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LEI Nº 2.207, DE 07 DE ABRIL DE 1983 Dispõe sobre as obras e edificações nas áreas urbanas do Município e dá outras providências. A Câmara Municipal de Itabira, por seus Vereadores, aprovou, e eu, Prefeito do Município, sanciono a seguinte lei: CAPITULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1o - Qualquer construção ou reforma, de iniciativa pública ou privada, só será executada mediante a elaboração de projeto, sob a responsabilidade de profissional legalmente habilitado peio Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) e de acordo com as exigências contidas neste Código e na Lei de Zoneamento. Art. 2o - Nenhuma edificação poderá ter sua construção iniciada sem que seja examinado e aprovado o projeto, concedido o alvará de construção e expedida nota de nivelamento e alinhamento pela Prefeitura Municipal. Parágrafo Único - Equiparam-se à edificação, para os fins deste artigo, os projetos de pontes, túneis, viadutos, passarelas, canais, bueiros e obras assemelhadas, cuja execução seja da iniciativa ou responsabilidade de empresas ou particulares e que interfiram de qualquer forma com a malha viária municipal, os quais estão sujeitos, obrigatoriamente, ao prévio exame e aprovação da Prefeitura Municipal. Art. 3o - As reformas que não acarretem mudanças no projeto original da edificação independem de apresentação de projeto para licenciamento. § 1° - Equipara-se a reforma, para os efeitos deste artigo, à construção de compartimentos destinados a depósito e quarto de serviço desde que não ultrapassem a área de 12,00 m2 (doze metros quadrados). § 2o - A área dos compartimentos referida no parágrafo anterior somada à das construções existentes não poderá ultrapassar os limites da taxa de ocupação previstos na Lei de Zoneamento. Art. 4o - Ficam dispensadas de assistência e responsabilidade técnica, as construções que se utilizarem dos projetos padrão fornecidos pela Prefeitura Municipal. Art. 5o - Qualquer atividade industrial, que venha a instalar-se em Itabira, terá seu projeto submetido a exame e anuência prévia da Companhia de Distritos Industriais de Minas Gerais (CDI-MG). § 1o - Os projetos de que trata o caput do artigo deverão ser elaborados de acordo com as normas técnicas fornecidas pela CDI-MG. § 2o - Excetuam-se das disposições deste artigo e do parágrafo anterior os projetos de atividades industriais cuja área construída seja inferior a 500 m2 (quinhentos metros quadrados) e o número previsto de empregados não ultrapasse a 30 (trinta). Art. 6o - O responsável por instalação de atividade que possa ser causadora de poluição ficará sujeito a apresentar projeto à Comissão de Policia Ambiental (COPAM) da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, para exame e anuência, sempre que a Prefeitura Municipal julgar necessário ou desde que a legislação estadual o exija. CAPÍTULO II DAS CONDIÇÕES RELATIVAS À APRESENTAÇÃO DE PROJETOS Art. 7o - Os projetos deverão ser apresentados ao Departamento de Obras da Prefeitura Municipal contendo os seguintes elementos: I - planta de situação na escala mínima de 1:1000 indicando o lote a ser edificado em relação aos lotes vizinhos, aos logradouros adjacentes e ao loteamento, com suas designações oficiais; II - planta de locação na escala mínima de 1: 200 de que constarão: a) a projeção da edificação ou das edificações dentro do lote figurando córregos, canais ou outros elementos que possam orientar a decisão das autoridades municipais ; b) as dimensões das divisas do lote e dos afastamentos da edificação em relação às divisas e à outra edificação porventura existente dentro do lote a ser edificado; c) cotas do(s) logradouro(s) e do(s) passeio(s) contíguos ao lote; d) indicação do norte magnético; e) indicação da numeração do lote a ser construído e dos lotes vizinhos; f) relação contendo área do lote, área de projeção de cada unidade, cálculo da área total de cada unidade e taxa de ocupação. III - planta de cada pavimento que comportar a construção na escala mínima de 1:50, determinando: a) as dimensões e áreas de todos os compartimentos, inclusive vão de iluminação e ventilação, garagens e áreas de estacionamento; b) a finalidade de cada compartimento; c) os traços indicativos de cortes longitudinais e transversais; d) a indicação