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A Cosmetologia nas Estéticas Facial e Corporal W B A 0 5 6 2 _ V 1. 0 2/173 A Cosmetologia nas Estéticas Facial e Corporal Autoria: Ana Carla Comune de Oliveira Como citar este documento: OLIVEIRA, A. C. C. A cosmetologia nas estéticas facial e corporal. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética 01 Assista a suas aulas 26 Unidade 2: Fitoterápicos 34 Assista a suas aulas 55 Unidade 3: Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos 62 Assista a suas aulas 81 Unidade 4: Principais ativos cosméticos utilizados na prevenção e correção das disfunções estéti- cas corporais e faciais. Mecanismo de ação. 89 Assista a suas aulas 108 2/173 3/1733 Unidade 5: Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmen- tantes de Última Geração e Protetor Solar 116 Assista a suas aulas 139 Unidade 6: Abordagem Toxicológica de Produtos Cosméticos 146 Assista a suas aulas 165 Sumário A Cosmetologia nas Estéticas Facial e Corporal Autoria: Ana Carla Comune de Oliveira Como citar este documento: OLIVEIRA, A. C. C. A cosmetologia nas estéticas facial e corporal. Valinhos: 2017. 4/173 Apresentação da Disciplina Prezado aluno, Seja bem-vindo à disciplina de Cosmetolo- gia na Estética Facial e Corporal, de extrema importância para que você, aluno, com- preenda os aspectos químicos e biológicos da ação dos produtos cosméticos. Nesta disciplina, você compreenderá o que são cosméticos, formas de atuação na pele, novas tendências e tecnologias de mercado, bem como aprenderá a aplicar e a fazer uso corretamente desses produtos; conhecerá também um pouco mais sobre a história da cosmetologia, a legislação cosmética, os aspectos da penetração de ativos cosméti- cos na pele, as formas de veiculação dess- es ativos no tecido cutâneo – por meio dos nanossistemas, lipossomas, nanoesferas, nanopartículas, nanoemulsões –, con- hecerá os ativos cosméticos utilizados nas diferentes disfunções estéticas e seus me- canismos de ação, aprenderá conceitos atu- ais, como: cosmecêuticos, nutricosméticos, nutracêuticos, e também abordagem tox- icológica dos produtos cosméticos. Final- izaremos a disciplina com um tema muito importante, os fotoprotetores e, com isso, você terá sucesso em sua carreira. O profissional em cosmetologia e estética desenvolve suas atividades em centros e clínicas de estética, SPAS e salões de bele- za. Atua na aplicação de tratamentos es- téticos corporais, faciais, capilares e dos anexos cutâneos (pelos e unhas), bem como na busca permanente de tendências, técni- cas e tecnologias de estética e beleza. Tem a competência necessária para o planeja- 5/173 mento e a gestão de serviços na área, com conhecimentos administrativos e gerenci- ais, visão de marketing e qualidade. O mercado de trabalho está em plena as- censão, a variedade de produtos destinados a estética e cosmética cresce consideravel- mente a cada dia. A busca incessante pela beleza deixou de ser exclusividade do uni- verso feminino, ganhando atualmente um vasto espaço para cosméticos destinados ao público masculino, aumentando con- sideravelmente o campo de atuação dos profissionais de cosmetologia e estética; com isso, tornam-se importantes a quali- ficação e capacitação para acompanhar o desenvolvimento desse segmento do mer- cado. 6/173 Unidade 1 Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética Objetivos 1. Conhecer o histórico e a importância da cosmetologia. 2. Compreender o que são formas cos- méticas. 3. Identificar os principais componentes das formulações cosméticas. 4. Entender e compreender a legislação cosmética. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética7/173 Introdução Cosmetologia é o estudo de produtos cos- méticos para diferentes funções, como hi- gienizar, conservar/proteger, reparar/corri- gir e maquilar/enfeitar. Acompanha todas as etapas, desde o desenvolvimento do cos- mético até a chegada às mãos do consumi- dor. Diferentes estudiosos deram sua con- tribuição para a definição do termo “cos- metologia”, conforme apresentado a seguir. Ciência que trata da preparação, estocagem e aplicação de produtos cosméticos, como também de regras que regem essas ativida- des – sejam elas de natureza física, química, biológica ou microbiológica (JELLINEK apud REBELLO, 2004, s.p.). Foram encontrados relatos de uso de pro- dutos para embelezamento muito antes do nascimento de Cristo. O primeiro registro considerável data de 4500 a.C., quando os chineses descobriram o poder das plantas. Os egípcios também exploraram as pro- priedades químicas dos vegetais; no século I a.C., Cleópatra destacava-se com suas ma- quiagens e seus banhos com leite de cabra, que deram origem às pesquisas cosméticas. Máscaras faciais noturnas, feitas de farinha e favas de miolo de pão diluídas em leite de jumenta, foram difundidas por Pompeia e eram as favoritas do Imperador Nero na Roma Antiga Imperial. No século II d.C., Galeno, médico grego, in- ventou o primeiro creme facial do mundo, feito à base de cera de abelha, azeite de oli- va e água. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética8/173 A indústria cosmética teve início no século XX. O primeiro salão de beleza do mundo foi inaugurado em 1910, em Londres, por He- lena Rubinstein. Onze anos depois, o batom passou a ser comercializado na forma de bastão. Muitas novidades chegaram ao Brasil na década de 1950, incluindo produtos mas- culinos, por meio de empresas como L’Ore- al (francesa) e Avon (norte-americana). Os protetores solares, os tratamentos a laser e os ácidos retinoicos e glicólicos chegaram ao Brasil entre as décadas de 1970 e 1980. Nos anos 1990, surgiram os cosméticos multifuncionais. No século XXI, as novidades são os neuro- cosméticos, os fonocosméticos e o uso de células-tronco de origem vegetal como ati- vos cosméticos. A cosmetologia torna-se uma ciência mul- tidisciplinar, visto que, cada vez mais, as- socia-se a outras áreas de conhecimento, como aromaterapia, aromacologia, biotec- nologia, nanotecnologia e fitoterapia. 1. Formas Cosméticas A forma de um cosmético é escolhida de acordo com sua utilização, visando à prati- cidade, à higiene e aos custos de fabricação (considerando matérias-primas e embala- gens). As formas cosméticas mais utilizadas são: sólida, stick, semissólida, líquida, gaso- sa, gel, sérum e emulsão. • Sólida: cosmético no estado sólido, como pó (talcos, máscaras argilosas, maquiagens) e cristais de banho. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética9/173 • Stick: cosméticos em bastão, como desodorantes, batons e lapiseiras de maquiagens. • Semissólida: máscaras muito consis- tentes e pomadas capilares, que con- têm elevados teores de cera e óleo. • Líquida: mistura de substâncias quí- micas, transparente ou opaca, incolor ou colorida. Os veículos utilizados po- dem ser: água, álcool, propilenoglicol e óleo. São loções aquosas (exemplos: loção tônica sem óleo), loções hidroal- coólicas (exemplos: loção de limpeza com álcool) e líquidos oleosos (exem- plo: óleo de banho). • Gasosa: cosmético em aerossol con- siste na dispersão de um líquido e/ou sólido em um gás (propelente). A pro- pulsão é feita pela embalagem (enva- se sob pressão) e por gás propelente. • Gel: forma cosmética viscosa, mucila- ginosa, que, ao secar, deixa uma pelí- cula invisível sobre a pele. Os géis são isentos de substâncias graxas. • Sérum: cosmético com textura leve e concentração de princípios ativos – geralmente maior que nos cosméticos habituais. Tem grande teor de água e uma ínfima quantidade de óleo, faci- litando a entrada do produto na pele e melhorando sua distribuição. Apre- senta, ainda, efeito sinérgico com ou- tros cosméticos de tratamento.Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética10/173 • Emulsão: produto que apresenta uma fase aquosa e uma fase oleosa mistu- radas sob a ação de um emulsionante. Pode estar classificado de acordo com sua viscosidade e quanto aos teores de água e óleo contidos. 2.1 Classificação das emulsões quanto à viscosidade • Creme: emulsão consistente – viscosi- dade média. • Loção: emulsão menos consistente que o creme – viscosidade baixa. • Leite: emulsão fluida – viscosidade abaixo da loção. • Espuma (musse): emulsão bifásica, em que a fase interna é o ar (ou outro gás) e a fase externa é um líquido ou um sólido. 2.2 Classificação das emulsões quanto ao teor de água A/O – emulsão água em óleo. Apresenta menor teor de água e maior teor de óleo, resultando em sensorial oleoso e secagem demorada. É a forma indicada para produ- tos de massagem, removedores de maquia- gem e cosméticos de forma oclusiva. O/A – emulsão óleo em água. Apresenta menor teor de óleo e maior teor de água, re- sultando em secagem rápida e toque seco e suave. É indicada para cosméticos faciais, produtos para mãos e pés (geralmente com ação desodorante). Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética11/173 A/O/A e O/A/O – emulsões múltiplas (conhe- cidas como “emulsões das emulsões”). As gotículas de uma das fases contêm, em seu interior, gotículas menores da outra fase. Ou seja, no sistema A/O/A, a fase interna, que é oleosa, tem gotículas de água em seu interior, já no sistema O/A/O, a fase interna, que é aquosa, tem gotículas de óleo. 3. Fórmulas Cosméticas 3.1 Formulação de um produto cosmético Em uma formulação ou composição cosmé- tica, são encontradas substâncias ou gru- Para saber mais Emulsão é uma dispersão constituída de dois lí- quidos, no mínimo, não miscíveis entre si. Um dos líquidos é dispersado dentro do outro, sob forma de gotas: é a fase dispersada, descontínua ou in- terna. A outra fase é a dispersante, contínua ou externa. Exemplos de emulsões naturais: leite; fil- me hidrolipídico de superfície. Link No link a seguir, você encontrará um artigo que fala sobre as questões da vaidade, da autoesti- ma e do consumo de produtos e procedimen- tos estéticos. Disponível em: <http://www. scielo.br/pdf/rausp/v50n1/0080-2107- rausp-50-01-0073.pdf>. Acesso em: 7 set. 2017. