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II NOTA DE AULA

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NOTA DE AULA II
CURSO DE EXTENSÃO EM DIREITO AMBIENTAL
PROFA. SARAH CARNEIRO 
A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
 Através da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, foi criada a Política Nacional do Meio 
Ambiente (PNMA). A referida Lei, em vigor até os dias de hoje e amplamente recepcionada pela 
Constituição Federal de 1988, representou um grande avanço na proteção jurídica ao meio 
ambiente, transformando o pensamento nacional no que concerne à necessidade da efetivação de 
um desenvolvimento socioeconômico em harmonia com a preservação, melhoria e recuperação da 
qualidade ambiental propícia à vida e à dignidade humana, fundando os pilares voltados a propiciar 
a sustentabilidade no País.
 
O legislador brasileiro de 1981 foi inovador, adequando a norma à realidade da crise 
ambiental discutida globalmente, pelas seguintes razões:
1) Traz conceitos modernos e necessários à gestão ambiental, tais como meio ambiente, 
poluidor, poluição e recursos ambientais;
2) Cria instrumentos de gestão pública do meio ambiente, que atendem às expectativas 
dos sistemas jurídicos mais avançados, voltados à compatibilização do desenvolvimento 
econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
3) Cria o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, composto de órgãos e 
entidades da Federação, bem como de fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela 
proteção e melhoria da qualidade ambiental;
4) Institui a obrigatoriedade do Licenciamento Ambiental Tríplice, para a construção, 
instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos 
ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores;
5) Firma a responsabilidade civil objetiva para a reparação e/ou indenização pelos 
danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados pela ação ou atividade poluidora.
Vê-se, destarte, que foi um marco de grande importância da tutela de um bem que passaria, 
a partir de então, a ter autonomia: o bem ambiental.
OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
Objetivo geral: preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à 
vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da 
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana = busca pelo desenvolvimento 
sustentável.
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A Contribuição do Clube de Roma: a Tese dos Limites do Crescimento. No ano de 1972, 
Dennis L. Meadows e um grupo de pesquisadores publicaram o estudo Limites do Crescimento, 
chegando às seguintes teses e conclusões básicas:
1. Se as atuais tendências de crescimento da população mundial industrialização, 
poluição, produção de alimentos e diminuição de recursos naturais continuarem imutáveis, os 
limites de crescimento neste planeta serão alcançados algum dia dentro dos próximos cem anos. O 
resultado mais provável será um declínio súbito e incontrolável, tanto da população quanto da 
capacidade industrial.
2. É possível modificar estas tendências de crescimento e formar uma condição de 
estabilidade ecológica e econômica que se possa manter até um futuro remoto. O estado de 
equilíbrio global poderá ser planejado de tal modo que as necessidades materiais básicas de cada 
pessoa na Terra sejam satisfeitas, e que cada pessoa tenha igual oportunidade de realizar seu 
potencial humano individual;
3. Se a população do mundo decidir empenhar-se em obter este segundo resultado, em 
vez de lutar pelo primeiro, quanto mais cedo ela começar a trabalhar para alcançá-lo, maiores serão 
suas possibilidades de êxito.
Para alcançar a estabilidade econômica e ecológica, Meadows et al. propõem o 
congelamento do crescimento da população global e do capital industrial; mostram a realidade dos 
recursos limitados e rediscutem a velha tese de Malthus do perigo do crescimento desenfreado da 
população mundial. A tese do crescimento zero, necessário, significava um ataque direto à filosofia 
do crescimento contínuo da sociedade industrial e uma crítica indireta a todas as teorias do 
desenvolvimento industrial que se basearam nela. 
As respostas críticas às teses de Meadows et al. surgiram conseqüentemente entre os 
teóricos que se identificaram com as teorias do crescimento. O prêmio Nobel em Economia, Solow, 
criticou com veemência os prognósticos catastróficos do Clube de Roma. Também intelectuais dos 
países do sul manifestaram-se de forma crítica. Assim Mahbub ul Haq (1976) levantou a tese de que 
as sociedades ocidentais, depois de um século de crescimento industrial acelerado, fecharam este 
caminho de desenvolvimento para os países pobres, justificando essa prática com uma retórica 
ecologista. Essa foi uma argumentação frequentemente formulada na Rio/92, mostrando a 
continuidade de divergências e desentendimentos no discurso global sobre a questão ambiental e o 
desequilíbrio sócio-econômico.
