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Teoria Geral do Dto Contratual

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TEORIA GERAL DO DIREITO CONTRATUAL
Contrato: é o negócio jurídico, fundado no acordo de vontades que tem por fim criar, 
modificar ou extinguir um direito.
Contrato é todo ato humano, lícito, capaz de adquirir, transferir, modificar, ou extinguir 
uma relação jurídica (contrato em sentido lato).
Contrato é o negócio jurídico, que as partes se sujeitam a observância da conduta idônea,
à satisfação dos interesses que pactuam (contrato em sentido estrito).
Portanto, contrato é o acordo de vontades entre duas ou mais pessoas, sobre objeto lícito 
e possível, com o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. O contrato 
ocorre, diz De Plácido e Silva (1982, 1º:430), "quando os contratantes, reciprocamente, ou
um deles, assume a obrigação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa".
O concurso de vontades é pressuposto do contrato. Quando as obrigações que se 
formam no contrato são recíprocas, este é bilateral; quando são pertinentes somente a 
uma das partes, se diz unilateral. Para que o contrato seja válido, é preciso que seu 
objeto seja lícito e possível, e as partes contratantes sejam capazes, isto é, estejam 
legalmente aptas para contratar.
Modernamente, o contrato é o ato jurídico bilateral (acordo das partes e sua manifestação
externa) que tem por finalidade produzir conseqüências jurídicas. Todo contrato gera 
obrigações no direito moderno. Não assim no direito romano. Neste, desde o início até o 
fim de sua evolução, o simples acordo não gerava obrigação: nuda pactio obligationem 
non parit . Para que haja liame jurídico, chamado obligatio, era preciso, além do acordo, 
um fundamento jurídico: a causa civilis. Essa causa civilis é que elevava o ato jurídico 
bilateral a um contractus e só o credor de um tal contrato tinha à sua disposição uma ação
(actio) reconhecida pelo direito para constranger o devedor a efetuar a prestação
Pacto, contrato e convenção: no Direito Romano havia a convenção que abrangia duas 
espécies: os contratos e os pactos. A convenção era revestida de uma forma e a 
diferença entre o pacto e o contrato era o direito de ação, conferido somente a este 
último. Quem possuísse direitos decorrentes de um pacto somente poderiam se defender 
pela via da exceptio (exceção), opondo ao outro fato impeditivo.
Nossa legislação usa os termos pacto, convenção e contrato como sinônimos.
FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
A função do contrato está lastreada na idéia de solidariedade social.
Foi com o espírito volitivo das partes que o legislador deu função social estatura de 
direito positivo, inserindo no art. 421 CC, logo na primeira disposição atinente à matéria 
contratual, que a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função 
social contrato.
Modernamente, o direito contratual deve ser encarado como um dos meios pelo o qual o 
homem procura o seu desenvolvimento, distribuição de oportunidades e riquezas, com o 
escopo de atingir o bem comum.
INEFICÁCIA DO CONTRATO
 
CONTRATO NULO CONTRATO ANULÁVEL
A nulidade pode ser argüida por qualquer 
interessado.
A anulabilidade será argüida apenas pelos 
titulares dos interesses em “!acordo” no 
contrato.
Para que se declare a nulidade do contrato,
não é preciso provocação, pois cabe ao juiz
ex officio, pronunciar quanto à nulidade do 
contrato, se ninguém o fizer.
Para que se declare a anulabilidade do 
contrato, esta deverá ser argüida pela parte 
que a lei protege.
A nulidade se dá pela violação de ordem 
pública ou mandamento coativo que tutela 
o interesse geral.
A anulabilidade se dá pela violação de 
normas que visam proteger o outro 
contratante.
O contrato nulo perde seus efeitos desde a 
sua formação. “ex tunc”
O contrato anulável tem seus efeitos válidos
enquanto não se declara sua invalidade por 
sentença e só sofre alteração a partir 
daí. “ex nunc”
A nulidade é insanável e perpétua, sendo 
que o contrato nulo não se restabelecerá 
com o decurso do tempo.
A anulabilidade é sanável sendo que o 
contrato anulável é passível de 
restabelecimento.
A nulidade produz efeitos “ex tunc”. A anulabilidade produz efeitos “ex nunc”.