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética12/173 pos de substâncias que vão compor as se- guintes categorias: • Veículo ou excipiente. • Ativos ou princípios ativos. • Conservantes. • Corretivos. • Corantes. • Pigmentos. • Perfumes ou óleos essenciais. Veículo ou excipiente: geralmente consti- tui a maior parte da formulação, portanto é o que determinará a forma física do cosmé- tico. Por exemplo, no pó compacto, o veícu- lo é constituído por talco e calium; na loção pós-barba, por uma solução hidroalcoólica. A natureza física e química do veículo influi na estabilidade dos princípios ativos, na for- ma de liberação, na facilidade de aplicação do cosmético, na duração da ação etc. Ativos ou princípios ativos: substâncias químicas (sintéticas ou naturais) responsá- veis pelo efeito que se deseja obter. Exem- plos: Cloridróxido de alumínio – substância sinté- tica usada como adstringente (antiperspi- rante) em desodorantes. Colágeno – bioativo de origem animal utili- zado como hidratante. Flavonóis – bioativos de origem vegetal cuja função é aumentar a resistência dos vasos sanguíneos; são antirradicais livres. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética13/173 Conservantes: substâncias que protegem o produto cosmético tanto de contaminações microbianas como de oxidações indesejá- veis, assegurando, dessa forma, seu prazo de validade e segurança de uso. Corretivos: substâncias que vão corrigir a fórmula conforme o efeito desejado. São os espessantes, emulsificantes, sequestrantes e neutralizadores de pH. Corantes e pigmentos: de origem animal ou sintética, destinam-se a produzir sensa- ções visuais ao indivíduo. Perfumes ou óleos essenciais: compostos por várias substâncias aromáticas que con- ferem ao produto individualidade. 3.2 Principais formulações cos- méticas 3.2.1 Sabonetes Produtos utilizados com a finalidade de hi- gienizar a pele, remover as sujidades. Deve- -se dar preferência aos sabonetes líquidos ou cremosos, pois são menos alcalinos, res- secando menos a pele. Muitas pessoas ainda acreditam que devem lavar a pele várias vezes ao dia com sabo- nete. O que não sabem é que essa prática é prejudicial, uma vez que os sabonetes, além de ressecarem a pele, retiram a camada de proteção, deixando a pele vulnerável às agressões do meio. O ideal é usar sabone- Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética14/173 tes, no máximo, duas vezes ao dia nas peles mistas e oleosas. Para as peles muito alípi- cas, existem leites e emulsões de limpeza com ação menos agressiva. Não se deve esquecer de que os tensoati- vos (detergentes) contidos nos sabonetes e xampus devem ser removidos completa- mente da pele e dos cabelos. 3.2.2 Demaquilantes Produtos destinados a remover a maquia- gem da pele. Devem ser utilizados antes da higienização com sabonete, para fazer a remoção dos pigmentos e resíduos da ma- quiagem, que obstruem os poros. Todo demaquilante tem algum tipo de óleo em sua formulação, para facilitar o arraste de pigmentos. 3.2.3 Loções tônicas Equilibram o pH da pele, devolvendo-lhe a normalidade que foi retirada com a utiliza- ção do higienizante. Podem ter ação ads- tringente, calmante, hidratante ou revigo- rante. Os ativos com ação adstringente mais utili- zados são: • Ácidos orgânicos de baixo peso mole- cular (ácido cítrico e ácido lático). • Álcoois (etanol). • Extratos vegetais ricos em taninos (hamamélis). • Sulfato de zinco. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética15/173 Alguns exemplos de ativos utilizados em tônicos com função específica são: • Alantoína (ação reepitelizante). • Alfabisabolol (ação anti-inflamató- ria). • Calêndula (ação calmante). • Pantenol (ação emoliente). • Tília (ação calmante). 3.2.4 Esfoliantes Produtos que têm a finalidade de afinar a capa córnea da epiderme, removendo as células mortas. Apresentam-se na forma de cremes, géis, sabonetes. Um esfoliante pode ter ação química na pele; são os chamados queratolíticos, subs- tâncias que reagem quimicamente, desfa- zendo a camada superficial de queratina na pele. Pode também ter efeito físico ou mecânico. Nesse caso, apresentam, em sua formula- ção, grânulos, que podem ser microesferas de polietileno, caroços de frutas triturados ou qualquer outra substância capaz de ge- rar atrito na pele e remover células mortas por ação mecânica. Cuidado especial deve ser tomado com es- foliantes à base de cristais, como sal e açú- car refinados, pois podem provocar micro- arranhaduras e microfissuras na pele. O uso diário de esfoliantes é contraindi- cado para a maioria dos tipos de pele, pois Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética16/173 pode levar à remoção exagerada da cama- da de proteção, deixando o órgão exposto a agressões ambientais. 3.2.5 Emulsões Formulações que contêm óleo, água e um agente emulsionante. Podem variar quan- to a sua viscosidade (cremes, loções, loções cremosas, leite, musses) e quanto ao teor de água e óleo. Gel-creme é uma emulsão O/A com aspecto mais leve, quando comparado ao creme. 3.2.6 Géis Formulações feitas à base de água, sem ne- nhum tipo de óleo. São indicados para peles muito oleosas e acneicas. 3.2.7 Máscaras Utilizadas para finalização de protocolos estéticos. Podem ter ação calmante, hidra- tante, nutritiva, secativa ou tensora da pele. As máscaras podemser apresentadas nas formas de gel, creme e pó. Esta última deve ser misturada a loções ou soro fisiológico, por isso, algumas são vendidas com o di- luente específico. A finalidade da máscara é aumentar a pene- tração (ou permeação) dos ativos aplicados anteriormente na pele, além de promover a entrada de seus próprios ativos pelo tempo de contato. A maioria das máscaras deve permanecer na pele por cerca de 20 minu- tos, em média, para que tenha sua ação as- segurada. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética17/173 As máscaras chamadas hidroplásticas cos- tumam ter alginato em sua formulação, o que lhes permite secar na forma de uma pe- lícula plástica que promove a oclusão dos ativos colocados na pele. Se a aplicação da máscara for feita sobre uma gaze, sua re- moção se torna mais fácil. Máscaras de gesso ou porcelana devem ser aplicadas sobre algodão e gaze e também têm a função de ocluir os ativos colocados na pele, aumentando sua penetração. Algumas máscaras tensoras formam uma fina película, como uma segunda pele. Por demorarem um pouco mais para secar, tam- bém é possível coloca-las sobre uma gaze fina, que, além de facilitar a secagem, ajuda na remoção da máscara. Quando em forma de gel ou creme, as más- caras podem ser removidas com espátula. Na sequência, deve-se retirar os resíduos com algodão e gaze embebidos em água ou loção. Para saber mais A fabricação de produtos cosméticos envolve uma sucessão de operações que vão desde a pesagem das matérias-primas até sua mistura em equipa- mentos apropriados. Todo processo de fabricação segue um conjunto de ações abrangentes descri- tas no Manual de GMP (Good Manufacturng Prac- ticies, isto é, Boas Práticas de Fabricação). Essas normas e procedimentos tratam também de hi- giene do trabalho, limpeza e sanitização de equi- pamentos de fabricação e envase. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética18/173 4. Legislação Cosmética 4.1 Classificação dos produtos cosméticos Os produtos cosméticos podem ser classifi- cados de diferentes formas: • Classe de produtos. • Função. • Risco sanitário. • Forma de apresentação dos cosméti- cos. 4.1.1 Classe de produtos Os produtos são divididos em quatro gru- pos, segundo suas finalidades gerais: per- fume, produto de higiene, produto de uso infantil e cosmético. 4.1.2 Função Considerando-se sua função principal, os cosméticos podem higienizar, conservar, proteger, reparar, corrigir, maquilar e enfei- tar. Link No próximo link, você encontrará informações sobre formulações cosméticas contendo pante- nol. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/ teses/disponiveis/60/60137/tde-17012007- 143439/pt-br.php>. Acesso em: 12 dez. 2017. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética19/173 Há muito tempo, os produtos deixaram de ter uma única função, como sabonetes para higienizar, loções para tonificar e hidratan- tes para hidratar. Vive-se a era dos produ- tos multifuncionais, com atuação cada vez mais complexa e eficiente na pele. Assim, por exemplo, existem sabonetes que são esfoliantes e hidratantes, loções que equilibram o pH, hidratam, combatem os radicais livres ou têm ação adstringente associada à ação calmante. Há hidratantes que são, ao mesmo tempo, antienvelheci- mento, calmantes, antioxidantes e proteto- res solares. 