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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE PÓLO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA ESCOLA DE ENGENHARIA INDUSTRIAL METALÚRGICA DE VOLTA REDONDA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA METALÚRGICA ENSAIOS MECÂNICOS Relatório 2 – Dureza Vickers e Rockwell A Grupo 1 Ana Clara dos Reis Damasceno Clara Carvalho de Abreu Gustavo Fonseca Borel Lucas Washington dos Santos Nascimento Paulo Roberto M. Junior Rafael Jayme Franceschine Professor Rodrigo Pinto de Siqueira Abril de 2019 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 3 2. MATERIAIS .............................................................................................................................. 4 3. METODOLOGIA ...................................................................................................................... 6 3.1. Rockwell A .......................................................................................................................... 6 3.2. Vickers .................................................................................................................................. 7 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ 8 5. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 12 6. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 13 7. ANEXO A - Tabela de conversão de durezas aproximadas para alguns tipos de aços ................................................................................................................................................. 14 3 1. INTRODUÇÃO A perseguição da humanidade por evolução promoveu a busca por materiais que atendessem à demanda de novas aplicações. Junto a isso, surgiu também a necessidade de se determinar as propriedades desses materiais, afim de estabelecer as limitações de sua utilização. Deste modo, os ensaios mecânicos foram criados para suprir essa exigência. O presente trabalho tratará, dentre estes, do ensaio de dureza, que é realizado com o intuito de medir a resistência à penetração ou à deformação plástica de um material. A primeira escala de dureza, foi criada pelo mineralogista alemão Friedrich Vilar Mohs, que indicava a dureza relativa dos materiais. Essa escala, porém, servia como um mero comparativo entre materiais. Tornou-se, então, necessário fazer uma medição absoluta de dureza, que não requeresse um outro material de referência. Atendendo a essa questão, Johan August Brinell criou um método que calcularia e mediria a dureza dos materiais de forma independente, que utilizava a escala Brinell. Esta escala serviu como base para outros modelos de medição que surgiram posteriormente. 4 2. MATERIAIS Dentre os materiais utilizados, podemos citar: • Durômetro para ensaio de dureza Vickers - Shuro; • Durômetro para ensaio de dureza Rockwell - Panambra; • 1 corpo de prova de aço SAE 1020; • 1 corpo de prova de aço Inox AISI 304. Figura 1 - Visor da máquina de ensaio de dureza Vickers Figura 2 - Máquina de ensaio de dureza Vickers 5 Figura 3 - Mesa da máquina de ensaio de dureza Rockwell A Figura 4 - Máquina de ensaio de dureza Rockwell A Figura 5 - Corpos de prova de aço Inox AISI 304 e aço SAE 1020 6 3. METODOLOGIA Para os dois corpos de provas apresentados, realizou-se a medição de suas durezas, aplicando os requisitos das normas ABNT para ensaios de dureza tipo Vickers e Rockwell A. No total foram feitas 9 medições no ensaio tipo Rockwell e 5 medições no ensaio Vickers. A descrição de cada método será feita abaixo. 