmente eles não são considerados nas demonstrações contábeis” 
(tradução livre do autor)3. 
O estudo elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 
publicado em 2004, sob o título “As Fundações Privadas e Associações sem Fins 
Lucrativos no Brasil 2002”4.– FASFIL classificou essas entidades em quatorze categorias, 
quais sejam: 
 Serviço Notarial e Registral; 
 Organização Social; 
 
2 Refere-se ao estudo internacional elaborado em vinte e dois países, por Lester Salamon em associação a John 
Hopkins University estimando que 28% da população destes países contribuem como voluntários (tradução livre). 
3 Texto original: “Although The Johns Hopkins study presents its analysis at the level of the nation, it has direct 
implications for the accounting of nonprofits, as these are organizations that depend in varying degrees on volunteer 
contributions. At minimum, volunteers form the board of directors, and many organizations they are the primary 
service providers. Yet because their contributions do not involve market transactions, normally they are not counted 
in accounting statements.” 
4 O trabalho foi elaborado com base no CEMPRE (Cadastro Central de Empresas) do IBGE, tendo comoparceiros o 
IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ABONG (Associação Brasileira de Organizações Não 
Governamentais) e o GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas). 
 
 
4 
 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP); 
 Outras Fundações Mantidas com Recursos Privados; 
 Serviço Social Autônomo; 
 Condomínio em Edifícios; 
 Unidade Executora (Programa Dinheiro Direto na Escola); 
 Comissão de Conciliação Prévia; 
 Entidade de Mediação e Arbitragem; 
 Partido Político; 
 Entidade Sindical; 
 Filial, no Brasil, de Fundação ou Associação Estrangeiras; 
 Fundação ou Associação Domiciliada no Exterior; e 
 Outras Formas de Associação. 
A seguir, esse mesmo estudo adotou como referência das FASFIL a 
metodologia Handbook on Nonprofit Instituitions in the System of National Accounts 
(Manual sobre as Instituições sem Fins Lucrativos no Sistema de Contas Nacionais) 
elaborado pela Divisão de Estatísticas das Nações Unidas, em conjunto com a 
Universidade de John Hopkins, em 2002. Foram consideradas FASFIL as organizações 
registradas no CEMPRE como Entidades sem Fins Lucrativos, aquelas que se 
enquadrem simultaneamente, nos cinco critérios a seguir: 
(i) privadas, não integrantes, portanto, do aparelho do Estado; 
(ii) sem fins lucrativos, isto é, organizações que não distribuem eventualmente 
excedentes entre os proprietários ou diretores; 
(iii) institucionalizadas, ou seja, legalmente constituídas; 
(iv) auto-administrativas ou capazes de gerenciar suas próprias atividades; e 
(v) voluntárias, na medida em que podem ser constituídas livremente por 
qualquer grupo de pessoas. 
O confronto entre as quatorze categorias e os cinco critérios estabelecidos 
excluiu as seguintes categorias como Entidades sem Fins Lucrativos: 
 Serviço Notarial e Registral; 
 Serviço Social Autônomo; 
 Condomínio em Edifícios; 
 
 
5 
 Unidade Executora (Programa Dinheiro Direto na Escola); 
 Comissão de Conciliação Prévia; 
 Entidade de Mediação e Arbitragem; 
 Partido Político; 
 Entidade Sindical; e 
 Fundação ou Associação Domiciliada no Exterior. 
Com o objetivo de reconhecer o trabalho das instituições do Terceiro Setor em 
favor da sociedade, o Governo lhes concede diversos registros e títulos, desde que 
atendidos os requisitos legais, proporcionando a tais entidades, benefícios como a 
imunidade e a isenção tributária, além da possibilidade de recebimento de recursos 
públicos, através de convênios, contratos, subvenções sociais, auxílios, doações e 
termos de parcerias. 
Por outro lado, as contribuições efetivadas pelas empresas às ONGs, poderão 
ser abatidas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ, nos termos do artigo 13, § 2º, 
III da Lei 9.249 de 26 de dezembro de 1995, que determina: 
“III – as doações, até o limite de dois por cento do lucro operacional da pessoa 
jurídica, antes de computada a sua dedução, efetuadas a entidades civis, legalmente 
constituídas no Brasil, sem fins lucrativos, que prestem serviços gratuitos em benefício 
de empregados da pessoa jurídica doadora, e respectivos dependentes, ou em benefício 
da comunidade onde atuem.” 
De acordo com o GIFE - Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (2004), o 
relatório da Secretaria da Receita Federal sobre Declaração de Informações Econômico-
Fiscais das Pessoas Jurídicas (DIPJ), referente às declarações feitas em 2000, ano-
calendário de 1999, informa que as empresas brasileiras ainda utilizam de forma tímida 
as leis de incentivos fiscais disponíveis atualmente no país para destinarem recursos à 
área social. 
No Brasil, as únicas empresas que podem utilizar incentivos fiscais para 
doações são aquelas que optaram pelo regime de lucro real e, de acordo com Próspero 
(2004, p.1)), “esse universo está restrito a 189 mil empresas (indústria, comércio, serviço, 
financeira e seguradora). No entanto, somente as empresas que tenham imposto a pagar 
podem fazer uso do incentivo o que, em 1999, representava 80.310 empresas. Mas, 
 
 
6 
somente 4.349 (5,41%) realmente se beneficiaram da lei, sendo que 47% destinou 
recursos para as ONGs, 31% para o Programa Nacional de Incentivo à Cultura (Lei 
Rouanet), 12% para o Fundo da Criança e do Adolescente, 6% para as atividades 
audiovisuais e 4% para as instituições de ensino e pesquisa.” 
 
 
III. ESPECIFICAÇÕES DOS TÍTULOS E REGISTROS FEDERAIS 
 
1. Título de Utilidade Pública Federal 
Título também concedido nos âmbitos estadual e municipal, podendo uma 
organização sem fins lucrativos pleiteá-lo nas três esferas. 
As sociedades civis, as associações e as fundações, que não remunerem seus 
dirigentes, que sejam constituídas no país e tenham o fim exclusivo de servir 
desinteressadamente à coletividade, podem requerer o Título de Utilidade Pública. 
Para obter o título, a organização deve comprovar: 
 Ter personalidade jurídica e ser constituída no Brasil; 
 Estar em efetivo e contínuo funcionamento por pelo menos três anos; 
 Não remunerar seus dirigentes; 
 Não distribuir lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou 
associados, sob nenhuma forma; 
 Promover a educação ou exercer atividades de pesquisa científica, de cultura, 
artística ou filantrópica; 
 Comprovar a idoneidade dos diretores; 
 Publicar anualmente a demonstração de receitas e despesas do período anterior. 
Este título confere as seguintes vantagens à organização: 
 Possibilidade de receber doações de pessoas jurídicas; 
 Possibilidade de receber bens apreendidos, abandonados ou disponíveis, 
administrados pela Secretaria da Receita Federal; 
 Acesso a subvenções e auxílios da União Federal e suas autarquias; 
 Autorização para realização de sorteios; 
 Possibilidade de receber receitas das Loterias Federais; 
 
