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115 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Unidade IV 7 CAIXA Vamos lembrar que ativo financeiro são os recursos disponíveis como caixa, banco etc. Por sua vez, passivo financeiro são os recursos como empréstimos de curto prazo. Assim, os ativos financeiros devem ser suficientes para arcar com as obrigações do passivo financeiro. A forma de se encontrar o valor em caixa é utilizar a seguinte fórmula: Ativo financeiro – Passivo financeiro Essa conta é reveladora, pois mostra se a empresa tem recursos financeiros de curto prazo para financiar atividades operacionais ou permanentes, o que é perigoso e indesejável, pois as atividades operacionais devem ser financiadas por atividades operacionais. Exemplo Tabela 60 Disponível ou Saldo de caixa Valor Ativo financeiro $ 4.290,00 Passivo financeiro $ 5.350,00 Disponível ou tesouraria ($ 1.060,00) Esse exemplo ilustra que a empresa utiliza recursos financeiros de curto prazo caros para financiar as suas operações. Para entender melhor essa situação, vamos nos lembrar de alguns pontos. Os ativos são consumidores de recursos, é onde se fazem investimentos, aplica-se dinheiro. Os ativos são separados em ativos financeiros, operacionais e permanentes; aqui, estamos focando no ativo financeiro, que é de curto prazo. No lado do passivo, devemos enxergar da mesma maneira: o passivo financeiro são obrigações de curso prazo. Graficamente, a situação do exemplo ficaria assim: 116 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Ativo financeiro Passivo financeiro Vamos nos lembrar de que passivo é fonte de recurso, assim, essa fonte sustenta o ativo. Esse excesso de passivo de curto prazo vai ser utilizado para investir em atividades operacionais e permanentes, e isso não é bom, pois são recursos operacionais que deveriam ser alimentados pelo passivo operacional. Figura 28 A situação evidencia-se da seguinte forma: Tabela 61 - Análise geral Ativo Passivo Análise dinâmicaUsos de capital ou investimentos Fontes de capital ou financiamentos Investimento Valor Financiamento Valor Ativo financeiro CP LP TT 4.290 2.000 6.290 Passivo financeiro CP LP TT 5.350 16.100 21.450 Tesouraria Disponível LP Disponível TT (1.060) (14.100) (15.160) Ativo operacional CP LP TT 15.920 4.590 20.510 Passivo operacional CP LP TT 8.580 2.100 10.680 NCG NCG CP NCG LP NTCG 7.340 2.490 9.830 Ativo permanente 26.800 Passivo permanente 21.470 CDG (5.330) Ativo - investimento 53.600 Passivo financiamento 53.600 Em uma análise dinâmica, podemos ver os saldos do ativo financeiro de curto e longo prazos. Caixa disponível de curto prazo (tesouraria) 4.290 – 5.350 = (1.060) Isso significa que temos recursos de curto prazo financiando atividades operacionais ou permanentes. Caixa disponível de longo prazo 2000 – 16.100 = (14.100) Se analisar o todo, temos: Caixa disponível total 6290 – 21.450= (15.160) 117 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Em uma análise do ativo operacional, podemos fazer mais algumas observações. Necessidade de capital de giro de curto prazo AO cp – PO cp = 15.920 – 8.580 = 7.340 Necessidade de capital de giro de longo prazo AO Lp – PO Lp = 4.590 – 2100 = 2.490 Necessidade total de capital de giro Aqui, utiliza-se a soma dos ativos operacionais menos a soma dos passivos operacionais. 7.340 + 2.490 = 9.830 Capital de giro Passivo permanente – Ativo permanente = 21.470 – 26.800 = (5.330) Esse é o valor que a empresa tem nos ativos que está acima dos recursos próprios dela, mostrando a necessidade de se obter financiamento de alguma outra fonte. Exemplos de Aplicação Tabela 62 Ativo Passivo Circulante Circulante Caixa R$ 45.000 Fornecedores R$ 10.000 Estoques R$ 24.750 Salários a pagar R$ 16.250 Duplicatas a receber R$ 22.500 Empréstimo CP R$ 5.000 Imposto de Renda a recolher R$ 4.500 Total ativo circulante R$ 92.250 Total passivo circulante R$ 35.750 Ativo não circulante Passivo não circulante Realizável em longo prazo Exigível em longo prazo Duplicatas a receber R$ 25.000 Financiamento bancário R$ 25.750 Imobilizado Patrimônio líquido Veículos R$ 36.000 Móveis e utensílios R$ 35.000 Lucros/prejuízos acumulados R$ 32.500 Prédio R$ 50.000 Capital social R$ 144.250 Total ativo não circulante R$ 146.000 Total passivo não circulante R$ 202.500 Total R$ 238.250 Total R$ 238.250 118 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Vamos agora separar os dados do balanço em atividades conforme discutimos na unidade anterior. Tabela 63 Ativo Passivo Financeiro Financeiro Caixa R$ Empréstimo R$ Banco R$ Total financeiro R$ Total Financeiro R$ Operacional Operacional Duplicatas a receber R$ Fornecedores R$ Estoques R$ Salários a pagar R$ Imposto de Renda a recolher R$ Total do operacional R$ Total do operacional R$ Permanente Permanente Duplicatas a receber LP R$ Exigível de LP R$ Imobilizado R$ Patrimônio líquido R$ Total permanente R$ Total permanente R$ Calcular 1. Caixa disponível total, fórmula = Ativo financeiro – passivo financeiro 2. Necessidade total de capital de giro Fórmula = ativo operacional – passivo operacional 3. Capital de giro Fórmula Passivo permanente – ativo permanente Solução dos exercícios Ativo Passivo Circulante Circulante Caixa R$ 45.000 Fornecedores R$ 10.000 Estoques R$ 24.750 Salários a pagar R$ 16.250 Duplicatas a receber R$ 22.500 Empréstimo CP R$ 5.000 Imposto de Renda a recolher R$ 4.500 Total ativo circulante R$ 92.250 Total passivo circulante R$ 35.750 Ativo não circulante Passivo não circulante Realizável em longo prazo Exigível em longo prazo Duplicatas a receber R$ 25.000 Financiamento bancário R$ 25.750 119 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Imobilizado Patrimônio líquido Veículos R$ 36.000 Móveis e utensílios R$ 35.000 Lucros/prejuízos acumulados R$ 32.500 Prédio R$ 50.000 Capital social R$ 144.250 Total ativo não circulante R$ 146.000 Total passivo não circulante R$ 202.500 TotalR$ 238.250 Total R$ 238.250 Vamos agora separar os dados do balanço em atividades, conforme discutimos na unidade anterior. Ativo Passivo Financeiro Financeiro Caixa R$ 45.000 Empréstimo R$ 5.000 Banco R$ 0 Total financeiro R$ 45.000 Total financeiro R$ 5.000 Operacional Operacional Duplicatas a receber (CP) R$ 22.500 Fornecedores R$ 10.000 Estoques R$ 24.750 Salários a pagar R$ 16.250 Imposto de Renda a recolher R$ 4.500 Total do operacional R$ 47.250 Total do operacional R$ 30.750 Permanente Permanente Duplicatas a receber LP R$ 25.000 Exigível de LP R$ 25.750 Imobilizado R$ 121.000 Patrimônio líquido R$ 176.750 Total permanente R$ 146.000 Total permanente R$ 202.500 1. Caixa disponível = AF - FP Caixa disponível = 45.000 – 5.000 = 40.000 2. Necessidade total de capital de giro Fórmula = ativo operacional – passivo operacional NCP = AO – PO NCG = 47.250 – 30.750 = 16.500 3. CG = passivo permanente – ativo permanente CG = 202.500 – 146.000= 56.500 120 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 7.1 Ciclo de caixa Analisando o caixa de uma empresa, foi possível até aqui apontar o caixa disponível de curto prazo, de longo prazo, a necessidade de capital de giro de curto e longo prazos, o capital de giro da empresa, tudo isso separando as informações do balanço patrimonial em atividades como financeira, operacional e permanente. Com essas informações, torna-se possível fazer uma análise sobre as operações da empresa, como saber de onde vem o dinheiro utilizado e verificar se é um recurso caro ou não. Mas essa não é a única forma de analisarem as operações de caixa de uma empresa. Podemos ainda analisar esses valores por meio do ciclo de caixa, que pode ser definido como o período em que a empresa precisa financiar as operações com recursos próprios ou de terceiros. Mas, como assim financiar suas operações? Para responder a essa dúvida, devemos pensar na empresa como um conjunto de ciclos, ou etapas, por exemplo: A empresa compra matéria-prima, recebe-a e em algum momento qualquer paga por ela. Utiliza a matéria-prima na produção após determinado tempo. O período de produção leva certo tempo e consome mão de obra, entre outros. Depois de pronto, o produto espera para ser vendido ou entregue aos clientes. Após ser vendido, há um prazo para receber as vendas, encerrando assim os ciclos da empresa. Esse ciclo vai acontecer em qualquer empresa, não importa o ramo de atuação nem o porte, o que vai ser diferente são os prazos e as políticas adotadas na compra, no pagamento, na produção, na venda e no recebimento, mas as etapas vão ocorrer. Representando