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Gerações/Dimensões dos Direitos Fundamentais

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DIREITO CONSTITUCIONAL 
MATHEUS NOGUEIRA DA SILVA
GERAÇÕES/DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Brasília, DF. 
Maio, 2019
1. INTRODUÇÃO 
Ao se falar das dimensões dos direitos fundamentais, não se pode deixa de citar a Revolução Francesa (1789), que foi um marco muito importante para o nascimento do Estado Democrático de Direto. Desde modo, o contexto histórico desses conflitos sociais ao longo do tempo é de suma importância para compressão desse tema. 
Assim, podemos começa compreendendo que os Direitos Fundamentais buscam garantir a dignidade, liberdade e a igualdade do ser humano, e cabe ao Estado respeita-las. Foram conquistas ao longo do tempo, logo, elas não se dividem, e sim se completam. 
Basicamente, suas transformações ao logo do tempo são divididas em três gerações ou dimensões, onde cada uma dessas três retrata uma necessidade do homem naquele determinado momento da história. 
2. CONTEXTO HISTÓRICO
Os direitos fundamentais veio a parta da queda do poder absolutista. Esse estrutura de governo era a concentração do poder não mão de um rei, onde esse tinha controle de todas as ações do Estado, o que não favorecia em nada o povo. 
Em níveis históricos de revolução, cita-se aqui a Francesa, resultado de um país absolutista que era dividida em três estado, são eles: clero, nobreza e burguesia (povo).
O clero era representado pela a igreja, com certa de 120 mil pessoas ao longo do pais. Já a nobreza era formada pela corte, pelo rei e por pessoas que adquiriram riquezas e acabaram chegando ao titulo de nobre. Por fim, o terceiro Estado, que era formado pela maioria da população. Eram os trabalhadores, os desempregados, os burgueses. Acredita que esse ultima era 80% da população da França. 
Tudo começou com a grande desigualdade existente naquele momento, onde somente o terceiro Estado trabalhavam e pagavam imposto, sustentando assim todo luxo e regalias existentes no clero e na nobreza. 
A França comanda pelo o rei Luís XVI passava por um momento conturbado financeiramente, onde praticamente “vendeu” o seu pais para a Inglaterra ao assinar que se caso não pagasse a divida existente, o governo Inglês poderia controlar a arrecadação de imposto dos franceses. 
Entretanto, começou um desenvolvimento de um sentimento de revolta dentro da população, onde começaram a questionar o motivo de somente eles pagarem imposto, monopólios de terras no outros estados e trabalharem para sustentar o governo. Então, do dia 14 de julho de 1789, a população por meio de uma revolta a população tomaram a Batilha, prisão símbolo do regime absolutista. 
Por fim, um grupo chamado de jacobinos que lideraram a revolução de forma mais radical foram paras ruas com as ideias de liberdade, igualdade e fraternidade. Quem era contra o movimento era submetido a morte, por meio de forca, decapitação ou qualquer outro modelo que tinha como fim a morte, forçando assim a formação de um Assembleia Constituinte para formação de uma nova constituição, que tinha como objetivo garantir os direito do povo e dos menos privilegiados. 
A parti disso, surgiu a Declaração dos Direitos do homem e do Cidadão. Deste modo, estas revolução teve um grande impacto em todo o mundo, onde o absolutismo reinava, pois isso conduziu a outras populações a se revolucionar contra as politicas concentradas a somente uma parcela da pessoas nos outros países. 
3. GERAÇÕES OU DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Levando em conta esse aspecto da Revolução Francesa e seus ideias, a doutrina divide essas dimensões ou gerações em três, que foram formados a partir dos acontecimentos naquele determinado espaço de tempo ao longo dos séculos. Observe que essas conquistas levaram tempo para sua efetivação. 
 De acordo com a Montanha dos Direitos fundamenteis, a primeira geração ou dimensão diz a respeito dos direitos individuais do ser humano, a liberdade, ou seja, a liberdade de expressão, voto, entre outros. O segundo fala dos direitos sociais, da igualdade, como por exemplo os direitos culturais. E por último, porém não menos importante, a fraternidade, que são os direitos difusos, que são aqueles que visa o interesses coletivos, como por exemplo a proteção ao meio ambiente.
