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Aristóteles UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE DIREITO DEPARTAMENTO DE DIREITO PÚBLICO DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II MONITOR: MARWIL PRACIANO NOTA DE AULA – 05 TÍTULO IV - DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES A Organização dos Poderes compreende o estudo da dinâmica dos três Poderes de nosso Estado Federal, autônomos, harmônicos e interdependentes entre si. Fundamenta- se no princípio constitucional da Separação de Poderes (art. 2º, CF/88), alçado à condição de Cláusula Pétrea (art. 60, § 4º, III). SEPARAÇÃO DE “PODERES” O nosso estudo, nesta 2ª etapa do programa da disciplina Direito Constitucional II, se inicia com a teoria geral da chamada separação de “poderes”, sobre a qual passaremos a tratar a seguir. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES 1) ARISTÓTELES e as “funções do Estado” identificadas – O primeiro tratamento dado à matéria veio na obra de Aristóteles (Política), onde já se esboçavam as noções que identificariam as chamadas “funções estatais”. A “tripartição”, então, surge inicialmente a partir das noções de três diferentes funções do poder soberano: a) editar normas gerais de observância geral; b) aplicar tais normas ao caso concreto (administração); c) julgar, dirimindo conflitos oriundos da execução das normas gerais nos casos concretos. 2 Montesquieu Apesar de ainda não se falar nos termos “Legislativo”, “Executivo” e “Judiciário”, fica claro que suas raízes vêm de muito tempo atrás. Aristóteles começou a discernir as três partes do governo com as funções por elas exercidas: a assembléia do povo formada pelos cidadãos em geral, como corpo deliberante e verdadeiro soberano do Estado (poder Deliberativo); a segunda composta de magistrados com ordens especiais encarregados das rendas e defesa do Estado (poder constituído) e a terceira integrada por juízes, encarregados do julgamento e da aplicação da justiça (poder de jurisdição). 1 Naqueles tempos, todas as prerrogativas inerentes a estes poderes concentravam- se em uma figura soberana, detentora de um poder de mando insuscetível a contraposições. Tal unilateralidade chegou ao seu auge nos tempos do Estado Moderno Absolutista. A grande contribuição de Aristóteles foi mesmo identificar as três funções estatais, mesmo que exercidas, em sua teoria, de forma concentrada, por apenas um órgão. 2) MONTESQUIEU e a divisão de funções e de órgãos estatais – Com “O Espírito das leis”, Montesquieu inaugura, junto à gênese do Estado Liberal Burguês, uma teoria de Aristóteles “aprofundada”. Com ela, além de identificar as diferentes funções dos órgãos estatais, diferenciou cada órgão que é competente para exercer tais funções. Cada um destes órgãos, pela teoria de Montesquieu, é distinto, autônomo e independente dos demais. Com cada função correspondendo a um órgão, a concentração dos poderes inerentes aos Estados nas mãos dos soberanos passou a ser uma realidade combativa neste período, verdadeiro nascedouro do Liberalismo, que encontra grande exemplo nas revoluções americana e francesa, bem como na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Assim, pela teoria de Montesquieu, cada órgão estatal limitava-se a exercer uma função que lhe era inerente, própria de sua esfera de competência, que estava diretamente ligada à sua natureza. Chamaremos esta função de típica. 