4.2.3 Risco sanitário Indica o grau de risco que um produto pode oferecer ao usuário quando utilizado de for- ma adversa. Grau I (risco mínimo): pertencem a esse grau os produtos com propriedades básicas, sem necessidade de comprovação de eficá- cia e sem a necessidade de conter em seus rótulos informações detalhadas quanto a modo e restrições de uso. Exemplos são: sa- bonetes, xampus, cremes hidratantes, óle- os, perfumes e maquiagens sem proteção solar e sem ações específicas como efeito antisséptico, antiacne e antienvelhecimen- to. Grau II (risco máximo ou potencial): per- tencem a esse grau os produtos com indi- Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética20/173 cações específicas, com eficácia e segurança comprovadas. O rótulo deve conter informações detalhadas quanto a modo e restrições de uso. Exemplos são xampus tonalizantes, xampus anti- caspa, protetores solares, desodorantes antiperspirantes, esfoliantes químicos, tinturas capila- res, clareadores faciais e cosméticos antienvelhecimento. A classificação é baseada em fatores como composição química, local de aplicação do cosmé- tico, tempo de contato do produto com o local da aplicação e o usuário do cosmético. Em razão deste último fator, todos os produtos infantis são classificados como Grau II, já que a criança tende a utilizá-lo de forma incorreta. Para saber mais A Legislação Brasileira que rege a preparação e a comercialização de produtos cosméticos abrange alguns órgãos governamentais, como: • Ministério da Saúde: estabelece leis com o objetivo de regulamentar diversos segmentos ligados à Saúde Pública, incluindo a fabricação de produtos cosméticos. • Ministério da Justiça: regulamenta as informações que devem ser transmitidas ao consu- midor. • Ministério do Meio Ambiente: controla a poluição do ar e das águas, de que faz parte o tra- tamento de efluentes despejados pelas indústrias, incluindo a de cosméticos. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética21/173 Link No link a seguir, você encontrará informações so- bre a Legislação de Produtos cosméticos determi- nadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilân- cia Sanitária) e saberá distinguir os produtos de Grau I e Grau II. Disponível em: <http://portal. anvisa.gov.br/cosmeticos>. Acesso em: 6 set. 2017. http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética22/173 Glossário Grau de Risco I: produtos isentos de registro no Ministério da Saúde, que oferecem riscos míni- mos ao usuário. Grau de Risco II: produtos que devem ter segurança e eficácia comprovadas, além do registro no Ministério da Saúde. Cosméticos naturais: estendem seus efeitos por todo o organismo. As fases oleosas são feitas com ceras e esqualenos naturais, além de lanolina e ésteres, fosfolipídeos, derivados biológicos. Questão reflexão ? para 23/173 Prezado aluno, Conforme você viu na aula, as formas cosméticas são o modo como os cosméticos estão disponíveis para o consumidor. Faça uma revisão geral de todas as formas cosméticas e liste-as. Reflita se todas elas podem ser utilizadas em todos os tipos de pele. Se você achar que sim, explique; se discordar, justifique. 24/173 Considerações Finais • Cosmetologia é a ciência que trata da preparação, da estocagem e da apli- cação de produtos cosméticos, bem como das regras que orientam essas atividades – sejam elas de natureza física, química, biológica ou microbio- lógica. • Cosméticos, produtos de higiene e perfumes são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo, nas diversas partes do corpo humano – pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais ex- ternos, dentes e membranas mucosas de cavidade oral. • Produtos de Grau I são aqueles que oferecem risco mínimo ao indivíduo, como xampus, sabonetes e outros sem filtro solar. Produtos de Grau II são aqueles que oferecem risco aos usuários, por exemplo: filtros solares, pro- dutos infantis e produtos antienvelhecimento. • A legislação brasileira que rege a preparação de produtos cosméticos abran- ge vários órgãos, como: Ministério da Saúde, Ministério da Justiça, Ministé- rio do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Ministério do Meio Ambiente. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética25/173 Referências ANVISA. Agência Nacionalde Vigilância Sanitária. Cosméticos. Disponível em: <http://portal.an- visa.gov.br/cosmeticos>. Acesso em: 6 set. 2017. CAMARGO JUNIOR, F. B. de. Desenvolvimento de formulações cosméticas contendo pantenol e avaliação dos seus efeitos hidratantes na pele humana por bioengenharia cutânea. 2006. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, 2006. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponi- veis/60/60137/tde-17012007-143439/pt-br.php>. Acesso em: 12 dez. 2017. HERNANDEZ, M; MERCIER-FRESNEL, M. M. Manual de cosmetologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Revin- ter, 1999. LACRIMANTI, L. M; VASCONCELOS, M. G; PEREZ, E. Curso didático de estética: volume 1. 2. ed. São Caetano do Sul: Yendis, 2014. REBELLO, T. Guia de produtos cosméticos. 8. ed. São Paulo: Editora Senac, 2004. STREHLAU, V. I.; CLARO, D. P.; LABAN NETO, S. A. A vaidade impulsiona o consumo de cosméticos e de procedimentos estéticos cirúrgicos nas mulheres? Uma investigação exploratória. R. Adm. São Paulo, v. 50, n. 1, jan.-mar., 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rausp/v50n1/ 0080-2107-rausp-50-01-0073.pdf>. Acesso em: 7 set. 2017. http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos 26/173 Assista a suas aulas Aula 1 - Tema: Introdução a Cosmetologia. Blo- co I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ f5c7829620f55eacd3a09cdd348db207>. Aula 1 - Tema: Introdução a Cosmetologia. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/pA- piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/0e- 0c7b175552c4de2475f9992dbbbd49>. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/f5c7829620f55eacd3a09cdd348db207 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/f5c7829620f55eacd3a09cdd348db207 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/f5c7829620f55eacd3a09cdd348db207 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/0e0c7b175552c4de2475f9992dbbbd49 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/0e0c7b175552c4de2475f9992dbbbd49 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/0e0c7b175552c4de2475f9992dbbbd49 27/173 1. Princípios ativos são substâncias químicas (sintéticas ou naturais) respon- sáveis pelo efeito que se deseja obter. Um exemplo de bioativo de origem animal utilizado como hidratante é o(a): a) Colágeno. b) Cloridróxido de alumínio. c) Flavonol. d) Matrixyl. e) Óxido de zinco. Questão 1 28/173 2. São produtos que têm a finalidade de afinar a capa córnea da epiderme, removendo as células mortas. Apresentam-se na forma de cremes, géis, sabonetes. A forma cosmética citada corresponde ao: a) Creme. b) Gel. c) Sérum. d) Esfoliante. e) Sabonete. Questão 2 29/173 3. Formas cosméticas que equilibram o pH da pele, devolvendo-lhe a nor- malidade que foi retirada com a utilização do higienizante. Podem ter ação adstringente, calmante, hidratante ou revigorante na pele, são os(as): a) Esfoliantes. b) Máscaras. c) Loções tônicas. d) Géis. e) Sabonetes. Questão 3 30/173 4. A forma cosmética que se apresenta como máscaras muito consistentes e pomadas capilares, que contêm elevados teores de cera e óleo é a: a) Sólida. b) Semissólida. c) Líquida. d) Gel. e) Sérum. Questão 4 31/173 5. As formulações cosméticas de origem animal ou sintética, que se desti- nam a produzir sensações visuais ao indivíduo, são os: a) Conservantes. b) Hidratantes. c) Corretivos. d) Corantes ou pigmentos. e) Veículos ou excipientes. Questão 5 32/173 Gabarito 1. Resposta: A. O colágeno é uma proteína que dá estrutu- ra, firmeza e elasticidade à pele, ele é produ- zido naturalmente pelo corpo, mas também pode ser encontrado em alimentos como carne e gelatina, em cremes hidratantes ou suplementos alimentares em cápsulas ou pó. Essa proteína é muito importante para manter as células firmes e unidas, não ape- nas da pele, mas também de outros teci- dos, como para conservar a integridade dos músculos, dos ligamentos, dos tendões e das articulações, melhorando a sua saúde. O colágeno é muito utilizado como bioativo de origem animal e um potente hidratante. 2. Resposta: D. Um esfoliante pode ter ação química na pele, como os chamados queratolíticos, substân- cias que reagem quimicamente com a pele, desfazendo a camada superficial de quera- tina. Pode também ter efeito físico ou me- cânico, para este último, os esfoliantes têm, em sua formulação, grânulos, que podem ser microesferas de polietileno, caroços de frutas triturados ou qualquer outra subs- tância capaz de gerar atrito na pele e remo- ver células mortas por ação mecânica. 33/173 Gabarito 3. Resposta: C. As loções tônicas têm a finalidade de equili- brar o pH da pele, devolvendo-lhe a norma- lidade retirada com a utilização do higieni- zante. Podem ter ação adstringente e cal- mante, hidratante ou revigorante na pele. 4. Resposta: B. Formas semissólidas são demasiadamente utilizadas, trata-se de máscaras muito con- sistentes e pomadas capilares, que contêm elevados teores de cera e óleo. 5. Resposta: D. Corantes ou pigmentos são formulações cosméticas de origem animal ou sintética, que se destinam a produzir sensações visu- ais no indivíduo. 34/173 Unidade 2 Fitoterápicos Objetivos 1. Conhecer a importância da fitotera- pia na área de cosmetologia e cos- miatria. 2. Compreender a ação das medicinas alternativas para cura e o bem-estar. 