 
7 
 Possibilidade de isenção da quota patronal do INSS e de outras contribuições 
sociais (CPMF, PIS e COFINS). 
 
 
2. Organizações Sociais - OS 
São fundações ou associações de natureza privada, sem fins lucrativos, que 
realizam atividades relacionadas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento 
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura ou à saúde, 
submetidas à legislação específica, sendo fiscalizadas e fomentadas pelo Estado, 
visando atender finalidades coletivas. 
A principal conseqüência da atribuição do título de “OS” a uma entidade é a 
possibilidade de celebração de contrato de gestão com o Poder Público. Em decorrência 
desse contrato, a entidade poderá: 
 Receber a destinação direta de bens públicos; 
 Receber recursos previstos no orçamento; 
 Receber recursos para a veiculação de publicidade institucional, admitindo-se o 
patrocínio de programas, eventos e projetos. 
Como requisitos, a “OS” deve prever a participação no órgão colegiado de 
deliberação superior de representantes do Poder Público e de membros da comunidade, 
a obrigatoriedade de publicação anual no Diário Oficial da União de relatórios financeiros, 
além da comissão de avaliação a ser criada para fins específicos. 
 
3. Registro no Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS 
São entidades criadas por força da Lei nº 8.742 de 07 de dezembro de 1993 
que dispõe sobre a organização da assistência social. 
Os principais requisitos para o registro das entidades que promovam a 
assistência social são: 
 Seja entidade sem fins lucrativos; 
 Atue na proteção à família, infância, maternidade, adolescência ou 
velhice; na amparo à crianças e adolescentes carentes; em ações de 
 
 
8 
prevenção, habilitação, reabilitação e integração à vida comunitária de 
deficientes; 
 Na integração aomercado de trabalho; 
 Aplique suas rendas e eventuais resultados integralmente em território 
nacional e na manutenção de suas atividades; 
 Não distribua lucros e assemelhados; 
 Não remunere à diretoria; e 
 Preste serviços permanentes, sem qualquer discriminação de clientes. 
É documento indispensável para obtenção do CEBAS – Certificado de 
Entidade Beneficente de Assistência Social, possibilitando o recebimento de subvenções 
federais destinadas à assistência social. 
 
4. Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS 
Podem requerer o CEBAS as entidades que atuem nas seguintes áreas: 
 Promoção de proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à 
velhice; 
 Amparo a crianças e adolescentes carentes; 
 Promoção de ações de prevenção, habilitação e reabilitação de pessoas 
portadoras de deficiências; 
 Promoção gratuita da assistência educacional e de saúde; 
 Promoção da integração ao mercado de trabalho; 
 Promoção do desenvolvimento da cultura; 
 Promoção do atendimento e do assessoramento aos benefícios da Lei Orgânica 
de Assistência Social e a defesa de seus direitos. 
Para obter o CEBAS, a organização deve demonstrar, nos três anos 
imediatamente anteriores ao pedido: 
 Estar legalmente constituída no país e em efetivo funcionamento; 
 Estar previamente inscrita no Conselho Municipal de Assistência Social ou no 
Conselho Estadual de Assistência Social; 
 Estar previamente registrada no CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social; 
 
 
9 
 Aplicar suas rendas, recursos e eventual resultado no território nacional e na 
manutenção de seus objetivos; 
 Aplicar as subvenções e doações recebidas nas finalidades a que estejam 
vinculadas; 
 Aplicar anualmente, em gratuidade, pelo menos 20% da sua receita, cujo montante 
nunca será inferior à isenção de contribuições sociais usufruídas; 
 Não remunerar dirigentes; 
 Não distribuir resultados, bonificações, dividendos, participações ou parcela do 
patrimônio, sob nenhuma forma; 
 Possuir o Título de Utilidade Pública Federal. 
O CEBAS possibilita a isenção da quota patronal ao INSS e de outras 
contribuições (CPMF, CSL, PIS, Cofins). 
 
5. Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNEA) 
Entidades cadastradas no CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, 
sendo os principais requisitos: 
 Existir há pelo menos um ano; 
 Pessoa jurídica sem fins lucrativos que atue exclusivamente na proteção 
e preservação do meio ambiente e não seja sociedade comercial, 
sindicato, clube, instituição religiosa, organização partidária, mútua, 
empresa de plano de saúde, instituição hospitalar, escola, organização 
social, cooperativa, fundação pública, instituição criada pelo poder 
público, organização creditícia ou associação de moradores. 
Os principais benefícios de tais entidades são: 
 Poder votar e ser votada nos órgãos deliberativos do CONOMA e 
 Ter acesso a recursos públicos para o meio ambiente. 
 
 
 
 
10 
6. Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP 
A qualificação de OSCIP pode ser obtida pela entidade que atua com: 
 Promoção da assistência social; 
 Promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
 Promoção gratuita de educação; 
 Promoção gratuita de saúde; 
 Promoção de segurança alimentar e nutricional; 
 Promoção de voluntariado; 
 Defesa, preservação e conservação do meio ambiente, além de promoção do 
desenvolvimento sustentável; 
 Promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; 
 Experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas 
alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; 
 Promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria 
jurídica gratuita de interesse suplementar; 
 Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e 
de outros valores universais; 
 Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e 
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam 
respeito às atividades já mencionadas. 
As organizações que quiserem se qualificar como OSCIP, devem prever no 
estatuto as seguintes disposições: 
 Observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade, economicidade e de eficiência; 
 Adoção de práticas e gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a 
obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, 
em decorrência da participação no respectivo processo decisório; 
 Constituição de Conselho Fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência 
para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as 
operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos 
superiores da entidade; 
 
 
11 
 Previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o patrimônio será transferido 
a entidade também qualificada como OSCIP; 
 Previsão de que, na hipótese da entidade perder a qualificação de OSCIP, o 
acervo patrimonial disponível adquirido com recursos públicos será transferido a 
outra entidade qualificada como OSCIP; 
 Se institui ou não remuneração aos dirigentes; 
 Normas de prestações de contas a serem observadas pela entidade, que 
determinarão no mínimo, a observância dos princípios de contabilidade, a 
publicidade das demonstrações contábeis, a realização de auditoria e a prestação 
de contas de todos os recursos e bens de origem pública. 
A organização tem as seguintes vantagens ao se qualificar como OSCIP: 
 Possibilidade de remunerar os dirigentes; 
 Possibilidade de firmar Termo de Parceria como Poder Público; 
 Procedimento de obtenção da qualificação centralizada e simplificada, com 
critérios objetivos; 
 Possibilidade de receber doações de pessoas jurídicas, que serão dedutíveis até 
o limite de 2% do lucro operacional; 
 Possibilidade de receber apreendidos, abandonados ou disponíveis, 
administrados pela Secretaria da Receita Federal. 
 
