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Orçamento Empresarial - Livro Texto Unidade IV

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ORÇAMENTO EMPRESARIAL
Unidade IV
7 CAIXA
Vamos lembrar que ativo financeiro são os recursos disponíveis como caixa, banco etc. Por sua vez, 
passivo financeiro são os recursos como empréstimos de curto prazo. Assim, os ativos financeiros devem 
ser suficientes para arcar com as obrigações do passivo financeiro. 
A forma de se encontrar o valor em caixa é utilizar a seguinte fórmula:
Ativo financeiro – Passivo financeiro
Essa conta é reveladora, pois mostra se a empresa tem recursos financeiros de curto prazo para 
financiar atividades operacionais ou permanentes, o que é perigoso e indesejável, pois as atividades 
operacionais devem ser financiadas por atividades operacionais.
Exemplo
Tabela 60
Disponível ou Saldo de caixa Valor
Ativo financeiro $ 4.290,00
Passivo financeiro $ 5.350,00
Disponível ou tesouraria ($ 1.060,00)
Esse exemplo ilustra que a empresa utiliza recursos financeiros de curto prazo caros para 
financiar as suas operações. Para entender melhor essa situação, vamos nos lembrar de alguns 
pontos.
Os ativos são consumidores de recursos, é onde se fazem investimentos, aplica-se dinheiro. Os ativos 
são separados em ativos financeiros, operacionais e permanentes; aqui, estamos focando no ativo 
financeiro, que é de curto prazo.
No lado do passivo, devemos enxergar da mesma maneira: o passivo financeiro são obrigações de 
curso prazo. Graficamente, a situação do exemplo ficaria assim:
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Ativo 
financeiro
Passivo 
financeiro
Vamos nos lembrar de que passivo é 
fonte de recurso, assim, essa fonte 
sustenta o ativo. Esse excesso de passivo 
de curto prazo vai ser utilizado para 
investir em atividades operacionais e 
permanentes, e isso não é bom, pois são 
recursos operacionais que deveriam ser 
alimentados pelo passivo operacional. 
Figura 28
A situação evidencia-se da seguinte forma:
Tabela 61 - Análise geral
Ativo Passivo
Análise dinâmicaUsos de capital ou investimentos
Fontes de capital ou 
financiamentos
Investimento Valor Financiamento Valor
Ativo financeiro
CP
LP
TT
4.290
2.000
6.290
Passivo financeiro
CP
LP
TT
5.350
16.100
21.450
Tesouraria
Disponível LP
Disponível TT
(1.060)
(14.100)
(15.160)
Ativo operacional
CP
LP
TT
15.920
4.590
20.510
Passivo operacional
CP
LP
TT
8.580
2.100
10.680
NCG
NCG CP
NCG LP
NTCG
7.340
2.490
9.830
Ativo permanente 26.800 Passivo permanente 21.470 CDG (5.330)
Ativo - investimento 53.600 Passivo financiamento 53.600
Em uma análise dinâmica, podemos ver os saldos do ativo financeiro de curto e longo prazos.
Caixa disponível de curto prazo (tesouraria)
4.290 – 5.350 = (1.060)
Isso significa que temos recursos de curto prazo financiando atividades operacionais ou permanentes.
Caixa disponível de longo prazo
2000 – 16.100 = (14.100)
Se analisar o todo, temos:
Caixa disponível total
6290 – 21.450= (15.160)
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Em uma análise do ativo operacional, podemos fazer mais algumas observações.
Necessidade de capital de giro de curto prazo
AO cp – PO cp = 15.920 – 8.580 = 7.340
Necessidade de capital de giro de longo prazo
AO Lp – PO Lp = 4.590 – 2100 = 2.490
Necessidade total de capital de giro
Aqui, utiliza-se a soma dos ativos operacionais menos a soma dos passivos operacionais. 
7.340 + 2.490 = 9.830
Capital de giro
Passivo permanente – Ativo permanente = 21.470 – 26.800 = (5.330)
Esse é o valor que a empresa tem nos ativos que está acima dos recursos próprios dela, mostrando a 
necessidade de se obter financiamento de alguma outra fonte.
Exemplos de Aplicação
Tabela 62
Ativo Passivo 
Circulante Circulante
Caixa R$ 45.000 Fornecedores R$ 10.000
Estoques R$ 24.750 Salários a pagar R$ 16.250 
Duplicatas a receber R$ 22.500 Empréstimo CP R$ 5.000 
Imposto de Renda a recolher R$ 4.500 
Total ativo circulante R$ 92.250 Total passivo circulante R$ 35.750
Ativo não circulante Passivo não circulante 
Realizável em longo prazo Exigível em longo prazo 
Duplicatas a receber R$ 25.000 
 Financiamento bancário R$ 25.750 
Imobilizado 
 Patrimônio líquido
Veículos R$ 36.000 
Móveis e utensílios R$ 35.000 Lucros/prejuízos acumulados R$ 32.500 
Prédio R$ 50.000 Capital social R$ 144.250 
Total ativo não circulante R$ 146.000 Total passivo não circulante R$ 202.500 
Total R$ 238.250 Total R$ 238.250
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Vamos agora separar os dados do balanço em atividades conforme discutimos na unidade anterior. 
Tabela 63
Ativo Passivo 
Financeiro Financeiro 
Caixa R$ Empréstimo R$ 
Banco R$
Total financeiro R$ Total Financeiro R$ 
Operacional Operacional 
Duplicatas a receber R$ Fornecedores R$ 
Estoques R$ Salários a pagar R$ 
Imposto de Renda a recolher R$ 
Total do operacional R$ Total do operacional R$ 
Permanente Permanente
Duplicatas a receber LP R$ Exigível de LP R$ 
Imobilizado R$ Patrimônio líquido R$ 
Total permanente R$ Total permanente R$ 
Calcular 
1. Caixa disponível total, fórmula = Ativo financeiro – passivo financeiro 
2. Necessidade total de capital de giro
Fórmula = ativo operacional – passivo operacional 
3. Capital de giro
Fórmula 
Passivo permanente – ativo permanente 
Solução dos exercícios
Ativo Passivo 
Circulante Circulante
Caixa R$ 45.000 Fornecedores R$ 10.000
Estoques R$ 24.750 Salários a pagar R$ 16.250 
Duplicatas a receber R$ 22.500 Empréstimo CP R$ 5.000 
Imposto de Renda a recolher R$ 4.500 
Total ativo circulante R$ 92.250 Total passivo circulante R$ 35.750
Ativo não circulante Passivo não circulante 
Realizável em longo prazo Exigível em longo prazo 
Duplicatas a receber R$ 25.000 
 Financiamento bancário R$ 25.750 
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Imobilizado 
 Patrimônio líquido
Veículos R$ 36.000 
Móveis e utensílios R$ 35.000 Lucros/prejuízos acumulados R$ 32.500 
Prédio R$ 50.000 Capital social R$ 144.250 
Total ativo não circulante R$ 146.000 Total passivo não circulante R$ 202.500
TotalR$ 238.250 Total R$ 238.250
Vamos agora separar os dados do balanço em atividades, conforme discutimos na unidade anterior. 
Ativo Passivo 
Financeiro Financeiro 
 Caixa R$ 45.000 Empréstimo R$ 5.000
Banco R$ 0
Total financeiro R$ 45.000 Total financeiro R$ 5.000
Operacional Operacional 
Duplicatas a receber (CP) R$ 22.500 Fornecedores R$ 10.000
Estoques R$ 24.750 Salários a pagar R$ 16.250
Imposto de Renda a recolher R$ 4.500
Total do operacional R$ 47.250 Total do operacional R$ 30.750
Permanente Permanente
Duplicatas a receber LP R$ 25.000 Exigível de LP R$ 25.750
Imobilizado R$ 121.000 Patrimônio líquido R$ 176.750
Total permanente R$ 146.000 Total permanente R$ 202.500
1. Caixa disponível = AF - FP
Caixa disponível = 45.000 – 5.000 = 40.000
2. Necessidade total de capital de giro
Fórmula = ativo operacional – passivo operacional 
NCP = AO – PO 
NCG = 47.250 – 30.750 = 16.500
3. CG = passivo permanente – ativo permanente
CG = 202.500 – 146.000= 56.500
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7.1 Ciclo de caixa
Analisando o caixa de uma empresa, foi possível até aqui apontar o caixa disponível de curto 
prazo, de longo prazo, a necessidade de capital de giro de curto e longo prazos, o capital de giro 
da empresa, tudo isso separando as informações do balanço patrimonial em atividades como 
financeira, operacional e permanente. Com essas informações, torna-se possível fazer uma análise 
sobre as operações da empresa, como saber de onde vem o dinheiro utilizado e verificar se é um 
recurso caro ou não. Mas essa não é a única forma de analisarem as operações de caixa de uma 
empresa.
Podemos ainda analisar esses valores por meio do ciclo de caixa, que pode ser definido como o 
período em que a empresa precisa financiar as operações com recursos próprios ou de terceiros. Mas, 
como assim financiar suas operações? 
Para responder a essa dúvida, devemos pensar na empresa como um conjunto de ciclos, ou etapas, 
por exemplo:
A empresa compra matéria-prima, recebe-a e em algum momento qualquer paga por ela. Utiliza 
a matéria-prima na produção após determinado tempo. O período de produção leva certo tempo e 
consome mão de obra, entre outros. Depois de pronto, o produto espera para ser vendido ou entregue 
aos clientes. Após ser vendido, há um prazo para receber as vendas, encerrando assim os ciclos da 
empresa.
