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Prof. Herbert Espuny UNIDADE IV Recursos Materiais e Patrimoniais Há algumas ferramentas que podem ajudar a reduzir os custos de estoque. Essas ferramentas propiciam administrar de forma mais racional. A seguir, serão abordadas a Just In Time – JIT e a Kanban. Just In Time – JIT Just in Time, ou simplesmente JIT, tem a propriedade de reduzir ou eliminar desperdícios que ocorrem em todos os setores da organização, como “compras, produção, distribuição e atividades de apoio à produção e de qualquer atividade produtiva” (POZO, 2010, p. 99). A chamada filosofia JIT surgiu na empresa automobilística japonesa Toyota, nos anos 1950. Ferramentas de otimização O JIT foi desenvolvido por Taiichi Ohno, que se baseou no seguinte raciocínio: as empresas japonesas não tinham condições de manter grandes estoques como as empresas norte-americanas, logo teriam que adotar outra estratégia: “produzir somente conforme a demanda [...], produzir corretamente da primeira vez; combater todos os tipos de perdas e desperdícios e promover a cultura de melhoria contínua (Kaizen)” (HARA, 2012, p. 159). Ferramentas de otimização Isso quer dizer que a produção seria baseada, rigorosamente, na necessidade de atendimento do mercado (vendas). Que a produção seria baseada em processos que garantissem a ausência de erros, evitando custos e desperdícios. Que toda a fábrica deveria pensar em se desenvolver continuamente. Uma indústria automobilística é um exemplo da complexidade da aplicação do JIT: milhares de insumos que compõem a montagem de um carro que precisam ter as compras perfeitamente sintonizadas com as linhas de produção. Além disso, a quantidade de veículos produzida deve ser perfeitamente compatível com a demanda. Isso é o JIT. Afinal, estoque desnecessário representa custos: custos para mantê-lo em segurança, custos para administrá-lo, custos dos insumos necessários para produzi-lo. Ferramentas de otimização Como bem observa Silva (2014, p. 46-47): É relevante ressaltar que um sistema produtivo sem ou com poucos estoques facilita a gestão da organização, cria segurança nos processos e estimula a qualidade do produto final. Ratifica-se também que, no Just in Time, as tomadas de decisões ficam mais fáceis de serem observadas e as estratégias e as diretrizes produtivas se direcionam para a melhoria e a eliminação de desperdícios. Como não existirá ou serão diminuídos os custos para manter e alocar materiais, torna-se mais fácil a realização de implementações e aperfeiçoamentos nos processos com maior frequência. Ferramentas de otimização Pozo (2010, p.119-129) enfatiza alguns elementos do JIT: Filosofia do JIT: o gestor deve compreender seus fundamentos e entender que não se trata apenas de um processo. Na verdade, trata-se de uma forma de ver as coisas em que toda a organização precisa estar envolvida. A filosofia está centrada na eliminação do desperdício. Qualidade: o gestor deve procurar implantar práticas que garantam a satisfação do consumidor, utilizando as ferramentas mais adequadas com a cultura organizacional. Ferramentas de otimização Estoques: o JIT elimina os estoques, mas não é a preocupação central. Apesar dos estoques custarem dinheiro, eles podem esconder outros problemas organizacionais. Passos para tornar o JIT possível: definir as necessidades; como controlar o processo; como manter o processo sob controle. Ferramentas de otimização O gestor deve conhecer todos os aspectos relativos à produção, tais como: capacidade, lead time (tempo entre o pedido feito pelo cliente e a efetiva entrega do produto), as quantidades das vendas (médias) e o consumo de matérias-primas. Alguns autores chamam essa ferramenta de JIT/Lean. Isso ocorre porque a ferramenta lean production, também conhecida como produção enxuta, tem princípios bastante parecidos. Ferramentas de otimização O sistema JIT/Lean apresenta diversas diferenças de abordagem em relação aos sistemas tradicionais de produção. Talvez a principal seja sua característica de “puxar” a produção ao longo do processo, de acordo com a demanda. Nesse sistema (“puxado”), o material somente é processado em uma operação se ele é requerido pela operação subsequente do processo que, quando necessita, envia um sinal (que funciona como a “ordem de produção”) à operação fornecedora para que ela dispare a produção e a abasteça. Se um sinal não é enviado, a operação não é disparada (CORRÊA, CORRÊA, 2017, p. 492). Ferramentas de otimização Ferramentas de otimização Figura 23: Ciclo de Materiais na Cadeia de Suprimentos. Fonte: Adaptado de: Tadeu, Rocha (2017, p.11). Lead time de produção FÁBRICA DISTRIBUIDOR ATACADISTA VAREJISTA CLIENTE Lead time do pedido Lead time de fornecimento Kanban Kanban é uma palavra de origem japonesa e