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REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO Número 42 – SETEMBRO DE 2012 ISSN 1981-7770 COLETANEA SEMINÁRIOS 4, 5, e 6 A CIDADE DO MARANHÃO – UMA HISTÓRIA DE 400 ANOS Brasão de João de Barros Brasão de Aires da Cunha Brasão de La Ravardiére Edição Eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/ Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, v.1, n.1 (ago. 1926) - São Luís: IHGM, SETEMBRO DE 2012. n. 42, setembro de 2012. Edição eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/ ISSN: 1981-7770 1. História – Maranhão – Periódicos 2. Geografia – Maranhão - Periódicos p. 415 CDD: 918.21 CDU: 918.121 + 981.21 ISSN 1981 – 7770 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO N O 42 – SETEMBRO – 2012 EDIÇÃO ELETRÔNICA Rua de Santa Rita, 230 – Centro - Edifício Prof. Antonio Lopes – 2º. Andar CEP – 65015.430 – SÃO LUÍS – MA Fone (0xx98) 3222-8464 - Fax (0xx98) 3232-4766 E.mail: ihgm_ma@hotmail.com http://ihgm1.blogspot.com.br/ http://www.facebook.com/people/Ihgm- Maranhao/100003343278385#!/groups/324308197653931/ https://groups.live.com/P.mvc#!/ihgm/ As idéias e opiniões emitidas em artigos ou notas assinadas são de responsabilidade dos respectivos autores. ENDEREÇO DAS EDIÇÕES ELETRÔNICAS http://issuu.com/leovaz/docs/ http://issuu.com/leovaz/docs/revista_01_-_1926b http://issuu.com/leovaz/docs/revista_02_-_1948 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_03_-_1951 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_04_-_1952 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_29_dez_2008 http://issuu.com/leovaz/docs/ihgm-30 http://issuu.com/leovaz/docs/ihgm_31_novembro_2009 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm__32_-_mar_o_2010 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_33_-_junho_2010 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_34_-_setembro_2010 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_35_-_dezembro_2010b http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_36_-_mar_o_2011b http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_37_-_junho_2011 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-_setembro_2011 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39_-_dezembro_2011b http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_40_-_mar_o_2012 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_41_-_junho__2012 mailto:ihgm_ma@hotmail.com http://ihgm1.blogspot.com.br/ http://www.facebook.com/people/Ihgm-Maranhao/100003343278385#!/groups/324308197653931/ http://www.facebook.com/people/Ihgm-Maranhao/100003343278385#!/groups/324308197653931/ https://groups.live.com/P.mvc#!/ihgm/ http://issuu.com/leovaz/docs/ http://issuu.com/leovaz/docs/revista_01_-_1926b http://issuu.com/leovaz/docs/revista_02_-_1948 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_03_-_1951 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_04_-_1952 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_29_dez_2008 http://issuu.com/leovaz/docs/ihgm-30 http://issuu.com/leovaz/docs/ihgm_31_novembro_2009 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm__32_-_mar_o_2010 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_33_-_junho_2010 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_34_-_setembro_2010 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_35_-_dezembro_2010b http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_36_-_mar_o_2011b http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_37_-_junho_2011 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-_setembro_2011 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39_-_dezembro_2011b http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_40_-_mar_o_2012 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_41_-_junho__2012 “PLANO EDITORIAL DO IHGM” 1 “I – O Plano Editorial do IHGM é destinado, exclusivamente para os seus associados, no sentido de: a) Defender e velar o patrimônio histórico e cultural do Maranhão; b) Estimular o estudo e cooperar na publicação prioritariamente, de questões sobre História, Geografia e Ciências afins referentes ao Brasil e, especialmente, ao Maranhão; c) Cooperar com os Poderes Públicos nas medidas que visem ao engrandecimento científico e cultural do Maranhão. II – O Plano Editorial usará o seu órgão especial – a REVISTA – para as publicações trimestrais de trabalhos previamente selecionados. III – Os Associados poderão usar o PLANO EDITORIAL nas publicações de outros gêneros como romances, peças teatrais, ensaios, críticas, versos, novelas, crônicas, contos e monografias, quando os referidos assuntos forem previamente escolhidos em concursos e promoções realizadas pelo IHGM. IV – Será estabelecido premio anunciado com antecipação, além de medalha de ‘honra ao mérito’, apoio e cobertura da solenidade de lançamentos da obra. V - As inscrições serão feitas de 1o. a 15 do primeiro mês de cada trimestre, com apresentação de original inédito, titulo da obra do nome do autor. VI – A Diretoria do IHGM designará anualmente por portaria três (3) membros de seu quadro de sócios efetivos com três (3) suplentes para comporem a Comissão de Leitura, sendo o julgamento por votação com parecer escrito considerado irrevogável. Os suplentes serão, automaticamente, convocados pela ordem, quando houver impedimento de quaisquer dos membros efetivos da mencionada Comissão. VII – Os casos omissos serão decididos de comum acordo pela Diretoria do IHGM e pela Comissão de Leitura e, em ultima Instancia pela Assembléia Geral do IHGM. São Luís, 05 de outubro de 1984 JOSÉ RIBAMAR SEGUINS Presidente do IHGM. 1 SEGUINS, José de Ribamar. Plano Editorial do IHGM. In Rev. IHGM, São Luís, ano LIX, n. 07, dezembro de 1984, p. 83-84 SUMÁRIO PLANO EDITORIAL DO IHGM 4 SUMÁRIO 5 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ APRESENTAÇÃO 10 Diretoria – Gestão 2012/2014 13 PLANO 21 DA GESTÃO Pe. ANTONIO VIEIRA PARA O BIÊNIO 2012-2014 14 CALENDÁRIO DE EVENTOS PARA 2012 AGENDAMENTO DO CICLO DE PALESTRAS PARA 2012 15 15 POSSES 16 TELMA BONIFACIO DOS SANTOS REINALDO DISCURSO DE POSSE DA GESTÃO PE. ANTONIO VIEIRA NO DIA 01 DE AGOSTO DE 2012 16 OSVALDO PEREIRA ROCHA ASSEMBLEIA GERAL DE POSSE NO IHGM 20 JOSEMAR RAPOSO POSSE DO PROFESSOR RAIMUNDO NONATO PALHANO NA CADEIRA DE Nº 39 21 RAIMUNDO PALHANO ELOGIO AO PATRONO - SABBAS DA COSTA E AS CIRCUNSTÂNCIAS DA HISTÓRIA SOCIAL DO MARANHÃO 25 ANTONIO NOBERTO DISCURSO EM RECEPÇÃO A JOSÉ JORGE LEITE SOARES QUE OCUPARÁ A CADEIRA DE Nº 34, PATRONEADA POR WILSON DA SILVA SOARES, NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO 38 JOSÉ JORGE LEITE SOARES DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA DE NO. 34, PATRONEADA POR WILSON DA SILVA SOARES EM 20 DE SETEMBRO DE 2012 43 EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA DISCURSO EM RECEPÇÃO A SOFIANE LABIDI NO IHGM 47 SOFIANE LABIDI DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA N. 13, PATRONEADA POR RAIMUNDO JOSÉ DE SOUZA GAYOSO 51 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ APRESENTAÇÃO DE ALEXANDRE FERNANDES CORRÊA, NOVO OCUPANTE DA CADEIRA 10, PATRONEADA PELO PADRE JOSÉ DE MORAES, em 26 de setembro de 2012 55 ALEXANDRE FERNANDES CORRÊA DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA NÚMERO 10, PATRONEADA POR JOSÉ XAVIER DE MORAES DA FONSECA PINTO - Padre Jesuíta José de Morais (1708-1777[?]) 64 ARTHUR ALMADA LIMA FILHO DISCURSO DE POSSE NO IHGM 69 IHGM NA MÍDIA 77 TELMA BONIFACIO DOS SANTOS REINALDO CONVITE DA COMPANHIA VALE DO RIO DOCE AO IHGM PARA APRESENTAR TRABALHO A RESPEITO DAS COMEMORAÇÕES DOS 400 ANOS DE SÃO LUÍS 78 MARDEN RAMALHO PROGRAMA 'EDUCAÇÃO É NOTÍCIA' RECEBE O PROFESSOR EUGES LIMA, DIRETOR DE CULTURA DO SINPROESEMMA E VICE PRESIDENTE DO IHGM 79 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Apresentação do Livro: PROCESSO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA EM IMPERATRIZ-MA – seus personagens e sua trajetória de 1973 a 2010, de MOISES CHARLES FERREIRA DOS SANTOS, Editora Ética, 2012. 80 ÁLVARO URUBATAN MELO ALCANTARENSESDEPOIS SÃO-BENTUENSES – II 82 ANTONIO NOBERTO ESTIVERAM NA FRANÇA EQUINOCIAL E / OU NOS SEUS ANTECEDENTES 84 NATALINO SALGADO FILHO DIVERSIDADE LOCAL COMO SOLUÇÃO GLOBAL 86 NATALINO SALGADO FILHO SBPC 2012: UM CENÁRIO DE MÚLTIPLAS POSSIBILIDADES 88 AYMORÉ ALVIM AS ESTEARIAS DO ENCANTADO 90 ALDY MELLO RESUMO DE LIVRO: O ENCONTRO 92 JOAQUIM NAGIB HAICKEL A INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA DO MARANHÃO 93 TELMA BONIFACIO DOS SANTOS REINALDO QUEM QUER DOIS PERDE UM – COM OS PÉS NA ARGENTINA E A CABEÇA NO BRASIL 95 AYMORÉ DE CASTRO ALVIM OS BABAÇUAIS DE PINHEIRO 97 OSVALDO PEREIRA ROCHA ADESG NO MARANHÃO 99 MANOEL SANTOS NETO ALDY MELLO MANDA NOTÍCIAS DO TÚNEL DO TEMPO 100 JOAQUIM HAICKEL CONTOS, CRÔNICAS, POEMAS & OUTRAS PALAVRAS 104 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ O MÚLTIPLO JOAQUIM HAICKEL 106 NATALINO SALGADO FILHO O LEGADO DE RENATO ARCHER E A SBPC 2012 109 AYMORÉ DE CASTRO ALVIM DE LONDRES AO RIO DE JANEIRO 111 ANA LUIZA ALMEIDA FERRO CONVITE AO PASSADO DE SÃO LUÍS 113 http://ihgm1.blogspot.com.br/2012/07/as-estearias-do-encantado1.html http://colunas.imirante.com/platb/joaquimhaickel/2012/07/08/a-industria-cinematografica-do-maranhao/ http://feedproxy.google.com/~r/InstitutoHistricoEGeogrficoDoMaranho-ihgm/~3/mHejfivXidQ/aldy-mello-manda-noticias-do-tunel-do.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email http://www.blogsoestado.com/joaquimhaickel/2012/08/05/contos-cronicas-poemas-outras-palavras/ http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2012/08/10/o-multiplo-joaquim-haickel/ OSVALDO PEREIRA ROCHA ADVOGADO TEM O TÍTULO DE DOUTOR 115 ALEXANDRE FERNANDES CORRÊA O PASSADO DEVE SERVIR PARA ALGUMA COISA 117 ALEXANDRE FERNANDES CORRÊA TRIUNFO DO ESPÍRITO FESTIVO 120 ÁLVARO URUBATAN MELO CÔNEGO GREGÓRIO LUÍS DE BARROS - UM SANTO. 