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MONOGRAFIA VITAMINA C e Pele

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INTRODUÇÃO
Através do censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no ano de 2010, constatou-se que o número de indivíduos, no Brasil, com 60 anos ou mais vem crescendo de forma significativa no decorrer dos anos, chegando ao quantitativo correspondente à 20.590.599 milhões. Desse total, observa-se que o contingente populacional feminino é predominante se comparado ao masculino, já que este apresenta 44,5% (9.156.112), enquanto que a porcentagem de mulheres idosas corresponde a 55,5% (11.434.487). (IBGE, 2011 apud Küchemann, 2012).
Esse processo de transição demográfica brasileira se deve à melhoria da qualidade de vida, ao melhor acesso à informação, as inovações científicas e a disponibilidade de novas tecnologias médicas. Tais indicadores possibilitaram o aumento da expectativa de vida, a diminuição da fecundidade e a redução da mortalidade da população, ocasionando no fenômeno de envelhecimento populacional.
Diante do quadro do aumento do envelhecimento populacional e expectativa de vida, é notória a preocupação cada vez maior dos indivíduos com a imagem corporal, beleza e estética, onde se observa a busca por tipos de intervenções que visem melhorar a aparência e diminuir os efeitos da idade. Isso se deve ao acesso da população à informação decorrente da evolução dos meios de comunicação que disseminam conhecimento a respeito dos padrões de beleza de todo mundo, e apresentam um grande potencial de persuasão, ocasionando na busca da sociedade contemporânea por intervenções que visem à melhoria da aparência para a adequação ao modelo idealizado de beleza. 
Escolhi esse tema por ser um assunto atual que adquire grande destaque ao longo dos anos. Além disso, sempre achei encantador o universo da estética, o modo como os procedimentos estéticos poderiam contribuir positivamente no bem estar físico e mental do indivíduo. Em decorrência dos conhecimentos adquiridos durante o curso de nutrição, foi possível observar a notória importância dos alimentos e seus nutrientes no âmbito estético.
É através da exploração do tema, vinculado à propriedade da vitamina C, que espero realizar um trabalho, visando esclarecer o quanto a alimentação tem papel essencial na prevenção dos problemas relacionados à estética, dando destaque, neste caso, ao envelhecimento cutâneo.
Esse trabalho tem como objetivo geral indicar os benefícios do consumo de vitamina C na prevenção do envelhecimento cutâneo, com base em seu efeito biológico e como objetivos específicos compreender os mecanismos do envelhecimento cutâneo, assim como também apresentar o papel nutricional da vitamina C nas alterações do sistema tegumentar e a associação do consumo desse micronutriente à saúde da pele. 
No capítulo 1 será relatado o atual estado de envelhecimento populacional do mundo e o modo pelo qual os indivíduos lidam com as alterações presentes nessa idade. Já o segundo capítulo, aborda a morfofisiologia do sistema tegumentar, destacando suas características, componentes e principais funções. O terceiro capítulo elucida as teorias relacionadas com o envelhecimento. O quarto capítulo descreve os fatores determinantes para desencadear o processo de envelhecimento cutâneo. O capítulo 5 explica de forma detalhada quais as modificações que ocorrem no organismo e no tegumento humano ao envelhecer. No sexto e último capítulo, é exposto a relação da vitamina C com as alterações decorrentes do envelhecimento da pele, além da abordagem a respeito desse nutriente na alimentação e suplementação oral.
Com o aumento da longevidade da população, as pessoas começaram a buscar por alimentos e suplementos que tivessem a capacidade de diminuir os efeitos da idade, e juntamente com isso ocorreu a necessidade do profissional nutricionista estar antenado para que possa ser capaz de atender estas demandas. 
O presente trabalho visa fornecer dados a respeito dos benefícios da ingestão de fontes alimentares e suplementos de vitamina C, para a saúde da pele. Entretanto, é importante destacar que não existem consensos e/ou diretrizes sobre condutas protocoladas para tal fato. Sendo assim, uma revisão seria bem viável para apresentar as evidências científicas, seus delineamentos metodológicos e coerências possíveis para elaboração de protocolos e prescrições. 
1 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
Estudos realizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), constataram que o número de pessoas com mais de 60 anos cresceu de forma significativa e tende a aumentar ainda mais no decorrer dos anos. Acredita-se que haverá mais de 800 milhões de pessoas acima de 65 anos de idade em todo o mundo. Em uma pesquisa realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), o número é ainda mais alarmante, correspondendo a 1100 bilhões de idosos no ano de 2025 (FECHINE e TROMPIERI, 2012).
O mundo se encontra em um evidente processo de envelhecimento populacional, já que o número de idosos cresce consideravelmente a cada ano. Esse crescimento se dá devido ao expressivo declínio da taxa de fecundidade, e não em decorrência da redução da mortalidade e do aumento da natalidade, que é o que se imagina comumente. Esse envelhecimento populacional ocorre no momento em que o número de idosos cresce de forma considerável e se sobrepõe ao quantitativo de jovens, parcela da população que está em contínua redução (RAMOS, VERAS e KALACHE,1987 apud NASRI, 2008). 
Alguns fatores podem ter contribuído de forma considerável para o decréscimo da taxa de fertilidade da população, como por exemplo, o processo de urbanização, que levou as mulheres ao mercado de trabalho, assim como também o maior acesso as informações, que possibilitaram o esclarecimento a respeito dos principais métodos contraceptivos (BANDEIRA, MELO e PINHEIRO, 2010).
No Brasil, o crescimento da população idosa ocorre de maneira expressiva e bastante rápida. Segundo projeções, será o sexto país do mundo mais numeroso em relação ao quantitativo de idosos, podendo chegar a um contingente de 30 milhões de pessoas, representando 14% da população total. O Brasil hoje é designado como um “jovem país de cabelos brancos”, visto que são inseridos na população 650 mil novos idosos a cada ano, ultrapassando significativamente o número de indivíduos jovens (CARVALHO e GARCIA, 2003).
Assim como nos outros países do mundo, o contingente populacional de idosos brasileiros cresce devido à queda das taxas de fecundidade. Segundo estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) tal fato pode propiciar a estagnação e possível redução do crescimento da população, a partir do ano de 2030 (BANDEIRA, MELO e PINHEIRO, 2010).
No Brasil, na década de 60, a taxa de fecundidade populacional teve uma queda expressiva devido a inserção e divulgação de métodos contraceptivos orais. A partir do ano de 1980, a redução foi ainda mais significativa em consequência da propagação dos procedimentos de esterilização feminina. A taxa de fecundidade para o país era superior a 6 filhos por mulher no ano de 1960, sendo que na década de 80, esse número foi reduzido para 4,81, chegando a margem de 2,85 no ano 2000 e segundo projeções, esse quantitativo tende a atingir 1,85 no ano de 2050 (IBGE, 2004).
A figura 1 demonstra que a diminuição das taxas de fertilidade da população brasileira ocasionou em mudanças significativas na estrutura etária. O Brasil é considerado o país em que o crescimento da população idosa ocorre de forma mais acentuada. No ano de 2025, o Brasil será considerado a sexta população com maior número de idosos do mundo, visto que o quantitativo dos mesmos será três vezes maior do que o observado no ano de 2000 e 15 vezes maior se comparado ao ano de 1950. (MOREIRA, 1997 apud WONG e CARVALHO, 2006).	
Figura 1- Distribuição etária da população brasileira 1950 - 2050 
Fonte: WONG e CARVALHO (2006)
Feminilização da Velhice
Através da análise dos dados da atual transição demográfica brasileira, percebe-se que o número de mulheres idosas se sobrepõeconsideravelmente ao total de homens. Segundo o IBGE, 55 % da população idosa do país é constituída por mulheres, ou seja, a medida que a população envelhece mais feminina ela se torna (IBGE, 2011 apud Küchemann, 2012).
Essa feminilização da velhice ocorre devido à maior expectativa de vida das mulheres, visto que estas podem viver até 8 anos à mais do que os homens. Isso acontece devido ao fato dos homens liderarem as taxas de mortalidade em assassinatos e acidentes, cuja porcentagem de vítimas do sexo masculino chega a 90% nesses casos. Além disso, a mulher apresenta maior preocupação em cuidar da saúde, uma vez que sempre procura os sistemas de saúde para que tenha acompanhamento médico e realize exames de rotina, possibilitando o tratamento precoce de doenças (BANDEIRA, MELO e PINHEIRO, 2010).
 Envelhecimento e Estética
O envelhecimento é um processo a que todos estão propícios com o avançar da idade, e que se caracteriza por ser uma fase de muitas alterações, que à nível cutâneo se tornam perceptíveis. A pele desenvolve uma grande influência na autoestima do indivíduo, assim como na qualidade de vida do mesmo. Com a pele jovem, saudável e bonita o indivíduo se sente mais autoconfiante para ser aceito na sociedade e enfrentar as situações do dia a dia (SCOTTI e VELASCO, 2003 apud SANTOS, 2013).
Os meios de comunicação e a moda influenciam de forma direta na construção da opinião dos indivíduos, dando ênfase em um ideal de beleza estereotipado, fazendo com que as pessoas tentem a todo custo se adequar a este protótipo definido. A notória busca dos indivíduos por um corpo perfeito que se enquadre aos padrões de beleza pré-estabelecidos advém da divulgação de imagens, propagandas e anúncios que exploram a importância de ser jovem, bonito e saudável (Delalibera, 2005).
O que se observa é a preocupação acentuada da sociedade moderna com os efeitos que o envelhecimento pode vir a acarretar na estética corporal. Muitas pessoas não querem perder a aparência jovial, abominam os sinais de envelhecimento que possam vir a surgir com a idade e procuram estratégias que visem retardar esse processo (Delalibera, 2005).
Por meio de uma pesquisa realizada por Limoeiro (2012) constatou-se que as pessoas acreditam que o processo de envelhecimento está relacionado diretamente com a perda da beleza. Através do questionário aplicado nesse estudo, pode-se verificar que a maioria das respostas demonstrava insatisfação com as mudanças na aparência e a perda das características juvenis provocadas pelo envelhecimento.
