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Aula 02 (3)

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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques
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Olá, 
Bom dia! Então, hoje vamos estudar os princípios
administrativos, conforme o seguinte: 
AULA 02: 1.4 Regime jurídico-administrativo:
princípios do direito administrativo. 1.5 Princípios da
administração pública. 
Vamos que vamos. 
Princípios Administrativos 
Ao iniciarmos o estudo do Direito Administrativo nos
deparamos com a organização da Administração Pública. Assim, tais
entes e entidades, órgãos e agentes, estão submetidos ao conjunto
de normas que vai orientar toda a sua atuação. 
Como bem destaca a doutrina, as normas podem ser
divididas em regras e princípios. Os princípios são comandos mais
abstratos, gerais, quando em conflito (só aparente) se resolve pela
ponderação de valores, já as regras ou se aplicam ou não se aplicam
(os conflitos são resolvidos por critérios de intertemporalidade, tal
como lei posterior revoga a anterior, lei especial afasta a geral etc),
são menos abstratas e, em geral, tratam de situação específica. 
Com efeito, é importante sabermos que é a
Constituição Federal que estabelece de forma expressa ou implícita
os princípios fundamentais que orientam a Administração Pública. 
Os princípios administrativos, segundo o Prof.
Carvalho “são os postulados fundamentais que inspiram todo
o modo de agir da Administração Pública”. 
Para Diógenes Gasparini, os princípios constituem “um
conjunto de proposições que alicerçam ou embasam um
sistema e lhe garantem validade”. 
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Como bem apontam Vicente Paulo e Marcelo
Alexandrino, “os princípios são as idéias centrais de um 
sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um
sentido lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma
adequada compreensão de sua estrutura”. 
Com efeito, como disse, a Constituição prevê os
princípios que orientam toda a Administração Pública, seja ela direta
ou indireta, dos três poderes, da União, dos Estados, Distrito Federal
e dos Municípios, ao prevê os denominados princípios (expressos)
básicos da Administração Pública, sendo: Legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência,
conforme preconiza o art. 37, caput, assim expresso: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
O princípio da Legalidade, também chamado de
legalidade administrativa, restrita ou estrita, expressa que a
administração somente pode fazer o que a lei autoriza ou permite. 
É, consoante magistral lição de José Afonso da Silva,
“princípio basilar do Estado Democrático de Direito”, “porquanto é da 
essência do seu conceito subordinar-se à Constituição e fundar-se na
legalidade democrática. Sujeitar-se ao império das Leis”. 
Cuidado, pois, há a legalidade geral (ou princípio
da autonomia da vontade) que permite aos particulares que se
faça tudo que a lei não proíba, conforme prevê o art. 5º, inc. II, da
CF/88, segundo o qual “ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. 
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Todavia, ao administrador público somente cabe
realizar o que a lei permita (atuação vinculada) ou autorize (atuação
discricionária). 
É necessário distinguir o princípio da legalidade do
princípio da reserva legal, sendo importante verificarmos qual o
alcance da expressão lei no âmbito do princípio da legalidade
administrativa (alcance da legalidade). 
Quanto ao seu alcance, o princípio da legalidade deve
ser visto como respeito, submissão, à lei. No entanto, devemos
entender aqui lei em sentido amplo, ou seja, qualquer ato
normativo, desde a Constituição, passando pelos atos
infraconstitucionais (espécies normativas do art. 59, CF/88), até os
atos infralegais (decretos, regulamentos, instruções normativas). 
Nesse aspecto, devemos considerar inclusive os
princípios expressos e implícitos contidos na Constituição Federal, ou
seja, não se exige apenas a observância da lei em sentido estrito.
Deve-se observar o que se denomina bloco de legalidade, ou seja,
não só a lei em sentido estrito, mas todo o ordenamento jurídico. 
Por isso, na atualidade, o princípio da legalidade tem
sido chamado de princípio da jurisdicidade, na feliz expressão da
Profa. Raquel Melo Urbano, na medida em que a Administração deve
observar a lei e o Direito, conforme art. 2º, parágrafo único, da Lei
nº 9.784/99. 
Quanto à diferença entre legalidade e o princípio da
reserva legal, devemos observar que este denota a ideia de
necessidade de lei, no sentido formal, para dispor, regulamentar,
certas matérias, conforme exigência constitucional. 
Por exemplo, ao servidor público é assegurado o
direito à greve, nos termos e limites da lei. Assim, exige-se lei, em
sentido estrito, a regular tal atividade. Quer dizer, que não poderá a
matéria ser regulada por outro ato do poder público, senão por lei.
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Quer dizer que determinados temas devem
necessariamente ser regulamentos por meio de lei em sentido
estrito. 
Ademais, vale lembrar que o princípio da legalidade
tem representação para além do âmbito geral ou administrativo, há
ainda o princípio da legalidade penal, da legalidade tributária etc. 
A propósito, em sintonia com o princípio da legalidade
é possível destacar o princípio da finalidade, segundo o qual o
administrador público deve observar em todos os seus atos o fim
estabelecido pela lei, que é o atendimento ao interesse público. 
Com efeito, acaso o administrador pratique o ato não
cuidando da finalidade pública incidirá em vício, denominado de
desvio de finalidade, modalidade de abuso de poder, o que
causa a nulidade do ato. 
Para alguns autores, o princípio da finalidade tem
estreita sintonia com o princípio da impessoalidade. 
O princípio da impessoalidade é visto sob duas
vertentes. A primeira, no sentido de atuar visando o interesse
público (finalidade), impedindo assim que a Administração atue de
forma discriminatória ou beneficie alguém por critérios subjetivos,
ou seja, que favoreça ou prejudique alguém por critérios pessoais. 
Nesse sentido, conforme bem destaca o Prof. Bandeira
de Mello, o princípio da impessoalidade assumiria a faceta de
princípio da isonomia, na medida em que a Administração deve
proporcionar igualdade de condições e tratamento a todos os
administrados. 
Noutra acepção, estabelece a vedação da promoção
pessoal de agentes públicos ou autoridades administrativas,
conforme preconiza o §1º do art. 37, CF/88, assim expresso: 
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§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos. 
Nesse aspecto, ébom esclarecer que os atos
realizados pelos agentes públicos não são imputados a si mesmos,
mas às pessoas jurídicas a que pertencem, ou seja, à Administração
Pública (princípio da imputação volitiva), conforme observamos
na aplicação da teoria do órgão. 
Assim, quando o agente usa a máquina administrativa
visando promoção pessoal deverá sofrer as sanções legais na
medida em que não deve atuar em seu nome, mas em nome da
coletividade, isto é, em nome da Administração Pública, que
representa o interesse coletivo. 
Para Hely Lopes Meirelles, o princípio da
impessoalidade está relacionado ao princípio da finalidade, pois a
finalidade se traduz na busca da satisfação do interesse público. 
A propósito, vale lembrar que o interesse público se
subdivide em primário (interesse coletivo) e secundário (entendido
como interesse da Administração enquanto pessoa jurídica). 
Como destacado, noutro sentido é a lição de Celso
Antonio Bandeira de Mello, que liga a impessoalidade ao princípio
da isonomia, que determina tratamento igual a todos perante a lei.
E afirma que o princípio da finalidade é inerente ao princípio da
legalidade, ou seja, está contido nele, na medida em que estabelece
o dever de a lei cumprir seu objetivo. 
O princípio da moralidade está assentado na ética,
moral, lealdade, ou seja, no sentido de promover a probidade
administrativa, a honestidade. 
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É princípio que permite a verificação de validade dos
atos administrativos, sob o prisma da legitimidade. 
É certo que se trata de um conceito jurídico
indeterminado, carecendo de norma para concretizá-lo, ante sua
natureza abrangente, mas, como bem destaca Alexandrino, “o 
princípio da moralidade complementa, ou torna mais efetivo,
materialmente, o princípio da legalidade”. 
Todavia, não se pode dizer, jamais, que se trata de
primado inútil, visto servir de parâmetro para coibir condutas
ilegítimas, devendo ser tonalizado sob o aspecto jurídico, de modo a
caracterizar o conjunto de preceitos advindos da disciplina
administrativa no tocante à condução da coisa pública. 
