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2018 Unidade 1 1.CONSTITUIÇÃO DO TEGUMENTO HUMANO – EPIDERME, DERME, HIPODERME E ANEXOSEMBRIONÁRIOS 1.1. Estrutura histológica e funcional da epiderme e dos anexos epidérmicos 1.2. Estrutura histológica e funcional da derme 1.3. Estrutura histológica e funcional da hipoderme 1.4. Aspectos moleculares e imunológicos do tegumento 1.5. Principais propriedades Biomecânicas do Tegumento 1. CONSTITUIÇÃO DO TEGUMENTO HUMANO EPIDERME, DERME, HIPODERME E ANEXOS EPIDERMÍDICOS O Tegumento humano também chamado de pele ou cútis se constitui como um manto de revestimento externo do nosso organismo, recobrindo aproximadamente 75000 cm² do corpo. Possui inúmeras funções restringindo as estruturas internas orgânicas do exterior, protegendo-o contra o atrito, a perda de água, a invasão de micro-organismos e a radiação ultravioleta. Essa proteção é conferida através de vários mecanismos que incluem: o sistema nervoso sensorial (possui neurônios sensoriais periféricos responsáveis pela percepção dos sentidos - tato, calor, pressão e dor); o metabolismo (apresenta receptores de vitamina D, hormônio esteroide, que entre outras funções regula a homeostase do cálcio e a síntese de vitamina D); controle térmico energético ou termorregulação (caso haja necessidade promove a vasodilatação e a secreção do suor para aumentar a dispersão do calor, ou ao contrário, a vasoconstrição para diminuir a dispersão deste calor e aumento consequente da temperatura); equilíbrio eletrolítico (excreção de íons e na secreção de lipídios); proteção contra agentes nocivos (possui células com função imunológicas como as células de Langerhans que captam e processam antígenos cutâneos). As camadas da pele são: epiderme, derme e hipoderme ou subcutâneo e estão ilustradas na figura abaixo: Figura 1: Camadas da pele. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/96/Pele_humana.jpg A aparência do tegumento de cada indivíduo depende de alguns fatores como: idade, sexo, clima, alimentação e saúde individual. Sua coloração é influenciada por vários fatores como: genética e etnia, espessura da pele, grau de irrigação sanguínea e quantidade de melanina. 1.1 Estrutura histológica e funcional da epiderme e dos anexos epidérmicos A epiderme é constituída por tecido epitelial estratificado pavimentoso queratinizado e avascular. Sua espessura varia entre 0,8-1,4 mm de acordo com a região do corpo, se apresentando mais espessa na região palmo-plantar média de 1,4 mm e mais delgada na região de pálpebras (0,8 mm). A epiderme é subdividida em cinco camadas ou estratos epiteliais ilustradas na figura a seguir: Figura 2: Camadas da epiderme. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/68/Blausen_0353_Epidermis.png Figura 3: Melanócito. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/36/Blausen_0632_Melanocyte.png EPIDERME DERME A camada basal ou estrato germinativo é a mais profunda. Ela se encontra ligada a derme (próxima camada da pele). Possui células tronco que apresentam contínua atividade mitótica, apresentando portanto como principal função a renovação de toda epiderme. Durante este processo resultam duas células de cada mitose, onde uma permanece na camada basal como célula tronco e a outra migra para camadas mais superficiais renovando as células da próxima camada. Possui células com funções extremamente importantes como os queratinócitos basais, os melanócitos e células de Merkel. Os Melanócitos (figura 3) são células dendríticas produtoras do pigmento melanina, responsável pela coloração da pele. Formam-se da crista neural embrionária e apresentam um citoplasma globoso de onde partem prolongamentos que penetram em reentrâncias das células das camadas basal e espinhosa, transferindo, deste modo, melanina para as células presentes nestas camadas. É de extrema importância o conhecimento sobre as funções do Melanócito e como ele contribui para disfunções estéticas como o melasma e outros tipos de hiperpigmentações (manchas). Para isso segue o artigo abaixo como leitura adicional: Os Queratinócitos (figura 4) são as células da epiderme cuja função principal é a de produção de queratina para a constituição da camada córnea. O tempo de vida de cada queratinócito é de 40 a 50 dias na pele delgada e de 25 a 30 dias na pele espessa. Além da queratina, sintetizam acilglicosilceramida a partir de fosfolipídios e glicosaminoglicanos. Essas substâncias são acondicionadas em corpos lamelares envoltos por membrana e depois exocitadas para o espaço intercelular, cimentando as células e formando uma barreira impermeável à água, que garante a coesão e impede a perda de líquidos pela pele. Figura 4: Queratinócitos da epiderme. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/70/Proliferative_response_induced_ by_a_tumor_promoter_in_the_epidermis_of_a_wild-type_mouse_-_ mage.pbio.v11 .i07.g001.pnghttps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/36/Cheekcells_stained.jpg Figura 6: Células de Langerhans. Fonte: Fernandes et al, 2011. A camada espinhosa possui várias camadas de células cuja composição é de queratinócitos e células de Langerhans. As células dessa camada apresentam-se poligonais com núcleos volumosos e ovóides e com curtas expansões citoplasmáticas ligadas por desmossomos às células adjacentes. Os desmossomos são placas proteicas liberadas para os espaços intercelulares por meio de filamentos, o que confere às células um aspecto espinhoso e contribui para a coesão e resistência da epiderme ao atrito. O aspecto histológico dessas pontes intercelulares é semelhante a espinhos, por isso esse o nome espinhosa ou queratinócitos espinhosos. As Células de Langerhans presentes nesta camada apresentam papel crucial de defesa através do mecanismo de resposta imune do organismo fagocitando e processando antígenos estranhos que posteriormente são carregados para os nódulos linfóides próximos onde serão apresentados aos linfócitos T. Na figura abaixo visualiza-se um infiltrado de células de Langerhans volumosas, de citoplasma eosinofílico, núcleo riniforme e com nucléolos evidentes, permeadas por linfócitos, neutrófilos e eosinófilos. As Células de Merkel localizam-se na camada basal, mais especificamente na junção dermo-epidérmica. Estão ligadas à terminações nervosas sensoriais e funcionam como mecanoreceptores. Na estética são muito importantes uma vez que auxiliam na percepção vibratória, possibilitando a identificação dos estímulos provocados por estes, principalmente das ondas ultrassônicas e das correntes eletromagnéticas. Figura 7: Células de Merkel. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/ce/Blausen_0805_Skin _MerkelCell.png/600px-Blausen_0805_Skin_MerkelCell.png Na camada lúcida os núcleos das células apresentam sinais de degeneração por ter sofrido digestão por enzimas lisossômicas e no citoplasma, a maioria das organelas já desapareceu dando lugar a preenchimento interno parcial de queratina. A camada córnea, estrato mais superficial e fino da epiderme, é constituída por várias camadas de células achatadas - os corneócitos (queratinócitos maduros) e células mortas em lâminas sobrepostas, anucleadas e com citoplasma rico em grãos de querato-hialina cimentados. Como é a camada mais superficial do tegumento tem função principal de barreira e proteção quanto à perda da água e atrito. Anexos epidérmicos Os anexos epidérmicos são: pelos, unhas e as glândulas sebáceas e sudoríparas. • Pelos Os pelos são estruturas filiformes flexíveis constituídos por filamentos formados por células queratinizadas produzidas nos folículos pilosos. Se implantam na derme e são compostos por duas partes, uma externa (haste) e a interna (raiz). A raiz está contida na base do folículo piloso em uma dilatação chamada bulbo do pelo. Existem dois tipos de pelos: o fetal ou lanugo, caracterizado peça pilosidade fina e clara que em adultos também é chamada de vellus e o pelo Terminal, que corresponde ao pelomais grosso e pigmentado como o pelo da barba, do cabelo, da região pubiana e axila. Figura 8: Anexos epidérmicos. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/96/Pele_humana.jpg Os pelos recebem denominações diferentes de acordo com a região que se encontram: cabelos no couro cabeludo, supercílios nas órbitas, cílios nas pálpebras, vibrissas nas narinas, bigode no lábio superior, barba na face, hircos nas axilas, tragos no meato acústico externo, monte púbico na região pubiana. Os pelos crescem dentro do folículo e podem cair ou serem eliminados. Quando isto ocorre, um novo pelo é formado. O ciclo de desenvolvimento dos pelos passa por uma alternância de fases de crescimento e repouso que variam de dois a sete anos de pessoa para pessoa. Assim temos uma certa quantidade de pelos em fases diferentes que se sucedem: anágena (crescimento), catágena (repouso) e telógena (desprendimento). Do ponto de vista funcional, os pelos servem como defesa nas áreas orificiais como as narinas, conduto auditivo, olhos e no couro cabeludo e pele como proteção aos raios ultravioletas. Figura 10: Fases do crescimento do pelo. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cd/Anagen_catagen_telogen.jpg Figura 9: Pelo e folículo piloso. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/70/Fol%C3%ADculo_piloso.jpg Fase Anágena Fase em que o pelo está em crescimento. As células se dividem e queratinizam-se ativamente. O folículo fica fixo dentro do folículo sendo nutrido por sangue para crecer. Quando retirado por depilação mecânica nesta fase, a pessoa sente um estímulo doloroso. Nesta fase, a depilação mecânica só remove o pelo velho e já condenado a cair. O pelo novo que ainda não está formado não possui tamanho suficiente para ser removido no processo depilatório escapa da depilação. A fase anágena dura de dois a cinco anos. Fase Catágena Nesta fase o pelo está em contato íntimo com as células germinativas. O crescimento já terminou e o pelo está queratinizado e implantado no fundo do folículo. É o período ideal para se realizar a depilação, pois, o pelo é arrancado com a bainha epitelial, deixando à mostra a camada germinativa para ser destruída pelo laser. Dura cerca de 2 a 4 semanas. Fase Telógena Fase de eliminação dos cabelos mortos. Dura de 3 a 4 meses. Aqui os cabelos maturam para então caírem do couro cabeludo. A perda diária normal está entre 50 e 100 fios. Numa queda acentuada, o primeiro passo é investigar a causa e iniciar um tratamento preventivo. Se considerarmos a proporção de pelos em suas diferentes fases de desenvolvimento, espera-se encontrar no tricograma, exame que analisa microscopicamente o pelo e suas características, 85% na fase anágena, 14% na fase telógena e 1% na catágena. Assim, admitindo-se a presença de 100 a 150 mil folículos no couro cabeludo, e levando em consideração que aproximadamente 10% deles estão na fase telógena, por aproximadamente 100 dias, alguns autores consideram normal a eliminação média de até 100 a 150 fios de cabelo por dia. As condições que interferem neste ciclo são geralmente nutricionais, emocionais e especialmente hormonais (andrógenos em particular). Na estética há uma busca continua pela redução dos pelos corporais através das técnicas de laser e luz intensa pulsada (LIP) e também para crescimento e tratamentos de alopecias, condições de queda dos fios do couro cabeludo que chegam a aflingir muitos homens e mulheres em diversas fases da vida. Para esta última existem diversos tratamentos como cosméticos tópicos, nutricosméticos, intradermoterapia capilar, microagulhamento, leds e lasers de baixa potência, entre outros. Para aprofundar-se no assunto em questão a estética sugere-se a leitura do artigo de revisão sobre alopecias da Revista Moreira Júnior on line, acessando o link: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=5171 