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Economia - 01 - Macroeconomia e Contabilidade Social

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Curso Intensivo Regular 
 
 
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MATERIAL 01 
 
ECONOMIA 
PROF. CARLOS RAMOS 
 
 1 
Economia – Módulo 01 
 
I - Macroeconomia e Contabilidade Social 
 
1. Introdução: A Economia como a Ciência da Escassez 
Um dos princípios fundamentais da Economia é a chamada “lei da escassez”, 
segundo a qual as necessidades humanas são ilimitadas, enquanto que os recursos 
necessários à produção dos bens capazes de satisfazer a essas necessidades são 
escassos, ou seja, existem em quantidades limitadas. 
As necessidades humanas variam desde as mais elementares, tais como alimentação, 
segurança, moradia, etc, até as mais sofisticadas, tais como a cultura e o lazer. As 
necessidades humanas são consideradas ilimitadas, basicamente, por dois motivos: 
a) Porque se renovam dia a dia, exigindo contínuo suprimento de bens para 
atendê-las (por exemplo, alimentação, vestuário, transporte, etc); 
b) Porque tendem a seguir uma escala de sofisticação: a cada dia surgem 
novos desejos e novas necessidades, motivadas pelas perspectivas de 
aumento do padrão de vida da sociedade (por exemplo, cultura, lazer, moda, 
etc). 
Para atender à imensa gama de desejos humanos, é preciso que sejam produzidos 
certos bens. Entende-se o conceito de bem como sendo tudo aquilo capaz de 
atender a uma necessidade humana. Os bens podem ser materiais (quando é 
possível atribuir-lhes características físicas, tais como tamanho, forma e cor) e 
imateriais (os chamados bens intangíveis como, por exemplo, os diversos tipos de 
serviços). 
A produção dos bens, por sua vez, exige o uso de certo conjunto de recursos, 
também chamados fatores de produção, que podem ser classificados em três 
grandes grupos: 
a) O fator de produção “Terra”, incluindo o solo e os diversos recursos naturais: 
minérios, florestas, recursos hídricos, etc); 
b) O fator de produção “Trabalho”, representado pela força de trabalho 
humano, seja ele físico ou intelectual; 
c) O fator de produção “Capital”, que corresponde às máquinas, equipamentos, 
ferramentas, instrumentos, infra-estrutura, enfim, bens que foram produzidos 
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ECONOMIA 
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 2 
anteriormente e que continuam a serem utilizados durante algum tempo para 
a produção de outros bens. 
Ocorre que toda sociedade, num dado momento, possui um estoque limitado 
desses recursos ou fatores de produção. Isto significa que não é possível produzir 
uma quantidade infinita de bens, porque os recursos são limitados. 
Assim, surge o problema econômico da escassez: 
a) De um lado, as necessidades humanas são ilimitadas; 
b) De outro, os recursos ou fatores de produção que devem ser utilizados para 
produzir os bens (que irão atender a essas necessidades) são limitados. 
Ou seja, não é possível produzir todos os bens de que a sociedade necessita, mas é 
possível utilizar os recursos da melhor maneira possível, para produzir o máximo de 
bens e desse modo atender à maior gama possível de necessidades. Isso nos leva a 
uma das idéias-chave na Economia, que é a idéia da eficiência: maximizar a 
produção de bens e serviços, dadas as restrições colocadas pela quantidade limitada 
de fatores de produção. 
Assim, a sociedade como um todo se organiza de modo a tentar produzir os bens e 
serviços de forma eficiente, ou seja, empregando de forma racional os recursos 
disponíveis, visando otimizar seus resultados, maximizando o nível de bem-estar da 
população. Nesse contexto, a Economia se apresenta como a ciência social que se 
ocupa da administração dos recursos escassos entre usos alternativos e fins 
competitivos. 
Para fins didáticos, costuma-se “dividir” a Ciência Econômica em áreas específicas, 
dentre as quais destaca-se a Microeconomia – o estudo do comportamento das 
unidades produtivas, dos indivíduos, dos mercados, etc – e a Macroeconomia – o 
estudo do comportamento dos grandes agregados econômicos: produto interno 
bruto, inflação, desemprego, etc. 
A Macroeconomia trata do estudo dos agregados econômicos, de seus 
comportamentos e das relações que guardam entre si. Tenta-se avaliar o 
desempenho da economia no sentido de satisfazer as necessidades da sociedade. 
Assim, uma das questões fundamentais da Macroeconomia – nosso objeto de estudo 
daqui por diante – é justamente avaliar esse desempenho econômico. Em outras 
palavras, como “medir” a quantidade total de bens e serviços que estão sendo 
disponibilizados à sociedade, e verificar as relações econômicas que estão na base 
desse processo produtivo. 
A Macroeconomia nos fornece um conjunto de variáveis que permitem saber se a 
economia de um país, num certo momento, está “crescendo” ou está em “recessão”, 
se existe “desemprego de fatores” ou “pleno emprego”, como está o “nível geral de 
preços”, etc... Assim, o ponto de partida é medir o desempenho da economia através 
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ECONOMIA 
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de algum indicador. Normalmente se utilizam os agregados macroeconômicos 
Produto, Renda e Despesa para se mensurar o nível de atividade econômica de 
um país, de uma região ou cidade. Nas próximas seções vamos discutir como se 
chegar a essas medidas da atividade econômica. 
2. O Fluxo Circular da Renda 
A Macroeconomia parte do princípio de que existem dois grandes mercados: 
a) O Mercado de Bens e Serviços, correspondente à compra e venda dos 
diversos bens produzidos (carros, alimentos, vestuário, aviões, etc) e dos 
diversos serviços (comunicações, transportes, distribuição de energia elétrica, 
etc). Nesse mercado, as firmas (ou unidades produtivas, ou também 
chamadas “empresas”) ofertam bens e serviços aos indivíduos; 
b) O Mercado de Fatores de Produção, correspondente à compra e venda 
dos diversos fatores de produção: terra e recursos naturais, trabalho e capital. 
Nesse mercado, os indivíduos ofertam os fatores de produção às firmas. 
A figura a seguir ilustra esse relacionamento os dois mercados e os dois “setores” 
da economia – as firmas e os indivíduos. 
 