Em relação às questões estéticas, o processo de envelhecimento é encarado de maneira diferente pelos representantes do sexo feminino se comparado com o masculino, já que esses valorizam mais a força e a potência do corpo. Não é de hoje que a estética faz parte do universo feminino, desde tempos remotos as mulheres tinham cuidados com a beleza e visavam realçar os seus encantos (Kastenbaum, 1979 apud OLIVEIRA, SANTOS e DOMINGUES, 2012). 
Limoeiro (2012) foi mais um dos colaboradores que reforçou a ideia de que as mulheres evidenciam maior preocupação com a beleza do que os homens. Elas relatam a importância de se ter uma boa aparência, assim como também manifestam o desagrado com as modificações que o envelhecimento pode causar no corpo, como: celulite, manchas de sol, rugas, papa no pescoço, varizes, pálpebras inchadas, entre outras. Tal fato nos leva a crer que a perda da aparência jovem surte como um efeito mais devastador no universo feminino, já que as mulheres possuem culturalmente a obrigação de terem um maior cuidado com o corpo se comparadas com os homens.
O cuidado com a estética atinge patamares cada vez maiores. E como foi visto, esse processo pode influenciar de forma negativa na construção da auto imagem de uma pessoa, principalmente do público feminino, já que é a parcela da população no qual se espera que a beleza esteja sempre ligada à juventude (WITT e Schneider, 2009).
O propósito da estética é reparar através de tratamentos específicos as inúmeras disfunções que surgem na pele, além de conservar e realçar a beleza. Os recursos estéticos estão se modernizando com o passar do tempo tornando possível um maior acesso a procedimentos capazes de fornecer um melhor bem estar físico e mental, à medida que aumenta a autoestima e autoconfiança dos indivíduos, especialmente na fase de envelhecimento (BEDIN, 2007 apud ALBARELLO, 2012).
A nutrição está inserida no contexto de saúde estética, ao passo que trabalha de forma direta e objetiva visando contornar os problemas relacionados às desordens estéticas. É feita a conscientização dos indivíduos para que adotem hábitos e condutas alimentares mais saudáveis que vão garantir não apenas saúde, como também uma melhoria na aparência física (GRAUO et al, 2008).
Percebe-se a grande necessidade de uma maior atenção nutricional no âmbito estético, visto que os conceitos existentes no universo da imagem corporal e estética mudam de forma significativa a todo o momento. A predominância do sexo feminino entre a população com mais de 65 anos e a grande preocupação das mesmas com a imagem corporal, nos faz crer que sejam elas as maiores interessadas nos benefícios que a nutrição estética pode vir a oferecer (PUJOL, 2011).
O profissional nutricionista deve estar sempre atualizado, antenado com as pesquisas mais recentes, além de tentar suprir as necessidades manifestadas pela sociedade, através dos conhecimentos científicos adquiridos. A nutrição estética é um novo campo da saúde, em que se observa a realização de estratégias nutricionais não apenas visando a prevenção e tratamento de doenças, através da dietética e dietoterapia, mas também atuando de forma a atender as “necessidades estéticas” dos pacientes (PUJOL, 2011).
2 Morfofisiologia do Sistema TegumentaR
	 		
Figura 2: Morfologia do tegumento humano. Disponível em: http://bioquimicaenvelhecimento.blogspot.com.br/ Acesso em: 28 nov 2013.
 Epiderme
A epiderme é a camada mais externa da pele, composta por tecido epitelial de revestimento estratificado pavimentoso queratinizado. É avascular, ou seja, a sua nutrição ocorre por difusão ou osmose de nutrientes através da derme. Constituída por um conjunto de células específicas, como os queratinócitos, células de Langerhans, melanócitos e células de Merkel. A camada epidérmica é distribuída de forma consecutiva por estratos que são denominados: estrato basal, espinhoso, granuloso, estrato córneo e lúcido (KANITAKIS, 2002).
Além de ser responsável por preservar o conteúdo de água, eletrólitos e nutrientes, a epiderme apresenta como função principal atuar de modo a impedir que agentes externos, como radiação e microrganismos, penetrem na pele. É uma camada onde ocorre intensa renovação celular e que permite o desenvolvimento de estruturas anexas da pele, denominadas unhas, pêlos, glândulas sudoríparas e sebáceas (HARRIS, 2009).
Queratinócitos
As células queratinócitas epidérmicas são originadas a partir do processo de divisão mitótica das células da camada basal. Esses queratinócitos vão migrar para a superfície da pele e lá vão sofrer um processo chamado de queratinização, que é caracterizado por realizar a diferenciação da morfologia e bioquímica das células. (KANITAKIS, 2002).
Os queratinócitos correspondem a 90% do total de células epidérmicas, que se dispõem em 4 ou 5 camadas e são responsáveis por sintetizar a queratina, caracterizada por ser uma proteína fibrosa que possui a função de proteger a pele contra fatores exógenos, como calor, substâncias químicas e microrganismos. (TORTORA e GRABOWSKI, 2006). Além disso, são células que originam os corneócitos, que caracterizam o estado de diferenciação terminal dos queratinócitos, e são responsáveis pela produção dos corpos lamelares que liberam uma substância hidrorrepelente (TORTORA e GRABOWSKI, 2006).
Melanócitos
Os melanócitos correspondem a 8% das células epidérmicas e são caracterizados por sintetizar melanina, umpigmento que promove a cor da pele e absorve a radiação ultravioleta prejudicial para a saúde cutânea (TORTORA e GRABOWSKI, 2006).
Os melanócitos sintetizam a melanina através da ação da enzima tirocinase. Com o estímulo dessa enzima, o aminoácido tirosina é convertido em 3,4-dihidroxifenilalanina (DOPA), e após essa etapa a tirocinase atua sobre a DOPA, no qual irá sintetizar a dopaquinona que após ser transformada, é convertida em melanina (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2008).
A melanina protege as células da camada basal das consequências decorrentes da exposição à radiação UV, ao passo que, age estimulando a ação dos melanócitos com objetivo de sintetizar uma maior quantidade de melanina. Porém, isso ocorre dentro de certos limites, no caso de exposição solar excessiva, a pele sofre alterações que levam ao câncer. Pode-se observar também a participação da melanina na regulação da temperatura e síntese de vitamina D3 (HARRIS, 2009).
Células de Langerhans
São células que participam do sistema imune da pele, protegendo-a contra os microorganismos invasores. Atuam interagindo com os linfócitos T, na secreção de citocinas e ativação da resposta imune específica, protegendo a pele contra microorganismos invasores. Porém são células que apresentam grande fragilidade à radiação ultravioleta (TORTORA e GRABOWSKI, 2006).
Células de Merkel
São células derivadas da crista neural com função de detectar as inúmeras sensações táteis do corpo, por conta do seu contato com uma célula nervosa denominada disco tátil (de Merkel). Encontram-se na camada basal, principalmente na ponta dos dedos. (TORTORA e GRABOWSKI, 2006).
2.1.5 Camadas da Epiderme
2.1.5.1 Estrato Basal
	Considerada a camada mais profunda da epiderme, no qual apresenta células denominadas matrizes, que consiste em uma única camada de queratinócitos que repousam em estrato basal. Nessa camada, ocorre mitose das células basais, onde algumas destas seguem em direção ao estrato espinhoso para formar a camada córnea através do processo de diferenciação, enquanto, que outras adicionam-se à população das células-fonte do estrato basal (TORTORA e GRABOWSKI, 2006). A camada basal é ancorada à membrana basal através dos hemidesmossos, compostos por fibras de queratina (HARRIS, 2009).
2.1.5.2 Estrato Espinhoso
Localizado acima do estrato basal, é onde começa a se desenvolver o processo denominado queratinização, em que os desmossomos (pequenos filamentos de queratina) ultrapassam o citoplasma das células e se ligam às células vizinhas. As células espinhosas são dotadas de poros que vão possibilitar a passagem de nutrientes e fornecer uma aparência esponjosa à camada (HARRIS, 2009).
	Outro processo que ocorre no estrato espinhoso é a síntese de corpos lamerales, estes que vão originar a formação do manto hidrolipídico e de querato-hialina (HARRIS, 2009).
2.1.5.3 Estrato Granuloso
Camada em que as células apresentam grânulos de queratina. Na célula granulosa madura ocorre a perda do núcleo e os queratinócitos se tornam achatados, havendo a formação de placas de queratina (HARRIS, 2009). Juntamente com o estrato lúcido, agem como barreira, impedindo a entrada de substâncias exógenas e a saída de água da pele (GIAVAROTTI, 2009).
O estrato granuloso é dotado de estruturas chamadas corpos lamelares que apresentam em sua composição uma mistura considerável de lipídeos, dentre eles, os fosfolipídios, esfingolipídios e colesterol. Essas estruturas vão liberar o seu conteúdo lipídio no espaço intercelular do estrato córneo, dando origem ao manto hidrolipídico, caracterizado como uma eficiente barreira à prova d’água (HARRIS, 2009). A perda de fluídos corporais e a entrada de corpos estranhos são bloqueadas através da ação hidrorrepelente dessa secreção lipídica (GARTNER e HIATT apud PIAZZA, 2011).
2.1.5.4 Estrato Córneo
Estrato que aparentemente exerce função de proteção mecânica. É a camada morta da epiderme, que apresenta células anucleadas de citoplasma queratinizado. Essas células queratinizadas a medida que se destacam do epitélio vão sendo substituídas por outras (GIAVAROTTI, 2009).
	Após a formação das células no estrato basal, as mesmas são empurradas lentamente em direção á superfície. Ocorre o processo de queratinização, que nada mais é do que o acúmulo de queratina proveniente da locomoção das células de uma camada para outra. No fim, as células queratinizadas descamam e são substituídas por células subjacentes. O conjunto de células mortas tem a função de proteger as camadas mais profundas contra danos e invasão de microorganismos (HARRIS, 2009).