3.1 PRIMEIRA GERAÇÃO/DIMENSÃO 
Seguindo um primeiro ideal, essa geração ou dimensão veio de um contexto onde se passava a Revolução Francesa. A busca por direitos por parte do povo estava vindo a tona no cenário político. Desde modo, a busca por um estado menos absoluto na vida das pessoas, veio em tona a pauta da liberdade do indivíduo. 
 	O estado, falando de modo geral, assim como já dito acima era de modelo absolutista, ou seja, interferia diretamente na vida das pessoas quando o assunto era seus direitos pessoais. Então, indignados a população cobrou dos representantes por meio de uma Assembleia constituinte na França, a criação dos direitos do homem e do cidadão. 
Esses direitos era nada mais que a garantia e o começo de algumas atribuições que estava em grande pauta na época. Assim veio a criação das obrigações negativas. Por obrigações negativas entende a não intervenção do estado na vida das pessoas quando o assunto é liberdade. 
Para clarear, pode-se citar algumas garantias advinda dessa primeira dimensão ou geração, que deu surgimentos e ressaltou os direitos civis e políticos. Começamos com um básico que é o direto a propriedade, que está presente no artigo 5º, inciso XI da Constituição Federal brasileira. 
Nota-se então que esse direito de que sua propriedade, a sua casa é inviolável: “salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.” 
Deste modo, perceba que essa lei é como se fosse um pedido ao Estado para não violar o domicilio da pessoa, ou seja, limitando o Estado de interferir em um direito individual da pessoa. Isso seria no caso um direito civil. 
Agora falando em um direito político, que são nada mais do que participação popular no governo, ou seja, permitir o cidadão a presença na via pública do pais. Ressalto que esse é um direito de grande importância, uma vez em que ele já começa no artigo 1º da Constituição Federal: “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. 
Ao falar de Direito Político, cito aqui o direito ao voto, que esta contigo no artigo 14 da Constituição Federal: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos [...]”.
3.2 SEGUNDA GERAÇÃO/DIMENSÃO 
Agora, segue a próxima geração, que tem como seu ponto principal a igualdade. Ligadas aos direitos sociais, buscando assim igualdar a todos de uma sociedade. Vale frisar que uma geração não substitui a outro, e sim a complementa. 
Deste modo, aqui o Estado tem um responsabilidade maior, pois nessa geração ou dimensão, cabe o que a doutrina chama de atuação positiva, ou seja, o estado deve inferir na sociedade para promover a igualdade, o direito e as condições a todos de forma igualitária. 
Decorrente da Revolução Russa, não se pode falar que o significado de igualdade aqui é igual ao da revolução, umas vez que a mesma esta ligado ao socialismo. Entretanto, a ideia surgia de forma grandiosa no mundo, pois foi quando a desigualdade social vinda da pós guerra ficou mais evidente. 
Assim, dentro dessas obrigações ou do agir que o Estado deve exercer agora, entra o direitos sociais, culturais e econômicos. São aqueles que de certa forma, são essências para o desenvolvimento da sociedade, como a educação, a saudade e alimentação. 
Portanto, um exemplo seria o governo brasileiro, que de acordo com sua Constituição Federal, deve garantir que as pessoas que nesses pais habitam tenham um padrão de vida adequado para que eles possam desfrutar de todos os seus direitos, tenho como objetivo a erradicação da pobreza, consumo e distribuição de riqueza. 
Cito aqui agora o artigo 3º da Constituição Federal, que diz: “Constituemobjetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária ; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”
Aqui decorre então uma difícil implementação desses direitos, pois o Estado precisar ser efetivo, depender assim de uma forma de governo eficiente para consolidação de suas metas, a fim de promover uma sociedade justa e próspera. Logo, a pressão da sociedade sempre irar existir para que esses objetivos sejam alcançados. 
