LITERATURA HISPANO-AMERICANA Aula_08

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LITERATURA HISPANO-AMERICANA
AULA 8: A POESIA DE PABLO NERUDA
Tema da Apresentação
AULA 8: A POESIA DE PABLO NERUDA
LITERATURA HISPANO-AMERICANA
Conteúdo Programático desta aula:
Algo sobre Pablo Neruda:
Sua poesia: classificação.
O carteiro e o poeta
Pablo Neruda no Brasil.
Leitura de poemas.
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A POESIA DE PABLO NERUDA: UMA INTRODUÇÃO...
PABLO NERUDA – (Chile, 1904-1973) – pseudônimo de Neftalí Ricardo Reyes).
Sobre o seu pensamento, escreve Neruda:
“Yo tengo um concepto dramático de la vida, y romântico; no me corresponde lo que no llega profundamente a mi sensibilidad.”
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Algo sobre Pablo Neruda:
* Suas duas primeiras publicações, escritas aos 20 anos deram-lhe grande renome local e reconhecimento no exterior.
Sua obra tem características singulares como a busca por temas sensuais e uma fusão do surrealismo europeu com o realismo de militante comunista.
A geografia natal do universo da infância vai constituir-se em um motivo reiterado de sua obra.
Palabra e vida se fundem e se subordinam na criação dos versos, identificando o “eu” e o cosmos.
A terra, mulher e amante, é sacralizada como deidade feminina.
Intui no eterno feminino a fertilidade da terra.
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Poesia vegetal, mineral, vinculada à terra e ao homem;
Poesia comprometida com o seu destino na frágil eternidade da carne, do sangue, do amor;
Mesmo nos poemas em que a retórica poética cede lugar À retórica ideológica, persistem o apelo da raíz, a sofrida angústia cósmica, a seiva úmida, o vôo do pássaro, o apelo do sensual.
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 1936, quando se dá o início da Guerra Civil Espanhola, quando Garcia Lorca é assassinado pelos nacionalistas, seguidores do Ditador Francisco Franco, essa experiência redireciona a sua poesia para conteúdos mais libertários, como pode ser observado nas obras:
_ Residência na terra (1942),
_ Ode a Stalingrado (1942),
_ Terceira Residência (1947),
_ Canto General (Canto Geral), 1950.
Este último corresponde a uma epopéia de amor profundo à América, onde vários versos são dedicados ao Brasil.
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SUA POESIA – CLASSIFICAÇÃO: A OBRA DE PABLO NERUDA.
Podemos distinguir na obra de Neruda, cinco períodos, marcados por temáticas e estratégias expressivas:
Poesia Neorromântica, de cunho pó-modernista com o predomínio dos temas amorosos e sensuais, de dúvida e insatisfação: Crepusculario (1923) e Veinte poemas de amor y una canción desesperada (1924).
Dizia amar este livro (Vente poemas...) “porque apesar de sua aguda melancolia marca o goze da sua existência”. A realidade é concebida como superposição de sensações. Há nos livros de juventude o lamento do prazer que se foi, há um tom angustiado e mórbido em suas poesias.
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2. Poesia Vanguardista: coincide com seu contato com os vanguardistas europeus. A solidão, a angústia, o caos da humanidade são os temas deste seu período, marcados por um profundo hermetismo: Primera residencia en la tierra (1931) e Segunda residencia en la tierra (1935).
A obra “Residencia en la tierra” representa uma mudança na expressão poética de Neruda. O poeta se apresenta como ordenador do caos surrealista, volta-se para a criação de um novo espaço literário a que se alia a transcendência social.
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3 . Poesia social e humana: Corresponde ao período em que Neruda se comove com a Guerra Civil Espanhola: España en el corazón (1937) e Tercera residencia en la tierra (1947). Em Canto General (1950) exalta a história hispano-americana e firma seu compromisso com os oprimidos.