2.1.5.5 Estrato Lúcido
	Camada localizada entre os estratos córneo e granuloso, mais abundante em regiões palmoplantares. Apresenta de três a cinco camadas de células queratinócitas mortas, com núcleos translúcidos que contém grande quantidade de queratina (KIERSZENBAUM, 2004 apud PIAZZA, 2011).
 Derme
Camada formada por tecido conjuntivo que atua na sustentação da epiderme. É vascularizada e em conjunto com as glândulas sudoríparas nutrem os tecidos e regulam a temperatura corporal. Na derme estão presentes as fibras de colágenos, que tem a propriedade de dar resistência e vigor à pele. Assim como também, há as fibras elásticas que são responsáveis pela elasticidade da pele, tal qual permite que os membros se movimentem e se estendam, além de tornar a derme capaz de se fixar às outras camadas cutâneas, epiderme e hipoderme (COHEN, PRAZERES e SILVA, 2009 apud FREITAS, 2010).
O colágeno constitui cerca de 80% do peso total da pele do adulto, já a quantidade de elastina corresponde a 5%. Na derme, observa-se a presença dos fibroblastos, células que possuem a propriedade de produzir colágeno, elastina e substância fundamental amorfa com o intuito de manter a integridade estrutural do tecido conjuntivo (BAGATIN, 2008).
Na derme estão presentes as artérias, veias sanguíneas e vasos linfáticos. As artérias distribuem o sangue rico em oxigênio e nutrientes para todo o copo, assim como as veias retornam os resíduos oriundos do metabolismo em forma de partículas de dióxido de carbono. É por meio dos vasos linfáticos que a derme recebe as células consideradas migratórias, dentre elas, os macrófagos, linfócitos, neutrófilos, estas que apresentam a função de proteger o organismo contra infecções de microrganismos e inflamação (WELSS, 2004).
2.2.1 Camada Papilar
	Consiste em tecido conjuntivo frouxo que apresenta contato direto com a epiderme, sendo assim, considerada a parte superficial da derme. Apresenta projeções, denominada papilas dérmicas, que aumenta a área de contato entre as camadas dérmica e epidérmica. Nas papilas dérmicas estão localizados receptores, denominados corpúsculos do tato, que vão captar as sensações táteis (GARTNER, 2007 apud PIAZZA, 2011). 
2.2.2 Camada Reticular
	Constituída por tecido conjuntivo denso, é mais espessa e garante a elasticidade e sustentação para a pele (GARTNER, 2007 apud PIAZZA, 2011). 
2.2.3 Fibras de Colágeno
Os fibroblastos e miofibroblastos tem a capacidade de sintetizar proteínas complexas chamadas de colágeno. A produção de colágeno é diretamente dependente do procolágeno, secretado no meio intracelular através da ação dos fibroblastos. O procolágeno tipo I será, posteriormente, no espaço extracelular, convertido em colágeno. A fibra colágena vai agir suprindo as inúmeras alterações que ocorrem no espaço extracelular, atuando na melhora da estabilidade e força cutânea (BAUMMAN, 2001).
Segundo o autor acima, existem ao menos oito tipos distintos de colágeno, porém o de maior predominância na pele é o tipo I, seguido do tipo III que se expande por todo o corpo, porém sua quantidade é menor do que o tipo I. Já o colágeno tipo IV tem a função de fornecer estabilidade mecânica à pele, além de ser o principal componente das estruturas das membranas basais. O colágeno tipo I predomina na derme reticular e o tipo II na derme papilar.
A redução das inúmeras atividades metabólicas, dentre elas,a síntese de colágeno, corrobora para o envelhecimento da pele. Do ponto de vista molecular, o colágeno do indivíduo idoso não se difere do de uma pessoa jovem, contudo, a quantidade e composição do mesmo pode ser alterada devido as agressões que se produzem com o passar dos anos (KOHL, 2011).
2.2.4 Fibras de Elastina
Considerada proteína principal que apresenta ao seu redor estruturas fibrilares denominadas microfibrilas. As fibras elásticas têm a função de fornecer elasticidade, são responsáveis pela capacidade retrátil e previnem a superextensão da pele (HARRIS, 2009).
As fibras elásticas quando em associação com o colágeno fornecem à pele a propriedade de extensibilidade, além de força e elasticidade. A extensibilidade é a capacidade da pele de se distender, já a elasticidade é quando a pele é capaz de retornar à sua forma original após uma distensão (FARIA et al, 1995 apud PIAZZA, 2011).
Substância Fundamental Amorfa
Presente em qualquer tecido do corpo, forma o ambiente para os constituintes celulares e as fibras. É um gel que apresenta em sua composição fibronectina e glicosaminoglicanos, substâncias sintetizadas pelos fibroblastos (WALTER e MAIBACH, 2008 apud PIAZZA, 2011).
As células que compõe a substância fundamental amorfa são caracterizadas como residentes ou migratórias. As células residentes são os fibroblastos, os histiócitos que tem função fagocitária. ; e os macrófagos e mastócitos que estão intimamente relacionados com a produção de histamina e heparina. Já as células consideradas migratórias são as que participam do sistema imunológico, no qual destacam-se os linfócitos, eosinófilos e plasmácitos (GIAVAROTTI, 2009).
Os glicosaminoglicanos passam a se chamar proteoglicanos quando se ligam a uma proteína central. O ácido hialurônico é o proteoglicano mais abundante na pele, que possui a função de hidratar o tecido cutâneo devido a sua capacidade de se ligar com a água em até mil vezes o próprio volume (WALTER e MAIBACH, 2008 apud PIAZZA, 2011).
Hipoderme
Também denominada camada subcutânea, está localizada na parte mais profunda da derme. Composta por tecido conjuntivo frouxo e células adiposas, rica em nervos e vasos sanguíneos e dependendo da sua localização no corpo vai apresentar espessura variável. O tecido adiposo apresenta inúmeras funções no organismo, dentre elas, funciona como depósito nutricional, nutre os adipócitos por ser um tecido bastante vascularizado, além de regular a temperatura e agir protegendo o organismo contra os choques e pressões externas, é importante para fornecer motilidade à pele quando relacionada às estruturas subjacentes (PUJOL, 2011). 
Estruturas Acessórias da Pele
Os pelos, unhas e glândulas se originam a partir da epiderme de um embrião e desempenham funções vitais para o organismo. A epiderme e a derme interagem entre si para gerar as glândulas sudoríparas e os anexos cutâneos. As unhas e pelos apresentam a finalidade de proteger o corpo a fim de evitar penetração cutânea de agentes exógenos, já as glândulas sudoríparas atuam visando regular a temperatura corpórea (KIERSZENBAUM, 2004 apud PUJOL, 2011).
2.4.1 Pelos
Exceto na palma das mãos, planta dos pés e superfícies plantares dos dedos dos pés, observa-se os pelos em toda a superfície da pele, visto que os mesmos são distribuídos de forma bastante acentuada no couro cabeludo, em torno dos órgãos genitais externos e nos supercílios (GARTNER, 2007 apud PUJOL, 2011).
Cada pelo se caracteriza por ser um fio de células queratinizadas fundidas e mortas. A composição dos pelos se dá através de três regiões, tal qual pode-se citar a medula, cutícula e córtice (HARRIS, 2005). A função dos pelos da cabeça é de proteção, assim como também os do supercílio, cílio e das narinas, que protegem, respectivamente, os olhos da entrada de microorganismos estranhos e a inalação de insetos e partículas (GARTNER, 2005 apud PIAZZA, 2011).
A melanina, sintetizada pelos melanócitos na matriz do bulbo, dá a cor aos pelos. Os pelos escuros apresentam a melanina verdadeira, já os loiros e ruivos contém variantes da melanina que possui ferro e enxofre. Os pelos grisalhos caracterizam-se pelo declínio de melanina e os brancos são o acúmulo de bolhas de ar nas hastes do pelo (TORTORA e GRABOWSKI, 2006). Os folículos pilosos apresentam renovação constante, no qual intercalam a fase de crescimento (catagênica) com a de repouso, denominada telogênica (KIERSZENBAUM, 2004 apud PIAZZA, 2011).
Unhas
	As unhas são formadas por placas de queratina dura na parte dorsal dos dedos dos pés e mãos. Apresentam a função de proteção das extremidades, assim como também possibilita o manuseio de objetos. Cada unha é composta por um corpo, porção da unha que se pode ver; margem livre, que se estende da extremidade dos dedos da mão e pé e a raiz, que é a parte não visível da unha (TORTORA e GRABOWSKI, 2006).
A placa ungueal da unha são células epiteliais cornificadas, através do qual o limite da placa é revestido pela cutícula, que é uma projeção do estrato córneo. A perda da mesma pode deixar a unha suscetível a processos inflamatórios e infecciosos (GARTNER, 2007 apud PIAZZA, 2011).
Glândulas
Sebáceas
Estão interligadas com o folículo piloso, no qual as suas porções de secreção estão localizadas na derme e se abrem no folículo piloso. O sebo, um composto formado por lipídeos que contém triglicerídeos, ácidos graxos, colesterol, é secretado por essas glândulas, e apresenta função de evitar o ressecamento dos pelos e previne a perda acentuada de água da pele (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2008).
Sudoríparas
	São divididas em dois tipos, apócrinas e écrinas. As primeiras são derivadas da epiderme, localizadas nas axilas e na região anal, apresentam a função de atração sexual e transporte de lipídeos e proteínas para exterior do corpo. Já as glândulas sudoríparas écrinas são derivadas de um desenvolvimento especializado da epiderme, com a função de regular a temperatura corporal, quando este é exposta ao calor excessivo (HARRIS, 2009).
teorias do envelhecimento
Algumas teorias tentam explicar o processo de envelhecimento humano, dentre elas, destacam-se, a ação dos radicais livres, encurtamento dos telômeros, envelhecimento mitocondrial e programado, teoria da ligação cruzada e resposta autoimune (KOHL et al, 2011).
