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Recursos fisioterapêuticos mais utilizados no pós-operatório de dermolipectomia abdominal

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Recursos fisioterapêuticos mais utilizados no pós-operatório de 
dermolipectomia abdominal: uma revisão sistemática 
 
Gleyce Monteiro Segundo1 
gleyce.segundo@hotmail.com 
Dayana Priscila Maia Mejia2 
Pós-graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional - Faculdade Ávila 
 
Resumo 
 
Atualmente nos deparamos com uma realidade social que supervaloriza um corpo jovem e 
magro onde este pensamento tem influenciado significativamente homens e mulheres que se 
esforçam para adequar-se a estes padrões de beleza. Diante disso, a abdominoplastia é uma 
das intervenções cirúrgicas comumente realizadas, embora proporcione uma sequela 
cicatricial extremamente agressiva e antiestética. Este trabalho selecionou por meio de uma 
revisão sistemática de literatura, os recursos fisioterapêuticos mais utilizados no pós-
operatório de dermolipectomia abdominal, conhecida mais comumente como 
abdominoplastia. Vimos então que os recursos mais utilizados pós-cirurgia de 
dermolipectomia são: a sonidoterapia (ultrassom), a DLM e a eletroterapia, mas a 
termoterapia, fototerapia, massoterapia, dentre outros, também foram citados. Entendemos 
que os recursos aqui identificados fazem parte da rotina das diversas clínicas existentes no 
Brasil, porém poucos profissionais se atêm em publicar artigos que comprovem a eficácia de 
tais recursos, o que gera uma escassez de literatura. 
Palavras-chave: Dermolipectomia; Pós-operatório; Intervenção fisioterapêutica. 
 
1. Introdução 
 
Atualmente nos deparamos com uma realidade social que supervaloriza um corpo jovem e 
magro e este pensamento tem influenciado significativamente homens e mulheres que se 
esforçam para adequar-se a estes padrões de beleza. Bôas (2012) afirma que este século está 
marcado pelo apelo à boa aparência, no qual os meios de comunicação de massa têm 
desempenhado um papel fundamental na criação, propagação, manutenção e divulgação de 
hábitos e normas sociais no cotidiano. 
Estimulados por este conceito social, inúmeros procedimentos estéticos cirúrgicos são 
realizados anualmente. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica 
Estética (ISAPS), em 2009 foram feitas 8.536.379 cirurgias estéticas e 8.759.187 não 
cirúrgicos. No que tange aos procedimentos cirúrgicos, este implica maior investimento 
financeiro da pessoa, maior tempo de recuperação, chances reais de complicação no pré e pós-
operatório, e até risco de morte (BÔAS, 2012). 
Tais complicações se intensificam quando estão associadas à abdominoplastia. Milani, João e 
Farah (2006) afirmam que esta é uma das intervenções cirúrgicas comumente realizadas, mas 
proporcionam uma sequela cicatricial extremamente agressiva e antiestética, pois consiste na 
retirada de tecido subcutâneo excedente na região do abdome, através de uma incisão supra-
púbica com transposição do umbigo e com plicatura dos músculos reto-abdominais. 
A fim de corroborar com a intervenção médica, a fisioterapia dermato-funcional foi 
reconhecida por meio da Resolução 362/2009, enquanto especialidade. Sendo assim, o 
profissional ganhou espaço na área da saúde por utilizar recursos específicos, como a 
preparação para a intervenção cirúrgica, aceleração do processo de recuperação pós-
operatória, prevenção e controle de complicações comuns (FLORES, BRUM e CARVALHO, 
2011). 
Desta forma, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional-COFFITO-8/78 cita 
2 
os métodos e técnicas que podem ser abordados, além das precauções que se devem tomar na 
aplicação dos agentes terapêuticos: termoterápico ou crioterápico, hidroterápico, aeroterápico, 
fototerápico, eletroterápico ou sonidoterápico. 
Sendo assim, este estudo pretendeu por meio de uma revisão sistemática de literatura, apontar 
trabalhos existentes nas bases de dados eletrônicas que abordam os recursos fisioterapêuticos 
mais utilizados no pós-operatório de dermolipectomia abdominal, conhecida mais comumente 
como abdominoplastia. 
 