3) A matéria à luz da CF/88: funções típicas e atípicas – Nossa Constituição Federal estabelece, em seu art. 2º: 1 Extraído de: ARISTÓTELES: FUNDAMENTOS DO PODER POLÍTICO. Art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 3 Identifica, pois, seguindo a teoria da Separação de Poderes de Montesquieu, as três funções estatais (ou Poderes da União): Legislativa, Executiva e Judiciária. E ainda lhes acrescenta duas características: serem independentes e harmônicos entre si. São in(ter)dependentes porque cada função é exercida dentro de determinada parcela de competências asseguradas constitucionalmente, através do poder constituinte originário, sendo que há uma dependência mútua, gerando uma realidade de complementaridade. Apesar da independência, os Poderes devem ser também harmônicos, o que quer dizer que entre eles deve coexistir em meio à coesão, como se fossem um organismo, com equilíbrio, sintonia, integração e proximidade. Cada parcela de competência é atribuída de forma exclusiva ao respectivo órgão que exerce tais funções, não havendo a possibilidade de delegação (daí falar-se no princípio da indelegabilidade de atribuições). Mas, em relação ao entendimento de Montesquieu, a grande novidade é o fato de o rol de matérias que cabe a cada um dos Poderes não se limita apenas às chamadas funções típicas, mas também a outras, chamadas atípicas. A cada função típica de um órgão, correspondem outras duas, atípicas (que determinados órgãos vêm a assumir, mas que são originalmente da esfera de competências de natureza típica dos outros dois órgãos). Citando, por exemplo, o Poder Legislativo, este exerce de forma típica a função legislativa, mas também exerce a função atípica executiva e a função atípica jurisdicional. Tal relativização que se operou sobre a teoria de Montesquieu encontra-se amparada por nossa ordem constitucional, cujo poder constituinte originário possibilita o exercício tanto de funções típicas quanto de funções atípicas por cada um dos Poderes, sem prejuízo de umas em relação às outras. Veja o quadro abaixo, trazendo, em resumo, algumas das funções típicas e atípicas de cada Poder:2 ÓRGÃO FUNÇÃO TÍPICA FUNÇÃO ATÍPICA LEGISLATIVO - legislar - fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial do Executivo - Natureza executiva: ao dispor sobre sua organização, provendo cargos, concedendo férias, licenças a servidores etc. - Natureza jurisdicional: o Senado julga o Presidente da República nos crimes de Responsabilidade (art. 52, I) EXECUTIVO - prática de atos de chefia de Estado, chefia de governo e atos de administração - Natureza legislativa: o Presidente da República, por exemplo, adota medida provisória com força de lei (art. 62) - Natureza jurisdicional: o Executivo julga, apreciando defesas e recursos administrativos JUDICIÁRIO - julgar (função jurisdicional), dizendo o direito no caso concreto e dirimindo os conflitos que lhe são levados, quando da aplicação da lei. - Natureza legislativa: regimento interno de seus tribunais (art. 96, I, “a”) - Natureza executiva: administra, v. g., ao conceder licenças e férias aos magistrados e serventuários (art. 96, I, “f”) Assim, a regra é a da indelegabilidade das atribuições típicas de cada órgão, mas existem algumas hipóteses, previstas constitucionalmente para que determinado 2 Extraído de: PEDRO LENZA: DIREITO CONSTITUCIONAL ESQUEMATIZADO. 4 órgão exerça a função típica de outro (são as chamadas funções atípicas). Há, ainda, a hipótese das leis delegadas (art. 68, CF/88), que estudaremos mais adiante. TEORIA DOS “FREIOS E CONTRAPESOS” Pela teoria dos Freios e Contrapesos (Checks and Balances), conclusão da teoria de Montesquieu, entende-se que “só o poder pode frear o poder”. Assim, temos que os poderes entre si se limitam, se fiscalizam, se regulam para evitar seus abusos e exercem um controle recíproco entre si. Daí a necessidade de que cada poder sejaautônomo e constituído de pessoas e grupos diferentes. PODER UNO E A “TRIPARTIÇÃO DE PODERES” Algumas doutrinas afirmam algo que parece possuir bastante lógica. Se partirmos do entendimento de que todo o Poder, atributo do Estado, que emana do povo, é UNO e INDIVISÍVEL (você deve ter aprendido isso em “Ciência Política e Teoria do Estado” e em “Direito Constitucional I”), seria inadmissível pensar que o Poder possa se repartir em três. Acontece que a denominação “poderes”, utilizada, inclusive, em nossa CF/88, adquire aqui outro sentido. Significa “funções”. Cada função corresponde à uma forma específica e particular de o Estado manifestar sua vontade (seja na elaboração de leis, na execução delas ou na sua