Uma Nova Proposta: Ecodesenvolvimento. Foi o canadense Maurice Strong que usou em 
1973 pela primeira vez o conceito de ecodesenvolvimento para caracterizar uma concepção 
alternativa de política do desenvolvimento. Ignacy Sachs formulou os princípios básicos desta nova 
visão do desenvolvimento. Ela integrou basicamente seis aspectos, que deveriam guiar os caminhos 
do desenvolvimento: a) a satisfação das necessidades básicas; b) a solidariedade com as gerações 
futuras; c) a participação da população envolvida; d) a preservação dos recursos naturais e do meio 
ambiente em geral; e) a elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e 
respeito a outras culturas, e f) programas de educação. A teoria do ecodesenvolvimento referiu-se 
inicialmente às regiões rurais da África, Ásia e América Latina; ela ganhou cada vez mais uma 
visão das inter-relações globais entre subdesenvolvimento e superdesenvolvimento. Uma crítica da 
sociedade industrial e consequentemente uma crítica da modernização industrial como método do 
desenvolvimento das regiões periféricas viraram parte integrante da concepção do 
ecodesenvolvimento. Podemos constatar, principalmente nos trabalhos de Ignacy Sachs, mas 
também de Glaeser & Uyasulu (1984), que os debates sobre o ecodesenvolvimento prepararam a 
adoção posterior do desenvolvimento sustentável. Sachs usa hoje freqüentemente os conceitos 
ecodesenvolvimento e desenvolvimento sustentável como sinônimos.
Sustentabilidade como Estratégia de Desenvolvimento: o Relatório Brundtland. 
Desenvolvimento sustentável é desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem 
comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem as suas próprias necessidades. O 
Relatório Brundtland é o resultado do trabalho da Comissão Mundial (da ONU) sobre o Meio 
Ambiente e o Desenvolvimento (UNCED). Os presidentes desta comissão eram Gro. Harlem 
Brundtland e Mansour Khalid, daí o nome do relatório final. O relatório parte de uma visão 
complexa das causas dos problemas socioeconômicos e ecológicos da sociedade global. Ele 
sublinha a interligação entre economia, tecnologia, sociedade e política e chama também atenção 
para uma nova postura ética, caracterizada pela responsabilidade tanto entre as gerações quanto 
entre os membros contemporâneos da sociedade atual. O relatório apresenta uma lista de medidas a 
serem tomadas no nível do Estado nacional. Entre elas: a) limitação do crescimento populacional; 
b) garantia da alimentação a longo prazo; c) preservação da biodiversidadee dos ecossistemas; d) 
diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias que admitem o uso de fontes 
energéticas renováveis; e) aumento da produção industrial nos países não-industrializados à base de 
tecnologias ecologicamente adaptadas; f) controle da urbanização selvagem e integração entre 
campo e cidades menores; g) as necessidades básicas devem ser satisfeitas.
O conceito desenvolvimento sustentável sinaliza uma alternativa às teorias e aos 
modelos tradicionais do desenvolvimento, desgastadas numa série infinita de frustrações. 
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Demais objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente:
I - compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do meio 
ambiente e do equilíbrio ecológico; (desenvolvimento sustentável)
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio 
ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, do Territórios e dos 
Municípios; (zoneamentos ambientais)
III - estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e 
manejo de recursos ambientais;
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de 
recursos ambientais;
V - difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações 
ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da 
qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; (princípios da informação e da educação ambiental)
VI - preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas a sua utilização racional e 
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à 
vida; (sustentabilidade)
VII - imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos 
causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. 