graficamente, ficaria da seguinte maneira: Compra de Matéria-prima PMEMP PMEPAPMF PMR Início da fabricação Fim da fabricação Vendas Recebimento das vendas Figura 29 Para cada etapa, vamos dar um nome e isso servirá para alinharmos as ações da empresa. Exemplo: Compra de Matéria-prima PMEMP Início da fabricação Figura 30 121 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL A etapa entre a compra de matéria-prima e o início da fabricação, vamos chamar de prazo médio de estocagem de matéria-prima. PMF Início da fabricação Fim da fabricação Figura 31 A etapa entre o início e o fim da fabricação é o que chamamos de prazo médio de fabricação. PMEPA Fim da fabricação Vendas Figura 32 A etapa entre o fim da fabricação e as vendas é o prazo médio de estocagem dos produtos acabados. PMR Vendas Recebimento das vendas Figura 33 A etapa entre as vendas e o recebimento é o que chamamos de prazo médio de recebimento. O ciclo entre a compra de matéria-prima e o recebimento das vendas é o que chamamos de ciclo operacional, conforme a figura a seguir: Compra de Matéria-prima PMEMP PMEPAPMF Início da fabricação Fim da fabricação Ciclo operacional Vendas Recebimentodas vendas Figura 34 O ciclo entre a compra de matéria-prima e as vendas é o que vamos chamar de ciclo econômico. 122 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Compra de Matéria-prima PMEMP PMEPAPMF Início da fabricação Fim da fabricação Ciclo econômico Vendas Recebimentodas vendas Figura 35 Uma operação da qual não podemos nos esquecer é o pagamento de fornecedores. O ciclo entre a data de pagamento e o recebimento das vendas é o que vamos chamar de ciclo financeiro ou ciclo de caixa. Compra de Matéria-prima PMEMP PMEPAPMF Início da fabricação Fim da fabricação Ciclo financeiro (caixa) Vendas Recebimentodas vendas PMR PMP Figura 36 O gráfico completo com todas as operações, podemos observar a seguir: Compra de Matéria-prima PMEMP PMEPAPMF Início da fabricação Fim da fabricação Ciclo operacional Vendas Recebimentodas vendas PMEMP PMEPAPMF Ciclo econômico Ciclo financeiro (caixa) PMR PMP Figura 37 Então, vamos entender como ciclo operacional o período entre a entrada de matéria-prima em estoque e o prazo de recebimento das vendas. E o ciclo de caixa como o período entre os prazos de pagamentos médios da empresa e os recebimentos de vendas. Algumas siglas úteis: 123 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL • PMM – Prazo médio de estoque de matéria-prima. • PMP – Prazo médio de produção ou de estoque em processo. • PMA – Prazo médio de vendas ou de produto acabado. • PMC – Prazo médio de cobrança. • PMPF – Prazo médio de pagamento de fornecedores. • PMPS – Prazo médio de pagamento de salários. • PMPI – Prazo médio de pagamento de impostos. Para entender melhor, vamos adicionar mais algumas informações contábeis para melhor explicar o ciclo de caixa. Tabela 64 Balanço Patrimonial - valores correntes de 31/12/2004 (milhões de Reais) Ativo Valor Passivo Valor Caixa 1.610 Empréstimos bancários 3.200 Bancos 2.680 Fornecedores 6.720 Duplicatas a receber 11.340 Salários e encargos sociais 700 (-) PDD (270) Impostos 1.160 (-) Duplicatas descontadas (2.150) Passivo circulante 11.780 Estoques 4.850 Passivo não circulante Matéria-prima 1.400 Debêntures 16.100 Produtos em processo 1.080 Impostos 2.100 Produtos acabados 2.370 Exigível a longo prazo 18.200 Ativo circulante 18.060 Ativo não circulante Duplicatas a receber 4.590 Empréstimos a controlar 2.000 Patrimônio líquido 21.470 Realizável a longo prazo 6.590 Ativo permanente 26.800 Total do ativo 51.450 Total do passivo 51.450 Tabela 65 Informações adicionais do exercício Total das vendas no período $ 60.000 Custo do produto vendido (CPV) $ 24.000 Matéria-prima consumida no ciclo $ 11.790 Compras realizadas dentro do ciclo $ 32.595 Salários pagos no ciclo $ 12.429 Imposto recolhido no ciclo $ 15.439 124 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Com o balanço e as informações adicionais, será possível quantificar o ciclo de caixa, calculando o prazo médio de cada uma das contas. Inicialmente,vamos transformar os estoques em prazos médios: Prazo médio de estocagem das matérias-primas (PMM) PMM = (estoque de matérias-primas / consumo de MP) x 360 PMM = (R$ 1.400 / R$ 11.790) x 360 = 43 dias Assim, em média, a matéria-prima ficou estocada durante aproximadamente 43 dias. Prazo médio de fabricação ou de produto em processo (PMP) PMP = (estoque de produtos em processo / CPV) x 360 PMP = (R$ 1.080 / R$ 24.000) x 360 =16 dias O processo de produção dura em média 16 dias. Prazo médio de vendas ou de produtos acabados (PMA) PMA = (estoque de produtos acabados / CPV) x 360 PMA = (R$ 2.370 / R$ 24.000) x 360 = 36 dias O produto acabado ficou estocado durante 36 dias em média esperando para ser vendido. Esses dados foram extraídos do balanço patrimonial e da tabela de dados adicionais, e podem ser interpretados como o tempo médio que as matérias-primas ficam paradas em estoque, o prazo em que elas ficam em processo de transformação e o tempo que o produto acabado demora a ser vendido. Mas, o que é necessário saber para calcular esses prazos médios? • Conhecer todos os fluxos da empresa. • Ter acesso ao balanço patrimonial. • Ter acesso ao DRE. • Saber interpretar os resultados obtidos. Ainda assim, que tipo de decisões podem-se tomar com esses prazos em mãos? É ao que vamos responder com a junção de todos os dados obtidos. 125 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Agora, precisamos obter os prazos gerais de estoque: Prazo médio dos vários estoques = PMM + PMP + PMA Prazo médio dos vários estoques = 43 dias + 16 dias + 36 dias Prazo médio dos vários estoques = 95 dias Compra de Matéria-prima PMM 43 dias 16 dias 36 dias PMAPMP Início da fabricação Fim da fabricação Vendas Figura 38 Perceba que, em todas as etapas, geram-se saídas ou consumo de recursos e não há entradas, somente gastos. Dependendo dos prazos para pagamento de fornecedores, isso pode ser bom ou não para a empresa. A empresa pode ou não ser colocada em situação de necessitar de muito capital de giro, pois gastaria muito antes e entrariam recursos somente depois de certo tempo. Transformando recebimentos em prazos médios: Prazo médio de cobrança – PMC PMC = (Duplicatas a receber / Vendas) x 360 Lembre-se de que, quanto às duplicatas a receber, temos: 11.370 de curto prazo e 270 de PDD (duplicatas duvidosas de recebimento). Assim, de duplicatas a receber de curto prazo, temos R$ 11.070. Com relação a duplicatas a receber de longo prazo, temos R$ 4.590. Como nosso objetivo é fazer a necessidade de capital de giro de curto prazo vamos considerar somente as duplicatas de curto prazo, se por acaso fossemos buscar necessidade de capital de giro total deveríamos utilizar todas as duplicatas, de curto e longo prazo, abatendo as deduções. PMC = ($ 11.070 / $ 60.000) x 360 = 66 dias Esse é o prazo que a empresa leva para receber as vendas realizadas. Obs.: alguns autores consideram como duplicatas a média entre dois anos consecutivos; aqui, como temos somente um ano mencionado, para facilitar o exemplo, estamos considerando o valor total do ano em questão. 126 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 É importante que o aluno não se esqueça dos conceitos dados anteriormente, assim, vamos fazer agora o ciclo de caixa ou financeiro. Podemos perceber que o ciclo de caixa ou financeiro no lado do ativo é de 189 dias: Ciclo de caixa ativo + 43 (PMM) – prazo médio de estoque de matéria prima + 16 (PMP) – prazo médio de produção + 36 (PMA) – prazo médio de estoque de acabado + 66 (PMC) – prazo médio de cobrança = 161 dias Obs.: o achado ainda é parcial, pois ainda não pagamos os fornecedores, devemos encontrar os prazos das obrigações para sabermos as necessidades de caixa. Primeiramente, transformamos as contas do ativo; agora, vamos transformar as contas do passivo em prazos médios. Prazo médio de pagamento de fornecedores (PMPF) PMPF = (Fornecedores a pagar / Compras) x 360 PMPF = ($ 6.720 / $ 32.595) x 360 = 74 dias Prazo médio de pagamento de salários e encargos sociais (PMPS) PMPS = (Salários a pagar / Salários incorridos no período) x 360 PMPS = ($ 700 / $ 12.429) x 360 = 20 dias Prazo médio de pagamento de impostos (PMPI) PMPI = (Impostos a pagar / Impostos incorridos) x 360 PMPI = ($ 1.160 / $ 15.439) x 360 = 27 dias Nessa situação, a empresa fez investimentos nos ativos operacionais para 189 dias e, como contrapartida, recebe financiamentos operacionais de 121 dias. 127 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Prazo médio do passivo operacional = PMPF + PMPS + PMPI Prazo médio do passivo operacional = 74 dias + 20 dias + 27 dias Prazo médio do passivo operacional = 121 dias Diante desse quadro, a necessidade de capital de giro seria a diferença entre os prazos do ativo e os prazos do passivo. 