Os indivíduos são os proprietários da força de trabalho, da terra, dos recursos 
naturais, das máquinas, equipamentos, entre outros, que precisam ser utilizados 
pelas firmas no seu processo de produção (em alguns textos de Economia, há 
autores que usam o termo “famílias” ao invés de “indivíduos”, mas na essência 
ambos representam a mesma coisa: os proprietários dos fatores de produção). 
Portanto, as firmas compram o uso dos fatores de produção dos indivíduos, no 
mercado de fatores. Na figura acima, essas transações são representadas pelas 
linhas da parte inferior do quadro. As linhas cheias representam movimentos de 
fatores de produção e as linhas tracejadas, a contrapartida monetária do movimento 
dos fatores. 
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Por outro lado, na parte superior da figura, vemos o que acontece no mercado de 
bens e serviços: as linhas cheias representam as transações com bens e serviços, 
produzidos pelas firmas e colocados à disposição dos indivíduos, que em troca 
pagam por esses bens e serviços, gerando a contrapartida monetária da produção, 
representada pelas linhas tracejadas. 
Esse esquema representa o Fluxo Circular da Renda, elemento fundamental para 
se compreender o funcionamento macro de um determinado sistema econômico. 
O modelo aqui apresentado é uma simplificação, pois ainda não incorpora outros 
setores importantes, tais como o Governo e o Setor Externo. De fato, estamos 
fazendo algumas “abstrações”, ou seja, “simplificações”, partindo de um modelo 
básico para chegar a um modelo mais sofisticado emais próximo da realidade. 
Por enquanto, vamos admitir que só existem esses dois “setores” na economia: as 
firmas e os indivíduos. Esse modelo corresponde ao que se chama normalmente de 
“Economia Fechada e Sem Governo” (“fechada” porque não existem, no modelo 
considerado, transações com o exterior, como importações e exportações; “sem 
Governo” porque não existem, no modelo considerado, gastos públicos ou impostos). 
Gradativamente iremos adicionando essas variáveis, até chegarmos à “Economia 
Aberta e Com Governo”. 
3. Economia Fechada, sem Governo e sem Formação de Capital 
Nessa economia simplificada, existem apenas o setor “firmas” e o setor “indivíduos”. 
Vamos imaginar que os preços dos diversos bens e serviços são constantes (ou seja, 
não existe inflação) e que a economia é estacionária, ou seja, sua capacidade 
produtiva total (relativa ao máximo de bens e serviços que é possível produzir) não 
se expande. Isso quer dizer que não existe, por enquanto, formação de capital, isto 
é, poupança e investimento. 
Se somarmos todos os bens e serviços finais produzidos pelas firmas durante um 
certo período de tempo (normalmente durante um ano) teremos o valor do 
Produto: 
Produto = ΣΣΣΣpi.qi 
Onde “pi” representa o preço do bem ou serviço “i” e “qi” representa as quantidades 
do bem ou serviço “i”. Isso significa que no cálculo do Produto temos que somar o 
valor monetário da produção dos diversos bens e serviços: 
Produto = pfeijão.qfeijão + paçúcar.qaçúcar + plivro.qlivros + pcomputador.qcomputadores 
+pgeladeira.qgeladeiras + ..... 
Observe que estamos falando de “Produto” como um agregado, um somatório de 
todos os bens e serviços gerados pelo sistema econômico num certo período de 
tempo. 
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Essa noção é fundamental, pois em Macroeconomia estaremos todo o tempo falando 
dos Agregados Macroeconômicos, ou seja, medidas que correspondem a totais 
globais, somatórios de toda a economia. O Produto é um dos principais agregados 
macroeconômicos, ao lado da Renda e da Despesa (ou Dispêndio), os quais serão 
analisados mais adiante. 
Atenção: Só entram no cálculo do Produto os bens finais, isto é, os bens que não 
serão mais transformados em outros bens. Isso para evitar o problema da dupla 
contagem. 
Explicando melhor: no cálculo do Produto levamos em consideração todas as vendas 
de bens e serviços realizadas pelas empresas durante certo período de tempo. No 
entanto, muitas dessas vendas acontecem entre as próprias empresas, pois alguns 
bens e serviços se constituem em insumos para outros bens e serviços. Tais 
insumos são chamados bens intermediários e não podem ser computados no 
cálculo do Produto, pois senão causarão o problema da dupla contagem. 
Assim, no cálculo do Produto, vamos considerar, por exemplo, o valor da produção 
de pão, mas não podemos somar novamente o valor da produção do trigo, do 
fermento, do sal, da farinha de trigo, etc, senão estaríamos somando várias vezes os 
mesmos valores. 
O valor da produção de pão (bem final) já contém embutido o valor dos insumos 
intermediários e matérias-primas utilizadas em fases anteriores do processo 
produtivo. 
Para gerar o Produto durante certo ano, as firmas necessitam adquirir fatores de 
produção, e para usar esses fatores, como visto, as firmas necessitam remunerar os 
proprietários dos mesmos, que são os indivíduos. O total de pagamentos que as 
firmas fazem aos indivíduos, pelo uso dos fatores de produção, é o que chamamos 
de Renda: 
Renda = w + j + a + l 
Onde: 
• w = Salários (remuneração do fator de produção "Trabalho”); 
• j = juros (remuneração do fator de produção “Capital” na forma monetária); 
• a = aluguéis (remuneração do fator de produção “Terra”); 
• l = lucros (remuneração do fator de produção “Capital”, este na forma de 
máquinas e equipamentos utilizados no processo produtivo). 
Observe que neste modelo os lucros representam uma espécie de “custo” para as 
empresa, na medida em que correspondem a valores que as mesmas devem pagar 
aos acionistas (indivíduos). 
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Se as firmas de um país hipotético “Z” , durante o ano de 2006, por exemplo, 
produziram bens e serviços num total de $ 50 milhões, isto significa que tais firmas 
precisaram, durante todo o ano, utilizar fatores de produção e remunerar os 
proprietários de tais fatores, de forma que a soma de todos os salários, aluguéis, 
lucros e juros também totalizaram $ 50 milhões. 
Temos então uma identidade macroeconômica como se segue: 
Produto = Renda 
Ou seja, o valor do Produto (total de bens e serviços finais produzidos durante um 
certo período de tempo) é igual ao valor da Renda (total de pagamentos feitos pelas 
firmas aos proprietários dos fatores de produção). 
Os indivíduos, por sua vez, utilizam suas rendas de que maneira? Gastando na 
compra de bens e serviços. Em outras palavras, os indivíduos realizam o Consumo, 
que nesse modelo representa a Despesa (também chamada Dispêndio, e que 
corresponde ao total de gastos realizados pelos indivíduos na compra de bens e 
serviços). Assim, temos: 
Despesa = Consumo (C) 
E mais, temos a identidade macroeconômica fundamental: 
Produto = Renda = Despesa 
Portanto, se quisermos medir o desempenho de uma economia durante certo 
período de tempo, temos três óticas diferentes, gerando o mesmo resultado: 
� Sob a ótica da Produção, usando o total de bens e serviços finais gerados 
durante o período; 
� Sob a ótica da Renda, usando o total de recebimentos dos indivíduos, por 
terem cedido os fatores de produção (Terra, Trabalho e Capital) às empresas 
e; 
� Sob a ótica da Despesa, usando o total de pagamentos que os indivíduos 
fizeram durante o ano na aquisição de bens e serviços diversos. 
 
