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Gramática Normativa

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Gramática Normativa: A Problematização dos Conceitos de Sujeito e Predicado, 
aplicados nas Escolas de Ensino Fundamental e médio. 
 
Antônio Porfírio Filho* 
 
A Gramática Normativa, doravante denominada de GN traz, em seu conteúdo, a 
apresentação e aplicação de assuntos partindo-se de seu conceito. Assim sendo, sujeito e 
predicado não fogem à regra. A partir de seus conceitos, Sujeito é o ser sobre o qual se 
declara alguma coisa e Predicado é tudo o que se diz do sujeito, a GN espera que o 
professor de Língua Portuguesa ensine sujeito e predicado tomando-se como base os seus 
conceitos. 
E quais as possíveis implicações que essa forma de ensinar sujeito e predicado 
podem trazer para os alunos das escolas fundamental e médio? Como o professor faz a 
elaboração de suas aulas em razão do que prescreve a GN? 
A primeira questão levantada, com a discussão sobre o conceito de sujeito, seria a 
definição de ser. Deste modo, poderemos tomar as várias definições existentes, desde as 
inseridas em dicionários, como também as tiradas de livros de Filosofia. 
Feita a pesquisa, resta-nos analisar algumas frases, para que possamos suscitar 
alguns questionamentos, como por exemplo, Maria é estudiosa; A pedra está no meio do 
caminho; Nem tudo são flores; Andar a pé é bom para a saúde; É necessário fazer 
exercícios regularmente. 
Como podemos verificar, a primeira oração Maria é estudiosa, não traz problema 
algum em relação ao ensino de sujeito a partir de seu conceito, haja vista que temos um ser, 
tomando-se por definição ‘ser’ como seres vivos, Maria, temos uma declaração, ‘é 
estudiosa’. 
Em relação à segunda frase, A pedra está no meio do caminho, também não iremos 
encontrar dificuldade alguma na abordagem, pois aqui também encontramos um ser, 
embora seja inanimado, ou seja, A pedra, como também encontramos uma declaração, isto 
é, está no meio do caminho. 
A terceira frase já traz uma abordagem que sem dúvidas exigirá do professor uma 
habilidade maior no ensino do tema proposto, já que houve uma inversão na ordem da 
frase. Apesar disso, encontramos um sujeito que é um ser vivo, flores, e encontramos uma 
declaração, apesar de ser negativa. 
E quanto à quarta frase, sem dúvidas aqui é onde possivelmente está o X da questão. 
Temos uma frase que, apesar de trazer uma declaração, não apresenta o sujeito como ser - 
fazer exercícios. O sujeito, neste caso, trata-se de uma oração substantiva reduzida de 
infinitivo. Uma observação que poderemos fazer a respeito da situação visualizada é que 
em se tratando de ensinar sujeito a partir de seu conceito, é possível quando se empregam 
frases curtas, de forma direta e em que se pode averiguar com precisão a exata coerência 
entre a frase e o conceito. No entanto, em se tratando de frases como em andar a pé é bom 
para a saúde, o mecanismo torna-se inadequado, haja vista que o aluno irá se defrontar 
com uma situação em que não há um ser visualizado, mas uma situação que, na frase, faz o 
papel de sujeito. 
Então, o que fazer diante desta situação? 
Parece que a resposta estaria não em se buscar novos conceitos para sujeito, mas 
sim em levar para o professor tanto da escola fundamental, como da escola de ensino 
médio, a consciência do problema averiguado para que ele, que está diretamente engajado 
na tarefa de ensinar, procure formas diferentes de passar para o aluno o conhecimento do 
assunto. Fazer com que o professor entenda que o aluno possa conhecer o que seja sujeito 
sem necessariamente passar pelo conceito gramatical normativo. 
Uma maneira de ensinar sujeito sem recorrer ao seu conceito seria abordá-lo 
levando-se em consideração a noção de termos essenciais da oração, e assim ter pleno 
conhecimento de estrutura frasal. Deste modo, o aluno tornar-se-ia apto a identificar 
sujeito, recorrendo-se ao seguimento da estrutura da frase. 
Caso o professor decida-se por continuar com a forma de ensinar sujeito a partir de 
seu conceito, seria conveniente que ele substituísse a palavra ser por termo, já que este está 
presente na GN como imprescindível para a existência da oração. Mas, mesmo assim, o 
problema ainda não estaria resolvido, pois, se tomarmos uma oração como Saiam da 
chuva! Grita Amanda, em que Amanda, sem sombra de dúvida é o sujeito, estaríamos 
com o problema de provarmos, por meio do conceito de sujeito, que na oração existe um 
sujeito, já que a mesma não traz uma declaração sobre o sujeito. 
Estamos falando, aqui, de frases soltas, as quais são mais apresentadas no ensino 
fundamental, se estendermos a discussão para o texto, a coisa se complica bem mais. Os 
alunos não estão acostumados a trabalhar o texto, e, conseqüentemente, terão muitos 
problemas para identificar o sujeito das orações de um texto, por menos extensas que essas 
se apresentem. 
Daí uma missão das mais árduas para o professor de LP de ensino fundamental e 
médio. Não é uma questão simples, sabe-se. E, como tal, não deve ser menosprezada, por 
que, quem sabe, está sendo mais fácil trabalhar dessa forma. Contudo, é necessário que 
reflitamos sobre o assunto, para que saibamos ajudar nossos alunos a elucidarem um dos 
grandes enigmas da LP, que é fazer com que esses alunos saibam identificar o sujeito da 
oração, em suas várias formas. 
 
 
*Sobre o autor: 
*Graduação em Letras, com habilitação em Língua Portuguesa e Língua Inglesa, pela 
Universidade Federal de Alagoas - UFAL; 
*Pós-Graduação em Educação com o título de especialista em Formação de Professor e 
Língua Portuguesa, pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL; 
*Graduação em Direito, pela Faculdade da Cidade de Maceió – FACIMA.

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