Esse ciclo vai acontecer em qualquer empresa, não importa o ramo de atuação nem o porte, o que 
vai ser diferente são os prazos e as políticas adotadas na compra, no pagamento, na produção, na venda 
e no recebimento, mas as etapas vão ocorrer.
Representando graficamente, ficaria da seguinte maneira:
Compra de 
Matéria-prima
PMEMP PMEPAPMF PMR
Início da
fabricação
Fim da
fabricação Vendas
Recebimento
das vendas
Figura 29
Para cada etapa, vamos dar um nome e isso servirá para alinharmos as ações da empresa. Exemplo:
Compra de 
Matéria-prima
PMEMP
Início da
fabricação
Figura 30
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A etapa entre a compra de matéria-prima e o início da fabricação, vamos chamar de prazo médio 
de estocagem de matéria-prima.
PMF
Início da
fabricação
Fim da
fabricação
Figura 31
A etapa entre o início e o fim da fabricação é o que chamamos de prazo médio de fabricação.
PMEPA
Fim da
fabricação Vendas
Figura 32
A etapa entre o fim da fabricação e as vendas é o prazo médio de estocagem dos produtos 
acabados.
PMR
Vendas
Recebimento
das vendas
Figura 33
A etapa entre as vendas e o recebimento é o que chamamos de prazo médio de recebimento.
O ciclo entre a compra de matéria-prima e o recebimento das vendas é o que chamamos de ciclo 
operacional, conforme a figura a seguir:
Compra de 
Matéria-prima
PMEMP PMEPAPMF
Início da
fabricação
Fim da
fabricação
Ciclo operacional
Vendas Recebimentodas vendas
Figura 34
O ciclo entre a compra de matéria-prima e as vendas é o que vamos chamar de ciclo econômico.
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Compra de 
Matéria-prima
PMEMP PMEPAPMF
Início da
fabricação
Fim da
fabricação
Ciclo econômico
Vendas Recebimentodas vendas
Figura 35
Uma operação da qual não podemos nos esquecer é o pagamento de fornecedores. O ciclo entre a 
data de pagamento e o recebimento das vendas é o que vamos chamar de ciclo financeiro ou ciclo de 
caixa.
Compra de 
Matéria-prima
PMEMP PMEPAPMF
Início da
fabricação
Fim da
fabricação
Ciclo financeiro (caixa)
Vendas Recebimentodas vendas
PMR
PMP
Figura 36
O gráfico completo com todas as operações, podemos observar a seguir:
Compra de 
Matéria-prima
PMEMP PMEPAPMF
Início da
fabricação
Fim da
fabricação
Ciclo operacional
Vendas Recebimentodas vendas
PMEMP PMEPAPMF
Ciclo econômico
Ciclo financeiro (caixa)
PMR
PMP
Figura 37
Então, vamos entender como ciclo operacional o período entre a entrada de matéria-prima em 
estoque e o prazo de recebimento das vendas. E o ciclo de caixa como o período entre os prazos de 
pagamentos médios da empresa e os recebimentos de vendas. Algumas siglas úteis:
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• PMM – Prazo médio de estoque de matéria-prima.
• PMP – Prazo médio de produção ou de estoque em processo.
• PMA – Prazo médio de vendas ou de produto acabado.
• PMC – Prazo médio de cobrança.
• PMPF – Prazo médio de pagamento de fornecedores.
• PMPS – Prazo médio de pagamento de salários.
• PMPI – Prazo médio de pagamento de impostos.
Para entender melhor, vamos adicionar mais algumas informações contábeis para melhor explicar o 
ciclo de caixa.
Tabela 64
Balanço Patrimonial - valores correntes de 31/12/2004 (milhões de Reais)
 Ativo Valor Passivo Valor
 Caixa 1.610 Empréstimos bancários 3.200
 Bancos 2.680 Fornecedores 6.720
 Duplicatas a receber 11.340 Salários e encargos sociais 700
 (-) PDD (270) Impostos 1.160
 (-) Duplicatas descontadas (2.150) Passivo circulante 11.780
 Estoques 4.850 Passivo não circulante
 Matéria-prima 1.400 Debêntures 16.100
 Produtos em processo 1.080 Impostos 2.100
 Produtos acabados 2.370 Exigível a longo prazo 18.200
Ativo circulante 18.060
Ativo não circulante
 Duplicatas a receber 4.590
 Empréstimos a controlar 2.000 Patrimônio líquido 21.470
Realizável a longo prazo 6.590
 Ativo permanente 26.800
Total do ativo 51.450 Total do passivo 51.450
Tabela 65
Informações adicionais do exercício
Total das vendas no período $ 60.000
Custo do produto vendido (CPV) $ 24.000
Matéria-prima consumida no ciclo $ 11.790
Compras realizadas dentro do ciclo $ 32.595
Salários pagos no ciclo $ 12.429
Imposto recolhido no ciclo $ 15.439
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Com o balanço e as informações adicionais, será possível quantificar o ciclo de caixa, calculando o 
prazo médio de cada uma das contas.
Inicialmente,vamos transformar os estoques em prazos médios:
Prazo médio de estocagem das matérias-primas (PMM)
PMM = (estoque de matérias-primas / consumo de MP) x 360
PMM = (R$ 1.400 / R$ 11.790) x 360 = 43 dias
Assim, em média, a matéria-prima ficou estocada durante aproximadamente 43 dias.
Prazo médio de fabricação ou de produto em processo (PMP)
PMP = (estoque de produtos em processo / CPV) x 360
PMP = (R$ 1.080 / R$ 24.000) x 360 =16 dias
O processo de produção dura em média 16 dias.
Prazo médio de vendas ou de produtos acabados (PMA)
PMA = (estoque de produtos acabados / CPV) x 360
PMA = (R$ 2.370 / R$ 24.000) x 360 = 36 dias
O produto acabado ficou estocado durante 36 dias em média esperando para ser vendido.
Esses dados foram extraídos do balanço patrimonial e da tabela de dados adicionais, e podem ser 
interpretados como o tempo médio que as matérias-primas ficam paradas em estoque, o prazo em que 
elas ficam em processo de transformação e o tempo que o produto acabado demora a ser vendido.
Mas, o que é necessário saber para calcular esses prazos médios?
• Conhecer todos os fluxos da empresa.
• Ter acesso ao balanço patrimonial.
• Ter acesso ao DRE.
• Saber interpretar os resultados obtidos.
Ainda assim, que tipo de decisões podem-se tomar com esses prazos em mãos? É ao que vamos 
responder com a junção de todos os dados obtidos.
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Agora, precisamos obter os prazos gerais de estoque:
Prazo médio dos vários estoques = PMM + PMP + PMA
Prazo médio dos vários estoques = 43 dias + 16 dias + 36 dias
Prazo médio dos vários estoques = 95 dias
Compra de 
Matéria-prima
PMM
43 dias 16 dias 36 dias
PMAPMP
Início da
fabricação
Fim da
fabricação Vendas
Figura 38
Perceba que, em todas as etapas, geram-se saídas ou consumo de recursos e não há entradas, 
somente gastos. Dependendo dos prazos para pagamento de fornecedores, isso pode ser bom ou não 
para a empresa. A empresa pode ou não ser colocada em situação de necessitar de muito capital de giro, 
pois gastaria muito antes e entrariam recursos somente depois de certo tempo.
Transformando recebimentos em prazos médios:
Prazo médio de cobrança – PMC
PMC = (Duplicatas a receber / Vendas) x 360
Lembre-se de que, quanto às duplicatas a receber, temos: 11.370 de curto prazo e 270 de PDD 
(duplicatas duvidosas de recebimento). Assim, de duplicatas a receber de curto prazo, temos R$ 11.070. 
Com relação a duplicatas a receber de longo prazo, temos R$ 4.590.
Como nosso objetivo é fazer a necessidade de capital de giro de curto prazo vamos considerar 
somente as duplicatas de curto prazo, se por acaso fossemos buscar necessidade de capital de giro total 
deveríamos utilizar todas as duplicatas, de curto e longo prazo, abatendo as deduções.
PMC = ($ 11.070 / $ 60.000) x 360 = 66 dias
Esse é o prazo que a empresa leva para receber as vendas realizadas.
Obs.: alguns autores consideram como duplicatas a média entre dois anos consecutivos; aqui, como 
temos somente um ano mencionado, para facilitar o exemplo, estamos considerando o valor total do 
ano em questão.
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É importante que o aluno não se esqueça dos conceitos dados anteriormente, assim, vamos fazer 
agora o ciclo de caixa ou financeiro.
Podemos perceber que o ciclo de caixa ou financeiro no lado do ativo é de 189 dias:
Ciclo de caixa ativo
+ 43 (PMM) – prazo médio de estoque de matéria prima
+ 16 (PMP) – prazo médio de produção
+ 36 (PMA) – prazo médio de estoque de acabado
+ 66 (PMC) – prazo médio de cobrança
= 161 dias
Obs.: o achado ainda é parcial, pois ainda não pagamos os fornecedores, devemos encontrar os 
prazos das obrigações para sabermos as necessidades de caixa.
Primeiramente, transformamos as contas do ativo; agora, vamos transformar as contas do passivo 
em prazos médios.