122 OSVALDO PEREIRA ROCHA 20 DE AGOSTO - DIA DO MAÇOM 124 ANA LUIZA ALMEIDA FERRO LANÇAMENTO DO LIVRO: O NÁUFRAGO E A LINHA DO HORIZONTE: POESIAS 125 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Apresentação dos Anais do 24º ENAREL – ENCONTRO NACIONAL DE RECREAÇÃO E LAZER: “LAZER E DIVERSIDADE CULTURAL” São Luís, MA - 28 a 31 de agosto de 2012 126 ÁLVARO URUBATAN MELO OS FRUTOS DOS CAMPOS DE SÃO BENTO 130 OSVALDO PEREIRA ROCHA 25 DE AGOSTO – FATOS HISTÓRICOS 132 JOAQUIM HAICKEL MEIA NOITE EM SÃO LUÍS 133 JOAQUIM HAICKEL MEU AMIGO ROBERTO DUAILIBE CASSAS GOMES 135 ANA LUIZA ALMEIDA FERRO WILSON PIRES FERRO SÃO LUÍS, HERDEIRA DA FRANÇA EQUINOCIAL 137 ANTONIO NOBERTO OS ARTÍFICES E OS DONOS DA FESTA 141 ANTONIO NOBERTO A Exposição “FRANÇA EQUINOCIAL PARA SEMPRE” e os quatro séculos da profecia do amor 143 ANA LUIZA ALMEIDA FERRO O FUNDADOR ESQUECIDO 145 ANA LUIZA ALMEIDA FERRO CONVITE AO PASSADO DE SÃO LUÍS 147 ESPECIAL SOBRE OS 400 ANOS DE SÃO LUÍS 149 CRISTINA ROMANELLI PRESENTE DE GREGO 150 NATALINO SALGADO FILHO SÃO LUÍS: AS HOMENAGENS CONTINUAM 153 SAMARTONY MARTINS VIDA MISSIONÁRIA DE PADRE BRANDT É CONTADA EM LIVRO 155 JOAQUIM HAICKEL SAUDADE DE ANTONIO LOBO 157 NATALINO SALGADO FILHO TURISMO E HOTELARIA NO CONTEXTO DAS CIDADES CRIATIVAS 159 http://www.blogsoestado.com/joaquimhaickel/2012/09/08/meia-noite-em-sao-luis/ http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2012/09/15/especial-sobre-os-400-anos-de-sao-luis/ http://feedproxy.google.com/~r/InstitutoHistricoEGeogrficoDoMaranho-ihgm/~3/qRPsS9UXD2s/presente-de-grego_15.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email http://www.blogsoestado.com/joaquimhaickel/2012/09/16/saudade-de-antonio-lobo/ NATALINO SALGADO FILHO ENSINO A DISTÂNCIA REVOLUCIONA A EDUCAÇÃO NO MUNDO 161 ÁLVARO URUBATAN MELO VICTOR LOBATO, O REVOLUCIONÁRIO 163 CLENIA DE JESUS PEREIRA DOS SANTOS O MULTICULTURALISMO E A ESCOLA 165 JOSEMAR RAPOSO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO – IHGM – 80 ANOS 177 COLETÂNEAS DO CICLO DE ESTUDOS/DEBATES A CIDADE DO MARANHÃO – UMA HISTÓRIA DE 400 ANOS ANTONIO NOBERTO “FRANÇA EQUINOCIAL PARA SEMPRE” - UMA HISTÓRIA DE 400 ANOS 184 PALÁCIO CRISTO REI RECEBE A EXPOSIÇÃO FRANÇA EQUINOCIAL PARA SEMPRE 191 ESPETÁCULO FRANÇA EQUINOCIAL ENCANTA PÚBLICO NA ABERTURA DE EXPOSIÇÃO NO MEMORIAL CRISTO REI 193 EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA CANTO À CIDADE DE SÃO LUIS – MA PELOS SEUS 400 ANOS. 195 CLAUBER PEREIRA LIMA SÃO LUIS DO MARANHÃO EM SEUS 400 ANOS DE FUNDAÇÃO: ENTRE SONHOS, RUPTURAS E ASSIMILAÇÕES E O FAMOSO PECUAPÁ. 199 ALDY MELO COLONIZAÇÃO: da vontade do rei à fidelidade dos colonizadores 213 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ QUEM HABITAVA UÇAGUABA/MIGANVILLE? 221 LUCIEN PROVENÇAL LES FRANÇAIS AU BRESIL, LA RAVARDIERE ET LA FRANCE EQUINOXIALE (1612 -1615) 235 JOAQUIM COSTA DE SOUZA FILHO O MITO DA “FUNDAÇÃO FRANCESA" DE SÃO LUÍS 250 ALBERTO PEREIRA MARTINS JÚNIOR UM PRÍNCIPE IRLANDÊS NAS TERRAS DO ITAPECURU 256 ALEXANDRE FERNANDES CORRÊA A FUNDAÇÃO MÍTICA DE SÃO LUÍS 260 ALEXANDRE FERNANDES CORRÊA E ADRIANA CAJADO COSTA MITO, IDEOLOGIA, SONHO E O ENIGMA DOS 400 ANOS. 262 JOÃO DIAS REZENDE FILHO SÃO LUÍS, REI DE FRANÇA. 264 ALEXANDRE FERNANDES CORRÊA TRIUNFO DO ESPÍRITO FESTIVO 267 EUGES SILVA DE LIMA PROJETO FRANÇA EQUINOCIAL: A TENTATIVA FRANCESA DE COLONIZAÇÃO DO MARANHÃO NO SÉCULO XVII 269 http://feedproxy.google.com/~r/InstitutoHistricoEGeogrficoDoMaranho-ihgm/~3/3i0wVPt_NS4/projeto-franca-equinocial_8244.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email http://feedproxy.google.com/~r/InstitutoHistricoEGeogrficoDoMaranho-ihgm/~3/3i0wVPt_NS4/projeto-franca-equinocial_8244.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email EUGES SILVA DE LIMA CATÓLICOS E HUGUENOTES: diversidade religiosa e duplicidade de comando na França Equinocial 272 SEMINÁRIO 4 – SÃO LUÍS FOI FUNDADA POR FRANCESES Conferencia Magna: JOSÉ CLAUDIO PAVÃO SANTANA "AS LEIS FUNDAMENTAIS DO MARANHÃO: DENSIDADE JURÍDICA E VALOR CONSTITUINTE. A CONTRIBUIÇÃO DA FRANÇA EQUINOCIAL AO CONSTITUCIONALISMO AMERICANO". 279 ANTONIO NOBERTO A FUNDAÇÃO DE SÃO LUÍS, O DNA DA CONTESTAÇÃO E OPORTUNIDADES 286 MARIA APARECIDA C. M. SANTOS HORÁCIO DE FIGUEIREDO LIMA NETO A ELABORAÇÃO DO DISCURSO DO MITO DA ATENAS BRASILEIRA PELO GRUPO MARANHENSE E A FORMAÇÃO DOS NOVOS ATENIENSES 305 JOSSILENE LOUZEIRO ALVES INCLUSÃO E LAZER PARA TODOS: conhecendo Centro Histórico São Luis 309 SEMINÁRIO 5 – SÃO LUÍS NÃO FOI FUNDADA POR FRANCESES Conferencia Magna: RAFAEL AGUIAR A CONSTRUÇÃO DO MITO DA FUNDAÇÃO FRANCESA DA CIDADE DE SÃO LUÍS: Uma Análise Historiográfica 316 EUGES LIMA A FUNDAÇÃO DE SÃO LUÍS: mitos e historiografia 330 JOYCE OLIVEIRA PEREIRA DANIEL BRUNO DE JESUS FERREIRA O MARANHÃO DOS NEERLANDESES: Discursos e causas da conquista de 1641 340 SEMINÁRIO 6 - SÃO LUÍS FOI FUNDADA POR QUEM? – CONCLUSÕES POSSÍVEIS Conferencia Magna: ANA LUIZA ALMEIDA FERRO A FUNDAÇÃO DA CIDADE DE SÃO LUÍS: fatos e mitos 352 ALEXANDRE FERNANDES CORREA A FUNDAÇÃO MÍTICA DE CIDADES: Elementos para a ritanálise da Bigfesta dos 400 anos de São Luís. 386 OSVALDO PEREIRA ROCHA LANÇAMENTOS DE LIVROS NO PALÁCIO CRISTO REI 392 IV ENCONTRO GONÇALVINO DILERCY ADLER IV ENCONTO GONÇALVINO - SÃO LUIS – 05 DE SETEMBRO DE 2012 406 DILERCY ARAGÃO ADLER AGRADECIMENTO À EPFA - MIL POEMAS PARA GONÇALVES DIAS 414 http://ihgm1.blogspot.com.br/2012/09/catolicos-e-huguenotes-diversidade.html http://ihgm1.blogspot.com.br/2012/09/catolicos-e-huguenotes-diversidade.html APRESENTAÇÃO Mais um ciclo se encerrou 28 de julho último, com a posse – dia 1º de agosto – da nova Gestão da Profa. Dra. Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo. A nova gestão pretende retomar a questão do Estatuto Social, adequando-o aos novos tempos e à legislação pertinente, e em consequência, finalmente, a elaboração do Regimento Interno. Buscar soluções para a acessibilidade,com a instalação do elevador, e a desobstrução da rua. A colocação de placas nos logradouros nas proximidades da nossa sede, com a indicação da localização do IHGM, por se tratar de um local de pesquisa e interesse de pesquisadores locais e de outros estados, bem como de importância turística. Buscar meios, parcerias, financiamentos que garantam a publicação em papel da Revista do IHGM; assim como a organização do acervo da Biblioteca; a reforma do auditório; reorganizar a galeria de fotos dos fundadores dando destaque ao Patrono Antônio Lopes; a galeria de fotos dos ex-presidentes do IHGM; a pintura externa de todo o prédio. Instituir uma Comissão para organizar o aniversário de 90 anos do IHGM, com a criação de uma comenda do IHGM para agraciar instituições e pessoas que se destacam nos estudos históricos, geográficos e afins, bem como na pesquisa e produção da História do Maranhão; confecção de um broche com o símbolo do IHGM; Manter as palestras dos sócios efetivos com possibilidade de estendê-las a convidados locais com trabalhos produzidos na área de História, Geografia ou áreas afins. Discutir e entrar com a ação de reintegração de posse do prédio... Enfim, esses os planos da nova gestão. Oxalá se realize. Esperamos dar continuidade à periodicidade da Revista do IHGM, finalmente mantida nas duas ultimas gestões – com a Profa. Eneida Vieira da Silva Canedo. Realizamos os três últimos seminários do ciclo de estudos e debates “A Cidade do Maranhão: uma História de 400 anos”, quando contamos com o posicionamento de diversos sócios. Parece-nos que prevalece a tese de São Luis ser, efetivamente, “‘de fundação francesa”. As contribuições dos sócios – apresentadas nos três números dedicados aos Seminários dizem muito da importância dessa discussão. Fatos novos, e novas leituras, vieram à baila, num trabalho de ‘arqueologia literária’, esclarecendo alguns aspectos, aprofundando outros e – alvíssaras – confirmando aquilo que de há muito vínhamos pregando: Vinhais Velho efetivamente é o berço do Maranhão... O Antonio Noberto – junto com a Clores Holanda e a Joana Bittencourt coadjuvando - brindou-nos com uma magnífica exposição sobre a França Equinocial; sob a chancela do IHGM... Continuamos com o replicar das matérias publicadas por nossos sócios nos diversos jornais da cidade do Maranhão, e nos blogs mantidos em diversos veículos – IHGM na Mídia -; denota a contribuição do IHGM na disseminação da memória e da história do Maranhão. Contrariando certos comentários de algumas pessoas que se perguntam qual a contribuição do IHGM. Aí está, e em grande número, aparecendo em diversos veículos semanalmente. Difícil é dar conta de tantas contribuições, em tantas áreas distintas. O IHGM está vivo!!! Juntamos todos os trabalhos apresentados nesses últimos dois anos, sob a temática dos 400 anos de fundação de São Luis; trabalhos publicados na mídia, em nossa Revista do IHGM, e apresentados nos Seminários – seis, no total – e das Palestras mensais havidas em nosso soldalício. Cerca de 900 páginas. Esperamos publicar essa “Coletâneas do Seminário ‘A Cidade do Maranhão – uma História de 400 anos”. O que não podemos deixar de registrar são o descaso e o desconhecimento das nossas autoridades – e as Comissões de 400 anos criadas – da existência de uma entidade como o IHGM. Fomos, ao longo desses três últimos anos, consultados se poderáimos integrar essas diversas comissões – Estado, Prefeitura, Assembléia, UFMA, para ficarmos nas oficiais; aceito o convite, ficamos aguardando sua formalização, que não ocorreu. Apenas um ou outro portavoz do convite demonstraram insatisfação e incompreensão da não-formalização do convite... Ficamos