 Radicais Livres
Um átomo ou associação dos mesmos, que possui um elétron desemparelhado em sua órbita constitui o Radical Livre, molécula que precisa doar ou captar um elétron de outra molécula para se tornar estável. O estresse oxidativo, caracterizado por desencadear uma cadeia de reações responsáveis por originar as mudanças celulares, é estimulado pela síntese de radicais livres (HIRATA, SATO e SANTOS, 2004).
Os radicais livres são moléculas que estão presentes no organismo, com função de defesa contra infecções e ação vasodilatora, porém quando ocorre o seu desemparelhamento, estes radicais se tornam mais reativos e acabam sendo prejudiciais para a saúde por ocasionar doenças e o envelhecimento precoce (FARINATTI, 2002).
Oxidações químicas e de enzimas acarretam na formação de radicais livres que vão acelerar o processo de envelhecimento por causar danos ao DNA e por agirem na hidroxilação e glicação proteica, no qual ocorre mudanças na estrutura da membrana e uma maior flacidez devido a perda das funções biológicas do colágeno e das proteoglicanas ( JAY et al., 1998 apud HIRATA, SATO e SANTOS, 2004).
No envelhecimento intrínseco, ocorre perda de elasticidade da pele, menor replicação tecidual e regulação de trocas aquosas, provenientes das alterações presentes no material genético devido a ação de enzimas, além de modificações proteicas e diminuição dos níveis de renovação celular. A formação de radicais livres em razão do processo de oxidação química e enzimática acelera o fenômeno do envelhecimento (Sousselier, L. e Berthon, J.Y. 1998 apud HIRATA, SATO e SANTOS, 2004).
Os radicais livres através de reações químicas vãogerar danos em outras espécies menos reativas, destroem enzimas e atacam células ocasionando o mau funcionamento e até mesmo a morte das mesmas. Além disso, apresentam a capacidade de gerar novos radicais livres (CORTE, 2006).
O processo de stress oxidativo acarreta, de forma mais grave, em peroxidação de ácidos graxos que formam a dupla camada lipídica, podendo corroborar para a morte da célula. Enzimas, vitaminas e quelantes de íons metálicos são mecanismos de defesa que impedem a redução do número de células, contudo, esses mecanismos protetores diminuem significativamente com o envelhecimento ( Wickens, 2001 apud HIRATA, SATO e SANTOS, 2004).
 Encurtamento dos Telômeros
Os telômeros são estruturas encontradas nas extremidades dos cromossomos eucariontes, e a nível celular desempenham um importante papel no envelhecimento intrínseco (Figura 3). Os telômeros intactos tem a principal função de ampliar o tempo de vida das células, e com o passar do tempo ocorre o encurtamento destes. Por conta disso, são considerados bons indicadores do envelhecimento (CANO, 2006).
		
	 
Figura 3: Estrutura do Telômero.
 Fonte: BUCKINGHAM e KLINGELHUTZ, 2011
Os telômeros estão localizados nas pontas dos cromossomos, que se caracterizam por conter todas as informações genéticas responsáveis pela diferenciação de células e tecidos. Os telômeros são de extrema importância para manter a integridade do genoma, já que agem formando uma capa protetora nas extremidades que vai impedir que os cromossomos sejam deteriorados, assim como evita a fusão de terminais de diferentes cromossomos. Quando o telômero se torna danificado, consequentemente, o mesmo é destruído, acarretando na morte da célula (CANO, 2006).
Nas células germinativas, células-tronco e neoplásicas ocorre síntese de telomerase, uma enzima responsável por regenerar os telômeros, impedindo o seu encurtamento. Todavia, a maioria das células não apresenta a ação ativa da telomerase, sendo assim, quando os telômeros chegam a um determinado comprimento são submetidos ao limite de Hayflick, um ponto crítico que sinaliza a parada de divisões celulares, início do envelhecimento e morte celular (Sidiropoulos, 2005).
O encurtamento dos telômeros pode ser considerado como o “relógio molecular” uma vez que ocorre o encurtamento destes em células nas quais não há ação da enzima telomerase. Quando o DNA sofre o processo de replicação, uma pequena parte de sua composição é perdida em cada extremidade do cromossomo, o que conduz a um encurtamento dos telômeros, levando à hipótese de que o número de replicações da célula é regulada pelo comprimento dos telômeros (BURGOINE, 2005 apud TEIXEIRA E GUARIENTO, 2010).
 Envelhecimento Programado
Essa teoria expõe duas versões a respeito do envelhecimento. A primeira esclarece que as espécies à medida que envelhecem se tornam presas fáceis para os predadores, enquanto que os mais jovens são poupados por terem a capacidade de procriar. A segunda versão da teoria explica que o organismo humano está programado para morrer com o objetivo de dar lugar aos indivíduos mais jovens, visando evitar a superpopulação (Gavrilov e Gavrilova, 2002). O envelhecimento programado nada mais é do que o organismo consumir-se de maneira progressiva, degenerando as células, acarretando no envelhecimento e na morte das mesmas (PIAZZA, 2011).
3. 4 Resposta autoimune
Com o tempo o sistema imunológico se torna deficiente em relação a sua capacidade de distinguir corpos estranhos do próprio material corporal. Os linfócitos são produzidos e acabam atacando as células e tecidos do corpo e deixam de atacar os considerados corpos estranhos, corroborando de forma ativa para desencadear o processo de envelhecimento (PIAZZA, 2011).
3. 5 Teoria da Ligação cruzada
Nessa teoria ligam-se às moléculas de DNA, outras moléculas extremamente reativas. Quando há essa ligação, a célula atua, descartando a porção corrompida do DNA, com o objetivo de defesa. A célula vai agir de modo a reparar a região do DNA perdida, porém se for um processo complexo e demorado ou se houver ligação do agente reativo a duas hélices proteicas que constituem o DNA, o prejuízo não pode ser recuperado. As ligações cruzadas influenciam de forma direta na composição do DNA, por conta disso qualquer lesão na mesma acarreta em mudanças significativas na capacidade funcional da célula (MAGNANI et al, 1990 apud FARINATTI, 2002).
3. 6 Envelhecimento Mitocondrial
	São alterações que ocorrem no genoma das mitocôndrias que vão modificar o metabolismo mitocondrial, acarretando na diminuição da síntese de ATP e tornando a célula vulnerável ao envelhecimento e diversas doenças. Sendo assim, a adequada estrutura e função das mitocôndrias é de extrema importância no que diz respeito à expectativa de vida do indivíduo (Viña, 2006).
FATORES QUE INFLUENCIAM O ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
 O envelhecimento cutâneo é induzido por dois principais processos, denominados extrínseco e intrínseco. O primeiro decorrente de fatores ambientais, como exposição solar, poluição, tabagismo, má nutrição, etc e o intrínseco que é o resultado da herança genética do indivíduo e está diretamente relacionado com o tempo (Puizina-Ivi, 2008). Os efeitos desses fatores conduzem gradualmente a uma perda de integridade estrutural e a função fisiológica da pele, tornando-a vulnerável às infecções, ao ressecamento, prurido e doenças autoimunes (FARAGE et al, 2008).
 Envelhecimento Intrínseco
O envelhecimento intrínseco é considerado inevitável, progressivo e dependente do tempo. Esse processo decorre da herança genética do indivíduo, tal qual se evidencia através das mudanças ao longo da vida. (BAUMANN, 2002; Yaar e Gilchrest, 2003 apud Puizina-Ivi, 2008).
A pele envelhecida passa por alterações com o avanço da idade. As mudanças estão relacionadas com o aparecimento de rugas finas, neoplasias benignas e frouxidão, além da perda da elasticidade e a aparência amarelada da pele. Há o enfraquecimento das unhas e o aparecimento de pelos brancos, assim como também ocorre a redução da secreção sebácea, sudorípara e do conteúdo de água da derme, tornando a pele espessa e ressecada (MAIO, 2004 apud BUSNARDO e AZEVEDO, 2013). 
A atrofia está diretamente relacionada com as mudanças histopatológicas ocorrida no envelhecimento da pele. O número de células é reduzido consideravelmente, no qual o núcleo celular apresenta alterações na forma e composição. A pele se torna mais frágil por conta do desaparecimento de papilas na junção dermo-epidérmica (MAIO, 2004 apud BUSNARDO e AZEVEDO, 2013).
Observa-se diminuição de 10% a cada ano do número de melanócitos, assim como as células de langerhans perdem cerca de 70% do seu quantitativo do início da fase adulta até a terceira idade (MAIO, 2004). A síntese de lipídeos e outros elementos responsáveis por agir como barreira impedindo a ação de corpos estranhos diminui e os queratinócitos perdem a propriedade de se diferenciarem para a formação de estrato córneo. A ocorrência desses fatores, de forma sinérgica, com a atrofia das glândulas sudoríparas vai desencadear a pele seca característica dos idosos (Tabela 1) (Hashizume, 2004).
Na derme, ocorre a redução da capacidade de produção de colágeno por conta da diminuição do número de fibroblastos. A cicatrização da pele torna-se prejudicada em virtude da degradação de colágeno e do aumento da ação proteolítica da metaloproteinase da matriz 1 (Tabela 1) (MAIO, 2004 apud BUSNARDO e AZEVEDO, 2013).
Tabela 1 – Características do envelhecimento cronológico
Adaptada de MONTAGNER e COSTA, 2009
	 Envelhecimento Intrínseco
 (Cronológico)
	
	Rugas
	Finas
	Camada córnea
	Inalterada
	Células displásicas
	Poucas
	Fibras de colágeno
	Pequena alteração no tamanho e organização
	Fibras elásticas
	ReorganizadasFolículo capilar
	Baixo número de afinamento
	Melanócitos
	Normal
	Glândulas sebáceas e sudoríparas
	Baixo número
	Junção dermoepidérmica
	Leve achatamento
	Microvasculatura
	Área reduzida
	Alterações benignas
	Ceratose seborreica
	Alterações pré-malignas
	-
 Envelhecimento Extrínseco 
O envelhecimento extrínseco é uma resposta às agressões causadas por fatores exógenos, como por exemplo, tabagismo, consumo exagerado de álcool, exposição excessiva ao sol sem qualquer tipo de proteção, alimentação inadequada, entre outros. A exposição a esses fatores deve ser evitada, para que se possa prevenir o envelhecimento prematuro da pele. De todos os elementos citados anteriormente, a fotoexposição é a que exerce maior prejuízo para a saúde cutânea, visto que 80% do envelhecimento facial é proveniente do contato da radiação ultravioleta com a pele (KOHL et al, 2011).