4. Economia Fechada, sem Governo e com Formação de Capital 
 
O modelo anterior é de uma economia estacionária, ou seja, o nível anual de 
produção não cresce: todo ano é gerado um Produto no mesmo valor. 
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Para haver crescimento econômico (crescimento do Produto em relação ao ano 
anterior) é necessário ampliar a capacidade produtiva da economia, através do 
Investimento. 
Se os empresários estão otimistas quanto ao ritmo dos negócios no futuro, eles 
tendem a realizar gastos com a aquisição de novas máquinas, equipamentos e 
instalações, para ampliar seu parque industrial e dessa forma aumentar a produção 
de bens e serviços. 
Assim, algumas empresas se dedicarão a produzir tais bens: máquinas, 
equipamentos, ferramentas, instrumentos, etc... Portanto, temos que considerar 
agora que a Produção (o Produto Agregado) é composta de dois tipos de bens: 
� Bens de Consumo, destinados a satisfazer as necessidades dos indivíduos, 
como alimentação, transporte, vestuário, etc. 
� Bens de Investimento (ou Bens de Capital), destinados a aumentar a 
capacidade de produção das firmas: máquinas, equipamentos, instalações, 
etc. 
Os Bens de Investimento são utilizados pelas firmas no seu processo produtivo ao 
longo de muito tempo, portanto a cada ano o estoque acumulado desses bens na 
economia vai aumentando. Assim, um aumento nesse estoque de capital leva a um 
aumento da capacidade produtiva total da economia. 
Observe que é possível definir “Investimento” de duas maneiras: 
� Investimento como gasto (despesa) com bens para aumentar a capacidade 
produtiva da economia; 
� Investimento como gasto (despesa) com bens que foram produzidos, mas 
que não foram consumidos no período (serão usados em consumo futuro), ouseja: 
I = Produto – C 
Os bens que foram produzidos, mas não foram consumidos no presente são os 
seguintes: 
� Máquinas, equipamentos, instalações, infra-estrutura, imóveis, etc – 
Correspondem à Formação Bruta de Capital Fixo (FBk) ou ainda 
“investimento planejado”. 
� Variação de Estoques (∆∆∆∆E), que representa um “investimento não-
planejado” pelas empresas. São quantidades que foram produzidas mas não 
foram vendidas. 
Por que a variação de Estoques é considerada também como investimento? 
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Observe que se o setor produtivo da economia (as empresas) gerou uma produção 
total igual a $1.000, isto significa que foi gerada também uma renda para os 
indivíduos no total de $1.000, correspondente ao total de salários, aluguéis, lucros e 
juros. 
Suponha que os indivíduos resolveram comprar mercadorias somente num total de 
$800. Isto significa que $200 correspondem a mercadorias que foram produzidas, 
mas não foram consumidas. 
Do ponto de vista das empresas, esse aumento nos seus estoques é uma espécie de 
investimento, como se elas tivessem “comprado” essa produção, sendo possível 
vender mais num período futuro. Afinal de contas, as empresas tiveram que adquirir 
os fatores de produção correspondentes, junto aos indivíduos, portanto as empresas 
realizaram uma despesa. 
Na prática, as empresas tiveram que fazer um gasto total no valor de $200 para 
possuir tais mercadorias em estoque. 
Mas, como as empresas puderam financiar estes estoques? Elas gastaram $1000 na 
produção, e só receberam $800, pois os indivíduos só realizaram compras neste 
valor... De onde vieram os $200 restantes? 
Estes recursos vêm da Poupança gerada pelos indivíduos, no valor de $200, 
equivalente à renda obtida pelos mesmos ($1000) menos o valor gasto em consumo 
($800). 
Observe: os indivíduos pouparam (ou seja, não gastaram parte de sua renda) num 
valor de $200, e deixaram estes recursos aplicados no mercado financeiro. Tais 
recursos foram disponibilizados pelos bancos, na forma de empréstimos, às 
empresas, que já tinham encomendado bens de capital às demais firmas produtoras 
destes bens. 
Aqui nós podemos observar uma importante relação entre os conceitos de 
Investimento e Poupança. Estas duas variáveis econômicas estão inter-
relacionadas e correspondem aos dois “lados” do processo de acumulação de capital: 
o Investimento representa as aplicações de recursos, por parte das firmas, e a 
Poupança representa as origens de recursos. Voltaremos a examinar tal relação mais 
adiante. 
Portanto, temos a seguinte relação para identificar o valor do investimento: 
I = Fbk + ∆∆∆∆E 
Algumas observações importantes: 
1. A variação de estoques (∆E) representa a diferença entre o Estoque no fim do 
ano atual e o Estoque no fim do ano passado; 
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2. Investimento no sentido econômico representa gasto, despesa, com a 
compra de bens de capital; no sentido cotidiano utiliza-se a palavra 
investimento como sinônimo de aplicação financeira, compra de ações, etc... 
Na linguagem da Ciência Econômica, no que se refere especificamente à 
contabilização dos agregados macroeconômicos, as aplicações financeiras, em 
ações, títulos, etc, não constituem “investimento”, mas sim “poupança”. 
3. O total do investimento num certo ano corresponde a compra de bens, 
equipamentos, máquinas, etc, novos, fabricados naquele ano. Isso significa 
que a compra de ativos usados, de segunda mão, não representa 
investimento, pois não está aumentando a capacidade produtiva da 
economia. 
Um conceito relacionado é o de Depreciação, que corresponde ao desgaste 
gradativo do capital físico (máquinas, equipamentos, veículos, etc). 
Todos os anos as empresas necessitam fazer uma reposição de parte dos seus bens 
de capital desgastados. Dessa forma, uma parte do Investimento feito na economia 
se destina a repor as perdas correspondentes à depreciação, o que nos leva à 
diferenciação entre Investimento Bruto e Investimento Líquido: 
IL = IB – d 
• IL = Investimento Líquido (aumento efetivo da capacidade produtiva da 
economia) 
• IB = Investimento Bruto (Formação Bruta de Capital + Variação de Estoques) 
• d = Depreciação no período. 
Assim, a expressão completa para definir o Investimento Líquido na economia é: 
IL = Fbk + ∆∆∆∆E – d 
A depreciação nos leva também a alterar o conceito de Produto, criando a distinção 
entre Produto Líquido e Produto Bruto: 
PL = PB – d 
Vamos agora completar nosso modelo, considerando também o conceito de 
Poupança: a parcela da renda que os indivíduos não consomem. 
Assim, o ato de poupar representa abrir mão do consumo atual para desfrutar de um 
consumo maior no futuro. Podemos representar essa idéia da seguinte maneira: 
S = Renda – C 
Em que: S = Poupança (do inglês “Saving”) 
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• R = Renda 
• C = Consumo 
Nosso modelo agora se apresenta do seguinte modo: 
� Ótica da Produção: Produto = ΣΣΣΣpi.qi 
� Ótica da Renda: Renda = C + S 
� Ótica da Despesa: Despesa = C + I 
Como Produto = Renda = Despesa, temos que C + S = C + I, Logo: S = I 
 