das espessuras das paredes e dimensões externas totais da obra. IV - cortes transversal e longitudinal, indicando a altura dos compartimentos, níveis dos pavimentos, altura das janelas e peitoris, e demais elementos necessários à compreensão do projeto, na escala mínima de 1:50; V - planta de cobertura com indicação do sentido de escoamento das águas, na escala mínima de 1:100; VI - elevação da fachada ou fachadas voltadas para a via pública na escala mínima de 1:50; VII - perfis longitudinais e transversais do terreno, § 1o- Em qualquer caso as pranchas exigidas no caput deste artigo deverão ser moduladas, tendo o módulo mínimo as dimensões de 210 mm x 297 mm (duzentos e dez por duzentos e noventa e sete milímetros). § 2o - O módulo das pranchas de que trata o parágrafo anterior poderá ser desdobrado, horizontal ou verticalmente, quantas vezes for necessário, sempre que a dimensão do desenho o exigir. § 3o - No caso de reforma ou ampliação, deverá ser indicado no projeto o que será demolido, construído ou conservado, de acordo com as seguintes convenções de cores: I - cor natural da cópia heliográfica para as partes existentes e a conservar; II - cor amarela para as partes a serem demolidas; III - cor vermelha para as partes novas e acrescidas. § 4o - Nos casos de projetos para construção de edificações de grandes proporções, as escalas mencionadas no caput deste artigo poderão ser alteradas, devendo, contudo, ser consultado previamente o Departamento de Obras da Prefeitura Municipal. CAPITULO III DA APROVAÇÃO DO PROJETO Art. 8o - Para efeito de aprovação de projetos ou concessão de alvará, o proprietário deverá apresentar à Prefeitura Municipal os seguintes documentos: I - requerimento solicitando a aprovação do projeto, assinado pelo proprietário ou seu procurador legal; II - projeto de arquitetura conforme especificações do Capitulo II deste Código, que deverá ser apresentado em 2 (dois) jogos completos de cópias heliográficas, assinadas pelo proprietário, pelo autor do projeto e pelo responsável técnico pela obra, dos quais, após visados, um jogo completo será devolvido ao requerente. Art. 9o - Após aprovação do projeto e. comprovado o pagamento das taxas devidas, a Prefeitura fornecerá alvará de construção válido por 1 (um) ano. § 1o - A pedido do interessado, o alvará será prorrogado por 1 (um) ano, mediante pagamento de nova taxa. § 2o - Dependendo da natureza da obra, o prazo previsto no caput do artigo poderá ser ampliado, a critério do Departamento de Obras da Prefeitura Municipal. Art. 10 - Quaisquer modificações introduzidas em projeto em exame ou já aprovado deverão ser submetidas previamente à Prefeitura Municipal acompanhadas de detalhamento das alterações para exame e aprovação. CAPITULO IV DA EXECUÇÃO DA OBRA Art. 11 - Uma obra será considerada iniciada assim que estiver com os alicerces prontos. Art. 12 - Durante a construção, deverão ser mantidos na obra, com fácil acesso à fiscalização, os seguintes documentos: I - alvará de construção; II- notas do alinhamento e nivelamento da construção;, III - cópia do projeto aprovado. Art. 13 - Não será permitida, sob pena de multa ao responsável pela obra, a permanência de qualquer material de construção no logradouropúblico, por tempo maior que o necessário para sua descarga e remoção. Art. 14 - Nenhuma construção ou demolição poderá ser executada no alinhamento predial, sem que seja obrigatoriamente protegida por tapumes que garantam a segurança de quem transita pelo logradouro. Parágrafo Único - Os tapumes não poderão ocupar mais do que a metade da largura do passeio, deixando a outra inteiramente livre e desimpedida para os transeuntes. CAPITULO V DA CONCLUSÃO E ENTREGA DAS OBRAS Art. 15 - Uma obra é considerada concluída quando tiver condições de habitabilidade, estando em funcionamento as instalações hidro-sanitárias e elétricas. Art. 16 - Concluída a obra, o proprietário deverá requerer à Prefeitura Municipal o habite- se e a baixa de construção: § 1o - A baixa de construção deverá também ser solicitada quando o proprietário decidir- se pela paralisação da obra, devendo ser cercada por tapumes. § 2o - O habite-se e a baixa de construção serão concedidos após vistoria da obra pelo Departamento de Obras da Prefeitura Municipal. § 3o - A Prefeitura, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da