aplicação, para resolver conflitos nos casos concretos). Essas funções são distribuídas e exercidas por seus respectivos órgãos, instrumentos através dos quais o Estado as exerce. E o Poder do Estado é exercido de forma eficaz, ao assegurar, constitucionalmente, a cada órgão, determinadas funções. SEPARAÇÃO DE PODERES ENQUANTO CLÁUSULA PÉTREA Alçada à condição de cláusula pétrea, por força do art. 60, § 4º, III, a separação de poderes não é passível de modificações por emendas constitucionais tendentes a aboli-la. Com isso, visa-se assegurar que o Poder seja exercido de forma não-concentrada, estando cada órgão responsável pelas matérias sobre as quais for competente (independente dos demais), embora funcione de forma una e conexa (harmoniosamente). Veja, pois, o dispositivo constitucional: Art. 60. (...) § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: III - a separação dos Poderes; 5 Congresso Nacional PODER LEGISLATIVO PARTE I Tendo estudado a teoria geral da Separação dos Poderes, podemos, então, iniciar o estudo de cada um dos órgãos nos quais as funções do Poder estão distribuídas. Começaremos com o Poder Legislativo. ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO O Poder Legislativo, no âmbito federal, adota, em sua estrutura, um sistema chamado BICAMERAL. Tem este nome por ser composto por duas Casas (ou Câmaras): a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. A Câmara dos Deputados é composta pelos Deputados Federais, representantes do povo, que exercem, em nome do povo, o poder (por isso o regime adotado na RFB é chamado democracia indireta). Já o Senado Federal, como nós vimos, ainda nas características da Federação (presentes na Nota de Aula 01), são os representantes da pessoa jurídica dos Estados-membros e do Distrito Federal. E assim estabelece o art. 44, caput da CF/88: PODER LEGISLATIVO ESTADUAL, MUNICIPAL E DISTRITAL O Poder Legislativo estadual se caracteriza por ser UNICAMERAL (art. 27). A Câmara única se chama Assembleia Legislativa e nela trabalham os Deputados Estaduais, que representam o povo de seus respectivos Estados, seguindo a seguinte regra numérica (art. 27, caput da CF/88): Ou seja, em Estados com até 12 Deputados Federais, teremos uma correspondência com a “regra do triplo” de Deputados Estaduais (36). Daí por diante, o número de Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. 6 Deputados Estaduais irá aumentando de um em um, seguindo o número de Deputados Federais até o seu limite máximo (de 70 deputados), hipótese na qual teremos 94 Deputados Estaduais, o máximo possível. O mandato, ou seja, o período no qual o Deputado Estadual (no caso) exerce determinadas funções inerentes ao Poder Legislativo exercido, é o de 4 anos, aplicando- se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas (art. 27, § 1º da CF/88). Quanto à remuneração destes deputados, veja a letra do art. 27, § 2º da CF/88: Já o Poder Legislativo Municipal, que também adota o UNICAMERALISMO, é exercido na Câmara Municipal (ou Câmara dos Vereadores) por meio dos Vereadores, que representam o povo do Município (art. 29 da CF/88). Para se aferir o número de Vereadores, observar-se-á um critério proporcional, dentro dos limites estabelecidos no art. 29, IV da CF/88. Vejamos o dispositivo (ressalte- se que as alíneas d a x foram incluídas pela Emenda Constitucional nº 58, de 23 de setembro de 2009): § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de: a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes; 7 g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes; k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; 8 O mandato dos Vereadores é, igualmente, de 4 anos. Já o art. 29, VIII assegura a imunidade material dos Vereadores. Vejamos: Quanto à remuneração, está disciplinada no art. 29, V e VI: Com a Emenda Constitucional nº 25, de 2000, o acréscimo do art. 29-A à CF/88 deixou de forma mais clara e objetiva os critérios para controle de gastos públicos do Poder Legislativo dos Municípios. Quando se fala em