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Economia - 03 - Sistema Monetário

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Curso Intensivo Regular 
 
 
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MATERIAL 03 
 
ECONOMIA 
PROF. CARLOS RAMOS 
 
 1 
Economia – Módulo 03 
III - Sistema Monetário – Oferta e Demanda de Moeda 
Moeda e Sistema Monetário 
A moeda é um elemento de papel fundamental no sistema econômico. O estudo da 
moeda corresponde à chamada Teoria Monetária, campo do conhecimento que 
aborda os impactos da mesma na economia. O Sistema Monetário de um país 
abrange todo um conjunto de instituições financeiras e de instrumentos financeiros 
que desempenham importantes funções, tais como: 
• Transferência de recursos financeiros entre os agentes econômicos chamados 
“superavitários” (aqueles que se encontram com “sobras” de recursos num 
dado momento) e os agentes econômicos chamados “deficitários” (aqueles 
que no mesmo instante se encontram com “falta” de recursos); 
• Maior dinamismo para as relações de trocas de mercadorias entre os 
indivíduos, sendo a moeda o meio que possibilita esta circulação de bens e 
serviços; 
• Aumento da liquidez dos ativos reais, ou seja, a possibilidade de realizar um 
maior número de transações envolvendo os diversos bens (ativos) que 
representam o patrimônio (ou seja, a riqueza acumulada) dos indivíduos; 
• Existência de um instrumento através do qual o Governo possa realizar a 
Política Monetária, ou seja, ajustar a quantidade de moeda em circulação 
às necessidades reais da economia, produzindo efeitos nos níveis de Produção 
e, consequentemente, de Renda. 
A economia de mercado (ou seja, aquela na qual as decisões econômicas sobre “o 
que produzir”, “quanto produzir” e “para quem produzir” são tomadas de acordo com 
o livre jogo de forças de oferta e de demanda) só pode funcionar adequadamente 
com a presença da moeda, que permite dinamizar as trocas de mercadorias e 
aumentar a eficiência do sistema econômico. 
Veremos adiante que, além da moeda propriamente dita, diversos outros 
instrumentos financeiros são utilizados pelos agentes econômicos no seu dia-a-
dia. Além do papel-moeda e das moedas metálicas, os indivíduos habitualmente 
empregam em suas transações os depósitos à vista nos bancos comerciais, os 
depósitos a prazo, as aplicações em fundos de investimento, as letras de câmbio, as 
operações de crédito, etc. 
Veremos também que o uso desses instrumentos financeiros faz surgir uma série de 
instituições financeiras, que incluem, por exemplo, o Banco Central, os bancos 
comerciais, as sociedades corretoras e distribuidoras, além de diversas outras 
instituições governamentais e privadas. 
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ECONOMIA 
PROF. CARLOS RAMOS 
 
 2 
Finalmente, estudaremos também quais são os principais instrumentos de política 
monetária utilizados pelo Governo na execução da sua Política Econômica, tais 
como a taxa de redesconto, as operações de mercado aberto, a alíquota dos 
depósitos compulsórios dos bancos comerciais, dentre outras. 
Conceito de “Moeda” 
Podemos conceituar “moeda” como sendo todo objeto de aceitação geral, utilizado 
na troca de bens e serviços, que tem poder liberatório (ou seja, capacidade de 
pagamento) instantâneo. 
Na sua origem a moeda costumava ter seu valor lastreado em ouro, isto é, o 
Governo só emitia notas e moedas metálicas se possuísse um valor equivalente em 
ouro (essa era a idéia do “padrão-ouro”). 
Atualmente não existe mais nenhum “lastro” que garanta o valor material das notas 
e moedas em circulação. Seu valor é garantido por lei, sendo dessa forma chamada 
também de moeda “fiduciária” (“fidúcia” significa “confiança”). Diz-se que hoje 
predomina a chamada moeda “de curso forçado”. 
A moeda pode ser também definida como tudo aquilo que a sociedade utiliza para 
desempenhar as seguintes funções: meio ou instrumento de troca, unidade de 
conta e reserva de valor. Vamos analisar cada uma delas: 
• Meio ou instrumento de troca 
A moeda serve para intermediar as trocas de mercadorias entre os diversos 
produtores, sendo a mesma um elemento de aceitação geral. Se não existisse a 
moeda, as trocas de mercadorias entre os agentes econômicos seriam diretas (o 
que se denomina “escambo”) o que acarretaria uma série de limitações para o 
comércio. 
Por exemplo, um pescador que desejasse comprar pão teria que encontrar um 
padeiro que desejasse peixes, e com ele entrar em entendimento para fechar o 
negócio. Portanto, haveria a necessidade de uma dupla coincidência de desejos. 
Além disso, seria necessário também que eles entrassem em acordo acerca do valor 
relativo das duas mercadorias. Quantos pães valem um peixe, e vice-versa? E se um 
peixe custasse o equivalente a 2,5 pães? O padeiro iria aceitar ceder somente meio 
pão? 
• Unidade de conta 
A moeda é amplamente usada para se fazer comparações entre os valores das 
diversas mercadorias. A moeda funciona como um denominador comum, tornando 
possível somar, por exemplo, o valor de um carro com o de um computador e com o 
de uma casa, e encontrar um valor total para esses três bens distintos, expresso 
num total de unidades monetárias. Desse modo, a unidade de conta pode ser usada 
contabilmente. 
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 3 
No exemplo anterior, basta que o pescador saiba o preço do peixe em unidades 
monetárias e do pão em unidades monetárias, para saber quantos peixes deverá 
vender durante a semana ou mês e o quanto terá disponível, nesse intervalo, em 
quantidade de moeda, para adquirir as diversas mercadorias, inclusive o pão, pois o 
mesmo também se encontra avaliado, no mercado, em termos de valores 
monetários. 
• Reserva de valor 
Os vendedores das mercadorias aceitam a moeda nas suas trocas porque sabem que 
a mesma tem aceitação geral, por isso eles não terão dificuldade em “transformá-la” 
novamente nos diversos bens e serviços de que necessitam. Assim, a moeda 
representa um direito que seu possuidor tem sobre as mercadorias. O indivíduo que 
recebe moeda não precisa gastá-la imediatamente, podendo guardá-la para o uso 
posterior. Isso significa que ela serve como reserva de valor. Vamos entender isso 
como sendo um certo “poder de compra” que pode ser “guardado” para uso futuro. 
No exemplo do pescador, os bens que ele oferece no mercado – os peixes – de 
modo algum poderiam cumprir essa função de reserva de valor, devido ao fato de 
serem perecíveis (não podem ser estocados por muito tempo). O pescador não tem 
como reservar, guardar seu poder de comprar se mantiver o mesmo sob a forma de 
peixes. Precisa, portanto, converter seus peixes rapidamente em moeda, para poder 
preservar seu poder de compra. 
Logicamente, para que a moeda possa cumprir bem essa função, necessita ter um 
valor relativamente estável ao longo do tempo, de modo que o indivíduo que a 
possua tenha uma idéia precisa de quanto pode obter em troca. Nos processos 
inflacionários, como veremos mais adiante, a moeda vai perdendo ao longo do 
tempo o seu valor real, o que reduz o poder de compra dos indivíduos que a detém. 
Mesmo assim, no curto prazo, a moeda cumpre satisfatoriamente essa função. 
A moeda é hoje um elemento extremamente importante no sistema econômico, pois 
compõe o lado monetário do nosso Fluxo Circular da Renda. Vamos ver como o 
“Lado Monetário da Economia” se comporta. Nosso ponto de partida é observar que 
assim como existe um mercado de bens e serviços, existe também um mercado de 
moeda, ou seja, mercado monetário. 
Sendo assim, vamos estudar agora os dois lados desse mercado: a Oferta e a 
Demanda de Moeda. Veremos a seguida como se dá o equilíbrio nesse mercado. 
A Oferta de Moeda 
Podemos chamar de Oferta de Moeda o total de meios de pagamento que 
existem numa economia, num certo instante dotempo, ou ainda, o estoque total 
de moeda que existe naquele momento. 
Observe que a Oferta de Moeda é uma variável um pouco diferente daquelas que já 
analisamos anteriormente, tais como a produção, a renda, o investimento, etc. A 
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 4 
Oferta de Moeda é uma variável do tipo estoque, ou seja, é um valor medido 
num certo instante do tempo. As outras variáveis que vimos antes, tais como a 
produção e a renda, por exemplo, eram variáveis do tipo fluxo, ou seja, são 
medidas ao longo de um certo período de tempo. 
Por essa razão, quando falamos no PIB (variável “fluxo”) nos referimos ao PIB de um 
certo período, de um certo ano, de um trimestre, etc... Quando falamos na Oferta de 
Moeda (variável “estoque”), estamos pensando no seu valor hoje, ou há três meses 
atrás, ou em janeiro de 2002, etc... 
De onde vem a Moeda? Nas economias modernas, o Governo tem o monopólio da 
emissão da moeda, através das Autoridades Monetárias. No Brasil, o Banco 
Central tem o poder de determinar a emissão de papel-moeda e moedas metálicas. 
O processo acontece do seguinte modo: em primeiro lugar, o Banco Central ordena à 
Casa da Moeda que fabrique as moedas metálicas e o papel-moeda. À medida que 
essa moeda nova vai sendo colocada em circulação no mercado, os indivíduos vão 
também depositando moeda em suas próprias contas correntes nos bancos 
comerciais, o que se denomina depósitos à vista. 
Assim, podemos definir a Oferta de Moeda (ou “Meios de Pagamento”) como sendo: 
M = PP + DV 
Onde: 
• M = Total dos Meios de Pagamento (Oferta de moeda) 
• PP = Papel-moeda e moedas metálicas em poder do público; 
• DV = Total dos depósitos à vista nos bancos comerciais. 
O item PP (papel-moeda e moedas metálicas em poder do público) corresponde ao 
conceito de moeda manual. O item DV (saldo dos depósitos à vista nos bancos 
comerciais) equivale ao conceito de moeda escritural (porque não tem forma 
física, corresponde a registros contábeis nos bancos comerciais). 
Calcula-se a oferta de moeda, ou o total dos meios de pagamento, em sentido 
restrito, M1, como sendo a soma das moedas em poder público (moeda manual) e 
dos depósitos à vista em poder nos bancos comerciais (moeda escritural). 
Ou seja, M1 representa os agregados monetários de liquidez imediata, que não 
rendem juros. 
Excluem-se, portanto, deste cálculo, as chamadas quase-moedas, tais como títulos 
públicos, depósitos de poupança, depósitos a prazo, entre outros. Quase-moedas são 
ativos de liquidez muito elevada, quase tão elevada quanto a da moeda, e que 
rendem juros ao seu possuidor. 
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 5 
Agora podemos observar que existem duas situações muito comuns: a criação e a 
destruição de meios de pagamento. 
Dizemos que há criação de moeda quando acontece um aumento do volume de 
M1, ou seja, quando cresce o volume da soma de moeda manual ou de moeda 
escritural (ou ambos). 
Por outro lado, há destruição de moeda quando se reduz o volume de meios de 
pagamento. 
O volume total dos meios de pagamento aumenta ou diminui devido às relações que 
ocorrem entre os setores bancário e não-bancário da economia. 
O setor bancário é formado basicamente pelos bancos comerciais. O setor não-
bancário, por suas vez, é formado por todos os agentes econômicos, exceto os 
bancos comerciais. 
A distinção relevante entre esses dois setores reside no fato de que entra no 
somatório dos meios de pagamento apenas a quantidade de moeda 
possuída pelo setor não-bancário. 
As conseqüências deste conceito são as seguintes: 
• Ocorrerá criação de moeda quando acontecer uma troca de um ativo não-
monetário (de liquidez não-imediata) do setor não-bancário por um ativo 
monetário do setor bancário; 
• Ocorrerá destruição de moeda se a troca for entre um ativo monetário 
do setor não-bancário por um ativo não-monetário do setor bancário. 
Vamos analisar por um momento o Balancete Consolidado dos Bancos 
Comerciais, num determinado instante de tempo: 
 