e também dos artigos abaixo relacionados em anexo nesse material: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=5171 • Glândulas Sebáceas As glândulas sebáceas estão presentes em toda a extensão da pele, com exceção das regiões palmoplantares e em peles glabras. Estão situadas junto ao folículo piloso aonde se abrem em um ducto com ou sem pelo. Possuem tamanho inversamente proporcional às dimensões do pelo presente no folículo correspondente. São responsáveis pela oleosidade da pele. Sendo que as maiores glândulas sebáceas são encontradas nas regiões onde o sistema piloso é pouco desenvolvido como na fronte e nariz, caracterizando a maior oleosidade e poros dilatados nestas áreas. Na estética desempenham papel muito importante pois caracterizam peles oleosas e mistas muitas vezes com poros dilatados, as quais requererem cuidados com dermocosméticos e procedimentos estéticos específicos. Nas pálpebras são encontrados dois tipos de glândulas sebáceas: as glândulas társicas e as glândulas ciliares sebáceas. Na aréola mamária também é encontrada outra modificação dessas estruturas que são as glândulas areolares. O conteúdo de sua secreção é conhecido como “sebo" é constituído de triglicerídeos, ácidos graxos livres, colesterol e ésteres de colesterol. Em algumas regiões, abrem-se diretamente na superfície da pele – lábios, vulva e glande. Sua secreção independe de estímulos nervosos, sendo estimuladas por hormônios andrógenos de origem testicular, ovariana ou suprerrenal. A contração do músculo eretor somente auxilia a expelir o conteúdo gorduroso. Figura 11: Glândulas sebáceas. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/407_Sebaceous_Glands.jpg • Glândulas Sudoríparas Estão localizadas abaixo da epiderme, são classificadas como écrinas e apócrinas. Estão sob controle térmico e são inervadas por fibras nervosas do sistema simpático colinérgico, então além de produzirem o suor também contribuem para a regulação da temperatura corporal. Figura 12: Glândula sudorípara. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f7/Piel46.JPG https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f7/Piel46.JPG As glândulas écrinas encontram-se dispersas por toda a pele, especialmente nas palmas das mãos, solas dos pés, axilas e testa, mas não estão presentes nas membranas mucosas. São responsáveis pela formação do suor aquoso que mantém a temperatura corporal e impede a hipertermia. O fluido que secretam é desencadeado por estímulos térmicos ou psíquicos e contém cloreto de sódio, ácido láctico, ácidos graxos, uréia, glicoproteínas e mucopolissacarídeos. São inervadas por fibras simpáticas pós glanglionares não mielinizadas, mas fisiologicamente são regidas por mediadores parassimpáticos, ainda que respondam em menor grau a mediadores simptomiméticos. Assim, drogas como parassimpatomiméticas como acetilcolina, acetilbetametilcolina e pilocarpina estimulam a sudorese, e drogas parassimpatolíticas, como atropina, inibem-na. Possui secreção incolor, indolor, hipotônica, composta de 99% de água e solutos encontrados no plasma, além de conter, em concentrações menores, especialmente sódio, cloretos, potássio, uréia, proteínas, lipídeos, aminoácidos, cálcio, fósforo e ferro. Em condições adversas de temperatura, a sudorese pode atingir a produção de 10 a 12 litros em 24 horas. Leitura Complementar Artigo (material em anexo): DIAS et.al. Eficácia da Toxina Botulínica no Tratamento da Hiperidrose. Rev. Neurociências, v. 9, n. 3, p. 93-96, 2001. SHIBASAKI, M; CRAIG G. Crandall. Mechanisms and controllers of eccrine sweating in humans. Front Biosci (Schol Ed), v.2, p. 685-696. As glândulas apócrinas são grandes e seus ductos se abrem para os folículos pilosossebáceos e não diretamente na superfície epidérmica. Distribuem-se nas axilas, área perimamilar, região anogenital, nas pálpebras e no conduto auditivo externo, neste último caracterizando-se por glândulas ceruminosas. Tornam-se ativas na puberdade e produzem uma secreção leitosa, inodora e rica em proteínas e materialorgânico. Estão sob o controle de fibras nervosas simpáticas adrenérgicas e seu estímulo principal é hormonal. Secretam pequenas quantidades de secreção com aspecto leitoso por intervalos longos de tempo contendo proteínas, açúcares, amônia, ácidos graxos e, às vezes, cromógenos como indozil, explicando os casos de cromidrose ou suor com cor. Possui também odor próprio decorrente da ação de bactérias da região topográfica Na área estética tratamos com Toxina botulínica a Hiperidrose, condição benigna que leva a um quadro de suor excessivo decorrente da secreção excessiva das glândulas sudoríparas. Para maior aprofundamento no assunto leia os artigos citados abaixo. 1.2. Estrutura histológica e funcional da derme A derme é constituída de tecido conjuntivo e apresenta-se como um gel com diferentes tipos celulares e abundante substância fundamental amorfa (SFA). A SFA é um material gelatinoso, incolor e viscoso composto de glicosaminoglicanas (GAGs), proteoglicanas, glicoproteínas e fibras elásticas, colágenas e reticulares. Os Glicosaminoglicanos são polissacarídeos lineares, compostos de unidades dissacarídicas repetitivas e alternadas de uma hexosamina e um ácido urónico. O principais GAGs encontrados na derme são o ácido hialurônico, condroitim sulfato, heparina e queratam sulfato. Com exceção do ácido hialurônico, nos tecidos, todos os GAGs encontram-se ligados a proteínas na forma de proteoglicanos. Os principais são Agregam, Betaglicam, Decorim, Perlecam, Serglicim e Sindecam-1. A alta densidade de cargas negativas na superfície do ácido hialurônico atrai nuvens de cátions, como o Na+, que são osmoticamente ativos, retêm água e contribuem para a hidratação da matriz. Estas GAGs diminuem em quantidades durante o envelhecimento cronológico causando ressecamento e perda do viço da pele. Na estética