significa “cartão” ou “cartaz”. É uma ferramenta importante para a efetiva implantação do JIT e há autores que considerem a ferramenta mais importante do JIT (SOUZA et al, 2017, p. 372). Pode ser compreendido como uma forma visual de controlar o fluxo produtivo. Como características do sistema, podem ser citados (AGUIAR, PEINADO, 2007, p. 138): Ferramentas de otimização O sistema kanban de abastecimento apresenta algumas características na forma de controlar os estoques de material, que lhe confere uma verdadeira mudança na filosofia de trabalho quando ele é comparado com o sistema tradicional de abastecimento. O sistema kanban exige um espaço determinado por uma área física delimitada ou por um número fixo de contentores ou por cartões, em que a quantidade de material próximo à linha de produção nunca deverá ser superior àquela que esses espaços, cartões ou contentores determinam. Ferramentas de otimização Essas sinalizações visuais permitem orientar a produção nas necessidades e permite que os operadores priorizem determinados processos. Conforme observa o sítio Mundo Carreira (2017): Basicamente, o kanban possui três campos: to do (para fazer), doing (em execução) e done (finalizado). Mas nada impede que sejam criados novos itens. Os campos são abastecidos com cartões, que trazem informações sobre a tarefa a ser executada, o nome da pessoa responsável e a hora que foi pedido. Cada cartão deve conter apenas uma tarefa. Ferramentas de otimização Ferramentas de otimização Figura 24: exemplo de cartões kanban. Fonte: https://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-ilustra%C3%A7%C3%A3o-placa-de-kanban-de- planeamento-em-andamento-e-feita-image82241498 As ferramentas que auxiliam o gestor, Just in Time e kanban têm como objetivo principal: a) Administrar a folha de pagamento do pessoal. b) Gerir de forma eficiente e eficaz o estoque. c) Gerir o departamento de pesquisa da empresa. d) Todas as alternativas anteriores estão corretas. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. Interatividade Pontos complementares da gestão de patrimônio Figura 25 Fonte: adaptado de Sá (2013) Planejar Planejamento de demanda e suprimento Comprar Gerenciamento de fontes de suprimento Fazer Manufatura e operações Mover Transporte e distribuição Vender Gerenciamento de clientes e ordens E S T R A T É G I A O planejamento é fundamental para que qualquer atividade seja bem-sucedida. Tal planejamento procura identificar as necessidades (demanda) e qual (ou quais) o produto a ser fornecido ou comprado (suprimento). A compra envolve o gerenciamento das fontes, ou seja, a escolha dos fornecedores. A realização (fazer) está vinculada à manufatura e às operações. As operações para se efetivarem precisamde transporte para a devida distribuição. A venda é a consequência de todo o processo. Pontos complementares da gestão de patrimônio Mas administrar materiais, além da atividade em si, traz reflexos em toda a organização, conforme Sá (2013): Lucratividade da empresa: é o resultado positivo, após deduzir do faturamento custos e despesas. O cálculo da lucratividade é obtido por meio da fórmula: resultado líquido dividido pelas vendas. Ele indica o percentual de ganho obtido sobre as vendas que foram realizadas. Basicamente, é o indicador de eficiência operacional sob a forma de um valor percentual. Pontos complementares da gestão de patrimônio Qualidade dos produtos: o termo qualidade pode ser enxergado por diversas dimensões, isso ocorre por se tratar de um conceito multidimensional, englobando os aspectos de desempenho, características, confiabilidade, conformidade, durabilidade, atendimento, aparência (design) e, ainda, a qualidade percebida pelo cliente. Todos eles envolvendo o produto ou serviço prestado pela empresa analisada. Pontos complementares da gestão de patrimônio Satisfação dos clientes: satisfazer a necessidade do consumidor significa descobrir não apenas o que ele quer ou deseja para saciar suas necessidades, mas satisfazer o sentimento de prazer que resulta da comparação do desempenho esperado do produto em relação às expectativas do cliente. Ou seja, toda e qualquer empresa deve sempre buscar atingir o máximo da satisfação dos seus clientes. Portanto, o universo da gestão de materiais e patrimônio reflete em toda a organização. Pontos complementares da gestão de patrimônio Inventário O gestor deve realizar (se não houver!) ou sempre atualizar o inventário da organização. O inventário é uma descrição de materiais e bens que a empresa possui. Organizações que possuam uma estrutura contábil podem desenvolver inventários mais técnicos que podem subsidiar o balança patrimonial. Pontos complementares da gestão de patrimônio Camargo (2017) estabelece uma série de itens que pode facilitar o inventário: Elencamos