Poder Legislativo Distrital, entende-se ser aquele exercido pela Câmara Legislativa do DF, composta por Deputados Distritais, que representam, num sistema também UNICAMERAL, o povo do Distrito Federal (art. 32, caput). Aplicam-se as características dos Estados-membros, com as cabíveis modificações, é claro, ao Legislativo do DF, conforme regra do art. 32, § 3º da CF/88, que remete a do art. 27 (que trata do Poder Legislativo Estadual). Veja: Enfim, muito embora saibamos que nossa Federação, atualmente, não conta com Territórios Federais, há também a previsão da forma como se organizará o Legislativo destes, pela letra do art. 33, § 3º, última parte, que diz: VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; § 3º - Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27. 9 Inclusive, por não haver Territórios Federais hoje no Brasil, tal lei da qual fala o dispositivo supra nunca foi criado. Mas, se criados, a regra do art. 45, § 2º, deverá ser observada: ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL Voltando a tecer comentários acerca do Poder Legislativo Federal, o Congresso Nacional (CN), de forma geral (matérias que devem ser apreciadas e disciplinadas pelas duas Casas que o compõem), possui suas atribuições disciplinadas ao longo do art. 48 de nossa Constituição Federal de 1988. Vejamos o dispositivo: § 3º - Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa. Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. § 2º - Cada Território elegerá quatro Deputados. Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado; III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas; IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento; V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União; VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas; VII - transferência temporária da sede do Governo Federal; 10 Perceba o requisito de sanção presidencial para que o CN possa dispor sobre todas as matérias de competência da União. A importante Emenda Constitucional nº 32, de 2001, modificou e acrescentou alguns incisos a este artigo e ainda modificou o dispositivo do art. 84, VI, “a”, de nossa CF/88, entendendo como privativa ao presidente a competência de dispor, por meio de decreto, sobre a organização e o funcionamento da administração federal, quando não implicar o aumento de despesa nem a criação ou extinção de órgãos públicos. O artigo seguinte, 49 da CF/88, traz as matérias de competência exclusiva do CN, dispensando-se a manifestação do Presidente da República sobre elas (seja para sancionar ou para vetar). Vejamos:VIII - concessão de anistia; IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal; X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; XII - telecomunicações e radiodifusão; XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações; XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal. XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; VI - mudar temporariamente sua sede; VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; 11 Câmara dos Deputados Estes atributos se concretizam, como veremos (na Nota de Aula 07), por meio de decretos legislativos. CÂMARA DOS DEPUTADOS Na sequência da CF/88, passa-se a disciplinar sobre cada uma das Casas que compõe o CN. Primeiro, a Câmara dos Deputados (CD). Tanto Câmara dos Deputados quanto Senado Federal tem competências privativas inerentes às suas atribuições e o Congresso Nacional tem, como vimos, competências exclusivas inerentes ao Poder Legislativo como um todo. Como já havíamos mencionado, a CD é composta por representantes do povo, os Deputados Federais que são eleitos para mandatos de 4 anos (correspondente à legislatura – art. 44, § único)e que exercem, em nome do povo que representam em âmbito federal, o poder. A eleição dos Deputados Federais seguirá um princípio proporcional, sendo que serão tantos os Deputados quanto for o tamanho da população de seus respectivos VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes; XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. 