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Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 163 AULA 03: ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA Oi Pessoal, Mais uma aula. Mais uma semana. Daqui a pouco Edital na Praça. O momento é de antecipar os estudos. Adotem a estratégia cirúrgica para a aprovação no concurso do ICMS, abnegando um pouco do lazer, mas não “totalmente”; deixem de lado o contato com os familiares, mas nunca totalmente; menos curtição com os amigos aos finais de semana, mas curtam. O nível de “stress” aumenta quanto mais se aproxima o derradeiro dia de prova, por isso, é de suma importância que aliviem a pressão com pequenas coisas, como, por exemplo, uma corrida com um(a) amigo(a), um passeio no parque com a família, uma peça de comédia, um aniversário “0800”. Bom, vamos ao que interessa. O tema, hoje, é Administração direta e indireta, bem como Agências (reguladoras e executivas) e Terceiro Setor. Vamos que vamos. Cyonil Borges. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 163 QUESTÕES EM SEQUÊNCIA 1. (2008/FCC – MPR – Ag.Administrativo-N12) desconcentração administrativa é: a) terceirização de execução de serviços para empresas permissionárias, com ou sem licitação. b) atribuir a outrem poderes da Administração. c) delegação de execução de serviços para empresas concessionárias, mediante licitação. d) repartição das funções entre os vários órgãos de uma mesma administração. e) descentralização das atividades públicas ou de utilidade pública.1 2. (2008/FCC – MPR - Cargo M11) No que diz respeito à teoria de organização administrativa, analise: I. Repartição de funções entre os vários órgãos de uma mesma Administração. II. Transferência, por meio de contrato ou ato administrativo unilateral, da execução de determinado serviço público a pessoa jurídica de direito privado. Os conceitos acima se referem, respectivamente, a a) descentralização por colaboração e desconcentração administrativa. b) descentralização territorial e descentralização por serviços. c) autoadministração e descentralização por serviços. d) desconcentração administrativa e descentralização por colaboração. e) desconcentração por colaboração e descentralização por serviços.2 3. (2007/Cespe – SEGER-ES) O fenômeno da descentralização é efetivado por meio de delegação quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço público. (Certo/Errado)3 1 LETRA D. 2 LETRA D 3 ERRADO. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 163 4. (2008/FCC – MPR – Ag. Administrativo-N12) Assinale a alternativa referente a órgãos ou entidades que NÃO integram a Administração Indireta: a) Ministérios; Secretarias de Estado; e Secretarias Municipais. b) sociedades de economia mista; empresas públicas; e autarquias. c) fundações instituídas pelo Poder Público; autarquias; e sociedade de economia mista. d) autarquias; sociedades de economia mista; e consórcios públicos. e) sociedades de economia mista; consórcios públicos; e empresa pública.4 5. (2006/FCC – TRE - Analista) É correto afirmar que os órgãos públicos, a exemplo dos Ministérios, Secretarias Estaduais e Municipais: a) se distinguem do Estado, por serem autônomas. b) são pessoas, sujeitos de direitos e obrigações . c) não têm personalidade jurídica. d) têm relação de representação com a vontade do agente público. e) têm relação interorgânica e não interpessoal ou intersubjetiva.5 6. (2006/ESAF – AFC/CGU) Assinale, entre as hipóteses abaixo, aquela que corresponde à competência legislativa do Congresso Nacional, prevista na Constituição Federal, sobre a organização administrativa do Poder Executivo. a) Criação, extinção e atribuições de órgãos da Administração Pública. b) Criação, extinção e atribuições de Ministérios, órgãos e entidades da Administração Pública. c) Criação e extinção de órgãos da Administração Direta d) Criação e extinção de Ministérios e órgãos da Administração Pública. e) Criação e extinção de órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta.6 4 LETRA A. 5 LETRA C. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 163 7. (2006/FCC – Analista/TRE) Quanto aos órgãos públicos é INCORRETO afirmar que: a) os órgãos simples ou unitários são dotados de um único centro de competência ou atribuições. b) os órgãos públicos são centros de competência dotados de personalidade jurídica própria, sendo responsáveis exclusivos por suas ações e omissões. c) os Ministérios, na área federal, são considerados órgãos compostos, uma vez que possuem em sua estrutura outros órgãos públicos. d) o Tribunal Superior Eleitoral, de acordo com sua posição na estrutura estatal, é um órgão independente, posto que possui origem constitucional. e) os colegiados são os órgãos que decidem e agem pela manifestação de vontade da maioria de seus membros.7 8. (2010/FCC – TRF/4R – EXECUTOR DE MANDADOS) No que se refere aos órgãos públicos, é INCORRETO afirmar ser característica destes (algumas não presentes em todos), dentre outras, o fato de que: (A) não possuem personalidade jurídica e são resultado da desconcentração. (B) podem firmar, por meio de seus administradores, contratos de gestão com outros órgãos. (C) alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira. (D) não possuem patrimônio próprio, mas integram a estrutura da pessoa jurídica. (E) têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica que integram.8 9. (2011/FCC – TRF-20R – Analista/judiciária) Considere a seguinte afirmação, acerca da classificação dos órgãos públicos: São os que se localizam na cúpula da Administração, subordinados diretamente à chefia dos órgãos independentes; gozam de autonomia 6 LETRA D. 7 LETRA B. 8 LETRA E. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 163 administrativa, financeira e técnica e participam das decisões governamentais. A afirmação trata dos órgãos públicos denominados a) dependentes. b) independentes. c) superiores. d) subalternos. e) autônomos.9 10. (2011/FCC – TRF-20R – Analista/Execução de Mandados) Quanto à classificação dos órgãos públicos, considere as seguintes assertivas: I. Órgãos públicos “locais” são aqueles que atuam sobre uma parte do território, como as Delegacias Regionais da Receita Federal, as Delegacias de Polícia, os Postos de Saúde, entre outros. II. Os órgãos públicos denominados superiores são órgãos de direção, controle e comando; gozam de autonomia administrativa e financeira. III. A Presidência da República e a Diretoria de uma escola sãoexemplos de órgãos públicos singulares. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III.10 11. (2011/FCC – TRT-23R – Analista/Judiciária) No que concerne à classificação quanto à posição estatal, os órgãos públicos autônomos são: a) órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia; não gozam de autonomia administrativa nem financeira. b) os que se localizam na cúpula da Administração, subordinados diretamente à chefia dos órgãos independentes; gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica e participam das decisões governamentais. 9 LETRA E. 10 LETRA C. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 163 c) os originários da Constituição e representativos dos três Poderes do Estado, sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional, sujeitos apenas aos controles constitucionais de um sobre o outro, e suas atribuições são exercidas por agentes políticos. d) os que se acham subordinados hierarquicamente a órgãos superiores de decisão, exercendo principalmente funções de execução. e) órgãos de direção e comando, não sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia, gozando de autonomia administrativa e financeira, como, por exemplo, as Casas Legislativas.11 Gabarito: alternativa B. 12. (2011/FCC – TRE – Analista/Judiciária) Os órgãos públicos: a) confundem-se com as pessoas físicas, porque congregam funções que estas vão exercer. b) são singulares quando constituídos por um único centro de atribuições, sem subdivisões internas, como ocorre com as seções integradas em órgãos maiores. c) não são parte integrante da estrutura da Administração Pública. d) não têm personalidade jurídica própria. e) são compostos quando constituídos por vários agentes, sendo exemplo, o Tribunal de Impostos e Taxas.12 13. (2011/FCC – TRE-TO – Analista/Judiciária) Os órgãos públicos a) São classificados como entidades estatais b) Têm autonomia política c) Têm personalidade jurídica d) São soberanos e) São centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais.13 14. (2008/FCC – PMREC – Procurador) Determinado Estado criou, regularmente, uma autarquia para executar atividades 11 LETRA B. 12 LETRA D. 13 LETRA E. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 163 típicas da Administração estadual que melhor seriam exercidas de forma descentralizada. Em relação a esta pessoa jurídica instituída, pode-se afirmar que se trata de pessoa jurídica: a) de direito público, com personalidade jurídica própria, embora sujeita ao poder de autotutela do ente que a instituiu. b) de direito público, não sujeita a controle do ente que a instituiu quando gerar receitas próprias que lhe confiram auto-suficiência financeira. c) sujeita ao regime jurídico de direito privado quando for auto- suficiente e ao regime jurídico de direito público quando depender de verbas públicas, sem prejuízo, em ambos os casos, da submissão à tutela do ente que a instituiu. d) sujeita ao regime jurídico de direito público, criada por Decreto, integrante da Administração Indireta e, portanto, sujeita a controle do ente que a instituiu. e) de direito público, dotada das prerrogativas e restrições próprias do regime jurídico-administrativo e sujeita ao poder de tutela do ente que a instituiu.14 15. (2008/CESPE – PGE/CE – Procurador) Assinale a opção correta acerca das autarquias. a) As autarquias são detentoras, em nome próprio, de direitos e obrigações, poderes e deveres, prerrogativas e responsabilidades. b) As autarquias são hierarquicamente subordinadas à administração pública que as criou. c) As autarquias são criadas e extintas por ato do chefe do Poder Executivo. d) Ao criar uma autarquia, a administração pública apenas transfere a ela a execução de determinado serviço público, permanecendo com a titularidade desse serviço. e) As autarquias não estão sujeitas ao controle externo do Poder Legislativo.15 14 LETRA E. 15 LETRA A. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 163 16. (2007/VUNESP – Procurador) Não é um privilégio das autarquias: a) imunidade de tributos sobre seu patrimônio, renda e serviços. b) prescrição quinquenal de suas dívidas passivas. c) ampliação do prazo para desocupação de prédio locado para seus serviços, quando decretado o despejo. d) impossibilidade de usucapião de seus bens imóveis. e) recurso de ofício nas sentenças que julgarem improcedente a execução de seus créditos fiscais.16 17. (2006/FCC – Defensoria/SP) Recurso hierárquico impróprio é: a) aquele que é dirigido à autoridade superior na organização federativa. b) o pedido de reconsideração apresentado à autoridade máxima de uma estrutura administrativa. c) o pedido de revisão das decisões proferidas em processos disciplinares, para a própria autoridade sancionadora. d) a avocação do recurso administrativo pela chefia do órgão administrativo. e) o recurso interposto contra a decisão de dirigente de entidade da Administração Indireta, para a autoridade a que está vinculada, na Administração Direta.17 18. (2010/FCC – CASA CIVIL – EXECUTIVO) Além de outras, NÃO constitui característica das autarquias, a (A) especialização dos fins ou atividades. (B) criação por lei. (C) personalidade jurídica pública. (D) capacidade de autodeterminação. (E) isenção de controle ou tutela.18 16 LETRA A. 17 LETRA E. 18 LETRA E. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 163 19. (2011/FCC – TCE/SE – Analista de Controle Externo) As autarquias: (A) são necessariamente criadas por lei. (B) organizam-se sob a forma de sociedades. (C) possuem capacidade de autoadministração, o que as isenta do controle administrativo. (D) possuem personalidade jurídica de direito privado, não obstante integrem a Administração Pública. (E) regem-se pelas normas aplicáveis às empresas privadas.19 20. (2006/FCC – TRT-20ªR) Tendo em vista as entidades da administração indireta considere: I. Capacidade de autoadministração; especialização dos fins ou atividades; e sujeição a controle ou tutela. II. Sujeição ao controle estatal; vinculação aos fins definidos na lei instituidora; e desempenho de atividade de natureza econômica. Tais situações são características, respectivamente, das a) organizações do terceiro setor; dos serviços sociais autônomos e agências reguladoras. b) fundações; das organizações do terceiro setor e serviços sociais autônomos. c) empresas públicas; das autarquias e agências reguladoras ou executivas. d) autarquias; das sociedades de economia mista e empresaspúblicas. e) sociedades de economia mista; das empresas públicas e fundações.20 21. (2006/FCC – MP/Jurídica) Dentre as entidades da administração indireta, a sociedade de economia mista caracteriza-se por ser pessoa jurídica de direito: a) público, destinada exclusivamente à prestação de serviços públicos, dotada de autonomia administrativa e financeira, bem como possuidora de patrimônio próprio. 19 LETRA A. 20 LETRA D. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 163 b) privado, autorizada por lei para a exploração de atividades econômicas, detentora de privilégios fiscais e constituída sob a forma de sociedade por quotas de responsabilidade limitada. c) público, criada por lei para a exploração de atividade econômica, com capital exclusivamente privado e organizada sob qualquer das formas empresariais admitidas em lei. d) privado, criada para a prestação de serviços públicos ou exploração de atividade econômica, contando com capital misto e constituída sob a modalidade de sociedade anônima. e) público, instituída por lei para a prestação de serviços públicos ou exploração de atividades econômicas, com capital público e dotada de autonomia administrativa e financeira.21 22. (2011/FCC – TRF/1R – Analista) NÃO é considerada característica da sociedade de economia mista: (A) a criação independente de lei específica autorizadora. (B) a personalidade jurídica de direito privado. (C) a sujeição a controle estatal. (D) a vinculação obrigatória aos fins definidos em lei. (E) o desempenho de atividade de natureza econômica.22 23. (2010/FCC – ALESP – LICITAÇÕES) O regime jurídico das sociedades de economia mista que exploram atividade econômica é o mesmo: (A) das empresas privadas, inclusive no que diz respeito às obrigações trabalhistas e tributárias, sujeitando-se, porém, aos princípios que regem a Administração pública. (B) das entidades integrantes da administração direta, exceto no que diz respeito aos contratos de trabalho, que se regem pela Consolidação das Leis do Trabalho. (C) das empresas privadas, exceto no que diz respeito ao processo de execução judicial de suas dívidas, em face da impenhorabilidade de seus bens e rendas. (D) estabelecido na lei das sociedades anônimas, sendo vedado ao acionista controlador orientar os negócios da companhia para fins diversos da obtenção de lucro, sob pena de abuso de poder. 21 LETRA D. 22 LETRA A. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 163 (E) das empresas privadas, exceto no que diz respeito às obrigações tributárias, que são parcialmente afastadas em face da imunidade em relação a impostos incidentes sobre seu patrimônio e renda.23 24. (2010/FCC – CASA CIVIL – EXECUTIVO) É certo que, as Sociedades de Economia Mista: (A) têm como objeto a prestação de uma atividade econômica empresarial, vedada a realização de atividade pública. (B) embora pertencendo à Administração direta, ostentam estrutura e funcionamento de empresa particular. (C) não têm, por natureza, qualquer privilégio estatal, só auferindo as prerrogativas administrativas, tributárias e processuais concedidas especificamente na lei criadora ou em dispositivos especiais. (D) possuem capital exclusivamente privado e direção exclusiva do ente estatal ao qual estão subordinadas. (E) somente podem ser instituídas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal, vedada a sua criação pelos Municípios.24 25. (2011/FCC – TCE/SE – Analista de Controle Externo) As empresas públicas: (A) são pessoas jurídicas de direito público interno que desempenham atividade econômica. (B) possuem vínculo contratual com o Estado, notadamente por meio de contrato de concessão. (C) são organizadas invariavelmente sob a forma de sociedades anônimas. (D) exercem atividade de relevante interesse coletivo, embora não detenham capital público. (E) necessitam de autorização legislativa para serem criadas.25 26. (2010/FCC – TRE/AL – Analista Judiciário- Administrativa) A entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, se federal, criada para exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou conveniência administrativa, denomina-se: (A) Autarquia Especial. 