por isso – convidado e depois desconvidado; não sabemos – aliás, sabemos, sim! o motivo desse agir... Mas independente de participar, ou não, dessas Comissões - que afinal não fizeram nada, mesmo, o IHGM deu sua resposta e realizou aquilo a que se propôs. Não houve divulgação por parte de nossas Midias, embora toda semana, e em algumas ocasiões, durante a semana, enviassemos um ‘press-realise’ a todos os jornais, TVs, e jornalistas. A exceção de um ou outro, em algumas raras ocasiões, publicaram o que se estava fazendo... Boicote? Nunca saberemos... O que, para nós que fazemos o IHGM, nada significa; apenas para que fique registrado, esse ‘desabafo’, pois foi muito o trabalho em selecionar os expositores, os contatos, os arranjos, o planejamento, e enfim, a realização do evento. O registro em nossa Revista, a organização da Coletânea... Fizemos nosso papel. E vamos continuar... pois com o diz o adágio popular, a caravana passa... Afinal, o IHGM nesses 87 anos de existência tem sobrevivido graças à teimosia de seus sócios. Pela primeira vez, em seus quase 90 anos de existência, terá seu quadro social – 60 cadeiras ocupadas. Finalmente!!! Esperamos que, com esse número, o IHGM possa contribuir, ainda mais, com o resgate da memória e da história, da geografia, e das ciências afins, para o futuro do Maranhão. Como diz meu amigo, ex-professor da UFMA, Dr. Pereira: oremos! LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Editor da presente Edição INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO Fundado em 20 de novembro de 1925, registrado no Conselho Nacional de Serviço Social sob no. 80.578/75, de 14 de setembro de 1955 Reconhecido de Utilidade Pública pela Lei Estadual no. 1.256, de 07 de abril de 1926 Reconhecido de Utilidade Pública pela Lei Municipal no. 3.508, de junho de 1996 Cartório Cantuária Azevedo – Registro Civil de Pessoas Jurídicas – reg. no. 180, registro em microfilme no. 31063, São Luís, 23 de agosto de 2007 GESTÃO 2012/2014 CHAPA: Pe. ANTONIO VIEIRA DIRETORIA Presidente: Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo Vice-Presidente: Euges Silva de Lima 1ª. Secretaria: Clores Holanda da Silva 2º. Secretario: Antonio José Noberto da Silva 1º. Tesoureiro: Dilercy Aragão Adler 2º. Tesoureiro: Aymoré Castro Alvim Diretor de Patrimônio: Álvaro Urubatan Melo Diretor de Divulgação: Manoel Santos Neto Conselho Fiscal Titulares : Raul Eduardo de Canedo Vieira da Silva Maria Esterlina Melo Pereira José Ribamar Fernandes Suplentes: Paulo Sérgio Castro Osvaldo Pereira Rocha Pereira Iva Souza da Silva PLANO 21 DA GESTÃO Pe. ANTONIO VIEIRA PARA O BIÊNIO 2012-2014 1. Reelaborar o Estatuto atual para atualiza-lo frente às novas demandas sociais; 2. Elaborar o Regimento Interno; 3. Buscar soluções para a acessibilidade enquanto direito de todo cidadão/cidadã; 4. Garantir meios para publicação em papel da Revista do IHGM; 5. Climatização e organização do acervo da Biblioteca do IHGM; 6. Elaboração de projeto para reforma do auditório através da captação de apoio e patrocínio; 7. Instituir e reorganizar a galeria de fotos dos fundadores dando destaque ao Patrono Antônio Lopes; 8. Escolher uma comissão par pensar e organizar o aniversário de 90 anos do IHGM; 9. Convocar reunião com os confrades promotores e advogados para discutir e se informar acerca da ação de reintegração de posse do prédio; 10. Solicitar junto a Prefeitura a colocação de Placas nos logradouros nas proximidades da nossa sede , com a indicação da localização do IHGM, por se tratar de um local de pesquisa e interesse de pesquisadores locais e de outros estados, bem como de importância turística; 11. Instituir uma galeria de fotos dos ex-presidentes do IHGM; 12. Negociar com órgãos competentes incluindo a IBIS que ocupa este prédio no andar térreo a pintura externa de todo o prédio; 13. Colocação de placa com as siglas do IHGM na platibanda do lado da Rua Grande para identificação da instituição; 14. Pensar na extensão do funcionamento para tempo integral; 15. Criar uniforme padronizado para funcionário;16. Reorganizar a galeria de fotos dos atuais membros, de forma que tenha uma visão estética mais destacada; 17. Confecção de um novo folder institucional; 18. Criação de uma comenda do IHGM para agraciar instituições e pessoas que se destacam nos estudos históricos, geográficos e afins, bem como na pesquisa e produção da História do Maranhão; 19.Confecção de um broche com o símbolo do IHGM; 20. Organizar pelo menos trimestralmente um “café da manhã ou um chá das 5” para oportunizar o convívio entre os sócios e seus familiares. 21. Manter as palestras dos sócios efetivos com possibilidade de estendê-las a convidados locais com trabalhos produzidos na área de História, Geografia ou áreas afins. São Luís Ilha do Maranhão em 01 de agosto de 2012 – ano dos 400 anos TELMA BONIFÁCIO DOS SANTOS REINALDO (Presidente) EUGES DA SILVA LIMA (Vice-Presidente) CALENDÁRIO DE EVENTOS PARA 2012 1. Reuniões de Diretoria – Hora: início 16:30 horas 2. Ciclo de Palestras – 19:00 horas 3. Assembléia Geral Ordinária - Hora: início 16:30horas OUTUBRO 10 Reunião de Diretoria 24 CICLO DE PALESTRAS Washington Cantanhede 31 ASSEMBLÉIA GERAL NOVEMBRO 07 Reunião de Diretoria 20 ASSEMBLÉIA GERAL TERÇA-FEIRA Aniversário do IHGM 28 CICLO DE PALESTRAS Elisabeth Rodrigues DEZEMBRO 03 ASSEMBLÉIA GERAL SEGUNDA-FEIRA – Aniversário do IHGM 12 Reunião de Diretoria Confraternização Natalina 20 CICLO DE PALESTRAS Revista 43 AGENDAMENTO DO CICLO DE PALESTRAS PARA 2012 MES DATA AGENDAMENTO OUTUBRO 24 Expositor: WASHINGTON CANTANHEDE Tema/Título: A contribuição do Programa Memória do Ministério Público do Maranhão para a historiografia NOVEMBRO 28 Expositor: ELISABETH RODRIGUES Tema/Título DEZEMBRO 20 Expositor: Tema/Título DISCURSO DE POSSE DA GESTÃO PE. ANTONIO VIEIRA PROFERIDO PELA PRESIDENTE PROFA. TELMA BONIFACIO DOS SANTOS REINALDO NO DIA 01 DE AGOSTO DE 2012 Meus Caros Confrades e Confreiras presentes e ausentes nesse recinto; Caros Familiares de nossos confrades e confreiras; Convidados em Geral Meu muito obrigado por terem atendido ao nosso convite nesse dia memorável Senhoras e Senhores É com júbilo inenarrável que comungo com todos e todas nesse 01 de agosto de 2012, ano dos 400 anos de fundação de nossa São Luís Ilha do Maranhão, nesse momento em que somos reconduzidos a mais um biênio de gestão juntamente com alguns membros de nosso staff da gestão anterior e mais alguns a que vem substituir aos que não quiseram continuar nessa jornada de mediar os rumos do IHGM. Esta foi uma experiência impar, prazerosa e ao mesmo tempo espinhosa, mas como nos legou o velho Marx, é do conflito entre os contrários que se gesta a síntese e esta são aqui representadas pelas nossas ações rotineiras em busca da preservação, da pesquisa e da produção da historia e da geografia de nosso estado do Maranhão como nos ensinou o nosso fundador Antônio Lopes. Nesse momento quero congratular-me com todos e todas pelos feitos positivos e pedir desculpas pelos não feitos, pois como todo ser humano têm falhas, e assim não poderíamos ser 100% bons, mas tentamos ser o melhor possível nesses dois anos que se foram e é por isso que em nosso Plano de Ação denominado 21- por ter esse numero traduzido em pontos focais para esse biênio - nos propomos resgatar os quatro pontos não atendidos na gestão anterior e mais alguns importantes e outros não tão importantes, mas que contribuíram para melhorar a nossa convivência nesse sodalício. Convivência essa que para nós deverá se pautar na concórdia, seriedade, justiça e paz a fim de que as dificuldades que certamente sempre iremos nos defrontar sejam como injeções de animo, vontade de acertar e prazer em fazer a historia e a geografia maranhense. Se conforme a vontade de nossos sócios fundadores somos imortais que essa imortalidade seja como a da mitologia grega, onde Hades é a figura de um deus, irmão de Zeus e Poseidón, que é o rei do mundo das sombras, aquele que dominava o mundo subterrâneo para onde se dirigiam as almas dos mortos quando estas separavam- se dos corpos. Hades ajudou a destronar o poder absoluto do pai, Cronos, dividindo com Zeus o domínio do mundo. A Zeus coube o reino dos céus e da terra, a Poseidón todos os mares e a Hades, as profundezas terrestres. Ao se separarem dos corpos, as almas, ao chegarem ao Hades, ainda seriam julgadas, sendo as piores delas destinadas a vagar pelo Tártaro (o pior lugar do Hades), e as boas almas destinadas aos Campos Elíseos, “lugar de temperatura amena, suaves brisas e constante felicidade”. (Coleção Mitologia Grega – Volume Primeiro – Abril Cultural, 2ª Ed. 1976). Aqueles que realmente acreditam nesse mito deverão dedicar suas vidas ao bem e preocupar-se em ocuparem um bom lugar no Hades, estes sim são imortais, pois suas boas ações os imortalizam. Parodiando a lenda grega vejo o IHGM como os Campos Elíseos, lugar mais agradável do Hades, de temperatura amena em antítese ao sol causticante do nosso verão, de suaves brisas, mesmo que seja com a ajuda dos springs de alguma multinacional, mas de constante felicidade por contribuir para a preservação da memória histórica do nosso país, do nosso estado e de nossa São Luís quatrocentona. Contamos com todos os Confrades e Confreiras nessa travessia, pois como nos disse Guimarães Rosa o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia e gostaríamos de encerrar dizendo que o mais importante e bonito, do mundo, é que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. (Guimarães Rosa). Muito Obrigada! Profa. Eneida empossa a nova diretoria Promotora Ana Luiza e Reitor da UEMA, José Augusto Oliveira Vice pres. Euges Lima e Pres. Telma Bonifácio. Prof. Aymoré Alvim e Prof. Aldy Mello, ex-reitor da UFMA. ASSEMBLEIA