entrada do requerimento, realizará a vistoria e, constatado que a obra foi executada em consonância com o projeto aprovado, expedirá o habite-se e dará baixa na construção. Art.17 - Nenhuma edificação poderá ser ocupada sem que seja efetuada a. vistoria e expedido o respectivo habite-se. Art. 18 - Poderá ser concedido habite-se parcial quando se tratar de: I - prédio composto de mais de uma economia de uso independente, estando concluídas as partes comuns; II - mais de uma edificação feita independentemente no mesmo lote. CAPITULO VI DAS CONDIÇÕES GERAIS RELATIVAS À EDIFICAÇÃO SEÇÃO I DAS FUNDAÇÕES Art. 19 - As fundações serão executadas de modo que a carga sobre o solo esteja de acordo com as especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Art. 20 - As fundações não poderão invadir o leito do logradouro público. . Art. 21 - Ás fundações das edificações deverão ser executadas de maneira que não prejudiquem os imóveis vizinhos, e sejam totalmente independentes e situadas dentro dos limites do lote. SEÇAO II DAS PAREDES E DOS PISOS Art. 22 - As paredes tanto internas como externas, quando executadas em alvenaria de tijolo deverão ter espessura mínima de 0,15 m (quinze centímetros). Parágrafo Único - As paredes de alvenaria de tijolo, que constituírem divisões entre economias distintas e as construídas nas divisas dos lotes, deverão ter espessura mínima de 0,25 m (vinte e cinco centímetros). Art. 23 - As espessuras mínimas de paredes constantes no artigo anterior poderão ser alteradas quando forem utilizados materiais de natureza diversa, desde que possuam, comprovadamente, no mínimo os mesmos índices de resistência, impermeabilidade, isolamento térmico e acústico. Art. 24 - As paredes de banheiros e cozinhas deverão ser revestidas no mínimo até a altura de 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros) de material impermeabilizante e lavável. Art. 25 - Os pisos dos compartimentos assentados diretamente sobre o solo deverão ser convenientemente impermeabilizados. Art. 26 - Os pisos de banheiros e cozinhas deverão ser impermeáveis e laváveis. Art. 27 - Nas construções, em geral, as escadas, corredores ou rampas para pedestres deverão ter a largura mínima de 1,20 m (um metro e vinte centímetros) livres. Parágrafo Único - Nas edificações residenciais serão permitidos escadas e corredores privados para cada unidade, com largura inferior à prevista no artigo. SEÇÃO III DOS CORREDORES, ESCADAS E RAMPAS Art. 2 8 - 0 dimensionamento dos degraus obedecerá a uma altura máxima de 0,18 m (dezoito centímetros) e a uma profundidade mínima de 0,25 m (vinte e cinco centímetros). Art. 29 - Nas escadas de uso coletivo, sempre que a altura a vencer for superior a 2,80 m (dois metros e oitenta centímetros), será obrigatório intercalar um patamar de largura mínima igual a largura adotada para a escada. Parágrafo Único - Não serão permitidas escadas em leque nas edificações de uso coletivo. Art. 30 - As escadas e rampas de uso coletivo deverão ser executadas de forma a apresentar superfície em material antiderrapante. Art. 31 - As rampas de uso coletivo para pedestre, de ligação entre dois níveis, não poderão ter declividade superior a 15% (quinze por cento). SEÇÃO IV DAS COBERTURAS Art. 32 - As coberturas das edificações serão construídas com materiais que possuam perfeita impermeabilidade. Art. 33 - As águas pluviais provenientes das coberturas serão esgotadas dentro dos limites do lote, não sendo permitido o desaguamento sobre lotes vizinhos ou logradouros. Parágrafo Único - Os edifícios situados no alinhamento deverão dispor de calhas e condutores, e as águas canalizadas por baixo do passeio. SEÇÃO V DAS MARQUISES E DOS BALANÇOS Art. 34 - Será permitida a construção de marquises e balanços nas edificações que ficarem sujeitas aos afastamentos previstos na presente Lei. Parágrafo Único - Os balanços não poderão ultrapassar o limite máximo de 1, 20 m (um metro e vinte centímetros) de largura. Art. 35 - As marquises deverão obedecer às seguintes prescrições : I - terem largura máxima de 60% (sessenta por cento) em relação à largura do passeio, não podendo exceder ao limite máximo de 3,00 m (três metros); II - terem altura mínima de 3,00 m (três metros) em relação ao nível do passeio; III - serem dotadas de caimento para escoamento