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Tecnologia da Informação e Comunicação Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Alberto Messias Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Conceitos sobre a Tecnologia de Internet das Coisas • Conceitos Iniciais sobre Internet das Coisas; • Exemplificando uma Aplicação de IoT em Ambiente Residencial. · Compreender as definições sobre internet das coisas – Internet of Things (IoT) –, como serão os ambientes inteligentes, quais tecnolo- gias são habilitadoras para IoT; · Ilustrar algumas áreas de aplicações para IoT; · Discutir como esse conceito pode ser aplicado aos novos negócios e como impactará no cotidiano humano. OBJETIVO DE APRENDIZADO Conceitos sobre a Tecnologia de Internet das Coisas Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Conceitos sobre a Tecnologia de Internet das Coisas Conceitos Iniciais sobre Internet das Coisas Weiser (1999) menciona que as tecnologias mais profundas são aquelas que desaparecem. Lyytinen e Yoo (2002) discutem que o próximo passo da compu- tação é tornar o computador embutido nas ações naturais e interações humanas. A essência da computação pervasiva reside na criação de ambientes saturados de computação e capacidade de comunicação que se integrem à vida humana (SATYANARAYANAN, 2001). Em abordagens preliminares, observa-se que deverão existir centenas de disposi- tivos por pessoa, por ambientes, de todas as escalas, conectados às redes sem fio, tornando a computação onipresente; além da evolução das interfaces com os seres humanos, as quais deverão ser mais transparentes e simples (WEISER, 1999). Tal revolução não influenciará somente na quantidade de informações, mas tam- bém em sua qualidade. Inúmeros e pequenos processadores embutidos em diversos objetos estarão integrados no dia a dia. Weiser (1999) afirma que a tecnologia é somente um meio para o propósito, ou seja, uma ferramenta. Nesse momento se define o termo computação ubíqua, em uma forma mais acadêmica e idealista; ao passo que o sentido de computação pervasiva aparece como uma tecnologia ao processamento onipresente, sendo estabelecida pela indústria (MATTERN; ZURICH, 2005) – embora tais termos possam ser encarados como sinônimos. A internet das coisas – Internet of Things (IoT) – é definida como uma infra- estrutura de rede global, que interconecta fisicamente e virtualmente objetos com o objetivo de explorar dados capturados e as suas capacidades de comunicação. Trata-se de infraestrutura que contempla e envolve a internet e as redes de comu- nicação, necessitando de identificação única de objetos, sensores e capacidade de conexão como as suas bases para o desenvolvimento independente de serviços e aplicações. É caracterizada pelo alto grau de captura autônoma de dados, transfe- rência de eventos de rede, conectividade e interoperabilidade (CASAGRAS, 2009). A Figura 1 ilustra a interação existente em qualquer implementação para IoT, incluindo a interação entre as redes de comunicação e os mundos físico e virtual, representados pela internet (CASAGRAS, 2009): Internet Redes e Aplicações Mundo Físico Figura 1 – Interação entre as redes de comunicação e os mundos físico e virtual 8 9 O que são coisas no Contexto de IoT? A aplicação do termo coisas inclui substâncias e produtos que são as bases da sobre- vivência humana e que existem em grandes quantidades e de diferentes tipos. Contu- do, tal concepção vai de encontro à definição de computação pervasiva, já formulada. Nesse sentido, segue a Figura que ilustra os diversos tipos de dispositivos ou coisas que comporão o mundo virtual: Figura 2 Fonte: gamalux.org Quais são os tipos de Dispositivos para IoT? IoT refere-se à próxima geração de internet (BAHGA; MADISETTI, 2014), a qual possuirá trilhões de nós, os quais representados por pequenos dispositivos ubíquos ou embutidos nos diversos ambientes, dotados de sensores e interconectados a servidores web, supercomputadores ou clusters. Tecnologias como as redes de sensores, a identificação única de objetos, comunicação móvel, localização em tempo real, computação ubíqua e o protocolo IPv6 integram a nova infraestrutura de computação e comunicação. As casas do futuro explorarão enormemente o paradigma de computação pervasiva e internet das coisas. Controlarão aquecimento, luzes, compras, aparelhos ou até mesmo o ato de cozinhar. Assim, torna-se importante que tais aplicações possuam (INTILLE, 2002): • Heterogeneidade e distribuição dos dispositivos; • Dinamismo do ambiente; • Escalabilidade, autoadaptação e simplicidade; • Segurança – sendo papel fundamental nos ambientes pervasivos; • Interfaces intuitivas e naturais; • Confidencialidade e integridade de ambientes ou dados das aplicações. 