Fotoenvelhecimento
A exposição de forma excessiva á radiação ultravioleta é vista como o fator ambiental mais prejudicial que ocasiona o envelhecimento extrínseco. O fotoenvelhecimento é um processo que acomete a pele e seus sistemas de suporte e está intimamente relacionado com a pigmentação cutânea e o grau de exposição à radiação solar. A pele envelhecida pelo sol apresenta algumas peculiaridades, como cor amarelada, enrugada, pigmentação irregular, atrofiada, com telangiectasias e lesões pré-malignas (MASNEC e PODUJE, 2008).
A radiação UVA são os comprimentos de onda mais longos que originam radicais livres oxidativos, no qual participam de forma ativa no processo de envelhecimento cutâneo, promove o surgimento de doenças de fotossensibilidade e, além disso, também contribuem para o desenvolvimento do câncer. Os raios UVB atuam de forma a causar dano ao DNA, sendo considerados os principais responsáveis por queimaduras provenientes do sol, ocasionando em um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele (MASSON, 2003 apud ARAUJO e SOUZA, 2008).
O fotoenvelhecimento provoca inúmeras alterações histológicas na pele, no qual na epiderme pode-se destacar o achatamento da junção dermoepidérmica, e a diminuição na espessura da camada espinhosa (Berneburg et al, 1999 apud Montagner, 2009). Além disso, o número de queratinócitos diminui de forma significativa e por estarem envelhecidos, tornam-se vulneráveis às mutações no DNA, deixando a pele propícia para o desenvolvimento de câncer. As Células de Langerhans perdem a propriedade de produzir anticorpos por terem o seu número reduzido com a idade (WULF, 2004).
O número de células presentes na derme aumenta de forma considerável, assim como também há o aumento em quantidade e tamanho dos fibroblastos. Esses fibroblastos, quando há penetração da radiação UVA na derme reticular, vai produzir um número excessivo de fibras elásticas anormais. Ocorre fisiologicamente com o decorrer dos anos a redução dos colágenos tipo I e III, porém essa diminuição se torna acelerada em virtude do fotoenvelhecimento (RABE et al, 2006).
A exposição à luz ultravioleta estimula a ação de especificamente três metaloproteinases (colagenase, gelatinase e estromelisina) que são enzimas proteolíticas que tem a capacidade de degradar colágeno, elastina e outras proteínas do tecido conjuntivo. As três enzimas trabalhando de forma conjunta podem ocasionar na degradação completa do colágeno da pele. Através disso, é possível salientar que quanto maior a exposição solar, maior é a indução das metaloproteinases na camada dérmica, acarretando em danos cutâneos do fotoenvelhecimento (MASNEC e PODUJE, 2008)
Algumas mudanças ocorrem na epiderme, provenientes do fotoenvelhecimento, como, o achatamento da junção dermo-epidérmica, resistência à apoptose adquirida pelos queratinócitos tornando-os vulneráveis às mutações no DNA. Além disso, observa-se a redução considerável do número de melanócitos, assim como também de células de Langerhans, ocasionando na diminuição da capacidade de produzir anticorpos (WULF, 2004).
Os comprimentos de onda decorrentes da radiação ultravioleta vão agir de forma distinta nas células das camadas. A radiação UVB, considerada de onda curta, é absorvida na epiderme e atinge principalmente os queratinócitos, já no caso das ondas mais longas, denominadas UVA, a penetração é mais profunda e afeta tanto os queratinócitos da epiderme, como também os fibroblastos presentes na derme (Krutmann, 2001).
A radiação além de induzir a degradação de colágeno, provoca a redução de sua síntese. O dano solar causado na pele diminui a formação do colágeno tipo I na derme em decorrência da redução da expressão do gene dos procolágenos tipo I e III. O colágeno alterado por si só, acarreta, consequentemente, na diminuição da síntese de novas fibras colágenas (FLIEGIEL et al, 2003).
O fotoenvelhecimento é o responsável pelas principais alterações na aparência da pele, no qual pode-se citar, as rugas profundas, cor amarelada, aspereza, pigmentação irregular, além de desenvolvimento de neoplasias benignas e malignas. As telangiectasias que aparecem na pele fotoexposta, são pequenos vasos sanguíneos dilatados decorrentes da má drenagem capilar da pele por conta do menor número de folículos capilares (Tabela 2) (Tsukahara, 2001).
Tabela 2 – Alterações cutâneas provocadas pelo fotoenvelhecimento
			Adaptada de MONTAGNER e COSTA, 2009
	Envelhecimento Extrínseco
(Fotoenvelhecimento)
	
	Rugas
	Profundas
	Camada córnea
	Afilada
	Células displásicas
	Muitas
	Fibras de colágeno
	Grande alteração no tamanho e organização
	Fibras elásticas
	Menor produção e maior degeneração
	Folículo capilar
	Menor número e estrutura: perda capilar
	Melanócitos
	Menor número e melanina
	Glândulas sebáceas e sudoríparas
	Menor número: pele seca
	Junção dermo-epidérmica
	Importante achatamento
	Microvasculatura
	Telangiectasias, equinoses, infiltrado inflamatório perivascular
Tabagismo
A tendência das pessoas ao fumo se deve muitas vezes apenas por prazer, razões sociais ou por vício. O hábito de fumar contribui diretamente para desencadear o envelhecimento precoce da pele, porém os mecanismos fisiológicos desse processo ainda não são totalmente conhecidos (SUEHARA, SIMONE e MAIA, 2006).
No cigarro está presente a nicotina que sintetiza substâncias que vão agir destruindo as principais células de colágeno, denominadas fibroblastos, resultando em perda da elasticidade do tecido conjuntivo e acelerando o processo de envelhecimento. Além disso, a nicotina tem efeito sobre a elastina, bloqueando as ligações dessa proteína fibrosa e elástica, há também a diminuição dos lipídeos cutâneos, tornando a pele seca e opaca. Os vasos sanguíneos diminuem de calibre, tornando a nutrição celular menos eficiente (SINAP-SAÚDE, 2008 apud PASSOS et al, 2013).
A liberação de radicais livres ocorre devido ao estímulo proveniente da ação das substâncias presentes na nicotina, estas que serão responsáveis por inativar as enzimas protetoras da pele. O fumo também influencia o aumento da atividade da enzima elastase, que se caracteriza por hidrolisar a elastina e prejudicar a sua formação, tornando a pele mais espessa (SUEHARA, SIMONE e MAIA, 2006). Além disso, ocorrem mudanças na atividade das células inflamatórias e ativação das metaloproteinases da matriz que promovem a degradação da matriz extracelular (Farage et al, 2008).
Segundo estudos de revistas médicas, como a Sourthen Medical Journal, o hábito de fumar pode trazer muitos prejuízos para a saúde da pele, como por exemplo, a diminuição da umidade cutânea, tornando a pele mais seca e desidratada. A pele de um fumante é mais pálida e cinzenta e apresenta mais rugas quando se faz um comparativo com as pessoas que não fumam (LIMA, LOURENÇO e SILVA, 2012).
Costa (1987), confirma que os componentes presentes no cigarro podem ser responsáveis pelas alterações da pele, quando diz (COSTA, 1987 apud LIMA, LOURENÇO e SILVA, 2012):
O monóxido de carbono fica visível entre a derme e epiderme, empalidecendoe envelhecendo a pele, determinando que as indesejáveis rugas apareçam bem mais cedo. É a falta de sangue oxigenado, que não chega o suficiente para alimentar os tecidos, que determina o seu envelhecimento prematuro, tendo, também, como aliado dessa ação pertinaz e degradante a nicotina, que determina uma constrição, diminuindo a passagem de sangue correspondente para irrigar a periferia.
A nicotina é considerada a mais tóxica, dentre as 4000 substâncias presentes na fumaça do cigarro. Ela age de forma a diminuir o fluxo de sangue por conta da sua ação vasoconstritora. Os mecanismos desta ação ainda não estão esclarecidos, contudo, acredita-se que a nicotina atua estimulando a vasopressina, considerada um hormônio vasoconstritor. Além disso, O fumo exerce influencia no sistema nervoso simpático, também acarretando em vasoconstrição. Isso vai acarretar na diminuição do teor de oxigênio dos tecidos, gerando a isquemia crônica que propicia em lesões das fibras elásticas e redução da produção de colágeno, assim como também ocasiona na diminuição do hormônio estrogênio, este que participa ativamente na produção das proteínas colágeno e elastina (JENSEN et al, 1991 apud Suehara, Simone e Maia, 2006).
O tabaco estimula a ação dos leucócitos que irão liberar íons superóxidos. Tal fato promove lesão tecidual, por conta da peroxidação lipídica ou devido a inativação de enzimas que protegem o tecido da atividade proteolítica. O retinol, betacaroteno e tocoferol tem a propriedade de atuar inativando os radicais livres, entretanto, a quantidade dessas substâncias no sangue e na pele de indivíduos tabagistas é consideravelmente menor (Bridges, Chow e Rehm, 1990; FRANCIS, 1998 apud Suehara, Simone e Maia, 2006 ).
Segundo Model (1985), as manifestações clínicas do envelhecimento decorrente do fumo caracterizam-se, como “fáceis do tabagismo”, no qual os indivíduos fumantes apresentam rugas eminentes, proeminência dos contornos ósseos, pele atrofiada, cinzenta e pálida, com estrias e fragilidade (MODEL, 1985 apud LIMA, LOURENÇO e SILVA, 2012). A tabela 3 cita as principais alterações cutâneas provenientes do consumo de cigarro.