são utilizados procedimentos e cosméticos com objetivo de repor esta perda como a Intradermoterapia e cosméticos a base de ativos específicos. A Derme possui espessura variável ao longo do organismo que varia de 1 a 4 mm, com aproximadamente 0,6 mm nas pálpebras, região mais fina. Dá suporte da epiderme atuando como lubrificante da pele e também como veículo para a difusão de substâncias hidrossolúveis (nutrientes e excretas) para dentro e para fora dos tecidos, por via sanguínea. A Derme apresenta duas porções: derme papilar e derme reticular. A derme papilar é uma camada pouco espessa formada por tecido conjuntivo frouxo. Possui numerosos Fibroblastos que sintetizam as fibras de colágeno e elastina, substância fundamental amorfa, além de elementos da matriz extracelular - GAG’s e também células imunes como mastócitos, macrófagos e linfócitos T. Seu conteúdo se dispõe amoldando aos cones epiteliais da epiderme formando as papilas dérmicas. A derme reticular corresponde ao restante da derme e é a porção mais espessa. É formada por tecido conjuntivo denso não modelado composto por fibras de colágeno I e III mais espessas e de elastina que cruzam-se paralelamente à superfície cutânea. É a este nível que são encontradas as glândulas sebáceas, as glândulas sudoríparas e os folículos pilosos. Camada córnea Epiderme Derme Papilar Derme reticular Figura 13: Camadas da derme. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b4/Normal_Epidermis_and_Dermis_with_Intraderma l_Nevus_10x.JPG Papilas dérmicas Cristas papilares Hipoderme Esta camada está igualmente bem irrigada de canais vasculares, sanguíneos e linfáticos, e também apresenta terminações nervosas livres ou associadas aos corpúsculos de Pacini e de Rufini, além de elementos da matriz extracelular como as GAG’s. Não podemos deixar de ressaltar a importância do colágeno dérmico, proteína presente na pele que leva a formação de feixes de fibras de sustentação e que dão firmeza a nossa pele. Na área estética trabalhamos muito com a indução da formação de colágeno dérmico, uma vez que sua perda é uma das principais causas do envelhecimento. Os músculos ficam flácidos, a densidade óssea diminui, as articulações e os ligamentos perdem sua elasticidade e força motora. A perda do colágeno ocorre a partir dos 30 anos, representando 1% ao ano. Problemas com a síntese, seja por deficiência de vitamina C ou pelo envelhecimento, aumentam a flacidez e a propensão a marcas. Os procedimentos mais utilizados são: microagulhamento, CO2 fracionado, radiofrequência, preenchimentos dérmicos com ácido hialurônico, hidroxiapatita de cálcio, ácido polilático, entre outros. Além disso também prescrevemos o uso de nutracêuticos a base de silício orgânico, vitamina C e colágeno hidrolisado. Estas intervenções auxiliam a neocolagênese (formação de colágeno), colaborando para reduzir a flacidez em fases de emagrecimento e restaurando a firmeza da pele que é perdida com o envelhecimento. Neste contexto segue o link de dois artigos on line para leitura de aprofundamento no assunto: http://www.surgicalcosmetic.org.br/detalhe-artigo/400/Influencia-de-um-suplemento-nutricional-com-peptideos-de- colageno-nas-propriedades-da-derme http://www.surgicalcosmetic.org.br/exportar-pdf/8/8_n4_539_pt/Microagulhamento-no-tratamento-de-cicatrizes-atroficas-de- acne--serie-de-casos O colágeno dérmico sintetizado pelos fibroblastos na pele normal é composto de 80 a 85% de colágeno tipo I e 10 a 15% de colágeno tipo III. As fibrilas de ancoragem são compostas principalmente pelo colágeno tipo VII que auxiliam na estabilização da junção dermoepidérmica. A redução dos colágenos do tipo I e III levam a flacidez que é uma característica da pele envelhecida cronologicamente e também agravada pelo Fotoenvelhecimento (envelhecimento causado pela radiação solar). Existem vários tipos de fibras de colágeno que se dispõe no organismo em locais diferentes a fim de exercer suas funções: Colágeno tipo I: Primeiro tipo a ser caracterizado- forma fibrilas, fibras e feixes, sendo descrito como o mais comum e abundante dentre os outros grupos. Corresponde a 90% do colágeno total do organismo dos mamíferos é formando feixes e fibras muito resistentes. Identificado nas cartilagens, tendões, ossos e pele, ligamentos, fáscias, dente e córnea. São encontrados nos tendões, ligamentos, cápsula dos órgãos, derme, tecido conjuntivo frouxo, ossos, dentina, etc. É sintetizado pelos fibroblastos, odontoblastos e osteoblastos. Colágeno tipo II: Identificado pela primeira vez na cartilagem hialina e elástica, onde é o principal componente estrutura através da formação de fibrilas finérrimas produzidas pelos condroblastos. Está presente também nos discos intervertebrais, no humor vítreo e na notocorda. http://www.surgicalcosmetic.org.br/detalhe-artigo/400/Influencia-de-um-suplemento-nutricional-com-peptideos-de-colageno-nas-propriedades-da-derme http://www.surgicalcosmetic.org.br/exportar-pdf/8/8_n4_539_pt/Microagulhamento-no-tratamento-de-cicatrizes-atroficas-de-acne--serie-de-casos Colágeno tipo III: Identificado inicialmente na derme fetal. Tem se mostrado presente em pequenas quantidades em muitos outros tecidos como: nas trabéculas dos órgãos hematopoiéticos (baço, nódulos linfáticos), no fígado, útero, nas camadas musculares do intestino e particularmente no sistema vascular. Uma alta proporção deste tipo de colágeno pode ser encontrada também no perimísio de músculos desempenhando papel fundamental na textura da carne. Na derme está associado ao tipo I formando as fibras reticulares. É sintetizado pelos fibroblastos e células reticulares. Colágeno tipo IV: Presentes na membrana basal, constituindo películas não fibrosas subjacentes a células epiteliais e endoteliais, circundando células musculares, vasculares e nervosas e fornecendo a estrutura da cápsula do cristalino ocular e dos glomérulos. Colágeno tipo