161 - 121 = 40 dias Isso significa que a empresa, em média, leva 121 dias para pagar suas obrigações. A empresa precisará de recursos para financiar 40 dias de operações, como segue: Tabela 66 Item Valores Número de dias Investimentos feitos no ciclo operacional de curto prazo Duplicatas a receber R$ 11.070 66 Estoques: R$ 4.850 95 • Matéria-prima R$ 1.400 43 • Produtos em processo R$ 1.080 16 • Produtos acabados R$ 2.370 36 Ativo operacional R$ 15.920 161 Financiamento recebido de caráter operacional de curto prazo Fornecedores R$ 6.720 74 Salários e encargos sociais R$ 700 20 Impostos R$ 1.160 27 Passivo circulante operacional R$ 8.580 121 Necessidade de capital de giro R$ 7.340 40 dias Para calcular o ciclo de caixa, podemos utilizar a seguinte fórmula: CC = PME + PMC – PMP PMM + PMP + PMA PMPF + PMPS + PMPI Prazo de recebimento de vendas CC = 95 + 66 – 121 = 40 dias 128 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ......(43).......(16).......(36).......(66). Investimento |....PMM......PMP......PMA.......PMC......... +--------+-------+------+------+--------+--------+- Dias |0 |30 |60 |90 | |120 |150 | | | | | | |...................................PMPF.....PMPS....PMPI..... ........ (74) ..(20) (27) Financiamento Figura 39 O ciclo do ativo, de 0 a 120, coincide com o ciclo de pagamento, ou de financiamento. O ciclo que vai de 120 a 150 (ativo) é a necessidade de financiamento da empresa ou de capital de giro. Exemplos de Aplicação 1. Uma empresa, em média, tem suas duplicatas cobradas em 70 dias, os estoques com idade média de 80 dias e as duplicatas a pagar em 45 dias; a empresa gasta R$ 4.200.000 a cada ano comercial. Calcule: a. o ciclo de caixa; b. o giro de caixa; c. a necessidade de capital de giro. Solução PME 80 0 20 40 60 80 100 120 140 PMPF 45 PMC 70 Ciclo operacional Figura 40 Ciclo operacional é a totalidade das operações – recebimento da mercadoria e prazo de recebimento. 80 + 70 = 150 dias O período de comprar matéria-prima, produzir, vender e receber vai durar 150 dias. 129 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Ciclo de caixa é a diferença entreo prazo de pagamento e o recebimento; em outras palavras, é o período em que a empresa precisa financiar suas operações. Para calcular, utilizamos a seguinte fórmula: CC = PME + PMC - PMP CC = 80 + 70 - 45 CC = 150 – 45 = 105 dias Assim, a empresa deverá ter recursos para trabalhar 105 dias. Necessidade de capital de giro é a quantia de que a empresa precisa para financiar os seus dias de operação. 4.200.000/360 = 11.666.66 por dia de gastos Como precisa financiar 105 dias, terá como necessidade de capital de giro o valor de R$ 1.225.000. Giro de caixa é a quantidade de vezes que a empresa terá que ter esse ciclo de caixa durante um período (ano). 36/105 = aproximadamente 3,43 vezes. Ou seja, a empresa precisará ter o valor de R$ 1.225.000 em média 3,43 vezes no ano para sustentar suas operações. 2. Uma empresa tem um prazo de estoque de 60 dias, um período médio de cobrança de 50 dias e um período de médio de pagamento de 40 dias. A empresa gasta R$ 900.000 por ano. a. Qual é o ciclo de caixa? b. Qual é o giro de caixa? c. Qual é a necessidade de capital de giro? Solução PME 60 0 20 40 60 80 100 120 140 PMPF 40 PMC 50 Ciclo operacional Figura 41 130 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Ciclo operacional é a totalidade das operações – recebimento da mercadoria e prazo de recebimento. 60 + 50 = 110 dias Entre comprar matéria-prima, produzir, vender e receber, isso vai levar 110 dias. Ciclo de caixa é a diferença entre o prazo de pagamento e o recebimento; em outras palavras, é o período em que a empresa precisa financiar suas operações. Para calcular, utilizamos a seguinte fórmula: CC = PME + PMC - PMP CC = 60 + 50 - 40 CC = 110 – 45 = 65 dias Assim, a empresa deverá ter recursos para trabalhar 65 dias. Necessidade de capital de giro é a quantia de que a empresa precisa para financiar os dias de operação da empresa. 900.000/360 = 2.500 por dia de gastos – como ela precisa financiar 65 dias, terá como necessidade de capital de giro o valor de R$ 162.500. Giro de caixa é a quantidade de vezes que a empresa terá que ter esse ciclo de caixa durante um período (ano). 360/65 = aproximadamente 5,53 vezes Ou seja, a empresa precisará ter o valor de R$ 162.500 em média 5,53 vezes no ano para sustentar as suas operações. Saiba mais O livro Finanças corporativas de curto prazo, a gestão valor de capital de giro, de Alberto Borges Matias (ed. Atlas, 2007), especificamente nos capítulos 1 a 3 e 5, aborda a gestão dos recursos financeiros de alocação circulante nas organizações – captação de recursos financeiros de curto prazo e aplicações de recursos financeiros de curto prazo. 131 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL 7.2 Indicadores Um orçamento, como qualquer outro instrumento financeiro, deve ter uma base de referência para medição de desempenho, conhecer seus significados e um direcionamento para melhorias. A montagem de indicadores de desempenho financeiro depende: • do tipo de empresa; • se nacional, multinacional ou estatal; • do grau de amadurecimento; • do grau de autonomia; • de aspectos culturais. Indicadores mais utilizados 1. Relativos Margem A margem bruta mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda que restou após a empresa ter pago seus produtos. Margem = Lucro Bruto Receita operacional Como gestor financeiro que precisa tomar decisões, deve-se olhar para esses valores como meio de ajuste de acordo com as necessidades. Se os valores forem baixos, isso pode significar: • problemas com o preço; • problemas com custo; • taxas excessivas de carregamento de estoques etc. Como se considera o lucro bruto, abatem-se somente os valores referentes ao custo do produto ou devoluções. Não é possível dizer um número considerado bom ou ruim, isso vai depender do tipo e porte do negócio da empresa em análise. Assim, conhecendo-se os possíveis problemas, torna-se mais fácil para encontrar as possíveis soluções. 132 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Exemplos de Aplicação Uma empresa está vendendo muito, mas não lhe está sobrando dinheiro. O que pode estar ocorrendo? A empresa analisou os custos de estoque e verificou que o volume que mantém em estoque é próximo do que ocorre no mercado; os custos de compras também são eficientes, assim como os custos de carregamentos gerais de estoque. O CMV também está na média de mercado. Além disso, a empresa tem como vantagem competitiva os preços, que são os melhores da região. O que você, como gestor financeiro, diria para essa empresa? Resposta esperada: Se a empresa tem os mesmos custos do mercado e vende por um preço menor do que o praticado nesse mesmo mercado, a consequência vai ser um lucro menor. Um lucro bruto menor vai pressionar o lucro líquido para baixo, pois ainda há os gastos operacionais. Deve, então, igualar os preços aos praticados no mercado, caso queira ter lucros maiores. Tabela 67 - Balanço patrimonial em X1 da empresa JCC Ativo Passivo Circulante Circulante Caixa 4.000 Fornecedores 6.000 Duplicatas a receber 16.000 Impostos a recolher 10.000 Estoques 8.000 Empréstimos 16.000 Total circulante 28.000 Total circulante 32.000 Não circulante Não circulante Realizável em longo prazo Exigível em longo prazo Créditos de diretores 2.000 Financiamento 4.000 Permanente Patrimônio líquido Imobilizado 126.000 Capital social 120.000 Total não circulante 128.000 Total não circulante 124.000 Total do ativo 156.000 Total do ativo 156.000 Foi considerado um DRE resumido para facilitar o cálculo para encontrar a margem bruta. 