9 UNIDADE Conceitos sobre a Tecnologia de Internet das Coisas Figura 3 – Modelo inclusivo para IoT Fonte: Adaptada de Souza, 2015 A Figura 3 representa o processo de captura e processamento de dados em IoT, este que ocorre da seguinte maneira: os dados gerados pelos objetos físicos são lidos pelo dispositivo interrogador, igualmente designado como gateway; tais dados são enviados ao sistema de gerenciamento de informação, a partir do qual – e usando a internet ou outras tecnologias de rede – são obtidos outros dados associados aos objetos ou aos próprios dados iniciais. Assim, o resultado do processamento por uma aplicação ou serviço é uma atuação no ambiente em que estão presentes os objetos e/ou atuação sobre os quais. Conforme se observa em Souza (2015), são propostas três classes de dispositivos para IoT, vejamos: 1. Objetos puramente passivos com identificação e dados fixos são aqueles presentes na physical interface zone – parte superior da Figura 3; 2. Objetos dotados de moderado poder computacional e percepção de con- texto, os quais, por meio de sensores, podem gerar mensagens e variar a informação associada a esses de acordo com o tempo e lugar, represen- tados pelos objetos presentesna physical interface zone – mais ao centro da Figura 3; 3. Objetos que possuem conectividade em rede, sem a intervenção humana, possibilitando a emergência de inteligência nos sistemas de rede, represen- tados pelos objetos presentes na physical interface zone – na parte inferior da Figura 3. 10 11 O modelo ilustrado pela Figura 3 pode ser exemplificado por meio de um proces- so baseado em IoT (HUANG; LI, 2010), no qual um objeto do mundo real possui uma informação, por exemplo, dentro de uma tarja eletrônica; tal informação é resgatada por um interrogador, este que pode estar conectado a um serviço ou a uma aplicação, onde usuários ou aplicações – que estão no mundo real – poderão ler ou compartilhar a informação do objeto em tempo real. Por fim, essa aplicação pode atuar no ambiente por meio dos atuadores presentes em objetos (SOUZA, 2015). Importante! Cabe ressaltar que a tarja eletrônica pode ser substituída por outras tecnologias de identifi cação única, ou seja, não se restringe à tecnologia de Rfi d. Importante! Como aplicações para IoT são sugeridas diversas áreas, tais como: • Casas inteligentes; • Vida assistida; • Aplicações médicas; • Indústrias inteligentes; • Segurança e controle de acesso; • Carros inteligentes; • Tráfego inteligente; • Prevenção de acidentes com a comunicação carro a carro: Veja a imagem a seguir: https://goo.gl/TSj2JS Ex pl or • Cidades inteligentes e monitoramento: • Compras automatizadas; • Logística inteligente; • Monitoramento de vida animal: Veja a imagem a seguir: https://goo.gl/u4U551 Ex pl or 11 UNIDADE Conceitos sobre a Tecnologia de Internet das Coisas • Cenários para estimação, alertas e recuperação de desastres naturais: Figura 4 • Uso de energia elétrica, água, gás etc.; • Ambientes inteligentes com monitoramento e controle de consumo de energia: Figura 5 Fonte: Adaptada de iStock/Getty Images 12 13 • Sistemas inteligentes de entretenimento; • Sistemas inteligentes para a agricultura e rastreabilidade da cadeia de origem de alimentos e itens: Figura 6 Note que essas áreas são as mais diretas ao se pensar em aplicações para IoT, porém, tal tecnologia não se restringe às quais. Exemplifi cando uma Aplicação de IoT em Ambiente Residencial Uma aplicação de casa inteligente tem como alguns requisitos ou premissas a interface intuitiva junto ao usuário, além de segurança, escalabilidade, heterogenei- dade dos dispositivos, autoadaptação ao ambiente e reconhecimento de contexto de usuário. Assim, a Figura 10 ilustra a arquitetura proposta à aplicação de casa inteligente, seguindo uma estrutura básica necessária para a internet das coisas: 13 UNIDADE Conceitos sobre a Tecnologia de Internet das Coisas Figura 7 Conforme se observa na Figura 10, a arquitetura é composta por uma camada de dispositivos com sensores e atuadores, os quais interligados por meio do micro- controlador Arduino (BANZI, 2011) que, neste caso, tem a função de gateway para IoT, ou seja, deve interconectar os dispositivos, enviando e recebendo os comandos. O aplicativo embarcado nesse microcontrolador interpreta e atua mediante as mensagens recebidas através de sua interface de rede. As camadas superiores