V: Isolado inicialmente de membranas placentárias e presente também nos ossos e tendões. Colágeno tipo VI: Identificado originalmente na aorta. Colágeno tipo VII: Isolado primeiramenteda placenta através da digestão por pepsina. Encontrado na membrana basal da derme e na membrana cório-alantóide. Colágeno tipo VIII: Originalmente identificado em culturas de células endoteliais, embora não seja sintetizado por todas estas células. Está presente na aorta de bovinos e em humanos nas fibrilas de ancoragem dérmica. Colágeno tipo IX: Isolado pela primeira vez da cartilagem articular de suínos, discos intervertebrais e da cartilagem esternal de pintainhos. Isolado também, posteriormente, de um tumor cartilaginoso e de cultura de células embrionárias de cartilagem hialina. O colágeno do tipo IV não é um constituinte do tecido conjuntivo. Está presente nas lâminas basais do tecido epitelial e é sintetizado por células epiteliais. Colágeno tipo X: Inicialmente identificado em meio a culturas de condrócitos. Presente em cartilagens. Colágeno tipo XI: Presente nas cartilagens articulares. Na derme existem além das fibras colágenas, as fibras elásticas e reticulares. As colágenas são formadas pelos colágenos dos tipo I e III, proteínas constituídas pela polimerização de uma unidade chamada procolágeno que no espaço extracelular transforma-se em tropocolágeno. Cada molécula de tropocolágeno é composta por três subunidades de aminoácidos ligadas por pontes de hidrogênio. Os aminoácidos predominantes são a glicina (33%), a prolina (12%) e a hidroxiprolina (10%). São grossas e conferem resistência a nossa pele, evitando que ela se rasgue, mesmo quando distendidas. As fibras elásticas são longos fios de uma proteína chamada elastina. Elas conferem elasticidade ao tecido conjuntivo frouxo, completando a resistência das fibras colágenas. Quando você puxa e solta à pele da parte de cima da mão, são as fibras elásticas que rapidamente devolvem à pele sua forma original. O Fotoenvelhecimento pode levar a uma disfunção estética importante denominada Elastose, onde as fibras de colágeno são degradadas e as elásticas aumentam em número para compensar, como resultado teremos uma pele elástica porém sem firmeza. As fibras reticulares são fibras muito finas compostas por colágeno do tipo III associado com glicoproteínas e por fibras elásticas: são fibras ramificadas podendo formam redes. São compostas por microfibrilas das proteínas, elastinas e fibrina. Apresentam grande potencial de distensibilidade. são ramificadas e formam um trançado firme que liga o tecido conjuntivo aos tecidos vizinhos. Figura 14: Fibras do tecido conjuntivo. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/99/408_Connective_Tissue.jpg Figura 15: Elastose solar. Fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/51/Pele_exposta_a_radia%C3%A7%C3%A3o_s olar.png https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/51/Pele_exposta_a_radia%C3%A7%C3%A3o_solar.png Figura 16: Estrias. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a2/Belly_Strech_Marks.jpg Leitura Complementar Artigos (material em anexo): DOVER, J. F; ROTHAUS, R; GOLD, M. Evaluation of safety and patient subjective efficacy of using radiofrequency and pulsed magnetic fields for the treatment of striae (stretch marks). J Clin Aesthet Dermatol. v.7, n. 9, p. 30-3, 2014. GUNGOR, S; SAYILGAN, T; GOKDEMIR, G; OZCAN, G. Evaluation of an ablative and non-ablative laser procedure in the treatment of striae distensae. Indian Journal of dermatology, Venereology and leprology. v. 80, n. 5, p. 409- 412, 2014. Obs: Importância Estética das Fibras Elásticas – Estrias As estrias ocorrem quando há desestruturação das fibras elásticas por diferentes motivos: crescimento acelerado; gravidez; obesidade e uso prolongado de glicocorticoides. Os fibroblastos são responsáveis pela formação das fibras colágenas, reticulares e elásticas, além de proteoglicanas. Portanto, os fibroblastos participam da formação de toda a Matriz Extracelular (MEC). No tecido conjuntivo de um adulto, os fibroblastos não se dividem com frequência e entram em mitose apenas por conta de uma solicitação aumentada, por sobrecarga funcional ou em resposta a lesões. • Adipócitos Os adipócitos são as células que fazem nossa reserva energénica composta por gorduras. Originam-se de células do mesênquima. No adulto, são uniloculares. O citoplasma e o núcleo estão restritos a uma estreita faixa que contorna um grande vacúolo de gordura. Figura 17: Fibroblastos. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4f/Fibroblasts_1.jpg/1024px- Fibroblasts_1.jpg Células encontradas na derme A Derme é constituída por diversas células que apresentam funções importantes. • Fibroblastos As células dérmicas mais características do tecido conjuntivo são os Fibroblastos. Estas migram através dele e são produtoras da matriz extracelular e das fibras proteicas, especialmente, o colágeno. Quando inativas, transformam-se em fibrócitos. Figura 18: Adipócitos. Fonte: http://www.sobiologia.com.br/figuras/Corpo/adipocitos.jpg A nível estético aumento destas células levam as gordurinhas localizadas indesejáveis e até a obesidade, acarretando baixa auto-estima e desconfortos aos pacientes que procuram as Clínicas Estéticas para auxiliá-los no resgate do corpo ideal. Para isso usamos vários procedimentos que ajudam a eliminar seu conteúdo que é rico em triglicérides e em alguns ainda induzimos a apoptose celular. Entre essas técnicas podemos exemplificar: Carboxiterapia, Intradermoterapia, Ultrasson, Cavitação, Radiofrequência, Hidrolipoclasia não aspirativa, Prescrição de nutracêuticos entre outras. Vale ressaltar que em todo o tratamento estético para emagrecimento ou perda de gordura localizada, deve-se obrigatoriamente exigir do paciente o acompanhamento nutricional e a prática de exercícios físicos, uma vez que os triglicérides são