(princípios do poluidor-pagador e do usuário-pagador)
Princípios da Política Nacional do Meio Ambiente:
As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formuladas em normas e 
planos, destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Territórios e dos Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e 
manutenção do equilíbrio ecológico, observados os seguintes princípios:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente 
como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso 
coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; (Código Florestal de 
1965 e de 2012, e Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Lei 9.985/2000)
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; (Lei 6.803/80 – 
zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição)
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos 
recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; (Sistemas de Informação sobre o meio 
ambiente – instrumentos art. 9., VII, VIII e X da PNMA e artigos 7º , 8º e 9º da Lei Complementar 
n. 140/11)
VIII - recuperação de áreas degradadas; (art. 18 do Código Florestal de 65 e princ. Do Poluidor-
Pagador)
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, 
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente (princípio da educação 
ambiental – Lei 9.795/99)
O SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
 Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como 
as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade 
ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado:
 I - órgão superior: 
Conselho de Governo: função de assessorar o Presidente da República na formulação da política 
nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais.
Segundo a Lei 9.649/98, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos 
Ministérios, o Conselho de Governo divide-se em dois níveis de atuação:
I - Conselho de Governo, integrado pelos Ministros de Estado, pelos titulares dos órgãos essenciais 
da Presidência da República e pelo Advogado-Geral da União, que será presidido pelo Presidente da 
República, ou, por sua determinação, pelo Chefe da Casa Civil, e secretariado por um dos membros 
para este fim designado pelo Presidente da República;
II - Câmaras do Conselho de Governo, a serem criadas em ato do Poder Executivo, com a finalidade 
de formular políticas públicas setoriais, cujo escopo ultrapasse as competências de um único 
Ministério. 
O Conselho de Governo se reúne mediante convocação do Presidente da República.
 II - órgão consultivo e deliberativo: 
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA): 
1) finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas 
governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e;
2) deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio 
ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida (resoluções do 
CONAMA – vide http://www.mma.gov.br/port/conama/legiano.cfm?codlegitipo=3)
O Ministro do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do Conama.
Compete ao CONAMA: I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios 
para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; II - determinar, quando 
julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis consequências ambientais 
de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem 
assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto 
ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação 
ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional. III - homologar acordos 
visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse 
para a proteção ambiental; IV - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição 
de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou 
suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; V - 
estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos 
automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes; VI - 
estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio 
ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos; VII – 
órgão consultivo e deliberativo do SNUC (art. 6º, I, da Lei 9985/2000); VIII - e outras atribuições 
firmadas no art. 7º do Decreto 99.274/90.
 III - órgão central: 
Ministério do Meio Ambiente (extinta Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República): 
finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional 
e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA), criadoem novembro de 1992, tem como missão 
promover a adoção de princípios e estratégias para o conhecimento, a proteção e a recuperação do 
meio ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais, a valorização dos serviços ambientais e a 
inserção do desenvolvimento sustentável na formulação e na implementação de políticas públicas, 
de forma transversal e compartilhada, participativa e democrática, em todos os níveis e instâncias de 
governo e sociedade.
A Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da 
República e dos ministérios, constituiu como área de competência do Ministério do Meio Ambiente 
os seguintes assuntos:
I - política nacional do meio ambiente e dos recursos hídricos;
II - política de preservação, conservação e utilização sustentável de ecossistemas, e biodiversidade e 
florestas;
III - proposição de estratégias, mecanismos e instrumentos econômicos e sociais para a melhoria da 
qualidade ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais;
IV - políticas para a integração do meio ambiente e produção;
V - políticas e programas ambientais para a Amazônia Legal; e 
VI - zoneamento ecológico-econômico.