das águas pluviais em direção à fachada; IV - serem providas de condutores para escoamento das águas pluviais por sob o passeio, lançando-as às sarjetas dos logradouros públicos. Art. 36 - Será permitida a construção de marquises nas edificações construídas no alinhamento, ficando o proprietário sujeito à apresentação prévia do projeto à CEMIG - Centrais Elétricas de Minas Gerais, para exame e anuência. SEÇÃO VI DA ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO Art. 37 - Todo compartimento deverá dispor de abertura comunicando diretamente com o logradouro público ou espaço livre dentro do lote, para fins de iluminação e ventilação. § 1o - O disposto neste artigo não se aplica a corredores com menos de 5,00 m (cinco metros) de comprimento. § 2o - As caixas de escada não terão abertura para ventilação e ilurhinação. Art. 38 - Não poderá haver abertura para iluminação e ventilação em paredes levantadas a menos de 1,50 m ( um metro e cinquenta centímetros) das divisas laterais e de fundo. Art. 39 - Aberturas para iluminação ou ventilação dos compartimentos de permanência prolongada confrontantes, em economias distintas e localizadas no mesmo terreno, não poderão ter entre elas distância menor que 3,00 m (três metros). Parágrafo Único - O disposto no caput deste artigo se aplica também às economias distintas localizadas na mesma edificação. Art. 40 - Os poços de iluminação e ventilação deverão, em qualquer caso permitir a inscrição de um círculo de, no mínimo 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros) de raio. Art. 41 - A soma total das áreas dos vãos de iluminação e ventilação de um compartimento terá seus valores mínimos expressos em fração da área desse compartimento, conforme disposições a seguir: I - salas, quartos e edificações destinadas ao comércio, serviço e atividades profissionais: 1/6 (um sexto) da área do compartimento; II - copas , cozinhas banheiros: 1/8 (um oitavo) da área do compartimento; III - demais compartimentos: 1/10 (um décimo) da área do compartimento. Art. 42 - O disposto nos artigos 22, 24, 25,26,28,32 37, 40 e 41 não se aplica a edificaçõesde uso unifamiliar. SEÇÃO VII DOS AFASTAMENTOS Art. 43 - Todos os prédios construídos ou reconstruídos dentro do perímetro urbano deverão obedecer aos seguintes afastamentos mínimos: I - afastamento frontal: 3,00 m (três metros); II - afastamento lateral: 1,50m (um metro e cinquenta centímetros), quando existir abertura lateral para iluminação ou ventilação. § 1o - Ao longo das avenidas principais integrantes do sistema viário urbano, que serão estabelecidas por decreto do Executivo Municipal, deverá ser obedecido um afastamento frontal de 5,00 m (cinco metros ). § 2o - Os prédios construídos ou reconstruídos na Zona Especial 2 (ZE2), assim definida na Lei de Zoneamento, deverão ser implantados no alinhamento. SEÇÃO VIII DAS INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E SANITÁRIAS Art. 44 - As instalações hidráulicas e sanitárias deverão ser executadas de acordo com as normas do SAAE - Serviço Autónomo de Água e Esgoto. Art. 45 - É obrigatório a ligação da rede domiciliar às redes gerais de água e esgoto, quando tais redes existirem no logradouro onde se situa a edificação: Art. 46 - Enquanto não houver rede de esgoto, as edificações serão dotadas de fossas sépticas, com capacidade proporcional ao número previsto de pessoas a ocupar o prédio. § 1o - Depois de passarem pela fossa séptica, as águas serão infiltradas no terreno por meio de sumidouro, convenientemente construído. . § 2o - As águas provenientes de pias de cozinha e de copa deverão passar por uma caixa de gordura, antes de serem lançadas no sumidouro. § 3o - O sumidouro deverá ficar a uma distância mínima de 15,00 m (quinze metros) de raio de poços de captação de água, situados no mesmo terreno ou em terreno vizinho. SEÇÃO IX DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELEFÓNICAS Art. 47 - As instalações elétricas deverão ser executadas de acordo com as normas da CEMIG - Centrais Elétricas de Minas Gerais S/A. Parágrafo Único - É obrigatória a instalação de cabos e demais recursos materiais destinados à instalação de linhas telefónicas, em qualquer prédio com mais de seis unidades económicas. CAPÍTULO VII DAS EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS SEÇÃOI DOS EDIFÍCIOS DE APARTAMENTOS Art. 49 - Os compartimentos das edificações residenciais multifamiliares, conforme sua utilização, obedecerão às seguintes condições quanto às dimensões mínimas: COMPARTIMENTO ÁREA MÍNIMA LARGURA MÍNIMA PÉ DIREITO PORTAS: LARGURAS (M2) (M) MÍNIMO (M) MÍNIMAS (M) Sala 10,00 2,50 2,70 0,80 Quarto 8,00 2,50 2,70 0,70 Cozinha ■.