a seguir uma sugestão de informações a serem preenchidas ao fazer o lançamento de cada item (pode ser em uma planilha): categoria do item; responsável; área do responsável; data de compra; idade do item; Pontos complementares da gestão de patrimônio – inventário valor; estado de conservação; vida útil em anos; valor atual; depreciação; número de série (se houver); modelo (se houver); local de armazenamento (se houver). Pontos complementares da gestão de patrimônio – inventário A realização e a atualização constante do inventário permitem ao gestor um acompanhamento simples e prático de todos os bens da organização. Portanto, o inventário é uma ferramenta importante para o controle de materiais e do patrimônio de toda a organização. Pontos complementares da gestão de patrimônio – inventário O inventário permite: I. Ao gestor ter ciência da situação do estoque e do patrimônio da organização. II. Ao gestor aprimorar e desenvolver técnicas de controle. III. Ao gestor estabelecer critérios administrativos mais lógicos e adequados. Estão corretas as afirmativas: a) I, II e III. b) I e III. c) II e III. d) I e II. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. Interatividade A propriedade intelectual é um dos itens que o gestor de patrimônio deve se atualizar constantemente. A propriedade intelectual possui estas três vertentes: o direito autoral, a propriedade industrial e a proteção sui generis. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Figura 26 Fonte: adaptado de: Vanin (2016). DIREITO AUTORAL PROPRIEDADE INDUSTRIAL PROTEÇÃO SUI GENERIS DIREITO DO AUTOR DIREITOS CONEXOS PROGRAMAS DE COMPUTADOR MARCA PATENTE DESENHO INDUSTRIAL TOPOGRAFIA DE CIRCUITOS INTEGRADOS CULTIVAR CRESCIMENTO TRADICIONAL INDICAÇÃO GEOGRÁFICA SEGREDO INDUSTRIAL E REPRESSÃO À CONCORRÊNCIA DESLEAL PROPRIEDADE INTELECTUAL Vanin (2016) lembra que: A propriedade intelectual é a área do Direito que, por meio de leis, garante a inventores ou responsáveis por qualquer produção do intelecto – sejam bens imateriais ou incorpóreos nos domínios industrial, científico, literário ou artístico – o direito de obter, por um determinado período de tempo, recompensa resultante pela “criação” – manifestação intelectual do ser humano. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual LEGISLAÇÃO QUE DEVE SER ACOMPANHADA NA PROPRIEDADE INDUSTRIAL E NO DIREITO DO AUTOR LEI Nº 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Em relação aos direitos autorais é importante lembrar que há dois tipos de direito: o direito patrimonial e o direito moral. O direito patrimonial tem a ver com a exploração comercial que o autor (ou seus herdeiros) pode obter com a obra. O direito moral é a vinculação do autor à obra. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Araújo (2016) esclarece: “Como o próprio nome sugere, o direito autoral se constitui como o conjunto de prerrogativas garantidas pela lei ao autor, no que se refere à sua obra. No Brasil, a regulamentação e exercício destes direitos está disposta, principalmente, na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 [...]”. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Dessa forma, aos autores é garantido o direito de utilização, reprodução e publicação exclusiva de suas obras. Assim, se uma banda deseja gravar um cover de uma música famosa (alguma dos Beatles, por exemplo), deve, primeiramente, possuir a devida autorização do legítimo autor. Mas a pergunta a ser respondida aqui é: quanto tempo dura a proteção ao direito autoral? A esse respeito, a Lei de Direitos Autorais estabelece as seguintes regras: Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual “Os direitos patrimoniais do autor perduram por 70 anos contados de 1° de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessória da lei civil.” Após esse prazo, a obra cai em “domínio público”, mas isso não quer dizer que o nome do autor será desvinculado à obra. Não. O crédito de autoria sempre deverá ser atribuído, o que ficarão sem validade serão as disposições e a necessidade de autorização quanto à reprodução e à publicação daquela obra. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Portanto: Para efeito de direito patrimonial: os direitos são vitalícios (duram enquanto o autor viver) e 70 anos contados de 1° de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento. Após esse período, a obra cai em domínio público, ou seja, poderá ser reproduzida livremente, sem o pagamento de direitos. Para efeito de direito moral: não há prazo. A obra sempre estará vinculada ao seu autor. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Ainda sobre essa questão, esclarece Araújo (2016): Não representa ofensa aos direitos do autor: Não constitui ofensa aos direitos autorais (artigo 46, da Lei de Direito Autorais). 