Prazo médio de pagamento de fornecedores (PMPF)
PMPF = (Fornecedores a pagar / Compras) x 360
PMPF = ($ 6.720 / $ 32.595) x 360 = 74 dias
Prazo médio de pagamento de salários e encargos sociais (PMPS)
PMPS = (Salários a pagar / Salários incorridos no período) x 360
PMPS = ($ 700 / $ 12.429) x 360 = 20 dias
Prazo médio de pagamento de impostos (PMPI)
PMPI = (Impostos a pagar / Impostos incorridos) x 360
PMPI = ($ 1.160 / $ 15.439) x 360 = 27 dias
Nessa situação, a empresa fez investimentos nos ativos operacionais para 189 dias e, como 
contrapartida, recebe financiamentos operacionais de 121 dias.
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Prazo médio do passivo operacional = PMPF + PMPS + PMPI
Prazo médio do passivo operacional = 74 dias + 20 dias + 27 dias
Prazo médio do passivo operacional = 121 dias
Diante desse quadro, a necessidade de capital de giro seria a diferença entre os prazos do ativo e os 
prazos do passivo.
161 - 121 = 40 dias
Isso significa que a empresa, em média, leva 121 dias para pagar suas obrigações. 
A empresa precisará de recursos para financiar 40 dias de operações, como segue:
Tabela 66
Item Valores Número de dias 
Investimentos feitos no ciclo operacional de curto prazo
Duplicatas a receber R$ 11.070 66
Estoques: R$ 4.850 95
 • Matéria-prima R$ 1.400 43
 • Produtos em processo R$ 1.080 16
 • Produtos acabados R$ 2.370 36
Ativo operacional R$ 15.920 161
Financiamento recebido de caráter operacional de curto prazo 
Fornecedores R$ 6.720 74
Salários e encargos sociais R$ 700 20
Impostos R$ 1.160 27
Passivo circulante operacional R$ 8.580 121
Necessidade de capital de giro R$ 7.340 40 dias
Para calcular o ciclo de caixa, podemos utilizar a seguinte fórmula:
CC = PME + PMC – PMP
PMM + PMP + PMA PMPF + PMPS + PMPI
Prazo de recebimento 
de vendas
CC = 95 + 66 – 121 = 40 dias
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 ......(43).......(16).......(36).......(66). Investimento
 |....PMM......PMP......PMA.......PMC.........
+--------+-------+------+------+--------+--------+- Dias
|0 |30 |60 |90 | |120 |150
| | | | | |
|...................................PMPF.....PMPS....PMPI.....
 ........ (74) ..(20) (27) Financiamento
Figura 39
O ciclo do ativo, de 0 a 120, coincide com o ciclo de pagamento, ou de financiamento. O ciclo que 
vai de 120 a 150 (ativo) é a necessidade de financiamento da empresa ou de capital de giro.
Exemplos de Aplicação
1. Uma empresa, em média, tem suas duplicatas cobradas em 70 dias, os estoques com idade média 
de 80 dias e as duplicatas a pagar em 45 dias; a empresa gasta R$ 4.200.000 a cada ano comercial. 
Calcule:
a. o ciclo de caixa;
b. o giro de caixa;
c. a necessidade de capital de giro.
Solução 
 PME 80
0 20 40 60 80 100 120 140
 
PMPF 45 
 PMC 70
Ciclo operacional 
Figura 40
Ciclo operacional é a totalidade das operações – recebimento da mercadoria e prazo de recebimento.
80 + 70 = 150 dias
O período de comprar matéria-prima, produzir, vender e receber vai durar 150 dias.
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Ciclo de caixa é a diferença entreo prazo de pagamento e o recebimento; em outras palavras, é o 
período em que a empresa precisa financiar suas operações.
Para calcular, utilizamos a seguinte fórmula:
CC = PME + PMC - PMP
CC = 80 + 70 - 45 
CC = 150 – 45 = 105 dias
Assim, a empresa deverá ter recursos para trabalhar 105 dias.
Necessidade de capital de giro é a quantia de que a empresa precisa para financiar os seus dias 
de operação.
4.200.000/360 = 11.666.66 por dia de gastos
Como precisa financiar 105 dias, terá como necessidade de capital de giro o valor de R$ 1.225.000.
Giro de caixa é a quantidade de vezes que a empresa terá que ter esse ciclo de caixa durante um 
período (ano). 
36/105 = aproximadamente 3,43 vezes.
Ou seja, a empresa precisará ter o valor de R$ 1.225.000 em média 3,43 vezes no ano para sustentar 
suas operações.
2. Uma empresa tem um prazo de estoque de 60 dias, um período médio de cobrança de 50 dias e 
um período de médio de pagamento de 40 dias. A empresa gasta R$ 900.000 por ano.
a. Qual é o ciclo de caixa?
b. Qual é o giro de caixa?
c. Qual é a necessidade de capital de giro?
Solução 
 PME 60
0 20 40 60 80 100 120 140
 
PMPF 40 
 PMC 50
Ciclo operacional 
Figura 41
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Ciclo operacional é a totalidade das operações – recebimento da mercadoria e prazo de recebimento.
60 + 50 = 110 dias
Entre comprar matéria-prima, produzir, vender e receber, isso vai levar 110 dias.
Ciclo de caixa é a diferença entre o prazo de pagamento e o recebimento; em outras palavras, é o 
período em que a empresa precisa financiar suas operações.
Para calcular, utilizamos a seguinte fórmula:
CC = PME + PMC - PMP
CC = 60 + 50 - 40 
CC = 110 – 45 = 65 dias
Assim, a empresa deverá ter recursos para trabalhar 65 dias.
Necessidade de capital de giro é a quantia de que a empresa precisa para financiar os dias de 
operação da empresa.
900.000/360 = 2.500 por dia de gastos – como ela precisa financiar 65 dias, terá como necessidade 
de capital de giro o valor de R$ 162.500.
Giro de caixa é a quantidade de vezes que a empresa terá que ter esse ciclo de caixa durante um 
período (ano). 
360/65 = aproximadamente 5,53 vezes
Ou seja, a empresa precisará ter o valor de R$ 162.500 em média 5,53 vezes no ano para sustentar 
as suas operações.
 Saiba mais
O livro Finanças corporativas de curto prazo, a gestão valor de capital 
de giro, de Alberto Borges Matias (ed. Atlas, 2007), especificamente nos 
capítulos 1 a 3 e 5, aborda a gestão dos recursos financeiros de alocação 
circulante nas organizações – captação de recursos financeiros de curto 
prazo e aplicações de recursos financeiros de curto prazo.
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7.2 Indicadores
Um orçamento, como qualquer outro instrumento financeiro, deve ter uma base de referência para 
medição de desempenho, conhecer seus significados e um direcionamento para melhorias. A montagem 
de indicadores de desempenho financeiro depende:
• do tipo de empresa;
• se nacional, multinacional ou estatal;
• do grau de amadurecimento;
• do grau de autonomia;
• de aspectos culturais.
Indicadores mais utilizados
1. Relativos
Margem
A margem bruta mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda que restou após a 
empresa ter pago seus produtos.
Margem = Lucro Bruto 
 Receita operacional
Como gestor financeiro que precisa tomar decisões, deve-se olhar para esses valores como meio de 
ajuste de acordo com as necessidades. Se os valores forem baixos, isso pode significar: 
• problemas com o preço;
• problemas com custo;
• taxas excessivas de carregamento de estoques etc.
Como se considera o lucro bruto, abatem-se somente os valores referentes ao custo do produto ou 
devoluções. 
Não é possível dizer um número considerado bom ou ruim, isso vai depender do tipo e porte do 
negócio da empresa em análise.
Assim, conhecendo-se os possíveis problemas, torna-se mais fácil para encontrar as possíveis 
soluções.
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Exemplos de Aplicação
Uma empresa está vendendo muito, mas não lhe está sobrando dinheiro. O que pode estar ocorrendo?
A empresa analisou os custos de estoque e verificou que o volume que mantém em estoque é 
próximo do que ocorre no mercado; os custos de compras também são eficientes, assim como os custos 
de carregamentos gerais de estoque. O CMV também está na média de mercado. Além disso, a empresa 
tem como vantagem competitiva os preços, que são os melhores da região. 
O que você, como gestor financeiro, diria para essa empresa?
Resposta esperada:
Se a empresa tem os mesmos custos do mercado e vende por um preço menor do que o praticado 
nesse mesmo mercado, a consequência vai ser um lucro menor. Um lucro bruto menor vai pressionar 
o lucro líquido para baixo, pois ainda há os gastos operacionais. Deve, então, igualar os preços aos 
praticados no mercado, caso queira ter lucros maiores.
Tabela 67 - Balanço patrimonial em X1 da empresa JCC
Ativo Passivo
Circulante Circulante 
Caixa 4.000 Fornecedores 6.000
Duplicatas a receber 16.000 Impostos a recolher 10.000
Estoques 8.000 Empréstimos 16.000
Total circulante 28.000 Total circulante 32.000
Não circulante Não circulante 
Realizável em longo prazo Exigível em longo prazo 
 Créditos de diretores 2.000 Financiamento 4.000
Permanente Patrimônio líquido 
 Imobilizado 126.000 Capital social 120.000
Total não circulante 128.000 Total não circulante 124.000
Total do ativo 156.000 Total do ativo 156.000
Foi considerado um DRE resumido para facilitar o cálculo para encontrar a margem bruta.