2. Cirurgia estética: breve histórico 
 
Psicologicamente falando, a concepção que o homem desenvolve a respeito do corpo está 
ligada a condicionamentos sociais e culturais, que imprimem suas marcas no indivíduo, 
ditando normas e fixando ideais nas dimensões: intelectual, afetiva, moral e física. Nas 
palavras de Bôas (2012), devido à grande importância atribuída à imagem e à aparência nas 
sociedades contemporâneas ocidentais, muitos são os recursos existentes que constroem e 
fortalecem diariamente o universo da beleza, demonstrada por meio de corpos esculpidos, 
modelados em academias ou produzidos em salas cirúrgicas. Para melhor entendermos, 
faremos uma contextualização ao longo da história. 
Gilman Apud Bôas (2012) afirma que a história da cirurgia plástica remonta à Antiguidade. 
Por volta do século VII a.C., há registros de transplantes de pele e de reconstrução da face na 
Índia e na Roma antiga, sendo que no início, tais procedimentos visavam melhorar a 
aparência de pessoas estigmatizadas. 
O autor supracitado mostra que sua origem enquanto especialidade médica se deu na epidemia 
de sífilis do século XVI, quando foram inventadas técnicas de enxerto de pele para reparar a 
degeneração do nariz dos sifilíticos. Deste modo, os cirurgiões plásticos usaram esta 
descoberta para desenvolver procedimentos estéticos a fim de adaptar aos padrões de beleza, 
pessoas que possuíam características não aceitas pela sociedade. Essas operações eram 
consideradas mascaramento racial no século XIX e eram interpretadas como meios de 
impostura entre a própria classe médica da época. 
Após diversos encontros científicos para debater sobre a aplicação da cirurgia plástica, esta 
passou a ser aceita publicamente nos Estados Unidos no século XX, como cirurgia 
reconstrutora no intuito de reparar as sequelas dos soldados feridos na guerra. Haiken Apud 
Bôas (2012) entende que a cirurgia plástica praticada nos soldados deformados poderia 
justificar-se pelo argumento de que a operação lhes permitiria encontrar trabalho e sustentar-
se, realizando desse modo um bem público. 
De acordo com Goldenberg e Ramos (2002), no período pós-guerra mundial, a beleza que até 
então era vista como obra da natureza divina, passou a ser considerada uma conquista 
individual. Tal concepção levantou embates entre os cirurgiões americanos, visto que alguns 
achavam que a especialidade só deveria preocupar-se com procedimentos reconstrutores, mas 
mudaram de pensamento alegando que o procedimento fornecia saúde psíquica aos pacientes. 
Andrade (2003) mostra que o conceito de beleza mudou ao longo dos tempos, pois antes em 
muitas sociedades, o sobrepeso era sinônimo de saúde, beleza, poder e sedução. Hoje, está 
relacionado à falta de autodomínio. Bôas (2012) corrobora dizendo que tais modificações 
ocasionaram uma redefinição de regras corporais nas últimas gerações que contribuiu para a 
reformulação dos valores atuais atribuídos ao corpo. 
Identificamos que no decorrer da história a melhoria na estética do corpo se dá por diferentes 
recursos e procedimentos que podem ser utilizados para construir uma aparência bonita, 
sejam por meio de prática de dietas alimentares, exercícios físicos, ou a realização de 
cirurgias estéticas, todos com finalidade de embelezamento corporal (FEATHERSTONE, 
2010). 
3 
Teixeira (2001) complementa dizendo que na busca pela beleza, homens e mulheres acabam 
por se submeter aos procedimentos estéticos cirúrgicos que podem oferecer riscos por serem 
de natureza invasiva. Borges (2010) cita que nos últimos anos, a cirurgia plástica tem larga 
divulgação e importante aprimoramento de suas técnicas. É uma área em amplo crescimento, 
havendo a necessidade de integração multidisciplinar, a fim de alcançar melhores resultados. 
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a cirurgia plástica pode ser 
definida pelo conjunto de procedimentos clínicos e cirúrgicos utilizados pelo médico para 
reparar e reconstruir partes do revestimento externo do corpo humano. Ferreira (2000) dizque 
a cirurgia estética é a realizada para dar nova forma a estruturas normais do corpo, com o 
objetivo de melhorar a aparência e a autoestima. 
Ferreira (2000) cita ainda os procedimentos estéticos existentes, destaca aqueles para 
rejuvenescimento facial (ritidoplastia, blefaroplastias, entre outros); para melhorar o contorno 
corporal (lipoaspiração, torsoplastia, abdominoplastia, etc.); as cirurgias para alterar o volume 
da mama (mastoplastia); as destinadas a melhorar a forma do nariz (rinoplastia), da orelha 
(otoplastia), etc. 
A Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) fez um levantamento em 
2009 dos procedimentos cirúrgicos realizados na última década, onde detectou que a mudança 
no contorno do abdômen (lipoaspiração) representa 18,8% de todos os procedimentos 
cirúrgicos, seguida pelo aumento das mamas (mamoplastia) 17%, levantamento da pálpebra 
superior ou inferior (blefaroplastia) com 13,5%, alteração no formato do nariz (rinoplastia) 
com 9,4% e redução da barriga (abdominoplastia) com 7,3%. A popularidade dos 
procedimentos cirúrgicos variou entre os países, sendo os USA, China, Brasil, Índia, México 
e Japão os países dominantes para os cinco principais procedimentos citados. 
Verificamos então que o Brasil é o terceiro país a realizar cirurgias estéticas no mundo e 
dentro deste contexto, os cirurgiões plásticos mais importantes são os doutores Antônio 
Prudente, Ivo Pitanguy, Paulo Correa e Ricardo Baroudi, pois foram eles os pioneiros neste 
tipo de intervenção. 
Diante disso, Borges (2010) atenta para os aspectos importantes para um resultado satisfatório 
e mencionam a preocupação com os cuidados no pré e pós-operatório como fator preventivo 
de possíveis complicações. Ressaltam ainda a notável importância da fisioterapia visto que 
sua atuação vai desde a preparação para a intervenção cirúrgica até após a cirurgia, buscando 
acelerar o processo de recuperação pós-operatória e prevenindo e controlando as 
complicações mais frequentes. 
 