RESUMO DOS TÍTULOS E REGISTROS APLICÁVEIS A ENTIDADE SEM 
FINALIDADE DE LUCROS 
 
Título Emissor Instrumentos Legais 
1. Utilidade Pública Federal  Presidência da 
República (ex-officio) 
 Ministério da Justiça 
( não ex-officio) 
 Lei 91/35 
 Decreto 50.517/61 
 Decreto 60.931/67 
 Lei 6.630/79 
2. Organizações Sociais  Conselho Nacional de 
Assistência Social 
 Lei 9.637/98 
 
 
12 
3. Certificado de Entidade 
Beneficente de Assistência 
Social 
 Conselho Nacional de 
Assistência Social 
 Lei 8.742/93 – Lei 
Orgânica de 
Assistência Social 
(LOAS) 
 Decreto 2.536/98 
 Resolução CNAS 
177/00 
4. OSCIP – Organização da 
Sociedade Civil de Interesse 
Público 
 Ministério da Justiça  Lei 9.790/99 
 Decreto 3.100/99 
 Portaria MJ 362/99 
5. CNAS  Conselho Nacional de 
Assistência Social 
 Lei 8.742/93 
6. CNEA  Conselho Nacional do 
Meio Ambiente 
 Resoluções 
CONAMA 006/89, 
022/94 e 234/97 
 
 
 
IV. CRESCIMENTO DO TERCEIRO SETOR 
Existe uma grande dificuldade no dimensionamento do verdadeiro potencial 
das organizações da sociedade civil. Há uma falta de coerência como cifras, quantidade 
de instituições, quantidade de trabalhadores voluntários e remunerados, porém, os dados 
disponíveis nos indicam um efetivo aumento nas atividades deste setor na sociedade. 
De acordo com a ABONG (2004, p.1-2)), nos Estados Unidos da América, em 
1990, o setor movimentava 300 bilhões de dólares, já em 1996, estes recursos chegavam 
a 320 bilhões de dólares, o que correspondiaa 6,3% do PIB. Em países como Itália, 
França e Alemanha, as instituições sem fins lucrativos atingem anualmente mais de 3% 
do PIB nacional. 
 
 
13 
 Segundo pesquisa da John Hopkins University, o Terceiro Setor é a oitava 
força econômica mundial, movimentando 1,1 trilhão de dólares por ano, gerando 
aproximadamente 10,4 milhões de empregos. 
Em 2002, de acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(2004, op citada), havia no Brasil, 275.895 fundações privadas e associações sem fins 
lucrativos, contra 107.332 em 1996. Segundo esse mesmo estudo, no Brasil, 1,5 milhão 
de pessoas trabalham nas fundações privadas e associações sem fins lucrativos, 
recebendo a remuneração média de 4,5 salários mínimos mensais, enquanto à média 
dos assalariados das empresas em geral (públicas, privadas lucrativas e não-lucrativas) 
era de 4,3 salários por mês. 
Dados disponibilizados pelo Ministério da Justiça evidenciam que até maio de 
2005 foram registradas 2.771 entidades com a qualificação de OSCIP – Organização da 
Sociedade Civil de Interesse Público, contra 11.181 com o Título de Utilidade Pública 
Federal (UPF). 
Apesar do aumento dos pedidos de qualificação desde a promulgação da lei 
9.790/99, ainda é pequeno o número de entidades que possuem o título de OSCIP se 
compararmos com o número de organizações existentes (275.895). 
 
 
 
V. CONSTITUIÇÃO E LEGALIZAÇÃO DA ENTIDADE SEM FINALIDADE DE LUCROS 
1. Na ata de criação da associação, devem ser incluídos os seguintes itens: 
a) Informação de que se trata de uma ata de criação de uma 
associação/fundação. 
b) Nome e CPF de cada fundador. 
c) A pauta da reunião (criação da associação/fundação, aprovação do 
estatuto, definição da sede, eleição dos membros dos órgãos internos – diretorias, 
conselho fiscal, etc.). 
 
2. No estatuto da entidade deve conter, no mínimo, os seguintes requisitos 
legais, conforme determinado pelo Código Civil: 
 
 
14 
a) A denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e fundo social, quando 
houver. 
b) O modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial 
e extrajudicialmente. 
c) Cláusula de que o estatuto é reformável no tocante à administração, e de 
que modo. 
d) Se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações 
sociais. 
e) As condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, 
nesse caso. 
f) Os requisitos para admissão, demissão e exclusão dos associados. 
g) Os direitos e deveres dos associados. 
h) As fontes de recursos para sua manutenção. 
i) O modo de funcionamento dos órgãos deliberativos e administrativos. 
j) As condições para alteração das disposições estatutárias e para a 
dissolução. 
k) Assinatura de advogado (com OAB) e o devido registro em Cartório. 
l) Adequação ao Código Civil, cujo prazo foi prorrogado para 11 de janeiro de 
2007 (Lei 11.127/2005). 
3. Publicar o ato no Diário Oficial da União de que a entidade foi devidamente 
qualificada. 
4. Especificar se os gestores da entidade, que forem remunerados, atuem 
efetivamente na gestão executiva, ou prestem serviços específicos (Lei 9.790, artº 4, item 
VI). 
 
5. Os Termos de Parcerias/Convênios firmados entre a entidade e o Poder 
Público, devem conter e serem observadas as seguintes cláusulas essenciais: 
a) a do objeto, contendo a especificação do trabalho proposto pela entidade; 
b) a de estipulação de metas e dos resultados a serem atingidos e os 
respectivos prazos de execução ou cronograma; 
 
 
15 
c) a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho 
a serem utilizadas, mediante indicadores de resultado; 
d) a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu 
cumprimento, estipulando as categorias contábeis usadas pela organização e 
o detalhamento das remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos 
com recursos oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria/Convênios, a 
seus diretores, empregados e consultores. 
e) a que estabelece as obrigações da organização, entre as quais a de 
apresentar ao Poder Público, ao término de cada exercício, relatório sobre a 
execução do objeto do Termo de Parceria/Convênio, contendo comparativo 
específico das metas propostas com os resultados alcançados, 
acompanhado de prestação de contas dos gastos e receitas efetivamente 
realizados, independentes das previsões mencionadas no item d; 
f) a de publicação, na imprensa oficial, de extrato do Termo de Parceria e de 
demonstrativo de execução física e financeira, conforme estabelecido na lei 
nº 9.790 de 23 de março de 1999. 
 