3.3 TERCEIRA GERAÇÃO/DIMENSÃO 
Por fim, a terceira geração ou dimensão dos direitos fundamentais. Essa aqui por sua vez, vem de um contexto mais contemporâneo, advindo assim do fim da segunda guerra mundial. Nesta dimensão, o foco está nas coletividade, ou seja, na fraternidade, ou como estamos mais habituados a falar, a solidariedade. 
Esses direitos são conhecidos como transindividuais, pois são além do indivíduo em si, até por que não é esse o foco dessa geração. Dito isso, o foco esta realmente na coletividade, na difusão e no direito individual homogêneo, que nada mais é do que interesses que são defendidos coletivamente. Como exemplo deste, podemos falar dos direito ao meio ambiente, a paz, ao progresso, direito dos consumidores e etc.
Nota-se então que esses interesses difusos e coletivos estão diretamente ligados ao momento em que eles foram encontrados, o fim da segunda guerra mundial. Momento esse em que se houve um olhar maior no ser humano, decorrentes das barbares resultantes do nazismo, por exemplo. 
3.4 NOVAS GERAÇÕES OU DIMENSÕES 
Essas são novas concepções sobre outras gerações ou dimensões que surgem no Direito. Vale ressaltar que essas teorias não tem um consenso doutrinário, logo, um autor fala uma coisa, outros podem falar outra. 
Há muito quem diz que existe, depois das três principais citadas acima, mais três gerações ou dimensões, chegando assim em seis teorias. Porém, a nível de informação, cito aqui Noberto Bobbio e a sua teoria da quarta geração ou dimensão. 
	O autor fala que esses direitos são históricos, logo o seu desenvolvimento vem com o tempo. Com base nisso e com o andar da sociedade, onde a tecnologia esta presente em praticamente todos os lugares, ele fala que a quarta geração ou dimensão dos direitos fundamentais seria a engenharia genética. 
	Ele cita em suas teorias que o ser humano vem procurando soluções cientificas para os problemas, ou seja, por meio da genética. Assim, por ser uma assunto que seja bastante discutido e que possa gerar grande revolução no mundo, esse seria então, a quarta geração ou dimensão dos direitos fundamentais. 
CONCLUSÃO 
Portanto, nota-se que o ser humano conquistou os seus direitos ao longo do tempo, e que nada veio por acaso. Essas conquista se deu por meio de revoluções ou necessidades que presentes em determinada época. Assim, pode-se concluir que o ser humano, através de todos esses direitos, não é somente um objeto, e sim um ser que ao nascer carrega com si uma serie de conquistas que devem ser levadas pra frente. 
	
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1998.
FERNANDES, Cláudio. Revolução Francesa. História do Mundo, 2018. Disponível em: <https://historiadomundo.uol.com.br/idade-moderna/revolucao-francesa.htm>. Acesso em: 15, de outubro de 2018.
ZOGHBI, Sérgio. Dimensões dos Direitos Fundamentais. Jusbrasil, 2018. Disponível em:<https://sergiozoghbi.jusbrasil.com.br/artigos/499244953/dimensoes-dos-direitos-fundamentaisL>. Acesso em: 15, de outubro de 2018.
CARVALHO, Maise. Os direitos econômicos, sociais e culturais. DHnet, 2018. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/w3/maise/desc.html>. Acesso em: 15, de outubro de 2018.
LUIZA, Maria. Direitos econômicos, sociais e culturais. Periódicos, 2018. Disponível em: <http://www.periodicos.ufpb.br/index.php/primafacie/article/viewFile/7182/4322>. Acesso em: 15, de outubro de 2018.
LFG. Direitos fundamentais de primeira, segunda, terceira e quarta geração, 2018. Blog acontece. Disponível em: <https://www.lfg.com.br/conteudos/artigos/geral/direitos-fundamentais-de-primeira-segunda-terceira-e-quarta-geracao>. Acesso em: 15, de outubro de 2018.
ELIACI, José. Gerações ou dimensões dos direitos fundamentais?. Âmbito Jurídico, 2018. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_-leitura&artigo_id=11750>. Acesso em: 15, de outubro de 2018.
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 10. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992

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