Como bem ensina Hely Lopes Meirelles à moralidade
administrativa é a atuação dentro dos padrões da ética, moral,
honestidade, probidade. 
Nesse sentido, a Constituição, no seu art. 37, §4º,
estabelece que os atos de improbidade administrativa importarão
em suspensão dos direitos políticos, perda da função pública,
indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, sem prejuízo
da ação penal cabível. 
Percebe-se, portanto, que a Constituição deu especial
atenção à probidade, já que, nos dizeres de José Afonso da Silva, a
improbidade administrativa é uma imoralidade qualificada. 
Com efeito, a Constituição permitiu ao particular
(cidadão) exercer o controle dos atos da Administração a fim de
verificar não só o cumprimento dos aspectos da legalidade, mas
também da moralidade, conforme prevê o art. 5º, inc. LXXIII, ao
dispor sobre a ação popular. 
O princípio da publicidade consiste na obrigação
que tem a Administração Pública, como atividade e ente público, de
dar transparências aos seus atos, como meio de assegurar a todos o 
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conhecimento de suas realizações, a fim de fiscalizá-la e exercer o
controle sobre esses atos, bem como para fins de o ato produzir
seus efeitos. 
É certo que a conduta da Administração deve ser
pública, transparente. Todavia, a Constituição ressalva alguns atos
que são protegidos pelo sigilo, eis que necessários aos imperativos
de segurança nacional ou que digam respeito à intimidade ou vida
privada. 
A publicidade poder ser feita pelos mais diversos
meios, tal como a utilização de jornal oficial ou em local onde se
possa dar ampla divulgação dos atos administrativos. Por vezes será
necessário que a publicidade seja realizada diretamente ao
interessado (notificação) ou somente em boletim interno. 
Assim, o princípio da publicidade pode, como meio de
transparência, ser um requisito de validade do ato, ou, poderá,
como instrumento para deflagrar os efeitos do ato (publicação do
ato), ser requisito de eficácia. 
Uma das decorrências do princípio da publicidade é o
princípio da motivação dos atos administrativos, ou seja,
segundo o qual na pratica de um ato deve a Administração
apresentar, torna explícitos, os motivos de sua realizada, ou seja, os
fatos e fundamentos de direito que o justificam. 
O principio da eficiência, erigido a princípio
expresso a partir da EC 19/98, traduz a ideia de resultado, busca
pela excelência no exercício das atividades administrativas. 
Para tanto, criou-se diversos mecanismos tal como as
escolas de governos, avaliações periódicas e políticas de
desenvolvimento da administração, tal como o contrato de gestão
(art. 37, §8º, CF/88). 
Como bem destaca José Afonso da Silva, o princípio da
eficiência “orienta a atividade administrativa no sentido de conseguir 
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os melhores resultados com os meios escassos de que dispõe e a
menor custo”, “consiste na organização racional dos meios e 
recursos humanos, materiais e institucionais para a prestação de
serviços públicos de qualidade com razoável rapidez”. (art. 5º, 
LXXVIII) 
Trata-se da tentativa de mudar o foco da
Administração, ou seja, passar-se a uma Administração gerencial,
que busca o resultado, em detrimento da Administração
burocrática, que prima pelo controle, bem como da Administração
Patrimonialista, que confundia o interesse do dirigente com o
interesse da Administração. 
A par desses princípios expressos existem outros
princípios implícitos na CF/88, também chamados de
reconhecidos, sendo importante destacar os princípios da
supremacia do interesse público sobre o privado, o da
indisponibilidade do interesse público, da autotutela, da
proporcionalidade e razoabilidade, da continuidade dos
serviços públicos, dentre outros. 
O princípio da supremacia do interesse público
traduz-se na ideia de que o interesse público deve prevalecer sobre
o interesse particular, de modo que, em regra, quando houver um
confronto entre o interesse público e o particular, deve-se dar
primazia ao interesse público. 
Diz-se, em regra, tendo em vista que a Constituição
estabeleceu uma série de direitos e garantias individuais que,
mesmo em confronto com o interesse público, devem ser
respeitados, resguardados. 
Com efeito, é em razão do princípio da supremacia do
interesse público que se fundam as prerrogativas ou poderes
especiais conferidos à Administração Pública. 
É por força da supremacia que a Administração Pública
atua com superioridade em relação ao particular, por exemplo, 
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impondo-lhe obrigações de forma unilateral, com a inserção de
cláusulas exorbitantes em contratos administrativos, conferindo
presunção de legitimidade aos atos da Administração etc. 
De outro lado, o princípio da indisponibilidade do
interesse público orienta à Administração Pública impondo-lhe
restrições, limitações, ou seja, não lhe é dado dispor desse
interesse, eis que ela não é sua proprietária, detentora do interesse
público, apenas o tutela, o protege, ou seja, apenas representaa
coletividade, de modo que não pode dispor do que não lhe pertence. 
Significa dizer que, de um modo geral, não há
possibilidade de a Administração Pública abdicar, dispor, abrir mão,
daquilo que se refere ao interesse público. Por isso, a sujeição da
administração pública a restrições especiais ou diferenciadas, tal
como dever de prestar contas, concurso público, licitações etc. 
Esses dois princípios, é importante dizer, são
considerados por parte da doutrina como super-princípios, ou pedras
angulares do Direito Administrativo, na feliz expressão de Celso
Antônio Bandeira de Mello, na medida em que dão origem aos
demais princípios administrativos e ao próprio regime jurídico
administrativo. 
Portanto, pode-se afirmar que o sistema
administrativo está fundado nesses postulados centrais, isto é nestes
dois princípios primordiais (na supremacia e na indisponibilidade do
interesse público). 
Decorrência lógica desses dois princípios, e aplicação
do princípio da legalidade, surge o princípio da autotutela,
segundo o qual a administração pública pode controlar seus próprios
atos, ou seja, pode anular os atos que contenham vício de legalidade
e revogar os inconvenientes e inoportunos, respeitados os direitos
de terceiros de boa-fé. 
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Podemos ainda citar os princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade, da continuidade, da
motivação, dentre outros que orientarão a atividade administrativa. 
Os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, como já observamos, são princípios implícitos
na Constituição Federal e decorrem diretamente do princípio da
legalidade, bem como do postulado do devido processo legal
substantivo. 
Vale lembrar, ademais, que a Lei nº 9.784/99
positivou esses princípios, ao prescrever a observância da
adequação entre meios e fins (razoabilidade), vedada a
imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
interesse público (proporcionalidade). 
De todo modo, necessário ainda dizer que a Lei nº 
9.784/99, lei que regula o processo administrativo no âmbito
federal, positivou diversos princípios que estavam implícitos no bojo
da Constituição, estabelecendo o seguinte: 
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência. 
O princípio da continuidade, princípio específico da
prestação dos serviços públicos, estabelece que em razão do
atendimento das necessidades e anseios da coletividade, os serviços
públicos não podem ser interrompidos, não podem sofrer lapso
(intervalo) de continuidade. 
É claro que, como se sabe, nenhum princípio é
absoluto, de modo que há casos em que será possível a paralisação.
Todavia, trata-se de exceção à regra, ou seja, os serviços poderão
ser interrompidos nos seguintes casos: 
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 Desde que ocorra o prévio aviso: 
o Para fins de manutenção 
o Por razões de inadimplência (falta de 
pagamento). Neste caso, o débito deve ser
atual, considerado este o até três meses do
aviso de corte. (se for débito antigo, segundo
entendimento do STJ não poderá ocorrer a
suspensão no fornecimento). 
 Sem aviso prévio 
o Situações emergenciais (catástrofes ou 
decorrentes de eventos da natureza ou caso
fortuito/força maior) 
O princípio da segurança jurídica, denominado por
alguns de princípio da proteção da confiança (boa-fé),
estabelece a necessidade de estabilidade das relações jurídicas em
virtude do transcurso de tempo e da boa-fé do administrado. 
É decorrência desse princípio a decadência, a
prescrição, bem como os postulados constitucionais do direito
adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada. 