6. A entidade social deve publicar, no prazo máximo de 30 dias, contado da 
assinatura do Termo de Parceira/Convênio, regulamento próprio contendo os 
procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para 
compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público. 
 
7. Os imóveis adquiridos com recursos provenientes da celebração do Termo 
de Parceria/Convênio devem estar gravados com cláusula de inalienabilidade. 
 
8. As entidades devem elaborar prestações de contas anualmente sobre a 
totalidade das operações patrimoniais e de resultados, sendo instruídas com os seguintes 
documentos: 
a) relatório anual de execução de atividades; 
 
 
16 
b) demonstração de resultados do exercício, onde devem ser destacadas 
as informações de gratuidade concedidas e serviços voluntários obtidos, e 
divulgados em Notas Explicativas por tipo de atividade. 
c) balanço patrimonial, onde a denominação da conta Capital deve ser 
substituída por Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido. 
d) demonstração dos Fluxos de Caixa, ressaltando que as doações devem 
ser classificadas no fluxo das atividades operacionais. 
e) demonstrações das mutações do patrimônio Líquido; 
f) As palavras lucros ou prejuízos devem ser substituídas por superávit ou 
déficit. 
g) notas explicativas, caso necessário, e que contenham, no mínimo, as 
seguintes informações: 
 contexto operacional da entidade, incluindo a natureza social e 
econômica e os objetivos sociais; 
 os critérios de apuração da receita e da despesa, especialmente com 
gratuidade, doação, subvenção, contribuição e aplicação de 
recursos; 
 a renúncia fiscal relacionada com a atividade deve ser evidenciada 
nas demontrações contábeis como se a obrigação devida fosse; 
 as subvenções recebidas pela entidade, a aplicação dos recursos e 
as responsabilidades decorrentes dessas subvenções; 
 os recursos de aplicação restrita e as responsabilidades decorrentes 
de tais recursos; 
 os recursos sujeitos a restrição ou vinculação por parte do doador; 
 eventos subsequentes à data do encerramento do exercício que 
tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação 
financeira e os resultados futuros da entidade; 
 as taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias das 
obrigações em longo prazo; 
 informações sobre os seguros contratados; 
 
 
17 
 a entidade educacional de ensino superior deve evidenciar a 
adequação da receita com a despesa de pessoal, segundo 
parâmetros estabelecidos pela Lei das Diretrizes e Bases da 
Educação e sua regulamentação; 
 os critérios e procedimentos do registro contábil de depreciação, 
amortização e exaustão do ativo imobilizado, devendo ser observado 
a obrigatoriedade do reconhecimento com base em estimativa de 
sua vida útil; 
 segregar os atendimentos com recursos próprios dos demais 
atendimentos realizados pela entidade; 
 todas as gratuidades praticadas devem ser registradas de forma 
segregada, destacando aquelas quedevem ser utilizadas na 
prestação de contas nos órgãos governamentais, apresentando 
dados quantitativos, ou seja, valores dos benefícios, número de 
atendidos, número de atendimentos, número de bolsistas com 
valores e percentuais representativos; 
 a entidade deve demonstrar, comparativamente, o custo e o valor 
reconhecido quando este valor não cobrir os custos dos serviços 
prestados. 
 
h) relatório de auditoria (pessoas físicas ou jurídicas habilitadas pelos 
CRCs) nos casos em que o montante dos recursos dos Termos de 
Parceria/Convênio seja igual ou ultrapasse àqueles determinados pelo 
instrumento legal específico. 
Obs.: - OSCIP – quando a soma dos Termos de Parcerias no período de 1 
(um) ano for igual ou superior a R$ 600.000,00 (Dec.3.100 de 30/06/1999). 
 - CNAS – quando a entidade for cadastrada no CNAS e sua receita 
bruta exceder a R$ 2.319.337,54 no prazo de 3 (três) anos. Caso essa 
receita seja superior a R$ 4.638.675,08, os auditores necessitam de registro 
na CVM. 
 
 
 
18 
9. Sem prejuízo das informações econômicas divulgadas nas demonstrações 
contábeis, a entidade pode controlar em conta de compensação transações 
referentes a isenções, gratuidades e outras informações para melhor 
evidenciação contábil. 
 
10. As demonstrações contábeis devem observar os princípios de 
contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, conforme previstos nos 
instrumentos normativos do Conselho Federal de Contabilidade. 
 
11. Deve haver publicidade através da imprensa oficial e/ou outros veículos de 
comunicação eficazes, sobre o encerramento do exercício fiscal, o relatório das 
atividades e as demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões 
negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS. 
 
12. As entidades devem atender aos requisitos da lei (Código Tributário 
Nacional – artº 14, incisos I, II e III), para continuarem gozarem do benefício da 
Imunidade (vedações à cobrança de tributos – IR, IPI, ITR, II, IE, ICMS, IPVA, ITCD, 
IPTU, ISS e ITBI), cujos ítens são os seguintes: 
a) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a 
qualquer título; 
b) aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção de seus 
objetos institucionais; 
c) manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de 
formalidades, capazes de assegurar sua exatidão. 
 
13. Os requerimentos efetuados às autoridades tributárias solicitando a 
Isenção (inexigibilidade temporária do tributo) devem estar formalmente aprovados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
VI. PRINCIPAL LEGISLAÇÃO FEDERAL APLICÁVEL À ENTIDADE SEM 
FINALIDADE DE LUCROS 
 
Dispositivo Legal Data Objetivo 
 Lei 10.940 27-08-2004 Altera a lei 10.748 (22-10-2003) 
 Lei 10.833 29-12-2003 Altera a legislação tributária 
 Lei 10.825 22-12-2003 Nova redação aos artigos 44 e 2.031 da 
lei 10.406 (10-01-2002) que instituiu o 
Código Civil 
 Lei 10.748 22-10-2003 Cria o Programa Nacional de Estímulo 
ao Primeiro Emprego 
 Inst.Normativa SRF 247 21-11-2002 Dispõe sobre o PIS/PASEP 
 Lei 10.406 10-01-2002 Institui o Código Civil 
 MP 2.158-35 24-08-2001 Altera a legislação sobre PIS, PASEP, 
Cofins e I.R. 
 Res. 177 (CNAS) 10-08-2000 Normas para concessão do Certificado 
de Fins Filantrópicos 
 Decreto 3.504 13-06-2000 Altera o decreto 2.536 (06-04-98) 
 Decreto 3.100 30-06-1999 Regulamenta a lei 9.790 (23-03-1999) 
 Decreto 3.000 26-03-1999 Dispõe sobre a tributação de pessoa 
jurídica 
 Lei 9.790 23-03-1999 Dispõe sobre OSCIP e Termo de 
Parceria 
 Lei 9.720 30-11-1998 Nova redação aos dispositivos da lei 
8.742 (07-12-1993) 
 Lei 9.718 27-11-1998 Altera a legislação tributária federal 
 Lei 9.637 15-05-1998 Dispõe sobre a qualificação de 
Organizações Sociais 
 Decreto 2.536 06-04-1998 Dispõe sobre a concessão do Certificado 
de Entidade de Fins Filantrópicos 
 