3. Dermolipectomia Abdominal (Abdominoplastia) 
 
De acordo com Porchat (2004), a dermolipectomia abdominal foi inicialmente descrita por 
Demars e Marx em 1890 sendo que este termo foi posteriormente modificado para 
abdominoplastia. Borges (2010) frisa que a cirurgia plástica foi desenvolvida como 
consequência do desejo e não da necessidade. Esta se diferencia de qualquer outra cirurgia no 
sentido em que o paciente a faz por que quer e não por precisar. 
Souza et al. (2009) conceituam a mesma como cirurgia na qual existe ressecção de excesso de 
pele e tecido subcutâneo da parede abdominal anterior. Suas principais limitações se referem 
à necessidade de grande descolamento do retalho abdominal e à dificuldade de conferir ao 
abdome um contorno mais natural, menos planificado. 
Baseggio, Ariza e Simões (2011) por sua vez, definem a abdominoplastia como um ato 
operatório que se destina a remoção de gordura localizada no abdome, assim como da flacidez 
de pele ao redor da cicatriz umbilical e das estrias situadas entre a linha horizontal que passa 
pelo umbigo e pelos pubianos. Ressaltam ainda que não se consegue eliminar as estrias 
localizadas nos flancos e tronco, nem os excessos de gordura dessas regiões. 
4 
 
 
Fonte: Cunha et al. (2012) 
 
Figura 1 – Retirada do retalho 
 
Porchat (2004) ressalta que abdominoplastia é uma das cirurgias plásticas mais realizadas em 
todo o mundo onde o maior número de pacientes ainda é do sexo feminino, seja pelo 
preconceito masculino em relação à cirurgia plástica, ou ao fato de ocorrer uma flacidez 
abdominal mais acentuada em algumas mulheres após a gravidez. 
Borges (2010) chama atenção para a diversidade de técnicas que envolvem a 
dermolipectomia, sendo as mais comuns a incisão infraumbilical baixa ou suprapúbica com 
transposição do umbigo. 
Cunha et al. (2012) citam em seu trabalho, as diversas técnicas de dermolipectomias criadas 
ao longo dos anos (Tabela - 1). Notamos que as mesmas podem estar associadas ou não a 
vários outros procedimentos e técnicas em que se atua sobre a musculatura (como rotação e 
plicatura dos músculos oblíquos externos), aponeurose, e com procedimentos complementares 
no subcutâneo (como lipoaspiração ou ressecções segmentares). 
 
 
Fonte: Cunha et al. (2012) 
 
Tabela 1 – Técnicas cirúrgicas de dermolipectomias 
 
Desta forma, Evans (2007) cita os diversos procedimentos operatórios utilizados para 
modificar o contorno e a forma do abdome: a abdominoplastia, ou dermolipectomia clássica; 
a abdominoplastia modificada ou “miniabdominoplastia”; a abdominoplastia circunferencial 
ou em cinto; e a dermolipectomia. 
Silva et al. (2012) ao realizarem um estudo em uma clínica na cidade de Natal/RN 
Inventor da técnica Ano de publicação Técnica publicada 
Schulta 1908 Abdominal transversa 
Thorek 1939-1942 Abdominal invertida, subcostal, em asa de morcego 
Prudente 1943 Conservação do umbigo 
Callia 1963 Cicatriz sobre o púbis, com prolongamentos laterais baixos, 
paralelos às pregas inguinais 
Pitanguy 1967 Reforço músculo-aponeurótico por plicatura horizontal das 
bainhas dos músculos reto-abdominais na linha média 
Serson 1969 Incisão prévia do excesso cutâneo-adiposo 
Rebello 1972 Abdominal invertida com incisão nos sulcos submamários 
Sinder 1975 Abdominal transversal, indicando a excisão do excesso de 
tecido cutâneo adiposo após a tração 
Avelar 1976 Incisão em forma de estrela de três pontas para transposição 
do umbigo 
Hakme 1979 Lipectomias peri e supraumbilical longitudinal 
Saldanha et al. 2003 Lipo-abdominoplastia com descolamento seletivo 
5 
identificaram que as técnicas cirúrgicas mais escolhidas pelos médicos-cirurgiões foram a de 
Avelar (49%) e a de Saldanha (49%). 
A técnica de Avelar consiste na retirada parcial da pele da região suprapúbica, sem 
deslocamento do retalho infraumbilical e sem ressecção do panículo e tecido conectivo, 
preservando a cicatriz umbilical. Já a técnica de Saldanha restringe a ressecção à pele 
infraumbilical, preservando a circulação linfática e tecidos conectivos, aspirando à gordura e 
evitando, assim, grandes áreas de descolamento e o desenvolvimento significativo de 
complicações (SILVA et al., 2012). 
Vale ressaltar que normalmente a abdominoplastia vem associada a outras técnicas. Os 
autores supracitados verificaram que dos 260 pacientes estudados, 72 se submeteram a outra 
intervenção cirúrgica, no qual se observou que a mamoplastia (90%) foi o procedimento mais 
associado, seguida de enxerto no glúteo (3%), mamoplastia mais correção de diástase (3%), 
blefaroplastia (2%), correção de diástase (1%) e mamoplastia mais enxerto no glúteo (1%). 
Quanto à indicação, a abdominoplastia é indicada para indivíduos que apresentam gordura 
localizada abdominal, flacidez decorrente de emagrecimento ou gravidez, flacidez 
aponeurótica, diástase abdominal, abaulamentos e hérnias. Outra razão para a realização deste 
procedimento cirúrgico é a presença de cicatrizes abdominais retráteis e dolorosas como 
consequência de intervenções ginecológicas (cesárea) (BORGES, 2010). 
Silva (2011) diz que devemos atentar para o tipo de pele e a idade do paciente, pois em 
muitos casos, não é possível remover todas as pregas e estrias e isso deve ser esclarecido, 
além de alertar as mulheres o cuidado com futura gravidez. Para Mang (2006) não é 
necessário atingir um determinado peso para esse procedimento, mas algumas condições 
relacionadas a esse aspecto devem ser preenchidas. O peso corporal deve estar estabilizado 
por alguns meses antes da operação, e deve estar em um nível que a paciente consiga mantê-lo 
após o procedimento cirúrgico. 
 