< 4,00 1,50 2,40 0,80 Copa 4,00 2,00 2,40 0,80 Banheiro 2,50 1,20 2,401 0,60 § 1o - Poderá ser admitido um quarto de serviço com área mínima de 6,00 m2 (seis metros quadrados) e com largura mínima de 2,00 m (dois metros). § 2o - Os banheiros com apenas um vaso sanitário e um chuveiro, ou com um vaso sanitário e um lavatório, poderão ter área mínima de 1,50 m2 (um metro e cinquenta centímetros quadrados) e largura mínima de 0,90 m (noventa centímetros). § 3° - As portas terão 2,10 m (dois metros e dez centímetros) de altura, no mínimo: Art. 50 - Além de outras disposições deste Código que lhes forem aplicáveis, os edifícios de apartamentos deverão obedecer ainda às seguintes condições: I - possuir local centralizado para coleta de lixo, com terminal em recinto fechado; II - possuir instalações preventivas contra incêndio de acordo com especificações do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais; III - possuir área de recreação, coberta ou não, proporcional ao número de compartimentos de permanência prolongada, de acordo com: a) a proporção mínima de 1,00 m2 (um metro quadrado) por compartimento de permanência prolongada, não podendo, porém, ser inferior a 50,00 m2 (cinquenta metros quadrados); b) a continuidade, não podendo seu dimensionamento ser feito por adição de áreas parciais isoladas; c) o acesso através de partes comuns, afastado dos depósitos coletores de lixo e isolado das passagens de veículos. SEÇÃO II DOS ESTABELECIMENTOS DE HOSPEDAGEM Art. 51 - Além de outras disposições deste Código e das demais leis municipais, estaduais e federais que lhes forem aplicáveis, os estabelecimentos de hospedagem deverão obedecer às seguintes exigências: I - hall de recepção com serviço de portaria; II - entrada de serviço independente da entrada de hóspedes; III - lavatório com água corrente em todos os dormitórios; ; IV - instalações sanitárias do pessoal de serviço independentes e separadas das destinadas ao público; V- local centralizado para coleta de lixo, com terminal em recinto fechado; VI - instalações preventivas contra incêndio de acordo com as especificações do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. § 1o - Para efeito de atendimento ao disposto no item VI, o interessado submeterá previamente o projeto a exame e anuência do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. § 2o - Os dormitórios para 2 (dois) leitos deverão ter área mínima de 12, 00 m2 (doze metros quadrados) e, para 1 (um) leito, área' mínima de 8,00 m2 (oito metros quadrados), não podendo em qualquer caso ter largura menor que 2,50 m (dois metros e cinquenta centímetros) e obedecerão às disposições deste Código em relação à iluminação e ventilação. §3°- Caso todos os dormitórios não sejam dotados de banheiros privativos, deverão existir instalações sanitárias coletivas em cada pavimento, na proporção mínima de 1 (um) vaso sanitário e 1 (um) chuveiro, em compartimentos separados para ambos os sexos, para cada grupo de 4 (quatro) dormitórios. CAPÍTULO VIII DAS EDIFICAÇÕES NÃO RESIDENCIAIS SEÇÃOI DAS EDIFICAÇÕES DESTINADAS AO COMÉRCIO, SERVIÇO E ATIVIDADES PROFISSIONAIS Art. 52 - As edificações destinadas ao comércio e serviço em geral deverão ter: I - pé-díreito mínimo de: 4, 50 m (quatro metros e cinquenta centímetros) quando da previsão de jirau; a) 2, 70 m (dois metros e setenta centímetros) nos demais casos; II - sanitários separados para cada sexo, calculados à razão de um sanitário para cada 75,00 m2 (setenta e cinco metros quadrados) de área útil; III - nos locais onde houver preparo, manipulação ou depósito de alimentos: a) piso revestido de material liso, lavável e impermeável; b) paredes revestidas até a altura de 2,00 m (dois metros) com material liso, lavável e*imperrneável; IV - instalações coletoras de lixo, quando se tratar de prédios com mais de 2 (dois,) pavimentos. § 1o - Nas edificações comerciais e de serviço com área útil inferior a 75,00m2 (setenta e cinco metros quadrados) será exigido apenas