1. a reprodução: a) na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicadoem diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos; Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual b) em diários ou periódicos, de discursos pronunciados em reuniões públicas de qualquer natureza; c) de retratos, ou de outra forma de representação da imagem, feitos sob encomenda, quando realizada pelo proprietário do objeto encomendado, não havendo a oposição da pessoa neles representada ou de seus herdeiros; d) de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de deficientes visuais, sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o sistema Braille ou outro procedimento em qualquer suporte para esses destinatários. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual 2. a reprodução, em um só exemplar, de pequenos trechos para uso privado do copista, desde que feita por ele sem intuito de lucro; 3. a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica; na medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra; 4. o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas se dirigem, vedada sua publicação, integral ou parcial, sem autorização prévia e expressa de quem as ministrou; Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual 5. a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, fonogramas e transmissão de rádio e televisão em estabelecimentos comerciais, exclusivamente para demonstração à clientela, desde que esses estabelecimentos comercializem os suportes ou equipamentos que permitam a sua utilização; 6. a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso familiar ou, para fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não havendo em qualquer caso intuito de lucro; Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual 7. a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas para produzir prova judiciária ou administrativa; 8. a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexistentes, de qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes plásticas, sempre que a reprodução em si não seja o objetivo principal da obra nova e que não prejudique a exploração normal da obra reproduzida nem cause um prejuízo injustificado aos legítimos interesses dos autores. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Existem também os chamados direitos conexos. E o que são? Direitos conexos se referem à proteção para artistas intérpretes ou executantes, produtores fonográficos e empresas de radiodifusão, em decorrência de interpretação, execução, gravação ou veiculação das suas interpretações e execuções. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Direitos conexos Essa proteção não afeta as garantias asseguradas aos autores das obras literárias, artísticas ou científicas. Os direitos de autor e os direitos conexos protegem diferentes pessoas. Por exemplo, no caso de uma canção, os direitos de autor protegem o compositor da música e o criador da letra; já os direitos conexos se aplicam aos músicos e ao cantor que interpretam a canção, ao produtor da gravação sonora (também chamada de fonograma) na qual a música é incluída e às empresas de radiodifusão que transmitem a música. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Qual é a validade dos direitos conexos? É de setenta anos contados a partir de 1º de janeiro do ano subsequente à fixação, para os fonogramas; à transmissão, para as emissões das empresas de radiodifusão; e à execução e à representação pública, para os demais casos (UTFPR). Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Já em relação às patentes, observe as orientações do Instituto Nacional da Propriedade Industrial: Quais são os tipos de patentes e prazo de validade? Patente de Invenção (PI) – produtos ou processos que atendam aos requisitos de atividade inventiva, novidade e aplicação industrial. Sua validade é de 20 anos a partir da data do depósito. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Patente de Modelo de Utilidade (MU) – objeto de uso prático, ou parte dele, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. Sua validade é de 15 anos a partir da data do depósito. Certificado de Adição de Invenção (C) – aperfeiçoamento ou desenvolvimento introduzido no objeto da invenção, mesmo que destituído de atividade inventiva, porém ainda dentro do mesmo conceito inventivo. O certificado será acessório à patente e com mesma data final de vigência dela. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Em relação à marca, o INPI observa que “O registro de marca vigora pelo prazo de dez anos, contados da data da concessão, prorrogáveis por períodos iguais e sucessivos. O pedido de prorrogação deverá ser formulado durante o último ano de vigência do registro, mediante pagamento”. O gestor precisa observar a forma de registro e a renovação dele, quando necessário. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Em relação ao desenho industrial, informa o INPI: Uma vez concedido pelo Estado, o registro de desenho industrial é válido em território nacional e dá ao titular o direito, durante o prazo de vigência, de excluir terceiros de fabricar, comercializar, importar, usar ou vender a matéria protegida sem sua prévia autorização. O prazo de vigência é de dez anos contados da data de depósito, prorrogáveis por mais três períodos sucessivos de cinco anos. Vale ressaltar que durante o 5º ano de vigência é necessário o recolhimento da taxa quinquenal de manutenção, ou seja, o 2º Quinquênio, conforme artigos 119 e 120 da Lei da Propriedade Industrial (LPI) – Lei 9.279, de 1996. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Proteção sui generis A proteção sui generis envolve, basicamente, três vertentes: topografia de circuito integrado; cultivar; conhecimento tradicional. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Figura 27. Fonte: adaptado de Jungmann (2010). Topografia de circuito integrado Envolve um conjunto organizado de interconexões, transistores e resistências, disposto em camadas de configuração tridimensional sobre uma peça de material semicondutor. É conhecido também como chip. Cultivar É uma nova variedade de planta, não encontrada na natureza, que possui características específicas resultantes de pesquisas em agronomia e biociências (genética, biotecnologia, botânica e ecologia). Conhecimento tradicional Envolve saberes empíricos, práticas, crenças e costumes passados de pais para filhos das comunidades indígenas ou de comunidade local (por exemplo, os ribeirinhos), sobre o uso de vegetais, micro-organismos ou animais, cujas amostras contêm informações de origem genética. Por isso, seu acesso é controlado, no território nacional, para evitar usos indevidos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos ou bioprospecção visando à aplicação industrial e ao aproveitamento comercial. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectualFigura 28. Fonte: adaptado de Jungmann (2010). Topografia de circuito integrado Envolve um conjunto organizado de interconexões, transistores e resistências, disposto em camadas de configuração tridimensional sobre uma peça de material semicondutor. É conhecido também como chip. Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Cultivar É uma nova variedade de planta, não encontrada na natureza, que possui características específicas resultantes de pesquisas em agronomia e biociências (genética, biotecnologia, botânica e ecologia). Figura 29. Fonte: adaptado de Jungmann (2010). Pontos complementares da gestão de patrimônio – propriedade intelectual Figura 30. Fonte: adaptado de Jungmann (2010). Conhecimento tradicional Envolve saberes empíricos, práticas, crenças e costumes passados de pais para filhos das comunidades indígenas ou de comunidade local (por exemplo, os ribeirinhos), sobre o uso de vegetais, micro- organismos ou animais, cujas amostras contêm informações de origem genética. Por isso, seu acesso é controlado, no território nacional, para evitar usos indevidos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos ou bioprospecção visando à aplicação industrial e ao aproveitamento comercial. Para efeito de direito moral: I. A validade é de 70 anos. II. A validade é durante a vida do autor, mais 70 anos. III. Não há prazo. A obra será sempre vinculada ao seu autor. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): a) I, II e III. b) Somente a I. c) II e III. d) Somente a III. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. Interatividade O gestor de materiais e patrimônio deve levar em conta que o mundo dos negócios está mudando. Não se admitem práticas escusas, não transparentes. Especialmente os setores de compras das organizações estão cada vez mais monitorados e controlados. O mercado valoriza ações que garantam empresas comprometidas com a ética e com as boas práticas de mercado. A seguir serão abordados setores que podem fazer parte tanto da organização que o gestor estiver prestando serviços, quanto de organizações que possam se relacionar com a do gestor, seja em relações de compra ou venda, seja em relações de caráter institucional. Boas práticas e ética nos negócios Governança corporativa O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa estabelece a definição: Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e as demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas; envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. Boas práticas e ética nos negócios – governança corporativa As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum (IBGC). Boas práticas e ética nos negócios – governança