Esse princípio é visto sob duas vertentes, a
perspectiva de certeza, ou seja, no sentido de que as normas e
regras são de conhecimento comum, e a perspectiva de estabilidade,
isto é, de que as relações constituídas se consolidam com o tempo
(segurança jurídica) e de que o administrado, por atuar de boa-fé,
não pode sofrer com atos da Administração que venham no futuro a
ser invalidados, já que gozam de presunção de legalidade. 
O prof. Carvalho Filho ainda indica o princípio da
precaução, retirado do âmbito do Direito Ambiental, mas que
também já vem sendo adotado no âmbito do Direito Administrativo,
no sentido de que se determinadas condutas traz riscos para a
coletividade a Administração deve tomar medidas (prevenção) para
evitar que tais ações/eventos lhe geram danos. 
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Por exemplo, se um empresário que desenvolver um
novo projeto empresarial (exploração de determinado componente)
ao solicitar o alvará para funcionamento dessa atividade, a
Administração deverá lhe cobrar os estudos necessários para saber
qual o impacto que essa exploração possa vir a causar na
coletividade (precaução). 
Assim, vamos às questões. 
QUESTÕES COMENTADAS 
1. (PERITO MÉDICO – INSS – CESPE/2010) O sistema
administrativo ampara-se, basicamente, nos princípios da
supremacia do interesse público sobre o particular e da
indisponibilidade do interesse público pela administração. 
Comentário: 
Conforme destacado, a Constituição Federal, em seu
art. 37, caput, determina que a Administração Pública deverá
observar os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência, dentre outros, na realização de suas
atividades. 
Sabemos, no entanto, que além desses princípios
expressos, existem outros princípios implícitos, tal como os
princípios da supremacia do interesse público sobre o privado e
da indisponibilidade do interesse público, que são os postulados
centrais do regime jurídico-administrativo. 
Portanto, pode-se afirmar que o sistema
administrativo está fundado nesses dois princípios primordiais, ou
seja, na supremacia e na indisponibilidade do interesse público. 
Gabarito: Certo. 
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2. (ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) A
supremacia do interesse público é o que legitima a atividade
do administrador público. Assim, um ato de interesse público,
mesmo que não seja condizente com a lei, pode ser
considerado válido pelo princípio maior da supremacia do
interesse público. 
Comentário: 
Como se sabe, não há hierarquia entre princípios. De
modo que o princípio da supremacia, muito embora a seja
considerado um superprincípio, anda lado ao lado com o princípio da
indisponibilidade, do qual decorre, por exemplo, o princípio de
legalidade. 
Assim, um ato de interesse público não será
considerado válido se não está condizente com a legalidade, ainda
que se considere a supremacia desse interesse. 
Gabarito: Errado. 
3. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STM –
CESPE/2011) Em situações em que a administração participa
da economia, na qualidade de Estado-empresário, explorando
atividade econômica em um mercado concorrencial,
manifesta-se a preponderância do princípio da supremacia do
interesse público. 
Comentário: 
Como já destacado, o princípioda supremacia do
interesse público se traduz em prerrogativas, poderes especiais
conferidos à Administração Pública para realizar seus fins. Significa
dizer que a Administração goza de superioridade em relação ao
particular. 
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Todavia, em regra, quando a Administração cria
entidade para participar do mercado, estará atuando em pé de
igualdade, ou seja, estará submetida ao mesmo regime jurídico das
demais pessoas privadas (regime jurídico de direito privado),
conforme estabelece o art. 173, §1º, inc. II, CF/88, que assim
expressa: 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição,
a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só
será permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa
pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção
ou comercialização de bens ou de prestação de serviços,
dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998) 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e
tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998) 
Por isso, em situações em que a administração
participa da economia, na qualidade de Estado-empresário,
explorando atividade econômica em um mercado concorrencial, não
se manifesta a preponderância do princípio da supremacia do
interesse público. 
Gabarito: Errado. 
4. (ADMINISTRADOR – TJ/RR – CESPE/2012) Do princípio da
supremacia do interesse público decorre a posição jurídica de
preponderância do interesse da administração pública. 
Comentário: 
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De fato, do princípio da supremacia do interesse
público decorre a posição jurídica de supremacia do interesse da
administração pública. 
De toda sorte, devemos lembrar que o interesse da
administração pública, enquanto pessoa jurídica, é denominado de
interesse público secundário e somente goza da supremacia se for
compatível com o interesse público primário (interesse da
coletividade). 
Gabarito: Certo. 
5. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RR – CESPE/2012) O
princípio da supremacia do interesse público vincula a
administração pública no exercício da função administrativa,
assim como norteia o trabalho do legislador quando este
edita normas de direito público. 
Comentário: 
A toda evidência o princípio da supremacia tanto
vincula a Administração na condução de seus atos, bem como o
Legislador no momento de elaboração da norma, neste caso, por
exemplo, quando cria algum direito ou prerrogativa para a
Administração. 
Gabarito: Certo. 
6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL –
CESPE/2012) Ao deliberar pela prática ou não de ato
vinculado, o servidor deve observar o princípio da supremacia
do interesse público, sob pena de se caracterizar o desvio de
finalidade, se o ato favorecer particular específico. 
Comentário: 
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16 
É preciso cuidado. Se o ato é vinculado, não cabe
deliberação (decisão) por parte da Administração em praticá-lo ou
não, mesmo que sob o argumento de que o interesse público deve
preponderar, ainda que o ato tenha por finalidade favorecer pessoa
específica. É que justamente aí poderá estar diante de um ato que
visa resguardar, preservar o direito individual. 
Gabarito: Errado. 
7. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) De acordo com precedente
histórico do STF, é possível, sem ofensa ao princípio da
indisponibilidade do interesse público, a União firmar
compromisso arbitral, mesmo em situação excepcional, desde
que relativamente a direitos patrimoniais do Estado. 
Comentário: 
De fato, no julgamento do RE 253.855-0, da relatoria
da Min. Ellen Gracie, resgatou-se um entendimento histórico do STF
no sentido de que o Estado pode firmar compromisso arbitral, a fim
de se utilizar de soluções alternativas de conflitos, desde que
relativamente a direitos patromoniais. 
Observe o trecho do julgado: 
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17 
Gabarito: Certo. 
8. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – TCE/ES –
CESPE/2012) Segundo o princípio da indisponibilidade, o
agente público não dispõe livremente dos bens e do interesse
público, devendo geri-los da forma que melhor atenda à
coletividade. 
Comentário: 
De fato, o agente público é mero gestor da coisa
público, portanto, com base no princípio da indisponibilidade, não
dispõe livremente dos bens e do interesse público, devendo geri-los
da forma que melhor atenda à coletividade. 
Gabarito: Certo. 
9. (AGENTE ADMINISTRATIVO – PRF – CESPE/2012) Em
decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse
público, não é permitido à administração alienar qualquer
bem público enquanto este bem estiver sendo utilizado para
uma destinação pública específica. 
Comentário: 
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18 
Quando um bem público é utilizado sob destinação
específica, de modo a atender ao interesse público, diz-se que está
afetado. 
Com efeito, não é permitido, ante o princípio da
indisponibilidade do interesse público, alienar bens públicos afetados
à destinação pública específica. 
Gabarito: Certo. 
10. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MS –
CESPE/2013) Decorrem do princípio da indisponibilidade do
interesse público a necessidade de realizar concurso público
para admissão de pessoal permanente e as restrições
impostas à alienação de bens públicos. 
Comentário: 
A admissão de pessoal deve ser pautada por sistema
em que não crie privilégios ou distinção pessoal. Assim, como se
trata de mecanismo a permitir o ingresso de modo igualitário, não
pode o Estado dispor desse mecanismo para contratar que bem
entender, por não se tratar os cargos públicos de seus cargos, mas
destinados a realizar a atividade pública em prol da coletividade. 
Por isso, o concurso público, embora também decorra
de outros princípios, bem como as restrições impostas à alienação
de bens públicos são decorrências do princípio da indisponibilidade. 
Gabarito: Certo. 