 
5. Economia Fechada, com Governo e com Formação de Capital 
 
O Setor Público corresponde à presença do Governo nas três esferas: a União, os 
Estados e o Distrito Federal, e os Municípios, bem como os três Poderes (Executivo, 
Legislativo e Judiciário). 
O Governo interfere na economia através da Tributação (T) e dos Gastos 
Públicos (G). 
A Tributação (T) compreende: 
� Impostos Indiretos, aqueles que incidem sobre as transações econômicas 
com bens e serviços, a exemplo do ICMS, do IPI e do ISS; 
� Impostos Diretos, os quais incidem sobre o patrimônio e a renda das 
pessoas, físicas e jurídicas, como o Imposto de Renda, o IPTU, o IPVA; 
� Contribuições à Previdência Social, os encargos trabalhistas, etc. 
� Outras receitas de governo como taxas e multas, etc. 
Os Gastos Públicos (G), por sua vez, compreendem: 
� Os gastos dos ministérios, secretarias e autarquias, referentes a despesas 
correntes ou custeio (salários do funcionalismo, compras de materiais) e 
despesas de capital (construção de estradas, hospitais, escolas, etc). 
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� Os gastos com Transferências (bolsas de estudos, benefícios previdenciários, 
seguro-desemprego) e subsídios (para baixar o preço de certos produtos 
agrícolas, por exemplo). 
Observe que os gastos realizados pelas empresas públicas e sociedades de economia 
mista são computados no setor “firmas”, pois estas entidades desempenham 
atividades ligadas ao mercado, à produção de bens e serviços. 
Outra observação: não estamos considerando aqui gastos com pagamento de juros 
ou correção monetária; apenas gastos “não-financeiros”, ou seja, gastos com a 
compra de bens e serviços. 
No encontro de contas, podemos verificar que o Governo poderá apresentar, durante 
um determinado período de tempo, as seguintes situações: 
• Se os gastos públicos forem superiores à Tributação (G > T) teremos o 
déficit fiscal; 
• Se os gastos públicos forem no mesmo montante da Tributação (G = T) 
teremos o equilíbrio no orçamento público; 
• Se os gastos públicos forem inferiores à Tributação (G < T) teremos o 
superávit fiscal. 
Quando introduzimos o Governo no nosso modelo macroeconômico, veremos que o 
valor do Produto será alterado. 
Sem a presença do Governo, o valor do Produtoé igual à Renda, ou seja: 
Produto = Renda 
Renda = w + j + a + l 
Produto = w + j + a + l 
É o que chamamos Produto “a Custo de Fatores”. Podemos entendê-lo como 
sendo o Produto mensurado “a preços de fábrica”. 
Pcf = w + j + a + l 
Acontece que antes de chegar ao consumidor final, muitos bens e serviços terão seu 
preço alterado; alguns bens serão tributados pelo ICMS, outros pelo IPI, etc. Isso 
quer dizer que alguns bens vão chegar ao consumidor por um preço mais elevado. 
Por outro lado, algumas firmas receberão subsídios do Governo para venderem 
seus bens a um preço mais baixo. Também nesse caso o preço do bem ao 
consumidor final vai se alterar, ficando mais em conta. 
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Portanto, o Produto “a preços de mercado”, ou o Produto medido através do 
preço final praticado para o consumidor será diferente do Produto “a custo de 
fatores”, conforme a seguir: 
Ppm = Pcf + tributos indiretos - subsídios 
Os tributos diretos não interferem no valor do Produto Nacional, pois não são 
incidem sobre o valor das transações econômicas, mas sim sobre o patrimônio e a 
renda dos indivíduos e das próprias empresas. Assim nada têm a ver com a diferença 
entre o custo dos fatores e os preços praticados no mercado. 
A presença do Governo também faz surgir os seguintes conceitos: 
� Carga Tributária Bruta: Total da arrecadação fiscal do Governo. 
� Carga Tributária Líquida: Diferença entre a arrecadação fiscal do Governo e as 
transferências e subsídios ao setor privado. 
Utiliza-se como parâmetro de avaliação da carga tributária o Produto Interno Bruto a 
preços de mercado (vamos falar sobre ele na próxima seção). Comparando-se a 
carga tributária com o PIB podemos ter dois índices: 
 
Tributos Indiretos + Tributos Diretos 
 
Índice de 
Carga 
Tributária 
Bruta (%) 
= 
PIBpm 
x 100 
 
 
 
Tributos Indiretos + Tributos Diretos – 
Transferências - Subsídios 
 
Índice de 
Carga 
Tributária 
líquida (%) 
= 
PIBpm 
x 100 
 
 
6. Economia Aberta, com Governo e com Formação de Capital 
Para completar nosso modelo, vamos considerar as transações feitas com empresas 
e pessoas não-residentes, ou seja, residentes em outros países. Normalmente se 
chama o conjunto dos “outros países” como “resto do mundo” ou “setor externo”. As 
variáveis a serem incorporados ao nosso modelo são as seguintes: 
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� Exportações (X): representam as compras de nossos bens e serviços pelos 
estrangeiros, ou seja, são gastos do setor externo com as nossas firmas. 
� Importações (M): representam nossas compras relativas a bens e serviços 
produzidos por firmas de outros países, ou seja, do setor externo. 
Observe que Exportações e Importações se referem à compra e venda de bens e 
“serviços não-fatores”, ou seja, serviços que não representam “remuneração”. 
Estamos falando de fretes, seguros, turismo, etc..., que são pagamentos (ou 
recebimentos) feitos a firmas pela compra (ou venda) de serviços não-fatores. 
Outros pagamentos de serviços, tais como assistência técnica, consultorias, 
honorários, lucros, são feitos das firmas aos indivíduos, a titulo de remuneração, e 
nesse caso são chamados de “serviços de fatores”, sendo considerados nas 
seguintes variáveis: 
� Renda Enviada ao Exterior (REE): representa uma parcela da renda 
gerada internamente, nos limites territoriais do nosso país, mas que não 
pertence aos nacionais. Como exemplo, temos a remessa de lucros de uma 
empresa estrangeira para sua matriz no exterior, o pagamento de uma 
consultoria internacional, o pagamento de assistência técnica, etc. 
� Renda Recebida do Exterior (RRE): representa exatamente o fluxo 
contrário, ou seja, trata-se de uma parcela da renda gerada em outro país, 
que se agrega à renda nas mãos dos nacionais. Por exemplo, recebimento de 
lucros obtidos por filiais de uma empresa nacional situada em outro país. 
� Renda Líquida de Fatores Externos (RLFE): constitui-se na diferença 
entre a Renda Recebida do Exterior e a Renda Enviada ao Exterior: 
RLFE = RRE - REE 
Quando um país recebe mais renda do exterior do que envia, a Renda Líquida de 
Fatores Externos é positiva; em caso contrário, é negativa. 
Nessa segunda hipótese, é muito comum se usar a expressão “Renda Líquida 
Enviada ao Exterior”: 
RLEE = REE – RRE 
Se a Renda Líquida Enviada ao Exterior é positiva, isso significa que REE > RRE, quer 
dizer, o país envia mais renda para o exterior do que recebe. Quando a RLEE é 
negativa, acontece exatamente o oposto. 
Essas remessas e recebimentos de renda vão provocar um ajuste no conceito de 
Produto. Vamos ter que diferenciar o Produto Nacional do Produto Interno. 
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O Produto Interno corresponde de fato ao total de bens e serviços finais 
produzidos por um determinado país, num certo período de tempo, dentro de suas 
fronteiras territoriais. 
Um dos conceitos mais utilizados na Macroeconomia é exatamente o do PIB, ou 
Produto Interno Bruto, que corresponde à Renda Interna Bruta, originada na 
produção de bens e serviços que se deu dentro dos limites territoriais de um 
país. 
Porém, parte desse PIB (dessa Renda Interna Bruta) vai remunerar indivíduos que 
estão fora do país: remessa de lucros, pagamentos de assistência técnica, royalties, 
etc. Isto significa que nem toda a renda gerada internamente vai de fato pertencer 
aos residentes no país. Portanto, devemos abater do PIB a Renda Enviada ao 
Exterior. 
Além disso, os residentes no país recebem remuneração por serviços prestados em 
outros países. Assim, devemos somar ao PIB a Renda Recebida do Exterior. 
Assim, teremos a seguinte relação: 
PIB – REE + RRE = PNB 
O Produto Nacional Bruto corresponde à renda que pertence efetivamente aos 
nacionais, incluindo a renda recebida por nossas empresas no exterior e excluindo a 
renda enviada por nossas empresas para o exterior. 
Outra maneira de escrever essa relação entre PNB e PIB: 
PIB – (REE – RRE) = PNB 
PIB – RLEE = PNB 
Agora estamos como nosso modelo completo, e podemos reescrever uma das 
principais equações vistas anteriormente: a Despesa Interna Bruta: 
DIB = C + I + G + X – M = PIB 
Onde: 
• C = Despesas de Consumo dos indivíduos, ao comprar os bens e serviços finais; 
• I = Despesas de Investimento das empresas, ao comprar máquinas, equipamentos, etc. 
• G = Despesas do Governo, ao gastar com a aquisição de bens de consumo ou bens de 
investimento; 
• X = Despesas do setor externo com os nossos produtos, mandados ao exterior através das 
exportações; 
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As importações (M) entram com o sinal negativo porque representam deduções da 
despesa nacional. Quando realizamos importações, estamos gastando menos com 
nossos próprios produtos (menos despesa nacional) e gastando mais com o produto 
gerado no exterior (portanto contribuindo com a despesa nacional do outro país). 
O quadro a seguir resume as diferenças entre os vários conceitos de Produto: 
 