3.1. Rockwell A Para o método Rockwell A, utilizou-se uma ponta tipo cone padronizada, assim como aplicou-se uma pré-tensão de 3 Kgf, visando minimizar a recuperação elástica (Garcia, et al, 2012), que interfere na avaliação dos resultados. Como carga principal, utilizou-se 60 Kgf, com um intervalo entre a aplicação e a leitura dos resultados de 20 s, além de uma distância de três vezes o diâmetro do cone de uma impressão à outra, como estabelecido em norma (ABNT 6508-1, 2008). O grande diferencial do ensaio tipo Rockwell é a facilidade em seu manuseio, possibilitando uma leitura direta, em HRA, pelo visor analógico, visto na Figura 6. No mesmo, observemos que há duas escalas, sendo uma referente à aplicação da pré-tensão e outra à leitura da dureza. Figura 6 - Visor Rockwell A 7 3.2. Vickers O método Vickers empregado consiste na utilização de um ponta de diamante tipo pirâmide de base quadrada, sendo a carga aplicada nesse ensaio de 60 Kgf. Para esse modelo de ensaio de dureza não há aplicação de pré-tensão pois a mesma é minimizada através do formato da ponta (Garcia et al, 2012). Nesse tipo de ensaio é preciso calcular a dureza através da literatura, ou seja, o maquinário não fornece a dureza medida de maneira direta, sendo necessária a coleta das informações geométricas da penetração para sua determinação. Após a impressão, realiza-se a medição das diagonais do losango impresso, utilizando as próprias ferramentas disponíveis na máquina, através das três escalas em seu visor, que nos fornecem uma precisão de 0,001 mm. Esses dados obtidos são utilizados na Equação 1, com intuído de obter a dureza Vickers em HV. 𝐻𝑉 = 𝐹 𝐴 = 2.𝐹.sin 68° 𝑑2 ≈ 1,8544 𝐹 𝑑2 (1) Sendo: HV = valor de dureza Vickers; F = carga aplicada (Kgf); d = média aritmética das duas diagonais (mm). 8 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após realizar as medições, foi feito o tratamento das medidas, calculando-se a média e o desvio padrão de todos os dados obtidos experimentalmente. A fórmula para o desvio padrão utilizada é dada pela Equação 2. Trata-se do desvio padrão populacional, em virtude da utilização completa dos dados para o cálculo. 𝜎 = √ ∑(𝑥𝑖− 𝜇)2 𝑁 (2) Sendo: σ = desvio padrão; xi = dado da série; μ = média aritmética da série; N = tamanho da população. Os dados obtidos através do ensaio de dureza Rockwell A, para ambos os corpos de prova utilizados no experimento, juntamente com os cálculos de média e desvio padrão, estão dispostos na Tabela 1. Tabela 1 - Dados obtidos no ensaio de dureza Rockwell A A partir dos dados adquiridos através do ensaio Rockwell A, utilizou-se a Tabela de conversão de durezas aproximadas para alguns tipos de aços (ANEXO A), para a conversão e obtenção dos valores de dureza na escala Rockwell C. Medida Dureza (HRA) 1ª 75,5 2ª 76,0 3ª 75,0 4ª 74,0 5ª 74,0 6ª 71,0 7ª 73,0 8ª 73,0 9ª 75,0 Média 74,1 Desvio Padrão 1,5 Aço Inox 304 Medida Dureza (HRA) 1ª 83,0 2ª 82,0 3ª 82,0 4ª 77,0 5ª 80,0 6ª 78,0 7ª 83,0 8ª 82,0 9ª 81,0 Média 80,9 Desvio Padrão 2,0 Aço 1020 9 Vale ressaltar que nem todas as medidas na escala de dureza Rockwell A apresentam um valor exato correspondente na escala C. Nesse caso, foi feita uma interpolação linear para encontrar um valor corresponde na conversão. Para realizar essa interpolação foi utilizada a Equação 3. 𝑃(𝑥) = 𝑦𝑜 + 𝑦1−𝑦𝑜𝑥1−𝑥𝑜 (𝑥 − 𝑥𝑜) (3) Sendo: P(x) = polinômio interpolador; (xo,yo) e (x1,y1) pares ordenados, com xo ≠ x1. A partir disso, os dados obtidos para a escala de dureza Rockwell C, estão dispostos na Tabela 2. Tabela 2 - Dados obtidos pela realização do ensaio Rockwell C No ensaio de dureza Vickers, para o cálculo da dureza, utilizou-se a Equação 1, já apresentada. Após o cálculo, os resultados obtidos na escala de dureza Vickers foram organizados nas Tabelas 3 e 4. Medida Dureza (HRC) 1ª 49,4 2ª 50,3 3ª 48,6 4ª 46,8 5ª 46,8 6ª 41,2 7ª 44,8 8ª 44,8 9ª 48,6 Média 46,8 Desvio Padrão 2,7 Aço Inox 304 Medida Dureza (HRC) 1ª 63,3 2ª 61,4 3ª 61,4 4ª 52,3 5ª 57,8 6ª 54,0 7ª 63,3 8ª 61,4 9ª 59,6 Média 59,4 Desvio Padrão 3,7 Aço 1020 10 Tabela 3 - Dados