3.3. Principais complicações 
 
As complicações pós-operatórias incluem hematoma, infecção, deiscência da sutura, 
irregularidades, depressões, aderências, fibroses, cicatrizes mal posicionadas, cicatrizes 
hipertróficas e queloideanas, excessos cutâneos, seroma, alopécia, lesão sensoriale motora do 
nervo facial e fístula salivar. Estas podem variar de acordo com cada cirurgia e a técnica 
aplicada (MIGOTTO e SIMÕES, 2013). 
Porchat (2004) frisa que nas cirurgias associadas, estas complicações tendem a ser em número 
maior devido ao tempo cirúrgico aumentado, maior perda de sangue, manipulação maior dos 
tecidos e tempo de internação mais prolongado. Cunha et al. (2012) demonstraram em seu 
estudo que as complicações mais frequentes são o seroma (9,3%) e cicatriz hipertrófica 
(19,1%), dos quais 7,5% apenas na região umbilical e 11,6% nas regiões umbilical e 
suprapúbica. 
 
 
Fonte: Almeida e Almeida Júnior (2008) 
 
Figura 2 – Necrose de pele na incisão cirúrgica 
6 
De acordo com Souza et al. (2009), que o amplo descolamento do retalho abdominal é o 
grande responsável pela alta incidência de efeitos desfavoráveis da abdominoplastia, 
sobretudo em pacientes tabagistas, diabéticos, obesos e hipertensos. Felizmente, a maioria dos 
problemas se refere a pequenas complicações locais, de fácil resolução e de adequada 
tolerabilidade. 
Silva et al. (2012) concluem dizendo que tais complicações podem ser evitadas, na grande 
maioria dos casos, pela correta indicação da cirurgia e pelo respeito aos princípios técnicos 
que a norteiam, associados também com os cuidados específicos, que devem ser tomados 
tanto no pré, inter e pós-operatório, tanto pelo médico quanto pela equipe multidisciplinar que 
geralmente está acompanhando o paciente. 
 
3.4. Cuidados no pós-operatório 
 
Segundo Evans (2007), durante o período pós-operatório, o paciente deve ter repouso no leito 
em uma posição supina, levemente angulada, com o tronco superior elevado. O mesmo deve 
fazer uso de cinta abdominal para a compressão do retalho cutâneo, devendo ser afrouxada 
caso a paciente apresente dificuldades para respirar. Os recursos profiláticos para a trombose 
ou infecção devem ser realizados durante a permanência do paciente no hospital. Devemos 
atentar ainda para a tensão sobre as feridas operatórias, visto que pode gerar o alargamento 
destas, resultando assim em cicatrizes grosseiras, distendidas, descoloridas e dolorosas. Vale 
ressaltar que a compressão da parede abdominal utilizando-se bandagem não deve ser forte 
demasiadamente, pois pode causar necrose da porção final distal do retalho devido ser uma 
área pobremente vascularizada. 
Diante disso, Guirro e Guirro (2010) entendem que os cuidados fisioterapêuticos no pós-
operatório exercem uma importante influência, no sentido de se evitar sequelas desagradáveis 
provenientes do ato cirúrgico, como: hematoma, edema, alterações transitórias de 
sensibilidade e de pigmentação, alterações do relevo cutâneo, cicatrizes aderentes, 
deprimidas, hipertróficas ou queloideanas, fibrose, deiscência da sutura, infecções, lesões 
nervosas, seroma, sofrimento cutâneo. 
Coutinho et al. (2006) afirmam que diferentes são as orientações e recomendações no pós-
operatório, mas a utilização da cinta, ingestão líquida adequada, alimentação balanceada, 
proteção solar, repouso moderado, cuidados quanto à higienização e hidratação da cicatriz e o 
posicionamento adequado são ações importantes para um retorno precoce às atividades de 
vida diária. 
O tempo de pós-operatório influencia diretamente a efetividade das condutas fisioterapêuticas 
para a recuperação dos pacientes que realizaram cirurgias plásticas. Por isso, o 
encaminhamento mais tardio pode privar o paciente de uma recuperação mais saudável, mais 
curta, com menos sofrimento, além de muitas vezes interferir no resultado final da cirurgia 
(COUTINHO et al., 2006). 
 
4. Metodologia 
 
O presente estudo é uma revisão sistemática realizada a partir de buscas nas bases de dados 
Lilacs, Medline, Scielo e Bireme para a seleção de artigos que abordam os recursos 
fisioterapêuticos mais utilizados no pós-operatório de dermolipectomia abdominal, conhecida 
mais comumente como abdominoplastia. Os artigos foram publicados em periódicos 
nacionais ou em língua portuguesa utilizando como descritores as seguintes palavras: 
dermolipectomia, complicações cirúrgicas e intervenção fisioterapêutica. Incluiu-se nesta 
revisão estudos publicados no período de 2005 a 2013, publicados em periódicos nacionais e 
que mencionam os mais diversos recursos fisioterapêuticos utilizados físicos no pós-
7 
operatório de dermolipectomias. Foram excluídos os artigos que se limitavam apenas na 
descrição das técnicas cirúrgicas e que não mencionavam nenhum tratamento fisioterapêutico. 
Todos os artigos foram lidos, analisados e discutidos à luz do referencial teórico, expondo 
seus resultados em forma de tabela e gráfico utilizando Microsoft Excel 2007 para melhor 
visualização. 
 