GERAL DE POSSE NO IHGM OSVALDO PEREIRA ROCHA Aconteceu na tarde noite de 01 de agosto de 2012, Assembleia Geral Extraordinária no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM, sob a presidência de sua presidente, Professora Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo e presentes os confrades e as confreiras que assinaram a respectiva lista, no livro próprio, em número legal, nos termos estatutários. Sua pauta constou de apreciação do Parecer do Conselho Fiscal, favorável à aprovação das contas da Diretoria, referentes ao exercício de 2011; posse da Diretoria e do Conselho Fiscal, eleitos para o biênio 2012/2014, em sua grande maioria reeleita, como é o caso da Presidente Telma e deste articulista, que foi reconduzido para o cargo de membro suplente do Conselho Fiscal do citado sodalício. Fizeram uso da palavra, na oportunidade, a confreira Eneida Vieira da Silva Ostria de Canedo, ex-presidente do IHGM, saudando a nova diretoria e o novo conselho fiscal, que convidou para a mesa diretora dos trabalhos todos os eleitos e enalteceu o trabalho de alguns confrades e confreiras, citando nominalmente este articulista que, segundo ela, muito tem colaborado com as administrações do Instituto em alusão e, ao final, declarou empossados os membros da diretoria e do conselho fiscal em referência. A Presidente Telma Andrade, que agradeceu a confiança em si depositada e em seus companheiros de diretoria e declarou que envidará todos os esforços para cumprir os planos de metas, apresentadas quando da eleição, sendo vivamente aplaudida. Em seguida, foi servido um excelente coquetel. A foto anexa diz um pouco mais do que foi o supracitado evento histórico e geográfico maranhense. POSSE DO PROFESSOR RAIMUNDO NONATO PALHANO NA CADEIRA DE Nº 39 JOSEMAR RAPOSO Professora Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo - Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM Apresentaçãodo Empossando Raimundo Nonato Palhano Silva nasceu na cidade Caxias em 30 de agosto de 1947, primeiro filho do casal Aracy Moura Palhano Silva natural de Codó e Pedro Nunes da Silva Vianense, ambos falecidos. Ela a sempre mãe dedicada à família e as atividades do lar. Ele ativo agente comercial, à época vendia mercadorias diversas, em várias cidades do interior maranhense, eram então os bravos caxeiros viajantes - os transportes rodo-ferroviário eram irregulares e limitados. Pelo lado materno descendente da família Palhano importantes exportadores de algodão e arroz, na cidade de Codó - segunda metade do século XIX. Esta conceituada família formou médicos e engenheiros onde atuaram no estado do Maranhão e fora dele, sobretudo em obras públicas na área da engenharia e do transporte ferroviário. Dessa união nasceu seu único filho irmão Ruy Palhano Silva, renomado médico psiquiatra, professor da Universidade Federal do Maranhão, Membro do Conselho Regional de Medicina, do Conselho Nacional Antidrogas, Academia Caxiense de Letras, e Ex Presidente da Academia Maranhense de Medicina. Sua tia mais velha Nair Palhano Barros irmã da mãe do empossando, a matriarca da família. Este sólido núcleo da familiar durou até o fim da vida das duas irmãs. Nair foi casada com o comerciante Ezíquio Barros, sobrinho do Ex Governador Eugênio Barros e mãe de Ezíquio Barros Filho, médico e político foi Presidente da União Maranhense de Estudantes, Diretor da União Nacional dos Estudantes - UNE, além dos mandatos de Vereador, Vice Prefeito e Prefeito Municipal da cidade de Caxias. Em 1954 sua família transferiu-se para São Luís a fim de oferecer melhores condições de educação para suas crianças. Este fato aconteceu graças ao estímulo do engenheiro e arquiteto Romeu Rosendo de Souza casado com Ezinair Barros de Souza filha de Nair e Carlos Alberto Duarte Ramos. Foi da conjugação desta circunstância familiar que Raimundo Palhano obteve a maternidade e a “inspiração humana para traçar sua caminhada pessoal, profissional e social, que culmina com a sua eleição para Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico – IHGM, em agosto de 2012”. O início dessa grande jornada aconteceu na cidade de Caxias, sua terra natal. Aos sete anos de idade muda para a cidade de São Luís, por decisão dos seus familiares. “Indagado sobre o que representou para sua vida, não hesita em considerá-la uma das mais saborosas páginas de sua existência, pois, até hoje, guarda lembranças inesquecíveis que o acompanharam para sempre”. Ainda sobre sua terra natal: “Enche-se de emoção ao relembrar a magia que era o Largo de São Benedito, defronte de sua casa, palco de brincadeiras e fantasias e da incomparável Festa em homenagem àquele Santo, que atraia para o lugar toda a população caxiense no mês de agosto e, principalmente, pelas canoinhas, carrosséis e trens fantasmas dos parques de diversão que eram instalados no período dos festejos”. Foi nesta época que manteve os primeiros contatos com o mundo da escola, suas professoras e colegas de turma. O jardim de infância o fez no grupo Escolar Gonçalves Dias, em sua terra natal, e as quatro séries iniciais do primário na Escola Modelo, nesta capital. Em 1961 ingressa no Colégio Maranhense onde concluiu o ginasial e iniciou o científico, finalizando-o em 1967, na Moderna Associação Brasileira de Ensino no Rio de Janeiro. Nesta cidade maravilhosa engaja-se em movimentos estudantis e pertenceu à Frente Unida dos Estudantes do Calabouço – FUEC*. Retorna para São Luís em 1968 e 1969 é aprovado para as Faculdades de Direito e de Economia, optando pelo Curso de Ciências Econômicas. *Falando em Calabouço seu padrinho, neste sodalício, não resistiu aos inesquecíveis fatos e momentos, por ele vividos naquele famoso calabouço, popularmente conhecido como BIFE DE OURO, no período 1956/64, quer na condição de Presidente do Centro dos Estudantes Maranhense do Rio de Janeiro – CEM e de Presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ. Síntese Curricular Nome: Raimundo Nonato Palhano Silva Endereço: Rua 39, Quadra 30, Edifício Portobello, Apto. 602 – Ponta D’Areia – São Luís-MA / CEP 65.077-370 Filiação: Pedro Nunes e Silva e Aracy Moura Palhano Silva Nascimento: 30/08/1947 – Caxias – MA Formação Profissional e Acadêmica - Mestre em História, concentração em História Econômica da Urbanização e Industrialização, pela Universidade Federal Fluminense /RJ; - Graduação em Economia pela UFMA; - Especialização em Economia do Setor Público – Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP; - Aperfeiçoamento em Sociedade e Política no Brasil Contemporânea – Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, IUPERT; - Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES; -Diretor Estadual da Associação Nacional de Política e Administração da Educação; -Membro da Comissão Organizadora local da 47º Reunião Anual da SBPC; - Membro da Comissão Fiscal do SEBRAE-MA; - Presidente do Conselho Regional de Economia da 15º Região – MA; -Membro do Conselho Deliberativo da Escola de Gestão Pública do Maranhão; - Diretor Superintendente da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais; - Titular do Grupo de Trabalho para o Planejamento Urbano de São Luís; -Chefe da Assessoria Técnica da Superintendência de Urbanismo e Planejamento da Prefeitura de São Luis; -Titular do Conselho Municipal de Saúde de Caxias-MA; Titular do Conselho Municipal de Assistência Social de Caxias-MA; - Chefe do Núcleo de Pesquisas do Departamento de Economia da UFMA; - Coordenador do Núcleo de Estudos Latino-Americano da UFMA; - Membro Titular do Conselho Universitário da UFMA; - Membro Titular do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA; - Membro Titular da Associação Nacional dos Pró-Reitores de Planejamento e Administração; - Diretor Acadêmico – Escola de Governantes do Estado do MA; - Presidente do Instituto do Homem – São Luís – MA; - Diretor Acadêmico da Faculdade Candido Mendes do Maranhão – FACEM; -Secretario de Educação do Município de Caxias; - Conselheiro Titular do Conselho Municipal de Assistência Social de Caxias – MA; - Membro titular do Fórum Nacional dos Pró–Reitores de Planejamento e Administração – FORPLAN -Professor aposentado da UFMA; Presidente do Instituto Maranhense de estudos socioeconômicos e cartográficos; Titular da Academia Caxiense de Letras; Instituto de Cidadão de São Luís – Câmara Regional de São Luís. -Aprovado em Concurso Publico Federal para o Cargo de Técnico em Assuntos Educacionais do MEC; Ingressou no Magistério Publico Federal também por Concurso Público. Pesquisa e Extensão Desde 1991 vem realizando pesquisas com destaque para as áreas de: - Historia do Brasil – República; - Política Publica; - Política e Planejamento Governamentais; - Economia Regional e Urbana; - Administração Educacional; -Planejamento e Avaliação Educacional; Produção Técnica Científica - Vários livros publicados além de inúmeros artigos em jornais e periódicos. Seu vasto Currículo já se encontra nos arquivos deste SODALÍCIO para consultas bibliográficas, a quem interessar posse. Títulos Honoríficos Possui vários títulos honoríficos dentre estes “Cidadão Ludoviscence – Câmara Municipal de São Luís”; Também homenageado, como Patrono ou Paraninfo concludente dos Cursos da UFMA; ELOGIO AO PATRONO: SABBAS DA COSTA E AS CIRCUNSTÂNCIAS DA HISTÓRIA SOCIAL DO MARANHÃO RAIMUNDO PALHANO Ao tomar posse no IHGM, em 27/08/2012, como Titular da Cadeira 39 Exma. Sra. Presidente do IHGM, Dra. Telma Bonifácio Reinaldo, Senhoras e Senhores membros da mesa, Senhoras e Senhores, Estimadas e Estimados Confreiras e Confrades, Queridas e queridos familiares e amigos, os quais saúdo em nomede Aracy, amada esposa e companheira de 35 de anos de renascimentos, a quem dedico este discurso de posse, juntamente às minhas