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Tabela 68 - DRE da empresa JCC X1
Receita operacional 20.000
(-) CMV 4.000
= Lucro bruto 16.000 
Despesa operacional 8.000
= Lucro operacional 8.000 
(-) IR e contribuição social 2.200
= Lucro líquido 5.800
Relembrando a fórmula, temos:
Margem = Lucro Bruto 
 Receita operacional
 Observação
Receita operacional é o valor referente às vendas da empresa, podemos 
chamar de receita, de vendas líquidas.
Margem = 16.000 = 0,8 ou 80%
 20.000
Como gestor financeiro, como devemos olhar para esse valor?
Isso significa que, para cada real vendido, a empresa lucrou R$ 0,80 após a dedução do CMV, ou seja, 
esse lucro será para arcar com as despesas operacionais e os impostos.
Quando a margem bruta é baixa, a empresa é obrigada a minimizar os gastos operacionais, o que 
pode complicar as atividades da empresa. Obrigando a empresa a minimizar investimentos, isso dificulta 
a reserva de valores para as atividades dela. 
Margem operacional
Resultado operacional / receitas operacionais
Seguindo o mesmo raciocínio anterior, vamos extrair do DRE os valores da fórmula:
Margem = Resultado operacional 
 Receita operacional
Margem operacional = 8.000 = 0,40
 20.000134
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Para cada real de vendas, a empresa lucrou 0,40 centavos após abater as despesas operacionais. Note 
que ainda falta abater os impostos.
O gestor financeiro deve observar que, mais importante que as vendas, é a lucratividade da empresa.
Lucratividade
A fórmula para calculá-la é:
Lucratividade = 5.800 = 0,29 ou 29%
 20.000
Chamamos também de margem líquida e aponta que, para cada real vendido, a empresa lucrou 
0,29 centavos. Essa informação é importantíssima para o gestor financeiro, pois é esse o recurso a 
ser utilizado pela empresa com o menor custo. Um gestor financeiro não deve olhar somente para o 
faturamento, mas também para o quanto está se ganhando com essa operação.
MB = 0,80
MO = 0,40
ML= 0,29
Mas, como saber se esses números estão bons ou não?
• Acompanhe a evolução no passar do tempo.
• Compare com os valores de mercado.
• Compare com empresas do mesmo ramo e porte.
• Compare com os objetivos da empresa.
Porcentagem de gastos de estrutura
Esse indicador faz uma relação entre os gastos operacionais e a venda da empresa. Em outras 
palavras, verifica se os gastos são compatíveis com as vendas.
A fórmula é:
Gastos operacionais = Gastos operacionais = 0,29 ou 29%
 Receitas operacionais
Voltando ao balanço, temos:
Gastos operacionais = 8.000 = 0,40 ou 40%
 20.000
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Assim, para cada real vendido, a empresa gastou 0,40 no operacional. Quanto menor, melhor, pois, 
se as despesas são menores, os lucros serão maiores.
Ponto de equilíbrio
É de suma importância para a análise das operações da empresa. Podemos dizer que o ponto de 
equilíbrio é a situação em que os custos e as despesas totais da empresa são iguais à receita total, ou os 
gastos são iguais à entrada de recursos. É também chamado de break-even point (ponto de ruptura).
Assim, se esse volume de vendas, em valores ou em unidades, ficar abaixo do ponto de equilíbrio 
encontrado, a empresa sofre prejuízo, pois não haverá receita suficiente para pagar seus custos e suas 
despesas. Porém, se as vendas ficarem acima do ponto do equilíbrio, a empresa terá lucro.
Temos três tipos de ponto de equilíbrio: contábil, econômico e financeiro. Qualquer um deles pode 
ser calculado em valores e em unidades. Vamos conhecer cada um deles.
Ponto de equilíbrio contábil
• Em unidades 
Aponta o volume ou a quantidade de produtos que a empresa deve vender para que os lucros sejam 
iguais a zero.
A fórmula utilizada para encontrar o ponto de equilíbrio contábil em unidades é:
PEC = Custos fixos + Despesas fixas 
 Margem de contribuição unitária
Custos fixos e despesas fixas são os custos que a empresa tem de pagar independentemente dos 
volumes produzidos.
Margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e os custos variáveis (PV – CV).
Vamos ver uma aplicação disso. A empresa JCC fez o seguinte levantamento:
Tabela 69
Custo fixo + despesa fixa R$ 10.000
Preço de venda unitário R$ 110,05
Custo variável unitário R$ 66
Na fórmula, vamos precisar da margem de contribuição:
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Margem de contribuição
110,05 – 66 = 44,05
Ou (44,05/110,05) x 100 = 40,03% 
Vamos agora para o PEC:
PEC = R$ 10.000 
 44,05
Assim, quando a empresa vender 227 unidades a R$ 110 cada, o lucro será igual a zero. 
Vejamos: 
227 unidades x 110,05 = Receita de R$ 24.981,35
Custos variáveis totais (66 x 227) = CV de R$ 14.982
= margem de contribuição total (44,05 x 227) = R$ 9.999,35
- custo fixo total R$ 10.000
= lucro R$ -0,75 ou lucro igual a zero
• Em valores
A fórmula é:
PEC = Custos fixos + Despesas fixas 
 Porcentagem da margem de contribuição
PEC = R$ 10.000 = R$ 24.981,26
 44,05
Esse é o valor que a empresa deve vender para cobrir todos os gastos e ficar com lucro zero.
Ponto de equilíbrio financeiro
O ponto de equilíbrio contábil considera todos os custos variáveis e fixos, mas desses custos e 
despesas, podemos dizer que estão separados em dois grupos:
• Despesas desembolsáveis: as despesas que sairão do caixa da empresa em determinado período.
• Despesas não desembolsáveis: as despesas contabilizadas, mas que não saem do caixa, como a 
depreciação, por exemplo, que é contabilizada como despesa, mas pela qual não temos que pagar. 
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Assim, o ponto de equilíbrio financeiro leva em consideração somente as despesas e os custos 
que sairão do caixa. Então, vai considerar todas as despesas e custos do calculo anterior menos as 
depreciações. Pode ser também calculado em unidades ou em valores:
Em unidades 
Ponto de equilíbrio financeiro:
PEF = Custos fixos + Despesas fixas -Depreciação + Dívidas do período 
 Margem de contribuição
Essa fórmula tem duas diferenças em relação à anterior. A primeira é a depreciação pelos motivos 
já explicados, e a segunda são as dívidas do período. Essas dívidas podem ser pagamentos bancários ou 
compra de maquinários; às vezes há, às vezes não, depende da programação da empresa.
Então, vamos considerar os mesmos dados do exemplo anterior:
Tabela 70
Custo fixo + despesa fixa R$ 10.000
Depreciação R$ 2.000
Preço de venda unitário R$ 110,05
Custo variável unitário R$ 66
Empréstimo R$ 4.950,70
Lembrando que a margem de contribuição é: MC = PV – CV, onde MC = margem de contribuição; PV 
= preço de venda e CV = custo variável, temos: 
MC = R$ 110,05 – R$ 66 = R$ 44,05 
Substituindo os valores:
PEF = 10.000 - 2.000 + 4.950,70 = 294 unidades
 44,05
Vamos verificar se as 294 unidades vendidas são suficientes para pagar todos os custos da empresa.
294 unidades x 110,05 = Receita de R$ 32.354,70
Custos variáveis totais (66 x 294) = CV de R$ 19.404
= Margem de contribuição total (44,05 x 294) = R$ 12.950,70
- Custo fixo total (10.000 - 2000) R$ 8.000
- Empréstimo R$ 4.950,70
= Lucro R$ 0
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Em valores
PEF = Custos fixos + Despesas fixas -Depreciação + Dívidas do período 
 % Margem de contribuição
Mas, como encontrar a porcentagem da margem de contribuição?
Pegamos os valores encontrados R$ 44,05 e dividimos pelo preço de venda:
44,05/110,05 = 40,03% 
PEF = 10.000 - 2.000 + 4.950,70 = R$ 32.352,48
 40,03%
Tirando a prova:
32.352,48/110,05 = 294 unidades 
Ponto de equilíbrio econômico 
O aluno, para entender os três tipos de ponto de equilíbrio, deve diferenciar cada um deles. Veja que 
na primeira opção (contábil) consideramos todos os custos; na segunda opção (financeiro), consideramos 
os custos menos as depreciações e somamos com outras despesas do semestre; na terceira opção, agora, 
vamos considerar os custos mais os lucros desejados.
Para efetuar os cálculos, devemos levar em conta os mesmos dados do PEC e acrescentaras intenções 
de ganhos da empresa. 
Tabela 71 
Custo fixo + despesa fixa R$ 10.000
Preço de venda unitário R$ 110,05
Custo variável unitário R$ 66
Investimento no negócio R$ 50.000
Margem de lucro esperada 30% do valor investido R$ 15.000
Assim, a fórmula seria:
Em unidades 
PEF = Custos fixos + Despesas fixas + Margem de lucro 
 Margem de contribuição
PEF = 10.000 + 15.000 = 567,54 unidades, ou se arredondar 568 unidades
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Será que esse valor realmente resulta no lucro esperado? Vejamos.