um sanitário para ambos os sexos. § 2o - Nos bares, cafés, restaurantes e congéneres, os sanitários deverão estar localizados de tal forma que permitam sua utilização pelo público. § 3a - Nas farmácias, os compartimentos destinados à guarda de drogas, aviamento de receitas, curativos e aplicação de injeções deverão atender às mesmas exigências estabelecidas para os locais de manipulação de alimentos. Art. 53 - As edificações destinadas a escritórios ou consultórios deverão ter: I - pé-direito mínimo de 2,70 m (dois metros e setenta centímetros); II - pelo menos um sanitário privativo em todos os conjuntos ou salas com área igual ou inferior a 75,00 m2 (setenta e cinco metros quadrados); III - sanitário separado para cada sexo, calculados à razão de um sanitário para cada sala ou conjunto com área superior a 75,00 m2 (setenta e cinco metros quadrados); SEÇÃO II DOS ESTABELECIMENTOSHOSPITALARES E LABORATÓRIOS Art. 54 - As edificações destinadas a estabelecimentos hospitalares e de laboratórios de análise e pesquisa devem obedecer às normas estaduais e federais aplicáveis à matéria. SEÇÃO III DAS ESCOLAS E DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO Art. 55 - As edificações destinadas a estabelecimentos escolares deverão obedecer às normas estaduais e federais aplicáveis à matéria. SEÇÃO IV DAS EDIFICAÇÕES DESTINADAS A AUDITÓRIOS, CINEMAS E CONGÉNERES Art.- 56 - As edificações destinadas a auditórios, cinemas e congéneres deverão ter: I - instalações, preventivas contra incêndio de acordo com as especificações do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais; II - instalações sanitárias separadas para cada sexo, na proporção mínima de um vaso e um lavatório para cada 250 (duzentos e cinquenta) lugares ou fração; III - saídas com largura total correspondendo 1 cm (um centímetro) por lugar, não podendo cada porta ter menos de 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros) de largura, abrindo de dentro para fora; IV - as circulações internas à sala de espetáculo, com largura mínima de 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros). Parágrafo Único - Para efeito de atendimento ao disposto no item I, o interessado submeterá previamente o projeto a exame e anuência do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. SEÇÃO V DOS POSTOS DE ABASTECIMENTO DE VEÍCULOS Art. 51 - Os postos de abastecimento de veículos estarão sujeitos aos seguintes itens: I - construção em materiais incombustíveis; II - construção, quando for o caso, de muros de alvenaria com altura mínima de 2, 00 m (dois metros), separando-o das propriedades vizinhas; III - Construção de instalações sanitárias franqueadas ao público, separadas para ambos os sexos; IV - obedecer às normas federais vigentes sobre combustíveis e inflamáveis estabelecidas pelo CNP - Conselho Nacional de Petróleo, além das demais disposições deste Código que lhes forem aplicáveis. CAPÍTULO IX DAS ÁREAS DE ESTACIONAMENTO Art. 58 - As condições para o estabelecimento do número mínimo de vagas de veículos serão calculadas na proporção abaixo discriminada, por tipo de uso das edificações: I - residência unifamiliar: 1 (uma) vaga por unidade residencial; II - residência multifamiliar: 1 (uma) vaga por unidade residencial; III - supermercados com área superior a 200,00 m2 (duzentos metros quadrados): 1 uma, vaga para cada 25,00 m (vinte e cinco metros quadrados ) de área útil; IV - restaurantes, churrascarias ou similares: 1 (uma) vaga para cada 40,00 m2 (quarenta metros quadrados) de área útil; V - hotéis: 1 (uma) vaga para cada 2 (dois) quartos; VI - hospitais, clínicas e casas de saúde: 1 (uma) vaga para cada 40,00 m2 (quarenta metros quadrados) de área útil. Parágrafo Único - Serão consideradas como área útil, para os cálculos referidos neste artigo, as áreas utilizadas pelo público, ficando excluídos depósitos, cozinhas, circulação de serviço ou similares. Art. 59 - A área mínima por vaga será de 12,50 m2 (doze metros e cinquenta centímetros quadrados), com largura mínima de 2,50 m (dois metros e cinquenta centímetros). Art. 60 - Será permitido que as vagas de veículos exigidas para as edificações ocupem as áreas liberadas pelos afastamentos. CAPÍTULO X DAS INFRAÇÕES E PENAS SEÇÃO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 61 - As infrações aos dispositivos desta Lei ensejarão: embargo, interdição, demolição e multa. Art. 62 - A aplicação de uma das penalidades previstas no artigo anterior não prejudica a outra, se cabível. Art. 63 - A fiscalização, no âmbito de sua competência, expedirá notificações e autos de infração para cumprimento das disposições deste Código, endereçados ao proprietário da obra ou responsável técnico. § 1o-Expedida a notificação, esta terá o prazo máximo de 15 (quinze) dias para ser cumprida. § 2° - Esgotado o prazo da notificação, sem que a mesma seja atendida, lavrar-se-á o auto de infração. Art. . 