filhas Raissa, Alessia e Evelyn, orgulhos da minha vida; ao meu queridíssimo irmão Ruy, em quem me inspiro o tempo todo; e às minhas netinhas e netinho, em nome da Princesa Mariana, de quem sou súdito e aluno atento. A cerimônia inaugural solicita do novo sócio, em seu discurso de posse, pelo menos a evidenciação de dois requisitos básicos: realizar, com o melhor dos fôlegos, o elogio ao Patrono, cuja cadeira ocupará ao ser empossado; e explicitar o seu agradecimento pela distinção, na forma de como pretende colaborar para o desenvolvimento do Sodalício. Para atender a tais requisitos é necessário perscrutar a vida e a obra do Patrono, no caso Francisco Gaudêncio Sabbas da Costa, de preferência nas suas mais variadas latitudes e circunstâncias humanas, dentro dos limites inerentes a uma solenidade de posse acadêmica. Proclamo, de imediato, a minha alegria, desvanecimento e honra de passar a integrar o IHGM. Unir-se a uma Agremiação que fará em 20 de novembro próximo 87 anos de existência reconhecida na história cultural maranhense é uma honra muito grande, sobretudo pelo expressivo repertório de feitos em favor do conhecimento científico, nos campos da História e da Geografia do Maranhão. Em seu Estatuto estão presentes os compromissos com a Memória e com a História do Maranhão e do País. No primeiro plano, a guarda de acervos documentais, a preservação do patrimônio histórico e cultural e a divulgação do esforço feito pelo Instituto para o cumprimento de sua missão. No segundo, o lugar da História, expresso nos desafios de conhecer e traduzir a dinâmica da formação social maranhense, suas especificidades, peculiaridades e complexidades desafiadoras. A CONTRIBUIÇÃO INTELECTUAL DE SABBAS DA COSTA. O elogio ao Patrono procurarei fazê-lo de forma refletida, sobretudo empenhado em estabelecer um diálogo respeitoso e crítico com o legado deixado como herança por Francisco Gaudêncio Sabbas da Costa, pouco conhecido das gerações atuais, patrono da Cadeira 39, que agora, com muita honra e responsabilidade, passo a ocupar. Motiva-me, sobretudo o desejo de situar historicamente a sua contribuição intelectual no contexto maranhense e, em especial, a sua relevância intrínseca, nas dimensões em que teve atuação destacada, principalmente no jornalismo e na literatura, nesta última atuando como cronista, romancista, dramaturgo e crítico teatral. Nascido em São Luís, no dia 25 de novembro do ano de 1829, e aqui falecido, em outubro de 1874, o escritor não teve vida longa, tendo perecido ainda jovem, aos 45 anos. Sobre a sua genealogia e biografia pessoal apresento um rápido perfil, começando pelo fato conhecido de ter desposado a soprano italiana Margarida Pinelli Sachero, prima-donna da Companhia Lírica Marinangelli, da Itália. Nessa época, meados do século XIX, vinham da Europa para São Luís muitas companhias líricas, óperas, entre outras, com seus sopranos, prima-donnas e barítonos. Margarida era casada com Melchior Sachero, tenor italiano que faleceu em Belém, vítima de febre amarela, após temporada em São Luís, cidade onde Margarida conhecera Sabbas e fizera amizades, vindo então ali se radicar em decorrência do matrimônio com o teatrólogo maranhense. Sabe-se pouco sobre a trajetória profissional de Sabbas da Costa, além de suas atividades artísticas nas áreas da literatura e do jornalismo. Outro fato conhecido é que foi conferente nas Alfândegas de São Luís e Belém e que pertencera ao tronco familiar do português João Gualberto da Costa, conforme César Marques. Nascido em Lisboa em 1793, de ascendência nobre, João Gualberto instalou a primeira fábrica a vapor, de beneficiar arroz, no Maranhão, em 1817, denominada Feliz Empresa. Gualberto é considerado o primeiro industrial “adiantado” do Maranhão. Em 1848 o seu irmão Francisco Gaudêncio da Costa entra para sócio do empreendimento. Outra atividade de Sabbas da Costa, no campo empresarial, refere-se à sua participação em Exposições mercantis. É conhecido o fato de o Maranhão ter se destacado na realização de Exposições. As primeiras Exposições Universais foram as de Londres(1851 e 1862) e Paris(1855 e 1867). A Exposição do Maranhão realizou-se em 1871, denominada Festa Popular do Trabalho. O Patrono figura como um dos promotores da Exposição maranhense. A primeira Exposição Nacional só viria a acontecer em 1896. Sabbas integrou o primeiro Grupo Maranhense, cujo recorte temporal correspondeu ao período de 1832-1868, tendo o Romantismo como princípio estético. Dele fizeram parte os principais ícones da nova elite cultural local: Gonçalves Dias, Odorico Mendes, João Lisboa, Sotero dos Reis, Trajano Galvão, Belarmino de Matos, Sousândrade, Gentil Braga, Gomes de Sousa, Henriques Leal, César Marques, Candido Mendes, entre outros. Os Grupos iniciais tinham como características o fato de boa parte de seus representantes terem estudado fora. No país; em Salvador, Recife e Olinda e, na Europa; especialmente, em Lisboa, Coimbra, Paris e Londres, por isso tendo também, por bom tempo, os referidos representantes morado fora da Província. Fez parte, como posto em evidência, do mais expressivo ciclo literário e cultural do Maranhão, responsável pela constituição de uma plêiade de homens de letras e intelectuais sem similar em sua história social, independentemente do valor que se possa atribuir ao legado deixado como herança. Levantamentos, ainda incompletos, sobre a produção intelectual de Sabbas da Costa revelam as seguintes obras, tidas como as principais de sua lavra: (1)Francisco II ou a Liberdade na Itália, drama em 5 atos, 1861(1881); (2)Pedro V ou o Moço Velho, drama em 5 atos, 1862; (3)A Buena-Dicha, comédia em 2 atos, prólogo e epílogo, 1862; (4)O Escritor Público, comédia em 1 ato, 1862; (5)Garibaldi ou o seu Primeiro Amor(6)O Barão de Oyapock, drama em 3 atos e prólogo, 1863; (7)Beckman, drama histórico em 7 atos, 1866; (8)Anjo do Mal, drama, 1867; (9)Os Bacharéis, comédia em 3 atos, 1870; (10)O Amor Fatal, (11)Rosina, romance; (12)Revolta, romance histórico; (13)Os Amigos, romance, em 25 capítulos; (14)Jovita, novela, em 3 capítulos; (15)Jacy A Lenda Maranhense, esboço de romance, em 14 capítulos. Outras obras publicadas em jornais da época também podem ser destacadas: (a)O Encontro; (b)Teatro de São Luís; (c)Como Nasce o Amor; (d)Simão Oceano; (e)A Madrugada; (f)Maria do Coração de Jesus; (g)O Baile; (h)O Dote; (i)O Adeus; (j)Não Brinques; (k)Sinfrônio; (l)O Homem do Mal; e (m)Encontro de Ronda com a Justiça; entre as que foram possível mapear. A produção literária de sua autoria mais conhecida destaca as obras Jacy, a respeito do extermínio de índios e suas lutas contra os opressores, principalmente os proprietários rurais; o romance Jovita, sobre uma jovem cearense que se inscreve no antigo Batalhão dos Voluntários do Piauí; o romance Os Amigos, que alguns também classificam como crônicas, nas quais aborda a situação do comércio, das casas de alimentação, suas leituras preferidas e aspectos da vida cultural maranhense. O drama Francisco II foi impresso em 1861, pela Tipografia Frias, uma das mais importantes da Província. Já no ano seguinte, Sabbas publica o drama D. Pedro V ou o Moço Velho. Em seguida, edita também duas outras obras, as comédias Escritor Público e A Buena-Dicha. Alguns anos depois, a Tipografia de Belarmino de Matos imprime duas de sua peças, no caso Barão do Oyapock e Garibaldi ou o seu Primeiro Amor. Barão do Oyapock trata dos conflitos de um homem de baixa condição social, que enriquece graças a um assassinato, roubos e outros crimes. Conseguiu ascender posições na escala social sem, contudo, introjetar em seu caráter sentimentos superiores. O seu filho, em razão disso, vivia empermanente tormento. Toda a ação gira em torno de um juiz corrupto e de um escravo revoltado que consegue envenenar o Barão. Os detalhes da descrição dos fatos levaram a critica da época, em tom irônico, a lamentar que o Autor não se tivesse filiado à escola Realista, então muito em evidência, dada a crueza da narrativa. Foi colaborador em A Casca da Caneleira, figurando, sob o pseudônimo de Golodron de Bivac, como um dos onze autores da obra, em 13 capítulos, todos os autores vinculados à escola Romântica, que também recorreram a pseudônimos. Trata- se de uma novela coletiva maranhense, ou, para os autores, uma escrita para puro divertimento, um passatempo literário. Joaquim Serra e Gentil Braga, figuras respeitadas como folhetinistas, escreveram sob os pseudônimos de Pietro de Castellamares e Flávio Reimar, respectivamente. Boa parte da obra do Patrono foi publicada pelo Semanário Maranhense, periódico que, nos seus 54 números, divulgou a cultura maranhense, tendo como colaboradores quadros como Antonio Henriques Leal, Celso Magalhães, César Marques, Gentil Homem Almeida Braga, Joaquim Sousândrade, Joaquim Serra, Pedro Nunes Leal, Teófilo Dias, e outros tantos, todos notabilizados pela contribuição literária e cultural deixada para a posteridade. Para parte da crítica Sabbas foi um dos primeiros a introduzir o interesse pela literatura folhetinesca, como vinha acontecendo no Rio de Janeiro. Por isso, alguns epígonos o classificam como o fundador da novelística na Província, pois os outros prosadores de ficção virão somente após ele, sendo Gonçalves Dias a única exceção, posto que desde 1842 trabalhava na produção da sua Memórias de Agapito. Não há, todavia consenso sobre isso. Críticos há que não enxergam em Sabbas tal pioneirismo, pois consideram menor o valor de sua obra literária no aludido gênero. O romance Os Amigos, com 25 capítulos e a novela Jovita, com apenas 3 capítulos, são as obras que levaram Sabbas à condição de fundador da novelística e do folhetim na Província. Publicou novelas, folhetins e história do Teatro São