A invalidade do contrato é a falta ou o vício de um dos pressupostos ou requisitos 
contratuais, como ocorre com o contrato celebrado pelo absolutamente incapaz. Da 
invalidade pode ocorrer a nulidade ou a anulabilidade do contrato. Ineficaz é o contrato, 
que, embora válido, não produz seus efeitos devido à existência de um obstáculo 
extrínseco.
Nos contratos anuláveis, as nulidades podem ser argüidas somente pelos interessados, 
podem ser sanadas e enquanto não declarado nulo, o contrato produz normalmente seus 
efeitos.
Os contrato anuláveis podem restabelecer-se por três modos: pela confirmação ou 
ratificação que é a renúncia da faculdade de pedir a anulação do contrato; pela 
convalidação, que é o suprimento posterior da omissão e pela prescrição, que é a 
extinção do direito à anulação pelo decurso do tempo. 
CONTRATO CONSIGO MESMO
A autocontratação é aquela em que a mesma pessoa atua no contrato em situações 
jurídicas diferenciadas. É o que acontece quando uma pessoa, representando outrem 
celebra ato negocial consigo mesmo. Por exemplo: numa compra e venda, a mesma 
pessoa, devidamente autorizada, se apresenta, de um lado, como mandatário do 
vendedor, investido com os poderes para tanto, e de outro, como comprador, 
representando seu próprio interesse.
A pluralidade de partes é a característica marcante no direito contratual, pois uma pessoa 
pode ser credora e devedora de si própria. Muito embora possa existir um contrato 
agasalhando apenas uma pessoa, se tal ocorrer, esta deverá estar, necessariamente, 
investida de duas qualidades jurídicas diferentes, pois não há contrato sem duas ou mais 
partes. 
ELEMENTOS DO CONTRATO
1. ESSENCIAIS
Devem constar de todos os contratos, sob pena de nulidade. São: capacidade das partes,
licitude do objeto e forma prescrita ou não defesa em lei. Além dos elementos essenciais 
gerais, isto é, comuns a todos os atos jurídicos, existem os elementos essenciais 
especiais, que devem existir somente em alguns contratos. Exemplo: a coisa, o preço, e o
consentimento do contrato de compra e venda.
2. NATURAIS
São aqueles que podem ocorrer, ou não. Exemplo: o mútuo presume-se gratuito, mas as 
partes podem convencionar a onerosidade do pagamento de tributos.
3. ACIDENTAIS
Modificam a vontade das partes e variam de contrato para contrato. Exemplo: a forma de 
pagamento.
4. DE ESTILO
Não são necessários, mas têm grande valia para demonstrar a vontade das partes. 
Exemplo: pro rata (na razão do que deve caber, proporcionalmente, a cada uma das 
partes), pro solvendo (para pagar), pro soluto (para pagamento). 
5. IMPERATIVOS
são obrigatórios em determinados tipos de contrato. Exemplo: outorga uxória.
6. ELEMENTOS COMPLEMENTARES
São facultativos e não precisam figurar no corpo do contrato. Exemplo: anexos.
Requisitos do Contrato
a) a existência de duas ou mais Pessoas;
b) a capacidade genérica das partes contratantes;
c) o consentimento livre das partes contratantes.
Objetivos
a) licitude do objeto;
b) possibilidade física ou jurídica do objeto;
c) determinação do objeto;
d) economicidade do objeto.
Formas
a) liberdade de forma (como regra);
b) obediência à forma quando a Lei assim o exigir.
PRINCÍPIOS DO DIREITO CONTRATUAL
Princípio da Autonomia da Vontade
A autonomia da vontade é o poder que possui o indivíduo de suscitar, mediante 
declaração de sua vontade, efeitos reconhecidos e tutelados pela ordem jurídica.
Por esse princípio, a liberdade de contratar domina completamente.
Princípio do consensualismo
Em matéria contratual, o consensualismo significa, havendo acordo de vontade, qualquer 
forma contratual é válida (verbal, silêncio, mímica, telefone, e-mail), excetuando-se atos 
solenes que exijam formalidadeslegais, ou seja, só será exigida forma quando a lei 
ordenar.
Princípio da obrigatoriedade da convenção
O contrato uma vez elaborado segundo os requisitos legais, se torna obrigatório entre as 
partes, que dele não se podem desligar, constituindo-se em uma espécie de lei aplicada 
entre os contratantes a ser fielmente cumprida – “pacta sunt servanda”.