Critério de 
Diferenciação Variável Exemplos 
Bruto X Líquido Depreciação 
PNL = PNB – d 
IL = IB - d 
Custo de Fatores X Preços 
de Mercado 
Tributos Indiretos - 
Subsídios 
PNBpm = PNBcf + Imp Ind – Sub 
PIBpm = PIBcf + Imp Ind - Sub 
Interno X Nacional 
Renda Líquida Enviada 
ao Exterior (REE – 
RRE) 
PIB – RLEE = PNB 
PIL – RLEE = PNL 
 
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7. O Sistema de Contas Nacionais 
 
Os sistemas de Contabilidade Nacional (ou Contabilidade Social) têm como objetivo 
não somente revelar o total dos agregados macroeconômicos, mas também proceder 
ao registro sistemático das diversas relações entre os setores que compõe a 
economia de um país. Na Brasil o órgão responsável pelas Contas Nacionais é o 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 
Para uma melhor compreensão dos diversos agregados macroeconômicos, vamos 
analisar duas metodologias usadas pelo IBGE. 
 
7.1. Metodologia das Contas Nacionais usadas pelo IBGE de 
1986 a 1995 
 
Compõe-se das seguintes contas: 
 
Conta 1 – Produto Interno Bruto 
Débito Crédito 
1.1. Produto Interno Bruto, a custo de fatores 
(2.4) 
 1.1.1. Remuneração dos Empregados (2.4.1) 
 1.1.2. Excedente Operacional Bruto (2.4.2) 
1.2. Tributos Indiretos (2.6) 
1.3. ( - ) Subsídios (2.7) 
1.4. Consumo final das famílias (2.1) 
1.5. Consumo final das administrações públicas 
(2.2) 
1.6. Formação Bruta de Capital Fixo (3.1) 
1.7. Variação de Estoques (3.2) 
1.8. Exportação de bens e serviços (4.1) 
1.9. ( - ) Importação de bens e serviços (4.5) 
 = Produto Interno Bruto (pm) = Despesa Interna Bruta (pm) 
 
Do lado do débito temos os pagamentos que as empresas fazem, relativos à 
remuneração dos fatores de produção e aos tributos indiretos, descontando-se os 
recebimentos a título de subsídios do Governo. 
Do lado do crédito temos os recebimentos, devido aos gastos efetuados pelas 
famílias, pelas próprias empresas, pelo Governo e pelo Setor Externo. 
 
 
 
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Conta 2 – Renda Nacional Disponível Bruta 
Débito Crédito 
2.1. Consumo final das famílias (1.4) 
2.2. Consumo final das administrações 
públicas (1.5) 
2.3. Poupança bruta (3.3) 
2.4. Produto Interno Bruto, a custo de fatores (1.1) 
 2.4.1. Remuneração do empregados (1.1.1) 
 2.4.2. Excedente Operacional Bruto (1.1.2) 
2.5. ( - ) Renda Líquida Enviada ao Exterior (4.4 – 4.2) 
2.6. Tributos indiretos (1.2) 
2.7. ( - ) Subsídios (1.3) 
 = Utilização da Renda Nacional Disponível 
Bruta 
= Apropriação da Renda Nacional Disponível Bruta 
 
Nesta Conta 2 podemos observar, do lado do débito, o modo como são aplicadas as 
rendas obtidas pelos indivíduos e pelo Governo. Estas rendas são apropriadas 
conforme as origens descritas no lado do crédito. 
 
Conta 3 – Conta de Capital 
Débito Crédito 
3.1. Formação bruta de capital fixo (1.6) 
3.2. Variação de estoques (1.7) 
3.3. Poupança Bruta (2.3) 
3.4. ( -) Saldo em transações correntes com 
resto do mundo (4.5) 
 = Acumulação Interna Bruta = Financiamento da Acumulação Interna 
Bruta 
 
A Conta 3 nos mostra que o Investimento total bruto da economia (formação bruta 
de capital fixo mais variação de estoques) é financiado pela Poupança Bruta, menos 
o saldo das transações correntes com o resto do mundo. 
Observe que, se as exportações superam as importações, temos um superávit no 
balanço de transações correntes. Isto representa uma poupança externa negativa, 
em termos reais (saíram mais bens e serviços do país do que entraram). 
Superávit em transações correntes significa dizer que o resto do mundo fez mais 
compras do nosso produto do que nós fizemos com o produto dos demais países. 
Isto quer dizer que em termos relativos nosso país foi poupador em relação ao 
resto do mundo, e este, por sua vez, pôde financiar suas compras usando esta 
poupança que nós fizemos. 
Assim, curiosamente, um superávit em transações correntes reduz a poupança bruta, 
enquanto que um déficit em transações correntes aumenta a poupança bruta. 
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Um déficit em transações correntes corresponde à situação em resto do mundo fez 
menos compras do nosso produto do que nós fizemos com o produto dos demais 
países. Isto quer dizer que em termos relativos nosso país efetuou gastos com 
produtos externos num montante maior do que os recebimentos, tendo portanto que 
recorrer a poupanças externas que financiassem tais gastos. 
Assim, a Conta de Capital nos mostra como é financiado o investimento total bruto: 
Investimento Bruto = Poupança Privada (Bruta) + Poupança do Governo + 
Poupança Externa 
I = Spb + Sg + Se 
Observe que: 
Spb = Poupança Privada (Bruta) 
Sg = Poupança do Governo (superávit em conta-corrente = T- G) 
Se = Poupança Externa (déficit em transações com o exterior = M – X + RLEE) 
Voltaremos a analisar essa relação mais adiante, quando abordarmos o Balanço de 
Pagamentos. 
 
 
Conta 4 – Transações Correntes com o Resto do Mundo 
Débito Crédito 
4.1. Exportação de bens e serviços (1.8) 
4.2. Rendas recebidas do resto do mundo (4.4 – 
2.5) 
4.3. Importação de bens e serviços (1.9) 
4.4. Rendas enviadas ao resto do mundo (2.5 + 
4.2) 
4.5. Saldo das transações correntes com o resto 
do mundo (3.4) 
= Recebimentos Correntes = Utilização dos Recebimentos Correntes 
 
O saldo de transações correntes (TC) pode ser representado da seguinte forma: 
X + RRE = M + REE + TC 
TC = X + RRE – M - REE 
TC= (X – M) + (RRE – REE) 
TC= (X – M) – (REE – RRE) 
TC= (X – M) – RLEE 
Onde: 
• X = Exportações (4.1) 
• RRE = Renda recebida do exterior (4.2) 
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• TC = Saldo de Transações Correntes (4.5) 
• M = Importações (4.3) 
• REE = Renda enviada ao exterior (4.4) 
Observe que: 
 
• Se TC<0 ocorre déficit em transações correntes, logo a poupança externa Se 
será positiva; 
• Se TC>0 ocorre superávit em transações correntes, logo a poupança externa 
Se será negativa; 
Então, vale a relação: 
Se = - TC 
Ou ainda: 
Se = - [ (X – M) – RLEE ] 
Se = - ( X – M – RLEE ) 
Se = - X + M + RLEE 
Se = M - X + RLEE 
 
Esta última equação é extremamente importante e muito cobrada em concurso! A 
poupança externa é uma das fontes de financiamento do investimento, conforme 
vimos anteriormente, quando apresentamos a conta de capital. 
 