Luís, mesmo dividindo opiniões entre os que apreciavam a sua arte e os que não o faziam. O drama de sua autoria Anjo do Mal foi elogiado por Joaquim Serra. Quem escrevia peças então eram Joaquim Serra, Gentil Homem, Celso Magalhães, Euclides Faria, Artur e Aluísio Azevedo, João Afonso Nascimento. Isto em meados do século XIX. Deve-se destacar, por oportuno, que Sabbas da Costa era também um dos que escreviam no Jornal de Timon(1852-1855), de João Francisco Lisboa, publicado pela Tipografia de Belarmino de Matos. A marca destacada de sua biografia intelectual liga-se ao teatro. Foi um dos precursores do teatro maranhense, antes de Artur Azevedo. Sua obra, no campo da dramaturgia, é das mais copiosas, incluindo-se aqui o seu trabalho de crítico teatral e animador cultural. Percebe-se no Autor uma peculiar identificação com a dramaturgia grega, pois seus textos parecem nitidamente escritos para serem representados por atores. Drama é uma palavra grega que significa ação, representação da ação. Tanto na tragédia, na comédia, no melodrama ou na farsa, para os gregos clássicos, o centro da ação é o conflito. Sua obra não escapa dessa influência. Os dramas produzidos por Sabbas ajudaram a reforçar a predileção local por peças altamente dramáticas e fortemente sentimentais. Nos meios culturais locais, em especial no ambiente teatral, vivia-se o apogeu do Melodrama, começando pelo romantismo de fundo burguês. Convém lembrar que até 1847 os jornais eram omissos em assuntos de arte e dramaturgia: se limitavam a temas políticos e a publicação de atos governamentais. A partir da segunda metade dos anos mil e oitocentos a situação já estava completamente mudada. Espetáculos teatrais de caráter lúdico-religioso, sacro, comédias despontam no cenário artístico. CONTRIBUIÇÃO DO PATRONO À CULTURA MARANHENSE É pertinente a afirmação de que o mundo intelectual e literário maranhense no século XIX deveu muito aos periódicos e ao parque gráfico existente. Permitiram o escoamento da produção literária da Província, muitas de padrão discutível, diga-se, estimulada pela riqueza material de suas elites sociais e econômicas, e pelo investimento feito no refinamento educacional de seus descendentes. Convém destacar que até 1870 no Maranhão e no Brasil de um modo geral, o livro ainda não era o meio mais eficaz de difusão da cultura letrada. Os valores do processo civilizatório e a inculcação de tradições locais dependiam fortemente dos jornais e periódicos locais. Percebe-se assim que o modelo literário maranhense decorreu da fusão do jornalismo, principalmente político, com as letras e seus profissionais. Um jornalismo voltado para o cultivo das belas letras, sempre destacando a distinção cultural da Província. Colocava à disposição dos leitores contos, novelas, artigos historiográficos e econômicos, estes mais raramente; poemas, crônicas, crítica literária, preleções, cursos, entre outros. Traziam à luz a literatura e as ideias que circulavam, sobretudo em Portugal e na Europa. Deles emergiram o gosto literário, artístico e cultural-científico, além da simpatia pelo mundanismo. Não eram apenas espaços para o debate de questões políticas. Os periódicos maranhenses tentaram de toda maneira produzir um discurso de exaltação da inteligência local, na perspectiva de tornar-se contribuinte destacado no processo de construção da identidade e da cultura nacional, a partir da distinção cultural da Província. Além disso, outras variantes devem ser levadas em conta na definição desse pano de fundo histórico. No plano da formação social, o Maranhão do século XIX era heteronômico, recebendo de outrem as leis e procedimentos a serem seguidos; e exogênico, sendo uma sociedade originada e dependente de fatores externos. A exogenia não se limitava apenas à dependência ao mundo exterior. Do exterior provinham também as ideias com as quais se abastecia, traço este ainda presente na cultura local. Essa situação se agravava mais ainda pela instabilidade política. Ao longo dos 48 anos que vão de 1841 a 1889 estiveram à frente do governo, entre governadores e vices, quase cem mandatários. Vivia-se nitidamente o processo de construção de uma nova ordem social e política. Estavam em franca germinação as novas instituições sociais e políticas, associadas à constituição de uma nova camada dirigente e seus valores instituintes. Francisco Gaudêncio Sabbas da Costa e sua obra são produtos dessas circunstâncias materiais e subjetivas. Os aspectos constitutivos da ideologia dominante estão presentes em seus dramas, novelas, folhetins, crônicas e críticas teatrais. Em todas prevalecem a visão de mundo das elites, a pura e simples transposição da ideia do romantismo e do parnasianismo como alternativas à industrialização europeia; o naturalismo, o realismo. Em todos os lugares de sua contribuição a forte e fluente presença de uma construção intelectual e literária baseada, flagrantemente, na importação ideológica e cultural. Esse traço não diminui ou distingue a contribuição intelectual de Sabbas. Era comum no ambiente cultural e literário da época, sendo poucos aqueles que de fato erigiram um obra própria e diferenciada. O que interessa vai além de tudo isso: é qualificar em sua obra as linhas de contribuição para a formação social do Maranhão e para as instituições culturais gestadas. No caso específico de Sabbas destaca-se, sobretudo a sua contribuição no campo das artes e das letras, muito mais que na área de interesse do Instituto Histórico e Geográfico, ou seja, os campos dos estudos e dos conhecimentos científicos propriamente ditos. Em seu afamado livro Sessenta Anos de Jornalismo, 2ª Edição, publicado em 1883 por Faro e Lino Editores, no Rio de Janeiro, Joaquim Serra destaca as principais virtudesde Sabbas da Costa. No capítulo sobre o ano de 1860 evidencia a contribuição do Autor no periódico Marmotinha, de José Mathias Alves Serrão. Um periódico de variedades que publicava artigos amenos, jocosos, crônicas locais e poesia. Serra, um jornalista rigoroso para os padrões existentes, descreve Sabbas como um infatigável trabalhador da cultura e das letras, colaborador assíduo de vários jornais e periódicos, nos quais se dedicava especialmente à crítica teatral, sem esquecer-se de destacar os romances que publicava em folhetins e depois em livros. Como bom agitador cultural e infatigável trabalhador das letras que o era, Sabbas nunca foi considerado, todavia uma unanimidade pela crítica. Em sua expressão maior, a crítica destaca como uma das mais consistentes contribuições de Sabbas o romance Os Amigos. Mesmo permanecendo a dúvida quanto ao valor literário da obra, destaca a sua importância pelas informações que reúne sobre a sociedade maranhense à época, sendo apontado como um vigoroso retrato da vida maranhense no século XIX, no que também se presta, possivelmente, para legitimar a condição de Patrono de uma cadeira no IHGM. Para escrever com mais segurança e conhecimento de causa o presente Elogio procurei também ler o máximo que pude partes da obra acessível do Autor, com o objetivo de formar um juízo mais pessoal sobre a mesma. Em Jacy, por exemplo, é claramente perceptível o seu propósito em mostrar que era “brasileiro” e que escrevia sobre o que seria a “cor maranhense”, ou seja, sobre as especificidades do que é inteiramente local. Um texto plenamente ufanista sobre o Maranhão e o Brasil, no qual se encantava com a imensidão de uma natureza santa e imaculada. Em sua narrativa a Província do Maranhão nada mais era do que “uma terra majestosa, sublime e amena...um prodigioso recanto do Brasil”. Em muitos dos seus textos é marcante o grau de detalhamento que emprega em suas narrativas. Em obras dramáticas, os conflitos são trabalhados com extremada minucia. O estatuto da escravidão e a visão do colonizador não são criticados explicitamente; ao contrário, são constantemente legitimados na composição dos tipos que formam a sua literatura. O poder do Senhorio reina absoluto e é tratado com naturalidade. O detalhamento dos conflitos contribuem muito para que se tenha uma visão precisa dos costumes, juízos de valor e preconceitos presentes na sociedade inclusiva. O dilema de Sabbas e de toda a sua geração, fonte primária do semióforo inventado de um Maranhão culto como os gregos clássicos, é não terem dado conta das questões que cindiam a sociedade maranhense oitocentista. Alheios a essas questões, atravessadas longitudinalmente pela tirania deprimente da escravidão de negros africanos, habitavam olimpos e parnasos imaginários, completamente distantes das pulsações de uma formação social em mutação e desconstrução. Foram poucos os que perceberam esse processo e se lançaram na ousadia de imaginar uma formação maranhense que pusesse fim às hetenomias e exogenias originais. As vozes de João Lisboa e Joaquim Serra foram fracas frente à algazarra dos poetas do Olimpo. Mesmo a grandiosa plêiade de notáveis de então, como Dias, Odorico, Lisboa, Sotero, Souzandrade na literatura e Gomes de Souza e Custódio Serrão nas ciências, não farão a ruptura com os mecanismos de invasão cultural e importação ideológica. Fragmentos do reacionarismo não desaparecerão facilmente, assim como a predominância de recorrências filosóficas flagrantemente piegas não deixarão de exist ir, provavelmente fatores retardatários da introdução modernista no Maranhão contemporâneo, inviabilizadoras do desabrochar local de um 1922 maranhense que não houve. As visões estéticas presentes no legado e no acervo cultural erudito maranhense ainda hoje suscitam dúvidas quanto à autenticidade “nacional” e contextual. EM QUE ESPERO CONTRIBUIR. Almejo corresponder à generosidade de terem me escolhido para compor os quadros desta Casa. Cheguei aqui por obra do acaso, ao ser