567,54 unidades x 110,05 = receita de R$ 62.457,77
Custos variáveis totais (66 x 567,54) = CV de R$ 37.457,64
= Margem de contribuição total (44,05 x 567,54) = R$ 25.000,13
- Custo fixo total = R$ 10.000
= Lucro = R$ 15,000,13
Veja que deu o lucro esperado; se venderem menos do que 567 unidades, não se terá o lucro esperado.
Em valores 
PEF = Custos fixos + Despesas fixas + Margem de lucro 
 Porcentagem da margem de contribuição
PEF = 10.000 + 15.000 = R$ 62.453,16
 40,03
Tirando a prova:
62.453,16 / 110,05 = 567,48 unidades 
Exemplos de Aplicação
Qual a importância desse planejamento para a gestão financeira de uma empresa?
Resposta esperada: 
Com o ponto de equilíbrio contábil, a empresa encontra o mínimo a vender para cobrir os custos: se 
vender menos, é prejuízo; se vender mais, é lucro. No ponto de equilíbrio financeiro, a empresa encontra 
o valor ou as unidades necessárias para honrar as obrigações do período. No econômico, a empresa 
encontra as unidades ou os valores necessários que precisa vender para ter os lucros esperados. Assim, 
quando uma empresa traça metas de vendas, se estas não forem cumpridas, os lucros esperados não 
serão atingidos. Isso compromete as despesas já assumidas, inviabiliza novos investimentos. Assim, deve 
ser uma ferramenta do dia a dia do gestor financeiro. 
Como deve ter percebido, os modelos apresentados são aplicáveis quando trabalha-se apenas com 
um produto, mas essa não é a realidade da maioria das empresas. Assim, quando temos que trabalhar 
com vários produtos, vamos ter margens de contribuições diferentes, pois, vamos lembrar, a margem de 
contribuição é o preço de venda menos os custos variáveis. Então, o que vamos fazer? 
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Nessa situação, há o que chamamos de mix de ponto de equilíbrio ou ponto de equilíbrio mix, que 
pode ser calculado da seguinte maneira:
PE (em unidades) MIX = Custos fixos + Despesas fixas 
 Margem total de contribuição
 
 Quantidade total em unidades
Exemplo
Um posto de combustíveis trabalha com três produtos como sendo os principais: gasolina, álcool e 
diesel. Levantaram-se os seguintes dados:
Tabela 72
Produtos Gasolina Diesel Álcool Total 
Preço de venda 2,80 1,60 1,80
Custos variáveis 1,80 0,70 0,50
Margem de 
contribuição 
PV – CV
1,00 0,90 1,30
Quantidade de litros 
vendidos 50.000 litros 30.000 litros 100.000 litros 180.000 litros 
Total (%) 27,78 16,67 55,55 100%
Margem de 
contribuição total 50.000 27.000 130.000 207.000
Custo fixo 20.000
PEF (em unidades) MIX = 20.000 
 207.000
 
 180.000
PEF = 20.000 = 17.391,30 litros
 1,15
Encontrado o volume em litros que o posto deve vender, precisa-se agora encontrar os pesos de 
acordo com os volumes de vendas ou ocorridos ou projetados:
PE MIX = 17.391,30 
Gasolina (27,78%) = 4.831,30 litros 
Diesel (16,67%) = 2.899,12 litros 
Álcool (55,55%) = 9.660,86 litros 
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 Saiba mais
 Para conhecer mais sobre ponto de equilíbrio, leia Contabilidade de 
custos (11. ed., ed. Pearson), de Charles T. Horngren, Srikant M. Datar e 
George Foster, de dois volumes.
Vamos continuar com mais alguns índices importantes para o gestor financeiro acompanhar e 
avaliar se as ações da empresa estão boas ou não.
Grau de alavancagem operacional
Esse índice indica a relação entre a variação dos lucros e a variação das vendas. Vamos enxergar que 
aumentar vendas não vai significar aumento de lucro. A forma de calcular é:
GAO = Variação % do lucro líquido 
 Variação % de receitas
Assim, esse índice aponta o efeito que o aumento de vendas terá nos lucros, mais precisamente, se 
o lucro vai aumentar na mesma proporção ou não, e qual será essa proporção.
Esse índice auxilia na projeção dos resultados que uma empresa poderia ter nos mais variados níveis 
de produção ou de vendas. Pois, se a empresa produzir, por exemplo, 10.000 unidades de um produto 
qualquer, terá um impacto em custos; se produzir 20.000 unidades, o impacto em custos será outro e, 
por consequência, os lucros serão diferentes. Essa análise é o objetivo do índice grau de alavancagem 
financeira.
Vamos utilizar como base o mesmo exemplo dado anteriormente, em que os custos e as despesas 
estão relacionados a seguir.
Tabela 73
Custo fixo + despesa fixa R$ 10.000
Preço de venda unitário R$ 110,05
Custo variável unitário R$ 66
Margem de contribuição R$ 110,05 – 66 = 44,05
Vamos imaginar que, em um primeiro momento, vamos projetar os lucros com um volume de vendas 
de 500 unidades: 
500 unidades x 110,05 = receita de R$ 55.025
Custos variáveis totais (66 x 500) = CV de R$ 33.000
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= Margem de contribuição total (44,05 x 500) = R$ 22.025
- Custo fixo total = R$ 10.000
= Lucro = R$ 12.025
Agora, vamos projetar os lucros com vendas de 600 unidades:
600 unidades x 110,05 = Receita de R$ 66.030
Custos variáveis totais (66 x 600) = CV de R$ 39.600
= Margem de contribuição total (44,05 x 600) = R$ 26.430
- Custo fixo total = R$ 10.000
= Lucro = R$ 16.430
Assim, a variação dos lucros foi de:
16.430 – 12.025 = 4.405, que correspondem a 36,63% de crescimento.
A variação na receita foi de: 
66.030 – 55.025 = 11.005, que correspondem a 20% de crescimento. 
Uma leitura financeira diz que um crescimento de 20% nas vendas resulta em crescimento de 
36,63% nos lucros. 
Assim, o GAO seria:
GAO = Variação % do lucro líquido 
 Variação % de receitas
GAO = 36,63% = 1,83 vez
 20%
Como profissional da área financeira, o gestor deve ler essa informação da seguinte maneira: 
O grau de alavancagem operacional de 1,83 vez significa que qualquer acréscimo percentual no 
volume de 500 unidades acarretará em aumento de lucro em 1,83 vez.
Você, como aluno de gestão financeira, deve estar se perguntando: como assim, qualquer acréscimo 
em unidades vendidas acima de 500 unidades gerará um acréscimo nos lucros de 1,83 vez? Como 
podemos tirar a prova? 
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Para sanar essa possível dúvida, adotemos mais um exemplo fazendo outra simulação. Vamos assumir 
um número qualquer, supor vendas de 800 unidades. 
Vendas iniciais de 500 unidades geraram lucros de R$ 12.025 e receita de R$55.025. Se houver 
aumento para 800 unidades, qual seria o impacto nos lucros?
Vendas de 800 unidades:
800 unidades x 110,05 = Receita de R$ 88.040
Custos variáveis totais (66 x 800) = CV de R$ 52.800
= Margem de contribuição total (44,05 x 800) = R$ 35.240
- Custo fixo total = R$ 10.000
= Lucro = R$ 25,240
Seguindo o mesmo raciocínio, vamos pegar as receitas de 800 unidades (R$ 88.040) e subtrair as 
receitas de 500 unidades (R$ 55.025), o que daria uma diferença de R$ 33.015, significando 60% de 
crescimento na receita.
Fazendo os cálculos:
Crescimento nos lucros = 88.040 - 55.025 = 33.015
Veja que a diferença de um período para o outro foi de R$ 33.015. Se for feita a proporção em 
relação ao primeiro período, temos:
No primeiro período, tivemos receitas de R$ 55.025; no período dois, houve crescimento de receita 
de R$ 33.015. 
Regra de três simples:
55.025__________ 100%
 
33.015__________ X%
55.025 x X = 33.015 x 100%
55.025 X% = 3.301.500
X% = 3.301.500 = 60%
 55.025
Esse foi o crescimento percentual nas receitas da empresa.
Em relação aos lucros, vamos fazer os mesmos passos:
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Os lucros do segundo período foram de R$ 25.240, e os do primeiro período foram de R$ 12.025. 
Ao subtrair aquele por este, temos um valor de R$ 13.215, o que significa crescimento nos lucros de 
109,89%.
Obs.: os lucros do primeiro período referem-se às vendas de 500 unidades; os do segundo período 
referem-se às vendas de 800 unidades.
Cálculos: 
Crescimento nos lucros = 25.240 - 12.025 = 13.215 
O aumento nos lucros de um período para o outro foi de R$ R$ 13.215, o que percentualmente 
significa 109,89% de crescimento.
12.025__________ 100%
 
13.215__________ X%
12.025 x X% = 13.215 x 100%
12.025X = 1.321.500
X% = 1.321.500 = 109,89%
 12.025
Esse foi o crescimento dos lucros de um período para o outro. Agora, podemos calcular o GAO 
dividindo a variação dos lucros pela variação das receitas, como já foi visto:
Variação dos lucros = 109,89%
Variação nas receitas = 60%
Então: 
GAO = 109,89% = 1,83 vez
 60%
Grau de alavancagem financeira
Ao abrir uma empresa, tem-se a possibilidade de abrir com capital próprio ou capital de terceiros. 