3. Entender o que são fitocosméticos e seus principais mecanismos de ação. Unidade 2 • Fitoterápicos35/173 Introdução O interesse e a integração da medicina al- ternativa na prática da saúde convencional são as duas tendências de crescimento mais rápido na medicina atual. O apelo, para os pacientes, das terapias alternativas é evi- denciado pelas estatísticas rotineiramente registradas nos principais jornais médicos. Muitas vias de tratamentos alternativos po- dem desempenhar papéis vitais na prática de dermatologia cosmética. É interessante que os profissionais da medicina ocidental tradicional, e seus pacientes, não ignorem a proliferação da medicina alternativa, em todas as suas facetas, como um componen- te viável para um tratamento abrangente. No mínimo, os profissionais de saúde se tor- nam mais capazes de servir a seus pacientes quando estão preparados para discutir uma gama de opções mais completa ou investi- gar as interações potenciais de medicações prescritas com qualquer um dos produtos herbáceos ou outras terapias de que seus pacientes possam fazer uso. Atualmente, muitos pacientes usam esses tratamentos “da moda”, logo é importante compreender a filosofia e a ciência por trás dessas terapias. Esta aula inclui o assunto terapia alternati- va, que diz respeito à fitoterapia e aos be- nefícios que ela pode trazer a todos os pa- cientes. Apesar de vários ingredientes descritos se- rem encontrados em diversos produtos cos- méticos, está claro que mais pesquisas são necessárias para determinar sua eficácia e Unidade 2 • Fitoterápicos36/173 evoluir nos estudos das terapias alternati- vas. 1 Medicina Fitoterápica Medicina botânica ou fitoterápica é a forma mais antiga de tratamento médico conhe- cida pela humanidade. Arqueólogos des- cobriram pigmentos de pintura corporal oriundos de plantas em sítios paleolíticos. No Paquistão, óleos essenciais e frascos com traços de perfumes datando de mais de 5 mil anos foram recuperados. Até mesmo Cleópatra utilizou plantas para se manter bela. Atualmente, é quase impossível andar por uma loja de cosméticos sem observar companhias que utilizam vegetais para au- mentar seu potencial de vendas. As ervas são e continuarão a ser parte inte- gral da medicina. Uma erva é uma planta ou parte deuma planta utilizada para remédio, tempero ou óleo aromático. Aproximada- mente 25% de todas as drogas prescritas são derivadas de plantas (ALVES et al, 2014). Uma erva pode ser uma flor, folha, caule, se- mente, raiz, fruta, casca ou qualquer outra parte de uma planta. Ervas funcionam da mesma forma que as drogas convencionais, com base nas pro- priedades dos constituintes químicos. Elas têm um grande número de compostos quí- micos de ocorrência natural que processam diferentes ações bioquímicas. Muitas dro- gas utilizadas atualmente provêm original- mente de produtos químicos encontrados em ervas. Unidade 2 • Fitoterápicos37/173 Os farmacêuticos replicam os compostos ativos das ervas para produzir formas mais confiáveis e concentradas de compostos de ocorrência natural. Alguns exemplos são os digitálicos, da erva-dedal; a reserpina, da serpentária; e a morfina, da papoula. A herbologia é praticada em três siste- mas principais: medicina botânica chinesa, herbologia ayurveda e medicina botânica oriental. A primeira e a segunda são base- adas no equilíbrio do corpo e nos sistemas orgânicos afetados pela erva. Certas plantas contêm diferentes qualida- des, como calor ou frio, amargo ou ácido, e elas geralmente são utilizadas em uma fór- mula que abrange várias ervas destinadas a um desequilíbrio de todo o sistema corpo- ral. Inversamente, os medicamentos ocidentais fitoterápicos são categorizados de modo si- milar aos medicamentos de prescrição ou venda livre. Ou seja, são divididos em gru- pos de acordo com seus efeitos fisiológicos e prescritos em conformidade. Para saber mais Cada vez mais, cresce, em nível mundial, o que tem sido chamado de “onda verde”, isto é, o inte- resse pela utilização de produtos vegetais, tanto do ponto de vista farmacológico como do cosme- tológico. Essa utilização abrange os extratos, que são preparações líquidas obtidas pela extração de seus princípios ativos por diversos métodos, veiculados geralmente em propilenoglicol, dando origem aos extratos glicólicos, muito utilizados em produtos cosméticos. Unidade 2 • Fitoterápicos38/173 2 Fitocosmética Segmento da ciência cosmetológica que se dedica ao estudo e à aplicação dos extra- tos e princípios ativos obtidos dos vegetais em proveito de higiene, estética, correção e manutenção de um estado normal e sadio da pele. 2.1 Conceitos básicos em fito- cosmética • FITOTERAPIA: termo usado para se re- ferir à terapêutica que utiliza os medi- camentos cujos princípios ativos são advindos de plantas ou derivados ve- getais e que tem a sua origem no co- nhecimento e no uso popular (DE PAS- QUALE, 1984). • FITOTERÁPICO ou FITOMEDICAMEN- TO: produto medicamentoso à base de vegetais, ou seja, tem um ou mais princípios ativos vegetais em sua for- ma bruta, como: extratos, tinturas ou pó (SIMÕES, 1999). Link No link a seguir, você encontrará informações so- bre como se iniciou a fitoterapia e a sua impor- tância no mercado cosmético. Disponível em: <www.fitoterapia.com.br>. Acesso em: 19 set. 2017. http://www.fitoterapia.com.br Unidade 2 • Fitoterápicos39/173 • FITOFÁRMACO: fármacos com carac- terísticas químicas capazes de desen- cadear determinado efeito sobre o sis- tema biológico. Quando presente em uma formulação, caracteriza um pro- duto alopático comum, e não fitoterá- pico. Exemplo: papaína 3% em creme base q.s.p. 30 g (SIMÕES, 1999). • MARCADOR FARMACOLÓGICO: no âmbito da fitoterapia, substância con- tida no vegetal, ou parte deste, res- ponsável pela atividade farmacoló- gica. Às vezes, pode-se encontrar um grupo de marcadores, e não apenas uma única substância (SIMÕES, 1999). • MARCADOR FITOQUÍMICO: substân- cia contida no vegetal, ou parte deste, que o caracteriza fitoquimicamente. Nem sempre o marcador fitoquímico é também o marcador farmacológico. Exemplos: cáscara sagrada = marca- dor fitoquímico e farmacológico per- tencem à mesma classe (antraquino- nas); Peumus boldus = o marcador fi- toquímico é a boldina (alcaloide) e os marcadores farmacológicos para as atividades colerética e colagoga são os terpenos (SIMÕES, 1999). • PRINCÍPIO ATIVO: substância ou con- junto de substâncias quimicamente definidas responsáveis pela ação far- macológica das drogas vegetais (SI- MÕES, 1999). Unidade 2 • Fitoterápicos40/173 Para saber mais Os óleos fixos vegetais são obtidos dos frutos ou apenas das sementes e são ricos em triglicerídeos (fração sa- ponificável). A fração insaponificável é heterogênea e nela encontramos: esqualeno, fitosteróis, provitaminas e vitaminas lipossolúveis, principalmente as vitaminas A e E. É uma fração muito importante para a cosméti- ca, e muitos dos óleos utilizados têm valor exatamente por conter essa fração. Link No link a seguir, você encontrará informações interessantes sobre permeação, penetração e absorção trans- dérmica de ativos cosméticos na pele. Disponível em: <http://www.saocamilo-sp.br/novo/eventos-no- ticias/saf/resumo-23.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2017. Unidade 2 • Fitoterápicos41/173 3. Ações Terapêuticas dos principais Fitocosméticos 3.1 Arnica É usada em formulações para prevenção e tratamento de microvarizes e em produtos cosmiátri- cos. 3.2 Castanha-da-índia “Os extratos são obtidos das sementes de Aesculus hippocastanum (Hipocastanaceae). Contém saponinas triterpênicas (escina), taninos, flavonoides (quercetina e canferol) e heterosídeos Obtido dos capítulos florais de Arnica montana (Compositae), o extrato contém ácidos orgânicos, carotenoides, flavonoides, óleo essencial, saponinas e taninos, entre outras substâncias. Tem ação adstringente, anti-inflamatória, antisséptica, funcionando como descongestionante e estimulante celular (SIMÕES, 1999, p. 234). Unidade 2 • Fitoterápicos42/173 cumarínicos (esculosídeo)” (SIMÕES, 1999, p. 236). Tem ação antivaricosa e é utilizada no tratamento de varizes, microvarizes, he- morroidas e edema oriundos da estase ve- nosa. 3.3 Cavalinha Os extratos são obtidos das partes aére- as de Equisetum arvensi (Equisetaceae), que contêm compostos solúveis de silício, tani- nos, saponinas (equisetonina), flavonoides (isoquercetina, campferol), alcaloides (nico- tina, palustrina e outros), vitamina minerais (Ca, Mg, Na, F, Mn, S, P, Cl, K etc.). Tem ação diurética, hemostática, anti-inflamatória e remineralizante. É usada no tratamen- to de distúrbios geniturinários e respirató- rios. Algumas preparações têm sido usadas no tratamento de doenças cardiovascula- res (aterosclerose e hipertensão arterial) e reumáticas. Também é utilizada como su- plemento remineralizante. Os extratos são empregados em produtos dermatológicos e cosméticos por sua ação cicatrizante (SI- MÕES, 1999). 3.4 Hamamélis Os extratos são obtidos da casca e das fo- lhas de Hamamelis virginiana (Hamamelida- ceae). Contém taninos, saponinas, flavo- noides (quercetol, campferol, glicosídeos flavonídicos do campferol), mucilagens e resinas, entre outras substâncias. Tem ação adstringente, hemostática, vasoconstritora, Unidade 2 • Fitoterápicos43/173 tonicovascular e anti-hemorrágica. É usa- do em afecções do sistema vascular veno- so, como varizes, flebites e hemorroidas, e também como antidiarreico. O extrato e a água de hamamélis são indicados em pro- dutos cosméticos e cosmiátricos para pes- soas com pele mista e oleosa, bem como em loções adstringentes e tônicas (SIMÕES, 1999, p. 243). 3.5 Hera Os extratos são obtidos das folhas de Hede- ra helix (Araliaceae), que contêm saponinas triterpênicas (a-hederina e hederacosídeo), rutina, emetina, carotenoides e α-tocoferol, entre outras substâncias. Tem ação anti-in- flamatória, cicatrizante, antivaricosa e anti- celulítica. É usada em formulações de anti- varicosos tópicos e de produtos cosméticos e cosmiátricos para celulite (SIMÕES, 1999, p. 245). 