Ativo (Aplicações dos Recursos) Passivo (Origens dos 
Recursos) 
Caixa em moeda corrente 
Depósitos no Banco Central 
• Depósitos Voluntários 
• Depósitos Compulsórios 
Empréstimos ao Setor Privado 
Empréstimos ao Setor Público 
Títulos Públicos e Privados 
Ativo Permanente 
Demais aplicações 
100 
200 
80 
120 
800 
600 
560 
200 
40 
Depósitos à vista 
Depósitos a prazo 
Empréstimos Externos 
Redescontos 
Demais Obrigações 
 
Recursos Próprios 
700 
800 
250 
20 
130 
 
600 
 
Total do Ativo 2.500 Total do Passivo 2.500 
 
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Os ativos monetários em poder do setor bancário correspondem aos valores 
mantidos em caixa mais os valores depositados no Banco Central. Os depósitos à 
vista correspondem a ativos monetários pertencentes ao setor não-bancário da 
economia. 
Vejamos exemplos de criação e destruição de moeda: 
• Se um indivíduo faz um depósito à vista num banco comercial, não 
acontece criação nem destruição de moeda. Ocorre apenas uma 
transferência entre moeda manual (redução da moeda em poder do público) e 
moeda escritural (aumento no valor dos depósitos à vista); 
• Um indivíduo realiza um depósito a prazo (por exemplo, em caderneta de 
poupança ou em alguma aplicação financeira). Nesse caso, ocorre destruição 
de meios de pagamento, pois depósitos a prazo não são considerados meios 
de pagamento, no sentido estrito (M1); 
• Um banco comercial adquire de um indivíduo alguns títulos da dívida pública, 
pagando em moeda. Acontece criação de meios de pagamento, pois 
aumenta o volume de moeda manual em poder do público. 
• Um banco comercial compra divisas (moeda estrangeira) de uma empresa 
exportadora: ocorre criação de M1, pois aumentam os depósitos à vista, na 
medida em que o banco está adquirindo, por exemplo, dólares (ativo não-
monetário, não tem liquidez imediata, não pode ser usado pelos indivíduos 
para fazer seus pagamentos) por reais. 
• Na situação inversa, um banco comercial vendendo divisas (moeda 
estrangeira) a um importador causará destruição de M1. 
• O Governo Federal faz o pagamento dos salários de seus servidores, sacando 
dos seus depósitos nas Autoridades Monetárias. Ocorre criação de meios de 
pagamento, pois os depósitos da União nas Autoridades Monetárias não fazem 
parte do M1. 
A criação de moeda manual corresponde, assim, a um aumento de moeda em poder 
do público, enquanto para a moeda escritural sua criação ocorre quando há um 
acréscimo dos depósitos à vista nos bancos comerciais. 
Na mesma linha de raciocínio, a destruição de moeda manual representa uma 
diminuição do total de moeda em poder do público, enquanto que para a moeda 
escritural sua destruição acontece quando há uma redução dos depósitos à vista nos 
bancos comerciais. 
Podemos perceber, portanto, que o crescimento da oferta de moeda (saldo dos 
meios de pagamento) pode ser causado: 
1) Pelo Banco Central, que tem o monopólio das emissões de moeda. 
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O passivo monetário do Banco Central é conhecido como base monetária e é como 
a moeda é inicialmente emitida. A base monetária consiste da moeda emitida, em 
poder do público e na forma de reservas bancárias. Corresponde, assim, a 
praticamente toda a moeda "física" disponível (papel-moeda e moedas metálicas) 
que está em poder do público, ou, então, com os bancos.O Banco Central controla a 
base monetária, e, dessa forma, os demais agregados monetários. 
2) Pelos bancos comerciais, por meio dos depósitos à vista. 
Quando um banco recebe um depósito à vista, ele se compromete a pagar a quantia 
depositada, ou parte daquela, imediatamente quando isto for solicitado pelo 
depositante, no momento do saque em conta-corrente. 
Porém, a todo instante existem depósitos e saques, de tal forma que somente uma 
parcela do total dos depósitos é necessária para que o banco consiga atender ao 
movimento diário. 
Esta parcela é normalmente pequena e é suficiente para atender às necessidades de 
caixa dos bancos, ou seja, pagar os cheques que são descontados. Dessa forma, o 
banco comercial pode usar parte destes fundos, e oferecer empréstimos num 
montante maior que o total de depósitos iniciais. 
O multiplicador bancário dos meios de pagamento 
Os bancos comerciais têm o poder de expandir o total de moeda escritural existente 
na economia, já que podem utilizar parte dos depósitos à vista para oferecer 
empréstimos ao público. Este fenômeno é denominado multiplicador bancário 
dos meios de pagamento ou ainda multiplicador monetário. 
Para mostrar esse mecanismo de expansão monetária (ou seja, da oferta de moeda 
por meio dos bancos comerciais), vamos supor que os bancos comerciais 
mantenham uma parcela de r% dos seus depósitos como reservas e emprestem os 
restantes (1 - r)% ao público; r é chamada de taxa de reservas ou de encaixes 
bancários, ou ainda relação reservas/depósitos. 
 