O MMA teve a sua estrutura regimental regulamentada pelo Decreto nº 6.101, de 26 de abril de 
2007 que estabeleceu a seguinte estrutura organizacional:
I - órgãos de assistência direta e imediata ao Ministro de Estado:
a) Gabinete;
b) Secretaria-Executiva:
1. Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração;
2. Departamento de Gestão Estratégica;
3. Departamento de Articulação de Políticas para a Amazônia e Controle do Desmatamento;
4. Departamento de Economia e Meio Ambiente;
5. Departamento de Fomento ao Desenvolvimento Sustentável; e
6. Departamento de Apoio ao Conselho Nacional do Meio Ambiente.
c) Assessoria de Assuntos Internacionais; e
d) Consultoria Jurídica;
II - órgãos específicos singulares:
a) Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental:
1. Departamento de Mudanças Climáticas;
2. Departamento de Licenciamento e Avaliação Ambiental; e
3. Departamento de Qualidade Ambiental na Indústria;
b) Secretaria de Biodiversidade e Florestas:
1. Departamento de Conservação da Biodiversidade;
2. Departamento de Florestas;
3. Departamento de Áreas Protegidas; e
4. Departamento do Patrimônio Genético;
c) Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano:
1. Departamento de Recursos Hídricos;
2. Departamento de Revitalização de Bacias Hidrográficas; e
3. Departamento de Ambiente Urbano;
d) Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável:
1. Departamento de Extrativismo;
2. Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável; e
3. Departamento de Zoneamento Territorial;
e) Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental:
1. Departamento de Coordenação do Sistema Nacional do Meio Ambiente;
2. Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental; e
3. Departamento de Educação Ambiental;
III - órgãos colegiados:
a) Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama);
b) Conselho Nacional da Amazônia Legal (Conamaz);
c) Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
d) Conselho Deliberativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente; 
e) Conselho de Gestão do Patrimônio Genético;
f) Comissão de Gestão de Florestas Públicas; e
g) Comissão Nacional de Florestas (Conaflor);
IV - Serviço Florestal Brasileiro (SFB);
V - entidades vinculadas:
a) autarquias:
1. Agência Nacional de Águas (ANA);
2. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); 
3. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); e
4. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ);
b) empresa pública: Companhia de Desenvolvimento de Barcarena (Codebar)
 IV - órgãos executores: 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e 
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes: Ambos 
com a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para 
o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, autarquia 
federal dotada de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira, 
vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, foi criado pela lei 11.516, de 28 de agosto de 2007, 
com a finalidade de:
I - executar ações da política nacional de unidades de conservação da natureza, referentes às 
atribuições federais relativas à proposição, implantação, gestão, proteção, fiscalização e 
monitoramento das unidades de conservação instituídas pela União;
II - executar as políticas relativas ao uso sustentável dos recursos naturais renováveis e ao apoio ao 
extrativismo e às populações tradicionais nas unidades de conservação de uso sustentável instituídas 
pela União;
III - fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da 
biodiversidade e de educação ambiental;
IV - exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de conservação instituídas 
pela União; (não exclui o exercício supletivo do poder de polícia ambiental pelo Instituto Brasileiro 
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA)
V - promover e executar, em articulação com os demais órgãos e entidades envolvidos, programas 
recreacionais, de uso público e de ecoturismo nas unidades de conservação, onde estas atividades 
sejam permitidas.
Obs: Seus recursos financeiros advêm em parte dos preços da concessão florestal de unidades 
localizadas em áreas de domínio da União (Vide Lei 11.284/2006)
IBAMA - Principais funções e atribuições:
- Atua em território nacional com poder de polícia ambiental;
- Executa ações de meio ambiente que fazem parte das políticas nacionais;
- Atua na área de licenciamento ambiental;
- Faz o controle de qualidade ambiental;
- Fiscaliza e autoriza a utilização de recursos naturais;
- Faz o controle e monitoramente ambiental;
- Edita normas e padrões de qualidade ambiental;
- Realiza e executa campanhas educacionais voltadas para a preservação do meio ambiente;
- Elabora sistemas de informações relacionadas ao meio ambiente.
Base legal:
Lei 7.735 de 22 de fevereiro de 1989 - Dispõe sobre a extinção de órgão e de entidade autárquica, 
cria o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e dá outras 
providências. 