convidado a queima roupa pelo Professor Josemar Raposo, em evento literário, nos pátios do Palácio Cristo Rei, relacionado ao lançamento de obra autoral de Aldy Mello de Araújo, agora confrade. Generosidade que prossegue e se expande no acolhimento da Presidente Telma Bonifácio Reinaldo aos pareceres favoráveis das confreiras Dilercy Adler e Madalena Neves, conhecidas por terem corações bem maiores que o permitido, projetados finalmente na homologação das ilustradas e ilustrados confreiras e confrades que atualmente dão vida a esta valorosa Instituição. Confesso o grande esforço que fiz para, em menos de seis meses, conhecer e me apresentar a Sabbas da Costa. Tomaram-me quase o tempo todo para que produzisse essa pequena homenagem, restando assim quase nenhum tempo para os encômios a Luís Alfredo Neto Guterres Soares, primeiro ocupante da Cadeira 39, na condição de sócio honorário, a mesma que passo a assumir agora, como fundador, decorrência da condição de Sócio Efetivo. Prometo também saldar essa dívida mais adiante, pois se trata de um estudioso da cultura e da realidade maranhense de grande valor, não cabendo assim quaisquer apreciações aligeiradas. O precocemente esquecido Olavo Correia Lima, um polemista nato, afirmava que a história maranhense era uma das mais descuradas do Brasil. Achava que dela pouco caso se fazia. A ideia do maranhense culto decorre de um mito deliberadamente inventado, no bojo de uma suposta ancestralidade francesa. A luta contra um passado imemorial que ainda hoje serve para reforçar mitos e estereótipos não deve ser descurada jamais, cabendo a este Instituto um papel proeminente nesse enfrentamento. Por força do descaso inexplicável do Maranhão com a sua história pensa-se, de modo geral, que se trata de um processo histórico linear. O desprezo com o patrimônio arqueológico pré-colonial é indescritível. Existem escavações no Maranhão que remontam a nove mil anos. Há um patrimônio arqueológico e antropológico pré- colonial da Ilha e demais territórios que precisa ser pesquisado e traduzido amplamente. É mais do que urgente que se incentivem releituras da historia maranhense, sendo imprescindíveis para tanto a força de instituições vivas como universidades, institutos de pesquisa e de Institutos como o nosso. No surpreendente torrão maranhense gestou- se um fenômeno extraordinário, que ainda hoje continua pedido para ser revirado de cabeça para baixo e passado a limpo: como foi possível, em uma sociedade de analfabetos e excluídos, se implantar um “Olimpo intelectual” com bagagem tão vasta, sofisticada e variada? Provavelmente a explicação da egossintonia que ainda hoje predomina na sociedade tenha origem nesse paradoxo secular. Por que a maioria aceita passivamente as desigualdades sociais, a falta de educação, a falta de ética, a falta de equidade? Como se explica uma Atenas indiferente ante o que foi a maior das infâmias da história nacional: o genocídio de milhões de índios e de negros africanos torturados e escravizados? Precisam-se construir novas subjetividades democráticas para uma melhor adequação ao mundo da diversidade que hoje impera. Não é mais possível repetir a façanha histórica ocorrida no período oitocentista de se erigir uma cultura tida como superior, pela erudição dos seus agentes, deixando de fora os dois principais temas do século XIX: a abolição e a democracia. Com toda a certeza, desse fato é possível encontrar as raízes históricas do atraso política, pois essa realidade produziu, entre outras coisas, um eleitorado incapacitado ao exercício do seu papel político, realidade ainda não superada, pois, ainda hoje, continua assombrando a sociedade atual. No diálogo que foi mantido com Francisco Gaudêncio Sabbas da Costa, percebeu- se facilmente que em sua obra e na de seus contemporâneos, faltou um olhar atentopara perceber as distinções entre o processo de invasão cultural e o processo de transmissão cultural. O esforço de Sabbas em demonstrar que era brasileiro e que seus personagens refletiam a cultura local denotam isso. O Maranhão era português, demorou a aderir à independência e tinha em São Luís uma influente colônia lusitana, que controlava a economia, por meio do comércio. Esses vínculos orgânicos não se romperam com a Independência facilmente. Os habitantes da Província não passavam de meros espectadores do suposto mundo civilizado, sobretudo em relação à Europa e Portugal. O fenômeno da “portugalização” foi determinante no Maranhão. Orgulhavam-se as elites, em pleno final do século XIX, de terem sido colonizadas por europeus. Um despautério, na visão de alguns. São Luís nunca perdeu a condição de “arrabalde da américa”, e o Maranhão sempre foi uma “rochela de Portugal”, expressões de Antonio Vieira cunhada em meados do século XVII. Por isso é forte a figura do redentorismo no Maranhão. A atemporalidade da história do Maranhão sempre foi a forma preferida da narrativa dos dominantes. É uma história “para sempre”. Para seus cultuadores, a melhor forma de preservar a memória maranhense é encher o Maranhão de estátuas. Ainda hoje as interpretações sobre a história do Maranhão continuam atreladas a esse pretensioso pensamento intelectual. Era secundário o interesse em buscar entender as condições do espaço social maranhense e os seus desafios. Diante dessas reflexões finais surgem-me à frente as palavras amargas e, ao mesmo tempo, verdadeiras e esperançosas de Eduardo Galeano a respeito da América Latina: “somos caricaturas de modos de vida que nos impuseram e impõem de fora”. Nessa mesma linha, interpretando o Brasil e os seus dilemas, Milton Santos afirmava, com muita propriedade: “ainda não descobrimos as formas de pensar a partir do nosso modo de ser”. Todos os que formam esta Casa sabem e conhecem melhor do que eu os dilemas e desafios aqui levantados. Espero fazer parte dessa constelação e oferecer o melhor do meu trabalho. Uma última palavra, antes de encerrar e agradecer pela resignação com que me ouviram. Acredito firmemente, inspirando-me em Hanna Arendt, que não nascemos apenas para morrer. Nascemos para recomeçar. Sei também, conforme o célebre poema- epitáfio de Jorge Luis Borges, que desde o nascimento “já somos a ausência que seremos”. O que não sei ainda é se seremos capazes de mudar o destino. Continuo acreditando, apesar de tudo. Arlete Machado, em momento de sublime inspiração, descreveu São Luís como uma ilha que se desfaz em salitre. Espero, do mais profundo dos meus sentimentos, que essa ameaça cruel não atinja os corações e mentes daqueles que lutam pela reinvenção das bases constitutivas da história maranhense, afastando para bem longe a ferrugem que decompôs as representações sobre o passado do Maranhão, mas que ainda hoje sobrevivem como caricaturas assustadoras em nossa realidade. Muito obrigado! POSSE DE JOSÉ JORGE LEITE SOARES E SOFIANI LABIDI DISCURSO EM RECEPÇÃO A JOSÉ JORGE LEITE SOARES QUE OCUPARÁ A CADEIRA DE Nº 34, PATRONEADA POR WILSON DA SILVA SOARES, NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO ANTONIO NOBERTO Excelentíssima Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Senhora Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo, em nome de quem cumprimento a mesa e demais autoridades. Caros confrades, caras confreiras; familiares, amigos e colegas de trabalho de José Jorge Leite Soares; companheiros e companheiras da Aliança Francesa de São Luís, fotógrafos, funcionários desta casa, amigos (as). Demais presentes, boa noite! Com o vosso beneplácito inicio este discurso fazendo um breve e justo elogio aos nossos confrades e nossas confreiras deste Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM, Instituição fundada há quase noventa anos por homens que conheciam profundamente a história e o tempo em que viviam e, por conta disto, souberam empreender e realizar em benefício da sociedade. Nossa Casa é formada por homens e mulheres de reconhecida contribuição acadêmico-literária. Em seus quadros encontramos escritores dedicados às mais diversas áreas do conhecimento e não somente ao estudo da história e da geografia do Maranhão. Temos muitos pares que, de tão idosos, andam com dificuldade, mas tem em comum o zelo, o respeito, a dedicação e o amor às letras e à vida acadêmico-literária. O ator Antonio Fagundes certa vez, sabiamente, disse que “a sociedade ocidental não se preparou para a velhice e nem para a morte”. Quando me deparo com cada confrade, cada confreira questiono-me sobre o que podemos fazer para que tanto conhecimento e dedicação pelas letras possa ter o mínimo de reconhecimento por parte da sociedade. Acredito que cada um de nós deste sodalício faz a mesma pergunta. Fica aqui, portanto, a singela homenagem e reconhecimento de toda a diretoria deste Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão àqueles (as) que há tantos anos contribuem com esta Instituição cultural e com a promoção da cultura do estado do Maranhão. O DIPLOMATA Um dia nublado de junho. A barba bem feita, bigode alinhado, perfume discreto, um blazer claro com listras azuis verticais, um chapéu Panamá e um livro à mão direita, ele caminhava elegante e tranquilamente pelas ruas da Praia Grande. Sorrisos e saudações generosas aos conhecidos, abraços nos amigos e nos mais chegados. Aperto de mão a um feirante que o reconheceu em meio a tantos transeuntes. Era José Jorge, que, não obstante aos compromissos, apreciava as belezas do pomposo acervo colonial ludovicense. Não estava lá a negócio, bem que poderia, mas desta vez não. Apenas contemplava o Maranhão novecentista. Talvez visualizando aquele lugar repleto de pessoas, homens bem apresentados, sinhás, escravos conduzindo sinhazinhas nos palanquins. Todos com suas virtudes e defeitos, transitando com as roupas da época: saias