O direito contemporâneo tem abrandado este princípio, fortalecendo sensivelmente a 
cláusula “rebus sic stantibus” (até que as coisas continuem como estão), também 
chamada de teoria da imprevisão. Com isto, permite-se a revisão judicial ou um reajuste 
dos termos do contrato, quando a situação de uma das partes tiver sofrido mudança 
imprevista e impossível de se prever.
Teoria da Imprevisão
O contrato constitui uma espécie de lei privada entre as partes pactuantes "pacta sunt 
servanda" (os pactos devem ser respeitados). Por este princípio (obrigatoriedade das 
convenções), o contrato vincula as partes, não podendo estas se liberarem, senão através
do destrato ou da impossibilidade da prestação, provocada por Caso fortuito ou força 
maior.
No final do século passado surgiu na doutrina uma tendência a reviver a velha cláusula 
"Rebus Sic Stantibus", segundo a qual todas as prestações diferidas para o futuro, 
tacitamente, seriam resilíveis, se as condições vigentes se alterarem posteriormente - 
"Contractus qui habent tractum sucessivum et dependentum de futuro, rebus sic stantibus 
intelligentur" - (nos contratos de trato sucessivo ou a termo, o vínculo obrigatório entende-
se subordinado a continuação daquele estado de fato vigente ao tempo da estipulação).
Essa tendência na nova doutrina consolidou a teoria da imprevisão, concepção essa que 
não se exige a impossibilidade da prestação para que o devedor se libere do liame 
contratual, basta que, através de fatos extraordinários e imprevisíveis, a prestação se 
torne excessivamente onerosa para uma das partes, podendo a prejudicada pedir a 
rescisão do negócio.
Princípio da relatividade dos efeitos
Este princípio encerra a idéia de que os efeitos do contrato são impostos somente às 
partes, não aproveitando e nem prejudicando terceiros.
Princípio da probidade e da boa-fé
Para o direito a boa-fé é presumida, ou seja, as pessoas têm por instinto agir de boa-fé, 
cabendo, no entanto, prova em contrário. Exemplo: por expressa disposição legal, o 
contrato de seguro deverá ser interpretado com base no princípio da boa-fé.
Limitações à Liberdade de Contratar
Como regra, a liberdade de contratar não pode ser limitada, no entanto, duas exceções ao
princípio da autonomia da vontade, estão insertas no Código Civil.
a) a ordem pública:
A Lei de ordem pública fixa, no direito privado, as bases jurídicas fundamentais sobre as 
quais repousa a moral da sociedade. Toda a vez que o interesse individual colidir com o 
da sociedade, o desta última prevalecerá - "ius publicum privatorum pactis derrogare non 
potest" - os princípios de ordem pública não podem ser alterados por convenção entre 
particulares.
b) os bons costumes:
Bons costumes são hábitos baseados na tradição e não na lei, O princípio da autonomia 
da vontade esbarra nas regras morais não reduzidas a escrito, mas aceitas pelo grupo 
social.
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Não há ainda um contrato, são os primeiro contatos entre as partes a fim de que surja um 
contrato mais à frente.
A proposta: a parte que está segura do que pretende, manifesta sua vontade à outra. Até 
que seja aceita pelo oblato não há compromisso entre as partes, todavia o proponente já 
tem uma obrigação – manter os termos da proposta, se aceita.
A aceitação: é a resposta afirmativa do oblato à oferta do proponente. O aceitante 
manifesta sua anuência. Pela aceitação, ambas as partes vinculam-se reciprocamente, o 
contrato se aperfeiçoou.
O lugar do contrato: é ponto importante, pois determina o foro competente para dirimir 
possíveis litígios entre as partes.
O silêncio de umas das partes tem sido visto pelos doutrinadores não como um 
consentimento, mas a imposição da reação a este silencia uma coação! Por exemplo: 
uma pessoa recebe um exemplar de uma revista com ordem para devolvê-la em caso de 
recusa. Se assim não o fizer considerar-se-á aceito o contrato de assinatura da revista? 
Isto parece mais uma coação.
Os doutrinadores convergem para o princípio: “qui tacet si liqui debuisset ac potuisset 
consentire videtur” (quem cala quando deveria e poderia falar parece consentir), 
diferentemente do “qui tacent clamant” (quem cala consente).
INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
1) a regra de ouro na interpretação dos contratos. O art. 112, orientando que “nas 
declarações de vontade se entenderá mais à intenção que ao sentido literal da 
linguagem”.
2) os contratos benéficos deverão ser interpretados restritivamente (art. 114 CC), devendo
o intérprete permanecer limitado aos contornos traçados pelos contratantes.
3) a transação interpreta-se restritivamente (CC art. 843)
4) a fiança dar-se-á por escrito e não admite interpretação extensiva (art. 819CC).
5) os negócios jurídicos deverão ser interpretados conforme a probidade e a boa-fé (art. 
422 CC).
6) nos contratos por adesão, com cláusulas am,biguás ou contraditórias dever-se-á adotar
a interpretação mais favorável ao aderente (art. 423 CC).
7) as cláusulas contratuais deverão ser interpretadas de maneira mais favorável ao 
consumidor (Lei 8078/90, art. 47), se houver alguma dúvida
8) para interpretação das cláusulas contratuais, devem ser usadas as normas contidas no 
revogado art. 1231 do Código Comercial:
a) a inteligência simples e adequada, que for mais conforme a boa-fé e ao verdadeiro 
espírito e natureza do contrato, deverão sempre prevalecer à rigorosa e restrita 
significação das palavras;
b) as cláusulas duvidosas serão entendidas pelas que não forem, e que as partes tiverem 
admitido; e as antecedentes e subseqüentes, que estiverem em harmonia, explicarão as 
ambíguas;
c) o fato dos contraentes posterior ao contrato, que tiver relação com o objeto principal, 
será a melhor explicação da vontade que as partes tiveram no ato da celebração do 
mesmo contrato;
d) o suo e a prática geralmente observada no comércio, nos casos da mesma natureza, 
e , especialmente o costume do lugar onde o contrato deva ter execução, prevalecerão a 
qualquer inteligência em contrário que se pretenda dar às palavras.
e) nos casos duvidosos, que não possam resolver-se segundo as bases estabelecidas, 
decidir-se-á em favor do devedor.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Quanto à forma, os contratos se classificam em:
Contratos principais - São aqueles cuja existência independem de qualquer outro. Ex: 
contrato de depósito.
Contratos Acessórios - São aqueles que existem em função do contrato principal. Ex: 
Arras.
Contratos preliminares - São ajustes que criam vários tipos de obrigações definitivas para 
os contratantes. Ex: pacto de contraendo.
Contratos definitivos - São aqueles contratos que criam vários tipos de obrigações 
definitivas para os contraentes. Ex.: contrato de locação.
Contratos consensuais - aperfeiçoam-se pelo mero consentimento e não reclamam 
solenidade ou tradição. Ex.: locação.
Contratos reais - são os que apenas se ultimam com a entrega da coisa. Ex.: comodato.
Contratos solenes - aqueles que dependem de forma prescrita em lei. Ex.: compra e 
venda de imóveis (requer escritura pública).
Contratos não solenes - quando não há forma prescrita em lei e constitui-se a regra.
Quanto à sua natureza, os contratos se classificam em:
Unilaterais - São aqueles que se aperfeiçoam por uma só obrigação. Ex: o Testamento, 
Doação.
Bilaterais - São os que se aperfeiçoam por reciprocidade de obrigações. Ex: Escrituras de 
compra e venda. Contrato bilateral, ou seja, aquele em que as obrigações dos 
contratantes são recíprocas. Exemplos: compra e vendae locação.
Onerosos - Contrato a Título Oneroso - São aqueles onde há sacrifício patrimonial para 
ambas as partes. Ex: compra e venda.
Gratuitos - São aqueles onde há um sacrifício patrimonial, apenas, para uma das partes. 
Ex: doação.
Comutativos - São os contratos onde as prestações se cumprem simultaneamente. Ex: 
Compra e venda.
Aleatórios - São os contratos onde as prestações são deferidas para o futuro. Ex: contrato
de Seguro.
Contratos paritários - as partes estipulam cláusulas em pé de igualdade. A balança está 
equilibrada. Ex.: compra e venda.
Contratos por adesão - umas das partes apenas adere à proposta da outra, não podendo 
discutir as cláusulas contratuais. A balança está desequilibrada. Ex.: fornecimento de 
água.