Reservas dos Bancos 
r = 
Depósitos à Vista 
 
Imaginemos que essa taxa de reservas seja igual a 40%. Assim, os bancos mantém 
nas suas reservas cerca de 40% do saldo dos seus depósitos à vista, e os outros 
60% eles decidem emprestar ao público. 
Digamos que a público não mantenha moeda em suas mãos, e prefira manter todo o 
seu dinheiro na forma de depósitos à vista no setor bancário. 
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 8 
Suponhamos que o Balancete Consolidado dos Bancos Comerciais, num dado 
momento, seja o seguinte: 
Ativo (Aplicações dos Recursos) Passivo (Origens dos 
Recursos) 
Caixa em moeda corrente 
Empréstimos ao Setor Privado 
800 
1.200 
Depósitos à vista 2.000 
Total do Ativo 2.000 Total do Passivo 2.000 
Observe que os bancos estão mantendo 40% de seus depósitos no caixa ($ 2.000 . 
40% = $ 800) e os 60% restantes originaram empréstimos. 
Suponhamos agora que a União tenha sacado $ 100 de seus depósitos nas 
Autoridades Monetárias e tenha feito pagamentos a seus fornecedores de bens e 
serviços. Estes, por sua vez, vão fazer depósitos no setor bancário. O balancete dos 
bancos vai apresentar a seguinte situação: 
Ativo (Aplicações dos Recursos) Passivo (Origens dos 
Recursos) 
Caixa em moeda corrente 
+ dinheiro depositado pelo 
público 
 
= Saldo final do Caixa 
 
Empréstimos ao Setor Privado 
800 
 
100 
 
900 
 
1.200 
Depósitos à vista 
+ Novos depósitos à 
vista feitos pelo público 
 
=Saldo final dos 
depósitos à vista 
2.000 
100 
 
 
2.100 
Total do Ativo 2.100 Total do Passivo 2.100 
 
Agora as reservas representam cerca de 43% dos depósitos à vista (basta dividir $ 
900 por $ 2.100). Esse percentual está além das necessidades dos bancos. De fato, 
eles só precisam manter valores em caixa num total de 40% dos depósitos à vista, 
ou seja, $ 840 ($ 2.100 . 40% = $ 840). 
Assim, os bancos podem operar tranquilamente com $ 840 no caixa, portanto não 
precisam manter $ 900. Haverá, portanto, uma oferta de novos empréstimos ao 
público, no valor igual a $ 60 (corresponde ao “excesso”: $900 - $840 = $ 60). 
Ativo (Aplicações dos Recursos) Passivo (Origens dos 
Recursos) 
Caixa em moeda corrente 
Empréstimos ao Setor Privado 
840 
1.260 
Depósitos à vista 2.100 
Total do Ativo 2.100 Total do Passivo 2.100 
 
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Mas, ao emprestar esses $60, os bancos estão colocando mais moeda nas mãos do 
público. Os tomadores desses empréstimos farão novos depósitos no próprio sistema 
bancário. O balancete vai se apresentar como se segue: 
 
Ativo (Aplicações dos Recursos) Passivo (Origens dos 
Recursos) 
Caixa em moeda corrente 
+ dinheiro depositado pelo 
público 
 
= Saldo final do Caixa 
 
Empréstimos ao Setor Privado 
840 
 
60 
 
900 
 
1.260 
Depósitos à vista 
+ Novos depósitos à 
vista feitos pelo público 
 
=Saldo final dos 
depósitos à vista 
2.100 
60 
 
 
2.160 
Total do Ativo 2.160 Total do Passivo 2.160 
 
Novamente as reservas representam um percentual maior do que os 40% ($ 900 / $ 
2.160 = 42%). Isso significa que os bancos ainda têm margem para fazer novos 
empréstimos ao setor não-bancário. Os bancos necessitam manter somente 40% dos 
depósitos à vista no seu caixa, ou seja, $ 2.160. 40% = $ 864. Mas, mantém $ 900. 
Então disponibilizarão novos empréstimos até o valor de $ 900 - $ 864 = $ 36. 
Tal processo se estenderá continuamente, até que a relação caixa/depósitos seja 
igual à taxa de reservas de 40%. Observe que, a cada ciclo, se expande a 
quantidade de moeda escritural existente na economia. 
O valor final da oferta de moeda será dado pelo valor do multiplicador bancário 
dos meios de pagamento, que numa versão simplificada é obtido pela fórmula: 
1 
m = 
r 
Assim, sendo a taxa de reserva igual a 40%, o valor de m será 
1 
m = 
0,4 
= 2,5 
Ou seja, a expansão total dos meios de pagamentos, será dada pela multiplicação: 
 $100. 2,5 = $250 
O multiplicador monetário (m) estabelece uma importante relação entre a expansão 
da Base Monetária (B) e os meios de pagamento (M): 
∆∆∆∆M1 = m . ∆∆∆∆B 
Do mesmo modo, podemos escrever: 
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 10 
M1 = m . B 
Atenção que usamos uma fórmula simplificada do multiplicador monetário, pois 
consideramos que toda a moeda que vai para as mãos do público retorna ao 
sistema bancário, na forma de depósitos à vista. 
Na realidade uma parte da moeda fica retida nas mãos de pessoas, equivalendo ao 
item “moeda em poder do público”. 
Suponhamos agora que o público decida reter c% do total dos seus ativos 
monetários em moeda manual, não depositada nos bancos; “c” é a chamada taxa 
de retenção do público em relação ao total dos meios de pagamento. 
 