11. (TÉCNICO CIENTÍFICO – BASA – CESPE/2010) Os
princípios da moralidade, da legalidade, da publicidade, da
eficiência e da impessoalidade, estipulados pelo texto
constitucional, somente se aplicam à legislação 
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administrativa referente à administração pública no âmbito
federal, com desdobramentos na administração direta, na
indireta e na fundacional. 
Comentário: 
Observe que o mandamento constitucional prescrito no
art. 37, caput, determina a aplicação dos princípios administrativos a
todas as esferas de governo, ou seja, a Administração Pública direta
e indireta, de quaisquer dos poderes da União, dos Estados, Distrito
Federal e Municípios, conforme o seguinte: 
Art. 37. A administraçãopública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
Gabarito: Errado. 
12. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) Os
princípios elencados na Constituição Federal, tais como
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência, aplicam-se à administração pública direta,
autárquica e fundacional, mas não às empresas públicas e
sociedades de economia mista que explorem atividade
econômica. 
Comentário: 
De acordo com o art. 37, CF/88, a Administração
Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência. 
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20 
Assim, tanto os entes políticos (União, Estados-
membros, DF e Municípios), quanto às entidades administrativas
(autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e
empresas públicas) se submetem aos princípios administrativos. 
Gabarito: Errado. 
13. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Os
princípios que informam o processo administrativo são os
mesmos que informam o processo judicial, aplicando-se, com
a mesma intensidade, em um e outro processo. 
Comentário: 
Os princípios que informam o processo administrativo
não são os mesmos e nem têm a mesma intensidade dos que
informam o processo judicial. Veja, por exemplo, o princípio da
inércia que se aplica no âmbito judicial e o da oficialidade, ou seja,
que a própria Administração pode deflagrar o processo
administrativo, mas o judiciário deve ser provocado. 
Gabarito: Errado. 
14. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT –
CESPE/2010) A atuação administrativa dos integrantes do
setor público deve ser pautada pela existência de uma
permissão legal. Assim sendo, o princípio explicitado na CF
hierarquicamente definido como mais importante é o da
legalidade, pois é um princípio norteador das ações públicas. 
Comentário: 
De fato, como vimos, temos o princípio da legalidade
como norteador de toda a atividade administrativa, ou seja, o
agente público somente atua quando houver permissão legal. 
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21 
No entanto, não se pode dizer que se trata de princípio
hierarquicamente definido com mais importante. É que, primeiro não
há hierarquia entre as disposições constitucionais, segundo que
todos os princípios orientadores da Administração são igualmente
importantes, podendo um ato administrativo, por exemplo, ser legal,
mas ser imoral, ser legal, mas violar a eficiência. 
Gabarito: Errado. 
15. (SECRETÁRIO EXECUTIVO – FUB – CESPE/2011) Tanto
na administração pública quanto na particular, o
administrador, para que órgão público ou a empresa alcance
os objetivos pretendidos, goza de liberdade para fazer o que
for necessário, desde que a lei não proíba. 
Comentário: 
Sabemos que a atuação administrativa sempre
depende de lei, seja autorizando (conduta discricionária), seja
determinado (conduta vinculada). Significa dizer que se não houver
autorização legal, a Administração Pública não pode fazer. 
Por outro lado, no âmbito privado, há a liberdade de
atuar, sendo restringida apenas quando houver proibição legal. 
Gabarito: Errado. 
16. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/ES –
CESPE/2011) O princípio da legalidade está relacionado ao
fato de o gestor público agir somente de acordo com a lei. 
Comentário: 
De fato, o princípio da legalidade impõe a obrigação de
agir somente de acordo com a lei (atuação conforme a lei e o 
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direito), ou seja, somente pode fazer o que a lei (bloco de
legalidade) permita ou autorize. 
Gabarito: Certo. 
17. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL –
CESPE/2012) O princípio da presunção de legalidade gera
para o prejudicado o ônus de provar a ilegalidade do ato
administrativo, tendo em vista a natureza jure et de jure da
presunção formada. 
Comentário: 
O princípio da presunção de legalidade gera, de fato, o
ônus de o administrado demonstrar a ilegalidade do ato. Contudo,
essa presunção não é jure et de jure (absoluta) e sim juris tantum
(relativa). 
Gabarito: Errado. 
18. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A
observância do princípio da legalidade — limitação imposta ao
Estado, que só pode fazer o que a lei permite — não impede
que a administração, por simples ato administrativo, conceda
direitos, crie obrigações ou imponha vedações aos
administrados em benefício da coletividade. 
Comentário: 
O princípio da legalidade somente permite que a
Administração faça o que lei determina ou autorize. Assim, por
simples ato administrativo não pode a Administração conceder
direito ou criar obrigações ou mesmo impor vedações, sem o devido
lastro legal. 
Gabarito: Errado. 
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23 
19. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012)
Segundo jurisprudência do STJ, a administração, por estar
submetida ao princípio da legalidade, não pode levar a termo
interpretação extensiva ou restritiva de direitos, quando a lei
assim não o dispuser de forma expressa. 
Comentário: 
De fato, é entendimento do STJ que a Administração,
ante a submissão ao princípio da legalidade, não pode levar a termo
interpretação extensiva ou restritiva de direitos, quando a lei assim
não o dispuser de forma expressa. 
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. APROVAÇÃO EM
CONCURSO PÚBLICO. PRETERIÇÃO NA ORDEM
CLASSIFICATÓRIA, INEXISTÊNCIA. CRIAÇÃO DE CARGO
PÚBLICO. SOMENTE POR MEIO DE LEI ESPECÍFICA.
PRECEDENTES DO PRETÓRIO EXCELSO E DESTA CORTE.
ESTRITA OBEDIÊNCIA À ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO DO
CERTAME. CONTRATAÇÕES A TÍTULO PRECÁRIO.
ALEGAÇÕES NÃO COMPROVADAS PELO ACERVO
PROBATÓRIO COLIGIDO AOS AUTOS. DIREITO LÍQUIDO E
CERTO. INEXISTENTE. PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA.
NECESSIDADE. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. PRINCÍPIO 
DA LEGALIDADE. PRECEDENTES. RECURSO DESPROVIDO. 
1. Há direito subjetivo à nomeação, dentro do prazo de
validade do certame, caso tenha havido preterição na
ordem classificatória ou contratação a título precário para o
preenchimento de vagas existentes, em detrimento da
nomeação de candidatos aprovados em certame ainda 
válido. 
2. Na hipótese, o art. 19 da Lei Estadual n.º 7.033/97 criou
apenas 04 (quatro) vagas para o cargo de Oficial de Justiça
dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Comarca de 
Riachão de Jacuípe/BA. 
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3. Embora o edital do concurso tenha veiculado a existência
de 04 (quatro) vagas, é patente ter decorrido essa
informação de manifesto erro da Administração ao publicar
a regra editalícia, porquanto 02 (duas) dessas vagas já
estavam preenchidas por candidatos aprovados no concurso 
anterior. 
4. Diante da discrepância entre o número de vagas
oferecidas no edital do certame e as realmente existentes
porforça de lei, deve prevalecer o prescrito nesta última,
pois as disposições contidas em mero ato administrativo -
edital - não podem sobrepor-se a determinação expressa 
em comando legal. 
5. A concessão da ordem pleiteada seria equivalente a
hipótese de criação de cargo público, desiderato esse que,
nos termos do art. 37, inciso I, da Constituição Federal, 
somente pode ser alcançado por meio de lei específica. 
6. A obediência à ordem de classificação dos certames
públicos é medida inarredável tanto para a Administração 
Pública quanto para o Poder Judiciário. 
7. Na via mandamental, a matéria submetida ao crivo de
Poder Judiciário reclama a apresentação de prova robusta e
pré-constituída do direito perseguido, sendo certo que
meras alegações não são capazes de contornar essa
exigência, sendo também impossível, nesse eito, levar a 
termo dilação probatória. 
8. O writ of mandamus não foi instruído com acervo
probatório apto a demonstrar a formalização de
contratações a título precário que alcançassem as
respectivas classificações dos Recorrentes. 
9. A Administração, por ser submissa ao princípio da
legalidade, não pode levar a termo interpretação
extensiva ou restritiva de direitos, quando a lei assim 
não o dispuser de forma expressa. 