Adotando esse ultimo, estaria assumindo uma dívida, buscando recursos no mercado a determinada taxa 
de juros e aplicando na empresa (ativo) com outra taxa de atratividade. Assim, a taxa de atratividade, 
que é o retorno esperado pela empresa, será certa porcentagem, e a taxa de juros assumida na empresa 
será outra taxa. Essa diferença vai para os acionistas e afeta o retorno sobre o patrimônio liquido. 
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Assaf Neto (2003) chama essa diferença de alavancagem financeira. Pode ser para mais ou para 
menos em relação ao retorno que teria se o investimento fosse feito todo com recursos próprios. Assim, 
o autor diz que, para ser favorável, quanto maior for a participação de capital de terceiro, maior será a 
alavancagem financeira.
 Observação
O excesso de participação de capital de terceiros coloca a empresa em 
risco, traz retorno maior sobre o capital aplicado, mas o risco da operação 
é maior por estar mais endividada.
Assim, podemos citar Gitman (1984), que diz que alavancagem financeira é a capacidade da empresa 
de usar encargos financeiros fixos (de terceiros) para maximizar os efeitos da variação no Lucro Antes de 
Juros e Imposto de Renda (Lajir) sobre o lucro por ação (LPA).
Vamos trabalhar com a visão de Assaf Neto, que utiliza o índice para decidir se é viável utilizar capital 
de terceiro ou capital próprio. Em sua visão, quanto maior o capital de terceiro, maior a alavancagem 
financeira. Vamos ver um exemplo:
Uma empresa que pretende executar um projeto necessita de investimento de R$ 98.000 e pretende 
ter um retorno de 1,77% sobre esse capital. Feitas as projeções, os dados foram os seguintes:
Tabela 74
Vendas 28.333,33
CMV (14.702,16)
Lucro bruto 13.631,17
Despesas com vendas (4.867,66)
Despesas administrativas (7.027,66)
Lucro 1.735,85
Observando que o investimento feito de 98.000, o retorno sobre o ativo foi de:
Lucro / ativo total 
1.735,85 / 98.000 = 0,0177 x 100 = 1,77% de retorno 
Atende-se assim ao previsto, mas, e se, no lugar de utilizar capital próprio, a empresa desejasse 
investir 50% do valor de capital próprio e o restante buscar recursos de terceiros com juros de 1% ao 
mês. O que ocorreria?
Obs.: R$ 49.000 de capital próprio e R$ 49.000 de capital de terceiros. 
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Isso implicará juros de R$ 490. Vamos considerar que os juros foram calculados no primeiro mês 
de utilização do capital. A operação fecha com um lucro financeiro, mas gera dívidas a vencer; em um 
balanço, estaria no lado do passivo. Lembre-se de que lucro é igual a receitas menos despesas, não se 
computam despesas a vencer, somente as realizadas. 
Tabela 75
Vendas 28.333,33
CMV (14.702,16)
Lucro bruto 13.631,17
Despesas com vendas (4.867,66)
Despesas administrativas (7.027,66)
Lucro 1.735,85
Despesas financeiras (490) 1% do cap. de terceiros 
Lucro depois do pag. de juros 1.245,85
Veja que, numericamente, o lucro foi menor. Isso nos levaria a pensar que foi ruim a situação, mas 
vamos nos lembrar de que o acionista deseja retorno do capital, e seu papel como gestor financeiro é 
justamente maximizar esse retorno. 
O retorno sobre o PL, que é o retorno sobre o capital próprio, na primeira situação ficou:
(1.735,85 / 98.000) x 100 = 1,77%
Isso significa que, para cada R$ 100 aplicados na empresa, houve retorno de R$ 1,77.
Se a empresa trabalhasse com capital de terceiro, o lucro diminuiria para R$ 1.245,85, e o capital 
próprio aplicado foi de R$ 49.000.
Isso significa que:
(1.245,85/49.000) X 100 = 2,54%
Isso quer dizer que, para cada R$ 100 aplicados na empresa, houve retorno de R$ 2,54.
Percebeu que o retorno para cada real aplicado foi maior? Maximizaram-se os ganhos dos acionistas. 
Para atrair investidores, isso pode ser atraente, claro, sem se esquecer do risco gerado para isso.
Não vamos nos esquecer de que nosso objetivo é calcular a alavancagem financeira, então vamos 
simplificar e utilizar a seguinte fórmula para essa situação:
GAF = Retorno sobre PL 
 Retorno sobre ativo
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GAF = 2,54 = 1,43 
 1,77
Lembre-se de que esse caminho é para se decidir entre usar capital próprio ou de terceiros, e em que 
volume. Assim, utilizou-se o retorno sobre o patrimônio liquido na operação com capital de terceiros 
(2,54) e o retorno sobre o ativo calculado na situação de investimento próprio total (1,77).
Então, esse GAF de 1,43 significa que a segunda opção oferece um retorno 43% maior do que a 
primeira. Em outras palavras: se forem utilizados recursos de terceiros em 50%, haverá um retorno sobre 
capital investido 43% maior do que se se utilizasse investimento 100% próprio. 
Outros autores consideram o índice de endividamento como referência de análise da alavancagem 
financeira, utilizando a fórmula:
GEPL = PC + PE = 1,43 
 PL
Onde:
GEPL – grau de endividamento do patrimônio líquido, ou quanto das dívidas da empresa são dívidas 
com terceiros 
PC – Passivo circulante 
PE – Passivo exigível de LP
PL – Patrimônioliquido
Esses valores podem ser extraídos do balanço patrimonial. Se, por exemplo, o resultado encontrado 
for 0,5, isso vai significar que 50% das dívidas da empresa são com terceiros. Quanto maior esse índice, 
maior a alavancagem financeira, pois será necessário menos capital próprio e, por consequência, haverá 
maior retorno sobre o capital aplicado.
É claro que devem ser levados em consideração os juros aplicados na operação.
2. De crescimento
São outros indicadores de desempenho, que também devem ser observados.
• Crescimento das receitas operacionais
Receitas operacionais são as provenientes das operações principais da empresa, como vendas, 
recebimento de dividendos etc., e o crescimento das receitas operacionais é uma análise horizontal das 
receitas. Vejamos:
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Tabela 76 - Receita de vendas (em R$) da empresa X
2001 2002 2003 2004
100.000 110.000 140.000 150.000
Em uma análise horizontal, podemos observar o seguinte:
Tabela 77
2001 2002
AH %
((2002-2001)/2001) 
X 100
2002 2003
AH %
((2003-
2002)/2002) X 100
100.000 110.000 10 110.000 140.000 27,27
Veja que, de 2001 para 2002, o crescimento foi de 10%; já de 2002 para 2003, foi de 27%. Esse 
crescimento deve ser acompanhado de perto pelo gestor financeiro, mas não se pode esquecer que 
não é a única análise, pois será ainda mais importante o aumento de lucro da empresa. O fato de 
a receita aumentar e o lucro diminuir não pode ser visto como algo positivo, isso vai depender dos 
objetivos estratégicos da empresa, por exemplo, em que aspecto ela quer crescer: em faturamento? Em 
participação de mercado? Em lucratividade? 
Exemplos de Aplicação
Faça o crescimento de 2003 para 2004:
2003 2004
AH %
((2004-
2003)/2003) X 100
Qual foi o crescimento? 
E de 2001 para 2004, qual foi o crescimento?
2001 2004
AH %
((2004-
2001)/2001) X 100
• Crescimento da margem
O crescimento da margem é justamente o crescimento do lucro em relação às vendas. Essa margem, 
para ser mais bem analisada, pode ser dividida em margem operacional e margem líquida.
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Margem operacional é o lucro em relação às vendas operacionais, como segue:
Margem operacional = Lucro operacional 
 Vendas líquidas
 Observação
O lucro operacional estará no DRE e é assim calculado:
 Lucro bruto – despesas operacionais (vendas, despesas financeiras, 
despesas gerais).
As vendas líquidas também estão no DRE e são calculadas assim: 
Receita de vendas – abatimentos de vendas (devolução de vendas, 
descontos comerciais sobre vendas, impostos incidentes sobre vendas)
Margem líquida é o lucro em relação às vendas líquidas, como segue:
Margem líquida = Lucro líquido 
 Vendas líquidas
Como análise financeira, o crescimento da margem de lucro é uma referência da saúde financeira da 
empresa, que está melhorando as operações de custos e receitas. Esse é o conhecido resultado líquido.
• Crescimento dos gastos de estrutura
O marketing de uma empresa atua no sentido de fazê-la vender mais, aumentando assim as suas 
receitas, mas isso não garante aumento de lucro, pois os gastos para que a empresa opere devem ser 
controlados para garantir crescimento dos lucros. Os gastos podem ser de estrutura funcional, como 
mão de obra, distribuição, compras etc. 
3. Operacionais
Os indicadores operacionais indicam as variações nas ações do dia a dia da empresa, como: quanto 
produziu, quanto errou, quanto vendeu, o tempo que leva para receber as vendas a prazo etc. Vamos 
ver cada um deles.
• Evolução física das vendas
É a análise quantitativa das vendas, o quanto vendeu em unidades. É importante para as projeções 
futuras da empresa, pois uma análise do histórico de vendas possibilita projetar outras operações, como 
vendas, contratação de funcionário, aumento da capacidade de produção ou estrutura da empresa, ou 
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até mesmo busca de parcerias, como parceiros logísticos.