12 Estados-membros de origem, limitado-se, apenas, à fixação de um número mínimo de Deputados (8) e um número máximo (70), por meio de ajustes necessários no ano anterior ao da eleição. Veja o art. 45, caput e § 1º de nossa CF/88: O número de Deputados passou a ser fixado pela LC nº 78/93 em 513. Lembre que, na hipótese de criação de Territórios Federais, estes elegerão um número fixo de 4 Deputados, mas não poderão, obviamente, eleger Senadores, por não possuírem autonomia política nem serem pessoas jurídicas. Veja o quadro abaixo, com o número de deputados por Unidade Federativa: Fonte: http://www2.camara.gov.br/a-camara/conheca Terminado o mandato e a legislatura (que não se confundem. A Constituição Federal de 1988 estabelece que cada legislatura terá a duração de quatro anos (art. 44, § único), tempo que coincide com o mandato de Deputado Federal e equivale à metade da duração do mandato de Senador da República, que é de oito anos. Numa perspectiva temporal da legislatura no Brasil, cabe compreendê-la como o intervalo de tempo em que Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. § 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados. 13 cada Congresso Nacional eleito tem competência para exercer o Poder Legislativo, sem que haja a renovação de sua composição, ou ao menos a possibilidade de que isso aconteça, em virtude de novas eleições gerais), poderá o Deputado se reeleger para mais 4 anos. O vocábulo legislatura costuma ser utilizado também para referir-se à instituição competente para o exercício do Poder Legislativo. São requisitos para candidatura de Deputados Federais: Ser brasileiro nato ou naturalizado (art.14, § 3º, I), com a exigência de ser brasileiro nato para ocupar Presidência da CD (art. 12, § 3º, II); Ser maior de 21 anos (art. 14, § 3º, VI, “c”); Estar em pleno exercício dos direitos políticos (art. 14, § 3º, II); Ter alistamento eleitoral (art. 14, § 3º, III); Ter domicílio eleitoral na circunscrição (art. 14, § 3º, IV); Ter filiação partidária (art. 14, § 3º, V). O art. 51 da CF/88 traz as matérias de competência privativa da CD, que não dependerão de sanção presidencial (como vimos pelo art. 48, caput). Vejamos o dispositivo: Tais atribuições se materializam por meio de resoluções, como veremos nas próximas Notas de Aula. Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado; II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; III - elaborar seu regimento interno; IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observadosos parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. 14 Senado Federal SENADO FEDERAL A outra Câmara que compõe o CN é o Senado Federal (SF), composto pelos representantes das pessoas jurídicas autônomas dos Estados-membros e do DF. O critério utilizado para composição do SF segue o princípio majoritário, no qual o(s) Senador(es) mais votado(s) em uma eleição assume(m) a Casa, sendo que cada Estado e o DF terá o número fixo e igual de 3 Senadores, eleitos, cada um, com 2 suplentes. Como temos 27 Unidades Federadas (incluindo Estados e DF), temos, portanto, 81 Senadores. Fica mais claro que o mandato não se confunde com a legislatura porque, no Senado, cada mandato (8 anos) corresponde a duas legislaturas (4 anos cada uma). Os Senadores eleitos cumprem mandato de 8 anos e sua renovação ocorre de quatro em quatro anos, na proporção 1/3 e 2/3. Citarei como exemplo o caso do Ceará: nas eleições de 2006, foi eleito um Senador que cumprirá mandato de 2007 a 2014 (Inácio Arruda). Em 2007, já existiam 2 Senadores eleitos desde 2002 (Patrícia Saboya e Tasso Jereissati), com início do mandato em 2003 e que já tinham cumprido 4 anos de mandato no final de 2006. Assim, como em 2006 foi trocado 1 dos 3, em 2010 se elegeram 2 dos 3 (Eunício Oliveira e José Pimentel), começando um novo mandato de 8 anos em 2011. Assim, sempre existirão 3 Senadores, só que a renovação deles se dará a cada nova legislatura (de 4 em 4 anos), na proporção 1/3 e 2/3. São