degradados em ácidos graxos e estes não são eliminados na urina e fezes, necessitando portanto de serem utilizados sob forma de energia (ATP). Faz-se necessário também uma rigorosa anamnese para exclusão dos fatores que inviabilizam o deslocamento de gordura como a Hipertrigliceridemia. http://www.sobiologia.com.br/figuras/Corpo/adipocitos.jpg • Pericitos Os pericitos originam-se de células mesenquimais indiferenciadas e permanecem com papel pluripotencial. Localizam-se nas adjacências dos capilares sanguíneos. Dos vasos sanguíneos. Devido a sua localização perivasculare são essenciais na manutenção das funções metabólicas, mecânicas e de sinalização nos microvasos. Respondem a sinais vasoativos, a estímulos angiogênicos, guiam brotos vasculares, estabilizam capilares neoformados, e produzem fatores importantes para a sobrevivência da célula endotelial formadora dos vasos. Alguns pesquisadores sugerem que os pericitos funcionem como células progenitoras tecido-residentes capazes de se diferenciarem em diferentes tipos celulares, incluindo osteoblastos, condroblastos e adipócitos. Em geral, pericitos possuem um formato estrelado, corpo celular com núcleo proeminente e limitado citoplasma perinuclear, de onde se estendem diversos processos citoplasmáticos, envolvendo a parede do endotélio. Essas células estão aderidas na membrana basal dos microvasos juntamente com as células endoteliais. Lá se comunicam com as células endoteliais por contato físico direto e vias de sinalização parácrina. Junções comunicantes do tipo “gap” fornecem conexões diretas entre os citoplasmas dos pericitos e as células endoteliais, permitindo assim a troca de íons e pequenas moléculas. As placas de adesão ancoram os pericitos nas células endoteliais, enquanto os contatos “peg-and-socket” (pino e tomada) permitem às células penetrar 3 através de descontinuidades da membrana basal dos vasos e tocarem uma a outra. Esses complexos juncionais sustentam a transmissão de forças mecânicas contráteis dos pericitos para o endotélio e contêm N-caderina, moléculas de adesão celular, junções aderentes baseadas em β-catenina, e moléculas de matriz extracelular (MEC) como a fibronectina.Figura 19: Pericitos. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7f/BarrHematEncef_estructura_Perivascular.jpeg https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7f/BarrHematEncef_estructura_Perivascular.jpeg • Plasmócitos Os plasmócitos possuem forma ovóide com núcleo excêntrico, complexo de Golgi bem desenvolvido e grande concentração de Retículo Endoplasmático. São mais numerosos no tecido conjuntivo do tubo digestório, nos órgãos linfoides e em áreas de inflamação crônica. Originam-se dos linfócitos B após entrarem em contato com o antígeno e produzem anticorpos, que são as imunoglobulinas, exercendo papel importante na defesa do organismo. São células grandes (10 a 20 mm de diâmetro), ovóides, com núcleo esférico e excêntrico. O núcleo apresenta nucléolo bem desenvolvido e áreas de heterocromatina alternadas com eucromatina, lembrando raios de roda de carroça. O citoplasma é basófilo, devido à grande quantidade de retículo endoplasmático rugoso. A região justanuclear com o Golgi é clara ao microscópio de luz. Figura 20: Plasmócito. Fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/17/Lymphocyte2.jpg/800px- Lymphocyte2.jpg • Mastócitos Os mastócitos são células grandes (20 a 30mm de diâmetro), ovóides, com núcleo esférico e central e citoplasma preenchido com grânulos basófilos, de 0,3 a 0,8mm, que contêm os mediadores químicos da reação alérgica e do processo inflamatório. Sua principal função é armazenar potentes mediadores químicos da inflamação, como heparina (anticoagulante), histamina (vasodilatador), serotonina, o fator quimiotático dos eosinófilos na anafilaxia. Seus precursores originam-se na medula óssea, circulam no sangue por um curto período e entram no tecido conjuntivo, onde se diferenciam e duram alguns meses. Os mastócitos são numerosos no tecido conjuntivo da pele, dos sistemas digestório e respiratório e da cápsula dos órgãos, localizando-se preferencialmente na vizinhança dos vasos sanguíneos. As Integrinas são moléculas que promovem a adesão dos mastócitos à matriz extracelular, o que é importante para a diferenciação, a migração, a modulação da resposta biológica e a sobrevivência da célula. Na superfície dos mastócitos, há receptores para as IgE secretadas pelos plasmócitos. Quando o antígeno liga-se à IgE, provoca a exocitose de histamina e outras substâncias dos grânulos e a síntese de leucotrienos e prostaglandinas a partir da membrana, desencadeando as reações alérgicas designadas reações de sensibilidade imediata ou anafiláticas. Figura 21: Mastócito. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f4/Mast_cell_leukemia.jpg 1.3 Estrutura histológica e funcional da hipoderme A Hipoderme ou tecido subctutâneo é a camada mais profunda da pele, sendo composta por tecido adiposo localização: estreita na fronte e larga nos glúteos. Representa 15 a 30% do peso corporal (entre 8 a 20 kg). A hipoderme localiza-se logo abaixo da derme. É constituída por tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo, que é uma variedade do tecido conjuntivo e adipócitos que armazenam energia na forma de gordura. Os lipídeos armazenados são principalmente triglicerídeos, obtidos da alimentação, do fígado ou sintetizados da glicose no próprio adipócito. Figura 22: Hipoderme. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/96/Pele_humana.jpg https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/96/Pele_humana.jpg A disposição do septo fibroso no homem e na mulher é diferente. Nas mulheres ele é fino, com projeção perpendicular à derme e epiderme, enquanto que, no homem, existe um septo mais grosso, com projeção oblíqua. Estas características histológicas favorecem o sentido de expansão do tecido gorduroso da hipoderme que, quando aumentado, nos homens tomam direção à profundidade e nas mulheres para a superfície. Assim, quando há uma expansão do tecido adiposo nas mulheres, a pele se expande para a superfície, enquanto os pontos de ancoragem fibrosos (septos fibrosos) puxam o tecido para baixo, sendo os responsáveis pelo aspecto casca de laranja característico da celulite. O papel principal da hipoderme é armazenar reservas energéticas para o organismo. Serve de interface entre a derme e as estruturas móveis situadas abaixo desta - músculos, tendões, etc. Também protege o organismo dos choques e constitui uma manta térmica. Com a idade, o desaparecimento dos septos conjuntivos entre os lóbulos de adipócitos provoca o abatimento dos tecidos e a perda de densidade cutânea. O tecido adiposo é classificado em unilocular ou gordura amarela e ou multilocular ou gordura parda, de acordo com o número de vacúolos de gordura presentes. Quando submetidos ao jejum, os adipócitos sofrem modificações estruturais. Há evaginações no citoplasma, semelhantes à podócitos, diminuição do tamanho e vão adquirindo forma estrelada. Além disso, os adipócitos sofrem ação de diversas substâncias como GH, glicocorticoides, insulina e tiroxina, o que torna o metabolismo bastante complexo. A camada subcutânea contém a principal rede de veias e artérias, a partir das quais alguns vasos se estendem para camadas mais superficiais, formando os plexos cutâneos. 1.4 Aspectos moleculares e imunológicos do tegumento A pele constitui o maior órgão imunológico do corpo e apresenta componentes imunológicos estruturais e celulares. A barreira de produção epidérmica é composta pela ampla rede de vasos linfáticos e sanguíneos, através das quais circulam células imunes. Figura 23: Vasos sanguíneos da barreira epidérmica. Fonte: Modificado de: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/96/Pele_humana.jpg Contém quase todos os elementos celulares, exceto linfócitos B. As células que participam dessa função: queratinócitos, mastócitos, células endoteliais, células dendríticas e linfócitos. Além das células locais, a epiderme produz citocinas que vão induzir e regular uma resposta imunológica. • Os queratinócitos secretam vários mediadores da resposta inflamatória e da resposta imune (interleucinas). • As células de Langerhans iniciam a resposta imunológica na derme. As funções prioritárias são reconhecer e apresentar antígenos para os linfócitos T, induzindo respostas primária e secundária destas células. • Os Linfócitos T citototócicos (LTc) são destruidores de outras células e os Linfócitos T supressores (LTs) são reguladores de outros linfócitos. Além das células imunocompetentes, a derme possui células dendríticas específicas localizadas nas áreas perivasculares, os dendrócitos, as quais apresentam antígenos, realizam fagocitose e estimulam células T inativas. 1.5 Propriedades Biomecânicas do Tegumento A pele apresenta como uma de suas funções o efeito barreira que fornece contra agentes físicos, agentes mecânicos, agentes microbianos e radiação UV. A função barreira está relacionada com a inibição da perda de água da pele pela composição dos lipídios da epiderme em especial as ceramidas, colesterol e Ácidos Graxos Livres (AGL) que limita o movimento transcutâneo da água e dos eletrólitos. Além disso, os corneócitos ficam imersos nesta matriz rica em lipídios, proporcionando uma estrutura necessária para a organização das membranas lamelares. A ruptura da barreira provoca uma cascata de processos bioquímicos que obriga a recuperação rápida dos componentes necessários para proteção da pele. A percepção da pele sensível está relacionada com esta função de barreira da pele em indivíduos que relatam ter sensibilidade ao uso de produtos tópicos. Estes indivíduos normalmente apresentam um determinado grau de lesão na barreira de permeabilidade, o que ocasiona maior penetração de produtos em camadas cutâneas mais profundas, levando a irritação a determinados ingredientes. Biometrologia cutânea é o ramo da ciência dedicado às avaliações quantitativas das propriedades biomecânicas da pele. Com os avanços tecnológicos hoje temos equipamentos capazes de avaliar as os efeitos de barreira, aspropriedades mecânicas e estruturais e as propriedades espectroscópicas da pele, tais como: Hidratação (conteúdo hídrico) que é avaliado por corneometria; TEWL (transepidermal water loss) que verifica a perda de água transepidérmica. Neste último, o aumento nos valores indicam alterações na integridade da barreira devido a processos patológicos ou irritativos; avaliações de descamação; oleosidade e pH. A realização da avaliação do efeito de barreira da pele é feita essencialmente verificando a preservação do estrato córneo - organização e atividade bioquímica. Incluem-se aqui as propriedades relativas à produção do sebo e transpiração, que influenciam a qualidade do manto hidrolipídico. As propriedades mecânicas e estruturais da pele são determinadas essencialmente pela derme. As estruturas da rede de colágeno e elastina da membrana basal, derme papilar e derme reticular determinam o comportamento viscoelástico deste tecido como um todo. Propriedades espectroscópicas: a pele apresenta diferentes respostas a estímulos radiantes, que fornecem importantes informações sobre sua composição, sua estrutura e sobre o nível de atividade e o grau de irrigação. Pode-se assim avaliar o efeito de produtos cosméticos sobre a barreira, bem como a resposta da pele a diferentes estímulos e tratamentos. Utiliza-se a radiação infravermelha para obter informação sobre o nível de organização das camadas lipídicas. As multicamadas lipídicas intercelulares que compõem o estrato córneo contêm ceramidas, colesterol e ácidos graxos livres e apresentam um polimorfismo complexo de diferentes fases sólidas, no qual as cadeias lipídicas são firmemente empacotadas e imóveis. 