133 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Tabela 68 - DRE da empresa JCC X1 Receita operacional 20.000 (-) CMV 4.000 = Lucro bruto 16.000 Despesa operacional 8.000 = Lucro operacional 8.000 (-) IR e contribuição social 2.200 = Lucro líquido 5.800 Relembrando a fórmula, temos: Margem = Lucro Bruto Receita operacional Observação Receita operacional é o valor referente às vendas da empresa, podemos chamar de receita, de vendas líquidas. Margem = 16.000 = 0,8 ou 80% 20.000 Como gestor financeiro, como devemos olhar para esse valor? Isso significa que, para cada real vendido, a empresa lucrou R$ 0,80 após a dedução do CMV, ou seja, esse lucro será para arcar com as despesas operacionais e os impostos. Quando a margem bruta é baixa, a empresa é obrigada a minimizar os gastos operacionais, o que pode complicar as atividades da empresa. Obrigando a empresa a minimizar investimentos, isso dificulta a reserva de valores para as atividades dela. Margem operacional Resultado operacional / receitas operacionais Seguindo o mesmo raciocínio anterior, vamos extrair do DRE os valores da fórmula: Margem = Resultado operacional Receita operacional Margem operacional = 8.000 = 0,40 20.000134 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Para cada real de vendas, a empresa lucrou 0,40 centavos após abater as despesas operacionais. Note que ainda falta abater os impostos. O gestor financeiro deve observar que, mais importante que as vendas, é a lucratividade da empresa. Lucratividade A fórmula para calculá-la é: Lucratividade = 5.800 = 0,29 ou 29% 20.000 Chamamos também de margem líquida e aponta que, para cada real vendido, a empresa lucrou 0,29 centavos. Essa informação é importantíssima para o gestor financeiro, pois é esse o recurso a ser utilizado pela empresa com o menor custo. Um gestor financeiro não deve olhar somente para o faturamento, mas também para o quanto está se ganhando com essa operação. MB = 0,80 MO = 0,40 ML= 0,29 Mas, como saber se esses números estão bons ou não? • Acompanhe a evolução no passar do tempo. • Compare com os valores de mercado. • Compare com empresas do mesmo ramo e porte. • Compare com os objetivos da empresa. Porcentagem de gastos de estrutura Esse indicador faz uma relação entre os gastos operacionais e a venda da empresa. Em outras palavras, verifica se os gastos são compatíveis com as vendas. A fórmula é: Gastos operacionais = Gastos operacionais = 0,29 ou 29% Receitas operacionais Voltando ao balanço, temos: Gastos operacionais = 8.000 = 0,40 ou 40% 20.000 135 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Assim, para cada real vendido, a empresa gastou 0,40 no operacional. Quanto menor, melhor, pois, se as despesas são menores, os lucros serão maiores. Ponto de equilíbrio É de suma importância para a análise das operações da empresa. Podemos dizer que o ponto de equilíbrio é a situação em que os custos e as despesas totais da empresa são iguais à receita total, ou os gastos são iguais à entrada de recursos. É também chamado de break-even point (ponto de ruptura). Assim, se esse volume de vendas, em valores ou em unidades, ficar abaixo do ponto de equilíbrio encontrado, a empresa sofre prejuízo, pois não haverá receita suficiente para pagar seus custos e suas despesas. Porém, se as vendas ficarem acima do ponto do equilíbrio, a empresa terá lucro. Temos três tipos de ponto de equilíbrio: contábil, econômico e financeiro. Qualquer um deles pode ser calculado em valores e em unidades. Vamos conhecer cada um deles. Ponto de equilíbrio contábil • Em unidades Aponta o volume ou a quantidade de produtos que a empresa deve vender para que os lucros sejam iguais a zero. A fórmula utilizada para encontrar o ponto de equilíbrio contábil em unidades é: PEC = Custos fixos + Despesas fixas Margem de contribuição unitária Custos fixos e despesas fixas são os custos que a empresa tem de pagar independentemente dos volumes produzidos. Margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e os custos variáveis (PV – CV). Vamos ver uma aplicação disso. A empresa JCC fez o seguinte levantamento: Tabela 69 Custo fixo + despesa fixa R$ 10.000 Preço de venda unitário R$ 110,05 Custo variável unitário R$ 66 Na fórmula, vamos precisar da margem de contribuição: 136 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Margem de contribuição 110,05 – 66 = 44,05 Ou (44,05/110,05) x 100 = 40,03% Vamos agora para o PEC: PEC = R$ 10.000 44,05 Assim, quando a empresa vender 227 unidades a R$ 110 cada, o lucro será igual a zero. Vejamos: 227 unidades x 110,05 = Receita de R$ 24.981,35 Custos variáveis totais (66 x 227) = CV de R$ 14.982 = margem de contribuição total (44,05 x 227) = R$ 9.999,35 - custo fixo total R$ 10.000 = lucro R$ -0,75 ou lucro igual a zero • Em valores A fórmula é: PEC = Custos fixos + Despesas fixas Porcentagem da margem de contribuição PEC = R$ 10.000 = R$ 24.981,26 44,05 Esse é o valor que a empresa deve vender para cobrir todos os gastos e ficar com lucro zero. Ponto de equilíbrio financeiro O ponto de equilíbrio contábil considera todos os custos variáveis e fixos, mas desses custos e despesas, podemos dizer que estão separados em dois grupos: • Despesas desembolsáveis: as despesas que sairão do caixa da empresa em determinado período. • Despesas não desembolsáveis: as despesas contabilizadas, mas que não saem do caixa, como a depreciação, por exemplo, que é contabilizada como despesa, mas pela qual não temos que pagar. 137 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Assim, o ponto de equilíbrio financeiro leva em consideração somente as despesas e os custos que sairão do caixa. Então, vai considerar todas as despesas e custos do calculo anterior menos as depreciações. Pode ser também calculado em unidades ou em valores: Em unidades Ponto de equilíbrio financeiro: PEF = Custos fixos + Despesas fixas -Depreciação + Dívidas do período Margem de contribuição Essa fórmula tem duas diferenças em relação à anterior. A primeira é a depreciação pelos motivos já explicados, e a segunda são as dívidas do período. Essas dívidas podem ser pagamentos bancários ou compra de maquinários; às vezes há, às vezes não, depende da programação da empresa. Então, vamos considerar os mesmos dados do exemplo anterior: Tabela 70 Custo fixo + despesa fixa R$ 10.000 Depreciação R$ 2.000 Preço de venda unitário R$ 110,05 Custo variável unitário R$ 66 Empréstimo R$ 4.950,70 Lembrando que a margem de contribuição é: MC = PV – CV, onde MC = margem de contribuição; PV = preço de venda e CV = custo variável, temos: MC = R$ 110,05 – R$ 66 = R$ 44,05 Substituindo os valores: PEF = 10.000 - 2.000 + 4.950,70 = 294 unidades 44,05 Vamos verificar se as 294 unidades vendidas são suficientes para pagar todos os custos da empresa. 294 unidades x 110,05 = Receita de R$ 32.354,70 Custos variáveis totais (66 x 294) = CV de R$ 19.404 = Margem de contribuição total (44,05 x 294) = R$ 12.950,70 - Custo fixo total (10.000 - 2000) R$ 8.000 - Empréstimo R$ 4.950,70 = Lucro R$ 0 138 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Em valores PEF = Custos fixos + Despesas fixas -Depreciação + Dívidas do período % Margem de contribuição Mas, como encontrar a porcentagem da margem de contribuição? Pegamos os valores encontrados R$ 44,05 e dividimos pelo preço de venda: 44,05/110,05 = 40,03% PEF = 10.000 - 2.000 + 4.950,70 = R$ 32.352,48 40,03% Tirando a prova: 32.352,48/110,05 = 294 unidades Ponto de equilíbrio econômico O aluno, para entender os três tipos de ponto de equilíbrio, deve diferenciar cada um deles. Veja que na primeira opção (contábil) consideramos todos os custos; na segunda opção (financeiro), consideramos os custos menos as depreciações e somamos com outras despesas do semestre; na terceira opção, agora, vamos considerar os custos mais os lucros desejados. Para efetuar os cálculos, devemos levar em conta os mesmos dados do PEC e acrescentaras intenções de ganhos da empresa. Tabela 71 Custo fixo + despesa fixa R$ 10.000 Preço de venda unitário R$ 110,05 Custo variável unitário R$ 66 Investimento no negócio R$ 50.000 Margem de lucro esperada 30% do valor investido R$ 15.000 Assim, a fórmula seria: Em unidades PEF = Custos fixos + Despesas fixas + Margem de lucro Margem de contribuição PEF = 10.000 + 15.000 = 567,54 unidades, ou se arredondar 568 unidades 44,05 139 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Será que esse valor realmente resulta no lucro esperado? Vejamos. 