são representadas por um middleware – ou plataforma –, que permite a interação e o processamento das mensagens enviadas/recebidas e pelas aplicações e inteligência ao processamento e à interface com o usuário. Note que diversas são as tecnologias habilitadoras e os desafios inerentes ao desenvolvimento e à evolução da tecnologia de internet das coisas, por exemplo: • Computação em nuvem; • Tecnologias de armazenamento de dados em nuvem; • Tecnologias para transferências de dados; • Tecnologia de big data para processar o grande volume de dados gerados; • Algoritmos ou sistemas de reconhecimento de padrões e inteligência artificial; 14 15 • Tecnologias de identificação única de objetos; • Padrões para interoperabilidade entre os dispositivos/equipamentos de dife- rentes fabricantes; • Tecnologias para a segurança e privacidade dos dados e aplicações em IoT – imagine a sua casa ou o seu carro sendo invadido por um cracker; • Novos serviços e aplicações ainda não existentes – sendo este um bom tema para empreendedores; • Novas maneiras de tarifações e cobranças pelos serviços de IoT; • Novas áreas de atuação profissional; • Análise dos impactos dessas tecnologias na sociedade como um todo – sejam sociais, ambientais, psicológicos, educacionais, de legislações e regulamenta- ções, entre diversos outros. Os desafios existentes para a evolução dessa tecnologia são transversais, permeando diversas áreas de conhecimento, de modo que esse saber inicial e sua aplicação se tornam condições essenciais em sua área de conhecimento e estudo. 15 UNIDADE Conceitos sobre a Tecnologia de Internet das Coisas Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Estação de medição de temperatura Open-Source com Arduino e IoT - Comunicação Como criar uma estação de medição de temperatura com arduino. https://goo.gl/c4mUAZ Getting started with Watson IoT Platform Starter Tutorial da IBM para a criação de aplicações iniciais usando a plataforma BlueMix e IoT. https://goo.gl/cC1zDV Leitura Dez aplicações possíveis de Internet das Coisas em PMEs Aplicações para internet das coisas – Internet of Things (IoT) – em diversas áreas. https://goo.gl/IPdR2N Tendências de Internet das Coisas para 2018 https://goo.gl/rFk5FL Sistemas cyber-físicos e cidades inteligentes https://goo.gl/tpRqXA Uma nova arquitetura para Internet das Coisas com análise e reconhecimento de padrões e processamento com Big Data Tese de Doutorado que descreve a pesquisa quanto à introdução de algoritmos de reconhecimento de padrões e processamento em big data na arquitetura de IoT. https://goo.gl/z4heTy Programação com Arduino - Começando com Sketches Livro sobre programação e Arduino, com um capítulo dedicado à conexão de rede com controlador http://bit.ly/2Fr2XCM 16 17 Referências BAHGA, A.; MADISETTI, V. Internet of things: a hands-on approach. [S.l.]: Vijay Madisetti, 2014. CASAGRAS, E. F. P. Casagras final report: Rfid and the inclusive model for the internet of things. 2009. GIACOMELLI, P. Apache mahout cookbook. [S.l.]: Packt, 2013. HUANG, Y.; LI, G. Descriptive models for internet of things. In: INTERNA- TIONAL CONFERENCE ON INTELLIGENT CONTROL AND INFORMATION PROCESSING, aug. 2010. ITU. Internet of things 2005: executive summary. 2017. Disponível em: <https:// www.itu.int/osg/spu/publications/internetofthings/InternetofThings_summary. pdf>. Accesso em: 20 abr. 2017. LYYTINEN, K.; YOO, Y. Issues and challenges in ubiquitous computing. Commu- nications of the ACM, v. 45, n. 12, p. 63-65, 2002. MATTERN, F.; ZURICH, E. Ubiquitous computing: scenarios for an informatized world, communication and the media economy of the future. [S.l.]: Springer-Verlag, 2005. p. 145-163. SARNOVSKY, M. et al. First demonstrator of Hydra middleware architecture for building automation. Hydra Project, jun. 2008. SATYANARAYANAN, M. Pervasive computing: vision and challenges. IEEE Per- sonal Communications, 2001. SOUZA, A. M. da C. Uma nova arquitetura para internet das coisas com análise e reconhecimento de padrões e processamento com big data. 2015. Tese (Doutorado em Sistemas Eletrônicos)-Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/ disponiveis/3/3142/tde-20062016-105809>. Acesso em: 3 maio 2017. UBIDOTS, C. Ubidots about. 2017. Disponível em: <https://ubidots.com/ about>. Acesso em: 8 abr. 2017. WEISER, M. The computer for the21st century. Sigmobile Mob. Comput. Commun. Rev., New York, v. 3, n. 3, p. 3-11, jul. 1999. WHITE, T. Hadoop: the definitive guide. 4th ed. [S.l.]: O’Reilly Media, 2015. 17
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