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Parecer Jurídico Seção 1

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PARECER JURÍDICO DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS.
PARECER Nº X, DE 2017
Referente ao Projeto de Lei Ordinária de nº x, com autoria do ilustríssimo Deputado Federal X, do estado de Goiás, que em seu teor visa regulamentar o horário de funcionamento comercial e bancário.
I – RELATÓRIO:
Vem a exame desta Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC), a análise da constitucionalidade e legalidade do Projeto de Lei Ordinária (PLO) nº X, de 2017 de inciativa do nobre Deputado Federal X, da unidade federativa de Goiás.
	O projeto em questão estabelece em sua matéria novos horários de funcionamento para estabelecimentos comerciais e bancários, segundo o PLO, será proibido o funcionamento de tais estabelecimentos após as 17 horas, das segundas as sextas-feiras, além de ter o seu funcionamento vedado aos sábados.
	Para justificar sua iniciativa, o Deputado Federal X explica que, o comercio é uma atividade integrante do setor terciário que deve ter fixados os horários de funcionamento em razão da segurança pública e do bem-estar de seus funcionários. Não obstante afirma que, o comercio é responsável pela circulação de riquezas de nosso PIB (Produto Interno Bruto), e que isto se trata de uma competência privativa da União, cabendo ao Governo Federal regular tal tema, haja vista tratar-se de matéria de Direito Comercial nos termos do artigo 22, inciso I, da CRFB/88.
II – ANÁLISE:
	A fim de elucidar a questão em debate, analisaremos o motivo citado pelo exímio Deputado Federal X, que ergueu seus argumentos com base no artigo 22, inciso I, da CRFB/88. A Carta Magna estabelece à União a competência de legislar, dentre outras, a matéria de Direito Comercial, todavia, o horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais e bancários interessa mais aos municípios do que a União, uma vez que, os hábitos, interesses, taxas de criminalidade, movimentação de pessoas, dentre outros fatores se diferem de uma localidade para outra.
	Para sustentar o argumento citado, incidiremos na aplicação do Princípio da Prevalência do Interesse Local, estabelecido pelo artigo 30, inciso I da Constituição Federal, que atribui ao município a competência de legislar sobre assuntos de interesse local, responsabilizando o mesmo a estabelecer normas que melhor se adaptam as suas necessidades, incluindo horários de funcionamento de estabelecimentos, que é o assunto debatido, além de outras normas.
	Com o intuito de sanar qualquer dúvida restante, temos como fundamentação jurisprudencial a Súmula de nº 645 do STF (Supremo Tribunal Federal) que também estabelece ao município a competência para fixar o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, dando ênfase a corrente aqui levantada e defendida. Baseando-se no que representa o STF, órgão de cúpula do poder Judiciário, a quem compete precipuamente, a guarda da Constituição Federal, conforme definido no artigo 102 da própria Constituição.
Diante de tal fato é inegável a competência do órgão para estabelecer tal norma, cabendo aos operadores do direito seguir e horar tal jurisprudência, pois em um Estado do tipo federado é de suma importância respeitar a autonomia entre os entes federativos.
III – CONCLUSÃO:
	Diante dos fatos aqui expostos, a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados Federais conclui pela inconstitucionalidade do Projeto de Lei Ordinária nº X, em razão de ferir o artigo 30, inciso I da Constituição Federal da Republica de 1988, além de ir contra entendimento do Supremo Tribunal Federal no enunciado sumular vinculante nº 635, portanto não podendo ser aprovada e reconhecida como lei, salvo melhor juízo.
Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania, 1º de março de 2017.

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