Decreto n. 6.099 de 26 de abril de 2007 - Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo 
dos Cargos em Comissão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis - IBAMA, e dá outras providências
Lei 11.516 de 28 de agosto de 2007 - Dispõe sobre a criação do Instituto Chico Mendes de 
Conservação da Biodiversidade e altera a Lei nº 7.735 e dá outras providências.
Portaria nº 341 de 31 de agosto de 2011 - Aprovar o Regimento Interno do Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e revogada a Portaria no 230, de 14 
de maio de 2002, publicada no Diário Oficial da União de 21 de junho de 2002.
Portaria nº 14 de 07 de novembro de 2011 - Aprovar o Plano Estratégico do Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - PE Ibama para o período de 2012-2015.
 V - Órgãos Seccionais: 
Órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e 
fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental. 
Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaborarão normas 
supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que 
forem estabelecidospelo CONAMA.
ESTADO DO CEARÁ: 
O Sistema Estadual de Unidades de Conservação – SEUC (regulamentado Lei nº14.390, de 07 de 
julho de 2009), é constituído pelo conjunto de Unidades de Conservação - UC, estaduais e 
municipais de acordo com o disposto nesta Lei e na Lei nº 9.985, de 18 de junho de 2000, gerido 
pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:
I - Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Estadual do Meio Ambiente - COEMA, com as 
atribuições de acompanhar a implantação do Sistema;
II - Órgão Central: O Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente - CONPAM, conforme 
estabelecido no art.2º, inciso VII, do Decreto nº 28.642, de 8 de fevereiro de 2007, com as 
atribuições de coordenar e avaliar a implantação do SEUC, propor a criação de UC estaduais, e 
inserir no SEUC as UC compatíveis com esta Lei;
III - Órgão Executor: A Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE, com as funções 
de subsidiar o CONPAM, e responsabilizar-se pela administração e fiscalização das Unidades de 
Conservação Estadual;
IV - Outros órgãos ou entidades estaduais e municipais responsáveis pela administração de UC que, 
de acordo com a legislação, vierem a integrar o SEUC.
O Órgão Executor é responsável pela elaboração de um Cadastro Estadual de Unidades de 
Conservação, organizado com a cooperação dos demais órgãos estaduais e municipais, divulgado 
pelo Órgão Executor e contendo os dados principais de cada UC, incluindo, entre outras 
características relevantes, informações sobre clima, solo, recursos hídricos, inventários de fauna, 
flora e sítios arqueológicos e históricos e indicações de espécies ameaçadas de extinção.
Atribuições de Fiscalização da SEMACE: Ver http://www.semace.ce.gov.br/wp-
content/uploads/2011/09/Instru%C3%A7%C3%A3o-Normativa-02-2010-SEMACE-atualizada.pdf
 VI - Órgãos Locais: 
Órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas 
suas respectivas jurisdições.
Os Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderão elaborar as 
normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente.
FORTALEZA:
SEUMA - Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente
Em Fortaleza, a SEMAM - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano foi criada 
em 26 de dezembro de 2001, com base na Lei nº. 8.608, que dispõe sobre a organização 
administrativa da Prefeitura Municipal de Fortaleza, alterada pela Lei nº. 8.692, de 31 de dezembro 
de 2002 e regulamentada pelos Decretos de nº. 11.115, de 23 de Janeiro de 2002, e nº. 11.377, de 24 
de março de 2003.