Contrato Inominado - Contrato que, embora não vedado em lei, não se acha especificado,
disciplinado formalmente no direito positivo. Daí a expressão inominado. Não tendo 
regulamentação especial, são disciplinados pela analogia com os contratos nominados e 
pelos princípios gerais de direito.
Contrato Principal - Contrato dotado de existência independente de um contrato 
preliminar.
Contrato Sinalagmático - Do grego synallagmatikós, recíproco. Adjetivação daquilo que é 
bilateral, recíproco, que importa em igualdade de direitos e deveres para as partes 
contratantes. Contrato em que as partes assumem obrigações recíprocas. Também 
denominado bilateral.
Quanto ao tempo, os contratos se classificam em:
Contratos instantâneos - aqueles em que as prestações se executam no momento da 
celebração do contrato. Ex.: compra e venda à vista.
Contratos de trato sucessivo - são aqueles em que não é possível sua satisfação em um 
só momento. Ex.: seguro.
Quanto às pessoas, os contratos se classificam em:
Contratos pessoais - são realizados em razão da pessoa, com base na anca recíproca 
entre as partes e só podem ser executados pelo próprio devedor. Ex.: mandato.
Contratos impessoais - quando a pessoa do outro contraente não é elemento 
determinante para a conclusão do contrato. 
OUTROS TIPOS DE CONTRATOS
Contratos civis - são aqueles previstos no Código civil ou que o tenham como base legal. 
Podem ou não ter finalidade lucrativa e sujeitam-se aos princípios da autonomia da 
vontade, consensualismo, relatividade dos efeitos, probidade e boa-fé.
Contratos administrativos - são aqueles firmados pela Administração e regidos pelas 
normas de direito público e possuem cláusulas exorbitante e a possibilidade de alteração 
e rescisão unilaterais por parte da Administração.
Autocontrato - quando uma mesma pessoa figura nos dois pólos do contrato. De um lado 
representando a si próprio, e de outro, um mandante. Ex.: compra e venda com 
procuração em causa própria.
Contrato de meio - quando uma das partes se compromete a empenhar esforços para 
atingir determinado fim sem obrigar ao sucesso. Ex.: mandato de advogado.
Contrato de fim - quando o contratado se obriga a atingir determinado fim. Ex.: empreiteiro
em relação à construção de um edifício, o resultado final é idêntico ao projeto original.
Contratos mistos - derivam-se da combinação de outros contratos. Ex.: leasing.
Contratos puros - não são frutos da combinação de outros contratos. Ex.: empréstimos.
Contratos individuais - quando apenas se obrigarem as partes que vierem a tomar parte 
da celebração.
Contratos coletivos - são os que formam pela vontade de um grupo, gerando obrigações 
para todos, mesmo que não participem da celebração do mesmo.
Contrato Benéfico - Contrato no qual somente uma das partes se obriga; a outra está 
dispensada de qualquer contraprestação, a não se limitar a fruir do benefício pactuado, 
nos seus exatos termos. Por isso, os contratos benéficos, também chamados contratos a 
título gratuito, devem ser interpretados restritivamente.
Contrato Cotalício - Contrato de honorários profissionais devidos ao advogado pelo 
cliente. Observar-se-á o procedimento sumário para a cobrança de honorários por 
profissionais liberais.
Contratos típicos - são aqueles tipificados em lei.
Contratos atípicos - não se encontram tipificados em lei e são admitidos em fazer do 
princípio da autonomia da vontade. Ex.: factoring.
Alquilaria - Contrato de aluguel de animais.
Contrato Feneratício - Contrato de empréstimo a juros.
Contrato Leonino - Contrato que favorece abusivamente uma das partes, em prejuízo da 
outra. A denominação vem da célebre fábula de Esopo, na qual o leão exigia para si, na 
condição de rei dos animais, a melhor parte dos bens.
Síngrafo - do grego syngraphós, instrumento de contrato assinado. Instrumento particular 
firmado pelo credor e pelo devedor. Ex.: instrumentos particulares de contratos, estatutos 
de sociedades.
MANDATO - do latim manus + datio, mandatu, aperto de mãos. Autorização que alguém 
confere a outrem para praticar em seu nome certos atos - procuração, delegação; 2. 
Missão, incumbência; 3. Ordem ou preceito de superior para inferior - mandado; 4. 