5. Resultados e discussão 
 
De acordo com os estudos analisados vimos que o profissional fisioterapeuta vem atuar 
satisfatoriamente na prevenção e tratamento de complicações pós-operatórias, impedindo a 
instalação de deformidades e sequelas que comprometam o resultado final da cirurgia plástica. 
Desta forma, Borges (2010) ressalta que é de extrema necessidade a interação entre o 
fisioterapeuta, o cirurgião plástico e os outros componentes da equipe médica para que o 
planejamento e a intervenção sejam feitos da melhor maneira possível. A equipe 
multidisciplinar deve conhecer profundamente a técnica cirúrgica, a fisiopatologia envolvida 
no pós-operatório, assim como ter noções básicas do papel do outro profissional para que 
cada um assuma responsavelmente a função lhe é inerente. 
Fernandes (2011) afirma que atualmente as técnicas cirúrgicas têm tido uma maciça 
divulgação e um amplo refinamento fazendo com que surja a necessidade de se ofertar 
melhores métodos de tratamento pós-operatório. Neste âmbito, a Fisioterapia dermato-
funcional tem sido amplamente recomendada pelos cirurgiões plásticos por seus inúmeros 
recursos utilizados na reabilitação de pacientes submetidos a intervenções cirúrgicas, dentre 
as quais destacamos a dermolipectomia abdominal, isolada ou associada a outras cirurgias. 
No presente levantamento foram encontrados 23 artigos onde consideramos inicialmente a 
abordagem da dermolipectomia e suas diversas técnicas. Posteriormente foram selecionados 
10 artigos por mencionarem ou descreverem algum tipo de recurso fisioterapêutico utilizado 
no pós-operatório da já citada cirurgia. 
Os artigos analisados foram distribuídos da seguinte forma: temas dos artigos, tipo de 
pesquisa, autores, recursos fisioterapêuticos e o objetivo da conduta como mostra a Tabela 2. 
Podemos observar que são vários os recursos citados nestes artigos para o pós-operatório de 
abdominoplastia, mostrando que não existe um protocolo único, pois as técnicas aparecem na 
maioria das vezes associadas umas as outras, com exceção da drenagem linfática manual e do 
laser de baixa intensidade, os quais foram abordados por alguns artigos de forma exclusiva. 
Quanto ao método de abordagem, 4 artigos são de revisão bibliográfica, 3 estudos de caso e 3 
estudos descritivos. Os anos de publicação variaram de 2006 a 2013, sendo que no primeiro 
ano, 3 artigos foram publicados assim como em 2011. 
Nos outros anos somente um artigo foi publicado em cada um. 
 
 
Tema do artigo Tipo de 
pesquisa 
Autor(es) Recursos 
Fisioterapêutico 
Objetivos da 
conduta 
1 DLM de abdome pré e 
pós-cirurgia de 
lipoabdominoplastia: 
análise por 
linfocintilografia 
Estudo de caso Bassalobre; 
Altomare e 
Oliveira (2006) 
DLM Minimizar edema e 
hematoma 
Melhorar o quadro 
álgico 
Auxiliar na 
reparação de 
ferimentos 
8 
2 A importância da 
atenção fisioterapêutica 
na minimização do 
edema nos casos de pós-
operatório de 
abdominoplastia 
associada à 
lipoaspiração de flancos 
Estudo 
descritivo 
Coutinho et al. 
(2006) 
Crioterapia 
DLM 
Massoterapia 
Ultrassom 
Vacuoterapia 
Melhorar o quadro 
álgico e a 
circulação veno-
linfática 
Minimizar o edema 
Prevenir possíveis 
complicações 
(seromas, fibroses, 
aderências, etc) 
Acelerar o processo 
de cicatrizaçãoFavorecer uma 
recuperação mais 
rápida 
 
 
3 Fundamentos da 
Fisioterapia dermato-
funcional: revisão de 
literatura 
Revisão 
bibliográfica 
Milani; 
João e 
Farah (2006) 
Eletroterapia 
Cinesioterapia 
Laser 
Ultrassom 
Crioterapia 
Melhorar o quadro 
álgico 
Prevenir possíveis 
complicações 
(seromas, fibroses, 
aderências, 
flacidez) 
Aumentar a força 
muscular 
 
 
4 A utilização do laser de 
baixa potência AlGaInP 
na cicatrização do pós-
operatório da cirurgia de 
abdominoplastia em 
pacientes de uma clínica 
de cirurgia plástica na 
cidade de Criciúma-SC 
Estudo de caso Pieri (2009) Laser AlGaInP Melhorar o quadro 
álgico 
Promover ação 
antiinflamatória 
Acelerar o processo 
de cicatrização 
 
 
5 Cirurgia Plástica: 
Atenção fisioterapêutica 
Revisão 
bibliográfica 
Borges (2010) Exercícios 
respiratórios 
TENS 
RA Godoy 
Cinesioterapia 
DLM 
Mobilização do tecido 
conjuntivo 
Ultrassom 3 MHz 
Microcorrentes 
Alta frequência 
Magnetoterapia 
LED 
Vacuoterapia 
Radiofrequência 
Biorressonância 
Melhorar o quadro 
álgico 
Estimular a 
neovascularização 
Evitar infecções e 
inflamação 
Prevenir necrose e 
deiscências 
Acelerar o processo 
de cicatrização 
Promover a 
reexpansão 
pulmonar 
Normalizar a 
sensibilidade 
(hipoestesia) 
9 
6 DLM no PO de 
dermolipectomia 
abdominal 
Estudo de caso Baseggio; 
Ariza e 
Simões (2011) 
DLM Melhorar a textura 
da pele 
Prevenir/tratar 
aderências e fibrose 
Minimizar edema e 
hematoma 
Normalizar a 
sensibilidade 
(hipoestesia) 
Auxiliar na 
reparação de 
ferimentos 
 