Agora, em seu tom sempre harmonioso, fiel ao ideal da primeira hora de suas produção poética, Neruda serve a Pátria, toma a defesa dos humildes, mantêm o culto À mulher, o eros.
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4. Poetização do cotidiano: Corresponde a um período de otimismo no qual estão presentes a propaganda política e o humor: Odas Elementales (1954), Nuevas odas elementales (1955) Tercer libro de Odas (1957) e Navegaciones y regresos (1959).
Neruda tem os sentidos abertos a uma realidade e natureza não idealizados.
Vê as coisas e assuntos com olhos do cotidiano: fotográficos, com o olvido, com o olfato, com o paladar.
O amor e a natureza se manifestam através de metáforas românticas.
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5. Poesia de íntima reflexão: Neste período Neruda retoma um viés de poesia tradicional, volta-se para sua intimidade e para aspectos autobiográficos: Estravagario (1958), Cien sonetos de amor (1960) e Memorial de Isla Negra (1964).
Pablo Neruda escreveu de fato uma Obra monumental, digna dos vários pequenos e grandes prêmios que recebe, como por exemplo:
1953- Prêmio Lenin da Paz (União Soviética);
1971- Prêmio Nobel de Literatura (Pelo conjunto de sua Obra).
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PABLO NERUDA NO BRASIL
Neruda visita o Brasil em algumas ocasiões:
*1953- I Congreso de Cultura no Brasil,
1955- para participar de recitais de poesias,
1960- para conhecer algumas cidades do Brasil e rever amigos.
Era admirador dos artistas e escritores brasileiros;
Foi um grande amigo do baiano Jorge Amado;
Definia o Brasil como “Cristal verde de América”;
Não somente o seu “Canto General” tinha versos dedicados ao Brasil, mas em toda a sua poesia e prosa, vez ou outra cita ou comenta a nossa terra brasileira, seja descrevendo sua natureza, enebriado por ela, seja falando
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de suas mulheres e homens entre os quais encontrou muitos amigos. Ou ainda como parte ativa nas lutas do povo brasileiro pela justiça social, pela Democracia, por uma vida melhor e mais plena para os trabalhadores, os deserdados, os camponeses. Sempre participou de uma luta comum, por uma América Latina unida e integrada.
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http://books.google.com.br/books?id=XwIB0bbaRekC&pg=PA75&lpg=PA75&dq=No+rio+visitei++Burle+Marx,+o+Conquistador+da+Flora&source=bl&ots=LXWC0ZgZuX&sig=y0EXK_K95BiRzI_2VTjF4odZECs&hl=pt&sa=X&ei=8bBwUa-PII3c9QTErIGgDw&ved=0CCwQ6AEwAA#v=onepage&q=No%20rio%20visitei%20%20Burle%20Marx%2C%20o%20Conquistador%20da%20Flora&f=false
COSTA, Adriane Vidal. Pablo Neruda: uma poética engajada.
NERUDA, Pablo. Para nascer nasci. Rio de Janeiro. Difel. 1980, p. 186.
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Poema 20 
(Livro: Veinte poemas de amor y una canción desesperada- 1924)
PUEDO escribir los versos más tristes esta noche.
Escribir, por ejemplo: "La noche está estrellada, y tiritan, azules, los astros, a lo lejos".
El viento de la noche gira en el cielo y canta.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche. Yo la quise, y a veces ella también me quiso.
En las noches como ésta la tuve entre mis brazos. La besé tantas veces bajo el cielo infinito.
Ella me quiso, a veces yo también la quería.Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche. 
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Puedo escribir los versos más tristes esta noche. Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.
Oir la noche inmensa, más inmensa sin ella. Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.
Qué importa que mi amor no pudiera guardarla. La noche está estrellada y ella no está conmigo.
Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos. Mi alma no se contenta con haberla perdido.
Como para acercarla mi mirada la busca. Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.
La misma noche que hace blanquear los mismos árboles. Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.
Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise. Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.
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De otro. Será de otro. Como antes de mis besos. Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.
Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero. Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.
Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos, mi alma no se contenta con haberla perdido.