• Indicadores de produtividade
A análise de produtividade de uma empresa aponta se a capacidade de produção está sendo utilizada 
em proporção esperada. Por exemplo, se uma empresa tem capacidade de produção de 10.000 unidades 
mês, mas vem praticando produções de 8.000 unidades no máximo, isso significa que está atuando a 
80% da capacidade, então se devem buscar os motivos de tal atuação. Pode ser utilizada também para 
analisar os diversos setores de uma organização, sempre em busca de ampliação de eficiência.
Mas, por que alguém da área financeira deve se preocupar com o setor de produção? A resposta é 
simples.
A ineficiência produtiva eleva os custos de produção, e a partir disso haverá dois caminhos: ou se 
aumenta o preço de venda, ou se diminui o lucro. Se se aumenta o preço de vendas, corre-se o risco de 
vender menos, os clientes vão para a concorrência. Se, por acaso, decide-se lucrar menos, absorver os 
aumentos de custos e manter os preços atuais, haverá como impacto a redução dos lucros. Em médio 
prazo, seria uma empresa com menos capacidade de reação. Assim, uma maneira de tornar a empresa 
mais forte é a redução dos custos, o aumento do lucro. 
• Turnover da mão de obra
A rotatividade de funcionário é outro ponto que interfere diretamente na rentabilidade da 
empresa. Quando um funcionário deixa a empresa, paga-se rescisão, é necessário colocar outra 
pessoa em seu lugar, esse substituto ainda será treinado, tudo isso significa mais custo. Sem 
contar que, até que essa nova pessoa esteja preparada para a função, sua produtividade não será 
a mesma. 
• Dias de contas a receber
A gestão de contas a receber de uma empresa é um ponto crucial para o equilíbrio no caixa da 
empresa. Quando se trata de ciclo financeiro, assunto tratado em unidades anteriores, os dias de contas 
a receber fazem parte dessa estrutura. Esses dias são o prazo que a empresa está ofertando aos clientes. 
Não deve ser muito extenso, pois amplia a necessidade de capital da empresa, nem muito curto, pois 
perderá em competitividade. Como prática, deve seguir as atuações de mercado.
• Porcentagem de cobrança em atraso
O item anterior, dias de contas a receber, está ligado à política de crédito da empresa; se 
essa política for muito folgada ou, em outras palavras, muito facilitadora, dando-se crédito com 
facilidade para qualquer pessoa, o índice de inadimplência será elevado. Isso significa cobranças 
e atrasos, clientes que devem e não honraram suas obrigações. A política de cobrança deve ser no 
sentido de orientar a empresa nas novas linhas de crédito e ainda criar meios de recuperação das 
dívidas não pagas.
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• Dias de estoques (matéria-prima, processo e acabados)
A visão de que estoque se traduz em custo é consenso entre empresas de diversos segmentos. Isso 
por estarmos vivendo um período de mudanças constantes, assim, um material estocado pode perder 
seu valor rapidamente. Essa visão serve para estoque de qualquer natureza, matéria-prima, de acabados 
etc. A filosofia JIT (Just in time) está no centro dessa visão e é a maneira de atuação de empresas no 
mundo todo.
Estoque traz os seguintes custos para a empresa:
• perda;
• armazenagem;
• capital investido;
• obsolescência;
• roubos e extravios etc.
Cada um desses itens deve ser gerenciado de forma areduzir cada um deles, isso proporcionará mais 
eficiência na gestão dos materiais, menos perdas e, assim, maior lucro.
4. De liquidez
É a capacidade da empresa em pagar suas obrigações. Pode ser calculado de algumas maneiras: 
geral, corrente, seca, imediata.
Analisar dados de balanço é muito complicado, pois nem sempre a empresa com maior receita é a 
mais rentável, nem a empresa com maior patrimônio é a mais lucrativa. A análise de índices facilita esse 
estudo.
Vejamos:
Índice de Liquidez Geral (ILG)
ILG = AC + RLP 
 PEX
Onde:
AC = Ativo circulante 
RLP = Realizável em longo prazo
PEX = Soma do passivo circulante com o exigível em longo prazo 
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Esse índice mede a capacidade geral de pagamento da empresa, considera, no lado do ativo, todo 
o ativo circulante, que são os valores disponíveis, como dinheiro, por exemplo, e os valores que estarão 
disponíveis em forma de dinheiro em breve, como os estoques. E ainda os realizáveis em longo prazo, 
que são os direitos a receber em períodos superiores a 360 dias. 
Do lado do passivo, considera o passivo circulante e o exigível a longo prazo. Não podemos esquecer 
que, do lado do passivo, temos as obrigações, e são obrigações com terceiros (salários, fornecedores e 
impostos são alguns exemplos), tanto de curto prazo (circulante), como a longo prazo (exigível de LP), e 
esses são o chamado passivo exigível. Temos ainda do lado do passivo o patrimônio liquido. 
No calculo do índice de liquidez geral, reúnem-se todos os recursos de curto e longo prazo e os 
dividem pelas obrigações com terceiros de curto e longo prazo.
Índice de Liquidez Corrente (ILC)
ILC = AC 
 PC
Onde:
AC = Ativo circulante
PC = Passivo circulante 
É a capacidade de pagamento de curto prazo da empresa. Considera todo ativo circulante, sendo 
dinheiro ou não. 
Índice de Liquidez Seca (ILS)
ILS = AC - E 
 PC
Onde:
AC = Ativo circulante 
E = Estoque
PC = Passivo circulante 
Esse índice aponta a capacidade de pagamento da empresa de curto prazo, mas sem considerar os 
estoques. Assim, uma empresa com estoque elevado vai ter esse índice bem reduzido em relação aos 
demais. Resumidamente, é a capacidade de pagamento da empresa menos os estoques.
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Índice de Liquidez Imediata (ILI)
ILI = D 
 PC
Onde:
D = Disponível 
PC = Passivo circulante 
É a capacidade de pagamento imediata da empresa. O valor disponível para pagar suas obrigações. 
Tradicionalmente, dinheiro no caixa e no banco.
Como base, todos os índices aqui apontados, quanto maiores, melhor; para serem bons, devem 
obrigatoriamente ser maior que 1.
Exemplos
Tabela 78 
Balanço Patrimonial - valores correntes de 31/12/2004 (milhões de Reais)
 Ativo Valor Passivo Valor
 Caixa 1.610 Empréstimos bancários 3.200
 Bancos 2.680 Fornecedores 6.720
 Duplicatas a receber 11.340 Salários e encargos sociais 700
 (-) PDD (270) Impostos 1.160
 (-) Duplicatas descontadas (2.150) Passivo circulante 11.780
 Estoques 4.850 Passivo não circulante
 Matéria-prima 1.400 Debêntures 16.100
 Produtos em processo 1.080 Impostos 2.100
 Produtos acabados 2.370 Exigível a longo prazo 18.200
Ativo circulante 18.060
Ativo não circulante
 Duplicatas a receber 4.590
 Empréstimos a controlar 2.000 Patrimônio líquido 21.470
Realizável a longo prazo 6.590
 Ativo permanente 26.800
Total do ativo 51.450 Total do passivo 51.450
Com base nos dados do balanço, temos o seguinte:
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Índice de liquidez geral:
ILG = 18.060 + 6.590 
 11.780 + 18.200
ILG = 24.650 = 0,82
 29.980
Como gestor, não se pode limitar aos números, é importante dar significado para cada valor calculado. 
Com o valor encontrado, podemos dizer que, para cada real de dívida total, a empresa tem no ativo R$ 
0,82. Como esse valor ficou abaixo de 1, isso mostra que a empresa não tem condições, de forma geral, 
de arcar com suas obrigações.
Índice de liquidez corrente
ILC = 18.060 = 1,53
 11.780
Para cada real de dívida, a empresa tem em ativo circulante R$ 1,53.
Liquidez seca
ILS = 18.060 + 4.850 = 1,12
 11.780
Como visto, esse índice também a avalia capacidade de pagamento, só que abate os estoques do 
ativo circulante. Então, para cada real de dívida, a empresa tem no ativo circulante, menos os estoques, 
R$ 1,12.
Índice de liquidez imediata
ILI = 1.610 + 2.680 = 0,36
 11.780
Aqui, foram considerados os valores de caixa e de banco, pois são os valores disponíveis. Assim, 
a empresa tem em caixa, para pagar suas obrigações de curto prazo, R$ 0,36 para cada um real 
de dívida.
 Lembrete
Sempre que um valor maior que 1 é satisfatório; menor que 1 é 
insatisfatório e igual a 1 é neutro. E quanto maior, melhor.
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No planejamento orçamentário, podem-se levar em consideração metas para cada um desses 
índices, planejando políticas de compra, de pagamento, de vendas, de financiamentos que possibilitem 
o alcance desses índices.
 Saiba mais
Em jornais como a Gazeta Mercantil, ou no caderno de negócios de 
vários outros jornais, ou qualquer outro meio, como internet, revista 
etc., procure pelo balanço de qualquer empresa e observe os índices e os 
relatórios sobre a evolução da empresa. 
8 ANÁLISE DE ENDIVIDAMENTO
É conhecido também como comprometimento do patrimônio líquido no ativo permanente, pois, 
quanto mais recursos forem investidos no ativo permanente, menos sobrará para investimentos em 
outras áreas, necessitando de mais endividamento para gerir as operações da empresa.