 
20 
 Lei 9.608 18-02-1998 Dispõe sobre o serviço voluntário 
 Lei 9.532 10-12-1997 Altera a legislação tributária federal 
 Lei 9.249 26-12-1995 Altera o I.R.P.J e C.S.L.L. 
 Lei 8.742 07-12-1993 Dispõe sobre a Organização da 
Assistência Social 
 Lei Complementar 
70 
30-12-1991 Institui a COFINS 
 Constituição Federal 1998 Promulgação da Constituição Federal do 
Brasil 
 Lei 8.212 24-07-1991 Dispõe sobre a organização da 
Seguridade Social 
 Lei 6.639 08-05-1979 Altera a lei 91 (28-08-1935) 
 Decreto 60.931 04-07-1967 Modifica o decreto 50.517 (02-05-1961) 
 Lei 5.172 25-10-1966 Dispõe sobre o Sistema Tributário 
Nacional 
 Decreto 50.517 02-05-1961 Regulamenta a lei 91 (28-08-1935) 
 Lei 91 28-08-1935 Determina regras pelas quais as 
sociedades são declaradas de utilidade 
pública 
 
 
VII. BENEFÍCIOS TRIBUTÁRIOS 
1. Imunidade 
A imunidade é assegurada pela Constituição Federal a determinadas entidades 
e impõe vedações ao Poder Público no tocante à cobrança de impostos. 
No artigo 150, inciso VI, estabelece as seguintes vedações: 
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
VI – Instituir impostos sobre: 
 
 
21 
a) ... 
b) templos de qualquer culto; 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas 
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de 
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os 
requisitos da lei;” 
Conforme o artigo 14, incisos I, II e III, do Código Tributário Nacional, estão 
abrangidas pela imunidade as instituições de saúde, previdência e assistência social 
propriamente dita, que dispõe: 
Art. 14. O disposto na alínea “c” do inciso IV do artigo 9º é subordinado à 
observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: 
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a 
título de lucro ou participação no seu resultado; 
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos 
seus objetivos institucionais; 
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos 
de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. 
Na imunidade o fato gerador não ocorre. Qualquer mudança deve ser 
precedida de alteração na Constituição Federal. 
O anexo III demonstra os tributos alcançados pela imunidade tributária. 
De acordo com a Constituição Federal, no artigo 195, § 7, a contribuição da 
quota patronal do INSS é considerada como isenção. Entretanto, jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal entende que, por ser tratada na Constituição Federal, é 
imunidade e não isenção. 
 
2. Isenção 
A isenção é a inexigibilidade temporária do tributo, prevista em lei, mesmo com 
a ocorrência do fato gerador e da obrigação tributária. A isenção é temporária, decorre 
de uma lei ordinária e o fato gerador ocorre, mas seu crédito é inexigível. A geração da 
base de cálculo do imposto acontece, porém, por incentivo do fisco, a cobrança não é 
efetuada. Há a renúncia da cobrança. 
 
 
22 
As isenções podem alcançar todos os tipos de tributos (impostos, taxas e 
contribuições de melhorias), bem como cada uma das esferas do Governo que legisla 
sobre a isenção dos tributos de sua competência. 
Martins entende como abrangidos pela isenção os seguintes tributos: Imposto 
de Renda, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, Programa de Integração Social, 
Pasep, Cofins, CPMF, IOF, ICMS, ISS, ITBI, IPVA e outras taxas e contribuições. 
 
Relação de Imunidade Tributária 
 
Federal Estadual Municipal 
Imposto sobre a Renda e 
Proventosde Qualquer 
Natureza (IR) 
Imposto sobre a 
Circulação de 
Mercadorias e Serviços 
(ICMS) 
Imposto sobre Propriedade 
Predial e Territorial Urbana 
(IPTU) 
Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI) 
Imposto sobre a 
Propriedade de Veículos 
Automotores (IPVA) 
Imposto sobre Serviços de 
Qualquer Natureza (ISS) 
Imposto Territorial Rural (ITR) Imposto sobre 
Transmissão Causa 
Mortis ou Doação de 
Bens e Direitos (ITCD) 
Imposto sobre Transmissão 
Intervivos de Bens Imóveis 
(ITBI) 
Imposto sobre Importação (II) 
Imposto sobre Exportação 
(IE) 
 
(Fonte: Conselho Federal de Contabilidade. Manual de Procedimentos Contábeis para Fundações e Entidades de 
Interesse Social. Brasília. 2ª ed. 2004.) 
 
 
23 
VIII. QUESTÕES ENFRENTADAS PELA ENTIDADE SEM FINALIDADE DE LUCROS 
 Essas entidades, na maioria das vezes, e devido a diversas situações (falta de 
profissionalismo, objetivos diferentes daqueles referentes à sua criação, ...) se deparam 
com questões, tais como: 
 Cumprimento de todos os aspectos legais pertinentes; 
 Cumprimento de exigências específicas dos órgãos governamentais; 
 Estruturação da contabilidade como instrumento de informação; 
 Controle de gastos; 
 Dificuldades na implantação de instrumentos de controle interno e de 
organização; 
 Utilização de ferramentas gerenciais no processo de administração do 
negócio. 
 
IX. ATUAL CENÁRIO DA ENTIDADE SEM FINALIDADE DE LUCROS 
• Desvios de recursos e de sua finalidade principal. 
• Criação com aspectos políticos e outros. 
• Crescimento da quantidade de ONGs. 
• Crescimento dos recursos captados. 
• Valores relevantes de imunidades e isenções. 
• Alta empregabilidade. 
 
X. PRINCIPAIS CAUSAS DO INDEFERIMENTO DAS OSCIPs PELO MINISTÉRIO DA 
JUSTIÇA 
• Ausência do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultados do 
Exercício. 
• Ausência da “Declaração de Informações Econômico-Fiscais – DIPJ” (ou Termo 
de Compromisso). 
• Entendimento do MJ de proibir a participação de servidor público na diretoria da 
entidade (Lei 10.539/02 e Lei 8.112/90 – Regime dos Servidores Públicos civis 
da União). 
 