Finalizando, a conta do Governo é apresentada em separado, como complemento 
das quatro anteriores. Segue no quadro abaixo o detalhamento da mesma: 
 
Conta 5 – Conta Corrente das Administrações Públicas 
Débito Crédito 
Consumo final das Administrações Públicas 
 Salários e Encargos 
 Outras Compras de bens e serviços 
Subsídios 
Transferências de Assistência e Previdência 
Juros da Dívida Pública 
Poupança em Conta Corrente 
Tributos Indiretos 
Tributos Diretos 
Outras Receitas Correntes Líquidas 
= Total da Utilização da Receita Corrente = Total da Receita Corrente 
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7.2. Metodologia atualmente usada pelo IBGE, desde 1996 
 
Essa nova forma de apresentação das contas nacionais substituiu as tradicionais 
colunas de débito e crédito das contas pelas colunas de usos (aplicações) e recursos 
(origens). 
 
Sendo assim, as novas Contas Econômicas Integradas são formadas por três grupos 
de contas, reproduzidas a seguir. A título de exemplo, constam alguns dados do ano 
de 2001 da economia brasileira: 
 
Tabela 1 – Economia Nacional – Conta de bens e serviços - 2001 
Recursos (R$ milhões) Operações e SaldosUsos (R$ milhões) 
2.222.129 
170.403 
134.967 
 
 
 
 
9.024 
125.943 
Produção 
Importação de Bens e Serviços 
Impostos sobre produtos 
Imposto de Importação 
Demais impostos sobre produtos 
Consumo intermediário 
Despesa de consumo final 
Formação bruta de capital fixo 
Variação de estoque 
Exportação de bens e serviços 
 
 
 
 
 
1.157.036 
957.836 
233.376 
20.750 
158.501 
2.527.500 Total 2.527.500 
 
 
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Tabela 2 – Economia Nacional – Contas de produção, renda e capital - 2001 
Usos (R$ milhões) Operações e Saldos Recursos (R$ milhões) 
Conta 1 – Conta de Produção 
 
1.157.036 
 
 
 
1.200.060 
Produção 
Consumo intermediário 
Impostos sobre produtos 
Imposto de Importação 
Demais impostos sobre produtos 
Produto Interno Bruto 
 
 
 
9.024 
125.944 
2.222.129 
 
134.967 
Conta 2 – Conta da Renda 
Conta 2.1 – Conta de distribuição primária da renda 
Conta 2.1.1 – Conta de geração da Renda 
 Produto Interno Bruto 1.200.060 
444.002 Remuneração dos empregados 
 444.589 Residentes 
 413 Não-residentes 
208.578 Impostos sobre a produção e de importação 
( - ) 4.704 Subsídios à produção ( - ) 
552.185 Excedente Operacional Bruto inclusive Rendimento de Autônomos 
 
 60.469 Rendimentos de Autônomos (rendimento misto) 
 491.716 Excedente Operacional Bruto 
Conta 2.1.2 – Conta de alocação da Renda 
 Excedente Operacional Bruto inclusive rendimento de autõnomos 552.185 
 Rendimentos de Autônomos (rendimento misto) 60.469 
 Excedente Operacional Bruto 491.716 
 Remuneração dos empregados 444.221 
 Residentes 443.589 
 Não-residentes 632 
 Impostos sobre a produção e de importação 208.578 
 Subsídios à produção ( - ) ( - ) 4.704 
 53.689 Rendas de propriedade enviadas e recebidas do resto do mundo 7.002 
 1.153.592 Renda Nacional Bruta 
Conta 2.2 – Conta de distribuição secundária da renda 
 Renda Nacional Bruta 1.153.592 
 1.004 Outras transferências correntes enviadas e recebidas do resto do 
mundo 
 4.934 
 1.157.522 Renda Disponível Bruta 
Conta 2.3 – Conta de uso da renda 
 Renda disponível bruta 1.157.522 
 957.836 Despesa de consumo final 
 199.686 Poupança Bruta 
Conta 3 – Conta de acumulação 
Conta 3.1 – Conta de capital 
 Poupança bruta 199.686 
 233.376 Formação bruta de capital fixo 
 20.750 Variação de estoque 
 65 Transferências de capital enviadas e recebidas do resto do mundo 2 
 ( - ) 54.503 Capacidade ( + ) ou Necessidade ( - ) líquida de financiamento 
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Tabela 3 – Economia Nacional – Conta das transações do resto do mundo com a 
economia nacional - 2001 
Usos (R$ milhões) Operações e Saldos Recursos (R$ milhões) 
Conta 1 – Conta de bens e serviços do resto do mundo com a economia nacional 
158.501 Exportação de bens e serviços 
 138.554 Exportação de bens 
 19.947 Exportação de serviços 
 Importação de bens e serviços 170.403 
 Importação de bens 131.576 
 Importação de serviços 38.827 
11.902 Saldo externo de bens e serviços 
Conta 2 – Conta de distribuição primária da renda e transferências correntes do resto do mundo com a economia 
nacional 
 Saldo externo de bens e serviços 11.902 
632 Remuneração dos empregados 413 
7.002 Rendas de propriedade 53.689 
 6.377 Juros 41.512 
 625 Dividendos 12.177 
4.934 Outras transferências correntes enviadas e recebidas do resto do 
mundo 
 1.004 
 7 Prêmios líquidos de seguros não-vida 371 
 371 Indenizações de seguros não vida 6 
 4.556 Transferências correntes diversas 628 
54.440 Saldo externo corrente 
Conta 3 – Conta de acumulação do resto de mundo com a economia nacional 
 Saldo externo corrente 54.440 
 2 Transferências de capital enviadas e recebidas do resto do mundo 65 
 Variações do patrimônio líquido resultantes de poupança e de 
transferências de capital 
 54.503 
54.503 Capacidade ( + ) ou Necessidade ( - ) líquida de financiamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8. Valores Reais e Valores Nominais 
Vimos que o investimento aumenta a capacidade produtiva da economia, pois amplia 
o estoque de capital físico existente. Ao longo dos anos, deverá haver aumento do 
valor do Produto em termos físicos (quantidades produzidas). 
Até o momento estávamos trabalhando com a hipótese de que os preços dos bens e 
serviços não se alteravam com o passar dos anos, isto é, não havia inflação. 
Portanto, se o PIB de um determinado país no ano de 2005 foi igual a US$ 600 
bilhões, e no ano de 2006 foi igual a US$ 630 bilhões, podemos afirmar que houve 
um crescimento percentual de 5%, calculado da seguinte forma: 
 
PIB2006 – PIB2005 630 - 600 30 
Variação Nominal % = 
PIB2005 
= 
600 
= 
600 
= 0,05 
 
Assim, o crescimento nominal do PIB entre os anos de 2005 e 2006 foi igual a 
5%. O crescimento nominal compara os valores nominais do PIB nos dois anos, sem 
se preocupar com a variação de preços que ocorreu durante este período. 
Observe que se a inflação foi igual a zero, então o crescimento real também 
seria igual a 5%. O crescimento real compara os valores reais do PIB nos dois 
exercícios, ou seja, os valores descontados da inflação do período. Em outras 
palavras, os valores deflacionados. 
Suponhamos que a inflação entre o ano de 2005 e o de 2006 tenha sido igual a 8%. 
Isso significa que o produto real de 2006 (ou seja, o produto nominal de 2006 
deflacionado, ou ainda, o produto de 2006 a preços de 2005) seria igual a: 
630 
Produto Real de 2006 (a preços de 2005) = 
108 
x 100 = 583,33 
 