rodadas talares, leques, fraques, sobrecasacas, chapéus, bengalas e jornal debaixo do braço. A final, quem vive a frente do seu tempo também tem a capacidade de visualizar e até viver os tempos anteriores, ainda que a regressão seja de cem anos ou mais. Foi este, confreiras e confrades, senhoras e senhores, o quadro que imaginei e visualizei do nosso empossando. Foi por entender que sua trajetória é uma obra de arte, que me decidi a este exórdio novelesco. Nada mais justo. A final, falamos de uma grande alma, que pelo conhecimento, disciplina e sensibilidade acumulados, consegue transcender tempos e épocas. O que lhe permitiu ser essa pessoa de valor, sábia e atenciosa. Um gentleman, cultivador de boas amizades, um homem circundado pelo poder. Por certo, já leu os manuais que preparam um cortesão de sucesso. Um diplomata na essência. Não é por acaso que galgou por duas vezes a glória do parlamento Estadual e foi secretário de estado por três vezes. Mas quem conhece apenas o José Jorge Leite Soares, diplomata, homem público e cônsul, está perdendo o melhor da festa. Nossos avôs diziam que “vida boa é a vida do vizinho”, e o dito se enquadra muito bem à história dele, pois quem o vê no auge do sucesso pode imaginar que o mundo sempre lhe sorriu ou que ele nasceu com alguma parte do corpo virada para o céu. Ledo engano! Nosso noviço sócio, como quase todos os vencedores, também teve seu “vale da sombra da morte”, pois Deus, que a tudo e a todos perscruta, na sua imensa sabedoria, não deixou de colocar à prova o jovem Zé Jorge. Hoje ele não gosta muito de ovo frito, o famoso “bife do olhão”, pois, ainda na adolescência, em Brasília, foi morar na casa de um parente. E como as coisas lá não iam muito bem, o magro cardápio sempre contava com o popular produto da galinha. Na verdade havia uma criativa variação: quando não era ovo frito ou cozido,era ovo mexido. Dormia em um cubículo, a cama tinha que desmontar pela manhã. Restava-lhe, então, mirar o alvo, o estudo, o futuro. A fé, companheira inseparável, a convicção daquilo que imaginava e desejava para si, juntava-se à esperança de dias melhores. Além delas, servia como ópio para fugir, ainda que por breves momentos, das dores daquela estrangeirice, escassez e solidão, as boas e revigorantes lembranças daqueles dias mágicos na Princesa da Baixada. Uma infância saudável, repleta de amigos, coleguinhas com quem dividiu o melhor da vida. Impagável caminhar de pés descalços, descompromissado. Como era boa a vida vagabunda! Foi a provinciana cidade de Pinheiro, na Baixada Maranhense, belo lugar de muitos alagados repletos de peixes, caças e aves, o berço do pequeno Zé Jorge. No bairro da Matriz, seu real lugar de nascimento, lembra com olhar saudoso daquela mesa de seis lugares, que lhe parecia gigante. Gostava de brincar e se esconder debaixo dela. Tinha apenas seis anos de idade. Das muitas imagens inesquecíveis, muito vivas até, relata-nos aquele período farto, o amontoado de melancias no Porto do rio Pericumã. Melancias que o pai cortava ao meio, cavava e depois fazia barquinhos. Ah, como era bom! Com a irmã, Ana Lourdes, ou com os amiguinhos brincava com carrinhos de madeira. Brincava na burra, o galamarte, aquele brinquedo formado por duas peças de madeira bruta. Uma enfiada ao chão sustentava outra que girava sobre a primeira. Com uma criança de cada lado, a burra girava até deixar seus brincantes tontos. Entre os muitos amigos de infância está o conhecido delegado Nordman Ribeiro. Lembra ainda de outras estripulias, como pular de galho em galho e outras atividades que proporcionavam plena sensação de liberdade! No futebol, nunca foi um Neymar, mas era “secura” (e quem nunca foi?). Debaixo do sol ardente do meio-dia jogava muita bola (não sei se em quantidade ou qualidade). A Curacanga, “a mulher com cabeça de fogo” era algo temido, pois os adultos gostavam de botar medo nas crianças. E quem quiser saber mais sobre esta lenda que permeia o imaginário da Baixada é só adquirir a excelente obra do José Jorge, lançada recentemente, inclusive, prefaciada pelo consagrado Mário Prata. Voltemos à infância... O pai, Orleans Mendes Soares, o Seu Orlico, era homem simples, foi carregador, era fumante e muito amigo de José Sarney. Cartesiano, sempre muito controlado para o lado de dinheiro. A mãe, Dona Diana Leite, era mulher ativa e virtuosa, de muitos predicados: costurava, fazia bolos, participava de blocos de carnaval. Fundou o bloco “Lá vem elas”. Hoje está com 84 anos de idade. Se hoje Zé Jorge compreende bem a finitude da vida material e, por conta disto, empreende e realiza, deve isso a ela, pois foi quem o ensinou a viver a vida. O pai do senador Sarney, desembargador Sarney Costa, é primo do Chico Leite, avô de Zé Jorge. Chico Leite estudou no Ceará e se tornou advogado. Os pais foram grandes incentivadores nos estudos do pequeno Zé Jorge, sendo os padres italianos decisivos no seu processo educativo. O Frei José Preciosa, por exemplo, foi quem o encaminhou para a área técnica, para a engenharia. A adolescência foi marcada pela mudança brusca de endereço. Não foi fácil sair da segurança dos pais na pacata Pinheiro para morar em São Paulo, onde iniciou o nível médio na Makenzie. Mas logo no início veio para Brasília, lá chegando, aos 14 anos, no período de efervescência política provocado pelo Golpe de 1964. O apego aos estudos rendeu-lhe a maior alegria, quando viu seu nome na lista dos aprovados para o curso de Engenharia Mecânica na UNB, isto aos 17 anos. Passou em 13º lugar. No ano seguinte, aos 18, corrigiu a timidez, quando se tornou professor de física no colégio chamado Elefante Branco. Só retorna ao Maranhão em 1986. A POLÍTICA Nunca teve um forte viés político, foi incentivado pelas circunstâncias, em especial, pelo avô, Chico Leite, que era político de esquerda e fazia reuniões secretas em casa. Zé Jorge nunca pensou entrar na política. Foram os amigos que o levaram a sair candidato a prefeito em Pinheiro. Mesmo sem conhecer muito bem os ciclos de São Luís foi candidato e se elegeu duas vezes a deputado estadual no Maranhão, depois suplente quando assumiu parte do mandato. Foi um verdadeiro sucesso, julgando que ele nunca havia freqüentado o ciclo político da capital maranhense, vez que saiu direto de Pinheiro para o eixo centro-sul. Somado a isto tem a decepção do seu primeiro discurso na CEMAR. Um mico! Pois, na ocasião, nervoso, repetidas vezes chamou de Teixeira o colega Fonseca. O que provocou muitas gargalhadas dos presentes. Nosso recepcionado tem o dom de transitar bem nas diversas linhas políticas. Possui uma rede de relacionamento muito boa, seja no meio político, acadêmico ou artístico. Seu curriculum é extenso e avalizador deste bom trânsito. O lado diplomata veio da boa criação dos pais e a influência dos padres. As três virtudes: o equilíbrio, o bom trânsito e a diplomacia, no entanto, são legados creditados em maior parte ao pai. José Jorge é um sommelier de mão cheia. Conhece tudo de vinho. No início do ano eu fobava à mesa dizendo que em maio, na França, me hospedaria na vinícola de um amigo, que havia me convidado para tomar um gostoso vinho Beaujolais. Zé Jorge, fazendo jus a fama de diplomata, baixou minha bola e me explicou que um Beaujolais é um vinho simples, não era uma Brastemp. Observou, no entanto, talvez para me consolar, que existem alguns bons Beaujolais. Mas o paladar do nosso amigo vai muito além das bebidas. Na cozinha é um mestre cuca, um verdadeiro chef de cuisine. Cada prato que prepara é um show. Neste sodalício vai disputar o primeiro lugar com o confrade Joaquim Haickel. Tais dotes revelam apuramento e refinamento do nosso homenageado. CURRÍCULO EXTENSO No mínimo invejável a trajetória de José Jorge Leite Soares. Um currículo que não deixa dúvida da dedicação, labor, vitória e sucesso do nosso cônsul honorário e agora confrade. Graduado em Dezembro de 1972 no Curso de Engenharia Mecânica pela Universidade de Brasília. Especializou-se no campo de conservação de energia, atuando como consultor do Instituto Brasileiro do Petróleo, do Conselho Nacional do Petróleo, do CEBRAE – Centro Brasileiro de Apoio a Pequena e Média Empresa e do CEAG – Centro de Assistência Gerencial do Estado do Rio de Janeiro. Exerceu atividades docentes nas Universidades Estadual do Maranhão, Federal de Pernambuco, Petróleo Brasileiro S/A – PETROBRÁS, Instituto Brasileiro do Petróleo-IBP e NTT/UFRJ – Núcleo de Treinamento Tecnológico. Foi executivo da Empresa Multinacional (Spirax Sarco), Diretor de Operações da Empresa Concessionária de Energia Elétrica (CEMAR). Na educação, entre outros, graduou-se pela Universidade de Brasília no curso de Engenharia Mecânica (1968-1972). Fez especialização na área de conservação de energia: Department of Energy. London-England, 1981; Spirax Sarco. Chelteham- England, 1981; Nova Scotia Power Plant. Hallifax-Canadá, 1988; Energy Management Course. Fabrimetal-CIFoP. Brussels-Belgium, October and November-1989. Participou de cursos promovidos pela Dale Carnegie Training (The Leader In You, Leadership Training for Managers and Strategic Presentations Workshop), em São Luís-Maranhão (2000 e 2001). Entre 2003 e 2004 fez MBA em Gestão de Serviços Públicos. Fundação Getúlio Vargas/ISAN. São Luís-Maranhão. Foi professor da Faculdade de Engenharia Mecânica-UEMA, Disciplina Tempos e Movimentos e Instalações Industriais. Período de 1974/1975 e 1987/1989; Coordenador do Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual do Maranhão. 1974/1975; Professor Auxiliar de Ensino da Universidade Federal de Pernambuco, Disciplina Instalações Industriais. 1977/1978; Palestrante do Instituto Brasileiro do Petróleo, Cursos de Distribuição
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