 
24 
• Prestação onerosa de serviços de saúde e educação. 
• Outros motivos: 
 - Cópias não autenticadas de documentos. 
 - Estatuto desatualizado e com alterações não averbadas. 
 - Estatuto sem conter cláusula específica sobre remuneração dos diretores. 
 
 
 
 
XI. CONTABILIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS EVENTOS OCORRIDOS NA ENTIDADE 
SEM FINALIDADE DE LUCROS 
a) doações: 
 Doações para custeio sem restrições recebidas em dinheiro ou crédito 
bancário (por programa, se for o caso): 
Débito – Caixa/Bancos 
Crédito – Doações (receitas) 
 Doações para custeio recebidas em cheques pré-datado: 
Débito – Cheques a depositar 
Crédito – Doações (Receitas), 
Débito – Bancos 
Crédito – Cheques a depositar 
 Doações em ativos não destinados ao custeio (sem restrição): 
Débito – Imobilizado/Investimentos 
Crédito – Receitas (por programa) 
 Doações e subvenções recebidas para custeio ou investimentos, com 
restrição: 
Débito – Bancos / Imobilizado 
Crédito – Doações a realizar / Subvenções e assistência governamental a 
realizar (passivo) 
 Perdão de dívida aplicado em custeio: 
Débito – Dívida (Obrigações) 
 
 
25 
Crédito – Doações (Receitas) 
 Perdão de dívida aplicado em investimentos: 
Débito – Dívida (Obrigações) 
Crédito – Patrimônio Social 
 Promessa de doação incondicional: 
Débito – Mensalidades a receber (Ativo) 
Crédito – Doação (Receitas) 
 
b) Gratuidade e benefícios tributários: 
São as prestações de serviços sem contrapartidas financeiras. São exemplos: 
Concessão de bolsas de estudo, distribuição de cestas básicas, doação de 
roupas e medicamentos à população carente. A existência de uma 
contrapartida financeira para fazer jus ao benefício descaracteriza a 
gratuidade. 
 Pelo consumo de ativo na geração de serviço objeto da gratuidade: 
Débito – Despesas 
Crédito – Ativo 
 Pela prestação do serviço objeto da gratuidade: 
Débito – Ativo 
Crédito – Receitas de gratuidade 
 Pela colocação do serviço à disposição do beneficiário (assistido): 
Débito - Despesas 
Crédito – Ativo 
 Contabilização do IR/CSO como se devido fossem: 
Débito – Despesas 
Crédito – Passivo 
 Reconhecimento da isenção ou imunidade do IR/CSO: 
Débito – Passivo 
Crédito – Gratuidades (Receitas) 
 
 
 
26 
c) Obtenção de fundos: 
Situações em que a entidade utiliza seus recursos em atividades não-
vinculadas à sua missão, como a venda de produtos com a marca da entidade. 
A contabilização é a usual e o valor do resultado da venda de produtos deve 
ser considerado como similar à receita de doação. 
Nas situações em que a entidade tem a posse de um determinado produto de 
terceiros e, realizando a venda, passa a deter parte do resultado obtido, os 
registros contábeis devem ser feitos como os de transações em contas alheias, 
conforme a seguir: 
 Na venda do produto 
Débito – Bancos – recursos de terceiros 
Crédito – Passivo – Outras consignações 
 Na transferência de parte dos recursos ao consignante 
Débito – Passivo – outras consignações 
Crédito – Bancos – recursos de terceiros 
 Retenção da remuneração da entidade sobre a venda do produto 
Débito – Bancos 
Crédito – Bancos – recursos de terceiros 
 Reconhecimento da receita sobre a venda do produto 
Passivo – outras consignações 
Crédito – Vendas de bens e serviços 
 
d) Contratos, Convênios e Termos de Parcerias: 
São instrumentos jurídicos e operacionais utilizados pela entidade na 
consecução de seus objetivos. 
 Recebimentos de recursos de convênios/projetos 
Débito - Bancos – recursos com restrição 
Crédito - Recursos de convênios/projetos (passivo) 
 
 
 
27 
 Aplicação dos recursos 
Débito – Recursos de convênios/projetos (Conta retificadora do passivo) 
Crédito – Bancos – recursos com restrição 
 
e) Contabilização da contrapartida: 
Contrapartida é o compromisso da entidade conveniada ou contratada aportar 
recursos adicionais aos aportados pela conveniente ou contratante para atingir 
os objetivos do projeto. 
 
 Contrapartida de pessoal – na contabilidade da entidade conveniada ou 
contratada 
Débito – Pessoal e encargos 
Crédito – Recursos humanos (conta retificadora) 
 Contrapartida de material – na contabilidade da entidade conveniada ou 
contratada 
Débito - Material de uso e consumo 
Crédito – Apoio administrativo (Conta retificadora) 
 Contrapartida de pessoal – na contabilidade da entidade convenente ou 
contratante 
Débito – Recursos aplicados (conta retificadora do passivo) 
Crédito – Recursos de entidade - contrapartida (passivo) 
 Contrapartida de material - na contabilidade da entidade convenente ou 
contratante 
Débito – Recursos aplicados (conta retificadora de passivo) 
Crédito – Recursos da entidade – contrapartida (passivo) 
 Trabalho voluntário: 
 Reconhecimento contábil do investimento produzido por trabalho 
voluntário: 
Débito – Ativo (especificar) 
Crédito – Trabalho voluntário (receita) 
 
 
28 
 Trabalho voluntário utilizado como custeio: 
Débito – Despesas (especificar) 
Crédito – Trabalho voluntário (receita) 
Observações: 
1. As receitas decorrentes de doações e outros instrumentos, para aplicação 
específica, devem ser registradas em contas próprias, segregadas das demais 
contas da entidade. 
2. A entidade deve constituir provisão para créditos de liquidação duvidosa 
suficientes para cobrir as perdasesperadas sobre os créditos a receber. 
3. O superávit ou déficit deve ser incorporado ao patrimônio social. Caso tenha 
restrição para aplicação, deve ser reconhecido em conta específica do patrimônio 
líquido. 
4. Os registros contábeis devem ser segregados de forma que permitam a apuração 
das informações para prestação de contas exigida por quem de direito (governo, 
aportadores de recursos, usuários em geral). 
5. No caso de Fundações, a dotação inicial disponibilizada, é considerada em conta 
do patrimônio social. 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
XII. MODELOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (CFC 1.409/12) 
1. BALANÇO PATRIMONIAL 
 