567,54 unidades x 110,05 = receita de R$ 62.457,77 Custos variáveis totais (66 x 567,54) = CV de R$ 37.457,64 = Margem de contribuição total (44,05 x 567,54) = R$ 25.000,13 - Custo fixo total = R$ 10.000 = Lucro = R$ 15,000,13 Veja que deu o lucro esperado; se venderem menos do que 567 unidades, não se terá o lucro esperado. Em valores PEF = Custos fixos + Despesas fixas + Margem de lucro Porcentagem da margem de contribuição PEF = 10.000 + 15.000 = R$ 62.453,16 40,03 Tirando a prova: 62.453,16 / 110,05 = 567,48 unidades Exemplos de Aplicação Qual a importância desse planejamento para a gestão financeira de uma empresa? Resposta esperada: Com o ponto de equilíbrio contábil, a empresa encontra o mínimo a vender para cobrir os custos: se vender menos, é prejuízo; se vender mais, é lucro. No ponto de equilíbrio financeiro, a empresa encontra o valor ou as unidades necessárias para honrar as obrigações do período. No econômico, a empresa encontra as unidades ou os valores necessários que precisa vender para ter os lucros esperados. Assim, quando uma empresa traça metas de vendas, se estas não forem cumpridas, os lucros esperados não serão atingidos. Isso compromete as despesas já assumidas, inviabiliza novos investimentos. Assim, deve ser uma ferramenta do dia a dia do gestor financeiro. Como deve ter percebido, os modelos apresentados são aplicáveis quando trabalha-se apenas com um produto, mas essa não é a realidade da maioria das empresas. Assim, quando temos que trabalhar com vários produtos, vamos ter margens de contribuições diferentes, pois, vamos lembrar, a margem de contribuição é o preço de venda menos os custos variáveis. Então, o que vamos fazer? 140 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Nessa situação, há o que chamamos de mix de ponto de equilíbrio ou ponto de equilíbrio mix, que pode ser calculado da seguinte maneira: PE (em unidades) MIX = Custos fixos + Despesas fixas Margem total de contribuição Quantidade total em unidades Exemplo Um posto de combustíveis trabalha com três produtos como sendo os principais: gasolina, álcool e diesel. Levantaram-se os seguintes dados: Tabela 72 Produtos Gasolina Diesel Álcool Total Preço de venda 2,80 1,60 1,80 Custos variáveis 1,80 0,70 0,50 Margem de contribuição PV – CV 1,00 0,90 1,30 Quantidade de litros vendidos 50.000 litros 30.000 litros 100.000 litros 180.000 litros Total (%) 27,78 16,67 55,55 100% Margem de contribuição total 50.000 27.000 130.000 207.000 Custo fixo 20.000 PEF (em unidades) MIX = 20.000 207.000 180.000 PEF = 20.000 = 17.391,30 litros 1,15 Encontrado o volume em litros que o posto deve vender, precisa-se agora encontrar os pesos de acordo com os volumes de vendas ou ocorridos ou projetados: PE MIX = 17.391,30 Gasolina (27,78%) = 4.831,30 litros Diesel (16,67%) = 2.899,12 litros Álcool (55,55%) = 9.660,86 litros 141 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Saiba mais Para conhecer mais sobre ponto de equilíbrio, leia Contabilidade de custos (11. ed., ed. Pearson), de Charles T. Horngren, Srikant M. Datar e George Foster, de dois volumes. Vamos continuar com mais alguns índices importantes para o gestor financeiro acompanhar e avaliar se as ações da empresa estão boas ou não. Grau de alavancagem operacional Esse índice indica a relação entre a variação dos lucros e a variação das vendas. Vamos enxergar que aumentar vendas não vai significar aumento de lucro. A forma de calcular é: GAO = Variação % do lucro líquido Variação % de receitas Assim, esse índice aponta o efeito que o aumento de vendas terá nos lucros, mais precisamente, se o lucro vai aumentar na mesma proporção ou não, e qual será essa proporção. Esse índice auxilia na projeção dos resultados que uma empresa poderia ter nos mais variados níveis de produção ou de vendas. Pois, se a empresa produzir, por exemplo, 10.000 unidades de um produto qualquer, terá um impacto em custos; se produzir 20.000 unidades, o impacto em custos será outro e, por consequência, os lucros serão diferentes. Essa análise é o objetivo do índice grau de alavancagem financeira. Vamos utilizar como base o mesmo exemplo dado anteriormente, em que os custos e as despesas estão relacionados a seguir. Tabela 73 Custo fixo + despesa fixa R$ 10.000 Preço de venda unitário R$ 110,05 Custo variável unitário R$ 66 Margem de contribuição R$ 110,05 – 66 = 44,05 Vamos imaginar que, em um primeiro momento, vamos projetar os lucros com um volume de vendas de 500 unidades: 500 unidades x 110,05 = receita de R$ 55.025 Custos variáveis totais (66 x 500) = CV de R$ 33.000 142 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 = Margem de contribuição total (44,05 x 500) = R$ 22.025 - Custo fixo total = R$ 10.000 = Lucro = R$ 12.025 Agora, vamos projetar os lucros com vendas de 600 unidades: 600 unidades x 110,05 = Receita de R$ 66.030 Custos variáveis totais (66 x 600) = CV de R$ 39.600 = Margem de contribuição total (44,05 x 600) = R$ 26.430 - Custo fixo total = R$ 10.000 = Lucro = R$ 16.430 Assim, a variação dos lucros foi de: 16.430 – 12.025 = 4.405, que correspondem a 36,63% de crescimento. A variação na receita foi de: 66.030 – 55.025 = 11.005, que correspondem a 20% de crescimento. Uma leitura financeira diz que um crescimento de 20% nas vendas resulta em crescimento de 36,63% nos lucros. Assim, o GAO seria: GAO = Variação % do lucro líquido Variação % de receitas GAO = 36,63% = 1,83 vez 20% Como profissional da área financeira, o gestor deve ler essa informação da seguinte maneira: O grau de alavancagem operacional de 1,83 vez significa que qualquer acréscimo percentual no volume de 500 unidades acarretará em aumento de lucro em 1,83 vez. Você, como aluno de gestão financeira, deve estar se perguntando: como assim, qualquer acréscimo em unidades vendidas acima de 500 unidades gerará um acréscimo nos lucros de 1,83 vez? Como podemos tirar a prova? 143 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Para sanar essa possível dúvida, adotemos mais um exemplo fazendo outra simulação. Vamos assumir um número qualquer, supor vendas de 800 unidades. Vendas iniciais de 500 unidades geraram lucros de R$ 12.025 e receita de R$55.025. Se houver aumento para 800 unidades, qual seria o impacto nos lucros? Vendas de 800 unidades: 800 unidades x 110,05 = Receita de R$ 88.040 Custos variáveis totais (66 x 800) = CV de R$ 52.800 = Margem de contribuição total (44,05 x 800) = R$ 35.240 - Custo fixo total = R$ 10.000 = Lucro = R$ 25,240 Seguindo o mesmo raciocínio, vamos pegar as receitas de 800 unidades (R$ 88.040) e subtrair as receitas de 500 unidades (R$ 55.025), o que daria uma diferença de R$ 33.015, significando 60% de crescimento na receita. Fazendo os cálculos: Crescimento nos lucros = 88.040 - 55.025 = 33.015 Veja que a diferença de um período para o outro foi de R$ 33.015. Se for feita a proporção em relação ao primeiro período, temos: No primeiro período, tivemos receitas de R$ 55.025; no período dois, houve crescimento de receita de R$ 33.015. Regra de três simples: 55.025__________ 100% 33.015__________ X% 55.025 x X = 33.015 x 100% 55.025 X% = 3.301.500 X% = 3.301.500 = 60% 55.025 Esse foi o crescimento percentual nas receitas da empresa. Em relação aos lucros, vamos fazer os mesmos passos: 144 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Os lucros do segundo período foram de R$ 25.240, e os do primeiro período foram de R$ 12.025. Ao subtrair aquele por este, temos um valor de R$ 13.215, o que significa crescimento nos lucros de 109,89%. Obs.: os lucros do primeiro período referem-se às vendas de 500 unidades; os do segundo período referem-se às vendas de 800 unidades. Cálculos: Crescimento nos lucros = 25.240 - 12.025 = 13.215 O aumento nos lucros de um período para o outro foi de R$ R$ 13.215, o que percentualmente significa 109,89% de crescimento. 12.025__________ 100% 13.215__________ X% 12.025 x X% = 13.215 x 100% 12.025X = 1.321.500 X% = 1.321.500 = 109,89% 12.025 Esse foi o crescimento dos lucros de um período para o outro. Agora, podemos calcular o GAO dividindo a variação dos lucros pela variação das receitas, como já foi visto: Variação dos lucros = 109,89% Variação nas receitas = 60% Então: GAO = 109,89% = 1,83 vez 60% Grau de alavancagem financeira Ao abrir uma empresa, tem-se a possibilidade de abrir com capital próprio ou capital de terceiros. Adotando esse ultimo, estaria assumindo uma dívida, buscando recursos no mercado a determinada taxa de juros e aplicando na empresa (ativo) com outra taxa de atratividade. Assim, a taxa de atratividade, que é o retorno esperado pela empresa, será certa porcentagem, e a taxa de juros assumida na empresa será outra taxa. Essa diferença vai para os acionistas e afeta o retorno sobre o patrimônio liquido. 