1. CARVALHO et al. 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As fibrilas de ancoragem são compostas principalmente pelo colágeno tipo VII que auxiliam na estabilização da junção dermoepidérmica. A redução dos colágenos do tipo I e III levam a flacidez que é uma característica da pele envelhecida cronologicamente e também agravada pelo Fotoenvelhecimento (envelhecimento causado pela radiação solar).�� Existem vários tipos de fibras de colágeno que se dispõe no organismo em locais diferentes a fim de exercer suas funções:��Colágeno tipo I: Primeiro tipo a ser caracterizado- forma fibrilas, fibras e feixes, sendo descrito como o mais comum e abundante dentre os outros grupos. Corresponde a 90% do colágeno total do organismo dos mamíferos é formando feixes e fibras muito resistentes. Identificado nas cartilagens, tendões, ossos e pele, ligamentos, fáscias, dente e córnea. São encontrados nos tendões, ligamentos, cápsula dos órgãos, derme, tecido conjuntivo frouxo, ossos, dentina, etc. É sintetizado pelos fibroblastos, odontoblastos e osteoblastos.��Colágeno tipo II: Identificado pela primeira vez na cartilagem hialina e elástica, onde é o principal componente estrutura através da formação de fibrilasfinérrimas produzidas pelos condroblastos. Está presente também nos discos intervertebrais, no humor vítreo e na notocorda. Número do slide 24 Colágeno tipo VIII: Originalmente identificado em culturas de células endoteliais, embora não seja sintetizado por todas estas células. Está presente na aorta de bovinos e em humanos nas fibrilas de ancoragem dérmica.��Colágeno tipo IX: Isolado pela primeira vez da cartilagem articular de suínos, discos intervertebrais e da cartilagem esternal de pintainhos. Isolado também, posteriormente, de um tumor cartilaginoso e de cultura de células embrionárias de cartilagem hialina. O colágeno do tipo IV não é um constituinte do tecido conjuntivo. Está presente nas lâminas basais do tecido epitelial e é sintetizado por células epiteliais. ��Colágeno tipo X: Inicialmente identificado em meio a culturas de condrócitos. Presente em cartilagens.��Colágeno tipo XI: Presente nas cartilagens articulares. Na derme existem além das fibras colágenas, as fibras elásticas e reticulares. As colágenas são formadas pelos colágenos dos tipo I e III, proteínas constituídas pela polimerização de uma unidade chamada procolágeno que no espaço extracelular transforma-se em tropocolágeno. Cada molécula de tropocolágeno é composta por três subunidades de aminoácidos ligadas por pontes de hidrogênio. Os aminoácidos predominantes são a glicina (33%), a prolina (12%) e a hidroxiprolina (10%). São grossas e conferem resistência a nossa pele, evitando que ela se rasgue, mesmo quando distendidas.� As fibras elásticas são longos fios de uma proteína chamada elastina. Elas conferem elasticidade ao tecido conjuntivo frouxo, completando a resistência das fibras colágenas. Quando você puxa e solta à pele da parte de cima da mão, são as fibras elásticas que rapidamente devolvem à pele sua forma original. O Fotoenvelhecimento pode levar a uma disfunção estética importante denominada Elastose, onde as fibras de colágeno são degradadas e as elásticas aumentam em número para compensar, como resultado teremos uma pele elástica porém sem firmeza.� As fibras reticulares são fibras muito finas compostas por colágeno do tipo III associado com glicoproteínas e por fibras elásticas: são fibras ramificadas podendo formam redes. São compostas por microfibrilas das proteínas, elastinas e fibrina. Apresentam grande potencial de distensibilidade. são ramificadas e formam um trançado firme que liga o tecido conjuntivo aos tecidos vizinhos. Número do slide 27 Número do slide 28 Número do slide 29 Número do slide 30 Pericitos�� Os pericitos originam-se de células mesenquimais indiferenciadas e permanecem com papel pluripotencial. Localizam-se nas adjacências dos capilares sanguíneos. Dos vasos sanguíneos. Devido a sua localização perivasculare são essenciais na manutenção das funções metabólicas, mecânicas e de sinalização nos microvasos. Respondem a sinais vasoativos, a estímulos angiogênicos, guiam brotos vasculares, estabilizam capilares neoformados, e produzem fatores importantes para a sobrevivência da célula endotelial formadora dos vasos.� Alguns pesquisadores sugerem que os pericitos funcionem como células progenitoras tecido-residentes capazes de se diferenciarem em diferentes tipos celulares, incluindo osteoblastos, condroblastos e adipócitos. � Em geral, pericitos possuem um formato estrelado, corpo celular com núcleo proeminente e limitado citoplasma perinuclear, de onde se estendem diversos processos citoplasmáticos, envolvendo a parede do endotélio. Essas células estão aderidas na membrana basal dos microvasos juntamente com as células endoteliais. Lá se comunicam com as células endoteliais por contato físico direto e vias de sinalização parácrina. Junções comunicantes do tipo “gap” fornecem conexões diretas entre os citoplasmas dos pericitos e as células endoteliais, permitindo assim a troca de íons e pequenas moléculas. � As placas de adesão ancoram os pericitos nas células endoteliais, enquanto os contatos “peg-and-socket” (pino e tomada) permitem às células penetrar 3 através de descontinuidades da membrana basal dos vasos e tocarem uma a outra. Esses complexos juncionais sustentam a transmissão de forças mecânicas contráteis dos pericitos para o endotélio e contêm N-caderina, moléculas de adesão celular, junções aderentes baseadas em β-catenina, e moléculas de matriz extracelular (MEC) como a fibronectina. Número do slide 33 Número do slide 34 Número do slide 35 Número do slide 36 Número do slide 37 Número do slide 38 Número do slide 39 Número do slide 40 Número do slide 41 Número do slide 42 Número do slide 43 Número do slide 44
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