Tabela 3 - Fáceis do Tabagismo
	Fáceis do Tabagismo
	Características
	Grau
	
	1
	Linhas de expressão ao redor dos olhos
	2
	Linhas nos cantos dos olhos
	3
	Numerosas linhas superficiais nas bochechas e região mandibular
	5
	Proeminência óssea e aprofundamento das bochechas
	6
	Atrofia da pele
	7
	Tonalidade cinzenta da pele
 Adaptada de Strutzel et al, 2007
Alimentação
As desordens alimentares decorrem de deficiências de nutriente visto que a população passa a optar pelo consumo de alimentos prontos visando a praticidade e deixando de lado o consumo de vegetais, legumes e frutas, tendo como consequência, o aumento da ingestão de calorias e gorduras e diminuição da ingestão de vitaminas e minerais importantes para saúde do organismo. O desequilíbrio na dieta derivado de deficiência nutricional e de alguns nutrientes específicos causa um desequilíbrio na saúde cutânea do indivíduo (PUERTO e TEJERO, 2013).
A ingestão de forma excessiva de alimentos pode acarretar em consequências prejudiciais na fisiologia da pele. As pessoas obesas apresentam aumento significativo na perda de água epidérmica, provocando alteração da função de barreira da pele. Além disso, observa-se que a obesidade pode afetar a produção de sebo, promover mudanças na circulação e modificar o metabolismo do colágeno. O hábito alimentar de consumir dietas hipercalóricas corrobora para o aumento da produção de espécies reativas, estimulando o estresse oxidativo (MATTSON, 2008).
A obesidade possui a propriedade de aumentar o stress oxidativo das células e a inflamação. O IMC está relacionado de forma direta com o encurtamento dos telômeros, ao passo que, os obesos apresentam telômeros mais curtos que pessoas não obesas. A diminuição do telômero significa um envelhecimento precoce das células e tecidos com consequente perda da longevidade (PUERTO e TEJERO, 2013).
Quando o processo fisiológico do envelhecimento, principalmente o cutâneo ocorre de forma acelerada é em decorrência da carência de vitaminas antioxidantes, como A, E, C e oligoelementos como cobre, selênio e zinco, que apresentam importante ação contra os radicais livres (ORIÁ et al, 2003).
Em 2001, Purba et al. descreve que enrugamento da pele pode estar relacionado diretamente com os hábitos alimentares . Neste estudo, o alto consumo de verduras, legumes e azeite funcionam como agentes protetores contra os danos cutâneos decorrentes do envelhecimento cutâneo. Em outro trabalho, a menor ingestão de gordura e carboidratos e o maior consumo de vitamina C e ácido linoleico estão associados uma melhor aparência cutânea (PURBA, 2001 apud ORIÁ et al, 2003).
Puerto e Tejero (2013) acreditam que alimentação equilibrada não é apenas necessária para se evitar doenças crônicas, como cardiopatias, câncer e diabetes, também é de extrema importância para a manutenção da saúde e preservação da capacidade funcional da pele. Existem nutrientes específicos, que quando em déficit no organismo, podem ocasionar em alterações cutâneas, como é o caso da vitamina C, responsável pela síntese de colágeno, proteína importante na sustentação e elasticidade da pele.
Uma alimentação saudável e balanceada, livre de excesso de calorias e gorduras saturadas contribui para o aumento da capacidade antioxidante, de extrema importância para diminuir os danos oxidativos que ocorrem nas proteínas, lipídeos e DNA. Através disso, observa-se, consequentemente, o aumento da expectativa de vida, menor incidência de doenças crônicas, prolongamento da fase reprodutiva e preservação do colágeno da pele (NETTO, 2007 apud SILVA e FERRARI, 2011).
Alterações MORFOfisiológicas no envelhecimento CUTÂNEO
 
5.1 Envelhecimento Celular
Para que todo o funcionamento da célula ocorra de forma eficiente existem em sua estrutura componentes fundamentais, como o DNA, proteínas e lipídeos. Quando o equilíbrio da célula entra em declínio, origina o processo de envelhecimento, no qual ocorre alterações na codificação do DNA, além da produção de proteínas e outras macromoléculas se tornar reduzida (GAVA e ZANONI, 2005).
De acordo com os autores acima, o envelhecimento celular está intimamente relacionado com a redução da capacidade funcional das mitocôndrias, tendo como consequência o aumento da síntese de radicais livres. 	
5.2 Envelhecimento Tecidual
5.2.1 Epiderme
Na pele idosa pode-se observar que a epiderme fica atrofiada, comprometendo principalmente a camada espinhosa. Além disso, a renovação epidérmica passa a ocorrer de forma mais lenta na pele de idosos. A partir dos 30 de idade, a quantidade de melanócitos é reduzida e as células de langerhans passam a ter sua função prejudicada e apresentam alterações morfológicas (HARRIS, 2009). 
Outra alteração que se verifica é o achatamento da junção dermo-epidérmica, ocasionado pela fragmentação das fibras elásticas nas papilas dérmicas que prendem a epiderme. Esta perda de área de superfície da JDE torna a pele mais frágil e reduz a transferência dos nutrientes entre derme e epiderme (HARRIS, 2009).
Com o envelhecimento, as células perdem a propriedade de se replicar devido à redução do número de sinalizadores responsáveis por induzir as mesmas à mitose. Passa a não ocorrer mais a morte programada das células, acarretando no acúmulo de células danificadas que vão prejudicar o funcionamento do tecido (HARRIS, 2009).
A espessura da epiderme vai diminuindo com o envelhecimento, tornando mais evidente o aparecimento dos vasos superficiais, caracterizados como telangiectasias. De acordo com Makrantonaki e Zouboulis (2007), a epiderme diminui de espessura cerca de 5% a 30% a partir dos 60 anos de idade. A melanina se torna irregular, o que ocasiona no aspecto manchado da pele e a mudança da tonalidade de avermelhadapara amarela (BARATA, 2002 apud FONTES, 2013).
Devido a diminuição da taxa de renovação celular, a pele passa a demorar o dobro de tempo para se renovar, ocasionando na formação de massas que dão à pele a aparência escamosa e textura áspera. O déficit de atividade das glândulas sudoríparas faz com que a pele fique seca e a menor microcirculação sanguínea diminui a luminosidade cutânea. Além do mais, em decorrência da redução do quantitativo de células de Langerhans, a capacidade imunológica da pele fica diminuída (BARATA, 2002 apud FONTES, 2013).
5.2.2 Derme
Há mudanças consideráveis na bioquímica da matriz dérmica, assim como também na vascularização. Ocorre redução da multiplicação celular e a capacidade funcional dos fibroblastos diminui, ocasionando uma desordem na matriz extracelular. Tal desorganização vai reduzir a síntese das proteínas colágeno e elastina (ROUBENOFF, 2000).
A produção de colágeno, um componente da matriz extracelular, se torna deficiente com o avançar dos anos por conta da redução na atividade metabólica da derme e do aumento da produção de metaloproteinases que tem a capacidade de hidrolisar as ligações peptídicas do colágeno. Esse fator ocasiona a mudança da forma, diminuição da sustentação e elasticidade das fibras elásticas e da derme, tornando a pele mais exposta a fatores externos (BAGATIN, 2008).
O fornecimento de sangue para a pele fica diminuído devido à perda da microvasculatura dérmica; as glândulas sebáceas são perdidas e a pele tende a ficar seca por conta da menor produção de gordura (MCCULLOUGH E KELLY, 2006).
Os glicosaminoglicanos, responsáveis por oferecer suporte e hidratação para a matriz extracelular da derme, também sofrem alteração com o envelhecimento. Ocorre redução do número total de glicosaminoglicanos, como o ácido hialuronico, no qual desencadeia na diminuição de reter água, consequentemente, a hidratação da pele fica prejudicada (Roubenoff, 2000).
A partir dos 40 anos começa a se observar a flacidez da pele, mais acentuada no queixo, pálpebras e maças do rosto, ocasionada pela redução da quantidade de colágeno, que perde a espessura e densidade. Devido a ação das metaloproteinases, as fibras elásticas se fragmentam e ocorre a degradação da elastina. Além disso, também verifica-se a diminuição da força dos músculos que sustentam a pele e o suporte do tecido adiposo subcutâneo torna-se menor (Piccardi e Manissier, 2009).
Estruturas Anexas
Há uma redução no número e no tamanho dos anexos da pele. As glândulas sudoríparas diminuem a sua atividade e o seu tamanho, tornando a pele mais seca. Já as glândulas sebáceas diminuem gradualmente a produção de secreção, aproximadamente, em 60%, desencadeando quebras cutâneas, que estão diretamente relacionadas com a fragilidade da pele (LeBlanc e Baranoski, 2011).
Tabela 4 – Alterações estruturais causadas pelo envelhecimento da pele
	Epiderme
	Estreitamento da junção dermo-epidérmica
Menor número de células de Langerhans
Menor número de melanócitos
	Derme
	Menor espessura
Menor celularidade e vascularização
	Anexos
	Menor número e estrutura alterada das glândulas sudoríparas
Perda dos melanócitos do bulbo capilar
Adaptada de STRUTZEL et al, 2007
 Envelhecimento de órgãos e sistemas importantes na saúde cutânea
Tireóide
Os hormônios trioiodotironina (T3) e tiroxina (T4) são produzidos e excretados pela tireoide, glândual que exerce importante função no metabolismo corporal (BUESCU e GREGO FILHO, 2001). Quando tal glândula está ausente, as células passam a ter dificuldade de consumir oxigênio devido o metabolismo apresentar um déficit de 40%. Já quando ocorre o hipertireoidismo, o metabolismo basal apresenta o aumento de 60 – 100% (GUYTON, 2002).
A tireóide apresenta como principal função o controle metabólico, porém com o envelhecimento, algumas mudanças nos mecanismos regulatórios passam a ocorrer com o intuito de reajustar a secreção de hormônios, devido à queda da taxa metabólica corporal (LIBERMAN, 2006)
O fator de necrose tumoral vai agir estimulando a enzima que converte esfingomielina em ceramida, denominada esfingomielinase. Tal fato corrobora para a inibição no transporte ativo de iodo e redução de proteína (PERAKY et al, 1998). Além disso o fator de necrose tumoral atua estimulando a apoptose de células epiteliais tireoidianas com consequente substituição destas por tecido conjuntivo (BRAVO et al, 2003). 