corporativa Observe-se que as bases da governança corporativa procuram desenvolver na organização um ambiente de confiança entre todos os steakholders (tudo e todos aqueles que, de alguma forma, relacionam-se com a organização). Para esclarecer ainda mais, observe o que está consignado no livro Código das melhores práticas de governança corporativa: Boas práticas e ética nos negócios – governança corporativa Os princípios básicos de governança corporativa são: Transparência: Mais do que a obrigação de informar é o desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos. A adequada transparência resulta em um clima de confiança, tanto internamente quanto nas relações da empresa com terceiros. Não deve restringir-se ao desempenho econômico- financeiro, contemplando também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à criação de valor. Boas práticas e ética nos negócios – governança corporativa Os princípios básicos de governança corporativa são: Equidade: Caracteriza-se pelo tratamento justo de todos os sócios e as demais partes interessadas (stakeholders). Atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto, são totalmente inaceitáveis. Boas práticas e ética nos negócios – governança corporativa Os princípios básicos de governança corporativa são: Prestação de contas (accountability): Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões. Responsabilidade corporativa: Os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando à sua longevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações (IBCG, 2009). Boas práticas e ética nos negócios – governança corporativa A governança corporativa estabelece uma base de confiança na organização, pois os princípios anteriores propiciam relações sadias e equilibradas. A área de compras é uma área especialmente importante, pois trata da aquisição de produtos variados que são indispensáveis para o bom funcionamento da organização. Pereira (2018) lembra que: Boas práticas e ética nos negócios – governança corporativa Governança corporativa é, sobretudo, sinônimo de tomada de decisão. Em outras palavras, significa pôr a casa em ordem, sem esconder a sujeira embaixo do tapete. Mas como começar a usar uma prática efetiva de gerenciamento nos negócios? Um bom começo para tomar as rédeas da empresa e domar percalços é exercer o controle total do setor de compras, área estratégica da empresa, já que seu poder de negociação interfere diretamente no preço final dos produtos e, logo, na competitividade. Afinal, cada R$ 1 economizado em compras é R$ 1 a mais no lucro da empresa. Boas práticas e ética nos negócios – governança corporativa Boas práticas e ética nos negócios – conceito de stakeholder Figura 31: Stakeholders. Fonte: adaptado de Bezerra (2014). FORNECEDORES DEFESA DO AMBIENTE GRUPOS ESPECÍFICOS OUTROS (EVENTUAIS) PROPRIETÁRIOS CONCORRENTES CLIENTES DEFESA DO CONSUMIDOR GOVERNOS COMUNIDADE LOCAL EMPREGADOS MÍDIAS EMPRESA Compliance: Veríssimo (2017, p.13) lembra que a palavra compliance é de procedência inglesa e significa “estar de acordo, cumprir com as leis e regulamentos estatais”. Em conformidade com as boas práticas de mercado, em conformidade com a ética, em conformidade com a transparência. Makishi (2018) elenca as principais atribuições da área: Boas práticas e ética nos negócios – compliance a) Identificar os riscos enfrentados pela organização e orientar a organização sobre eles (identificação). b) Desenvolver e implementar mecanismos de controle para proteger a organização dos riscos identificados (prevenção). c) Monitorar e reportar sobre a efetividade dos controles na administração da exposição a tais riscos (monitoramento e detecção). Boas práticas e ética nos negócios – compliance d) Resolver dificuldades e ocorrências de não conformidade caso e conforme ocorram (resolução de problemas). e) Orientar as áreas de negócios da organização sobre as regras/normas e controle. Boas práticas e ética nos negócios – compliance Boas práticas e ética nos negócios – compliance Figura 32 Fonte: adaptado de Neto (2017). Sistema Global de Compliance Compliance corporativoGarantia de segurança Satisfação dos grupos 1. Prevenir fraudes e abusos econômico- financeiros. 2. Cumprir exigências legais sanitárias, trabalhistas, contábeis e financeiras. 3. Mitigar questões advindas de relatórios e auditorias. 4. Detectar e corrigir situações que impedem ou dificultam o cumprimento de leis, normas e regras. 1. Eliminar atividades ou práticas perigosas por meio da identificação e da minimização proativa de riscos. 2. Minimizar e mitigar situações de risco por meio da modificação de processos/sistemas. 3. Dispor de um sistema de abordagem sistemática de incidentes. 4. Melhorar a segurança de todos (pacientes, visitantes, funcionários, voluntários etc.). 