23 LETRA A. 24 LETRA C. 25 LETRA E. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 163 (B) Sociedade de Economia Mista. (C) Empresa Pública. (D) Fundação Pública. (E) Organização Social.26 27. (2010/FCC – TCM/CE – ANALISTA CONTROLE) As sociedades de economia mista e as empresas públicas (A) Estão sujeitas ao mesmo regime jurídico das empresas privadas, exceto no que diz respeito a matéria tributária e trabalhista. (B) Estão sujeitas ao mesmo regime jurídico das empresas privadas, inclusive no que diz respeito a matéria tributária e trabalhista. (C) Não estão submetidas aos princípios da Administração Pública, exceto quando prestadoras de serviços públicos. (D) Sujeitam-se ao regime jurídico de direito público, e ao regime de direito privado, quando exploradoras de atividade econômica. (E) Sujeitam-se ao mesmo regime jurídico das fundações públicas, exceto no que diz respeito à matéria de pessoal.27 28. (2011/FCC - Copergás – Analista/Administrador) As empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica submetem-se: (A) aos princípios aplicáveis à Administração Pública e ao regime jurídico próprio das empresas privadas. (B) ao mesmo regime da Administração Direta, exceto em matéria tributária. (C) ao regime jurídico próprio das empresas privadas, exceto em matéria trabalhista. (D) ao regime jurídico privado, gozando, porém, de imunidade tributária. (E) aos princípios aplicáveis à Administração Pública, exceto no que diz respeito à licitação e à contratação de pessoal, obras e serviços.28 29. (2008/NCE-UFRJ – ANTT/AADM55) Ressalvados os casos previstos na Constituição Federal de 1988, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária: 26 LETRA C. 27 LETRA B. 28 LETRA A. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 163 a) aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo; b) à incorporação e compatibilização dos planos nacionais e regionais de desenvolvimento; c) à repressão do abuso do poder econômico que vise à eliminação da concorrência; d) à realização das diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado; e) à proteção do meio ambiente, ao consumidor e à livre concorrência.29 Gabarito: alternativa A. 30. (2008/CESPE – PGE-PB – Procurador) Constitui elemento diferenciador entre sociedade de economia mista e empresa pública o(a)a) regime jurídico de pessoal. b) composição do capital. c) patrimônio. d) natureza da atividade. e) forma de sujeição ao controle estatal.30 31. (2008/CESPE – PGE-PB – Procurador) Considere-se que o governo do estado da Paraíba tenha celebrado contrato com uma sociedade de economia mista federal. Nessa situação, caso exista interesse do estado da Paraíba em discutir judicialmente alguma cláusula oriunda desse contrato, deverá ser proposta ação contra a mencionada sociedade perante: a) uma das varas da justiça federal. b) uma das varas da justiça comum estadual. c) o Tribunal Regional Federal da 5.ª Região. d) o Tribunal Regional Federal da 1.ª Região. e) o Superior Tribunal de Justiça (STJ).31 29 LETRA A. 30 LETRA B. 31 LETRA B. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 163 32. (2008/CESPE – OAB-SP) Recente decisão do Supremo Tribunal Federal, levando em consideração a peculiar situação jurídica de uma estatal (regida pelo direito privado), afirmou a impossibilidade de se penhorarem seus bens e determinou que sua execução só poderia ocorrer pelo regime do precatório (art. 100 da Constituição Federal). Tal decisão ocorreu em referência a) ao Banco do Brasil, uma sociedade de economia mista cujos bens são bens públicos dominicais. b) à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), por se tratar de empresa pública que executa serviço público. c) à Companhia de Gás de São Paulo (COMGAS), porque, como empresa privada e concessionária de serviço público, todos seus bens são reversíveis. d) ao INSS, uma autarquia federal cujos bens são todos bens públicos de uso especial.32 33. (2008/FCC – TCE/Amazonas) Na estrutura da Administração Pública brasileira, há distinção entre a Administração direta e a indireta. Dentre as entidades da Administração indireta incluem-se as: I. sociedades de economia mista. II. organizações sociais. III. empresas públicas. IV. fundações públicas. V. agências executivas. Está correto o que se afirma APENAS em a) I, II e III. b) I e III. c) I, III e IV. d) II, III e V. e) III, IV e V.33 32 LETRA B. 33 LETRA C. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 163 34. (2006/FCC – ICMS/Paraíba) O regime jurídico administrativo, aplicável às entidades da administração indireta, resulta na: a) atribuição de personalidade jurídica de direito público a todas estas, independentemente da forma jurídica que adotarem. b) obrigatoriedade da realização de licitação para a contratação de obras, serviços, compras e alienações, de acordo com os seus regulamentos próprios. c) sujeição de seu pessoal às regras próprias do funcionalismo público, notadamente ao regime jurídico único do ente público de que fazem parte. d) indisponibilidade dos bens de propriedade destas entidades, que apenas poderão ser alienados por meio dos procedimentos legais. e) obrigatoriedade de sua constituição sob a forma de sociedade anônima de capital aberto, não sujeita à falência.34 35. (2010/FCC – TRE/AM – ANALISTA JUDICIÁRIO) Sobre as entidades políticas, os órgãos e os agentes públicos, considere: I. As empresas públicas e sociedades de economia mista não são criadas por lei, mas, a sua instituição depende de autorização legislativa. II. Entidades estatais são pessoas jurídicas de Direito Público que integram a estrutura constitucional do Estado, mas, não têm poderes políticos nem administrativos. III. Órgãos subalternos são os que exercem atribuições de mera execução, sempre subordinados a vários níveis hierárquicos superiores. IV. Órgãos públicos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, dotados de personalidade jurídica e de vontade própria. V. Agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I, III e V. (B) I, II e IV. (C) III, IV e V. 34 LETRA B. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 163 (D) III e IV. (E) IV e V.35 36. (2010/FCC – ALESP – DIREITO) A respeito das entidades integrantes da Administração indireta, é correto afirmar que (A) as autarquias, as fundações, as empresas públicas e as sociedades de economia mista estão sujeitas ao regime jurídico de direito público. (B) as empresas públicas e as sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime de direito privado, exceto no que diz respeito às obrigações tributárias e trabalhistas. (C) as autarquias possuem as mesmas prerrogativas das pessoas jurídicas públicas políticas, exceto no que diz respeito à penhorabilidade de seus bens. (D) as sociedades de economia mista são constituídas de acordo com as regras do direito privado e submetem- se à legislação trabalhista, tributária, civil e societária, porém a sua criação depende de prévia autorização legislativa. (E) todas elas submetem-se ao mesmo regime jurídico das entidades integrantes da Administração direta, exceto para as empresas públicas e as sociedades de economia mista no que diz respeito ao regime trabalhista de seus empregados, que é o mesmo aplicável às empresas privadas.36 37. (2010/FCC – APOF) A respeito do regime jurídico aplicável às entidades integrantes da Administração indireta, é correto afirmar que as: (A) autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo poder público sujeitam-se ao regime de direito público, exceto no que diz respeito à penhorabilidade de seus bens. (B) autarquias, fundações e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público sujeitam-se ao regime jurídico de direito público. (C) fundações instituídas e mantidas pelo poder público sujeitam-se ao mesmo regime das autarquias, exceto no que diz respeito ao processo seletivo de pessoal. (D) sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime de direito privado, inclusive no que diz respeito à legislação tributária e trabalhista. 