64 - As construções irregulares serão imediatamente embargadas, conferindo-se, ao proprietário ou responsável, prazo de 15 (quinze) dias para promover a regularização junto à Prefeitura Municipal. § 1o - São consideradas irregulares as obras ou edificações que tenham sido, ou estejam sendo executadas, sem alvará de licença para construção. § 2-° - Serão igualmente consideradas irregulares as edificações que, embora construídas com respectivo alvará, tenham desrespeitado o projeto aprovado ou tenham desobedecido a qualquer preceito da legislação em vigor na data da aprovação do projeto. Art. 65 - As obras ou edificações que sejam regularizáveis não poderão ser demolidas. SEÇÃO II DO EMBARGO, DA INTERDIÇÃO E DA DEMOLIÇÃO Art. 66 - A obra será embargada quando estiver: I- em desobediência ao projeto aprovado; II- fora do nivelamento e alinhamento; III - em risco sua estabilidade, com perigo para pessoas, bens de terceiros ou equipamentos públicos ou de utilidade pública. Art. 6 7 - 0 embargo somente será levantado após o cumprimento das exigências consignadas no auto de embargo e efetuado o pagamento das multas devidas. Art. 68 - O responsável pela obra terá o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data de expedição do auto de embargo, para iniciar as obras necessárias à sua regularização. Parágrafo Único - Expirado o prazo estabelecido no caput do artigo, sem que tenham sido tomadas quaisquer providências para regularização da obra, será emitida ordem de demolição, nas partes onde estiver em desacordo com esta Lei. Art. 69 - A edificação ou qualquer de suas dependências será interditada, nos seguintes casos: I - ameaça à segurança e à estabilidade das construções próximas; II - prejuízo à segurança de pessoas, bens ou equipamentos, à higiene ou à saúde da população. Art. 70 - A interdição será imposta pela Prefeitura Municipal, por escrito, após vistoria técnica efetuada por profissional legalmente habilitado. Art. 71 - Não caberá notificação preliminar, devendo a edificação ser imediatamente isolada, nos casos de interdição. Art. 72 - A interdição somente será levantada após o cumprimento das exigências consignadas no laudo da vistoria técnica, e comprovada a perfeita segurança da edificação. Art. 7 3 - 0 proprietário da edificação terá o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data da expedição do laudo da vistoria técnica, para iniciar as obras para sua regularização. Parágrafo Único - Expirado o prazo estabelecido no caput do artigo, será emitida a ordem de demolição da edificação. Art. 74 - Nenhuma demolição será executada pela Prefeitura Municipal, sem prévio processo administrativo, em que se assegure ao interessado ampla defesa. Art. 75 - Nas infrações à presente Lei que ensejarem demolição e o proprietário se negar a realizá-la, a Prefeitura poderá, às suas expensas, executá-las, debitando os gastos do serviço ao proprietário da obra ou edificação. Art. 76 - A demolição total ou parcial de uma obra ou edificação será imposta, não cabendo notificação preliminar, quando julgada com risco iminente de caráter público. SEÇÃO III DAS MULTAS Art. 77 - A aplicação das medidas previstas na seção anterior da presente Lei não exime o infrator da obrigação do pagamento de multa. Art. 78- As multas serão calculadas por meio de alíquotas percentuais sobre o valor da UR (Unidade de Referência) e obedecerão o seguinte escalonamento: * Art. 78 alterado pela LEI Nº 2.915, DE 19-04-1993. A redação anterior era: “Art. 78 - As multas serão calculadas por meio de alíquotas percentuais sobre o Valorde Referência Fiscal do Município (VRFM) e obedecerá ao seguinte escalonamento:” I - ausência de projeto aprovado e documentos exigidos no local da obra: 10%; II- falseamento de