obtidos através da realização do ensaio Vickers para o Aço Inox AISI 304 Tabela 4 - Dados obtidos através da realização do ensaio Vickers para o Aço SAE 1020 Com base nas tabelas apresentadas acima, nota-se que há uma diferença considerável entre os valores de dureza para o aço Inox AISI 304 e o aço SAE 1020. Tendo em vista que a dureza é uma propriedade mecânica que indica resistência do material que apresenta um risco ou a formação de marca permanente, quando pressionado por outro material ou marcadores padronizados. A mesma depende diretamente da configuração atômica, composição química, assim como da resistência mecânica do material. Na Tabela 5, a seguir, são apresentadas as composições químicas dos materiais de ambos os corpos de prova. O aço Inox AISI 304 apresenta um teor de carbono de aproximadamente 0,08 %, o que evita formação excessiva de carbonetos de cromo que provocam sensitização, corrosão integranular dos aços. Em comparação, o aço Inox AISI 304 possui uma concentração de carbono mais baixa em relação ao aço SAE 1020. Medida Diagonal H (mm) Diagonal V (mm) Diagonal média (mm) Dureza (HV) 1ª 0,673 0,681 0,677 161,84 2ª 0,681 0,678 0,680 160,65 3ª 0,670 0,679 0,675 163,04 4ª 0,685 0,676 0,681 160,18 5ª 0,688 0,687 0,688 156,93 Média 0,679 0,680 0,680 160,53 Desvio Padrão 0,007 0,004 0,004 2,05 Aço Inox 304 Medida Diagonal H (mm) Diagonal V (mm) Diagonal média (mm) Dureza (HV) 1ª 0,523 0,537 0,530 264,07 2ª 0,515 0,525 0,520 274,32 3ª 0,504 0,511 0,508 288,00 4ª 0,515 0,525 0,520 274,32 5ª 0,523 0,537 0,530 264,07 Média 0,516 0,527 0,522 272,95 Desvio Padrão 0,007 0,010 0,008 8,81 Aço 1020 11 Tabela 5 - Comparação da concentração de alguns elementos de liga presentes na composição química dos materiais O carbono, como elemento de liga, atua como agente endurecedor, ou seja, garante ao material um ganho de resistência mecânica e de dureza. Portanto, ao apresentar um maior teor de carbono em sua composição, é garantido ao aço SAE 1020, uma maior dureza. Material Carbono Manganês Fósforo Aço 1020 0,17-0,23 0,30-0,60 0,04 máx Aço Inox 304 0,08 máx 0,2 máx 0,045 máx Composição Quimica 12 5. CONCLUSÃO Através do experimento e dos resultados, observamos que o ensaio de dureza é um ensaio rápido, podendo ser ou não destrutivo, permitindo avaliar propriedades mecânicas de um material de forma prática. Se tratando dos ensaios realizados, por serem não destrutivos, os mesmos podem ser feitos em máquinas já fabricadas ou em materiais que serão usinados sem inviabilizar o seu uso. Em contrapartida, não permite avaliar algumas propriedades que só são possíveis através de outros ensaios, como o de tração. 13 6. BIBLIOGRAFIA 1. ABNT NBR NM ISO 6508-1:2008 2. ABNT NBR NM ISO 6507-1:2008 3. Disponível em: <https://www.infomet.com.br/site/acos-e-ligas-conteudo- ler.php?codConteudo=205>. Acesso em: 12 de abril, 2019 4. Disponível em: <https://www.infomet.com.br/site/acos-e-ligas-conteudo- ler.php?codConteudo=243>. Acesso em: 12 de abril, 2019 5. Disponível em: <http://www.favorit.com.br/produtos/acos-Inoxidaveis/aco-aisi- 304-aisi-304-l>. Acesso em: 12 de abril, 2019 6. GARCIA, A.; SPIM, J.; SANTOS, C. Ensaios dos Materiais: 2. Ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2013. 7. PALÁCIO, Felipe de Oliveira. Efeito do Tratamento Térmico no Grau de Sensitização do Aço Inoxidável Austenítico AISI 304, avaliado por método de reativação eletroquímica potenciodinâmica na versão ciclo duplo (DL-EPR). 2008. 43f. Projeto de Graduação – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2008. 14 7. ANEXO A - Tabela de conversão de durezas aproximadas para alguns tipos de aços Fonte: GARCIA, A.; SPIM, J.; SANTOS, C. Ensaios dos Materiais: 2. Ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2013.
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