7 A atuação da 
fisioterapia no pré e 
pós-operatório de 
cirurgia plástica 
corporal: uma revisão de 
literatura 
Revisão 
bibliográfica 
Macedo 
e Oliveira (2011) 
Cinesioterapia 
Laser 
Massoterapia 
Crioterapia 
Ultrassom 
Microcorrente 
Corrente Galvânica 
Melhorar o quadro 
álgico 
Minimizar edema e 
hematoma 
Prevenir possíveis 
complicações 
(seromas, fibroses, 
aderências, etc.) 
Acelerar o processo 
de cicatrização 
Liberar íons 
bactericidas 
Estimular a 
fagocitose e a 
produção de 
colágeno 
Introduzir fármacos 
8 Eficácia da DLM no 
pós-operatório de 
abdominoplastia 
Revisão 
bibliográfica 
Silva (2011) DLM Minimizar edema e 
hematoma 
Auxiliar na 
reparação de 
ferimentos 
9 Protocolo 
fisioterapêutico para o 
pós-operatório de 
abdominoplastia 
Estudo 
descritivo 
Silva et al. 
(2012) 
DLM 
Massagem clássica 
Cinesioterapia 
Ultrassom 
Laser terapêutico 
TENS 
Radiofrequência 
Biorressonância 
Endermologia 
Radiofrequência 
Magnetoterapia 
LED 
Melhorar o quadro 
álgico 
Minimizar edema, 
hematoma e 
equimose 
Normalizar a 
sensibilidade 
(hiperestesia) 
Prevenir possíveis 
complicações 
(seromas, fibroses, 
aderências, etc.) 
Promover ação 
antiinflamatória 
Evitar 
complicações e 
respiratórias e 
cardiovasculares 
10 
10 Atuação fisioterapêutica 
dermato-funcional no 
pós-operatório de 
cirurgias plásticas 
Estudo 
descritivo 
Migotto e 
Simões (2013) 
DLM 
Ultrassom 
Liberação tecidual 
funcional (LTF) 
Melhorar o quadro 
álgico 
Minimizar edema e 
hematoma 
Normalizar a 
sensibilidade 
Aumentar a 
circulação veno-
linfática e 
extensibilidade 
tecidual 
Acelerar o processo 
de cicatrização 
 
Tabela 2 – Demonstrativo dos estudos selecionados, recursos fisioterapêuticos e objetivos 
 
Percebemos na Tabela 2 que foram poucos os artigos encontrados nas bases de dados 
pesquisadas que abordam algum recurso fisioterapêutico aplicado no pós-operatório de 
dermolipectomia abdominal, apesar de os mesmos serem constantemente utilizados na prática 
clínica. Verificamos uma escassez de publicações de cunho científico que abordem a 
importância, bem como a aplicabilidade da fisioterapia dermato-funcional nesta área de 
atuação, o que abre espaços para críticas e indagações quanto sua verdadeira eficácia no 
tratamento pós-cirúrgico de abdominoplastia. 
Tais presunções justificam a importância do presente artigo e seu objetivo principal que foi 
identificar trabalhos existentes nas bases de dados eletrônicas que abordam os recursos 
fisioterapêuticos mais utilizados no pós-operatório de dermolipectomia abdominal. Achamos 
necessário distribuir tais recursos de acordo com a terapia utilizada para melhor entendimento 
como mostra a legenda da Figura 3. 
Após a análise dos 10 artigos quantificamos 49 citações de recursos utilizados neste tipo de 
tratamento que estão distribuídos da seguinte forma: 
 
 
 
Figura 3 – Quantitativo dos recursos fisioterapêuticos utilizados no pós-operatório de dermolipectomia 
abdominal 
 