145 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Assaf Neto (2003) chama essa diferença de alavancagem financeira. Pode ser para mais ou para menos em relação ao retorno que teria se o investimento fosse feito todo com recursos próprios. Assim, o autor diz que, para ser favorável, quanto maior for a participação de capital de terceiro, maior será a alavancagem financeira. Observação O excesso de participação de capital de terceiros coloca a empresa em risco, traz retorno maior sobre o capital aplicado, mas o risco da operação é maior por estar mais endividada. Assim, podemos citar Gitman (1984), que diz que alavancagem financeira é a capacidade da empresa de usar encargos financeiros fixos (de terceiros) para maximizar os efeitos da variação no Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda (Lajir) sobre o lucro por ação (LPA). Vamos trabalhar com a visão de Assaf Neto, que utiliza o índice para decidir se é viável utilizar capital de terceiro ou capital próprio. Em sua visão, quanto maior o capital de terceiro, maior a alavancagem financeira. Vamos ver um exemplo: Uma empresa que pretende executar um projeto necessita de investimento de R$ 98.000 e pretende ter um retorno de 1,77% sobre esse capital. Feitas as projeções, os dados foram os seguintes: Tabela 74 Vendas 28.333,33 CMV (14.702,16) Lucro bruto 13.631,17 Despesas com vendas (4.867,66) Despesas administrativas (7.027,66) Lucro 1.735,85 Observando que o investimento feito de 98.000, o retorno sobre o ativo foi de: Lucro / ativo total 1.735,85 / 98.000 = 0,0177 x 100 = 1,77% de retorno Atende-se assim ao previsto, mas, e se, no lugar de utilizar capital próprio, a empresa desejasse investir 50% do valor de capital próprio e o restante buscar recursos de terceiros com juros de 1% ao mês. O que ocorreria? Obs.: R$ 49.000 de capital próprio e R$ 49.000 de capital de terceiros. 146 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Isso implicará juros de R$ 490. Vamos considerar que os juros foram calculados no primeiro mês de utilização do capital. A operação fecha com um lucro financeiro, mas gera dívidas a vencer; em um balanço, estaria no lado do passivo. Lembre-se de que lucro é igual a receitas menos despesas, não se computam despesas a vencer, somente as realizadas. Tabela 75 Vendas 28.333,33 CMV (14.702,16) Lucro bruto 13.631,17 Despesas com vendas (4.867,66) Despesas administrativas (7.027,66) Lucro 1.735,85 Despesas financeiras (490) 1% do cap. de terceiros Lucro depois do pag. de juros 1.245,85 Veja que, numericamente, o lucro foi menor. Isso nos levaria a pensar que foi ruim a situação, mas vamos nos lembrar de que o acionista deseja retorno do capital, e seu papel como gestor financeiro é justamente maximizar esse retorno. O retorno sobre o PL, que é o retorno sobre o capital próprio, na primeira situação ficou: (1.735,85 / 98.000) x 100 = 1,77% Isso significa que, para cada R$ 100 aplicados na empresa, houve retorno de R$ 1,77. Se a empresa trabalhasse com capital de terceiro, o lucro diminuiria para R$ 1.245,85, e o capital próprio aplicado foi de R$ 49.000. Isso significa que: (1.245,85/49.000) X 100 = 2,54% Isso quer dizer que, para cada R$ 100 aplicados na empresa, houve retorno de R$ 2,54. Percebeu que o retorno para cada real aplicado foi maior? Maximizaram-se os ganhos dos acionistas. Para atrair investidores, isso pode ser atraente, claro, sem se esquecer do risco gerado para isso. Não vamos nos esquecer de que nosso objetivo é calcular a alavancagem financeira, então vamos simplificar e utilizar a seguinte fórmula para essa situação: GAF = Retorno sobre PL Retorno sobre ativo 147 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL GAF = 2,54 = 1,43 1,77 Lembre-se de que esse caminho é para se decidir entre usar capital próprio ou de terceiros, e em que volume. Assim, utilizou-se o retorno sobre o patrimônio liquido na operação com capital de terceiros (2,54) e o retorno sobre o ativo calculado na situação de investimento próprio total (1,77). Então, esse GAF de 1,43 significa que a segunda opção oferece um retorno 43% maior do que a primeira. Em outras palavras: se forem utilizados recursos de terceiros em 50%, haverá um retorno sobre capital investido 43% maior do que se se utilizasse investimento 100% próprio. Outros autores consideram o índice de endividamento como referência de análise da alavancagem financeira, utilizando a fórmula: GEPL = PC + PE = 1,43 PL Onde: GEPL – grau de endividamento do patrimônio líquido, ou quanto das dívidas da empresa são dívidas com terceiros PC – Passivo circulante PE – Passivo exigível de LP PL – Patrimônioliquido Esses valores podem ser extraídos do balanço patrimonial. Se, por exemplo, o resultado encontrado for 0,5, isso vai significar que 50% das dívidas da empresa são com terceiros. Quanto maior esse índice, maior a alavancagem financeira, pois será necessário menos capital próprio e, por consequência, haverá maior retorno sobre o capital aplicado. É claro que devem ser levados em consideração os juros aplicados na operação. 2. De crescimento São outros indicadores de desempenho, que também devem ser observados. • Crescimento das receitas operacionais Receitas operacionais são as provenientes das operações principais da empresa, como vendas, recebimento de dividendos etc., e o crescimento das receitas operacionais é uma análise horizontal das receitas. Vejamos: 148 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Tabela 76 - Receita de vendas (em R$) da empresa X 2001 2002 2003 2004 100.000 110.000 140.000 150.000 Em uma análise horizontal, podemos observar o seguinte: Tabela 77 2001 2002 AH % ((2002-2001)/2001) X 100 2002 2003 AH % ((2003- 2002)/2002) X 100 100.000 110.000 10 110.000 140.000 27,27 Veja que, de 2001 para 2002, o crescimento foi de 10%; já de 2002 para 2003, foi de 27%. Esse crescimento deve ser acompanhado de perto pelo gestor financeiro, mas não se pode esquecer que não é a única análise, pois será ainda mais importante o aumento de lucro da empresa. O fato de a receita aumentar e o lucro diminuir não pode ser visto como algo positivo, isso vai depender dos objetivos estratégicos da empresa, por exemplo, em que aspecto ela quer crescer: em faturamento? Em participação de mercado? Em lucratividade? Exemplos de Aplicação Faça o crescimento de 2003 para 2004: 2003 2004 AH % ((2004- 2003)/2003) X 100 Qual foi o crescimento? E de 2001 para 2004, qual foi o crescimento? 2001 2004 AH % ((2004- 2001)/2001) X 100 • Crescimento da margem O crescimento da margem é justamente o crescimento do lucro em relação às vendas. Essa margem, para ser mais bem analisada, pode ser dividida em margem operacional e margem líquida. 149 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Margem operacional é o lucro em relação às vendas operacionais, como segue: Margem operacional = Lucro operacional Vendas líquidas Observação O lucro operacional estará no DRE e é assim calculado: Lucro bruto – despesas operacionais (vendas, despesas financeiras, despesas gerais). As vendas líquidas também estão no DRE e são calculadas assim: Receita de vendas – abatimentos de vendas (devolução de vendas, descontos comerciais sobre vendas, impostos incidentes sobre vendas) Margem líquida é o lucro em relação às vendas líquidas, como segue: Margem líquida = Lucro líquido Vendas líquidas Como análise financeira, o crescimento da margem de lucro é uma referência da saúde financeira da empresa, que está melhorando as operações de custos e receitas. Esse é o conhecido resultado líquido. • Crescimento dos gastos de estrutura O marketing de uma empresa atua no sentido de fazê-la vender mais, aumentando assim as suas receitas, mas isso não garante aumento de lucro, pois os gastos para que a empresa opere devem ser controlados para garantir crescimento dos lucros. Os gastos podem ser de estrutura funcional, como mão de obra, distribuição, compras etc. 3. Operacionais Os indicadores operacionais indicam as variações nas ações do dia a dia da empresa, como: quanto produziu, quanto errou, quanto vendeu, o tempo que leva para receber as vendas a prazo etc. Vamos ver cada um deles. • Evolução física das vendas É a análise quantitativa das vendas, o quanto vendeu em unidades. É importante para as projeções futuras da empresa, pois uma análise do histórico de vendas possibilita projetar outras operações, como vendas, contratação de funcionário, aumento da capacidade de produção ou estrutura da empresa, ou 150 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 até mesmo busca de parcerias, como parceiros logísticos. • Indicadores de produtividade A análise de produtividade de uma empresa aponta se a capacidade de produção está sendo utilizada em proporção esperada. Por exemplo, se uma empresa tem capacidade de produção de 10.000 unidades mês, mas vem praticando produções de 8.000 unidades no máximo, isso significa que está atuando a 80% da capacidade, então se devem buscar os motivos de tal atuação. Pode ser utilizada