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Aula 03 - Sufrágio

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Ciência Política 
1º Período 
 
1º Bimestre 
Aula 03 – O Sufrágio 
*Resta, desde logo, devidamente esclarecido que este presente texto 
possui tão somente a finalidade de auxiliar nos estudos acerca desta 
disciplina e, não, por outro lado, dispõe da pretensão de esgotar as 
concepções intimamente necessárias acerca do regular 
desenvolvimento desta matéria. Por isso, é sobejamente recomendável 
que o aluno se aprofunde na bibliografia básica e complementar. 
 
Sufrágio 
A palavra sufrágio, vem do latim, sufragium (aprovação, apoio), e, como reconhece De 
Cicco e Azevedo Gonzaga, é um direito público subjetivo de natureza política, que tem 
o cidadão de eleger, ser eleito e de participar da organização e da atividade do poder. 
A Constituição Federal, logo em seu artigo primeiro, dispõe que Todo poder emana do 
povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos 
desta Constituição. 
É de uma importância, aqui, distinguir que o direito que decorre de o poder emanar do 
povo é o sufrágio, e, por outro lado, o voto, é o exercício deste poder no âmbito 
eleitoral. 
Nas palavras de Paulo Bonavides, sufrágio é o poder que se reconhece a certo número 
de pessoas (o corpo dos cidadãos) de participar direta ou indiretamente na soberania, 
isto é, na gerência da vida pública. 
Deve salientar-se, em linha de princípio, que o sufrágio pode dividir-se em duas linhas 
primordiais: a extensão (universal ou restrito) e a igualdade (igual e desigual). 
É universal quando o povo (aqui por questões de técnica entendido como os eleitores) 
manifesta sua vontade para a formação de um governo. É restrito, quando chamamos de 
censitário, ou seja, quando um fator de discriminação imotivado inibe o povo (eleitores) 
de escolherem seus governantes. 
É igual quando o voto de qualquer eleitor possui a mesma importância de qualquer 
outro. Desigual, por seu turno, é o que ocorre quando determinado eleitor pode votar 
mais de uma vez, ou, ainda, determinado eleitor possui em seu voto, característica que 
lhe atribua valor maior sobre os outros. 
 
O voto 
Da mesma maneira em que se pode atribuir conotações ao sufrágio, igualmente, é 
permitido caracterizar o voto. 
Desse modo, é imperioso determinar que o voto pode ser secreto ou público, obrigatório 
ou facultativo, igual ou desigual, direto ou indireto. 
O voto secreto ocorre quando não há publicidade do mesmo. De outra ponta, o voto 
público, ou, outrossim, aberto, é aquele em que se dá maior publicidade à escolha. O 
voto aberto é duramente criticado, tendo sido abolido na maioria dos Estados, pois que 
retira maior liberdade na escolha do eleitor. 
Não há, com efeito, muita dificuldade de se distinguir voto obrigatório de voto 
facultativo. Todavia, é de bom alvitre ponderar as justificativas para cada corrente. Os 
defensores do voto obrigatório afirmam que este deve ser obrigatório com fulcro no fato 
de que todo poder emana do povo, e, assim, o mesmo deve obrigatoriamente 
comparecer às urnas, mesmo que para anular seu voto. De outra banda, os defensores da 
faculdade do voto, asseveram que a liberdade não está só na escolha do candidato, mas 
na possibilidade de optar por não votar. 
Em linha de princípio, necessário retornar aos aspectos do sufrágio, substancialmente 
quando observamos que para que o sufrágio seja universal, o voto, na mesma esteira, 
necessita ser igual. Já, para o voto desigual relembra-se, novamente, os mesmos nuances 
do sufrágio desigual, eis que, no particular, é o voto do eleitor que possui valor maior 
que dos demais eleitores, ou, ainda, aquele que pode votar mais de uma vez. 
Complemente-se, inclusive que, com a participação direta, o povo politicamente 
organizado decide, através do sufrágio, determinado assunto do governo. Nesses casos, 
o povo, em suma vota sem o auxílio de intermediários. Por seu turno, pela participação 
indireta, o povo elege os representantes por delegados de eleitores. 
Para finalizar, deve-se estabelecer que o Brasil possui, pois, um sistema de voto: direto, 
secreto, obrigatório e igual, 
 
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA: 
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10. ed. rev. e. atual. São Paulo : Malheiros Editores, 2000. 
DE CICCO, Cláudio; GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria geral do Estado e ciência política. 4. ed. 
rev. atual. e. ampl. – São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2012.. 
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos da teoria geral do Estado. 32. ed. – São Paulo : Saraiva, 2013. 
DIAS, Reinaldo. Ciência política. São Paulo : Atlas, 2008.

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