Utilizaremos o exemplo a seguir para todos os cálculos e as interpretações dos índices desse grupo:
Grau de imobilização do patrimônio líquido (GIPL)
GIPL = 1 = 0,36
 PL
Onde: 
I: Imobilizado ou ativo permanente 
PL: Patrimônio líquido 
É um índice que verifica o quando do patrimônio liquido foi investido no imobilizado. Apesar de não 
existir uma regra, quanto menor, melhor.
Analisando o mesmo balanço anterior, temos os seguintes resultados:
Imobilizado = 26.800
PL = 21.470
GIPL = 26.800 = 1,25
 21.470
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O que isso quer dizer?
Para cada R$ 1 de capital próprio, a empresa possui R$ 1,25 de ativo permanente. Ela precisou 
utilizar capital de terceiro para atender suas necessidades mais básicas, como compra de matéria-prima, 
vendas etc. Esse índice, para estar em patamar aceitável, deve ser menor que 1. Isso se a empresa deseja 
não se endividar.
Grau de endividamento total (GEPL)
Esse índice relata a porcentagem de dívida com terceiros em relação ao patrimônio líquido. Em outras 
palavras, aponta a proporção de obrigações com terceiros em relação às obrigações com acionistas da 
empresa.
A fórmula para calcular é:
GEPL = PC + PELP 
 PL
Onde:
PC: Passivo circulante
PELP: Passivo exigível de longo prazo
PL: Patrimônio líquido 
GEPL = 11.780 + 18.200 = 1,25
 21.470
Para cada R$ 1 de PL, a empresa tem R$ 1,39 de obrigações com terceiros. Não há uma regra, mas 
quantomenores forem as obrigações com terceiros, menos endividada estará a empresa. 
Grau de garantia de capital de terceiros (GGPL)
É um índice que aponta o quanto a empresa tem de capital próprio para garantir as obrigações 
assumidas. 
Como fórmula, temos:
GGPL = Pl 
 PC + PELP
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Observe que é a inversão da fórmula anterior.
GGPL = 21.470 
 11.780 + 18.200
GIPL = 21.470 = 0,71
 29.080
Isso significa que, para cada R$ 1 de obrigações com terceiros, a empresa tem R$ 0,71 de capital 
próprio ou de patrimônio líquido. Esse índice, quanto maior, melhor.
Giro dos Ativos Totais (GAT)
Devemos nos lembrar do conceito de ativo, que é o conjunto de bens, direitos. O ativo total é a soma 
dos ativos circulantes com os não circulantes.
Assim, esse índice aponta quantas vezes a empresa girou seus ativos totais (bens e direitos) em 
determinado período, ou seja, quantas vezes o ativo girou ou renovou-se pelas vendas.
Fórmula:
GAT = VL = 0,71
 AT
Onde:
VL: Vendas líquidas, um dado presente no DRE.
AT: Ativo total
Quanto maior, melhor.
Vamos utilizar como exemplo o mesmo balanço citado anteriormente. Como precisamos também do 
DRE, vamos acrescentar essa informação:
Tabela 79
DRE
Vendas líquidas 50.000
(-) Custo da mercadoria vendida - CMV 4.000
(-) Depreciação 3.000
- Lucro antes de juros e impostos 43.000
(-) Despesas de juros 5.000
(-) Impostos 1.000
- Lucro líquido 37.000
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Então, substituindo na fórmula, temos:
GAT = 50.000 = 0,97
 51.450
Isso significa que, para cada real investido no ativo, a empresa gerou R$ 0,97 de vendas. Pode-se 
entender também que o ativo girou 0,97 vez no período; quanto maior, melhor.
 Lembrete
Cada índice analisado deve levar em consideração a evolução histórica, 
o segmento em que atua, pois, sem uma referência, um número é só um 
número.
De acordo com Iudícibus (2003, p.128), alguns direcionamentos devem ser utilizados na análise de 
balanços, tais como:
• calcular todos os índices ou quocientes isoladamente;
• analisar cada índice isoladamente e comparar com o quociente médio do setor;
• analisar os índices por grupo: liquidez, endividamento, lucratividade, rotatividade etc.;
• anotar algumas conclusões preliminares, porém, ainda nada de definitivo, podendo ser alterado, 
complementado, ajustado, etc.;
• comparar essas conclusões iniciais com as metas e os objetivos organizacionais;
• projetar o cálculo de alguns índices ou quocientes para o próximo exercício social (ano), utilizando 
como parâmetro um balanço patrimonial projetado e uma DRE projetada;
• analisar todos os índices ou quocientes em conjunto, sinalizando observações e conclusões, 
identificando as distorções de um período para outro;
• discutir essas distorções e conclusões com a alta cúpula ou com o responsável pelo setor 
financeiro;
• realizar um levantamento geral e elaborar as recomendações pertinentes e inerentes às conclusões 
obtidas.
Com esses cuidados, a projeção orçamentária terá melhor estrutura, o gestor financeiro poderá 
tomar decisões com maior segurança e com menores chances de erro. 
Mesmo com essas informações em mãos, ter um caminho ou um processo a ser seguido para 
elaborar um orçamento é importante. Como sugestão, o autor aponta um caminho para um melhor 
acompanhamento desses índices:
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ORÇAMENTO EMPRESARIAL
Orçamento
e elaborado
Revisão do
orçamento
Aprovação
Divulgação
Apuração do
realizado
Análise das variações e
Rel. de Desempenho
Divulgação
Sistema contábil
Ações corretivas
Figura 42
Esse modelo tem como objetivo analisar o desempenho orçamentário para identificar variações 
entre o que foi orçado e o ocorrido, mas, na prática, o que isso significa?
Podemos entender como sendo:
1. Comparação de resultados reais e planejados.
2. Comunicação de medidas de desempenho e resultados.
3. Forma de realimentar o sistema (ações).
Vamos ver a aplicação:
Tabela 80
Análise dos resultados Orçado Real Variação Parecer
Receitas 2.500 2.517 17 Favorável
CMV 1.870 1.887 17 Desfavorável
Margem 630 630 0 Favorável
% sobre a receita 25,2 25,0 -0,2 Desfavorável
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Exemplos de Aplicação
O item receita teve variação de R$ 17 e está como favorável. O item CMV também teve variação de 
R$ 17, então, por que está como desfavorável?
A resposta é simples: CMV é custo, se aumentar, é ruim; agora, receita é entrada de dinheiro, se 
superar a entrada prevista, é bom.
Tabela 81
Orçado Realizado Variação
Norte Sul Total Norte Sul Total Norte Sul Total
Preço 20,00 25,00 22,50 17,00 27,45 22,27 -3,00 2,45 -0,28
Quantidade 50 60 110 56 57 113 6 -3 3
Total receita 1.000 1.500 2.500 952 1.565 2.517 -48 65 17
A coluna “variação” foi calculada da seguinte maneira:
Realizado – orçado = variação
Quando o resultado for negativo, isso significa que foi menor o realizado em relação ao orçado; 
quando for positivo, quer dizer que foi maior.
Vamos agora detalhar a análise da receita.
Veja que, ao analisar a tabela anterior, na região norte, houve uma receita R$ 48 menor que o 
orçado; em compensação, na região Sul, houve R$ 65 a mais que o orçado.
Em relação ao volume de vendas, na região norte, houve uma venda de 6 unidades acima do orçado, 
mesmo assim, as receitas foram menores, pois vendeu-se abaixo do valor orçado.
O gestor financeiro deve acompanhar de perto essa análise, pois será fundamental para reajustar os 
orçamentos feitos. Ele saberá se os valores praticados de vendas estão atendendo, nas partes e no total, 
as receitas esperadas.
Análise das variações de custo
Da mesma maneira, podemos acompanhar os custos orçados versus os custos realizados:
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ORÇAMENTO EMPRESARIAL
Tabela 82
Total
Orçado Realizado Variação
Custo unitário 17,00 16,70 -0,30
Produção 110 113 3
Custo de produção
 Materiais 760 861 101
 MOD 205 235 30
 GIF 905 791 -114
 Total 1.870 1.887 17
Esses são alguns exemplos de variações de orçamento. Temos que quantificar as variações, buscar os 
motivos das variações e rever os planejamentos para os exercícios futuros.
8.1 Sistemas de informação na gestão do capital de giro
A tecnologia tem apoiado o controle e o desenvolvimento de todas as áreas de uma organização, e 
a área financeira não seria diferente. Nesse módulo, vamos apresentar ferramentas utilizadas na gestão 
empresarial, focando em suas aplicabilidades na área financeira.
Uma das ferramentas utilizadas é o Enterprise Resource Planning (ERP). Trata-se de um sistema 
de gestão empresarial caracterizado pela integração e o compartilhamento de um banco de dados, 
organizado em módulos funcionais (financeiro, suprimentos, recursos humanos, produção etc.).
Ele surgiu da evolução de outros aplicativos menores, mas com os mesmos objetivos. O ERP integra 
todas as informações dos seguintes aplicativos: MRP (Materials Requirements Planning), que planeja a 
necessidade de materiais, e 
MRP II (Manufacturing Resources Planning), que planeja a necessidade de recursos. Mas, por que 
utilizar um ERP?
De forma geral, podemos apontar

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