também para analisar os diversos setores de uma organização, sempre em busca de ampliação de eficiência. Mas, por que alguém da área financeira deve se preocupar com o setor de produção? A resposta é simples. A ineficiência produtiva eleva os custos de produção, e a partir disso haverá dois caminhos: ou se aumenta o preço de venda, ou se diminui o lucro. Se se aumenta o preço de vendas, corre-se o risco de vender menos, os clientes vão para a concorrência. Se, por acaso, decide-se lucrar menos, absorver os aumentos de custos e manter os preços atuais, haverá como impacto a redução dos lucros. Em médio prazo, seria uma empresa com menos capacidade de reação. Assim, uma maneira de tornar a empresa mais forte é a redução dos custos, o aumento do lucro. • Turnover da mão de obra A rotatividade de funcionário é outro ponto que interfere diretamente na rentabilidade da empresa. Quando um funcionário deixa a empresa, paga-se rescisão, é necessário colocar outra pessoa em seu lugar, esse substituto ainda será treinado, tudo isso significa mais custo. Sem contar que, até que essa nova pessoa esteja preparada para a função, sua produtividade não será a mesma. • Dias de contas a receber A gestão de contas a receber de uma empresa é um ponto crucial para o equilíbrio no caixa da empresa. Quando se trata de ciclo financeiro, assunto tratado em unidades anteriores, os dias de contas a receber fazem parte dessa estrutura. Esses dias são o prazo que a empresa está ofertando aos clientes. Não deve ser muito extenso, pois amplia a necessidade de capital da empresa, nem muito curto, pois perderá em competitividade. Como prática, deve seguir as atuações de mercado. • Porcentagem de cobrança em atraso O item anterior, dias de contas a receber, está ligado à política de crédito da empresa; se essa política for muito folgada ou, em outras palavras, muito facilitadora, dando-se crédito com facilidade para qualquer pessoa, o índice de inadimplência será elevado. Isso significa cobranças e atrasos, clientes que devem e não honraram suas obrigações. A política de cobrança deve ser no sentido de orientar a empresa nas novas linhas de crédito e ainda criar meios de recuperação das dívidas não pagas. 151 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL • Dias de estoques (matéria-prima, processo e acabados) A visão de que estoque se traduz em custo é consenso entre empresas de diversos segmentos. Isso por estarmos vivendo um período de mudanças constantes, assim, um material estocado pode perder seu valor rapidamente. Essa visão serve para estoque de qualquer natureza, matéria-prima, de acabados etc. A filosofia JIT (Just in time) está no centro dessa visão e é a maneira de atuação de empresas no mundo todo. Estoque traz os seguintes custos para a empresa: • perda; • armazenagem; • capital investido; • obsolescência; • roubos e extravios etc. Cada um desses itens deve ser gerenciado de forma areduzir cada um deles, isso proporcionará mais eficiência na gestão dos materiais, menos perdas e, assim, maior lucro. 4. De liquidez É a capacidade da empresa em pagar suas obrigações. Pode ser calculado de algumas maneiras: geral, corrente, seca, imediata. Analisar dados de balanço é muito complicado, pois nem sempre a empresa com maior receita é a mais rentável, nem a empresa com maior patrimônio é a mais lucrativa. A análise de índices facilita esse estudo. Vejamos: Índice de Liquidez Geral (ILG) ILG = AC + RLP PEX Onde: AC = Ativo circulante RLP = Realizável em longo prazo PEX = Soma do passivo circulante com o exigível em longo prazo 152 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Esse índice mede a capacidade geral de pagamento da empresa, considera, no lado do ativo, todo o ativo circulante, que são os valores disponíveis, como dinheiro, por exemplo, e os valores que estarão disponíveis em forma de dinheiro em breve, como os estoques. E ainda os realizáveis em longo prazo, que são os direitos a receber em períodos superiores a 360 dias. Do lado do passivo, considera o passivo circulante e o exigível a longo prazo. Não podemos esquecer que, do lado do passivo, temos as obrigações, e são obrigações com terceiros (salários, fornecedores e impostos são alguns exemplos), tanto de curto prazo (circulante), como a longo prazo (exigível de LP), e esses são o chamado passivo exigível. Temos ainda do lado do passivo o patrimônio liquido. No calculo do índice de liquidez geral, reúnem-se todos os recursos de curto e longo prazo e os dividem pelas obrigações com terceiros de curto e longo prazo. Índice de Liquidez Corrente (ILC) ILC = AC PC Onde: AC = Ativo circulante PC = Passivo circulante É a capacidade de pagamento de curto prazo da empresa. Considera todo ativo circulante, sendo dinheiro ou não. Índice de Liquidez Seca (ILS) ILS = AC - E PC Onde: AC = Ativo circulante E = Estoque PC = Passivo circulante Esse índice aponta a capacidade de pagamento da empresa de curto prazo, mas sem considerar os estoques. Assim, uma empresa com estoque elevado vai ter esse índice bem reduzido em relação aos demais. Resumidamente, é a capacidade de pagamento da empresa menos os estoques. 153 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Índice de Liquidez Imediata (ILI) ILI = D PC Onde: D = Disponível PC = Passivo circulante É a capacidade de pagamento imediata da empresa. O valor disponível para pagar suas obrigações. Tradicionalmente, dinheiro no caixa e no banco. Como base, todos os índices aqui apontados, quanto maiores, melhor; para serem bons, devem obrigatoriamente ser maior que 1. Exemplos Tabela 78 Balanço Patrimonial - valores correntes de 31/12/2004 (milhões de Reais) Ativo Valor Passivo Valor Caixa 1.610 Empréstimos bancários 3.200 Bancos 2.680 Fornecedores 6.720 Duplicatas a receber 11.340 Salários e encargos sociais 700 (-) PDD (270) Impostos 1.160 (-) Duplicatas descontadas (2.150) Passivo circulante 11.780 Estoques 4.850 Passivo não circulante Matéria-prima 1.400 Debêntures 16.100 Produtos em processo 1.080 Impostos 2.100 Produtos acabados 2.370 Exigível a longo prazo 18.200 Ativo circulante 18.060 Ativo não circulante Duplicatas a receber 4.590 Empréstimos a controlar 2.000 Patrimônio líquido 21.470 Realizável a longo prazo 6.590 Ativo permanente 26.800 Total do ativo 51.450 Total do passivo 51.450 Com base nos dados do balanço, temos o seguinte: 154 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Índice de liquidez geral: ILG = 18.060 + 6.590 11.780 + 18.200 ILG = 24.650 = 0,82 29.980 Como gestor, não se pode limitar aos números, é importante dar significado para cada valor calculado. Com o valor encontrado, podemos dizer que, para cada real de dívida total, a empresa tem no ativo R$ 0,82. Como esse valor ficou abaixo de 1, isso mostra que a empresa não tem condições, de forma geral, de arcar com suas obrigações. Índice de liquidez corrente ILC = 18.060 = 1,53 11.780 Para cada real de dívida, a empresa tem em ativo circulante R$ 1,53. Liquidez seca ILS = 18.060 + 4.850 = 1,12 11.780 Como visto, esse índice também a avalia capacidade de pagamento, só que abate os estoques do ativo circulante. Então, para cada real de dívida, a empresa tem no ativo circulante, menos os estoques, R$ 1,12. Índice de liquidez imediata ILI = 1.610 + 2.680 = 0,36 11.780 Aqui, foram considerados os valores de caixa e de banco, pois são os valores disponíveis. Assim, a empresa tem em caixa, para pagar suas obrigações de curto prazo, R$ 0,36 para cada um real de dívida. Lembrete Sempre que um valor maior que 1 é satisfatório; menor que 1 é insatisfatório e igual a 1 é neutro. E quanto maior, melhor. 155 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL No planejamento orçamentário, podem-se levar em consideração metas para cada um desses índices, planejando políticas de compra, de pagamento, de vendas, de financiamentos que possibilitem o alcance desses índices. Saiba mais Em jornais como a Gazeta Mercantil, ou no caderno de negócios de vários outros jornais, ou qualquer outro meio, como internet, revista etc., procure pelo balanço de qualquer empresa e observe os índices e os relatórios sobre a evolução da empresa. 