medidas, cotas e demais indicações do projeto: 20%; III - permanência de materiais sobre o leito do logradouro público, além do tempo necessário para descarga e remoção: 20%; IV - ausência de tapumes ou andaimes em obras que atinjam o alinhamento: 20%; V - ocupação de prédio sem que a Prefeitura tenha emitido o respectivo habite-se: 20%; VI- execução de obra em desacordo com o projeto aprovado, com alterações dos elementos geométricos essenciais: 10% a 100% (a critério da Prefeitura Municipal); VII- obra fora do nivelamento e alinhamento: 100%; VIII - obra cuja estabilidade esteja em risco: 100%; IX - edificação cuja segurança esteja ameaçada: 100%; X - obra ou edificação com risco iminente de caráter público: 100%; XI - construções irregulares: 200%; XII - demais casos: 10%. Art. 79 - O infrator terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias, a contar da intimação ou autuação, para regularizar sua situação, sob pena de ser considerado reincidente. Art. 80 : Na reincidência as multas serão calculadas em dobro. CAPÍTULO XII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 81 - Para fins desta lei, ficam estabelecidas as definições contidas no glossário em anexo. Art. 82 - Revogadas as disposições em contrário, esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. Prefeitura Municipal de Itabira, 07 de abril de 1983. VIRGÍLIO JOSÉ GAZIRE PREFEITO MUNICIPAL FÁBIO TORRES SAMPAIO SECRETÁRIO GERAL GLOSSÁRIO AFASTAMENTO - Distância entre a construção e as divisas do lote em que está localizada, podendo ser frontal, lateral e de fundos. ALICERCE - Maciço de material adequado que suporta as paredes da edificação. ALINHAMENTO - Linha projetada e locada ou indicada pela Prefeitura Municipal, para marcar o limite entre o lote e o logradouro público. ALVARÁ - Autorização expedida pela autoridade municipal para execução de obras de construção, modificação, reforma ou demolição. BALANÇO - Avanço da construção sobre o alinhamento do pavimento térreo. COTA - Número que exprime em metros ou outra unidade de comprimento distâncias verticais e horizontais. DIVISA - Linha limítrofe de um lote ou terreno. EMBARGO - Paralisação de uma construção, em decorrência de determinações administrativas e judiciais. ESCALA - Relação das dimensões existentes entre o desenho e o que ele representa. FACHADA - Elevação das partes externas de uma edificação. FOSSA SÉPTICA - Tanque de alvenaria ou concreto onde se depositam as águas de esgoto e as matérias que sofrem processo de desintegração. FUNDAÇÃO - Parte da estrutura, localizada abaixo do nível do solo, e que tem por função distribuir as cargas ou os esforços da edificação pelo terreno. HABITE-SE - Autorização expedida pela autoridade municipal para uso e ocupação das edificações concluídas. INTERDIÇÃO - Ato administrativo que impede a ocupação de uma edificação. JIRAU - Piso elevado no interior de um compartimento, cobrindo parcialmente a área do mesmo, e com altura mínima exigida pela legislação. LOGRADOURO PÚBLICO - Parte da superfície da cidade, destinada ao trânsito ou uso público, oficialmente reconhecida por urna designação própria. MARQUISE - Estrutura em balanço destinada à cobertura e proteção de pedestres. NIVELAMENTO - Determinação de cotas ou altitudes de pontas ou linhas traçadas no terreno. PASSEIO - Parte do logradouro destinado à circulação de pedestres, o mesmo que calçada. PATAMAR - Superfície intermediária entre os dois lances de escada. PÉ-DIREITO - Distância vertical entre o piso e o teto de um compartimento. POÇO DE ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO - Área destinada à iluminação e ventilação de compartimentos de uso pessoal e de curta permanência. RESIDÊNCIA MULTIFAMILIAR - Conjunto de duas ou mais unidades residenciais em uma só edificação. RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR - Aquela que abriga apenas uma unidade residencial. SUMIDOURO - Poço destinado a receber efluente de fossa séptica e permitir sua infiltração subterrânea. TAPUME - Proteção de madeira que cerca toda a extensão do canteiro de obras. TAXA DE OCUPAÇÃO - Relação entre a área do terreno ocupada pela edificação e a área total do terreno. VISTORIA - Diligência efetuada por funcionários credenciados pela Prefeitura, para verificar as condições de uma edificação ou obra em andamento.