requisitos para candidatura de Senadores: Ser brasileiro nato ou naturalizado (art.14, § 3º, I), com a exigência de ser brasileiro nato para ocupar Presidência do SF (art. 12, § 3º, III); Ser maior de 35 anos (art. 14, § 3º, VI, “a”); Estar em pleno exercício dos direitos políticos (art. 14, § 3º, II); Ter alistamento eleitoral (art. 14, § 3º, III); Ter domicílio eleitoral na circunscrição (art. 14, § 3º, IV); Ter filiação partidária (art. 14, § 3º, V). O art. 52 da CF/88 traz as matérias de competência privativa do SF, que não dependerão de sanção presidencial (como vimos pelo art. 48, caput). Vejamos o dispositivo: 15 Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; c) Governador de Território; d) Presidente e diretores do banco central; e) Procurador-Geral da República; f) titulares de outros cargos que a lei determinar; IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente; V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato; c) Governador de Território; d) Presidente e diretores do banco central; e) Procurador-Geral da República; f) titulares de outros cargos que a lei determinar; IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente; V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato; XII - elaborar seu regimento interno; 16 Também são essas atribuições materializadas por meio de resoluções, como veremos na Nota de Aula 07. Para sintetizar nosso estudo sobre a composição e a organização geral do Congresso Nacional, segue abaixo um esquema3: ESQUEMA COMPARATIVO DA ORGANIZAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL REMUNERAÇÃO DOS PARLAMENTARES 3 Dados extraídos do quadro comparativo da pág. 449 de PEDRO LENZA: DIREITO CONSTITUCIONAL ESQUEMATIZADO. CÂMARA DOS DEPUTADOS Representantes do povo; Princípio proporcional à população de cada Estado e do DF, sendo que os TFs elegerão 4 (art. 45, §2º); LC nº 78/93 fixou em 513 o número de Deputados Federais. Nenhum Estado terá menos que 8 e mais que 70 Deputados; Mandato de 1 legislatura (4 anos); Renovação a cada 4 anos, sendo possível a reeleição; Idade mínima: 21 anos.* SENADO FEDERAL Representantes da pessoa jurídica dos Estados-membros e do DF; Princípio majoritário; 3 Senadores por Estado e pelo DF, cada qual com 2 suplentes. Atualmente, 81 Senadores; Mandato de 2 legislaturas (8 anos); Renovação a cada 4 anos (1/3 e 2/3), sendo que cada Senador cumpre o mandato de 8 anos; Idade mínima: 35 anos.* XIII - dispor sobre suaorganização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. *observados também outros requisitos políticos (arts. 12 e 14 da CF/88). 17 O Decreto Legislativo (DLG) nº 805, de 2010, fixou o subsídio máximo (o mesmo que os Ministros do STF, que o Presidente, seu Vice e os Ministros de Estado recebem) mensal aos membros do Congresso Nacional (referido no art. 49, VII da CF/88): R$ 26.723,13, valor que é o teto. Em relação ao subsídio anterior (R$ 16.512,09), o aumento foi de 61,84%, isso sem falar de outros valores, como as verbas indenizatórias e os para pagamento de passagens aéreas. > NA PRÓXIMA NOTA DE AULA: PODER LEGISLATIVO - PARTE II (FUNCIONAMENTO). COMO O ASSUNTO CAIU EM AP’s PASSADAS? 1) Desejava o Presidente do Brasil declarar guerra contra a Venezuela. Para tanto, pediu autorização do Poder Legislativo, que lhe foi dada, pelo Senado Federal, em sessão extraordinária. Este procedimento se reveste de constitucionalidade? 2) A Câmara dos Deputados, no exercício de suas atribuições, determinou a suspensão parcial da execução de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF. Conforme a CF/88, isso seria possível? Obs.: Serão consideradas válidas as respostas fundamentadas na Constituição Federal. Seja sintético, claro, lógico e preciso. Leia com atenção e responda sem pressa. _____________________________________________________________________________ ESTE MATERIAL NÃO SUBSTITUI A LEITURA BIBLIOGRÁFICA (BÁSICA E COMPLEMENTAR) DA DISCIPLINA “DIREITO CONSTITUCIONAL II”.
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