3.6 Calêndula É obtida das flores de Calendula officinalis (Asteraceae), ricas em flavonoides, triter- penos, taninos, ácido salicílico, esqualeno e óleosessenciais, entre outros compostos. Tem ação anti-inflamatória, antiséptica, adstringente, cicatrizante, emoliente e ati- vadora da circulação. Em cosmiatria, o seu uso é indicado em formulações antirrugas, em formulações para atenuação de cicatri- zes e em produtos para pessoas com pele sensível (SIMÕES, 1999, p. 244). Unidade 2 • Fitoterápicos44/173 3.7 Camomila “Os extratos são obtidos dos capítulos flo- rais de Matricaria chamomila (Compositae), contêm azuleno, α-bisabolol, cumarinas (umbeliferona e metilumbeliferona) e fla- vonoides (apigenol, luteolina e quercetina), entre outras substâncias” (SIMÕES, 1999, p. 245). A camomila pode ser usada em for- mulações de uso interno, porque tem ação antiespasmódica, carminativa e calmante suave. Os extratos de camomila também podem ser utilizados em produtos derma- tológicos e cosméticos por sua ação tópica anti-inflamatória, antialérgica, desconges- tionante e refrescante. 3.8 Óleo de melaleuca “É obtido das folhas e dos ramos terminais de uma árvore australiana, Melaleuca alte- mifolia (Myrtaceae), conhecida por tea tree. Contém α-pineno, terpenos, limoneno e ci- neol, entre outros constituintes” (SIMÕES, 1999). Tem ação antifúngica, antisséptica e cicatrizante, não apresenta propriedades irritantes ou corrosivas para os tecidos. 3.9 Maçã e pepino Utilizados na cosmética como antirrugas. As rugas são um fenômeno natural em ra- zão do envelhecimento da pele e da perda da elasticidade da epiderme. Seu apareci- mento pode ser retardado associando-se fi- tocosméticos com dieta à base de produtos naturais, sono restaurador e vida regrada. Unidade 2 • Fitoterápicos45/173 3.10 Cenoura “O óleo é obtido por extração de Daucus ca- rota (Umbelliferae), rico em β-caroteno. Sua ação deve-se principalmente ao fato de conter elementos provitamina A” (SIMÕES, 1999, p. 245). Seu princípio ativo é rapida- mente absorvido pela pele e tem ação tópi- ca emoliente e calmante, além disso, é fre- quentemente usado em bronzeadores. 3.11 Urucum “Do urucum (Bixa orelIana, Bixaceae), obtém- -se um pó do revestimento das sementes, usado como corante de alimentos (mantei- ga, margarina, queijos e massas)” (SIMÕES, 1999, p. 241). Dissolvido em óleos, é atual- mente usado em formulações de bronzea- dores, já que seu pigmento serve como filtro solar para a porção ultravioleta, mais insa- lubre à pele humana. 3.12 Copaíba “É utilizado o óleo-resina extraído do cau- le de Copaifera sp. (Leguminoseae). Contém ácido copaíbico, ésteres, resinoides, óleo essencial: β-cariofileno, α-humuleno, β-bi- saboleno e sesquiterpenos” (SIMÕES, 1999, p. 243). Sua utilização é cicatrizante e antis- séptica, além de anti-inflamatória, expec- torante, diurética e emoliente. Unidade 2 • Fitoterápicos46/173 3.13 Mutamba As cascas de Guazuma ulmifolia (Sterculiace- ae) são utilizadas por conterem alcaloides isoquinólicos, saponinas triterpênicas, tani- nos e amido. A mutamba utilizada como ci- catrizante de feridas e úlceras, dermatoses, bronquite, asma, tosse, pneumonia e outras afecções do aparelho respiratório. Também é usada em tratamentos de queda de cabe- lo, caspa, seborreia e afecções parasitárias do couro cabeludo (SIMÕES, 1999). 3.14 Jojoba Seu óleo é extraído das sementes de Sim- mondsia ehinensis e Simmondsia ealiforniea (Buxaceae). Diversamente dos outros óleos vegetais e animais, não é composto de tri- glicérides, e sim de ésteres de ácidos graxos com álcoois graxos, razão pela qual é co- nhecida como “cera líquida”. Tem aprovei- tamento em produtos cosméticos e cosmi- átricos, nas concentrações de 1 a 5%, como emoliente, principalmente para pessoas com pele seca e sensível. Pode ser usado em cosméticos como matéria-prima substituta do espermacete; como emoliente e sobre- -engordurante para pele seca e sensível; como condicionador para cabelos secos, entre outros usos. Na indústria farmacêuti- ca, é utilizado como agente antiespumante no processo fermentativo da produção de alguns antibióticos (SIMÕES, 1999). Unidade 2 • Fitoterápicos47/173 3.15 Óleo de amêndoas Obtido das sementes de Prunus dulcis (Ro- saceae), tem propriedades nutritivas, hidra- tantes e emolientes. É empregado em cos- méticos já há muito tempo; em cosmiatria, é especialmente utilizado nos cremes e lo- ções para prevenção de estrias gravídicas (SIMÕES, 1999). 3.16 Óleo de macadâmia Obtido das nozes de Macadamia ternifolia, é a maior fonte vegetal de ácido palmitolei- co (25%) e rico em ácido oleico (40%). Tem ação emoliente e hidratante. É usado em produtos cosméticos e cosmiátricos para massagem e antienvelhecimento. Também utilizado na forma de microcápsulas de ágar com óleo de macadâmia, nas concentrações de 5 a 10% (SIMÕES, 1999, p. 247). 3.17 Andiroba É utilizado o óleo extraído das sementes de Carapa guianensis (Meliaceae), que contém ácido mirístico, ácidos palmítico, oleico e li- noleico. Atua como suavizante contra pica- das de insetos e em feridas. 3.18 Citronela É utilizado o óleo essencial de Cymbopogon sp. (Gramineae). Contém citronelal, citral, geranial, neral, isovaleraldeído, decilalde- ído, cetonas, álcoois como geraniol, nerol, metileptenol, farnesol, terpenos, como de- penteno e mirceno. Contém, ainda, triter- Unidade 2 • Fitoterápicos48/173 penoides (cimbopogonol e cimbopagona). O óleo é usado contra picadas de insetos e feridas” (SIMÕES, 1999). 3.19 Chá verde Vários produtos cosméticos contêm o ex- trato de chá verde, que apresenta proprie- dades anti-inflamatórias, antioxidantes que evitam a ação de radicais livres, antienve- lhecimento. Proporciona ao organismo um aumento no metabolismo e tem ação anti- cancerígena. Para saber mais Óleos essenciais e óleos resinas são substâncias vegetais que acompanham a fração oleosa. Em- bora se assemelhem ao material lipídico, dife- renciam-se destes em vários aspectos: são des- tiláveis com vapor d’água, dotados de aroma e apresentam estrutura química bem diferente. São extraídos de várias partes da planta: caule, folhas e flores. Os principais exemplos são: óleo de copa- íba, óleo de bétula e óleo de melaleuca. Unidade 2 • Fitoterápicos49/173 Link No próximo link, você encontrará um artigo cien- tífico sobre os benefícios do óleo de melaleuca no tratamento da acne Grau III – uma revisão da literatura. Disponível em: <http://periodicos. unincor.br/index.php/revistaunincor/arti- cle/view/2008>. Acesso em: 13 dez. 2017. Unidade 2 • Fitoterápicos50/173 Glossário FDA: sigla para Food and Drug Administration, que significa Administração de Comidas e Remé- dios. FDA é um órgão do governo dos Estados Unidos, criado em 1862 com a função de controlar os alimentos e medicamentos, por meio de diversos testes e pesquisas. Fitoterápico ou fitomedicamento: produto medicamentoso que contém, na sua formulação, um ou mais produtos derivados de vegetais em sua forma bruta, ou seja, extratos, tinturas ou pó, como princípio ativo. Princípio ativo: substância ou conjunto de substâncias quimicamente definidas responsáveis pela ação farmacológica das drogas vegetais. Questão reflexão ? para 51/173 Prezado aluno, Conforme visto, a fitocosmética está crescendo mundial- mente a cada dia. Muitas pessoas buscam tratamentos “mais naturais”. Dessa forma, é de grande importância sua compreensão e assimilação da importância da fito- terapia na cosmetologia, pois, com essa grande ascensão de mercado, produtos novos surgem diariamente. Para essa atividade de reflexão, a proposta é que você escolha cinco fitocosméticos de uso na cosmetologia e na cos- miatria e realize uma breve revisão bibliográfica de cada um deles, nas quais deve conter: nome, princípios ativos encontrados e sua ação terapêutica. Bom trabalho! 52/173 Considerações Finais • Vimos que fitoterapia é o termo utilizado para se referir à terapêutica que utiliza os medicamentos cujos princípios ativos são advindos de plantas ou derivados vegetais e que têm a sua origemno conhecimento e no uso po- pular (DE PASQUALE, 1984). • A fitocosmética é o segmento da ciência cosmetológica que se dedica ao estudo e à aplicação dos extratos e princípios ativos obtidos dos vegetais em proveito de higiene, estética, correção e manutenção de um estado normal e sadio da pele. • Muitos fitocosméticos surgem no mercado diariamente, e é de suma im- portância estar sempre se atualizando. Unidade 2 • Fitoterápicos53/173 Referências ALVES, A. C. S. et al. Aspectos botânicos, químicos, farmacológicos e terapêuticos do Hypericum perforatum L. Rev. Bras. Plantas Med. Botucatu, v. 16, n. 3, p. 593-606, 2014. BACCOLI, B. C.; REIS, D. A. dos; SCIANI, M. D.; CARVALHO, A. A. Os benefícios do óleo de melaleuca na acne grau II e III: uma revisão de literatura. Revista da Universidade Vale do Rio Verde. Três Corações, v. 13, n. 1, p. 536-547, 2015. Disponível em: <http://periodicos.unincor.br/index.php/ revistaunincor/article/view/2008>. Acesso em: 13 dez. 2017. BAUMANN, L. Dermatologia cosmética – princípios e práticas. 1. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. DE PASQUALE, A. Pharmacognosy: oldest modern science. Journal of Ethnopharmacology. [S.l.], v. 11, p. 1-6, 1984. FITOTERAPIA e terapias complementares. Disponível em: <www.fitoterapia.com.br>. Acesso em: 19 set. 2017. HERNANDEZ, M; MERCIER-FRESNEL, M. M. Manual de cosmetologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Revin- ter, 1999. REBELLO, T. Guia de produtos cosméticos. 