35 LETRA A. 36 LETRA D. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 163 (E) sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica sujeitam-se ao mesmo regime das empresas privadas, exceto no que diz respeito à matéria tributária.37 38. (2011/FCC – TCM/BA – Procurador) A propósito das características e regime jurídico a que se submetem as entidades da Administração indireta, é correto afirmar: (A) A autarquia é pessoa jurídica de direito público, com as mesmas prerrogativas e sujeições da Administração direta, exceto no que diz respeito ao regime de seus bens. (B) A criação de sociedade de economia mista e de empresa pública depende de autorização legislativa, assim como a criação de subsidiárias dessas entidades. (C) A criação de sociedade de economia mista somente é possível paraexploração de atividade econômica stricto sensu. (D) As empresas públicas podem explorar atividade econômica e prestar serviços públicos, com a participação minoritária de particulares em seu capital social. (E) A autarquia é pessoa jurídica de direito privado, porém submetida aos princípios aplicáveis à Administração Pública, o que lhe confere um regime híbrido de prerrogativas e sujeições.38 39. (2011/FCC – PGE/MT – Procurador) O regime jurídico aplicável às entidades integrantes da Administração indireta (A) sujeita todas as entidades, independentemente da natureza pública ou privada, aos princípios aplicáveis à Administração Pública. (B) é integralmente público, para autarquias, fundações e empresas públicas, e privado para sociedades de economia mista. (C) é sempre público, independentemente da natureza da entidade. (D) é sempre privado, independentemente da natureza da entidade. (E) é o mesmo das empresas privadas, para as empresas públicas e sociedades de economia mista, exceto em relação à legislação trabalhista.39 40. (2008/FCC – TJURR – Juiz) A Lei federal nº 9.472/97, em seu art. 9º, designa a Agência Nacional de Telecomunicações 37 LETRA D. 38 LETRA B. 39 LETRA A. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 163 “autoridade administrativa independente”. Tal designação, em termos da organização administrativa brasileira, a) revela a criação de uma nova espécie típica de entidade integrante da Administração Indireta, dita justamente “autoridade administrativa independente”. b) ressalta algumas características do regime especial dessa entidade, tais quais independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, mas não afasta o seu enquadramento como autarquia. c) refere-se ao fato de essa entidade não integrar a Administração Indireta. d) refere-se ao fato de essa entidade não ser sujeita a normas decorrentes do exercício do poder regulamentar pelo chefe do Poder Executivo. e) implica a criação de uma nova espécie típica de entidade integrante da Administração Indireta, dita “agência reguladora”.40 40 LETRA B. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 163 QUESTÕES COMENTADAS 1) (2008/FCC – MPR – Ag.Administrativo-N12) desconcentração administrativa é: a) terceirização de execução de serviços para empresas permissionárias, com ou sem licitação. b) atribuir a outrem poderes da Administração. c) delegação de execução de serviços para empresas concessionárias, mediante licitação. d) repartição das funções entre os vários órgãos de uma mesma administração. e) descentralização das atividades públicas ou de utilidade pública. Comentários: A questão, em si, não nos oferece alto grau de dificuldade. É corriqueiro nossas ilustres organizadoras nos testarem quanto à distinção entre desconcentração e descentralização. Por isso, antes da resposta propriamente dita, que tal um “passeio” pelos principais conceitos? Basicamente, devemos conhecer os conceitos de Centralização X DesCENtralização X DesCOncentração administrativas. Interessante notar como a formação das palavras, por vezes, pode nos causar problemas para o integral entendimento dos conceitos jurídicos. Por exemplo: desconcentrar e descentralizar não poderiam ser vistas como expressões sinônimas, quase perfeitas, etimologicamente, porque, ao fim, ambas querem dizer retirar do centro? Contudo, juridicamente e para efeito de concursos, as ditas expressões possuem diferenças significativas. O conceito de centralização é, de todos, o de mais fácil assimilação. Os amigos já devem ter ouvido falar, no dia-a-dia, em “pessoas centralizadoras”, o que isso quer dizer? Quer se referir àquela pessoa que realiza as tarefas sem qualquer distribuição de parcela da atribuição a qualquer pessoa. Por exemplo: na casa de VAN, ela é quem lava, passa, e cozinha, logo, realiza as tarefas de forma centralizada. Já na casa de Dona Regiane, é Fifo quem cozinha, lava, e passa, houve distribuição de determinadas tarefas de titularidade de Regiane a outra pessoa (garota inteligente, para que centralizar se é possível descentralizar, tudo em nome da eficiência!). Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 163 Distinto é o conceito de desconcentração. Essa existe quando tarefas ou atividades são distribuídas de um centro para setores periféricos ou de escalões superiores para escalões inferiores, dentro da MESMA entidade ou da MESMA pessoa jurídica. Por exemplo: O Poder Executivo Federal pode ser desconcentrado em Ministérios (entre outros órgãos), como da Saúde, da Previdência, da Cultura, dos Transportes, logo, em diversas áreas temáticas (desconcentração por matéria); Os Tribunais Federais têm órgãos espalhados em Brasília, em Minas, no Piauí, no Acre etc. É a mesma pessoa, União, só que as competências são realizadas por órgãos em base geográfica distinta (desconcentração territorial ou geográfica); e A Secretaria de Saúde de Divinópolis (Minas Gerais) é órgão subordinado hierarquicamente à Prefeitura, ambos, por sua vez, são órgãos da mesma pessoa (leia- se: Município), é o que a doutrina denomina desconcentração por hierarquia. DICA: prestem atenção na última parte do conceito! A desCOncentração (CO – Criação de Órgãos) é fenômeno interna corporis, ou seja, ocorre em uma mesma pessoa jurídica. Além disso, a estrutura desconcentrada é baseada na hierarquia, na subordinação, seja entre órgãos, seja entre servidores. Por fim a descentralização. A desCENtralização (CEN - Criação de ENtidades, pressuposto de nova pessoa jurídica) é uma distribuição de competência entre pessoas físicas ou jurídicas distintas, transferindo-se a atividade decisória e não a mera atividade administrativa. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 163 Então, encontrou a resposta? Claro que sim! A desconcentração refere-se à repartição das funções entre vários órgãos de uma mesma pessoa jurídica (alternativa D). Gabarito: alternativa D. 2) (2008/FCC – MPR - Cargo M11) No que diz respeito à teoria de organização administrativa, analise: I. Repartição de funções entre os vários órgãos de uma mesma Administração. II. Transferência, por meio de contrato ou ato administrativo unilateral, da execução de determinado serviço público a pessoa jurídica de direito privado. Os conceitos acima se referem, respectivamente, a a) descentralização por colaboração e desconcentração administrativa. b) descentralização territorial e descentralização por serviços. c) autoadministração e descentralização por serviços. d) desconcentração administrativa e descentralização por colaboração. e) desconcentração por colaboração e descentralização por serviços. Comentários: Vimos que, na desconcentração, há repartição de funções dentro da própria pessoa jurídica, certo? Por isso, o itemI, na questão ora analisada, refere-se à técnica administrava da desconcentração. Ao contrário da desconcentração, não há na descentralização relação de hierarquia ou de subordinação, o que existe é um laço de vinculação, de controle de finalidade (finalístico) ou de supervisão Ministerial (na maior parte das vezes!). Por exemplo: a autarquia federal Banco Central encontra-se vinculada ao Ministério da Fazenda; a fundação pública federal FUNASA, vinculada ao Ministério da Saúde; a sociedade de economia mista federal Companhia Docas do Estado de São Paulo é vinculada à Secretaria de Portos. Assim como acontece com a desconcentração (por hierarquia, por matéria, por território), a descentralização também comporta classificações, sendo que, no entanto, não existe um posicionamento unânime na doutrina, por esse motivo, será exposto, a seguir, a mais aceita pelas bancas examinadoras, a qual, inclusive, foi objeto na presente questão. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 163 São quatro as espécies do gênero descentralização: territorial; por colaboração; funcional, técnica, ou por serviços, e a social. Na Descentralização Territorial uma entidade local, geograficamente delimitada, é dotada de personalidade jurídica própria, de Direito Público, com capacidade administrativa ampla. Este tipo de descentralização (administrativa) é vista, com frequência, nos Estados Unitários (p.ex.: França, Portugal e Espanha). No Brasil, são incluídos nessa modalidade de descentralização os territórios federais, os quais não integram a federação, mas têm personalidade de direito público e possuem capacidade administrativa genérica (não gozam de capacidade política!). Na atual Constituição Federal, os territórios são mencionados, por exemplo, no §2º do art. 18: Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. Daí, duas observações: I) Hoje não mais existem, no Brasil, os territórios, como foram os territórios de Roraima e Amapá (atuais Estados) e Fernando de Noronha (anexado ao Estado de Pernambuco). Contudo, há possibilidade de criação de novos territórios, segundo estabelece a atual Constituição; II) Os territórios integram a União, não sendo, portanto, integrantes da federação (U, E, DF, M). Assim, territórios não são entes federativos (ou políticos), mas sim meras entidades administrativas. Há aqueles que os classificam como autarquias da União. Já a Descentralização por Colaboração se verifica quando a execução de um serviço público é transferida à pessoa jurídica de direito privado, ou mesmo à pessoa física, por meio de contrato ou ato administrativo, conservando o poder público a titularidade do serviço. É o que ocorre, por exemplo, na concessão ou permissão de serviços públicos (formas de delegação de serviço público), cujo regramento geral é encontrado na Lei 8.987/1995, lei geral para concessões e permissões de serviços públicos (o assunto será Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 163 estudado mais à frente, no tópico sobre serviços públicos). Para aqui, releia o item II. Isso mesmo. Está-se diante da descentralização por colaboração, daí a correção da alternativa D. Vamos prosseguir nas classificações, acreditando em eventual ineditismo da organizadora. A Descentralização funcional é também denominada de descentralização por serviços ou técnica. É aquela em que o Poder Público cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado, atribuindo-lhe, além da execução, a titularidade de determinado serviço público. Por exemplo: a FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), pessoa jurídica de direito público (fundação pública), serviço público de saúde; a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), pessoa jurídica de direito privado (empresa pública), serviço público de correios. No Brasil, essa criação SOMENTE se dá em virtude de lei. Por vezes, a lei, diretamente, cria a entidade, correspondendo à figura das autarquias e das fundações públicas de direito público. Por outras, a lei autoriza a instituição, correspondendo às fundações públicas de direito privado; sociedades de economia mista, e empresas públicas. Com relação às duas últimas (mistas e empresas públicas), adianto que costumam ter dois campos de atuação: ora exploram atividades econômicas, em razão do que dispõe o art. 173 da CF/1988, sobretudo no seu §1º; ora são prestadoras de serviços públicos (art. 175 da CF/1988). Todavia, no caso de atividades econômicas exploradas pelo Estado, não há que se falar de descentralização funcional, uma vez que não há prestação de serviços públicos (a ECT é um exemplo de descentralização funcional ou por serviços, apesar de empresa pública, afinal de contas, é prestadora de serviços públicos). Alguns dos amigos já estão familiarizados provavelmente com os termos. Outros, no entanto, uma vez ou outra se questionam: o que é autarquia? O que é uma sociedade de economia mista? Antes de passarmos a este assunto nas questões que vêm pela frente, vale uma última observação: alguns autores indicam somente a autarquia como sendo o exemplo de descentralização por serviços, Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 163 tanto que o Dec. Lei 200/1967, apegado a essa concepção conservadora, define apenas a autarquia como entidade que presta serviço público típico do Estado. Entretanto, o estudo da evolução das formas de descentralização funcional mostra que, além das autarquias, foram criadas outras pessoas jurídicas por parte do Estado e a elas foram transferidas a titularidade e execução de serviços públicos. Portanto, além das autarquias, a descentralização por serviços (funcional ou técnica) se estende às demais entidades da Administração Indireta. A descentralização por serviços corresponde à Administração Indireta, que, via de consequência, é chamada por alguns de Administração Descentralizada. Em contrapartida, a Administração Direta é chamada por muitos de Administração Centralizada. Descentralização por serviços → Administração Indireta ou Descentralizada Administração Direta → Administração Centralizada Síntese do aprendizado: - O Estado pode realizar suas tarefas de forma centralizada, desconcentrada, e descentralizada; - A desconcentração ocorre internamente à pessoa jurídica, representando a criação de órgãos dentro da mesma entidade; - A desconcentração admite as seguintes classificações: territorial ou geográfica; por matéria; e por hierarquia; - A desconcentração, por ser interna, gera subordinação hierárquica entre os órgãos e os agentes; - A descentralização é movimento para fora, pressupõe, portanto, a existência de nova pessoa (jurídica ou física); - Na descentralização, não há subordinação, existe apenas um vínculo; - A descentralização admite as seguintes classificações: territorial; por colaboração; e por serviços (técnica ou funcional); - A descentralização por colaboração não se confunde com a por serviços. Naquela, o Estado não transfere a titularidade (apenas a execução); nesta, o Estado repassa tanto a titularidade quanto execução. Gabarito: alternativa D. Cursode Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 163 3) (2007/Cespe – SEGER-ES) O fenômeno da descentralização é efetivado por meio de delegação quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço público. (Certo/Errado) Comentários: Para reforço do aprendizado, recorro-me a uma questão de Cespe. O que vale para nós é conteúdo em si. Vejamos. Nas passagens acima, revimos que o Estado pode tanto criar uma entidade para a execução de determinada atividade (p. ex.: prestação de serviços públicos), bem como pode delegar a prestação do serviço público a um particular. Antecipo que essa última tem sido a mais empregada pelo Estado, especialmente a partir da Reforma do Aparelho do Estado (o denominado processo de “desestatização”). Em ambos os casos, teremos uma forma de descentralização: POR SERVIÇOS, no primeiro caso (o Estado cria a entidade); POR COLABORAÇÃO, no segundo caso, em que o Estado delega a um particular a execução do serviço público. Desse modo, fica fácil perceber o erro dessa questão, pois a descentralização por delegação ocorre por ato ou contrato. E mais: na descentralização por colaboração, o Estado não cria ninguém, simplesmente repassa a particular (pessoa física ou jurídica) já existente. Que tal um quadro-resumo sobre o tema? Abaixo: POR SERVIÇOS (outorga) POR COLABORAÇÃO (delegação) O Estado cria a entidade O Estado, em regra, não criará a entidade que executará a atividade Ocorre a transferência de TITULARIDADE e EXECUÇÃO da atividade objeto da descentralização Ocorre a transferência da EXECUÇÃO da atividade, mas não da TITULARIDADE da atividade. Descentralização ocorre mediante LEI Descentralização ocorre mediante CONTRATOS ou ATOS ADMINISTRATIVOS Viram mesmo o erro da questão? Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 163 Na Descentralização por Colaboração (na delegação de serviços públicos), o Estado não cria a Entidade, mas sim delega ao particular a execução, como no caso da questão examinada. O outro erro é que, diferentemente da outorga, a delegação ocorrerá por ato ou contrato, e não por Lei, como afirmado pela banca. A circunstância de na descentralização por colaboração não haver transferência de titularidade ganhará destaque no tópico de serviços públicos, quando então falarei com mais detalhes de tão importante atividade da Administração. Todavia, aponto desde agora o disposto no art. 175 da CF: Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. O negrito no texto não consta do original. Mas vejam que INCUMBE AO PODER PÚBLICO (leia-se: Estado) a prestação de serviços públicos. Mesmo que o Estado lance mão de uma forma de delegação (concessões, permissões, ou, ainda, autorizações), NÃO perderá a titularidade da atividade, dado que a prestação de serviços públicos incumbe ao Poder Público. Gabarito: ERRADO 4) (2008/FCC – MPR – Ag. Administrativo-N12) Assinale a alternativa referente a órgãos ou entidades que NÃO integram a Administração Indireta: a) Ministérios; Secretarias de Estado; e Secretarias Municipais. b) sociedades de economia mista; empresas públicas; e autarquias. c) fundações instituídas pelo Poder Público; autarquias; e sociedade de economia mista. d) autarquias; sociedades de economia mista; e consórcios públicos. e) sociedades de economia mista; consórcios públicos; e empresa pública. Comentários: Boa questão para estabelecermos distinções iniciais quanto à composição da Administração Direta e Indireta. Vamos lá... Em questões “clássicas”, as bancas gostam muito de brincar com a composição da Administração Direta, sobretudo porque, muita das Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 163 vezes, tem-se a equivocada impressão de que a Administração Direta corresponde tão só aos órgãos do Poder Executivo, uma vez que a missão administrativa de Estado é dada, especialmente, a tal Poder. Esse viés é corroborado pelo Decreto-Lei 200, de 1967, o qual estabelecia determinação nesse sentido. Acontece que a norma de referência é do já distante ano de 1967 e, portanto, tem que ser interpretada a partir da Constituição ora vigente, que é, como sabido por nós, de 1988. Assim, é preciso ser verificada a compatibilidade do Decreto Lei 200/1967 e a CF/1988. Com efeito, é útil a transcrição do caput do art. 37 da CF: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) O trecho negritado, quando bem lido, deixa claro: TODOS os Poderes PODEM possuir órgãos da Administração Direta, bem como entidades da Administração Indireta. Guardem essa informação! A Administração Direta pode ser vista como o conjunto de órgãos diretamente ligados às pessoas federativas (União, Estados, DF, e Municípios), aos quais é atribuída a competência para o exercício de determinações tarefas, de incumbência do Estado. Como os Poderes Constituídos (o Legislativo, o Executivo e o Judiciário) não possuem personalidade jurídica própria, ligando- se, de modo direto, a uma pessoa federativa (política, que pode legislar – União; estados; Distrito Federal; e municípios), estes (os Poderes Constituídos) podem ser entendidos como Administração Pública, tomando-se esse termo em acepção ampla. Além disso, no âmbito de cada um desses Poderes Estruturais, existem órgãos incumbidos de atividades administrativas, sendo, portanto, correto afirmar que a Administração Pública está presente em todos os Poderes, e não só no Executivo. Registre-se, ainda, que Administração Direta corresponde a cada ente federativo. Assim é correto dizer: “Administração Direta da União”; do Estado do Maranhão; do Distrito Federal; do Município de Aracaju etc. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 163 Por exemplo: o Tribunal Regional Federal, o Tribunal Regional Eleitoral, o Tribunal de Contas da União são órgãos Federais, ou seja, integrantes da Administração Direta. A Administração Direta, portanto, corresponde predominantemente, mas não exclusivamente, ao Poder Executivo. Afinal, conforme estabelece a atual Constituição Federal, todos os Poderes têm possibilidade de terem órgãos da Administração Direta. Apesar de “matarmos” a questão só com o conceito de Administração Direta ou Centralizada, faz necessária a apresentação formal da composição da Administração INDIRETA. A Administração Indireta, de acordo com o atual modelo constitucional, é composta por: autarquias; fundações públicas; e empresas estatais ou governamentais (empresas públicas e sociedades de economia mista) e, mais recentemente, por associações públicas (os consórcios públicos de Direito Público). Chegamos, portanto, à alternativa “A”, em que são listados apenas órgãos da AdministraçãoDireta. Vejamos os demais quesitos. Alternativas “B” e “C” – INCORRETAS. A Administração Indireta ou Descentralizada é composta por: autarquias; fundações; e as empresas estatais (sociedades de economia mista e empresas públicas). Alternativa D – INCORRETA. Quesito bem interessante. O número de figuras da Administração Pública Descentralizada (Administração Indireta) pode ser ampliado. Tanto é assim que, recentemente, a Lei 11.107/2005 (Lei dos Consórcios Públicos) deu autorização para criação de consórcios públicos dotados de personalidade própria. Tais consórcios, caso dotados de personalidade jurídica de Direito Público, comporão a Administração Indireta de todos os entes da Federação consorciados, na forma de associação pública, conforme estabelece o art. 6º da norma. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 163 Ressalte-se que tais consórcios, na formatação de associação pública, têm natureza autárquica, uma vez que contarão com a participação de mais de um ente da federação. O assunto consórcios públicos tem sido pouco explorado pelos examinadores, valendo à pena tão só uma rápida passada de olhos na Lei que trata do assunto, para se evitar surpresas. Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém... Alternativa E – INCORRETA. Idem item “D”. Uma última observação. É possível a ocorrência de desconcentração na descentralização. Exemplifique-se: na criação de uma autarquia ocorre, efetivamente, descentralização administrativa. Contudo, quando no interior da autarquia são criados órgãos, como superintendências ou diretorias, está-se diante do processo de desconcentração. Gabarito: alternativa A. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 163 5) (2006/FCC – TRE - Analista) É correto afirmar que os órgãos públicos, a exemplo dos Ministérios, Secretarias Estaduais e Municipais: a) se distinguem do Estado, por serem autônomas. b) são pessoas, sujeitos de direitos e obrigações . c) não têm personalidade jurídica. d) têm relação de representação com a vontade do agente público. e) têm relação interorgânica e não interpessoal ou intersubjetiva. Comentários: Nesta questão vamos entender melhor o conceito de órgãos. Primeiro de tudo, bom registrar que órgãos públicos não se configuram entidades concretas, mas sim abstrações do mundo jurídico, às quais se atribui titularidade de algumas competências. Os órgãos são reais, uma vez que possuem existência jurídica, contudo, abstratos (alguém aí já viu um órgão correndo em parques ou jogando vôlei? Penso que não, órgãos não têm pernas e sequer braços). Sinteticamente: órgãos não possuem personalidade jurídica. Com essa informação, chegamos à alternativa correta. Isso mesmo: alternativa “C”. Assim, podemos concluir que os órgãos públicos são fundamentalmente distintos das entidades. Os primeiros (órgãos) são destituídos de personalidade jurídica própria, enquanto as entidades possuem personalidade própria. Uma série de consequências advirá daí. Primeira (e talvez mais importante dessas consequências) é a impossibilidade de os órgãos públicos assumirem direitos e obrigações em nome próprio, pois despersonalizados. Para dita regra, haverá exceções: em casos específicos, alguns órgãos poderão assumir, eles próprios, direitos e obrigações (“pera” aí, conversaremos, mais à frente, sobre isso!). Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 163 Órgãos podem ser entendidos, portanto, como centros de competência (unidades administrativas) despersonalizados, nos quais serão lotados agentes responsáveis pelo desempenho das tarefas de Administração Pública. Órgãos não podem assinar contratos administrativos (assumir direitos e obrigações perante terceiros) e também não detêm patrimônio próprio. Assim, é incorreto afirmar que o Tribunal Regional Eleitoral, por exemplo, assinou contrato administrativo com a empresa Delta, ou, ainda, que estamos no prédio do Tribunal Regional Eleitoral. Qual o correto então? A União (pessoa jurídica) é quem assina o contrato, por intermédio do Ministério do Tribunal. O prédio é da União (pessoa jurídica), sendo utilizado pelo Tribunal. Duas alternativas merecem um carinho especial, conquanto estejam incorretas. Vejamos. Na alternativa D, a ilustre organizadora afirma que a relação é de representação. Vejamos. Como registrado, órgãos são unidades abstratas, sem existência física. Ficção, pois, do mundo jurídico, mas com existência real. Portanto, são necessários “seres vivos” (com seus braços e pernas) para concretizar a atuação dos órgãos públicos. Assim, os agentes públicos se fazem presentes, os quais têm a atuação imputada (atribuída) aos órgãos. Com outras palavras, o querer e o agir dos agentes funciona como se fosse do próprio Estado, constituindo os agentes verdadeiros veículos da expressão do Estado. Nessa passagem, fica o seguinte resumo: TODA A CONDUTA DOS AGENTES É IMPUTADA AO ÓRGÃO, o qual, por sua vez, encontra- se ligado à entidade possuidora de personalidade jurídica, quem, ao fim, acaba respondendo a eventuais questionamentos jurídicos. Essa é uma síntese do denominado princípio da imputação volitiva, fundamental para a compreensão da denominada “teoria do órgão”. Legal, o erro do item então é que não se aplica a teoria da representação, mas sim a do órgão. Mas, Sean, o que são estas teorias? Dá pra explicar? O que você não pede chorando, que eu não faço sorrindo! Rsrs...Vejamos. Pela teoria do órgão (aplicada entre nós), as pessoas jurídicas expressam sua vontade por intermédio de órgãos, os quais são titularizados por agentes. Por essa teoria, órgãos são partes Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 163 componentes da entidade, com as expressões de vontade daqueles sendo entendidas como destas (a “atuação imputada”, citada na questão). Dessa última passagem decorre o segundo erro do quesito, pois a imputação é para com os órgãos e não agentes. Registro, ainda, que essa teoria (a do órgão) foi construída pelo jurista alemão OTTO GIERKE, sendo, atualmente, universalmente aceita pela doutrina. Teve o papel de substituir as teorias do mandato e da representação, as quais, igualmente, pretendiam explicar a atuação do Estado por intermédio de seus agentes. Pela 1ª (mandato), o agente atuaria como mandatário da pessoa jurídica à qual estaria ligado. Só que essa teoria cai por terra quando se faz uma pergunta simples: quem outorga o mandato? A própria pessoa jurídica? Como, se esta não tem existência concreta? Ainda que reais no mundo jurídico, as pessoas jurídicas são abstrações, não agindo per si. E mais: se válida a teoria do mandato, o agente público, ao agir ilicitamente, enfim, fora dos limites da procuração, não acarretaria qualquer responsabilidade para o Estado. E, como sabemos, não é isso que ocorre (art. 37, §6º, da CF/1988). De acordo com a 2ª Teoria (Representação), o agente público faria a representação da entidade, funcionando como uma espécie de “tutor” desta. Esta teoria tambémé falha, diante da seguinte situação: a representação, como a feita por tutores, diz respeito a incapazes. Mas então, o Estado pode ser chamado mesmo de incapaz? Se positiva a resposta, como poderia um incapaz outorgar ou validar sua representação? Teoria do Mandato Teoria da Representação Agente Público Mandatário (Tem procuração do Estado) Tutor, Curador (representa o incapaz) ESTADO Pessoa Jurídica que outorga o mandato Incapaz (deve ser tutelado, representado) Críticas à Teoria Pessoa Jurídica não tem existência concreta, é abstração. Como poderia um incapaz outorgar ou validar sua representação e ser responsável pelos atos ilícitos praticados pelo tutor? Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 163 Não acarretaria qualquer responsabilidade para o Estado se o ato fosse ilícito Por fim, a alternativa “E”, verdadeira pérola. Para a banca, está incorreto afirmar que a relação é interorgânica. E, a meu ver, tem toda razão. As ações das entidades se concretizam por intermédio dos agentes, uma vez que os órgãos também são abstratos, em outros termos: não existe relação interorgânica entre os órgãos. As relações interorgânicas são, em verdade, interpessoais ou intersubjetivas, em síntese: devem ser exercidas pelos agentes titulares das competências atribuídas aos mesmos. Daí incorreto afirmar que a relação é interorgânica. Gabarito: alternativa C. 6) (2006/ESAF – AFC/CGU) Assinale, entre as hipóteses abaixo, aquela que corresponde à competência legislativa do Congresso Nacional, prevista na Constituição Federal, sobre a organização administrativa do Poder Executivo. a) Criação, extinção e atribuições de órgãos da Administração Pública. b) Criação, extinção e atribuições de Ministérios, órgãos e entidades da Administração Pública. c) Criação e extinção de órgãos da Administração Direta d) Criação e extinção de Ministérios e órgãos da Administração Pública. e) Criação e extinção de órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta. Comentários: Achei interessante esta questão de ESAF e decidi postar “pra” vocês. Tenho feito isso direto nos meus cursos aqui no curso estratégia. Por exemplo: no meu curso de ESAF, por vezes, recorto questões de FGV e de FCC e posto por lá. Nos meus cursos de Cespe, recorto questões de FCC e de Cesgranrio e posto por lá. A intenção é “varrer” todo o conteúdo programático e, por conseguinte, aumentar a chance de sucesso, por ser plenamente válida entre as bancas a “Lei de Lavoisier”. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 163 Não precisa nem pensar D++, a leitura do art. 88 da CF/1988 é suficiente: “A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública”. Logo, item “D” é a resposta. A Emenda Constitucional 32/2001 alterou o dispositivo para impor que tão-somente a criação e a extinção de órgãos sejam promovidas por LEI, abrindo espaço, nesse sentido, para que o Chefe do Executivo, por meio de Decreto (autônomo), trate da estruturação e atribuições dos órgãos (art. 84, inc. VI). Uma última observação: a lei citada no art. 88 da CF/1988 é de iniciativa privativa (reservada) do Chefe do Executivo, com outras palavras, é formalmente inconstitucional a promoção do processo legislativo para a criação de Ministério por Deputado, por exemplo, só ao Chefe do Executivo é dado iniciar o processo. Essa lei pode alcançar a criação e a extinção de órgãos nos demais Poderes e Ministério Público e Tribunal de Contas? Não, isso porque a criação depende de lei de iniciativa dos Tribunais (art. 96, II, ‘c’ e ‘d’) e do Ministério Público (art. 127, §2º) e do Tribunal de Contas, sendo que, no caso do Legislativo, a criação e a extinção dispensam a edição de leis (arts. 51, IV, e 52, XIII), porque criados e extintos por resoluções. Competência Por meio de A quem pode ser delegada? Criação e Extinção de Ministérios e Órgãos na Administração Pública (Art. 88) Lei (Privativa do PR) CN Criação e Extinção de Órgãos na (o) Âmbito do Poder Executivo Federal (Art. 84, VI, a) Lei (Privativa do PR) Ministros, AGU e PGR Poder Legislativo Resolução - Ministério Público Lei de iniciativa do MP - Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 163 Tribunal de Contas Lei de iniciativa do TC - Estruturação e atribuições dos cargos (Art. 84, inc. VI) Decreto Autônomo (Privativo do PR) Ministros, AGU e PGR PR: Presidente da República CN: Congresso Nacional AGU: Advogado-Geral da União PGR: Procurador-Geral da República MP: Ministério Público TC: Tribunal de Contas Gabarito: alternativa D. 7) (2006/FCC – Analista/TRE) Quanto aos órgãos públicos é INCORRETO afirmar que: a) os órgãos simples ou unitários são dotados de um único centro de competência ou atribuições. b) os órgãos públicos são centros de competência dotados de personalidade jurídica própria, sendo responsáveis exclusivos por suas ações e omissões. c) os Ministérios, na área federal, são considerados órgãos compostos, uma vez que possuem em sua estrutura outros órgãos públicos. d) o Tribunal Superior Eleitoral, de acordo com