Então a variação real do produto entre os dois períodos seria igual a: 
PIB (deflacionado) 2006 – PIB2005 583,33 - 600 -16,67 
Variação Real % = 
PIB2005 
= 
600 
= 
600 
= -0,0277 
 
Assim, houve uma queda real de 2,77%, aproximadamente, na produção física de 
bens e serviços. Isto ocorreu porque o crescimento nominal do produto é de 5% e a 
inflação do período é de 8%, ou seja, de fato a produção física se reduziu no período 
considerado. 
Observe também que usamos um deflator, que nada mais é do que um fator 
empregado para descontar o efeito da inflação e transformar um valor nominal em 
um valor real. 
O deflator pode ser qualquer índice de preços. No Brasil temos diversos índices de 
preços, tais como o IGP-M, IGP-DI, INPC (calculados pela FGV), o IPCA 
(calculado pelo IBGE), etc, cada um deles com sua metodologia própria de cálculo. 
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Todo índice de preço busca captar a variação dos preços de uma determinada cesta 
de mercadorias ao longo de certo período de tempo. De acordo com a forma de 
cálculo podemos ter índices do tipo Laspeyres ou índices do tipo Paasche. 
Vejamos a aplicação destes conceitos na tabela a seguir. Suponhamos uma 
economia hipotética que só produza três tipos de bens: arroz, feijão e milho. 
Vejamos na tabela o desempenho desta economia nos anos de 2005 e 2006: 
 
 
A pergunta é: qual foi a variação do produto nominal neste período? Vamos fazer o 
somatório: 
 
Então, temos: 
PIB2006 – PIB2005 73,50 – 65 8,5 
Variação Nominal % = 
PIB2005 
= 
65 
= 
65 
= 0,1307 
Ou seja, um crescimento nominal de 13% do PIB entre 2005 e 2006.Mas, observe que houve inflação no período; os preços de todos os bens 
aumentaram. Analisando cada bem de modo isolado, percebemos que a produção de 
arroz e de feijão foi menor em 2006. Houve crescimento real da produção de milho 
apenas. E agora? Como calcular o crescimento (ou queda) real da economia como 
um todo? 
Para isso teremos que deflacionar o PIB de 2006, usando um índice de preços. 
Vamos, em primeiro lugar calcular um índice de preços do tipo Laspeyres, 
empregando a fórmula: 
ΣΣΣΣp1q0 L = ΣΣΣΣp0q0 
x 100 
Em que: 
� p1 é o preço do bem no período mais recente (no caso, 2006); 
� p0 é o preço do bem no período mais antigo (no caso, 2005); 
� q0 é a quantidade produzida do bem no período mais antigo (no caso, 
2005); 
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� L é o índice de preços entre os períodos 2005 e 2006. 
Assim, teremos: 
(3,00 x 10) + (2,50 x 16) + (1,20 x 8) 30 + 40 + 9,60 79,6 
L = 
(2,50 x 10) + (2,00 x 16) + (1,00 X 8) 
x 100 = 
25 + 32 + 8 
x 100 = 
65 
x 100 = 122,46 
O índice de preços de Laspeyres resultou em 122,46. Logo podemos afirmar que a 
inflação do período foi igual a 122,46 – 100 = 22,46% ao ano. 
Agora vamos deflacionar o PIB de 2006: 
73,50 
Produto Real de 2006 (a preços de 2005) = 
122,46 
x 100 = 60,0 
E agora podemos calcular a variação real do PIB entre 2005 e 2006: 
PIB (deflacionado) 2006 – PIB2005 60,0 – 65 -5 
Variação Real % = 
PIB2005 
= 
65 
= 
65 
= -0,0769 
 
Portanto houve uma queda real de 7,69% no PIB total do país, considerando o 
índice de preços de Laspeyeres. 
Assim como escolhemos as quantidades do período mais antigo para efeito de 
cálculo do índice de preços, poderíamos utilizar as quantidade do período mais 
recente. Nesse caso, usaríamos o Índice de Preços de Paasche: 
P = ΣΣΣΣp1q1 x 100 
 ΣΣΣΣp0q1 
Em que: 
� p1 é o preço do bem no período mais recente (no caso, 2006); 
� p0 é o preço do bem no período mais antigo (no caso, 2005); 
� q1 é a quantidade produzida do bem no período mais recente (no caso, 
2006); 
� P é o índice de preços entre os períodos 2005 e 2006. 
Portanto o Índice de Paasche utiliza as quantidades do período mais recente, 
enquanto que o índice de Laspeyres usa as quantidades do período mais 
antigo. 
Pequenas diferenças que podem ser observadas entre as duas avaliações das 
variações de preços advém do fato de que, na verdade, é impossível obter uma 
separação perfeita entre variações de preços e quantidades, uma vez que essas 
variações não são independentes entre si. 
Além dos índices de Laspeyres e Paasche, existem ainda algumas dezenas de 
possibilidades de estimativas de variações de preços. Entretanto, a maior parte 
dessas alternativas são variações pequenas em torno desses dois índices básicos. O 
índice de Fischer, por exemplo, consiste numa média geométrica entre os dois 
anteriores, sendo calculado através da raiz quadrada do produto dos índices de 
Laspeyres e Paasche. 
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Questões de Concursos 
 
01. (ESAF/AFRF 2003) – Considere as seguintes informações para uma economia 
hipotética aberta e sem governo, em unidades monetárias: 
� Exportações de bens e serviços não-fatores = 100; 
� Renda líquida enviada ao exterior = 50; 
� Formação bruta de capital fixo mais variação de estoques = 150; 
� Poupança líquida do setor privado = 50; 
� Depreciação = 5 
� Saldo do governo em conta corrente = 35. 
Com base nestas informações e considerando as identidades macroeconômicas de um 
sistema de contas nacionais, é correto afirmar que as importações de bens e serviços não-
fatores é igual a: 
a) 110 
b) 30 
c) 80 
d) 20 
e) 200 
 
02. (EASF/AFRF 2002) – Considere um sistema de contas nacionais para uma economia 
aberta sem governo. Suponha os seguintes dados: 
Importações de bens e serviços não fatores = 100; 
Renda líquida enviada ao exterior = 50; 
Renda nacional líquida = 1.000; 
Depreciação = 5; 
Exportações de bens e serviços não fatores = 200; 
Consumo pessoal = 500; 
Variação de estoques = 80. 
Com base nessas informações, é correto afirmar que a formação bruta de capital fixo é igual a: 
a) 375 
b) 275 
c) 430 
d) 330 
e) 150 
 
03. (ESAF/AFRF 2002) – No ano de 2000, a conta de produção do sistema de contas 
nacionais no Brasil apresentou os seguintes dados (em R$ 1.000.000): 
Produção: 1.979.057; 
Consumo Intermediário: 1.011.751; 
Impostos sobre produto: 119.394; 
Imposto sobre importação: 8.430; 
Produto Interno Bruto: 1.086.700. 
 