8. ed. São Paulo: Editora Senac, 2004. http://periodicos.unincor.br/index.php/revistaunincor/article/view/2008 http://periodicos.unincor.br/index.php/revistaunincor/article/view/2008 http://www.fitoterapia.com.br Unidade 2 • Fitoterápicos54/173 SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.; PETROVICK, P. R. Farmacogonosia: da planta ao medicamento. 5. ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 1999. STOCCO, L. S.; SILVA, S. F.; FARIA, L. G. Permeação cutânea. In: Simpósio de Assistência Farmacêu- tica, II, 2014, São Paulo. Resumos... São Paulo: Centro Universitário São Camilo, 2014. Disponí- vel em: <http://www.saocamilo-sp.br/novo/eventos-noticias/saf/resumo-23.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2017. 55/173 Assista a suas aulas Aula 2 - Tema: Permeação e Absorção Cutânea. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ dc7ae51a4d15c07b52f09dcf43fc080c>. Aula 2 - Tema: Permeação e Absorção Cutânea. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ f4bb0ac0c0acad999bb25031455aa05e>. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/dc7ae51a4d15c07b52f09dcf43fc080c https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/dc7ae51a4d15c07b52f09dcf43fc080c https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/dc7ae51a4d15c07b52f09dcf43fc080c https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/f4bb0ac0c0acad999bb25031455aa05e https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/f4bb0ac0c0acad999bb25031455aa05e https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/f4bb0ac0c0acad999bb25031455aa05e 56/173 1. Óleo que é obtido das sementes de Prunus dulcis (Rosaceae) e apresenta propriedades nutritiva, hidratante e emoliente. Há muito tempo, é empregado em cosméticos, tendo especial aplicação em cosmiatria nos cremes e loções para prevenção de estrias gravídicas. A afirmação se refere ao: a) Óleo de rícino. b) Óleo de amêndoas. c) Óleo de papoula. d) Óleo de soja. e) Óleo de melaleuca. Questão 1 57/173 2. Os extratos da hamamélis são obtidos da casca e das folhas de Hama- melis virginiana (Hamamelidaceae). Contêm taninos, saponinas, flavonoides (quercetol, campferol, glicosídeos flavonídicos do campferol), mucilagens e resinas, entre outras substâncias. A hamamélis apresenta inúmeras ações em produtos cosméticos, porém a principal delas é a ação: Questão 2 a) Hidratante. b) Calmante. c) Adstringente. d) Esfoliante. e) Bronzeadora. 58/173 3. A jojoba tem aplicação em produtos cosméticos e cosmiátricos, nas con- centrações de 1 a 5%, como emoliente, principalmente para pessoas com pele seca e sensível. Também é usada em cosméticos, como matéria-pri- ma substituta do espermacete; como emoliente e sobre-engordurante para pele seca e sensível; e também pode ser usada como agente condicionador, principalmente em cabelos: Questão 3 a) Secos. b) Oleosos. c) Mistos. d) Sensíveis. e) Desidratados. 59/173 4. O fitocosmético que, quando dissolvido em óleos, é atualmente usado em formulações de bronzeadores, uma vez que o principal pigmento carotenoídi- co que ele contém, a bixina, serve como filtro solar para a porção ultravioleta, mais deletéria à pele humana em exposições demoradas ao sol, é o(a): Questão 4 a) Andiroba. b) Castanha-da-índia. c) Alantoína. d) Urucum. e) Melaleuca. 60/173 5. Hoje em dia, o mercado de fitoterapia vem crescendo muito mundialmen- te. A busca por produtos naturais para tratamentos de estética e beleza tem se alavancado muito rápido. As rugas são sinais de envelhecimento, porém é possível minimizá-las com o uso de qual dos fitocosméticos citados a se- guir? Questão 5 a) Laranja. b) Limão. c) Pepino. d) Andiroba. e) Citronela. 61/173 Gabarito 1. Resposta: B. O óleo de amêndoas é empregado em cos- méticos já há muito tempo; em cosmiatria, é especialmente utilizado nos cremes e lo- ções para prevenção de estrias gravídicas. 2. Resposta: C. O extrato e a água de hamamélis são indica- dos em produtos cosméticos e cosmiátricos para pessoas com pele mista e oleosa, bem como em loções adstringentes e tônicas. 3. Resposta: A. O Óleo de Jojoba é emoliente, umectante e cicatrizante. É doador de brilho aos cabelos, restaurador, estimulante do crescimento e indicado no tratamento de caspa. É extre- mamente indicado para tratar cabelos se- cos. 4. Resposta: D. O urucum é atualmente usado em formula- ções de bronzeadores, dissolvido em óleo, já que seu pigmento serve como filtro solar para a porção ultravioleta, mais insalubre à pele humana (SIMÕES, 1999). 5. Resposta: C. O pepino e a maçã são utilizados na cos- mética como antirrugas, que podem ter seu aparecimento retardado, associando-se fi- tocosméticos com dieta à base de produtos naturais, sono restaurador e vida regrada. 62/173 Unidade 3 Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos Objetivos 1. Identificar, caracterizar e reconhecer os cosmecêuticos. 2. Identificar, caracterizar e reconhecer os nutricosméticos. 3. Identificar, reconhecer e caracterizar os neurocosméticos. Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos63/173 Introdução A palavra cosmético deriva do grego Kos- mein, que significa organizar, adornar, glo- rificar, homenagear ou ornamentar har- moniosamente. Desde a antiguidade, os cosméticos já são muito utilizados para o tratamento do corpo. Naquela época, utili- zavam-se óleos, fragrâncias, sabões e eram feitas pinturas no rosto e corpo utilizando produtos vegetais. A utilização dos cosméticos é tão antiga quanto a própria civilização. Desde os tem- pos mais remotos, o homem se preocupou com o tratamento de seu corpo. O uso de bálsamos, óleos, fragrâncias, sabões e até mesmo pinturas de rosto e corpo, por meio de substâncias vegetais e minerais, faziam parte dos hábitos dos povos antigos (GUIR- RO; GUIRRO, 2004). Segundo a Anvisa (BRASIL, 2005), que es- tabelece normas para esses produtos, cos- méticos são substâncias ou preparados que se destinam a serem utilizados em contato com as partes superficiais do corpo huma- no (epiderme, anexos cutâneos, como pelos e unhas, lábios e órgãos genitais externos), ou com os dentes e mucosas bucais, com a finalidade de limpar, perfumar ou proteger, para mantê-los em bom estado,modificar seu aspecto ou corrigir os odores corporais, sem ação ou fins terapêuticos. A indústria química tem se especializado, cada vez mais notadamente, no setor de cosméticos, em que o conceito de beleza vem se ampliando pela conjugação e utili- zação de princípios ativos saudáveis ao cor- po, bem-estar físico, psicológico e espiritual Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos64/173 das pessoas. Em resumo, cosmetologia é a parte da ci- ência que trata da preparação, estocagem e aplicação de produtos cosméticos, bem como das regras que conduzem essas ati- vidades, sejam elas de natureza física, quí- mica, biológica ou microbiológica. Outro termo em vigor atualmente são os cosme- cêuticos, que são intermediários entre os cosméticos e os medicamentos. 1. Cosmecêuticos Cosméticos com propriedades farmacoló- gicas não só para embelezar, mas para tra- tar problemas específicos, utilizados com a finalidade cosmética. Sua importância está relacionada à maior atratividade física que uma aparência cutânea melhorada pode trazer, bem como aos benefícios psicológi- cos pronunciados. A aparência afeta as in- terações sociais de um indivíduo, seu status no trabalho, sua autoimagem e apresenta reflexos até mesmo na sua saúde e longe- vidade. Tratamentos tópicos (cosmecêuticos) para esse fim têm a grande vantagem de não se- rem invasivos, portanto são o tratamento de escolha da maioria dos pacientes. Para compreendermos melhor a ação desses cosmecêuticos, vale ressaltar a diferenças entre cosméticos e medicamentos: • Cosméticos: produtos aplicados no corpo humano para promover limpe- za, beleza ou alterar a aparência, como Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos65/173 hidratantes, perfumes, maquiagem, esmaltes, xampus, tinturas capilares, cremes dentais, desodorantes, etc. Não necessitam de registro no FDA. • Medicamentos: produtos utilizados com a intenção de diagnóstico, cura, alívio, tratamento ou prevenção de doenças, sujeitos a regulamentações mais rigorosas e estudos que demons- trem segurança, eficácia e que os be- nefícios superam os riscos. Os cosmecêuticos têm várias característi- cas de extrema importância: • Utilizados sobre a pele, agem por meio de ativos que alteram a biologia da parte cutânea. • Melhoram o aspecto da pele, pois con- têm os ativos para manter a pele sau- dável. • Os cosmecêuticos não necessitam de revisão pela Food and Drug Administra- tion (FDA), e a palavra cosmecêutico não está reconhecida pelo decreto fe- deral Food, Drug and Cosmetic. • São ativos testados quanto à questão da segurança, mas não é obrigatório determinar todos os ativos que cau- sam benefícios. • O fabricante dos cosmecêuticos não pode alegar que ervas, vitaminas, ex- tratos botânicos penetrem além das camadas superficiais da pele ou ainda que tenham efeitos de medicamentos. Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos66/173 • Quando se fala em rotulagem, não é necessária a divisão de ativos por classes. Hoje em dia, existem vários produtos clas- sificados como cosmecêuticos, entre eles, podemos citar: os retinoides, alguns hi- dratantes, os alfa-hidroxiácidos (AHA’s), os antioxidantes, os extratos botânicos, os extratos minerais, os vasodilatoadores, os cosméticos usados contra o fotoenvelheci- mento, os fotoprotetores, os peptídeos etc. Para saber mais O profundo embasamento científico dado à in- dústria cosmética após os anos 1930 possibilitou a descoberta de vários princípios ativos e, conse- quentemente, o desenvolvimento de uma gama incontável de novos produtos. Vale ressaltar a contribuição de materiais como conservantes, estabilizantes e tensoativos, que têm proporcio- nado o desenvolvimento de novos produtos cos- méticos. Link Acesse o link para obter mais informações a res- peito do panorama do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Disponível em: <ht- tps://www.abihpec.org.br/wp-content/ uploads/2014/04/2014-PANORAMA-DO- -SETOR-PORTUGU%C3%8AS-07-MAI.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2017. https://www.abihpec.org.br/wp-content/uploads/2014/04/2014-PANORAMA-DO-SETOR-PORTUGU%C3%8AS-07-MAI.pdf https://www.abihpec.org.br/wp-content/uploads/2014/04/2014-PANORAMA-DO-SETOR-PORTUGU%C3%8AS-07-MAI.pdf https://www.abihpec.org.br/wp-content/uploads/2014/04/2014-PANORAMA-DO-SETOR-PORTUGU%C3%8AS-07-MAI.pdf https://www.abihpec.org.br/wp-content/uploads/2014/04/2014-PANORAMA-DO-SETOR-PORTUGU%C3%8AS-07-MAI.pdf Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos67/173 Vamos conhecer um pouco mais sobre os hidratantes, os retinoides, os hidroxiácidos e os antioxidantes que têm função de cosmecêuticos. 1.1 Hidratantes A barreira de permeabilidade cutânea está localizada na pele e é dividida pelas cama- das lamelares, que apresentam colesterol, ácidos graxos livres e ceramidas. As fórmu- las que contêm lipídeos muito semelhan- tes aos da pele auxiliam em uma cascata de eventos fisiológicos nos queratinócitos, normalizando a pele danificada. A água, quando aplicada à pele, pode causar a eli- minação das citocinas, que são moléculas pró-inflamatórias, alterando, dessa forma, a estrutura da pele sob algumas condições. Hidratantes podem ser chamados cosme- cêuticos quando deixam a pele mais sua- ve, flexível e aumentam sua hidratação, por exemplo, aqueles com ácidos graxos essen- ciais. 1.2 Retinoides Derivados da vitamina A, atuam como antio- xidantes e ativam genes e proteínas. Quan- do apresentam a função de antioxidantes, removem os radicais peroxila, tiram o oxi- gênio e são sensibilizadores. Têm função de hormônios quando ativam genes nucleares. Os retinoides inibem a peroxidação dos lipí- deos, aumentam os níveis de vitamina E na pele e ativam alguns fatores de crescimen- Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos68/173 to. Dessa forma, estimulam mitoses e dife- renciação celular. Ainda na pele, reduzem rugas, clareiam manchas hiperpigmentadas e tornam a superfície dérmica mais suave. 1.3 Hidroxiácidos Os principais exemplos são: ácido glicólico, ácido lático, ácido cítrico, ácido mandélico, ácido málico e ácido tartárico. A principal função desses produtos é mini- mizar os sinais de envelhecimento cutâneo, pois aumentam o desprendimento dérmi- co, melhoram a ação das fibras de elastina e colágeno, fazendo com que a pele pareça mais suave e mais uniforme. Quando se utiliza esses produtos, é acon- selhável a aplicação de protetores solares, pois esses ativos têm efeitos ácidos sobre a pele. 1.4 Antioxidantes Responsáveis pela proteção da pele, que continuamente fica exposta a radiação UV, medicamentos, calor/frio e oxigênio reati- vo, como a vitamina C. Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos69/173 2. Nutricosméticos e Nutracêuti- cos Os nutricosméticos, também chamados nutracêuticos, são conhecidos pelo concei- to de “beleza de fora para dentro”, ou seja, o uso de dieta e de alguns suplementos via oral para promoção de benefícios na apa- rência física (DRAELOS, 2010). Nas últimas décadas, a expectativa de vida da população tem aumentado, principal- mente pela evolução de cuidados médicos e alimentares das pessoas. Segundo o Ins- tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa brasileira está em alto crescimento. Para saber mais O nome cosmecêutico descreve os cosméticos cujos ingredientes são bioativos, ou seja, sua efi- cácia foi medida e provada por meio de vários estudos. Esses produtos têm propriedades tera- pêuticas, de combate a doenças ou problemas estéticos. Utilizam ativos cuja interação com o organismo é maior (pois são absorvidos pelas células, enquanto que os cosméticos são apenas permeáveis) e comprovada e podem ser prescri- tos em formulações médicas individuais. Servem como uma ponte entre os produtos de cuidados pessoais e farmacêuticos. Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos70/173Entretanto, o que fica evidente é que hábi- tos de vida estão confirmando ou não essas estimativas, uma vez que, a cada dia que passa, a exposição ao sol é mais intensa e o estresse imposto pelo mundo moderno provoca alterações nas estruturas celulares, que, somadas aos desequilíbrios da matriz extracelular, aceleram o envelhecimento e geram um organismo debilitado que, com certeza, não chegará à expectativa de vida estimada. Um estilo de vida mais adequado, assim como uma alimentação focada nas necessi- dades de cada indivíduo, podem ser conside- rados ações fundamentais para a qualidade de vida aceitável. Alimentação frequente, rica em vitaminas, sais minerais, proteínas, ácidos graxos e carboidratos é mandatória para suprir as reais necessidades de cada pessoa. É claro que não podemos esquecer os prebióticos e probióticos, considerados alimentos auxiliares na manutenção das funções intestinais, assim como na absor- ção de micronutrientes dedicados ao bom funcionamento das atividades bioquímicas do organismo. Link Leia o artigo que fala sobre os benefícios dos neurocosméticos na terceira idade. Disponí- vel em: <http://www3.sp.senac.br/hotsi- tes/blogs/InterfacEHS/wp-content/uplo- ads/2016/12/4_v112.pdf>. Acesso em: 21 out. 2017. http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/InterfacEHS/wp-content/uploads/2016/12/4_v112.pdf http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/InterfacEHS/wp-content/uploads/2016/12/4_v112.pdf http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/InterfacEHS/wp-content/uploads/2016/12/4_v112.pdf Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos71/173 A biodiversidade vegetal trabalha tanto na manutenção como na recuperação da saú- de, por seus efeitos benéficos no equilíbrio das funções bioquímicas e fisiológicas do organismo humano. A cada dia, descobri- mos novas moléculas, em produtos de ori- gem vegetal, que demonstram benefícios funcionais no organismo, mas precisamos ter paciência, pois as pesquisas, em muitos casos, não são conclusivas estatisticamen- te. Por outro lado, a legislação brasileira deve acompanhar essa evolução de forma rápida e globalizada. Sabe-se que o aspecto envelhecido da pele parece ocorrer com o decréscimo da síntese de colágeno e/ou com o aumento da pro- teólise; em contrapartida, uma formulação dietética contendo colágeno é segura e efi- caz para o tratamento do envelhecimento facial em mulheres. Já os polifenóis do chá verde têm proprie- dades anti-inflamatórias e anticarcinogê- nicas, efeitos que se correlacionam com as propriedades antioxidantes destes produ- tos. As vitaminas são essenciais para o cres- cimento, o desenvolvimento e a manuten- ção da saúde e são obtidas de fonte dieté- tica, pois não são produzidas pelos tecidos. Quanto aos minerais, os mais utilizados em suplementos são: magnésio, cálcio, man- ganês, potássio, ferro, zinco, selênio, cobre, cromo e vanádio. Os aminoácidos conside- rados essenciais são: valina, leucina, isoleu- cina, lisina, histidina, fenilalanina, triptofa- no, treonina e metionina. Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos72/173 Os ácidos graxos poli-insaturados são ômega-3 e ômega-6 e estão presentes em determinados alimentos. Eles diminuem o nível do colesterol no sangue e são benéfi- cos contra os processos de arteriosclerose e trombose. 3 Neurocosméticos As pesquisas mais recentes na área de cos- mética demonstraram o papel das endorfi- nas na vitalidade, beleza e radiância da pele. Conhecidas como “hormônios da felicida- de”, tratam-se de moléculas produzidas Para saber mais Com o passar dos anos, a aplicação dos alimen- tos na promoção da saúde do organismo tem sido cada vez mais frequente, o que levou os órgãos reguladores internacionais a desenvolverem re- gras quanto aos benefícios propostos nas rotula- gens dos produtos alimentícios. Link Para saber mais sobre a ação dos nutricosméticos em produtos cosméticos, leia o artigo científico O benefício do uso de nutricosméticos em tratamentos estéticos associados ao uso de produtos cosméti- cos. Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/ pdf/Amanda%20Cabral,%20Sara%20Benatti. pdf. > Acesso em: 21 out. 2017. http://siaibib01.univali.br/pdf/Amanda Cabral, Sara Benatti.pdf http://siaibib01.univali.br/pdf/Amanda Cabral, Sara Benatti.pdf http://siaibib01.univali.br/pdf/Amanda Cabral, Sara Benatti.pdf Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos73/173 pelo organismo (em especial pela hipófise e pelo hipotálamo), cuja ação está relacionada com a modulação do humor, com analgesia endógena, a melhora da performance geral do organismo e a sensação de bem-estar. A produção de endorfinas ocorre mediante estímulos endógenos ou exógenos. Destes últimos, os mais conhecidos são a ingestão de chocolate, a prática de exercícios físicos e a exposição ao sol. São comuns os comentários de que uma pessoa feliz apresenta boa aparência, pele viçosa e radiante. E esse fato é um dos fun- damentos que levaram à pesquisa sobre o papel das endorfinas na pele. Os resultados de estudos recentes sobre esse assunto são surpreendentes e podem ajudar a explicar por que a pele fica tão bonita quando es- tamos felizes: a pele tem receptores de en- dorfinas, chamados receptores opioides; as endorfinas interagem com esses receptores e exercem importantes efeitos, são capazes de estimular a proliferação de fibroblastos, promover a migração de queratinócitos e acalmar a pele, melhorando sua aparência como um todo. As pesquisas sobre o papel das endorfinas na pele estimularam o surgimento de um novo conceito, uma nova tendência na der- matologia e cosmetologia: a neurocosméti- ca. Trata-se da evolução da era da cosméti- ca sensorial. Ela é baseada na aplicação de substâncias que atuam no organismo de forma semelhante aos neuromediadores endógenos, exercendo efeitos benéficos Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos74/173 para a saúde e a beleza da pele, dos cabelos e dos anexos cutâneos. A neurocosmética explora os aspectos fisiológicos da felicida- de, ou seja, pesquisa e busca amenizar os efeitos positivos que o estado de felicidade e bem-estar causa na pele e nas estruturas relacionadas. O fundamento desse novo conceito está na observação inegável de que “se você se sente bem, você tem uma boa aparência e vice-versa”. Conhecidos os efeitos benéficos das endor- finas sobre a pele, logo se imaginaram as aplicações que essas substâncias podem ter em produtos dermocosméticos. Porém, as legislações sanitárias europeias e brasilei- ras não permitem o emprego de hormônios em cosméticos, dessa forma, a aplicação de endorfinas nesse tipo de produto torna-se inviável. Como se sabe, a pele é ricamente inerva- da. Portanto, as fibras nervosas estão inti- mamente ligadas com as células cutâneas (queratinócitos, células imunes, fibroblas- tos, adipócitos etc.), contribuindo para a homeostase do tecido. Muitas fibras sen- sitivas se encontram na camada superficial da epiderme. Assim, os ingredientes cos- méticos podem acessar facilmente o siste- ma nervoso sensorial. Essa camada é a que sofre maior exposição ao estresse ambien- tal, como a poluição, a radiação ultraviole- ta, o vento, o calor ou o frio. Assim, a homeostase é mantida por meio de processos biológicos: tanto as células ner- vosas produzem mediadores, que atingem alvos específicos na superfície das células cutâneas, quanto os mediadores produzi- Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos75/173 dos por elas regulam as funções metabóli- cas das células nervosas. Já os queratinócitos da camada basal pro- duzem NGF (Nerve Growth Factor) ou fator de crescimento neuronal, responsável pela so- brevivência e bom funcionamento da célula neuronal. O NGF é capaz de proteger tam- bém queratinócitos e melanócitos da apop- tose induzida pela radiação ultravioleta. Os fatores endógenos e exógenos causam danos irreparáveis ao sistema nervoso cutâ-neo. Assim, quando mais cedo forem inicia- das a proteção e a estimulação, por mais tempo o organismo continuará em equilí- brio. O NGF é responsável pela manutenção da resposta sensorial, ele participa dos pro- cessos inflamatórios por regulação da sín- tese de neuropeptídios pós-inflamatórios. Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos76/173 Glossário Queratinócitos: Células que produzem queratina, situadas na epiderme. Endorfinas: hormônios neuronais produzidos pela glândula hipófise, responsáveis pelas sensa- ções de bem-estar. Retinoides: derivados da vitamina A, atuam como antioxidantes e ativam genes e proteínas. Questão reflexão ? para 77/173 Prezado aluno, Conforme visto, os cosmecêuticos, nutricosméticos e neurocosméticos são consequências de avanços tecno- lógicos na área da cosmetologia que muito têm auxilia- do a alavancar as pesquisas cosmiátricas. Dessa forma, produtos e inovações cosmetológicos surgem diaria- mente. Pesquise mais sobre os cosmecêuticos e elabore um relatório com as principais ações e usos tópicos des- ses produtos. Bom trabalho! 78/173 Considerações Finais • Cosmecêuticos são cosméticos com propriedades farmacológicas não só para embelezar, mas para tratar problemas específicos ou medicamentos utilizados com a finalidade cosmética. • Os nutricosméticos, também chamados nutracêuticos, são conhecidos pelo conceito de “beleza de fora para dentro”, ou seja, o uso de dieta e alguns suplementos orais para promoção de benefícios na aparência física. • Os neurocosméticos são conhecidos como “hormônios da felicidade”, tra- tam-se de moléculas produzidas pelo organismo, cuja ação está relaciona- da com a modulação do humor, analgesia endógena, a melhora da perfor- mance geral do organismo e com a sensação de bem-estar. • A homeostase é mantida por meio de processos biológicos: tanto as células nervosas produzem mediadores que atingem alvos específicos na superfície das células cutâneas, quanto os mediadores produzidos pelas células cutâ- neas regulam as funções metabólicas das células nervosas. Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos79/173 Referências ASSOCIAÇÃO Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos – ABIHPEC. Panorama do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. São Paulo, 2014. Disponível em: <https://www.abihpec.org.br/wp-content/uploads/2014/04/2014-PANORAMA-DO-SETOR- -PORTUGU%C3%8AS-07-MAI.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 211, de 14 de julho de 2005. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/legislacao/?inheritRedirect=true#/ visualizar/27564>. Acesso em: 22 dez. 2017. CABRAL, A. C.; BENATTI, S.; FRANÇA, A. J. von B. du V. O benefício do uso de nutricosméticos em tratamentos estéticos associados ao uso de produtos cosméticos. Disponível em: <http://siai- bib01.univali.br/pdf/Amanda%20Cabral,%20Sara%20Benatti.pdf.> Acesso em: 21 out. 2017. DRAELOS, Z. D. Nutrition and enhancing youthful-appearing skin. 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Dermatologic Clinics, 18 (1), 99-113, jan. 2000. MAIO, M. Tratado de medicina estética. 2. ed. São Paulo: Roca, 2011. p. 1.405-1.406, vol. III. 11 RABE, J. H et al. Tissue-specific accelerated aging in nucleotide excision repair deficiency, J AM Acad Dermatol, (55), 1-19, abr. 2006. REIS, A. D. F., SILVESTRIM, M. B.; SILVA, D. da. Nanotecnologia aplicada a cosméticos: avaliação da rotulagem de cosméticos com nanotecnologia. Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pdf/ Anne%20Desirre%20Reis,%20Marcela%20Silvestrim.pdf>. Acesso em: 22 dez. 2017. SOUZA, V. M Ativos dermatológicos, volumes 1 a 4: guia de ativos dermatológicos utilizados na farmácia de manipulação para médicos e farmacêuticos. São Paulo: Pharmabooks, 2009. p. 381-382. http://siaibib01.univali.br/pdf/Anne Desirre Reis, Marcela Silvestrim.pdf http://siaibib01.univali.br/pdf/Anne Desirre Reis, Marcela Silvestrim.pdf 81/173 Assista a suas aulas Aula 3 - Tema: Veículos Utilizados para os Tra- tamentos Estéticos com Recursos Terapêuticos Manuais e com o uso da Eletroterapia. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ c66f73c580a3bdf7e69885a5193ffe60>. Aula 3 - Tema: Veículos Utilizados para os Tra- tamentos Estéticos com Recursos Terapêuticos Manuais e com o uso da Eletroterapia. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/08382e5973627c23e4d93317f6b2c80f>. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/c66f73c580a3bdf7e69885a5193ffe60 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/c66f73c580a3bdf7e69885a5193ffe60 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/c66f73c580a3bdf7e69885a5193ffe60 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/08382e5973627c23e4d93317f6b2c80f https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/08382e5973627c23e4d93317f6b2c80f https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/08382e5973627c23e4d93317f6b2c80f 82/173 1. Os nutricosméticos são um avanço tecnológico na área da cosmetologia, e seus estudos estão gerando muitos resultados positivos na manutenção da beleza. Dentre as alternativas a seguir, qual define melhor os estudos na área de nutricosméticos? a) a) Estudo de moléculas sensoriais que interagem com a pele, modificando seu aspecto. b) b) Estudo de medicamentos que são tratados como cosméticos. c) c) Estudo da encapsulação de moléculas ativas para que melhor sejam absorvidas pelo teci- do dérmico. d) d) Estudo dos alimentos e dos mecanismos pelos quais o organismo os utiliza para promo- ção de benefícios na aparência física. e) e) Estudo de aspectos fisiológicos da pele e sua interação com os princípios ativos à base de vitamina A. Questão 1 83/173 2. Em relação aos cosmecêuticos, uma das vantagens atribuídas a eles, em sua aplicação, é o fato de: a) Apresentarem baixa permeabilidade cutânea. b) Não serem comedogênicos. c) Não serem invasivos. d) Não serem abrasivos. e) Apresentarem muitas moléculas de água em sua formulação. Questão 2 84/173 3. Hoje em dia, muitas tecnologias cosméticas vêm surgindo por meio de pesquisas e análises científicas, tudo para melhorar a ação dos princípios ativos sobre a pele. A nanotecnologia surgiu no Brasil na década de 1980 e é uma inovação de extrema importância para a indústria cosmética brasilei- ra, porém, e como tudo tem suas desvantagens, essa tecnologia ainda tem __________________ para as indústrias farmacêuticas. Complete corretamente a sentença com a alternativa correta: a) Seu custo muito elevado. b) Moléculas abrasivas para a pele. c) Falta de identificação de alguns ativos. d) Moléculas que causam degradação celular. e) Ativos desconhecidos
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