 20x1 20x0 
ATIVO 
 Circulante 
 Caixa e Equivalentes de Caixa 
 Caixa 
 Banco C/Movimento – Recursos sem Restrição 
 Banco C/Movimento – Recursos com Restrição 
 Aplicações Financeiras – Recursos sem Restrição 
 Aplicações Financeiras – Recursos com Restrição 
 Créditos a Receber 
 Mensalidades de Terceiros 
 Atendimentos Realizados 
 Adiantamentos a Empregados 
 Adiantamentos a Fornecedores 
 Recursos de Parcerias em Projetos 
 Tributos a Recuperar 
 Despesas Antecipadas 
 Estoques 
 Produtos Próprios para Venda 
 Produtos Doados para Venda 
 Almoxarifado / Material de Expediente 
 
Não Circulante 
 Realizável a Longo Prazo 
 Aplicações Financeiras – Recursos sem Restrição 
 Aplicações Financeiras – Recursos com Restrição 
 
 
30 
 Valores a Receber 
 Investimentos 
 Investimentos Permanentes 
 Imobilizado 
 Bens sem Restrição 
 Bens com Restrição 
 (-) Depreciação Acumulada 
 Intangível 
 Direitos de Uso de Softwares 
 Direitos de Autor e de Marcas 
 (-) Amortização Acumulada 
 20x1 20x0 
PASSIVO 
 Circulante 
 Fornecedores de bens e serviços 
 Obrigações com Empregados 
 Obrigações Tributárias 
 Empréstimos e Financiamentos a Pagar 
 Recursos de Projetos em Execução 
 Recursos de Convênios em Execução 
 Subvenções e Assistências Governamentais a Realizar 
 Não Circulante 
 Empréstimos e Financiamentos a Pagar 
 Recursos de Projetos em Execução 
 Recursos de Convênios em Execução 
 Subvenções e Assistências Governamentais a Realizar 
 Patrimônio Líquido 
 Patrimônio Social 
 Outras Reservas 
 Ajustes de Avaliação Patrimonial 
 Superávit ou Déficit Acumulado 
 
 
31 
2. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO 
 
 20x1 20x0 
RECEITAS OPERACIONAIS 
 Com Restrição 
 Programa (Atividades) de Educação 
 Programa (Atividades) de Saúde 
 Programa (Atividades) de Assistência Social 
 Programa (Atividades) de Direitos Humanos 
 Programa (Atividades) de Meio Ambiente 
 Outros Programas (Atividades) 
 Gratuidades 
 Trabalho Voluntário 
 Rendimentos Financeiros 
 Sem Restrição 
 Receitas de Serviços Prestados 
 Contribuições e Doações Voluntárias 
 Ganhos na Venda de Bens 
 Rendimentos Financeiros 
 Outros Recursos Recebidos 
CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS 
 Com Programas (Atividades) 
 Educação 
 Saúde 
 Assistência Social 
 Direitos Humanos 
 Meio Ambiente 
 Gratuidades Concedidas 
 Trabalho Voluntário 
RESULTADO BRUTO 
DESPESAS OPERACIONAIS 
 
 
32 
 Administrativas 
 Salários 
 Encargos Sociais 
 Impostos e Taxas 
 Aluguéis 
 Serviços Gerais 
 Manutenção 
 Depreciação e Amortização 
 Perdas Diversas 
 Outras despesas/receitas operacionais 
 
OPERAÇÕES DESCONTINUADAS (LÍQUIDO) 
 
SUPERÁVIT/DÉFICIT DO PERÍODO 
 
Observações: 
1) As despesas administrativas se referem àquelas indiretas ao programa (atividades); 
2) As gratuidades e o trabalho voluntário devem ser demonstrados por programa 
(atividades) em Nota Explicativa. 
 
 
3. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA 
3.1. Método Direto 20x1 20x0 
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais 
 Recursos Recebidos 
 Entidades Governamentais 3,00 2,00 
 Entidades Privadas 3,00 1,00 
 Doações e Contribuições Voluntárias 1,00 1,00 
 Próprios 1,00 2,00 
 Rendimentos Financeiros 1,00 1,00 
 Outros 1,00 1,00 
 Pagamentos Realizados 
 
 
33 
 
 
 
 
Aquisição de bens e Serviços – Programas (Atividades) 
Executados 
(3,00) (2,00) 
 Salários e Encargos Sociais do Pessoal Administrativo (1,00) (1,00) 
 Contribuições Sociais, Impostos e Taxas (0,00) (0,00) 
 Outros Pagamentos (1,00) (1,00) 
 (=) Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais 5,00 4,00 
 
Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento 
 Recursos Recebidos pela Venda de Bens 1,00 2,00 
 Outros Recebimentos por Investimentos Realizados 1,00 1,00 
 Aquisições de Bens e Direitos para o Ativo (3,00) (4,00) 
 (=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de Investimento (1,00) (1,00) 
 
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento 
 Recebimentos de Empréstimos 1,00 3,00 
 Outros Recebimentos por Financiamentos 1,00 1,00 
 Pagamentos de Empréstimos (2,00) (2,00) 
 Pagamentos de Arrendamento Mercantil (2,00) (3,00) 
(=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de Financiamento (2,00) (1,00) 
(=) Aumento Líquido de Caixa e Equivalentes de Caixa 2,00 2,00 
Caixa e Equivalentes de Caixa no Início do Período 3,00 1,00 
Caixa e Equivalentes de Caixa no Fim do Período 5,00 3,00 
 
 
34 
 
 
3.2. Método Indireto 20x1 20x0 
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais 
 Superávit (Déficit) do Período 1,00 1,00 
 Ajustes por: 
 (+) Depreciação 1,00 1,00 
 (+) Amortização 1,00 1,00 
 (+) Perda de Variação Cambial 1,00 0,00 
 (-) Ganho na Venda de Bens do Imobilizado (1,00) (1,00) 
 Superávit (Déficit) Ajustado 3,00 2,00 
 Aumento (Diminuição) nos Ativos Circulantes 
 Mensalidades de Terceiros 2,00 3,00 
 Atendimentos Realizados 4,00 3,00 
 Adiantamentos a Empregados (1,00) (1,00) 
 Adiantamentos a Fornecedores (1,00) (1,00) 
 Recursos de Parcerias em Projetos (1,00) (1,00) 
 Tributos a Recuperar 1,00 1,00 
 Despesas Antecipadas (1,00) (1,00) 
 Outros Valores a Receber 2,00 5,00 1,00 4,00 
 Aumento (Diminuição) nos Passivos Circulantes 
 Fornecedores de bens e serviços (3,00) (2,00) 
 Obrigações com Empregados (2,00) (1,00) 
 Obrigações Tributárias (1,00) (1,00) 
 Empréstimos e Financiamentos a Pagar 4,00 3,00Recursos de Projetos em Execução (2,00) (1,00) 
 Recursos de Convênios em Execução (1,00) (1,00) 
 Subvenções e Assistências Governamentais 3,00 2,00 
 Outras Obrigações a Pagar (1,00) (3,00) (1,00) (2,00) 
 (=) Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais 5,00 4,00 
 