Moeda em Poder do Público 
c = 
Meios de Pagamento (M1) 
 
Ora, sabemos que o total dos Meios de Pagamento (M1) é dado pela expressão: 
M1 = PP + DV 
Logo: 
PP 
c = 
M1 
Podemos definir agora o coeficiente d% como sendo a proporção dos ativos 
monetários que o público deseja manter sob a forma de depósitos à vista: 
DV 
d = 
M1 
Atenção, somando-se os coeficientes “c” e “d”, temos; 
PP DV PP + DV M1 
M1 
+ 
M1 
= 
M1 
= 
M1 
= 1 
Portanto, 
c + d =1 
Vimos anteriormente que o coeficiente “r” é dado pela relação entre as reservas dos 
bancos comerciais e o total dos depósitos à vista: 
Reservas dos Bancos 
r = 
Depósitos à Vista 
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 11 
E vimos também a relação entre o multiplicador monetário (m) e a Base Monetária 
(B): 
M1 = m . B 
 
Podemos escrever então: 
M1 m = 
B 
Como B = Papel Moeda em Poder do Público + Reservas Bancárias, temos: 
M1 m = 
PP + R 
Dividindo-se o numerador e o denominador da fração por M1, temos: 
M1/ M1 m = 
PP/ M1 + R/ M1 
Isso é o mesmo que escrever: 
1 
m = 
c + R/M1 
Observe que: 
R / D = R D 
M1 / D D 
. 
M1 
= r.d 
Voltando para a fórmula do multiplicador dos meios de pagamento, temos que: 
1 
m = 
c + r.d 
Como c + d = 1, temos que c = 1 – d, portanto: 
1 
m = 
1-d + r.d 
Ou seja, 
1 
m = 
1 - d (1 - r) 
No nosso exemplo, supondo que o público mantenha sempre 80% dos seus recursos 
na forma de depósitos à vista, teremos o seguinte resultado para o multiplicador: 
1 1 1 
m = 
1 – 0,8 . (1 – 0,4) 
= 
1-0,8.0,6 
= 
1-0,48 
= 1,923 
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 12 
Assim o multiplicador será menor. Como o público mantém uma parte dos meios de 
pagamento em mãos, diminui o valor dos depósitos bancários à vista, diminuindo 
também o poder dos bancos de criar novas operações de empréstimos e desse 
expandir a moeda escritural. 
Portanto, O multiplicador monetário varia inversamente em relação à taxa de 
reservas ou à taxa de retenção do público: 
• Quanto mais os bancos forem obrigados a reter em caixa (maior r), menos 
eles poderão emprestar ao público, e menor a expansão monetária. 
• Quanto maior a taxa de retenção do público (maior c), menos será 
depositado nos bancos, e, evidentemente, os bancos contarão com menos 
depósitos para repassar a outros clientes. 
Se a taxa de reservas aumentar para 50%, o multiplicador monetário será igual a: 
1 1 1 
m = 
1 – 0,8 . (1 – 0,5) 
= 
1-0,8.0,5 
= 
1-0,40 
= 1,667 
Atenção: 
Uma outra maneira de apresentar a taxa de retenção de moeda pelo público (c) é 
através de uma relação entre a moeda manual (em poder do público) e os 
depósitos à vista. 
PP 
c = 
DV 
Nesse caso, a fórmula do multiplicador será a seguinte: 
1 + c 
m = 
c + r 
Atenção novamente: 
A taxa de reservas r pode ser repartida em r1, que é o total de encaixes 
voluntários (caixa) dos bancos comerciais, e r2, o total de reservas obrigatórias 
que os bancos comerciais devem manter junto ao Banco Central (ambas calculadas 
em relação aos depósitos à vista). 
As reservas e encaixes voluntários são determinados pela experiência do banco, e 
representam a parcela dos depósitos que deve ser guardada em moeda para atender 
ao movimento normal do banco. 
As reservas obrigatórias são determinadas pelas autoridades monetárias, 
representando um dos principais instrumentos de política monetária, que será 
discutido no próximo item. 
 
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 13 
Exemplo: 
Seja “c” (a relação entre a moeda mantida pelo público e o total dos depósitos à 
vista – portanto, diferente do “c” visto anteriormente) igual a 0,1. 
Os bancos mantém cerca de 15% do valor dos depósitos a vista em caixa (r1), e são 
obrigados pelo Banco Central a manter reservas compulsórias equivalentes a 35% 
dos depósitos à vista (r2). 
 