Poderes políticos outorgados pelo povo a um cidadão, por meio de voto, para que 
governe a nação, estado ou município, ou o represente nas respectivas assembléias 
legislativas.
Contrato pelo qual o mandatário se obriga a praticar um ato, gratuitamente, e conforme 
instruções do mandante.
A incumbência pode ser a prática de qualquer ato, material ou jurídico, desde que não 
seja ilícito. O importante é que seja gratuito: mandatum nisi gratuitum, nullum est. Caso 
contrário, tratar-se-ia de locação de serviços ou de outro contrato qualquer (por exemplo, 
contrato inominado). E essencial, ainda, que o mandato seja no interesse do mandante, 
ou, pelo menos, no interesse conjunto do mandante e do próprio mandatário ou de 
terceiro. Mandato no interesse exclusivo do mandatário é um simples conselho, não 
constituindo contrato.
O mandato é um contrato bilateral imperfeito, porque gratuito. A obrigação principal é a do
mandatário, de praticar o ato. Seu inadimplemento era sancionado pela actio mandati 
directa do mandante contra o mandatário. A obrigação secundária e eventual é a do 
mandante, de indenizar o mandatário das despesas havidas na execução do mandato e 
ressarci-lo pelos danos sofridos nessa execução, exigíveis pela actio mandati contraria.
Extingue-se o mandato pela satisfação da incumbência ou pelo destrato, isto é, acordo 
entre as partes visando à rescisão do contrato. Além destes casos, sendo o mandato um 
contrato que se baseia na mútua confiança pessoal, cessa pela morte de qualquer das 
partes, ou quando qualquer delas o declara rescindido. A rescisão por vontade unilateral, 
porém, só é possível enquanto não for iniciada a execução do mandato.
O mandato se afirmava com um aperto de mãos pelos contratantes, que se davam a mão 
direita, pois acreditava-se que o dedo anular desta era atravessado por um nervo que ia 
ao coração, sede da fidelidade.
Mandato é um contrato pelo qual alguém recebe de outro, poderes para em seu nome 
praticar atos ou administrar interesses. Temos as seguintes partes: Mandante (aquele que
confere poderes); Mandatário (aquele que recebe poderes).
Espécies: a) Legal - pela lei. b) Judicial - pelo juiz. c) Convencional - ad judicia ou ad 
negatia.
Em outras palavras: É um contrato pelo qual alguém, denominado mandante, determina 
que outrem, denominado mandatário, atue em seu nome, praticando determinados atos. A
procuração é o instrumento do mandato. Não é o mandato propriamente dito, mas o seu 
veículo, a sua forma exterior. É preciso distinguir entre mandato judicial e mandato 
extrajudicial. O mandato judicial é atribuído a quem, legalmente habilitado, se propõe a 
atuar no foro, exigindo-se, para tanto, forma solene e instrumento comprobatório, no caso 
a procuração.
Quanto ao mandato extrajudicial ou “ad negotia”, se destina à prática de atos de natureza 
cível ou comercial fora do âmbito do Judiciário, não exigeforma solene, apenas o acordo 
de vontades.
Obligatio mandati consensu contrahentium consistit (a obrigação do mandato consiste no 
consentimento dos contratantes).
Invitus procurator non solet dari (não é costume que um procurador seja nomeado contra 
a sua vontade).
EFEITOS DO CONTRATO
Vícios redibitórios: Defeito oculto na coisa recebida em virtude de contrato comutativo que
a torna imprópria ao uso a que é destinada ou lhe diminua o valor. O conhecimento do 
vício ensejaria a não realização do negócio.
Evicção - do latim “evincere”, vencer, triunfar, desapossar.
Ato judicial pelo qual alguém reivindica o que é seu e que lhe tinha sido tirado; ação 
judicial pela qual o vendedor responde perante o comprador, caso a venda da coisa se 
torne passível de nulidade ou tenha havido fraude na compra anterior.
É a perda total ou parcial de uma coisa (bem jurídico), em virtude de sentença que a 
atribui a terceira pessoa.
Ou seja, é a perda total ou parcial de uma coisa, que sofre seu adquirente, em 
conseqüência de reivindicação judicial promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor. 