10. Recurso ordinário em mandado de segurança conhecido
e desprovido. 
(RMS 28.675/BA, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA 
TURMA, julgado em 14/08/2012, DJe 22/08/2012) 
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Gabarito: Certo. 
20. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012)
Embora a administração pública esteja submetida ao
princípio da legalidade estrita, o STJ admite que a
administração pública institua sanção restritiva de direito ao
administrado por meio de ato administrativo de hierarquia
inferior à lei. 
Comentário: 
Esta questão é praticamente decorrência da anterior.
Então, não se pode criar direitos ou obrigações por meio de ato 
administrativo que não decorram diretamente da lei. 
Por isso, a Administração não pode instituir sanção
restritiva de direito por meio de ato administrativo, conforme 
entendimento do STJ: 
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. INTERDIÇÃO DE
DIREITO APLICADA PELA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE -
ANS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL DA PENALIDADE. NÃO
INSTAURAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO REGULAR
CONTRA A PESSOA SANCIONADA E DE PRAZO DE
DURAÇÃO DA SANÇÃO. OFENSA AO ART. 2o. DA LEI 
9.784/99. RECURSO PROVIDO, SEM PREJUÍZO DE
ULTERIOR PROCESSO ADMINISTRATIVO, OBSERVADA A
GARANTIA DO DUE PROCESS OF LAW, DE HIERARQUIA 
CONSTITUCIONAL. 
1. O excepcional poder sancionador da Administração
Pública, por representar uma exceção ao monopólio
jurisdicional do Judiciário, somente pode ser exercido
em situações peculiares e dentro dos estritos limites
da legalidade formal, não havendo, nessa seara
específica do Direito Administrativo (Direito
Sancionador), a possibilidade de atuação
administrativa discricionária, na qual vigora a 
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avaliação de oportunidade, conveniência e motivação,
pelo próprio agente público, quanto à emissão e ao 
conteúdo do ato. 
2. Somente a Lei, em razão do princípio da estrita 
adstrição da Administração à legaldiade, pode 
instituir sanção restritiva de direitos subjetivos; neste 
caso, a reprimenda imposta ao recorrente pela 
Agência Nacional de Saúde-ANS não se acha prevista 
em Lei, mas apenas em ato administrativo de 
hierarquia inferior (Resolução Normativa 11/2002-
ANS), desprovido daquela potestade que o sistema 
atribui somente à norma legal.
3. É condição de validade jurídica da sanção administrativa 
que a pessoa sancionada tenha sido convocada para
integrar o processo do qual resultou o seu apenamento, em
atenção à garantia do due process of Law, porquanto os
atos administrativos que independem da sua observância
são somente os que se referem ao exercício do poder-dever
executório da Administração, não os que veiculam sanção
de qualquer espécie ou natureza. 
4. Recurso provido, mas sem prejuízo da instauração
ulterior de processo administrativo regular, com o estrito
atendimento das exigências próprias da atividade 
sancionadora do Poder Público. 
(AgRg no REsp 1287739/PE, Rel. Ministro FRANCISCO
FALCÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA
FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 08/05/2012, DJe 
31/05/2012) 
Gabarito: Errado. 
21. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Conforme decisão
do STF, é prescindível a edição de lei que fixe a idade limite
para o ingresso nas forças armadas, de modo que não ofende
o princípio da legalidade norma, nesse sentido, estipulada
somente em edital de concurso da administração pública. 
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27 
Comentário: 
O STF entendeu que a fixação de limite de idade para
cargos públicos deve observar o princípio da reserva legal, modo que
deve ter previsão expressa em lei. Portanto, é imprescindível a
edição de lei. Vejamos: 
INFORMATIVO Nº 608 
TÍTULO: Forças Armadas: limite de idade para concurso de
ingresso e art. 142, § 3º, X, da CF – 4 
PROCESSO: RE – 600.885 
ARTIGO 
O Plenário retomou julgamento de recurso extraordinário
em que se discute a constitucionalidade, ou não, do
estabelecimento de limite de idade por edital de concurso
para ingresso nas Forças Armadas. Trata-se, na espécie, de
recurso interposto pela União contra acórdão do Tribunal
Regional Federal da 4ª Região que entendera que, em
relação ao ingresso na carreira militar, a Constituição
Federal exigiria que lei dispusesse a respeito
do limite de idade (CF, art. 142, § 3º, X), não se admitindo,
portanto, que um ato administrativo estabelecesse a
restrição, sob pena de afronta ao princípio constitucional da
ampla acessibilidade aos cargos públicos — v. Informativo
580. Em voto-vista, o Min. Ricardo Lewandowski, não
obstante concordar com as premissas estabelecidas pela
Min. Cármen Lúcia, relatora, sobre a necessidade de lei
formal para regulamentar o ingresso nas Forças
Armadas (postulado da reserva de lei), dela divergiu
quanto à solução a ser dada para o caso. Acompanhou, no
ponto, a proposta formulada pelo Min. Gilmar Mendes no
sentido de prover o recurso e reputar ainda constitucional,
pelo lapso temporal de 1 ano, a norma do art. 10 da Lei 
6.880/80 (“O ingresso nas Forças Armadas é facultado, 
mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei
e nos regulamentos da Marinha, do Exército e da 
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Aeronáutica.”). RE 600885/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 
10.11.2010. (RE-600885) 
Gabarito: Errado. 
22. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) Em
se tratando de processo administrativo disciplinar, não
configura ofensa ao princípio da legalidade, consoante
posicionamento do STJ, a instauração de comissão
processante provisória em hipótese para a qual esteja
legalmente prevista apuração por comissão permanente. 
Comentário: 
Se a lei estabelece comissão permanente, ofenderá o
princípio da legalidade a instituição de comissão provisória para o
caso, tratando-se de verdadeiro juízo de exceção (ofensa também
ao princípio do juízonatural), conforme entendimento firmado no
âmbito do STJ. Precedente: 
MANDADO DE SEGURANÇA. DELEGADO DA POLÍCIA
FEDERAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.
COMISSÃO PROCESSANTE AD HOC. IMPOSSIBILIDADE.
INOBSERVÂNCIA DO ART. 53, § 1º, DA LEI N. 4.878/1965.
NULIDADE. 
1. A instauração de comissão provisória, nas
hipóteses em que a legislação de regência prevê
expressamente que as transgressões disciplinares
serão apuradas por comissão permanente, inquina de
nulidade o respectivo processo administrativo por
inobservância dos princípios da legalidade e do juiz
natural (MS n. 10.585/DF, Ministro Paulo Gallotti, Terceira
Seção, DJ 26/2/2007). 
2. Segurança concedida. 
(MS 13.148/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR,
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 23/05/2012, DJe
01/06/2012) 
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29 
Gabarito: Errado. 
23. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – IBAMA – CESPE/2012)
De acordo com a CF, a medida provisória, o estado de defesa
e o estado de sítio constituem exceção ao princípio da
legalidade na administração pública. 
Comentário: 
De fato, o entendimento doutrinário é no sentido de
que o princípio da legalidade é excepcionado pelas medidas
provisórias (não é lei, tem força de lei) e pelo estado de defesa e de
sítio, quando a autoridade presidencial poderá decretar medidas
restritivas de direitos, por meio de decreto presidencial (arts. 136 e
137, CF/88). 
Nesses dois casos, trata-se de situação de exceção,
cuja previsão decorre da CF/88, que, conforme entendimento do STF
é “O estado de exceção é uma zona de indiferença entre o
caos e o estado da normalidade. Não é a exceção que se
subtrai à norma, mas a norma que, suspendendo-se, dá lugar
à exceção --- apenas desse modo ela se constitui como regra,
mantendo-se em relação com a exceção”. ADI 3489/SC 
Gabarito: Certo. 
24. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Ainda que muito discutido
na doutrina brasileira, o princípio da proteção à confiança
legítima do administrado não é adotado pelo STF, que
privilegia o princípio da legalidade. 
Comentário: 
O princípio da proteção à confiança legítima do
administrado, como disse, é uma decorrência do princípio da 
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segurança jurídica, na medida em que se espera da Administração
que cumpra seus atos. 