Nessas condições, o multiplicador da base monetária será: 
1 + 0,1 
m = 
0,1 + 0,15 + 0,35 
= 1,833 
Portanto, numa questão de concurso, preste atenção para a taxa de retenção da 
moeda pelo público (o “c”). Se a mesma estiver sendo definida em relação ao 
volume total dos meios de pagamento, use a fórmula: 
1 
m = 
1 – d. (1 – r) 
Lembrando que d = 1 - c 
Mas, se o coeficiente “c” estiver representando uma relação com o saldo dos 
depósitos à vista, use a fórmula: 
1 + c 
m = 
c + r 
Meios de Pagamento em Sentido Amplo 
Existem muitos outros ativos, tais como depósitos a prazo, títulos do tesouro 
nacional, cadernetas de poupança, etc, que apesar de não serem considerados 
moeda, em sentido estrito, apresentam algumas características da moeda em sentido 
amplo. Assim sendo, costuma-se chamá-las de quase-moeda, pois podem, sem 
grandes problemas, ser transformados em moeda. 
Em outras palavras, são ativos de alta liquidez que, apesar de não serem aceitos 
normalmente na compra e venda de bens e serviços, podem ser, muito rapidamente, 
convertidos em moeda. A posse destes ativos rende juros ao seu possuidor. 
Ao calcular o total de moeda de um país utilizamos o conceito de agregados 
monetários ou meios de pagamento, que podem ou não incluir as quase-moedas. 
No Brasil são cinco os agregados monetários, calculados periodicamente pelo Banco 
Central: 
M0 = Moeda em poder do público (papel-moeda e moedas metálicas); 
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 14 
M1 = M0 + Depósitos à vista nos bancos comerciais; 
M2 = M1 + Depósitos especiais remunerados + Depósitos de poupança + 
Títulos emitidos por instituições depositárias; 
M3 = M2 + Quotas de fundos de renda fixa + Operações compromissadas 
registradas no Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia); 
M4 = M3 + Títulos públicos de alta liquidez (Letras do Tesouro Nacional, 
Notas do Banco Central, etc). 
Observe que M0 e M1 são meios de pagamento de liquidez imediata que não 
rendem juros. M0 é também chamado de moeda manual ou moeda corrente, e é o 
estoque de moeda metálica e papel-moeda que fica em poder das pessoas ou das 
empresas. 
M1 considera o M0 e mais os depósitos em conta corrente nos bancos comerciais 
(também chamados de moeda escritural ou bancária). Até agora vínhamos tratando 
do M1 como sendo o total dos meios de pagamento (Oferta de Moeda) em sentido 
estrito. 
M2, M3 e M4 incluem as quase-moedas, que rendem juros aos aplicadores. Tratam-
se de outras medidas para o total dos meios de pagamento (Oferta de Moeda) em 
sentido amplo. 
No Brasil é o Banco Central o órgão responsável pela elaboração e divulgação mensal 
dos agregados monetários. 
Aspectos institucionais; o Sistema Financeiro Nacional 
O Sistema Financeiro compreende o conjunto de instituições que realizam a atividade 
de intermediação financeira. 
Sabe-se que os indivíduos e as empresas eventualmente se encontram numa posição 
deficitária (com carência de recursos), e em outros momentos, numa posição 
superavitária (com sobra de recursos). Tais situações dependem do mercado, do 
ciclo da produção, da sazonalidade dos produtos, do cronograma de recebimentos e 
pagamentos, etc, além dos riscos naturais e de mercado aos quais os agentes 
econômicos, de modo geral, estão sujeitos. 
Desse modo, surge na economia uma atividade que consiste na canalização dos 
recursos ociosos dos agentes superavitários para suprir as necessidades dos agentes 
deficitários, mediante uma remuneração compensatória (juros) para os primeiros. 
O Sistema Financeiro realiza essa atividade em razão de sua especialização, das 
economias de escala obtidas na grande quantidade de operações efetuadas, e de 
vantagens regulamentares. 
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 15 
Todas as operações são realizadas com uma diversidade de instrumentos financeiros 
(aplicações, produtos financeiros, operações, papéis, etc) que apresentam suas 
características específicas de risco, liquidez, rentabilidade, etc, voltadas para o 
atendimento das mais variadas finalidades. 
Os intermediários financeiros podem ser divididos em bancários (que criam moeda 
escritural, pois aceitam depósitos à vista) e não-bancários (não têm o poder de 
criar moeda escritural, pois não recebem depósitos à vista; sua captação de recursos 
é feita a médio e longo prazo). 
Os intermediários bancários mais importantes no Brasil são os chamados bancos 
comerciais. As funções essenciais de um banco são: realizar a intermediação 
financeira, possibilitar a transmutação de ativos e funcionar comocâmaras de 
compensação. 
A função de intermediação financeira refere-se à tarefa de captar recursos de 
agentes superavitários (poupadores) e disponibilizar aos agentes deficitários 
(tomadores de recursos). A compra e venda de valores mobiliários e divisas são 
exemplos desta função. 
A função de transmutação de ativos corresponde à transformação de ativos com 
certas características risco, preço e liquidez, em outros tipos de ativos com 
características diferentes. Por exemplo, depósitos à vista de alguns clientes podem 
ser transformados num financiamento de um equipamento para outros clientes. 
A função de câmara de compensação serve para intermediar trocas de moeda ou 
de liquidez na economia. Os agentes transferem moeda e fazem pagamentos por 
intermédio dos bancos. 
Os intermediários não-bancários, diferentemente dos bancos comerciais, não 
captam recursos por meio de depósitos à vista, e sim por meios que caracterizam a 
chamada quase-moeda: depósitos a prazo, certificados e recibos de depósitos 
bancários, letras de câmbio, etc. Os intermediários não-bancários no Brasil são todas 
as instituições financeiras com exceção dos bancos comerciais. 
Os principais intermediários financeiros não bancários brasileiros são: 
a) Bancos de investimento: destinados a canalizar recursos de médio e longo 
prazo para capital fixo ou de giro das firmas. Suas fontes de financiamento são a 
emissão de Certificados de Depósitos Bancários (CDB) e a captação de recursos 
externos; 
b) Sociedades de crédito, financiamento e investimento (financeiras): 
destinam-se a financiar a aquisição de bens de consumo duráveis, por meio do 
crédito direto ao consumidor, e o capital de giro para pequenas e médias firmas. 
Suas fontes de recursos são as letras de câmbio e empréstimos; 
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c) Sociedades de crédito imobiliário: têm a finalidade de proporcionar 
financiamentos imobiliários diretamente ao mutuário final ou pela abertura de crédito 
a favor de empresários, para empreendimentos imobiliários. Suas fontes de recursos 
são as letras imobiliárias, depósitos de poupança, repasses da Caixa Econômica 
Federal (CEF) e mais recentemente empréstimos externos; 
d) Sociedades de arrendamento mercantil - firmas de leasing: destinam-se a 
financiar operações de locação de bens móveis e imóveis. Compram bens seguindo 
as instruções de seus clientes e os alugam; ao final do período de aluguel, os clientes 
podem comprar o bem de leasing por um valor residual. 
e) Sociedades corretoras e distribuidoras: são instituições auxiliares do sistema 
financeiro operando com a compra e venda e títulos e valores mobiliários: ações e 
opções, debêntures, derivativos, etc. 
Existem ainda instituições oficiais como o Banco do Brasil, o Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES - e bancos de desenvolvimento, entre 
outros, que atuam em todos os mercados. 
As autoridades monetárias 
No Brasil, o Banco Central atua como órgão normativo, fiscalizador do Sistema 
Financeiro, e ainda executor da política monetária. Enquanto isso, o Conselho 
Monetário Nacional é o órgão que fixa as diretrizes da política monetária. 
As funções de um Banco Central, nos diversos países do mundo, são mais ou menos 
as mesmas, com pequenas variações: 
a) Banco dos bancos: os bancos comerciais podem depositar seus fundos no 
Banco Central, dispondo assim de um mecanismo para transferi-los de um banco 
para outro. Assim, o Banco Central cumpre um papel de intermediário dos bancos 
comerciais. 
Os bancos comerciais precisam também de liquidez. Uma das formas de consegui-la 
é tomando empréstimos junto ao Banco Central, na chamada operação de 
redesconto. A taxa de juros que os bancos comerciais pagam ao Banco Central por 
estas operações é chamada de taxa de redesconto. O Banco Central deve ser "um 
emprestador de última instância". Sua função deve ser a de socorrer os bancos em 
dificuldades, em casos de emergência, para garantir a estabilidade do sistema 
bancário como um todo. 
b) Banco do governo: Quando o Governo necessita de recursos, normalmente 
emite títulos (obrigações) e os vende ao público ou ao Banco Central, obtendo, 
assim, os fundos necessários. Mesmo quando o Governo vende títulos ao público, ele 
o faz por meio do Banco Central. Este é, por estas razões, o agente financeiro do 
Governo. No Brasil, porém, o Banco Central não recebe depósitos do Governo; quem 
o faz é o Banco do Brasil. 
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c) Executor da política monetária: o Banco Central é responsável pelo controle 
da oferta de moeda, ou seja, o controle do volume dos meios de pagamento, através 
de diversos instrumentos de política monetária. As alterações no volume de moeda 
têm efeitos sobre variáveis econômicas relevantes, tais como o nível de emprego, a 
taxa de inflação, a taxa de juros, o volume de investimentos, etc. 
A Política Monetária 
A política monetária se refere aos processos de controle da oferta de moeda, aos 
instrumentos utilizados e aos mecanismos de transmissão de seus efeitos. A oferta 
de moeda é realizada tanto pelas autoridades monetárias, pela emissão de papel-
moeda e moedas metálicas, quanto pelos bancos comerciais que, apesar de não 
poderem emitir, podem, no entanto, criar ou destruir meios de pagamento. 
A política monetária pode ser conceituada como o controle da oferta de moeda, 
no sentido de que sejam atingidos os objetivos da política econômica global 
do Governo. Pode também ser definida como a atuação das autoridades monetárias, 
por meio de instrumentos de efeito direto ou induzido, com o propósito de controlar 
a liquidez do sistema econômico. 
Os principais instrumentos da Política Monetária são os seguintes: 
a) Fixação das taxas de reservas 
Vimos que os bancos comerciais guardam uma parcela dos depósitos como reservas 
com a finalidade de atender ao movimento de caixa diário. Em geral, o Banco Central 
obriga os bancos comerciais a manter reservas superiores às que seriam indicadas 
pela experiência e pela prudência destes estabelecimentos. 
Como pôde ser visto, na fórmula do multiplicador apresentada anteriormente, a 
relação reservas / depósitos à vista é uma das determinantes do mecanismo de 
expansão dos meios de pagamento. Assim, a variação das taxas de reservas 
obrigatórias provoca alterações na capacidade de criação de moeda por parte dos 
bancos comerciais. 
Não somente a expansão dos meios de pagamento é afetada pela modificação nas 
reservas, mas o próprio volume de moeda escritural é alterado e, portanto, a oferta 
de meios de pagamento. 
Sendo assim, a determinação do total das reservas (fixação da taxa de reservas) que 
os bancos comerciais devem manter junto às autoridades monetárias, à ordem do 
Banco Central, é um dos mais poderosos instrumentos de controle do efeito 
multiplicador dos meios de pagamento. 
Quando o Banco Central aumenta a taxa das reservas compulsórias que os bancos 
comerciais devem manter à sua ordem, fica reduzida a proporção dos depósitos 
que pode ser convertida em empréstimos, reduzindo os meios de pagamento. 
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Inversamente, se o Banco Central reduz a taxa de reservas, as disponibilidades para 
empréstimos aumentam, expandindo assim os meios de pagamento. Deste modo, 
os aumentos na taxa de reserva reduzem o valor do multiplicador e conduzem à 
contração da Oferta Monetária. Contrariamente, quando a taxa de reservas é 
diminuída, o multiplicador aumenta e os meios de pagamento se expandem. 
b) Operações de RedescontoConsistem basicamente em empréstimos de liquidez aos bancos comerciais. Nessas 
operações, o Banco Central funciona como “banco dos bancos”, descontando títulos 
dos bancos comerciais a uma determinada taxa, com a finalidade de atender às suas 
necessidades momentâneas de caixa, em curtíssimo prazo. 
Uma vez que os bancos comerciais podem recorrer a outras formas de solucionar tais 
dificuldades, o recurso ao redesconto oficial é tido como último recurso. As taxas de 
juros cobradas pelo Banco Central têm caráter punitivo, sendo superiores às taxas 
cobradas pelos bancos comerciais de seus clientes. 
O controle dos meios de pagamento por intermédio do redesconto acontece através 
das seguintes ações: 
• Elevação ou redução das taxas de juros de redesconto cobradas pelo Banco 
Central; 
• Aumento ou diminuição do prazo para resgate dos títulos redescontados; 
• Fixação de limites mais ou menos amplos para as operações; 
• Restrições quanto aos tipos de títulos que podem ser objeto de redesconto. 
 