Assim, sonidoterapia foi o recurso mais encontrado na literatura em forma de ultrassom de 
3MHz e como biorressonância, citada em 8 dos estudos. Macedo e Oliveira (2011) 
7 
4 
7 
3 
5 5 
8 
6 
4 
Recursos Fisioterapêuticos identificados na pesquisa
DLM
Cinesioterapia
Eletroterapia
Endermo/vacuoterapia
Fototerapia
Massoterapia
Sonidoterapia
Termoterapia
Outros
11 
argumentam que a intenção da utilização do ultrassom na pós-cirurgia plástica é a aceleração 
da cicatrização, o alcance da força tênsil normal e a prevenção de cicatrizes hipertróficas e 
quelóides. Os autores complementam dizendo que o uso do ultrassom proporciona 
significante aumento no número de fibroblastos, alinhamento ideal para contração da ferida e 
aceleração da fase inflamatória e contração da ferida. 
Coutinho et al. (2006) complementam dizendo que o ultrassom terapêutico, na frequência de 
3MHz é bastante usado na fase inflamatória para reabsorção de hematomas, diminuindo as 
chances de formações fibróticas e ainda melhoram a nutrição celular, reduzindo o edema e a 
dor, consequências da melhora na circulação sanguínea e linfática. 
A biorressonância por sua vez, é um equipamento que ainda está em estudo. Segundo Borges 
(2010), esta é um tipo de ultrassom audível na faixa de 300 a 3.000 Hz que produz um efeito 
piezoelétrico que favorece a orientação das moléculas, permitindo melhorar o metabolismo e 
refazendo o que foi destruído pelos radicais livres, normalizando o pH para acelerar o 
processo de cicatrização. 
Detectamos no decorrer da pesquisa que a drenagem linfática manual e a eletroterapia nas 
suas diversas formas de corrente (microcorrente, galvânica, alta frequência e TENS) foram 
mencionadas por 7 dos artigos científicos. Silva et al. (2012) em seu estudo demonstraram 
que a drenagem linfática manual foi aplicada na maioria dos pacientes. Guirro e Guirro (2010) 
afirmam que a mesma é eficaz para minimizar o edema no pós-cirúrgico de abdominoplastia. 
Quando aplicada precocemente pode prevenir complicações, como o seroma e auxiliar na 
reparação de ferimentos, proporcionando uma recuperação mais rápida no pós-cirúrgico. 
Godoy e Godoy (2005) ressaltam que para realizar a DLM é necessário o conhecimento da 
anatomia, fisiologia do sistema linfático e princípios de hidráulica e hidrodinâmica. É uma 
técnica sistematizada, cujos movimentos devem ter uma sequência determinada. 
Para Migotto e Simões (2013) a DLM atua drenando os líquidos excedentes que banham as 
células e auxiliando na manutenção do equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais. Além 
disso, ela é responsável pela evacuação dos dejetos provenientes do metabolismo celular. O 
tratamento deve iniciar ainda na fase aguda, porém, devemos levar em conta que a 
cicatrização ainda está recente, e a aplicação da técnica deve utilizar pressões manuais 
extremamente suaves (de até 30 a 40mmHg) e lentas (em média de 12 vezes por minuto). 
A eletroterapia, de acordo com Agne (2009) vem complementar de forma eficaz o trabalho 
reabilitativo, promovendo analgesia, estimulando células de reparação, a permeabilidade 
cutânea e o fortalecimento muscular. Como já citado, nos artigos analisados, a eletroterapia 
apareceu na forma de microcorrente que é um tipo de eletroestimulação que utiliza correntes 
com parâmetros de intensidade na faixa dos microamperes, e são de baixa frequência, 
podendo apresentar correntes contínuas ou alteradas. Estaacelera a síntese proteica de 
adenosina trifosfato de 300 a 500%, o incremento do transporte das membranas e de 
aminoácidos em até 40%, além de gerar alterações na cicatrização, liberação de íons 
bactericidas pelo eletrodo e estimulação de fagócitos (MACEDO e OLIVEIRA, 2011). Vale 
lembrar que a microcorrente é excepcionalmente útil em danos de tecidos moles, como 
feridas, traumas, pós-cirurgia e, particularmente, nos tratamentos de dor residual em longo 
prazo, devido a cicatrização pós-cirúrgicas. 
Outro recurso eletroterapêutico apresentado nos artigos foi a corrente galvânica. Uma de suas 
aplicações está baseada no efeito da eletroforese, que consiste introduzir um fármaco no 
organismo através da pele. Este processo também é conhecido como administração 
transdérmica de medicamentos estimulada pela corrente elétrica de baixa intensidade 
(BORGES, 2010). Macedo e Oliveira (2011) informam que comumente são usadas 
substâncias com ação específica para o tratamento pós-cirurgia plástica. Entre elas, a 
Dexametasona (ação antiinflamatória); Hialuronidase (para edemas e fibroses); e Óxido de 
zinco (antisséptico cicatrizante). 
12 
O alta frequência também foi mencionado, é um aparelho de múltiplos usos devido às várias 
funções que realiza. A corrente elétrica que atravessa os eletrodos de vidro é conduzida 
através dos gases Neônio ou Argônio, dando-lhes uma coloração alaranjada ou azulada, 
dependendo do tipo de gás que existe em seu interior. Este é usado como bactericida, 
permitindo a desinfecção e assepsia da incisão cirúrgica (AGNE, 2009). 
A termoterapia também foi citada em seis das 10 publicações, seja pela subtração da 
temperatura (crioterapia), seja pela adição (radiofrequência). Para Macedo e Oliveira (2011), 
a crioterapia reduz a temperatura tecidual limitando, portanto o trauma tecidual. A 
vasoconstrição ocorre por estímulo das fibras simpáticas e a diminuição da pressão oncótica, 
juntamente com a diminuição da permeabilidade da membrana que levam uma redução do 
edema. Este efeito fica reforçado pela redução tanto do metabolismo celular como das 
substâncias vasoativas, tais como histamina. 
Coutinho et al. (2006) frisam que a crioterapia protege o tecido cutâneo porque promover o 
resfriamento do local, ocasionando vasoconstricção, minimizando o extravasamento 
sanguíneo e reduzindo a dor. Migotto e Simões (2013) ressaltam que sua ação é atribuída à 
vasoconstrição imediata das arteríolas e vênulas, e ainda a redução tanto do metabolismo 
celular como das substâncias vasoativas, tais como histamina. Trata-se de uma técnica 
bastante utilizada, de baixo custo, relativamente de fácil manuseio e eficaz na redução da dor, 
edema e inflamação. 
A utilização do calor por sua vez tem como objetivo melhorar a qualidade do tecido 
cicatricial, tratar as fibroses e aderências. Sua utilização será a partir do momento em que se 
avalia a presença de fibroses (normalmente a partir da fase de proliferação). Mas para que 
ocorra o efeito esperado, a temperatura deve situar-se entre 40 e 45o (MACEDO e 
OLIVEIRA, 2011). Desta forma, Silva et al. (2012) dizem que o uso da radiofrequência no 
pós-operatório está ligado ao tratamento das fibroses tanto recente como tardia, podendo ser 
aplicada precocemente desde que a sensibilidade térmica do paciente seja perfeitamente 
mensurável e que o edema não seja acentuado. 
A fototerapia (laser e LED) e a massoterapia são citadas em 5 dos artigos analisados. Agne 
(2009) define o laser como um conjunto de ondas eletromagnéticas que apresentam 
característica ou propriedades precisas: monocromoticidade, coerência e polarização. Macedo 
e Oliveira (2011) corroboram dizendo o laser proporciona os seguintes efeitos terapêuticos: 
analgesia, redução da inflamação, eliminação de substâncias alógenas, efeito antiinflamatório. 
Agne (2009) diz que estes efeitos só são possíveis porque o laser interfere na síntese de 
prostaglandinas estimula a microcirculação, além se possuir ação fibrinolítica e cicatrizante. 
Já a LED é definida uma terapia por diodos emissores de luz que envolve mecanismo de 
fotomodulação que promove um tratamento seguro e indolor, fácil de aplicar e bem tolerado. 
Este recurso estimula o processo de cicatrização da ferida por aumentar a proliferação dos 
fibroblastos, metabolismo celular reforçada e maior síntese de colágeno (AGNE, 2009). 
No que tange a massoterapia, Guirro e Guirro (2010) ressaltam que esta é capaz de produzir 
estimulação mecânica nos tecidos por aplicação rítmica de pressão e estiramento, tendo como 
efeitos relaxamento, auxílio da circulação venosa e linfática, e absorção de substâncias 
extravasadas nos tecidos. Macedo e Oliveira (2011) comenta que por meio da massoterapia, 
pode-se observar estiramento dos tecidos subcutâneos; alívio da dor devido ao estímulo do 
toque nos receptores de pressão na pele; aumento da circulação da área tratada; estiramento da 
fáscia; restauração da mobilidade dos tecidos moles e ainda a liberação de aderências. 
Devemos atentar para as restrições da massoterapia, pois a mesma deve ser aplicada somente 
na fase de maturação, pois movimentos podem provocar descolamento tecidual, retardando a 
recuperação. 
Vale ressaltar que a massagem pode ser usada no sentido de mobilizar estruturas variadas, 
bem como para aliviar a dor e diminuir o edema, uma vez que ela produz um aumento do 
13 
fluxo sanguíneo, melhorando a nutrição celular e consequentemente proporcionando 
benefícios ao organismo, podendo ser realizada depois do trigésimo dia de pós-cirúrgico 
(COUTINHO et al., 2006). Migotto e Simões (2013) enfatizam que os recursos manuais tem 
função terapêutica de facilitar o processo de reparo pós-lesão auxiliando o comportamento 
mecânico e físico dos tecidos, além da dinâmica dos fluídos teciduais. A técnica específica 
deve ser empregada precocemente na fase inflamatória, suprindo as demandas metabólicas do 
tecido, prevenindo que na fase de remodelamento tecidual, ocorram intercorrências como 
aderências e alterações de cicatrização. 
Quatro artigos mencionaram a cinesioterapia como recurso fisioterapêutico eficaz para 
dermolipectomia abdominal. Esta previne o aparecimento de aderências e fibroses. Silva et al. 
(2012) falam que a cinesioterapia pode melhorar a circulação sanguínea e linfática, prevenir 
deformidades e incrementar o metabolismo aeróbio, porém a execução dos exercícios deve 
respeitar as fases do processo cicatricial, não submetendo a incisão cirúrgica a tensões 
elevadas, entre outros. 
Dando prosseguimento, vimos que a endermologia e/ou vacuoterapia foram indicadas em 3 
estudos. Milani, João e Farah (2006) comentam que a endermologia é tida como um dos 
principais recursos com comprovada efetividade para melhoria do contorno corporal. A 
aplicação dessa técnica traz benefícios às propriedades físicas da cicatriz (elasticidade e 
maleabilidade) e aparência (cor e textura), semelhante ao que acontece com a aplicação da 
massagem tradicional, com a vantagem de ser muito mais rápida e menos cansativa. No 
entanto, Silva et al. (2012) que a endermologia no pós-operatório tem suas ações 
questionáveis, sendo necessário estudar os reais efeitos desta técnica. Por último, outros 
recursos como magnetoterapia, RA Godoy e exercícios respiratórios também foram 
abordados em 4 dos estudos. 
 