Com efeito, trata-se de princípio reconhecido e
adotado pelo STF no âmbito de suas decisões, de modo a manter
conduta compatível com a razoabilidade, ainda que, e só
aparentemente, afastando o princípio da legalidade. Vejamos: 
Ementa: SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO.
ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS DE DOIS CARGOS PÚBLICOS
CIVIS ANTES DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98.
POSSIBILIDADE. DECISÃO RECORRIDA EM HARMONIA COM O
ENTENDIMENTO DESTA CORTE. SEGUNDO AGRAVO
REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Esta Corte
possui entendimento segundo o qual a “Constituição do Brasil 
de 1967, bem como a de 1988, esta na redação anterior à
Emenda Constitucional nº 20/98, não obstavam o retorno ao
serviço público e a posterior aposentadoria, acumulando os
respectivos proventos” (MS nº 27.572, Relator o Ministro Eros 
Grau, DJe de 08/10/2008). 2. In casu, a primeira
aposentadoria se deu em 1987, na vigência da Carta de 1967;
e a segunda ocorreu em 1997, logo, antes da publicação da
Emenda Constitucional nº 20/98. 3. O artigo 11 da EC nº
20/98, ao vedar a acumulação de aposentadorias em
cargos inacumuláveis na ativa, não pode retroagir para
ferir o direito adquirido e o ato jurídico perfeito.
Observância da boa-fé do servidor aliada ao princípio da
proteção da confiança, dimensão subjetiva da segurança 
jurídica. 4. Segundo agravo regimental desprovido. 
(RE 635011 AgR-segundo, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira
Turma, julgado em 18/09/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-
195 DIVULG 03-10-2012 PUBLIC 04-10-2012) 
Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. CONSELHO NACIONAL DE
JUSTIÇA. DECISÃO QUE DETERMINA AO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA QUE PROCEDA À REMOÇÃO
DE SERVIDORES PREVIAMENTE À NOMEAÇÃO DE CANDIDATOS 
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31 
APROVADOS EM CONCURSO PÚBLICO E INTEGRANTES DE
CADASTRO DE RESERVA. NÃO SE DECLARA A NULIDADE
PROCESSUAL DECORRENTE DA AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DE
TODOS OS SERVIDORES INTERESSADOS, QUANDO O MÉRITO
FOR FAVORÁVEL, TAL COMO IN CASU, À PARTE A QUEM A
NULIDADE APROVEITAR (ART. 249, §2º, DO CPC).
MODIFICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESTATUTÁRIA DOS
SERVIDORES DA JUSTIÇA PARAIBANA QUE NÃO ALTERA A
SISTEMÁTICA ADOTADA PARA A REMOÇÃO E NOMEAÇÃO DE
SERVIDORES. OBRIGATORIEDADE DA PRECEDÊNCIA DA
REMOÇÃO SOBRE A INVESTIDURA DE CONCURSADOS.
DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
PARAIBANA NA ALOCAÇÃO DOS RESPECTIVOS RECURSOS
HUMANOS NÃO É IRRESTRITA E FICA ENTRINCHEIRADA PELA
LEI E PELO PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA QUE
ASSEGURA AOS SERVIDORES O DIREITO DE PRECEDÊNCIA
SOBRE OS CANDIDATOS APROVADOS. 1. O art. 249, §2º, do
CPC impõe o não reconhecimento da nulidade processual
quando, tal como na hipótese dos autos, o mérito for favorável
à parte a quem a nulidade aproveitar. A ausência de citação de
todos os servidores antigos é nulidade que, caso fosse
declarada, prejudicaria os próprios servidores e em ofensa ao
preceito acima referido do codex processual civil. 2. A
precedência da remoção sobre a investidura de candidatos
inseridos em cadastro de reserva – e, portanto, excedentes ao
número de vagas disponibilizadas no edital do concurso em que
lograram aprovação – é obrigatória, máxime à luz do regime
jurídico atualmente vigente e em decorrência do princípio da
proteção da confiança. 3. O juízo discricionário da
Administração da Justiça paraibana, sob o enfoque da sua
avaliação de conveniência e oportunidade, encarta o poder de
decidir quanto à alocação de seus quadros funcionais dentro
dos limites da legalidade e dos princípios constitucionais, sob
pena de incidir em arbitrariedade. 4. In casu, tem-se que: a) o
regime anterior, que atrelava a remoção entre comarcas de
entrâncias distintas à promoção – mobilidade vertical na
carreira de uma classe a outra imediatamente superior – não
foi modificado por nova sistemática. A disciplina dos atos de 
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remoção, prevista na Lei nº 7.409/2003, não foi revogada pela
Lei estadual nº 8.385/2007, à medida que a unificação dos
cargos em carreira não implica alteração na atual sistemática
de movimentação do servidor; b) as expectativas legítimas
dos servidores alicerçadas na legislação de 2003 devem 
ser respeitadas, sob pena de ofensa ao princípio da 
proteção da confiança. 5. Segurança denegada, para manter
o acórdão proferido pelo Conselho Nacional de Justiça em
Pedido de Providências e consignar a existência de
obrigatoriedade da precedência da remoção de servidores
públicos sobre a investidura dos Impetrantes, ficando cassada
a liminar e prejudicados os agravos regimentais. 
(MS 29350, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado
em 20/06/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-150 DIVULG 31-
07-2012 PUBLIC 01-08-2012) 
Conforme leciona o Prof. Carvalho Filho, “No direito 
comparado, especialmente no direito alemão, os estudiosos setêm
dedicado à necessidade de estabilização de certas situações
jurídicas, principalmente em virtude do transcurso do tempo e da
boa-fé, e distinguem os princípios da segurança jurídica e da
proteção à confiança. Pelo primeiro, confere-se relevo ao aspecto
objetivo do conceito, indicando-se a inafastabilidade da estabilização
jurídica; pelo segundo, o realce incide sobre o aspecto subjetivo,
neste se sublinha o sentimento do indivíduo em relação aos atos,
inclusive e principalmente do Estado, dotados de presunção de
legitimidade e com a aparência de legalidade”. 
Gabarito: Errado. 
25. (ANALISTA DE INFRAESTRUTURA – MP – CESPE/2012)
Dado o princípio da legítima confiança, é incabível a
restituição ao erário dos valores recebidos de boa-fé por
servidor público em decorrência de errônea ou inadequada
interpretação da lei por parte da administração pública. 
Comentário: 
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Observe que justamente aí temos a incidência do
princípio da proteção à confiança, ou seja, caso o indivíduo tenha
recebido os valores de boa-fé (aspecto subjetivo do princípio da
segurança jurídica) não deverá restituí-lo ao erário, já que se
presume que o Estado aja no âmbito da legalidade. 
Gabarito: Certo. 
26. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL –
CESPE/2012) A despeito de não ser positivado na legislação
brasileira, o princípio da segurança jurídica
reconhecidamente aplica-se no âmbito do direito
administrativo. 
Comentário: 
O princípio da segurança jurídica, como ressaltado,
tem forte aplicação no âmbito do direito administrativo, e, em que
pese ser princípio implícito na Constituição Federal, foi positivado
pela Lei nº 9.784/99, conforme art. 2º, caput, ao dispor que: 
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência. 
Gabarito: Errado. 
27. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) No
direito brasileiro, não há previsão expressa dos princípios da
segurança jurídica e da proteção à confiança. 
Comentário: 
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34 
Embora o princípio da segurança jurídica não esteja
expressamente citado na CF/88, a Lei nº 9.784/99 o traz de forma
expressa, conforme art. 2º, caput, ao dispor que: 
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência. 
Gabarito: Errado. 
28. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) Após a edição da CF,
havia controvérsia sobre a obrigatoriedade de concurso
público para o provimento de cargos nas empresas públicas e
sociedades de economia mista. A questão foi pacificada pelo
STF, no ano de 1993, em decisão que confirmou a
obrigatoriedade do concurso público. Posteriormente,
avaliando contratações sem concurso público ocorridas no
período entre 1988 e 1993, o STF assim decidiu: “(…) A 
existência de controvérsia, à época das contratações, quanto
à exigência de concurso público no âmbito das empresas
públicas e sociedades de economia mista, questão dirimida
somente após a concretização dos contratos, não tem o
condão de afastar a legitimidade dos provimentos, realizados
em conformidade com a legislação então vigente.” Nessa 
decisão, fica evidenciada a aplicação do princípio
da segurança jurídica. 