8 ANÁLISE DE ENDIVIDAMENTO É conhecido também como comprometimento do patrimônio líquido no ativo permanente, pois, quanto mais recursos forem investidos no ativo permanente, menos sobrará para investimentos em outras áreas, necessitando de mais endividamento para gerir as operações da empresa. Utilizaremos o exemplo a seguir para todos os cálculos e as interpretações dos índices desse grupo: Grau de imobilização do patrimônio líquido (GIPL) GIPL = 1 = 0,36 PL Onde: I: Imobilizado ou ativo permanente PL: Patrimônio líquido É um índice que verifica o quando do patrimônio liquido foi investido no imobilizado. Apesar de não existir uma regra, quanto menor, melhor. Analisando o mesmo balanço anterior, temos os seguintes resultados: Imobilizado = 26.800 PL = 21.470 GIPL = 26.800 = 1,25 21.470 156 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 O que isso quer dizer? Para cada R$ 1 de capital próprio, a empresa possui R$ 1,25 de ativo permanente. Ela precisou utilizar capital de terceiro para atender suas necessidades mais básicas, como compra de matéria-prima, vendas etc. Esse índice, para estar em patamar aceitável, deve ser menor que 1. Isso se a empresa deseja não se endividar. Grau de endividamento total (GEPL) Esse índice relata a porcentagem de dívida com terceiros em relação ao patrimônio líquido. Em outras palavras, aponta a proporção de obrigações com terceiros em relação às obrigações com acionistas da empresa. A fórmula para calcular é: GEPL = PC + PELP PL Onde: PC: Passivo circulante PELP: Passivo exigível de longo prazo PL: Patrimônio líquido GEPL = 11.780 + 18.200 = 1,25 21.470 Para cada R$ 1 de PL, a empresa tem R$ 1,39 de obrigações com terceiros. Não há uma regra, mas quantomenores forem as obrigações com terceiros, menos endividada estará a empresa. Grau de garantia de capital de terceiros (GGPL) É um índice que aponta o quanto a empresa tem de capital próprio para garantir as obrigações assumidas. Como fórmula, temos: GGPL = Pl PC + PELP 157 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Observe que é a inversão da fórmula anterior. GGPL = 21.470 11.780 + 18.200 GIPL = 21.470 = 0,71 29.080 Isso significa que, para cada R$ 1 de obrigações com terceiros, a empresa tem R$ 0,71 de capital próprio ou de patrimônio líquido. Esse índice, quanto maior, melhor. Giro dos Ativos Totais (GAT) Devemos nos lembrar do conceito de ativo, que é o conjunto de bens, direitos. O ativo total é a soma dos ativos circulantes com os não circulantes. Assim, esse índice aponta quantas vezes a empresa girou seus ativos totais (bens e direitos) em determinado período, ou seja, quantas vezes o ativo girou ou renovou-se pelas vendas. Fórmula: GAT = VL = 0,71 AT Onde: VL: Vendas líquidas, um dado presente no DRE. AT: Ativo total Quanto maior, melhor. Vamos utilizar como exemplo o mesmo balanço citado anteriormente. Como precisamos também do DRE, vamos acrescentar essa informação: Tabela 79 DRE Vendas líquidas 50.000 (-) Custo da mercadoria vendida - CMV 4.000 (-) Depreciação 3.000 - Lucro antes de juros e impostos 43.000 (-) Despesas de juros 5.000 (-) Impostos 1.000 - Lucro líquido 37.000 158 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Então, substituindo na fórmula, temos: GAT = 50.000 = 0,97 51.450 Isso significa que, para cada real investido no ativo, a empresa gerou R$ 0,97 de vendas. Pode-se entender também que o ativo girou 0,97 vez no período; quanto maior, melhor. Lembrete Cada índice analisado deve levar em consideração a evolução histórica, o segmento em que atua, pois, sem uma referência, um número é só um número. De acordo com Iudícibus (2003, p.128), alguns direcionamentos devem ser utilizados na análise de balanços, tais como: • calcular todos os índices ou quocientes isoladamente; • analisar cada índice isoladamente e comparar com o quociente médio do setor; • analisar os índices por grupo: liquidez, endividamento, lucratividade, rotatividade etc.; • anotar algumas conclusões preliminares, porém, ainda nada de definitivo, podendo ser alterado, complementado, ajustado, etc.; • comparar essas conclusões iniciais com as metas e os objetivos organizacionais; • projetar o cálculo de alguns índices ou quocientes para o próximo exercício social (ano), utilizando como parâmetro um balanço patrimonial projetado e uma DRE projetada; • analisar todos os índices ou quocientes em conjunto, sinalizando observações e conclusões, identificando as distorções de um período para outro; • discutir essas distorções e conclusões com a alta cúpula ou com o responsável pelo setor financeiro; • realizar um levantamento geral e elaborar as recomendações pertinentes e inerentes às conclusões obtidas. Com esses cuidados, a projeção orçamentária terá melhor estrutura, o gestor financeiro poderá tomar decisões com maior segurança e com menores chances de erro. Mesmo com essas informações em mãos, ter um caminho ou um processo a ser seguido para elaborar um orçamento é importante. Como sugestão, o autor aponta um caminho para um melhor acompanhamento desses índices: 159 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Orçamento e elaborado Revisão do orçamento Aprovação Divulgação Apuração do realizado Análise das variações e Rel. de Desempenho Divulgação Sistema contábil Ações corretivas Figura 42 Esse modelo tem como objetivo analisar o desempenho orçamentário para identificar variações entre o que foi orçado e o ocorrido, mas, na prática, o que isso significa? Podemos entender como sendo: 1. Comparação de resultados reais e planejados. 2. Comunicação de medidas de desempenho e resultados. 3. Forma de realimentar o sistema (ações). Vamos ver a aplicação: Tabela 80 Análise dos resultados Orçado Real Variação Parecer Receitas 2.500 2.517 17 Favorável CMV 1.870 1.887 17 Desfavorável Margem 630 630 0 Favorável % sobre a receita 25,2 25,0 -0,2 Desfavorável 160 Unidade IV Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 Exemplos de Aplicação O item receita teve variação de R$ 17 e está como favorável. O item CMV também teve variação de R$ 17, então, por que está como desfavorável? A resposta é simples: CMV é custo, se aumentar, é ruim; agora, receita é entrada de dinheiro, se superar a entrada prevista, é bom. Tabela 81 Orçado Realizado Variação Norte Sul Total Norte Sul Total Norte Sul Total Preço 20,00 25,00 22,50 17,00 27,45 22,27 -3,00 2,45 -0,28 Quantidade 50 60 110 56 57 113 6 -3 3 Total receita 1.000 1.500 2.500 952 1.565 2.517 -48 65 17 A coluna “variação” foi calculada da seguinte maneira: Realizado – orçado = variação Quando o resultado for negativo, isso significa que foi menor o realizado em relação ao orçado; quando for positivo, quer dizer que foi maior. Vamos agora detalhar a análise da receita. Veja que, ao analisar a tabela anterior, na região norte, houve uma receita R$ 48 menor que o orçado; em compensação, na região Sul, houve R$ 65 a mais que o orçado. Em relação ao volume de vendas, na região norte, houve uma venda de 6 unidades acima do orçado, mesmo assim, as receitas foram menores, pois vendeu-se abaixo do valor orçado. O gestor financeiro deve acompanhar de perto essa análise, pois será fundamental para reajustar os orçamentos feitos. Ele saberá se os valores praticados de vendas estão atendendo, nas partes e no total, as receitas esperadas. Análise das variações de custo Da mesma maneira, podemos acompanhar os custos orçados versus os custos realizados: 161 Re vi sã o: M ic he l - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 8- 07 -1 2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Tabela 82 Total Orçado Realizado Variação Custo unitário 17,00 16,70 -0,30 Produção 110 113 3 Custo de produção Materiais 760 861 101 MOD 205 235 30 GIF 905 791 -114 Total 1.870 1.887 17 Esses são alguns exemplos de variações de orçamento. Temos que quantificar as variações, buscar os motivos das variações e rever os planejamentos para os exercícios futuros. 8.1 Sistemas de informação na gestão do capital de giro A tecnologia tem apoiado o controle e o desenvolvimento de todas as áreas de uma organização, e a área financeira não seria diferente. Nesse módulo, vamos apresentar ferramentas utilizadas na gestão empresarial, focando em suas aplicabilidades na área financeira. Uma das ferramentas utilizadas é o Enterprise Resource Planning (ERP). Trata-se de um sistema de gestão empresarial caracterizado pela integração e o compartilhamento de um banco de dados, organizado em módulos funcionais (financeiro, suprimentos, recursos humanos, produção etc.). Ele surgiu da evolução de outros aplicativos menores, mas com os mesmos objetivos. O ERP integra todas as informações dos seguintes aplicativos: MRP (Materials Requirements Planning), que planeja a necessidade de materiais, e MRP II (Manufacturing Resources Planning), que planeja a necessidade de recursos. Mas, por que utilizar um ERP? De forma geral, podemos apontar
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