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Com base nestas informações, o item da conta "demais impostos sobre produto" foi de: 
a) 839.482 
b) 74.949 
c) 110.964 
d) 128.364 
e) 66.519 
 
04. (ESAF/AFRF 2002) – No ano de 1999, a conta de capital do sistema de contas 
nacionais no Brasil apresentou os seguintes dados (em R$ 1.000.000): 
Poupança bruta: 149.491; 
Formação bruta de capital fixo: 184.087; 
Variação de estoques: 11.314; 
Transferências de capital enviada ao resto do mundo: 29; 
Transferências de capital recebida do resto do mundo: 91. 
Com base nessas informações, é correto afirmar que a necessidade de financiamento foi 
igual a: 
a) 34.566 
b) 45.848 
c) 80.414 
d) 11.282 
e) 195.401 
 
05. (ESAF/AFRF 2002) - Considere as seguintes informações: 
Importações de bens e serviços não fatores = 30; 
Renda líquida enviada ao exterior = 100; 
Variação de estoques = 10; 
Formação bruta de capital fixo = 200; 
Poupança líquida do setor privado = 80; 
Depreciação = 5; 
Saldo do governo em conta corrente = 60. 
Com base nas identidades macroeconômicas básicas, que decorrem de um sistema de 
contas nacionais, é correto afirmar que as exportações de bens e serviços não fatores é 
igual a 
a) 75 b) 65 c) 55 d) 50 e) 45 
 
06. (INSS 2002) – Considere os seguintes dados: 
Produto Interno Bruto a custo de fatores = 1.000; 
Renda enviada ao exterior = 100; 
Renda recebida do exterior = 50; 
Impostos indiretos = 150; 
Subsídios = 50; 
Depreciação = 30. 
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Com base nessas informações, o Produto Nacional Bruto a custo de fatores e a Renda 
Nacional Líquida a preços de mercado são, respectivamente: 
a) 1.250 e 1.050 
b) 1.120 e 1.050 
c) 950 e 1.250 
d) 950 e 1.020 
e) 1.250 e 1.120 
 
07. (INSS 2002) – Considere os seguintes dados: 
Poupança líquida =100; 
Depreciação = 5; 
Variação de estoques = 50. 
Com base nessas informações e considerando uma economia fechada e sem governo, a 
formação bruta de capital fixo e a poupança bruta total são, respectivamente: 
a) 100 e 105 
b) 55 e 105 
c) 50 e 100 
d) 50 e 105 
e) 50 e 50 
 
08. (AFC 2000) – Com relação aos conceitos de produto agregado, podemos afirmar que: 
a) O produto bruto é necessariamente maior do que o produto líquido, o produto 
nacional pode ser maior ou menor do que o produto interno e o produto a custo de 
fatores pode ser maior ou menor do que o produto a preços de mercado. 
b) O produto nacional é necessariamente maior do que o produto interno, o produto 
bruto é necessariamente maior do que o produto líquido e o produto a preços de 
mercado é necessariamente maior do que o produto a custo de fatores. 
c) O produto a preços de mercado é necessariamente maior do que o produto a custo 
de fatores, o produto interno é necessariamente maior do que o produto nacional e o 
produto bruto é necessariamente maior do que o produtolíquido. 
d) O produto bruto é necessariamente maior do que o produto líquido, o produto interno 
é necessariamente maior do que o produto nacional e o produto a preços de 
mercado pode ser maior ou menor do que o produto a custo de fatores. 
e) O produto interno é necessariamente maior do que o produto nacional, o produto 
líquido pode ser maior ou menor do que o produto bruto e o produto a custo de 
fatores pode ser maior ou menor do que o produto a preços de mercado. 
 
09. (AFRF 2005) – Considere as seguintes informações para uma economia hipotética (em 
unidades monetárias): 
Exportações de bens e serviços não fatores: 200 
Importações de bens e serviços não fatores: 300 
Renda Líquida enviada ao exterior: 100 
Com base nessas informações e considerando as identidades macroeconômicas básicas 
decorrentes de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que essa economia 
hipotética apresentou: 
a) déficit no balanço de pagamentos em transações correntes de 100 
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b) saldo nulo no balanço de pagamentos em transações correntes 
c) déficit no balanço de pagamentos em transações correntes de 200 
d) superávit no balanço de pagamentos de 200 
e) superávit no balanço de pagamentos de 100 
 
10. (AFRF 2005) – Considere as seguintes informações para uma economia hipotética (em 
unidades monetárias): 
Variação de estoques: 50 
Poupança líquida do setor privado: 270 
Depreciação: 30 
Déficit do balanço de pagamentos em transações correntes: 100 
Saldo do governo em conta corrente: 300 
Com base nessas informações e considerando as identidades macroeconômicas básicas 
decorrentes de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que a formação bruta de 
capital fixo dessa economia foi de: 
a) 600 
b) 620 
c) 550 
d) 520 
e) 650 
 
11. (AFRF 2005) – Considere as seguintes informações para uma economia hipotética (em 
unidades monetárias): 
Investimento bruto total: 700 
Depreciação: 30 
Déficit do balanço de pagamentos em transações correntes: 100 
Saldo do governo em conta corrente: 400 
 
Com base nessas informações e considerando as identidades básicas decorrentes de um 
sistema de contas nacionais, é correto afirmar que a poupança líquida do setor privado foi 
igual a: 
a) 170 
b) 200 
c) 140 
d) 210 
e) 120 
 
12. (AFRF 2005) – Considere as seguintes informações para uma economia hipotética (em 
unidades monetárias): 
Investimento privado: 500 
Investimento público: 100 
Poupança privada: 300 
Poupança do governo: 200 
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Com base nessas informações e considerando as identidades macroeconômicas básicas 
decorrentes de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que essa economia 
hipotética apresentou: 
a) superávit no balanço de pagamentos em transações correntes de 100 
b) déficit do balanço de pagamentos em transações correntes de 100 
c) déficit do balanço de pagamentos em transações correntes de 200 
d) superávit no balanço de pagamentos em transações correntes de 200 
e) poupança externa de 150. 
 
13. (AFRF 2005) – Considere os seguintes dados, extraídos de um sistema de contas 
nacionais - conta de bens e serviços – que segue a metodologia adotada atualmente no 
Brasil (em unidades monetárias): 
Produção total: 1.323 
Importação de bens e serviços: 69 
Impostos sobre produtos: 84 
Consumo final: 630 
Formação bruta de capital fixo: 150 
Variação de estoques: 12 
Exportações de bens e serviços: 56 
Com base nessas informações, o consumo intermediário dessa economia foi: 
a) 700 
b) 600 
c) 550 
d) 650 
e) 628 
 
14. (AFRF 2005) – Considere os seguintes dados, extraídos de um sistema de contas 
nacionais – conta de produção – que segue a metodologia adotada atualmente no Brasil: 
Produção total: 1.323 
Consumo Intermediário: 628 
Impostos de importação: 4 
Demais impostos sobre produtos: 79 
Com base nessas informações, o Produto Interno Bruto dessa economia foi de: 
 
a) 778 b) 695 c) 774 d) 691 e) 782 
 
15. (ESAF/AFRF 2002) – Suponha uma economia que só produza dois bens finais (A e B). 
Considere os dados a seguir: 
bem A bem B 
 
quantidade preço quantidade preço 
período 1 10 5 12 6 
período 2 10 7 10 9 
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Com base nestes dados, é incorreto afirmar que: 
a) o produto nominal do período 2 foi maior do que o produto nominal do período 1 
b) o crescimento do produto nominal entre os períodos 1 e 2 foi de, aproximadamente, 
31%. 
c) não houve crescimento do produto real entre os períodos 1 e 2, considerando o 
índice de Laspeyres de preço. 
d) a inflação desta economia medida pelo índice de Laspeyres de preço foi de 30%. 
e) não houve crescimento do produto real, entre os períodos 1 e 2, considerando o 
índice de Fischer. 
 
 
Gabarito 
 
01 – A 
02 – A 
03 – C 
04 – B 
05 – B 
06 – D 
07 – B 
08 – A 
09 – C 
10 – E 
11 – A 
12 – B 
13 – E 
14 – A 
15 – D

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