A antiga SEMAM, a partir da gestão municipal atual, passou a ser denominada Secretaria 
Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (SEUMA), e tem por finalidade promover e executar 
a política municipal de meio ambiente, bem como implementar o controle urbano para o racional 
desenvolvimento do Município, responsabilizando-se pelo planejamento e articulação intersetorial 
com as demais Secretarias Municipais. Possui as seguintes competências:
- Licenciamento Ambiental
Emissão de licenças prévias, licenças de instalação e operação de acordo com a legislação 
municipal
- Educação Ambiental
Promoção de palestras, treinamentos e capacitações com todos os setores sociais
- Planejamento Ambiental
Implementação de projetos socioambientais com vistas na melhoria da qualidade de vida da 
população
- Desenvolvimento de Políticas Ambientais
- Controle Ambiental
Monitoramento e controle ambiental das atividades licenciadas pela Semam
- Controle da Poluição Sonora
Promoção de atividades de fiscalização, monitoramento, educação e emissão de autorizações
- Poluição Visual
Promoção de campanhas de fiscalização, educação, cadastro, análise e emissão de licenças
- Controle Urbano
Emissão de alvarás de construção mediante análise de projetos arquitetônicos
Atualmente, a Equipe de Planejamento Ambiental desenvolve, dentre outras atividades, as 
seguintes ações básicas:
1) Elaboração da Agenda 21 Local: documento construído com a participação do governo e de 
todos os setores da sociedade que visa conhecer a realidade local, através de um diagnóstico 
participativo, em suas dimensões sociais, ambientais, econômicas e culturais e, a partir 
disso, elaborar e implementar o plano local de desenvolvimento sustentável, contendo os 
problemas, os objetivos, e as prioridades de cada comunidade, assim como o cenário futuro 
desejado e as ações concretas para atingir as metas estabelecidas;
2) Promoção do Consumo Sustentável: construído a partir do conceito de Desenvolvimento 
Sustentável, debate a necessidade de reciclar e de adotar um novo estilo de vida e de padrões 
de consumo. 
3) Criação e implementação de Unidades de Conservação (UC´s) Municipais: tem como 
objetivo a conservação de espaços com características naturais relevantes, aplicando-se 
garantias adequadas de proteção.
4) Promover a recuperação de áreas degradadas e desenvolver estudos, programas e projetos 
das áreas verdes, dos parques, das praças e de áreas remanescentes em geral: são elaborados 
diagnósticos técnicos e projetos que contemplam o levantamento das características naturais 
e sociais dos espaços urbanos, sendo definidos os principais fatores de degradação ambiental 
e as propostas de manejo sustentável para as áreas.
Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMAM
O Conselho Municipal de Meio Ambiente, COMAM, criado pela Lei nº 8048, de 24 de julho de 
1997, e integra o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) como órgão colegiado local, 
deliberativo, consultivo e de assessoramento a chefe do Poder Executivo municipal em questões 
relativas à política ecológica em Fortaleza. 
A presidência do Comam, nos termos do inciso XXXIX do artigo 17 da Lei nº 8692, de 31 de 
dezembro de 2002, compete ao titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Dentre os objetivos do Comam, destacam-se: 
1) deliberar sobre as diretrizes gerais da política ambiental no Município; 
2) aprovar previamente o licenciamento ambiental do parcelamento do solo, localizados ou 
lindeiros às áreas de proteção de recursos hídricos, manter intercâmbio com órgãos 
congêneres municipais, estaduais e federais, objetivando a troca de subsídios técnicos e 
informações sobre a defesa do meio ambiente.
O Conselho Paritário é composto atualmente pelos seguintes órgãos: Seuma, Secretaria de 
Planejamento e Orçamento (Sepla), Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Secretaria Municipal de 
Desenvolvimento Urbano e Infra-estrutura (Seinf), Secretaria de Educação e Assistência Social do 
Município (Sedas), secretarias executivas regionais (SERs I, II, III, IV, V e VI), Procuradoria Geral 
do Município (PGM), Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), Comissão de 
Habitação de Município de Fortaleza, Fundação de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet), Empresa 
de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), Federação de Entidades de Bairros e Favelas de 
Fortaleza, Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace), Conselho Regional de 
Engenharia, Agronomia e Arquitetura (Crea-CE), Federação das Indústrias do Estado do Ceará 
(Fiec), Universidade Federal do Ceará (UFC), Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-CE), 
Universidade Estadual do Ceará (Uece), Câmara Municipal de Fortaleza, Associação Brasileira de 
Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), Procuradoria Geral de Justiça – Ministério Público (PGJ 
– MP), Associação Cearense de Engenheiros Civis, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), Associação 
Comercial do Ceará, Sociedade Cearensede Defesa do Meio Ambiente e da Cultura (Socema), 
Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) e Sindicato das 
Indústrias da Construção Civil do Ceará (Sinduscon).

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