O eixo hipotálamo – hipófise – tireoide produz uma cascata de alterações fisiológicas que vão ocorrer de forma a dar origem ao processo de envelhecimento como um todo. No hipotálamo, em decorrência da queda da taxa metabólica que provocou o aumento de somatostatina, substância P e neuropeptídio Y e diminuição dos receptores estimulatórias, observa-se a inibição de TRH, caracterizado como hormônio liberador da tireotrofina (TSH) (LOYD e GOLDBERG, 1961 apud TAVARES et al, 2009).
Na hipófise vai haver ação inibitória da secreção de TSH devido a atividade dos petptídeos da família bombesina e o peptídeo liberador de gastrina. Além disso, a ação biológica do TSH também se torna deficiente no indivíduo idoso. Sendo assim, verifica-se a redução da síntese de T3 e T4 por conta das mudanças adaptativas ou imunológicas do envelhecimento (MOURA e MOURA, 2004). A figura a seguir resume de forma simplificada as alterações que ocorrem no processo de envelhecimento tireoidiano. 
Envelhecimento
Menor produção de TRH e
 TSH
Queda na taxa metabólica
 basal
Menor produção de T3 e T4
Figura 6- Envelhecimento tireoidiano
 Fonte: TAVARES et al, 2011
Nos idosos, o hipotireoidismo é bastante comum. Há dificuldade em se diagnosticar tal disfunção por conta das suas manifestações e sintomas, como pele seca, fadiga, perda de memória e humor depressiva serem muitas vezes interpretadas como próprias do envelhecimento. Devido a diminuição proteica causada pelo hipotireoidismo, a cicatrização cutânea fica debilitada e além disso ocorre déficit do hormônio estrogênio nas mulheres. Sendo assim, os hormônios tireoidianos afetam todos os órgãos e sistemas, e particularmente o coração, cérebro, trato gastrointestinal e a pele (RAUEN et al, 2011).
Testículos
A partir dos 40 anos, a capacidade funcional dos testículos se torna diminuída, acarretando em uma menor secreção da testosterona e queda de 50% na produção de espermatozoides (SHAH e MAIBACH, 2001).
Ovários
Com o envelhecimento, os ovários passam a produzir uma menor quantidade de hormônios estrogênios e progesterona, até que chega um momento que essa produção cessa. Acredita-se que o estrogênio tem a capacidade de prevenir a redução de colágeno da pele, assim como aumentar a retenção de água, proporcionando o aumento da função de barreira epidérmica. Ademais, o estrogênio desencadeia o aumento dos ácidos mucopolissacarídeo e hialurônico na pele que estão diretamente relacionados com o fator de hidratação natural cutâneo presente no manto lipídico (SHAH e MAIBACH, 2001).
5.3.4 Fígado
Embora a estrutura hepática se apresente muito bem conservada na velhice, ela desenvolve algumas mudanças morfológicas, como redução no fluxo de sangue, diminuição do seu tamanho e velocidade de replicação celular, além de uma resposta inflamatória diminuída. A atividade enzimática das mitocôndrias no fígado continua inalterada no envelhecimento (Anantharaju, Feller e  Chedid, 2002).
Observa-se que no fígado envelhecido há o aumento do tamanho dos hepatócitos (células hepáticas), do quantitativo de células binucleadas, alterações morfológicas no retículo endoplasmático e nas mitocôndrias. O índice de colesterol sanguíneo e biliar também aumentam, tornando os idosos mais vulneráveis às doenças coronarianas e cálculos biliares (Schmucker, 1998).
Os idosos possuem uma redução na excreção hepática de medicamentos, consequentemente um aumento na frequência de reações adversas aos fármacos. Além disso, há um declínio na resposta adaptativa do fígado e a capacidade de reserva do mesmo setorna diminuída (Schmucker, 1998).
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO E ÁCIDO ASCÓRBICO
 
 A vitamina C (ácido ascórbico, ascorbato) é um micronutriente de grande importância para a saúde humana. É sintetizado por plantas e a maioria dos animais, porém os humanos não têm a capacidade de produzir tal vitamina, por não apresentarem uma enzima terminal da rota biossintética da vitamina C a partir da glicose, denominada de L- gulonolactona oxidase. Acredita-se que o gene responsável pela codificação dessa enzima, por ter passado por inúmeras mutações, perdeu a sua ação há milhões de anos atrás em um ancestral primata comum (PADAYATTY et al, 2008).
O termo “vitamina C” serve como denominação para todos os compostos que apresentam atividade biológica de ácido ascórbico. Este ácido tem como principal característica a capacidade de ser facilmente oxidado e, sendo assim, funcionar como poderoso antioxidante, protegendo outros compostos da oxidação (FIORUCCI, 2003).
O ácido ascórbico foi descoberto através de estudos que visavam encontrar substâncias presentes nas frutas e verduras que impedissem o desenvolvimento do escorbuto nos marinheiros que realizavam longas viagens. O escorbuto surgia acarretando em inflamação das gengivas, dor nas articulações, perda dos dentes e hemorragias em virtude dos marinheiros não consumirem frutas e verduras e se alimentarem apenas com carne de porco, bovina e pão. No ano de 1938, o ácido ascórbico foi aceito e reconhecido como vitamina C, no qual é um composto encontrado na natureza sob as formas reduzida (ácido ascórbico) e oxidada (ácido desidroascórbico) (PAULLING, 1988 apud ARANHA et al, 2000).
A absorção de vitamina C ocorre por meio de um processo ativo dependente de sódio à nível de membrana de borda e escova da mucosa intestinal e através de um processo independente de sódio que acontece na mucosa basolateral. A proporção de vitamina C absorvida torna-se reduzida com o aumento da ingestão. Cerca de 80 a 95% do ascorbato é absorvido quando a ingestão é considerada normal (até 100mg de vitamina C), porém conforme o aumento gradativo da ingestão desse micronutriente, a absorção diminui de forma proporcional à dose ingerida. Com o consumo de 1,5g a absorção total de ácido ascórbico foi de 50%, com a ingestão de 6 g, a quantidade absorvida reduziu-se para 25% e com o total de 12g apenas ocorreu absorção de 16% (SILVA e COZZOLINO, 2012). 
O ácido ascórbico não apresenta armazenamento específico nos órgãos e é encontrado em grande concentração no plasma. As glândulas adrenal e pituitária são os únicos tecidos que apresentam concentração significativa de vitamina C, com exceção dos leucócitos que são responsáveis por 10% do total de ácido ascórbico no sangue (SILVA e COZZOLINO, 2012). 
A vitamina C tem papel antioxidante devido a sua função doadora de elétrons ou agente redutor. Age doando em sequência dois elétrons da dupla ligação entre os carbonos dois e três. Quando ocorre a perda desses elétrons, a vitamina passa por um processo de oxidação e outra substância é reduzida, impedindo-a de ser oxidada (LEVINE, KATZ e SEBASTIAN, 2008).
 
Figura 4: Fórmula Estrutural do Ácido Ascórbico
 Fonte: FIORUCCI, 2003
Quando a vitamina C perde o seu primeiro elétron, esta se oxida e vai originar o radical livre L – ascorbila, caracterizado como sendo estável e não – reativo e conhecido como um eficiente antioxidante que reduz os radicais livres reativos (LEVINE, KATZ e SEBASTIAN, 2008).
	Essa vitamina possui função de atuar como cofator em diversas reações enzimáticas, principalmente em reações de oxidação – redução. Além disso, age com o efeito fotoprotetor das radiações UVA e UVB, ao passo que, inibe as lesões ocasionadas pelas radiações que acarretam no envelhecimento (BURKE, 2007).
A associação da vitamina C com a vitamina E é de grande valia, pois as duas atuam de forma simultânea, reduzindo a velocidade de produção dos radicais livres, que se caracterizam por serem moléculas reativas quando estão em excesso no organismo. A vitamina C age reduzindo a vitamina E à sua forma ativa, no qual a capacidade antioxidante da vitamina E se torna ampliada. (PUJOL, 2011).
Campos e Gonçalves (2008) acrescentam dizendo que as propriedades da vitamina C são conhecidas há muitos anos e esta é considerada a primeira molécula com capacidade de regenerar a vitamina E e reagir de forma direta com os radicais peróxidos.
Pode-se citar algumas outras funções da vitamina C como, por exemplo, o seu poder clareador em relação a hiperpigmentação da pele, através da atividade redutora de síntese de melanina, onde ocorre a inibição da atividade da enzima tirosinase em células de melanossomas e melanócitos, diminuindo a síntese de melanina e evitando a conversão de tirosina em eumelanina ou feomelanina (tipos de melanina) (Stamford, 2012).
 
Figura 5: Biossíntese de Melanina, Fonte: ROCHA e MOREIRA, 2007.
Apresenta muitos benefícios se relacionada à prevenção e tratamento de alterações ocorridas na pele. A atuação dessa vitamina está relacionada com a síntese de colágeno, através dos fibroblastos dérmicos, constituintes dos tecidos conjuntivos. O ácido ascórbico tem a propriedade de estimular a multiplicação celular e a produção de colágeno independentemente da idade do indivíduo (AZULAY, 2003). Além disso, a vitamina C vai agir protegendo a fibra de colágeno de reações oxidantes, como também atua na regulação do metabolismo de ácido araquidônico e prostaglandinas, possibilitando um melhor efeito antinflamatório (PUJOL, 2011).