Comentário: 
A manutenção de situações já consolidadas em razão
do decurso do tempo, considerando a boa-fé do administrativo,
decorre do princípio da segurança jurídica, na medida em que
reclamam a estabilização das relações jurídicas ali constituídas. 
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35 
Gabarito: Certo. 
29. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2012)
O princípio da segurança jurídica resguarda a estabilidade
das relações no âmbito da administração; um de seus
reflexos é a vedação à aplicação retroativa de nova
interpretação de norma em processo administrativo. 
Comentário: 
De fato, o princípio da segurança jurídica tem por
prisma resguardar a estabilidade das relações jurídicas em razão do
decurso do tempo e da boa-fé, tendo por reflexos a vedação de
aplicação retroativa de nova interpretação em processo
administrativo, a manutenção de benefícios concedidos de longa
data, a não devolução de valores recebidos de boa-fé, dentre outras
situações. 
Gabarito: Certo. 
30. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Consoante a
jurisprudência do STF, é possível a arguição do princípio da
isonomia como fundamento de pedido de servidor público,
pretendendo benefício ilegalmente concedido a outros
servidores. 
Comentário: 
Nos termos da Súmula 339-STF, não cabe ao Poder
Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob fundamento de
isonomia. 
Gabarito: Errado. 
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31. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT –
CESPE/2010) O princípio da finalidade, explicitado no art. 37
da CF, define que, se o gestor público praticar atos fora dos
fins expressa ou implicitamente contidos na regra de
competência, praticará desvio de finalidade. E se tal ato
atentar contra os princípios da administração pública ao visar
fim proibido em lei ou demais normas, constituirá ato de
improbidade administrativa. 
Comentário: 
Essa questão é pura maldade com o candidato, com o
concursando. Veja que ela é toda perfeita, toda certinha. Mas tomem
cuidado! Veja que diz que o princípio da finalidade, EXPLICITADO no
art. 37 da CF/88. Com efeito, o princípio da finalidade não está
expresso, explicitado, diretamente no art. 37 da Constituição. 
Nesse sentido, a doutrina não é uniforme quanto à
exata localização do princípio da finalidade. 
Há aqueles que entendem que o princípio da
impessoalidade é o próprio princípio da finalidade (Hely Lopes), os
que entendem que é uma decorrência do princípio da legalidade
(Carvalho Filho) na medida em que a legalidade se orienta no
sentido de se satisfazer o interesse público; outros entendem que é
uma acepção (sentido) da impessoalidade (Di Pietro) ou, ainda, o
posicionamento minoritário do Prof. Bandeira de Mello, a entender
que ele é inerente à impessoalidade. 
De toda forma, não verificamos o princípio
expressamente no art. 37 da CF/88. 
Gabarito: Errado. 
32. (ADMINISTRADOR – TJ/RR – CESPE/2012) O princípio
da impessoalidade nada mais é do que o clássico princípio da 
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37 
finalidade, que impõe ao administrador público que só
pratique o ato para o seu fim legal. 
Comentário: 
Veja que, neste caso, a Banca adotou literalmente o
entendimento de Hely Lopes Meirelles. Segundo ele o princípio da
impessoalidade referido na Constituição de 1988 (art. 37, caput),
nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao
administrador público que só pratique o ato pra o seu fim legal. 
Gabarito: Certo. 
33. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL– CESPE/2012) O
princípio da impessoalidade tem por finalidade específica
impedir que o administrador atue no julgamento de processo
administrativo de que seja parte interessada seu cônjuge ou
companheiro ou parente em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau. 
Comentário: 
Neste caso, o princípio violado será o da isonomia eis
que o agente deixará de atuar com a imparcialidade que se requer
para decidir. 
Gabarito: Errado. 
34. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT –
CESPE/2010) Entendendo que “Todos são iguais perante a 
lei, sem distinção de qualquer natureza” (CF, art. 5, caput), 
determinado órgão público, responsável pela fiscalização de
tributos, estará adequadamente respaldado pelo princípio da
impessoalidade ao instituir fila única aos atendimentos à
comunidade, não dando diferenciação de atendimento aos
cadeirantes, gestantes, idosos etc. 
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Comentário: 
O princípio da impessoalidade, na sua vertente
isonomia, não permite dar tratamento discriminatório ou privilegiar
em razão de critérios subjetivos ou para satisfação pessoal. 
No entanto, se há situação de desigualdade, é medida
adequada e atende ao princípio da isonomia, dar diferença no
tratamento para, enfim, diminuir a diferença, ou seja, não atende a
impessoalidade, a criação de fila única, de modo a colocar todas as
pessoas na mesma condição. 
O que se veda é discriminar ou privilegiar por critérios
pessoais, subjetivos, sobretudo não previstos e contrários à lei. 
Gabarito: Errado. 
35. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009)
O presidente de um tribunal de justiça estadual tem
disponível no orçamento do tribunal a quantia de R$ 
2.000.000,00 para pagamento de verbas atrasadas dos juízes
de direito e desembargadores. Cada juiz e desembargador faz
jus, em média, a R$ 130.000,00. Ocorre que o presidente da
Corte determinou, por portaria publicada no Diário Oficial, o
pagamento das verbas apenas aos desembargadores,
devendo os juízes de direito aguardar nova disponibilização
de verba orçamentária para o pagamento do que lhes é
devido. O presidente fundamentou sua decisão de pagamento
inicial em razão de os desembargadores estarem em nível
hierárquico superior ao dos juízes. Irresignados, alguns
juízes pretendem ingressar com ação popular contra o ato
que determinou o pagamento das verbas aos
desembargadores. Considerando a situação hipotética acima
apresentada, julgue: A decisão do presidente do tribunal de
justiça violou o princípio da impessoalidade, na medida em
que esse princípio objetiva a igualdade de tratamento que o 
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administrador deve dispensar aos administrados que se
encontrarem em idêntica situação jurídica. 
Comentário: 
De fato, ao dar preferência a uns, por critérios
pessoais, ou seja, subjetivos na medida em que não existe tal
hierarquia, o Presidente do Tribunal violou o princípio da
impessoalidade, visto que não adotou critério objetivo para definir o
pagamento das verbas devidas. 
Gabarito: Certo. 
36. (AUDITOR DE CONTAS – SECONT/ES – CESPE/2009)
Como decorrência do princípio da impessoalidade, a CF proíbe
a presença de nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos em
publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas
de órgãos públicos. 
Comentário: 
Estabelece a Constituição Federal que é vedada a
utilização de propagandas, publicidades, para promoção pessoal,
conforme estabelece o art. 37, §1º, parte final, da CF/88, assim
expresso: 
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que 
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou 
servidores públicos. 
Com efeito, trata-se de aplicação do princípio da
impessoalidade na medida em que a publicidade/propaganda não 
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pode servir para promover agentes ou autoridades, conforme
entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal: 
INFORMATIVO Nº 502 
TÍTULO: Publicidade de Atos Governamentais e
Impessoalidade 
PROCESSO: RE - 191668 
ARTIGO 
O art. 37, caput, e seu § 1º, da CF, impedem que haja
qualquer tipo de identificação entre a publicidade e os
titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a que
pertençam. Com base nesse entendimento, a Turma negou
provimento a recurso extraordinário interposto pelo
Município de Porto Alegre contra acórdão do tribunal de
justiça local que o condenara a abster-se da inclusão de
determinado slogan na publicidade de seus atos,
programas, obras, serviços e campanhas. Considerou-se
que a referida regra constitucional objetiva assegurar 
a impessoalidade da divulgação dos atos 
governamentais, que devem voltar-se exclusivamente 
para o interesse social, sendo incompatível com a 
menção de nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos 
slogans que caracterizem a promoção pessoal ou de 
servidores públicos. Asseverou-se que a possibilidade
de vinculação do conteúdo da divulgação com o 
partido político a que pertença o titular do cargo 
público ofende o princípio da impessoalidade e 
desnatura o caráter educativo, informativo ou de 
orientação que constam do comando imposto na 
Constituição. RE 191668/RS, rel. Min. Menezes Direito, 
15.4.2008. (RE-191668) 
Gabarito: Certo. 
37. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) A
inserção de nome, símbolo ou imagem de autoridades ou
servidores públicos em publicidade de atos, programas, 
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obras, serviços ou campanhas de órgãos públicos fere o 
princípio da impessoalidade da administração pública. 
Comentário: 
Pois é! Acabamos de ver isso! Exatamente igual à
anterior, não é? Então, vimos que o art. 37, §1º, CF/88 estabelece
que a propaganda/publicidade não poderá conter nomes ou símbolos
que caracterizem promoção pessoal, sob pena de violação ao
princípio da impessoalidade. 
Gabarito: Certo. 
38. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 17ª
REGIÃO – CESPE/2009) As sociedades de economia mista e
as empresas públicas que prestam serviços públicos estão
sujeitas ao princípio da publicidade tanto quanto os órgãos
que compõem a administração direta, razão pela qual é
vedado, nas suas campanhas publicitárias, mencionar nomes
e veicular símbolos ou imagens que possam caracterizar
promoção pessoal de autoridade ou servidor dessas
entidades. 
Comentário: 
De fato, como já observamos os princípios que
orientam a Administração, conforme art. 37, da CF/88, aplica-se
tanto à Administração direta, quanto à Indireta. 
Com efeito, em conformidade com o princípio da
publicidade a Administração Pública deve dar ampla divulgação de
seus atos, ressalvadas as hipóteses de sigilo, com o objetivo de
informar, educar e orientar, além de permitir o controle de seus atos. 
Ademais, observe que além do respeito ao princípio da
publicidade não se pode desrespeitar o da impessoalidade. Assim, a 
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obediência ao princípio da publicidade tem que se casada com a
impessoalidade, de modo que, conforme estabelece o art. 37, §1º,
CF/88, a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal da
autoridade ou servidores públicos. 
Cuidado que, a questão quer dizer que além de violar
o princípio da impessoalidade, deve sim as estatais observar
também o princípio da publicidade. O que significa dizer que em
razão tanto da publicidade, quanto da impessoalidade, e é claro,
com mais propriedade em razão desta, as estatais não podem fazer
propaganda para fins de promoção pessoal, conforme se depreende
dos seguintes entendimentos: 
Publicidade de caráter autopromocional do Governador
e de seus correligionários, contendo nomes, símbolos
e imagens, realizada às custas do erário. Não
observância do disposto na segunda parte do preceito
constitucional contido no art. 37, § 1º. (RE 217.025-
AgR, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 18-4-
00, 2ª Turma, DJ de 5-6-98) 
Publicidade de atos governamentais. Princípio da
impessoalidade. (...) O caput e o parágrafo 1º do
artigo 37 da Constituição Federal impedem que haja
qualquer tipo de identificação entre a publicidade e os
titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a
que pertençam. O rigor do dispositivo constitucional
que assegura o princípio da impessoalidade vincula a
publicidade ao caráter educativo, informativo ou de
orientação social é incompatível com a menção de
nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans, que
caracterizem promoção pessoal ou de servidores
públicos. A possibilidade de vinculação do conteúdo da
divulgação com o partido político a que pertença o
titular do cargo público mancha o princípio da 
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impessoalidade e desnatura o caráter educativo,
informativo ou de orientação que constam do
comando posto pelo constituinte dos oitenta. (RE
191.668, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em
15-4-08, 1ª Turma, DJE de 30-5-08) 
Gabarito: Certo. 
39. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/ES –
CESPE/2011) O princípio da impessoalidade trata da
incapacidade da administração pública em ofertar serviços
públicos a todos os cidadãos. 
Comentário: 
O princípio da impessoalidade trata da obrigação de a
Administração envidar esforços para ofertar serviços públicos a
todos indistintamente, sem fazer discriminação ou dar preferências. 
Obviamente que os recursos humanos e financeiros
são limitados, bem como o administrado poder não deter os meios
necessários para receber tais serviços. Tais fatos, porém, se inserem
na teoria da reserva do possível e não no âmbito do princípio da
impessoalidade. 
Gabarito: Errado. 
40. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) O
concurso público para ingresso em cargo ou emprego público
é um exemplo de aplicação do princípio da impessoalidade. 
Comentário: 
De fato, o concurso público para ingresso em cargo ou
emprego público, assim como a Licitação, é um exemplo de 
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aplicação do princípio da impessoalidade, na medida em que
estabelece regras objetivas e todos que tiverem condições e
atenderem às exigências poderão participar e obterão igualdade de
tratamento, sem preferências ou distinções por critérios ocultos,
subjetivos. 
Gabarito: Certo. 
41. (TÉCNICO MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) O
princípio da impessoalidade em relação à atuação
administrativa impede que o ato administrativo seja
praticado visando a interesses do agente público que o
praticou ou, ainda, de terceiros, devendo ater-se,
obrigatoriamente, à vontade da lei, comando geral e abstrato
em essência. 
Comentário: 
Não tenha dúvidas. É fato reconhecer que o princípio
da impessoalidade em relação à atuação administrativa impede que
o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente
público que o praticou ou, ainda, de terceiros, devendo ater-se,
obrigatoriamente, à vontade da lei, comando geral e abstrato em
essência. 
Gabarito: Certo. 
42. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL –
CESPE/2012) Em decorrência dos princípios da
impessoalidade e da boa-fé, reconhecem-se como válidos os
atos praticados por agente de fato, ainda que este tivesse
ciência do ilícito praticado. 
Comentário: 
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45 
Devemos ressaltar que o agente de fato atua no
exercício da função administrativa, ainda que, de direito, não esteja
investido nela. Assim, aplica-se a teoria da aparência e, por força
dos princípios da impessoalidade e da boa-fé, deve-se considerar
seus atos como legítimos, ainda que este saiba que não está
investido legalmente na função. 
Gabarito: Certo. 
43. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A
autoridade administrativa pode, em determinadas situações,
renunciar, total ou parcialmente, aos interesses públicos,
prescindindo de autorização expressa em lei para tal, visto
que o princípio da finalidade pública não é absoluto. 
Comentário: 
Pelo princípio da finalidade pública a autoridade
pública é mera gestora desse interesse, de modo que somente pode
renunciar ao que a lei lhe permitir. Por isso, sempre será
imprescindível lei dando-lhe autorização nesse sentido. 
Gabarito: Errado. 
44. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009)
Governadores de estado devem obrigatoriamente observar o
princípio da moralidade pública na prática de atos
discricionários. 
Comentário: 
De acordo com o art. 37, caput, da CF/88, a
Administração Pública, direta e indireta, de quaisquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade,
Publicidade e Eficiência. 
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46 
Assim, tanto o Presidente, os Prefeitos, quanto os
Governadores estarão submetidos ao princípio da moralidade
administrativa, seja no tocante aos atos vinculados, seja em relação
aos discricionários, ainda que atuem com certa margem de
liberdade, só que deverá se pautar pelos princípios básicos da
Administração contidos no caput do art. 37, CF/88. 
Gabarito: Certo. 
45. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT –
CESPE/2010) Se determinado ato administrativo for
analisado e categorizado como ilegal e imoral, haverá
redundância nessa categorização, pois, de acordo com os
princípios constitucionais, todo ato imoral é necessariamente
um ato ilegal, sujeito ao controle do Poder Judiciário. 
Comentário: 
É sabido que os princípios da legalidade e da
moralidade administrativa são princípios distintos. Assim, é possível
que um ato seja legal, porém imoral. 
No entanto, conforme destaca a Profa. Di Pietro, há
quem entenda que a moral administrativa insere-se no conteúdo da
legalidade, ante a necessidade de se prevê o que é imoral, ou seja,
qualificar o resultado. 
Em que pese esse posicionamento, devemos observar
que a moralidade por si só é fundamento suficiente para anular ato
administrativo,

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