 
 
35 
Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento 
 Recursos Recebidos pela Venda de Bens 1,00 2,00 
 Outros Recebimentos por Investimentos Realizados 1,00 1,00 
 Aquisições de Bens e Direitos para o Ativo (3,00) (4,00) 
 (=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de Investimento (1,00) (1,00) 
 
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento 
 Recebimentos de Empréstimos 1,00 3,00 
 Outros Recebimentos por Financiamentos 1,00 1,00 
 Pagamentos de Empréstimos (2,00) (2,00) 
 Pagamentos de Arrendamento Mercantil (2,00) (3,00) 
(=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de 
Financiamento 
 (2,00) (1,00) 
(=) Aumento Líquido de Caixa e Equivalentes de Caixa 2,00 2,00 
Caixa e Equivalentes de Caixa no Início do Período 3,00 1,00 
Caixa e Equivalentes de Caixa no Fim do Período 5,00 3,00 
 
 
4. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO SOCIAL EM 31/12/20X1 
 
 Patrimônio 
Social 
Outras 
Reservas 
Ajustes de 
Avaliação 
Patrimonial 
Superávit 
/ Déficit 
 
Total do 
Patrimônio 
Líquido 
Saldos iniciais em 
31.12.20x0 
X - - X X 
Movimentação do 
Período 
 
Superávit / Déficit do 
Período 
 X X 
Ajustes de Avaliação Pat. X X 
Recursos de Superávit 
com Restrição 
 X (X) - 
Transferência de 
Superávit de Recursos 
sem Restrição 
X (X) 
 
- 
 
 
36 
 
 
XIII. CONCLUSÃO 
 
• É importante aumentar a transparência entre a ENTIDADE SEM FINALIDADE DE 
LUCROS e o ESTADO. Ressalte-se, entretanto, que em nome do controle, não se 
devem criar dificuldades incontornáveis para a execução de programas essenciais 
à sociedade. 
 
• “Uma lei passa a existir não quando ela for escrita, mas quando ela for 
respeitada.” 
(Juan Bautista Alberdi, 1810 – 1884) 
 
 
 
Saldos finais 31/12/20x1 X X X - X 
 
 
37 
XIV. EXERCÍCIOS 
1. As associações (OSCIP) são pessoas jurídicas formadas pela união de 
pessoas, cujo fator preponderante são: 
a) as pessoas que as compõem 
b) o patrimônio 
c) os lucros obtidos 
d) a venda de mercadorias 
 
2. Os principais benefícios concedidos às OSCIP são: 
a) Imunidade e isenção 
b) Exclusão e imunidade 
c) Isenção e incentivos 
d) Exclusão e incentivos 
 
3. No momento em que a fiscalização verificar que a Entidade não está 
atendendo a qualquer requisito legal, a imunidade será: 
a) Adiada 
b) Eliminada 
c) Cancelada 
d) Substituída 
 
4.Cite cinco tributos abrangidos pela imunidade. 
 
5. Que principal benefício uma associação qualificada como OSCIP pode 
conceder ao doador? 
 
6. Como deve ser registrada uma doação efetuada em dinheiro (sem 
restrição)? 
 
7. E no caso de um bem recebido como doação (sem restrição)? 
 
 
 
38 
8. Quais os quesitos mínimos que deverão constar de uma prestação de 
contas? 
 
9. Cite uma situação em que as entidades sem fins lucrativos não estão isentas 
do Imposto de Renda? 
 
 
RESOLUÇÕES DOS EXERCÍCIOS 
1. a 
2. a 
3. c 
4. IRPJ, IPI, ICMS, IPTU, ISS 
5. Possibilidade de deduzir do cálculo do lucro real e da base de 
cálculo da contribuição social sobre o lucro, até o limite de 2% 
sobre o lucro operacional, o valor das doações efetuadas. 
6. Débito – Caixa 
Crédito – Receitas 
7. Débito – Imobilizado 
Crédito – Doações e subvenções (Receitas) 
 8. - Relatório de Atividades do período. 
- Demonstrações contábeis. 
- Informações bancárias (relacionar bancos, tipos de contas, ...). 
- Inventário patrimonial (bem, data de aquisição, localização, ...). 
- Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa 
Jurídica (DIPJ). 
- Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). 
- Parecer do Conselho Fiscal. 
- Parecer dos Auditores Independentes. 
- Cópias de convênios, contratos e termos de parcerias. 
 9. Descumprimento da legislação pertinente 
 
 
 
39 
XVI. BIBLIOGRAFIA 
 ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Manual Prático de Interpretação Contábil da 
Lei Societária. 8 ed.Ed.Atlas: SP. 2012. 
 BORELY, Armando Madureira. Auditoria como Ferramenta Estratégica de 
Controle das Organizações não Governamentais: Um Estudo de Caso. Dissertação 
apresentada no Programa de Ciências Contábeis da UERJ como requisito para obtenção 
do título de Mestre. Outubro de 2005. 
 BOYNTON, William C., JOHNSON, Raymond N., KELL, Walter G. Auditoria. 
Traduzido da 7 edição por José Evaristo dos Santos. 1 ed. Ed.Atlas: SP. 2002. 
 BRASIL, Conselho Federal de Contabilidade. Resolução 1.409/12 de 
21/09/2012. Entidade sem Finalidade de Lucros. 
 BRASIL, Conselho Federal de Contabilidade. Caderno de Procedimentos 
Aplicáveis à Prestação de Contas das Entidades do Terceiro Setor (Fundações). 
Brasília, 2011. 
 BRASIL, Conselho Federal de Contabilidade. Manual de Procedimentos 
Contábeis para Fundações e Entidades de Interesse Social. 2ª ed, Brasília: CFC, 
2007. 
 COELHO, Cláudio Ulysses Ferreira. LINS, Luiz dos Santos. Teoria da 
Contabilidade – Abordagem Histórica e Gerencial. 1 ed. Ed.Atlas: SP. 2010. 
 HENDRIKSEN,Eldon S. e BREDA, Michael F. Van. Teoria da Contabilidade. 5 
ed. Ed.Atlas: SP. 1999. 
 IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 10 ed. Ed. Atlas: SP. 2010. 
 OLAK, Paulo Arnaldo. DIOGO, Toledo do Nascimento. Contabilidade para 
Entidades sem Fins Lucrativos (Terceiro Setor). 3 ed. Ed.Atlas: SP. 2010.

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