7. Considerações finais 
 
Percebemos no decorrer deste trabalho que há na literatura científica embasamento para 
justificar a escolha dos diversos recursos fisioterapêuticos utilizados no pós-operatório de 
dermolipectomia abdominal. No entanto, deve-se ampliar o número de pesquisas científicas 
para que se consolide a fisioterapia dermato-funcional como uma área relevante neste campo 
de intervenção, uma vez que a mesma tem contribuído tanto no pré quanto no pós-operatório 
de cirurgias plásticas, prevenindo ou tratando as respostas advindas do ato cirúrgico. 
Quanto aos recursos utilizados por esta especialidade verificamos que a sonidoterapia, a DLM 
e a eletroterapiaforam os mais mencionados, mas a termoterapia, fototerapia, massoterapia, 
dentre outros, também foram citados. 
Para a efetividade do tratamento, os artigos sugerem que o fisioterapeuta tenha o 
conhecimento das fases do reparo tecidual e observe as características clínicas de cada 
paciente devido a grande variação de evolução no pós-operatório. Detectamos ainda uma 
variedade de tratamentos, porém um dos artigos propôs um protocolo, sugerindo que este seja 
adaptado ao quadro evolutivo de cada paciente. 
Portanto, entendemos que os recursos aqui identificados fazem parte da rotina das diversas 
clínicas existentes no Brasil, porém poucos profissionais se atêm em publicar artigos que 
comprovem a eficácia de tais recursos, o que gera uma escassez de literatura já mencionada 
anteriormente. 
 
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