O quadro a seguir resume as situações indicadas: 
Redução dos Meios de Pagamento Aumento dos Meios de Pagamento 
Aumento da Taxa de Juros do Redesconto Redução da Taxa de Juros do Redesconto 
Redução dos Prazos de Resgate Aumento dos Prazos de Resgate 
Redução dos Limites Operacionais Aumento dos Limites Operacionais 
Maiores restrições quanto ao tipo de títulos 
redescontáveis 
Menores restrições quanto ao tipo de títulos 
redescontáveis 
 
c) Operações de Mercado Aberto 
De modo geral o open market é operado por intermédio da compra e venda de 
títulos da dívida pública, de emissão do Tesouro Nacional. 
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Quando as autoridades monetárias desejam expandir a oferta monetária, realizam 
grandes operações de resgate (compra) dos títulos da dívida pública em 
circulação; com isso, injetam no mercado moeda com alto poder de expansão, o que 
resulta na queda da taxa de juros. 
A queda na taxa de juros é um estímulo para que aumente a demanda de 
investimentos da economia. Os empresários aumentam as suas despesas com a 
aquisição de bens de capital e a ampliação das instalações das empresas (veremos 
isso com mais detalhe quando estudarmos o Modelo IS-LM, no qual o investimento 
privado depende das taxas de juros). 
O aumento nos investimentos promove um crescimento na produção de bens de 
capital, aumentando a renda e o emprego, e também aumento na procura de bens 
de consumo, resultando em crescimento na renda mais do que proporcional devido 
ao efeito multiplicador dos investimentos. 
Contrariamente, quando as autoridades monetárias desejam o efeito oposto, 
emitem e colocam em circulação grandes volumes de títulos da dívida pública, 
retirando do sistema monetário, na proporção dos títulos adquiridos pelos bancos 
ou pelo público, moeda que se encontrava em circulação; com isso torna-se menor 
a oferta monetária. 
A compra de títulos governamentais, por parte do Banco Central, acarreta um 
aumento dos depósitos nos bancos comerciais. Esse aumento, por sua vez, gera 
encaixes excedentes, que são o ponto de partida para a expansão múltipla dos meios 
de pagamentos e, portanto, para um aumento na oferta de moeda. 
O oposto se verifica caso o Banco Central venda títulos. Os indivíduos que os 
compram poder pagar com cheques, por exemplo. Quando o Banco Central desconta 
esses cheques, reduz as reservas dos bancos que, por sua vez, são obrigados a 
contrair a oferta de meios de pagamentos, ou seja, reduzir a oferta de moeda. 
 
d) O Controle de Crédito 
Consiste na imposição de restrições ao livre funcionamento do mercado monetário, 
criando regras mais ou menos rígidas para as instituições financeiras com relação ao 
volume das operações realizadas, encargos financeiros cobrados, prazos de duração, 
etc. 
Eventualmente regras para financiamento imobiliário, consórcios, cartões de crédito, 
leasing, consignações, etc, podem sofrer maior restrição ou maior flexibilidade, a 
depender de qual seja o tipo de política monetária praticada naquele momento. 
Uma política monetária contracionista implica num endurecimento de regras para o 
crédito, uma vez que se busca, nessa situação, um controle maior da demanda 
agregada por bens e serviços. O inverso ocorre no caso de uma política monetária 
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expansionista, que se manifesta na forma de regras mais brandas e mais flexíveis, 
buscando estimular tais operações. 
 
No caso brasileiro, apresenta-se ainda como importante instrumento da Política 
Monetária a fixação da taxa de juros básica da economia, a chamada “Taxa Selic”. 
“Selic” é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado em 
1979 pelo Banco Central e pela ANDIMA - Associação Nacional das Instituições do 
Mercado Aberto, com o objetivo de tornar mais transparente e segura a negociação 
de títulos públicos. Trata-se de sistema eletrônico que permite a atualização diária 
das posições das instituições financeiras, assegurando maior controle sobre as 
reservas bancárias. 
Atualmente, a “taxa Selic” refere-se à taxa de juros que reflete a média de 
remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. É considerada como 
sendo a taxa de juros básica do mercado financeiro, porque é usada em operações 
de empréstimos e resgate de títulos entre os próprios bancos e, com isso, repercute 
nas demais taxas de juros da economia. 
Ressalte-se, porém, que a taxa Selic é bastante inferior aos juros cobrados ao 
consumidor final. A diferença é causada por diversos fatores, tais como o grau de 
concentração do setor financeiro, ao risco de mercado, ao spread (diferença entre o 
custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes), dentre outros. 
Desde o ano de 1999, quando o governo adotou o sistema de metas de inflação e 
o câmbio flutuante (o valor relativo entre as moedas nacional e estrangeira sendo 
definido pelo mercado), a taxa de juros tem sido um dos principais instrumentos 
usados para conter a alta de preços. 
Quando o Banco Central eleva a taxa Selic, aumenta a atratividade por títulos da 
dívida pública, emitidos pelo Governo. Tais papéis passam a render mais para seu 
possuidor, despertando assim uma demanda maior pelos mesmos. 
Conseqüentemente, tende a haver uma redução no montante de recursos que o 
sistema bancário oferece para as demais operações de empréstimos e 
financiamentos para indivíduos e empresas, levando a um aumento nas demais taxas 
cobradas pelos bancos. Com isso o Banco Central está, na prática, restringindo a 
Demanda Agregada por bens e serviços, reduzindo a pressão sobre os preços. 
Essa prática, no entanto, tem trazido outras conseqüências indesejáveis, como por 
exemplo, o aumento do volume de recursos necessários para que o próprio Governo 
possa pagar o serviço da dívida (ou seja, os juros da dívida pública). Assim, o 
Governo se endivida ainda mais, para rolar os títulos que estão vencendo. 
 