sua posição na estrutura estatal, é um órgão independente, posto que possui origem constitucional. e) os colegiados são os órgãos que decidem e agem pela manifestação de vontade da maioria de seus membros. Comentários: A resposta é bem tranquilinha! Isso mesmo. Órgãos são destituídos de personalidade jurídica, daí a incorreção da letra C. No entanto, vamos aproveitar para trabalharmos as principais classificações de órgãos. Quanto à posição estatal, podem ser: Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 163 Independentes ou primários: são os órgãos que decorrem diretamente da Constituição, sem que tenham subordinação hierárquica a qualquer outro. São os responsáveis por traçarem o destino da nação ou, de certa forma, contribuírem para tanto, p. ex.: Chefia do Executivo (Presidente, Governador e Prefeito); Casas Legislativas; Tribunais (inclusive o de Contas); e Ministério Público. Para se identificar um órgão independente, basta sentar na cadeira do Chefe e olhar para cima, se não há outro órgão acima, é porque estamos diante de órgão independente. Autônomos: são órgãos igualmente localizados no ápice da Administração, contudo, subordinados diretamente aos independentes, com plena autonomia financeira, técnica e administrativa. Por exemplo: Ministérios (e as Secretarias estaduais e municipais) e Advocacia Geral da União. Mais uma vez, é fácil de identificá-los, senta na cadeira do Chefe da Casa Civil, quem o chefe vê? O Presidente, não é mesmo. E acima? Ninguém, logo, se está diante de órgão autônomo, existe apenas uma cadeia hierárquica, perceberam? Superiores: os denominados diretivos. São os órgãos encarregados do controle, da direção, e de soluçõestécnicas em geral, e, diferentemente dos autônomos e dos primários, não gozam de autonomia financeira e administrativa. São exemplos: as inspetorias, os gabinetes, as divisões, etc. Subalternos: também chamados de subordinados, são os órgãos encarregados dos serviços rotineiros, com pouco (ou nenhum) poder decisório, como seria o caso de atendimento ao público, por exemplo: portarias, seções de expediente e protocolos. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 163 Quanto à estrutura, os órgãos são divididos em: Simples: são também chamados de unitários, porque não há outros órgãos abaixo deles (leia-se: não há desconcentração do órgão em outros órgãos). Hipoteticamente: a Presidência é órgão composto, porque desconcentrada em Ministérios, os quais, por sua vez, são igualmente compostos, porque desconcentrados em gabinetes e em departamentos, já o serviço de protocolo, localizado no departamento de pessoal, do Ministério é órgão unitário, porque é o último da cadeia de desconcentração, não havendo outro órgão a seguir. Síntese: são órgãos que não mais existem divisões. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 163 Observação: não confundir o fato de órgão ser unitário com o número de agentes. No nosso exemplo, o protocolo, apesar de unitário, pode contar com 10, 15, 20 ou mais servidores lotados. Compostos: um exemplo bastante citado é o de uma Secretaria de Educação, a qual tem sua função principal (atividade finalística) desempenhada por outras unidades escolares. Percebam que estamos diante do processo de desconcentração, sendo, portanto, o traço característico da classificação dos órgãos em compostos. Quanto à atuação funcional, podem ser: Singulares: reconhecidos como unipessoais, isso porque a decisão do órgão (sua voz final) parte de um único agente, como é o caso da Presidência da República. São órgãos organizados, muitas das vezes, verticalmente, donde decorre serem chamados por alguns estudiosos de burocráticos. Observação: o autor Celso Antônio Bandeira de Mello troca o nome singular por simples. Assim, cuidado, porque não existem verdades absolutas nos concursos públicos. Colegiados: os chamados pluripessoais ou coletivos. Nesses órgãos, o que vale é o quorum, não sendo suficiente a decisão isolada do Chefe ou de um dos agentes. São órgãos deliberativos, organizados horizontalmente (as pessoas estão em um mesmo plano, sem hierarquia, verticalidade) em que prevalece a decisão da maioria, para a formação de um único ato (diga-se de passagem, simples, por decorrer da vontade de um único órgão). São exemplos: Conselho Nacional de Justiça, Tribunais de Contas, Conselho de Contribuintes. Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 163 Observação: o conselho de contribuinte pode, ainda, ser classificado como órgão contencioso e o Tribunal de Contas como órgão verificador, dentro da classificação do autor Celso Antônio Bandeira de Mello. Vejamos os quesitos proposta pela organizadora. Alternativa A – CORRETA. Os órgãos simples ou unitários são dotados de um único centro de competência ou atribuições. Adotou- se o entendimento de Maria Sylvia Zanella Di Pietro e do pai Hely Lopes. Levemos esta, portanto, para a prova. Alternativa C – CORRETA. Os Ministérios, na área federal, são considerados órgãos compostos, uma vez que possuem em sua estrutura outros órgãos públicos. Alternativa D – CORRETA. O Tribunal Superior Eleitoral, de acordo com sua posição na estrutura estatal, é um órgão independente ou primário, posto que possui origem constitucional. Alternativa E – CORRETA. Os colegiados ou coletivos são os órgãos que decidem e agem pela manifestação de vontade da maioria de seus membros. Gabarito: alternativa B. 8) (2010/FCC – TRF/4R – EXECUTOR DE MANDADOS) No que se refere aos órgãos públicos, é INCORRETO afirmar ser Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 163 característica destes (algumas não presentes em todos), dentre outras, o fato de que: (A) não possuem personalidade jurídica e são resultado da desconcentração. (B) podem firmar, por meio de seus administradores, contratos de gestão com outros órgãos. (C) alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira. (D) não possuem patrimônio próprio, mas integram a estrutura da pessoa jurídica. (E) têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica que integram. Comentários: Simplesmente excelente! Um sinal de que as coisas podem piorar. Primeiro, vamos eliminar aquilo que já conhecemos. Concurso público é assim, resolvido com calma, afinal é a definição de destinos. A alternativa A está perfeita. Órgãos não detêm personalidade jurídica e são resultado do processo de desconcentração. A alternativa C está correta, isso porque certos órgãos, como os independentes, por exemplo, gozam de autonomia financeira e administrativa. A alternativa D está, igualmente, correta. O patrimônio é da pessoa jurídica e não dos órgãos. Ficamos, assim, entre a alternativa “B” e “E”. Primeiro, vejamos a alternativa “B”. Órgãos assinando contratos?! Em análise apressada, o amigo concursando seria levado a se inclinar pela INCORREÇÃO do quesito, não é verdade? Até porque, linhas atrás, houve a informação de que órgãos não podem assinar contratos administrativos. Acontece que contratos administrativos não se confundem com contratos de gestão. De pronto, vamos nos socorrer da leitura da CF/1988 (§8º do art. 37): A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I - o prazo de duração do contrato; Curso de Direito Administrativo, em exercícios, para ICMS/SP Profº Cyonil Borges – Aula 03 Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 163 II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III - a remuneração do pessoal. Algumas observações podem e merecem ser feitas: I) a CF/1988 não menciona no dispositivo citado contrato DE GESTÃO, mas tão só contrato, contudo, a este quis se referir (entende a doutrina). Certamente, até mesmo em razão de experiências anteriores à atual redação do §8º do art. 37 da CF/1988, com redação pela Emenda Constitucional 19/1998, conhecida como “Reforma Administrativa”. II) Outra questão importante diz respeito à assinatura do contrato de gestão entre órgãos, o que foi (e ainda é) bastante criticado pela doutrina. Como poderiam os órgãos firmar contratos, uma vez que destituídos de personalidade própria? A explicação é que esses contratos se assemelham mais a uma forma de ajuste, um acordo, pela melhoria da gestão pública. O nome dado ao instituto é que é muito ruim. Explique-se. O contrato de gestão, na realidade, é tão só um
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