Perda total ou parcial do domínio, ou uso, de uma coisa em virtude de sentença, que a 
atribui a outrem. Para Clóvis Beviláqua, evicção é a perda total ou parcial de uma coisa, 
em virtude de sentença, que a atribui a outrem, por direito anterior ao contrato, de onde 
nascera a pretensão do evicto. A garantia pela evicção é obrigação que deriva 
diretamente do contrato. Por isso independe de cláusula expressa, e opera de pleno 
direito.
Assim, havendo a evicção do objeto dado em pagamento, o "solvens" sofre a perda, 
ressuscitando a obrigação. A obrigação volta ao seu "status quo ante".
"Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço,
ou das quantias, que pagou: I) - à indenização dos frutos, que tiver sido obrigado a 
restituir, II) - à das despesas dos contratos e dos prejuízos que diretamente resultarem da 
evicção; III) - às custas judiciais”. Não prima esse dispositivo pela clareza. Por isso 
mesmo, duas correntes jurisprudenciais se formaram acerca de sua interpretação. Para a 
primeira, o alienante só é obrigado a restituir o preço, ou as quantias pagas, além das 
demais parcelas mencionadas, desprezando-se, portanto, assim, a valorização como a 
desvalorização subseqüente. Para a segunda, na apuração dos prejuízos resultantes da 
evicção, deve-se tomar por base o valor da coisa ao tempo em que se evenceu. Esta, 
incontestavelmente, a solução mais justa e própria: a) - porque é tradicional em nosso 
direito; b) - porque segue orientação geralmente adotada pelas demais legislações; c) - 
porque o Código, de modo expresso, disciplinando a evicção parcial, manda indenizar 
pelo valor contemporâneo ao da evicção.
Arras: popularmente conhecidas tão-somente por "sinal", são a importância dada por um 
dos contratantes ao outro, com a finalidade precípua de firmar a presunção de acordo 
final e tornar obrigatório o ajuste, presumindo-se que contrato está definitivamente 
cumprido. Embora as arras formem presunção de acordo final, elas podem assegurar, 
conforme for estipulado, o direito a arrependido, evidenciando-se duas espécies: 
confirmatórias e penitenciais.As arras confirmatórias consistem na entrega de quantia ou 
coisa, feita por um contratante ao outro em firmeza do contrato e como garantia de que 
será cumprido. Usam-se, precisamente, para impedir o arrependimento de qualquer das 
partes. Quando não se atribui às arras expressamente outra finalidade, devem ser 
consideradas confirmatórias. As arras dadas na elaboração no ato de formação do 
contrato ou na conclusão deste constituem princípio de pagamento. As arras penitenciais 
(art. 1.095 do CC) são aqueles em que se estipulem o direito de arrependimento, com a 
perda das arras se o arrependido foi quem as deu, ou pelo pagamento em dobro se, a 
“contrario sensu”, o arrependido foi quem as recebeu.
“ Exceptio non adimpleti contractus” : Nos contratos bilaterais, nenhum dos contraentes, 
antes de cumprida a sua obrigação, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o 
implemento da do outro.Trata-se, aí, da famosa exceptio non adimpleti contractus, em que
alguns vêem manifestação de eqüidade, mas que conta o mais lídimo caráter jurídico. 
Saliente-se ser norma de direito material que reforça a tutela do direito. 
Direito de retenção: O direito de retenção gera o seu titular uma exceção dilatória. Não 
impede a condenação à entrega de coisa, mas subordina a eficácia da sentença à prévia 
satisfação do crédito daquele que detém a “jus retentionis”. Por isso, se o título executivo 
refere-se a entrega de coisa benfeitorizada pelo devedor, ou por terceiro, antes da 
execução é obrigatória a liquidação do valor das obras ou melhoramentos a serem 
indenizados pelo credor (Art. 628), o que se fará de acordo com o disposto nos arts. 603 a
610. A execução só terá início depois do depósito do valor das benfeitorias. Se a 
sentença exeqüenda já eliminou a retenção por benfeitorias, sua reiteração, nos 
embargos, seria infringente da coisa julgada, sem pertinência no processo executório. Se 
admitiu esse direito, o próprio título delimita a pretensão executória, de molde a 
caracterizar-se, eventualmente, o excesso de execução, segundo o disposto no inciso IV 
do art. 743. O texto restringe a sua disciplina, portanto, aos casos em que não houve, no 
processo de conhecimento, debate sobre a pretensão a reter, permitindo a sua invocação 
na ação incidental de embargos do executa.

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