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Finalizando, vejamos um esquema que ilustra o balancete típico do Banco Central, e 
que tem sido cobrado em concursos públicos recentes: 
 
Ativo (Aplicações dos Recursos) Passivo (Origens dos Recursos) 
• Caixa em Moeda Corrente 
• Empréstimos ao Tesouro 
Nacional 
• Títulos Públicos Federais 
• Redescontos 
• Reservas Internacionais 
• Outras Aplicações 
• Papel-moeda Emitido 
• Depósitos dos Bancos Comerciais 
- Voluntários 
- Compulsórios 
• Depósitos da União 
• Recursos Próprios 
• Demais Recursos 
A BaseMonetária compreende o Passivo Monetário do Banco Central, que pode 
ser obtido no balancete a partir da relação: 
Base Monetária = Papel-moeda emitido – Caixa em Moeda Corrente + 
Depósitos dos Bancos Comerciais 
A Demanda por moeda 
Assim como existe uma oferta de moeda pelo Banco Central e pelos bancos 
comerciais (via mecanismo multiplicador), vamos encontrar a presença de uma 
demanda por moeda, por parte das empresas e dos indivíduos. 
A demanda por moeda pela coletividade corresponde à quantidade de moeda que o 
setor privado não-bancário retém, em média, seja com o público, seja no cofre das 
firmas, e em depósitos à vista nos bancos comerciais. 
O que faz com que as pessoas e firmas retenham dinheiro que não rende juros, e 
não o utilizem na compra de títulos, imóveis, entre outros ativos? Ou seja, quais são 
os motivos ou razões para que exista uma demanda por retenção de moeda? 
São três as razões que a Teoria Econômica apresenta, pelas quais os agentes 
econômicos desejam reter moeda: 
• Motivo-Transação: os indivíduos precisam de dinheiro para suas transações 
do dia-a-dia, para alimentação, transporte, pequenas despesas, etc. Portanto, 
existe uma necessidade dos indivíduos portarem moeda para realizar seus 
negócios diários. Também as empresas necessitam manter recursos em caixa 
para cumprir seus compromissos empresariais habituais. 
• Motivo-precaução: o público e as firmas precisam ter uma certa reserva 
monetária para fazer face a pagamentos imprevistos, ou atrasos em 
recebimentos esperados. Os agentes econômicos lidam com a incerteza e 
dessa forma necessitam ter reservas para tratar com tais acontecimentos. 
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Essas duas primeiras razões (transações e precaução) dependem diretamente do 
nível da renda nacional. Quanto maior a renda nacional, maior será o volume de 
negócios e desse modo a quantidade de transações na economia (e também os 
riscos), e portanto maior será a necessidade de moeda para transações e por 
precaução. 
• Motivo-especulação ou Motivo-Portfólio: Os agentes econômicos 
decidem como vão montar suas carteiras (portfólios) de ativos para preservar 
seu poder de compra (sua riqueza). Nesse sentido, têm que escolher a 
composição de suas “cestas” de ativos, distribuindo o valor numa certa 
proporção entre moeda e títulos, sabendo que quanto mais moeda tiverem, 
menor será o rendimento do seu portfólios, mas em compensação maior será 
a sua liquidez. 
Existe uma relação inversa entre demanda por moeda para especulação e taxa de 
juros. Vamos imaginar que existam na economia somente dois tipos de ativos: 
moeda (M) e títulos (B). Os indivíduos podem escolher a composição de seu portfólio 
(P) considerando diferentes participações percentuais de moeda e títulos: 
P = M + B 
Se a taxa de juros for elevada, maior será o rendimento dos títulos, portanto maior 
será a quantidade desse ativo na composição da carteira do indivíduo; 
conseqüentemente, menor a quantidade de moeda que o aplicador deseja manter 
em sua carteira. Assim, quando a taxa de juros aumenta, a demanda por 
títulos também aumenta, enquanto que a demanda por moeda pelo motivo-
especulação diminui. 
Por outro lado, se a taxa de juros for baixa, menor será o rendimento dos títulos, 
portanto menor será a quantidade desse ativo na composição da carteira do 
indivíduo; conseqüentemente, maior a quantidade de moeda que o aplicador deseja 
manter em sua carteira. Assim, quando a taxa de juros se reduz, a demanda 
por títulos também diminui, enquanto que a demanda por moeda pelo 
motivo-especulação aumenta. 
Desse modo, a demanda por moeda depende principalmente de duas variáveis: nível 
de renda e taxas de juros, sendo que existe uma relação direta com a renda, e uma 
relação inversa com a taxa de juros. 
Assim, podemos decompor a demanda por moeda em três partes: 
 
L = Lt(Y) + Lp(Y) + Le(i) 
Em que: 
L = Demanda Total por Moeda 
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Lt= Demanda por Moeda pelo motivo transação, sendo função da renda “Y” 
Lp = Demanda por Moeda pelo motivo precaução, sendo também função da renda “Y” 
Le = Demanda por Moeda pelo motivo especulação, sendo função da taxa de juros “i” 
 
O Equilíbrio no Mercado Monetário 
Podemos agora visualizar como se dá o equilíbrio entre a Oferta e a Demanda por 
Moeda. Por um lado, a oferta de moeda é exógena, determinada pelo Banco 
Central, e é independente da taxa de juros do mercado, podendo ser considerada 
constante. Mesmo admitindo que os bancos comerciais tenham o poder de criar 
moeda escritural, diante do mecanismo do multiplicador, ainda assim considera-se 
que o Banco Central emprega os instrumentos de Política Monetária para exercer o 
controle da Oferta de Moeda. 
Por outro lado, a demanda de moeda depende das variáveis renda e taxa de juros, 
uma vez que a mesma se compõe dos motivos transação, precaução e especulação. 
Os gráficos a seguir ilustram as curvas de oferta e de demanda por moeda: 
 
O gráfico ao lado mostra que a curva de 
oferta de moeda (M) é representada por uma 
reta vertical, paralela ao eixo representado 
pela taxa de juros (i). 
Como a oferta de moeda é uma variável 
exógena, qualquer que seja o nível da taxa de 
juros, o valor de “M” é controlado 
inteiramente pelo Banco Central, através dos 
diversos instrumentos de política monetária 
vistos anteriormente. 
Por outro lado, a curva de demanda por 
moeda guarda uma relação inversamente 
proporcional com a taxa de juros. 
Por força do motivo-especulação, quando a 
taxa de juros é alta, os indivíduos preferem 
manter nas suas cestas de ativos uma 
proporção maior de títulos. Assim, a 
demanda por moeda no mercado é reduzida. 
Mas, quando a taxa de juros é baixa, os 
indivíduos preferem manter nas suas cestas 
de ativos uma proporção menor de títulos. 
Assim, a demanda por moeda no mercado é 
 
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aumentada. 
 