Aunque éste sea el último dolor que ella me causa, y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.
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ODA A LA MANZANA 
(Libro: Tercer libro de Odas – 1957) 
A ti, manzana, quiero celebrarte llenándome con tu nombre la boca, comiéndote.
Siempre eres nueva como nada o nadie, siempre recién caída del Paraíso: plena y pura mejilla arrebolada de la aurora!
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Qué difíciles son 
comparados contigo los frutos de la tierra, las celulares uvas, los mangos tenebrosos, las huesudas ciruelas, 
los higos submarinos: tú eres pomada pura, pan fragante, queso de la vegetación.
Cuando mordemos tu redonda inocencia volvemos por un instante 
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a ser también recién creadas criaturas: aún tenemos algo de manzana.
Yo quiero una abundancia total, 
la multiplicación de tu familia, quiero una ciudad, una república, un río Mississipi de manzanas, y en sus orillas quiero ver a toda la población del mundo unida, reunida, en el acto más simple de la tierra: mordiendo una manzana.
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LXXXIX (Livro: Cem sonetos de Amor -1959)
QUANDO eu morrer quero tuas mãos em meus olhos: 
quero a luz e o trigo de tuas mãos amadas 
passar uma vez mais sobre mim seu viço: 
sentir a suavidade que mudou meu destino. 
Quero que vivas enquanto eu, adormecido, te espero, 
quero que teus ouvidos sigam ouvindo o vento, 
que cheires o amor do mar que amamos juntos
 e que sigas pisando a areia que pisamos.
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Quero que o que amo continue vivo 
e a ti amei e cantei sobre todas as coisas,
por isso segue tu florescendo, florida,
para que alcances tudo o que meu amor te ordena, 
para que passeie minha sombra por teu pêlo,
para que assim conheçam a razão de meu canto. 
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Memorial de Isla Negra:
O livro Memorial da Isla negra, é considerado um texto predominantemente autobiográfico. Este livro está dividido em cinco livros, cinco capítulos: “Onde nasce a chuva” , “A lua no labirinto”, “Fogo cruel”, “O caçador
de raízes” e “Sonata crítica”. 
Nessa obra percebe-se o telúrico e o vínculo com o seu país. O Chile aparece com sua cordilheira, as matas, as vinhas e o mar, elementos fundamentalmente regionais. 
No poema “Nascimento” o poeta revela sua integração
Com sua terra chilena e sua paisagem:
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Nasceu um homem
entre muitos
que nasceram,
vivi entre muitos homens
que viveram,
e isto não tem história,
mas terra, terra central do Chile,onde
as vinhas encresparam suas cabeleiras verdes,
e o vinho nasce dos pés do seu povo .
[...]
Já não existe
a casa nem a rua:
soltou a cordilheira
seus cavalos,
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acumulou-se o profundo poderio,
brincaram as montanhas
e caiu a vila envolta no terremoto. (p.19)
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EXPLORANDO O TEMA:
 
Poema xx Veinte poemas de amor y uma canción desesperada
http://www.youtube.com/watch?v=ZD57iiI1V20
http://www.youtube.com/watch?v=7BFaNDesLSw
http://www.youtube.com/watch?v=eVO0vcdEY0c
te amo
http://www.youtube.com/watch?v=ZD57iiI1V20  
Bella 
http://www.youtube.com/watch?v=W2B0G8dDSVE
Si TU ME OLVIDAS
http://www.youtube.com/watch?v=fe1-JbbFEvc
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El cartero y el poeta:
http://www.youtube.com/watch?v=6Oi8cwZ-lK4
http://www.youtube.com/watch?v=ek9k02Czc-I&NR=1&feature=endscreen
Textos:
http://www.neruda.uchile.cl/
http://www.fundacionneruda.org/
http://www.jornaldepoesia.jor.br/bh25neruda2.htm
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1207200410.htm
http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u884.shtml
www.ucs.br/etc/revistas/index.php/antares/.../372
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