5. Proteger os ativos financeiros e a reputação da organização. 1. Detectar e corrigir situações que aumentam a insatisfação. 2. Encorajar os padrões mais elevados de cuidado. 3. Eliminar ou educar funcionários e prestadores com precário desempenho. 4. Melhorar o nível médio da prática assistencial e administrativa. 5. Recompensar a excelência. Marques (2016) explica o conceito de ombudsman: O termo ombudsman tem origem na Suécia e significa “representante do cidadão” ou “provedor da justiça”. A figura do ombudsman surgiu em 1809, nos países escandinavos, com a função de mediar e buscar as soluções para as reclamações da população no Parlamento. Aqui no Brasil, o cargo de ombudsman é semelhante ao de um ouvidor, responsável por mediar a conversa entre cliente e empresa. Boas práticas e ética nos negócios – ombudsman Esse é um cargo obrigatório nos órgãos públicos brasileiros, que devem sempre buscar as soluções para os problemas apresentados pelos clientes. Na iniciativa privada, essa função nem sempre é realizada – o que pode ser muito prejudicial para as empresas e para o bom relacionamento com o cliente. Boas práticas e ética nos negócios – ombudsman Observe que a preocupação é ouvir aquele que consome um determinado produto e/ou serviço. O ombudsman deve ser independente, capaz de analisar a atuação da organização e, se for o caso, fazer críticas e propor correções de rotas. O jornal Folha de S.Paulo possui a figura do ombudsman. Nas organizações públicas ou privadas, há outros setores que acabam por exercer funções semelhantes: Boas práticas e ética nos negócios – ombudsman Serviço de Atendimento ao Cliente – SAC, no caso das organizações privadas; Ouvidorias – no caso das organizações públicas. Observação: há organizações privadas que também possuem ouvidorias, além dos SACs. Normalmente, as organizações privadas deixam o atendimento das ouvidorias para casos excepcionais. Boas práticas e ética nos negócios – Serviço de Atendimento ao Cliente – SAC O primeiro passo é conhecer as diferenças entre as duas. De acordo com a Abrarec (Associação Brasileira das Relações Empresa Cliente), o SAC é responsável por atender às demandas relativas a solicitações, dúvidas, reclamações e elogios. Para solucionar os problemas dos clientes, o serviço trabalha de acordo com processos vigentes e com padrões de atendimento e soluções predefinidos. Boas práticas e ética nos negócios – Serviço de Atendimento ao Cliente – SAC Já a ouvidoria, de acordo com o Guia de Ouvidorias Brasil, da Abrarec, faz um atendimento focado no coletivo, porém sem desprezar os interesses individuais. Esse serviço é a última instância para a solução dos conflitos entre empresa/fornecedor e cliente. Além disso, ela possui autonomia, caso seja necessário contatar diversas áreas da empresa (INFOMONEY, 2011). Boas práticas e ética nos negócios – Serviço de Atendimento ao Cliente – SAC Já as ouvidorias em órgãos públicos têm funções mais amplas, que podem recepcionar desde a insatisfação do cidadão com determinado serviço público, até denúncias de corrupção, por exemplo. Ouvidoria Geral do Estado de São Paulo. Funções. A Ouvidoria Geral do Estado tem, entre outras, as seguintes atribuições: Promover a proteção e a defesa do usuário do serviço público do Estado de São Paulo. Boas práticas e ética nos negócios – ouvidorias Fomentar a transparência pública e contribuir para a aplicação das normas de acesso à informação previstas na lei. Realização da orientação normativa e do acompanhamento das ouvidorias, sugerindo ações para melhoria do atendimento ao usuário e do funcionamento do serviço público estadual. Sistematizar informações e produzir estatísticas indicativas do nível de satisfação dos usuários dos serviços públicos. Boas práticas e ética nos negócios – ouvidorias Promover treinamento para capacitação dos servidores no atendimento ao cidadão. Administrar o Portal da Transparência Estadual (www.transparencia.sp.gov.br), que disponibiliza dados relevantes da Administração Direta, Indireta e Fundacional. Gerenciar e orientar o uso do portal Governo Aberto. (http://www.ouvidoriageral.sp.gov.br/institucional.html). Boas práticas e ética nos negócios – ouvidorias A área de compliance na empresa visa a: a) Orientar as áreas de negócios da organização sobre regras/normas e controle. b) Identificar os riscos enfrentados pela organização e orientar a organização sobre eles (identificação). c) Desenvolver e implementar mecanismos de controle para proteger a organização dos riscos identificados (prevenção). d) Monitorar e reportar sobre a efetividade dos controles na administração da exposição a tais riscos (monitoramento e detecção). e) Todas as alternativas estão corretas. Interatividade ATÉ A PRÓXIMA!
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