Finalmente, o equilíbrio no mercado 
monetário se dá no ponto em que a oferta de 
moeda é igual à demanda por moeda (M=L). 
Note que nesse modelo a taxa de juros é 
determinada pelo mercado. 
Estamos considerando uma hipótese 
simplificadora, de que só existe uma taxa de 
juros para todas as operações de 
empréstimos no mercado. 
Uma vez que a taxa de juros praticada no mercado financeiro resulta das interações 
da oferta e da demanda por moeda, veremos nas próximas seções como o Governo 
utiliza a Política Monetária para afetar o nível do produto e da renda. 
Veremos também como as mudanças na oferta e na demanda por moeda afetam o 
valor da taxa de juros e os impactos que isso tem na economia como um todo. 
 
Questões de Concursos 
 
01. (ESAF) - O impacto de um aumento da base monetária sobre o volume dos meios de 
pagamento será tanto maior quanto 
a) maior for a relação encaixe/depósitos à vista dos bancos. 
b) menor for a relação encaixe/depósitos à vista dos bancos. 
c) menor for a proporção dos meios de pagamento mantidos sob a forma de depósitos à 
vista nos bancos. 
d) maior for a taxa de juros do mercado de capitais. 
e) Nenhuma das anteriores 
 
02. (ESAF-adaptada) - Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda: 
1. Criação de meios de pagamento. 
 
2. Destruição de meios de pagamento. 
3. Nem criação e nem destruição de 
meios de pagamento. 
( ) Depósito em caderneta de poupança. 
( ) Depósito em Fundo de Investimento. 
( ) Saque de conta de depósito à vista. 
( ) Conversão de dólares por reais numa 
operação de exportação.( ) Conversão de reais por dólares numa 
operação de importação. 
A correlação numérica correta está contida na alternativa 
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a) 2, 2, 3, 1, 2. 
b) 1, 3, 2, 2, 1. 
c) 2, 3, 1, 3, 2. 
d) 3, 1, 1, 2, 3. 
e) n.d.a. 
 
03. (ESAF) - Corresponde ao conceito de quase-moeda 
a) um depósito a prazo num banco comercial. 
b) uma Letra do Tesouro Nacional. 
c) um depósito em caderneta de poupança. 
d) todas as alternativas estão corretas. 
e) Nenhuma das anteriores 
 
04. (ESAF) - É uma medida destinada a contrair os meios de pagamento: 
a) Elevação da taxa de depósitos compulsórios dos bancos. 
b) Compra de títulos públicos pelo Banco Central. 
c) Diminuição da taxa de redesconto. 
d) Diminuição da taxa de depósitos compulsórios dos bancos. 
e) Nenhuma das anteriores 
 
05. (ESAF) - O que define a moeda é a sua liquidez, ou seja, a capacidade que possui de 
ser um ativo prontamente disponível e aceito para as mais diversas transações. Além disso, 
três outras características a definem: 
a) forma metálica, papel-moeda e moeda escritural. 
b) instrumento de troca, unidade de conta e reserva de valor. 
c) reserva de valor, credibilidade e aceitação no exterior. 
d) instrumento de troca, curso forçado e lastro-ouro. 
e) Nenhuma das anteriores 
 
06. (ESAF) - São fatores de expansão da base monetária: 
a) vendas de títulos do governo ao público e expansão do redesconto. 
b) vendas de títulos do governo ao público e expansão das reservas cambiais. 
c) compras de títulos do governo em poder do público e aumento do coeficiente de encaixe 
dos bancos. 
d) compras de títulos do governo em poder do público e expansão das reservas cambiais. 
e) compras de títulos do governo em poder do público e redução das reservas cambiais. 
 
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07. (ESAF) - Acerca do multiplicador monetário em relação aos meios de pagamento, pode-
se afirmar que 
 
a) o multiplicador bancário é sempre menor do que um. 
b) quanto maiores os depósitos à vista nos bancos comerciais como proporção dos meios 
de pagamento, menor o multiplicador bancário. 
c) quanto maiores os encaixes totais em dinheiro dos bancos comerciais como proporção 
dos depósitos à vista, maior o multiplicador. 
d) quanto maior a proporção do papel-moeda em poder do público em relação aos meios de 
pagamento, menor o multiplicador. 
e) o multiplicador bancário é sempre um número negativo, não obstante seu valor ser 
apresentado em termos absolutos. 
 
08. (ESAF) - A entidade normativa superior do Sistema Financeiro Nacional, responsável 
pela fixação das diretrizes da política monetária, creditícia e cambial do Brasil é 
 
a) a Câmara de Comércio Exterior do Conselho de Governo. 
b) o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. 
c) o Conselho Nacional de Política Fazendária. 
d) o Conselho Monetário Nacional. 
e) o Banco Central do Brasil. 
 
 
09. (ESAF-AFRF 2003) – Considere: 
c: papel-moeda em poder do público / meios de pagamentos 
d: depósitos a vista nos bancos comerciais / meios de pagamentos 
R: encaixe total dos bancos comerciais / depósitos a vista nos bancos comerciais 
m = multiplicador dos meios de pagamentos em relação à base monetária 
Com base nestas informações, é incorreto afirmar que, tudo o mais constante: 
a) Quanto maior d, maior será m 
b) Quanto maior c, menor será d 
c) Quanto menor c, menor será m 
d) Quanto menor R, maior será m 
e) c + d > c, se d for diferente de zero 
 
10. (ESAF- AFRF 2003) – Considere: 
M/P = 0,2.Y – 15.r 
Y = 600 – 1.000 . r 
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Yp = 500 
P = 1 
Onde: 
M = oferta nominal de moeda; 
P = nível geral de preços; 
Y = renda real; 
Yp = renda real de pleno emprego; e 
r = taxa de juros 
Com base nessas informações, pode-se afirmar que o valor da oferta de moeda necessária 
ao pleno emprego é de: 
a) 80,0 
b) 98,5 
c) 77,2 
d) 55,1 
e) 110,0 
 
11. (ESAF - AFRF 2003) – Não fazem parte do ativo do balancete consolidado dos bancos 
comerciais: 
a) Os encaixes em moeda corrente. 
b) Os redescontos e demais recursos provenientes do Banco Central. 
c) Os empréstimos ao setor público. 
d) Os empréstimos ao setor privado. 
e) Os títulos privados. 
 
12. (ESAF – AFRF 2005) – Suponha: 
c = papel moeda em poder do público / M1 
d = 1 - c 
R = encaixes totais dos bancos comerciais / depósitos à vista 
M1 = meios de pagamento 
B = Base Monetária 
M1 = m.B 
c = d 
Considere que no período 1 o valor para R foi de 0,5 enquanto que no período 2 esse valor 
passou para 0,6. Considerando que não houve variações nos outros coeficientes de 
comportamento, pode-se afirmar que o valor de m apresentou, entre os períodos 1 e 2: 
a) uma queda de 4,100%. 
b) uma queda de 6,250%. 
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c) um aumento de 6,250%. 
d) um aumento de 4,100%. 
e) uma queda de 8,325%. 
 
13. (ESAF – AFRF 2005) – Não faz(em) parte do passivo do balancete do Banco Central: 
a) recursos externos. 
b) depósitos do tesouro nacional. 
c) redescontos. 
d) papel moeda emitido. 
e) encaixes dos bancos comerciais. 
 
 
Gabarito 
 
01 – B 
02 – A 
03 – D 
04 – A 
05 – B 
06 – D 
07 – D 
08 – D 
09 – C 
10 – B 
11 – B 
12 – B 
13 – C