O papel do ácido ascórbico ganhou destaque com o decorrer dos anos por este ser um importante cofator para a hidroxilação de aminoácidos necessários na estrutura e função do colágeno, denominadas L - prolina e L - lisina. A formação do colágeno e sua secreção no espaço extracelular como procolágeno ocorre devido a ação catalisadora de duas enzimas: lisil e prolil hidroxilases. Após ser sintetizado, o procolágeno é transformado em tropocolágeno que é responsável pela síntese de fibras colágenas. A lisil e prolil hidroxilases são enzimas férricas que a vitamina C protege contra a oxidação do ferro, portanto estas não sofrem o risco de se auto-inativar e, sendo assim, possuem a capacidade de produzir uma trama colágena madura e normal (SILVA e COZZOLINO, 2012).
6.1 Vitamina C na alimentação
A nutrição tem grande influência sobre o retardo do envelhecimento cutâneo, visto que o consumo de alimentos antioxidantes impede o desenvolvimento desse fenômeno natural, como, por exemplo, a ingestão de vitaminas lipossolúveis, como vitamina E e A e as vitaminas hidrossolúveis, no qual se insere a vitamina C (STRUTZEL, 2007).
O maior teor de vitamina C é encontrado em alimentos de fácil aquisição e acessíveis, como frutas e vegetais, nos quais os sucos e frutas cítricas, como laranja, acerola, abacaxi, porém outras frutas apresentam quantidades variáveis de vitamina C, dentre elas, o melão, mamão, melancia, tangerina. Há presença de vitamina C também nos vegetais, como repolho, brócolis, couve, ervilha e batatas, onde o acesso a esses alimentos se torna mais fácil por se estender por longos períodos durante o ano, ao contrário das frutas, no qual alguns são encontradas apenas em determinadas épocas do ano. A tabela ilustrada (APÊNDICE 1) mostra alguns alimentos e seus respectivos valores de vitamina C (SILVA e COZZOLINO, 2012).
As frutas e vegetais apresentam fibras, micronutrientes e substâncias antioxidantes importantes na prevenção do envelhecimento precoce, sendo assim, deve-se atentar para o consumo desses micronutrientes, principalmente em grupos onde essa ingestão se torna diminuída e que apresentam maiores riscos de deficiência, como os idosos. Além disso, devem-se observar as preparações que incluem o ácido ascórbico, já que essa vitamina é vulnerável quando exposta a elevadas temperaturas de cocção ou destruídapor meio de métodos errôneos na manipulação de alimentos, colheita, conservação e etapas de preparação (HEVIA et al, 1998 apud FRANK e SOARES, 2004). 
Os alimentos de origem vegetal que são ingeridos crus apresentam maior biodisponibilidade de vitamina C e os alimentos frescos quando estocados por um longo período de tempo apresentam uma perda significativa dos teores de vitamina C, além disso, estimula-se a cocção de maneira rápida e a limitação de exposição ao ar durante a preparação dos alimentos para se evitar maiores perdas desse micronutriente (SILVA e COZZOLINO, 2012).
Em dietas brasileiras, através dos dados obtidos a respeito da ingestão de vitamina C por levantamento de dietas de grupos específicos e cálculos a partir da tabela de composição de alimentos, os valores de ingestão não foram considerados elevados, mesmo com o grande consumo de furtas cítricas no país. As autoras acreditam que o nível máximo de ingestão de vitamina C é de 80 a 100 mg/dia até 200mg/dia através do consumo de alimentos fontes e fortificados, sem causar efeitos adversos e se tornarem benéficas para o organismo (SILVA e COZZOLINO, 2012).
Pope (2013) afirma que os alimentos fonte de ácido ascórbico são fáceis de serem encontrados, geralmente acessíveis a todos, porém alguns fatores, como processamento, modo de conservação, preparo e técnicas erronias de manuseio tornam a vitamina C menos disponível nos alimentos. A perda de vitamina C em cenouras e ervilhas varia entre 85-95%, já o espinafre quando submetido ao cozimento, perde em torno de 70% do teor de vitamina C. Segundo uma revisão realizada por uma universidade na Califórnia, ocorre perda entre 15-55% de vitamina C em preparações caseiras.
6.2 Vitamina C como “Nutricosmético”
O envelhecimento cutâneo é causado principalmente pelo acúmulo de radicais livres originados através do seu próprio metabolismo celular ou devido a exposição de fontes exógenas, como estresse, tabagismo, radiação ultravioleta e má alimentação. O organismo apresenta mecanismos capazes de se proteger contra o ataque dessas espécies reativas, porém com o avanço da idade esse sistema de defesa se torna debilitado (PUJOL, 2011).
A ingestão de compostos antioxidantes como a vitamina C são a principal forma de o organismo obter os antioxidantes que vão possibilitar a proteção contra os danos oxidativos, visto que esse micronutriente vai atuar interagindo com os radicais livres antes q estes reajam com as moléculas biológicas (PEREIRA et al, 2009).
A sociedade atual vive em meio a vida corrida e agitada, onde a alimentação dos indivíduos se torna cada vez mais desequilibrada e pobre em nutrientes essenciais para o organismo e corrobora para o processo de envelhecimento cutâneo. Por conta disso se faz necessário o consumo de suplementos alimentares, em especial, os nutricosméticos que são conhecidos como “cápsulas da beleza”. Tais produtos são utilizados via oral e encontrados sob diferentes formas, dentre elas, cápsulas, líquidos, alimentos e balas que apresentam em sua composição substâncias que visam tratar o organismo “de dentro para fora” com a finalidade de oferecer ao organismo, nutrientes que ajudem na prevenção ou redução dos sinais do envelhecimento (BRANDÃO, 2010).
Os produtos denominados “nutricosméticos”, que apresentam quantidades consideráveis de vitamina C em sua formulação, são comercializados no Brasil com faixa de preço variável entre 60 e 120 reais que corresponde de 15 dias à 1 mês de tratamento. Walingo (2005) afirma que o consumo de vitamina C através da dieta se torna uma alternativa mais acessível, visto que a utilização de suplementos pode ser bastante cara. Através da análise dos preço dos suplementos estéticos constata-se que o público consumidor de tais produtos é restrito a um grupo determinado de pessoas ao passo que o sucesso no tratamento estético é alcançado com no mínimo três meses de intervenção, consequentemente, o custo dos suplementos se torna elevado, não correspondendo a atual realidade da maioria da população (APÊNDICE B).
Os suplementos alimentares, de acordo com a dose e associação proposta, produzem influências positivas no cuidado com a pele. O consumo de substâncias com ação antioxidante, como a vitamina C, é capaz de prevenir ou retardar os danos ocasionados pelos fatores desencadeadores do envelhecimento cutâneo. Além disso, substâncias com capacidade restauradora aumentam a síntese de enzimas e proteínas que estão envolvidas no metabolismo e estrutura dos tecidos e age reconstituindo elementos importantes para a barreira cutânea, como os ácidos graxos (PICCARDI e MANISSIER, 2009). 
O consumo de substâncias antioxidantes além de auxiliar na prevenção de problemas a longo prazo, ajuda nos sistemas endógenos de proteção da epiderme. Na suplementação oral deve-se observar a disponibilidade após a ingestão, pois alterações durante a digestão e a composição da dieta podem interferir de maneira direta na biodisponibilidade dos suplementos quando administrados via oral (STEENVOORDEN, 1997).
Segundo Steenvoorden (1997), a suplementação de antioxidantes, como alfa-tocoferol, ácido ascórbico, beta-caroteno se torna uma ótima estratégia para prevenir a pele dos efeitos do envelhecimento. Porém, o autor acredita que mesmo sendo bem sucedido o tratamento com um antioxidante de forma isolada, a sinergia entre os compostos utilizados de forma conjunta traz melhores benefícios para a pele, visto que o excesso de um único componente pode trazer efeitos deletérios para o organismo.
Azulay (2003) esclarece que a reposição de vitamina C através da suplementação não surtirá o efeito desejado, se não aliada á uma alimentação adequada, horas de sono adequadas, prática moderada de exercícios físicos, ou caso contrário, o excesso de vitamina C pode desencadear maior produção de radicais livres.
O mesmo relata Hercberg et al (2007), que considera a vitamina C via oral um potente antioxidante por agir como sequestradora de radicais livres. Porém, acredita que a suplementação desta vitamina pode não ser benéfica para o metabolismo, por ocasionar em uma maior incidência de câncer de pele, principalmente em mulheres. Tal fato pode vir a ocorrer em decorrência da suplementação de vitamina C em níveis elevados, que acarreta em um efeito contrário ao esperado por fazer com que a vitamina aja como um pró-oxidante no qual corrobora para o aumento de efeitos oxidativos que ocasionam em danos na pele.
Yamakoshi et al (2004) constatou que o consumo de vitamina C associada a licopeno, vitamina A, entre outros, durante 20 semanas, traz benefícios positivos para a saúde cutânea uma vez que mantém a densidade, firmeza, espessura e hidratação da pele do indivíduo. De forma geral, acredita-se que para a obtenção da melhoria da saúde da pele e beleza se faz necessário uma dieta equilibrada aliada a uma suplementação oral em doses nutricionais adequadas.
A RDA (Recommended Dietary Allowance) estabelece a recomendação do consumo alimentar de cada nutriente afim de suprir as necessidades da população saudável, a dose diária sugerida de vitamina C para adultos entre 19 e 50 anos corresponde a 90 mg para homens e 75 mg para mulheres. Os níveis máximos de ingestão toleráveis (UL), preconiza o valor de 2000 mg de vitamina C por dia. Os suplementos estéticos que apresentam ácido ascórbico contêm, em sua maioria, quantidades superiores de vitamina C recomendada com o intuito de se obter resultados estéticos eficientes em menor tempo possível (PUJOL, 2011).
Diplock (1991) aborda que são utilizadas doses de vitamina C maiores que a recomendada para se obter efeitos terapêuticos e profiláticos no sistema imunológico, na integridade celular prevenindo o envelhecimento precoce, e em doenças cardiovasculares. Porém, mesmo muitos indivíduos tolerando altas doses de ácido ascórbico durante períodos prolongados, não se deve considerar que essas doses serão sempre seguras (DIPLOCK, 1991 apud FRANK e SOARES, 2004).
O consumo de doses excessivas de suplementos de vitamina

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