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Geologia, Geomorfologia; Relevo terrestre e do Brasil - Livro-Texto - Unidade II

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Unidade II
Unidade II
5 OS AGENTES EXTERNOS DO RELEVO
Enquanto as forças internas estruturam a superfície rochosa (o relevo), as forças externas associadas 
a fatores meteorológicos esculpem ou modelam a estrutura rochosa por meio da ação do intemperismo 
físico, que é a dilatação e contração da rocha em função de diferentes temperaturas até a sua fadiga, 
quebra ou decomposição. Já o intemperismo químico, associado à dissolução de material rochoso 
pela presença de água resultante das precipitações – chuvas, neblina, granizo, neve etc., também é um 
agente externo responsável pelo modelado.
 Lembrete
Intemperismo: é um processo que altera física e quimicamente as 
rochas e seus minerais, tendo como principais fatores o clima e o relevo.
Da mesma forma que os agentes externos do relevo destroem as estruturas rochosas por meio de 
diferentes processos erosivos – erosão fluvial (rios), pluvial (enxurrada), marinha (abrasão provocada 
por ondas e marés), eólica (ventos com jatos de areia sobre a rocha) e glacial (geleiras deslizantes em 
declives), o transporte desse material erodido das áreas mais elevadas para as deprimidas pode resultar 
na construção de novos terrenos sedimentares: as planícies e as depressões.
Figura 61 – A planície e a depressão do Pantanal Mato-grossense é um exemplo de ação dos agentes externos 
na formação do relevo. Os fragmentos de rocha (sedimentos) foram trazidos pelos rios de montanhas e planaltos 
desgastados pela erosão e acumulados numa depressão caracterizada como a planície do Pantanal
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GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA, RELEVO TERRESTRE E DO BRASIL
Figura 62 
Na imagem anterior, percebemos a forte ação meteorológica dos intemperismos físico e químico 
sobre a superfície rochosa, o que resulta em quebra ou fratura por diferentes temperaturas e dissolução 
de fragmentos de rochas pela ação das chuvas. Por isso, observamos a formação de vales ou canyons, 
matacões (rochas isoladas), calhaus (fragmentos rochosos de pequeno tamanho), seixos e areias 
grossas e finas levadas por ventos, enxurradas e pela gravidade das áreas mais altas para as mais 
baixas. Trata-se de uma paisagem típica do clima semiárido, em que o intemperismo físico predomina 
em relação ao intemperismo químico (chuva). 
As estruturas rochosas formadas por escudos cristalinos e/ou por formações vulcânicas resultantes 
da dinâmica interna tanto podem ser desgastadas pela erosão (dinâmica externa) como sofrer 
afundamentos de origem tectônicas para formar depressões que posteriormente serão soterradas por 
sedimentos transportados por gravidade, ventos, enxurradas, geleiras, rios etc.
No Brasil, encontramos distintas formas morfológicas de modelado ou ação dos agentes externos.
Figura 63 – Relevo de Mares de Morros: formas mamelonares ou de meias laranjas esculpidas em rocha cristalina pela ação do 
intemperismo químico – chuva e enxurradas –, que provocam erosão nas encostas de morros e nos vales entre esses morros. Típica 
formação da região Sudeste, foi assim denominada pelo professor Aziz Ab’Saber
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Da mesma forma, essas depressões preenchidas por sedimentos, que formam as bacias sedimentares, 
podem sofrer a ação do tectonismo (forças internas), mediante seu soerguimento, para dar origem a 
novas formas de relevo de origem sedimentar.
Como exemplo, temos os chapadões (Centro–Oeste) e as chapadas (Nordeste), que também sofrem 
a ação dos agentes externos responsáveis pelo modelado do relevo – intemperismo, ventos, chuvas, 
enxurradas, rios, geleiras, marés, seres vivos e ação antrópica.
Figura 64 – Chapada: relevo de estruturas horizontais no qual os estratos de rochas friáveis 
(sedimentares e porosas) alternam-se com os de rochas resistentes (cristalinas e metamórficas). Essa 
 figura mostra a Chapada Diamantina, no interior da Bahia, formada por rochas sedimentares de antigas 
depressões que sofreram posterior soerguimento, permanecendo vulnerável à erosão pluvial e eólica 
(intemperismos químico e físico, um bom exemplo da ação dos agentes externos)
Diversos fenômenos agem intimamente relacionados nos processos de intemperismo. Eles podem 
ser físicos, químicos, biológicos, físico-químicos, agindo separadamente ou em conjunto, dependendo 
das condições climatológicas locais e da rocha. Consistem, pois, na desagregação da rocha matriz e na 
formação do solo, formando o manto do intemperismo.
Nas áreas urbanas, ao longo de rodovias e nas margens dos rios, o desmatamento causado pela ação 
antrópica, agravada pelas enxurradas, causa grandes remoções ou deslizamentos de terra, gerando 
perdas materiais e humanas. Assim, observamos que os grupos humanos também alteram a natureza 
do relevo.
 Observação
Aziz Ab’Saber foi professor da USP durante várias décadas e tornou-se uma 
referência em estudos geográficos do Brasil. Ele foi ganhador de um prêmio 
da Unesco para ciência e meio ambiente, entre muitos outros, como o Jabuti. 
Dedicou-se aos estudos das características geomorfológicas paulistas, defendeu 
causas ambientais e criticou os impactos decorrentes de ações antrópicas. Ele 
costumava dizer: “É preciso conhecer e respeitar a natureza para manter o 
equilíbrio do meio ambiente”.
Foi professor emérito da FFLCH (USP) e membro da Academia Brasileira de 
Ciências, desenvolvendo pesquisas nas áreas de ecologia, biologia evolutiva, 
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GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA, RELEVO TERRESTRE E DO BRASIL
fitogeografia, geologia, arqueologia. Seu trabalho teve reconhecimento 
internacional.
5.1 A desagregação físico-intempérica e química
5.1.1 Oscilação da temperatura 
Os corpos sofrem uma variação no volume causada pela temperatura e as rochas, sendo formadas por 
vários minerais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, alteram-se. A temperatura, aquecendo 
as rochas durante o dia e resfriando-as à noite, provoca a sua fadiga. Assim, os minerais serão facilmente 
desagregados e reduzidos a pequenos fragmentos. Isso é mais atuante em climas áridos e semiáridos e 
nas rochas de constituição heterogênea. O intemperismo físico nas regiões áridas é fator determinante 
na formação de solos rasos (litossolos).
5.1.2 Cristalização dos sais 
Os sais solúveis das rochas, numa região de clima árido ou semiárido, não são lixiviados (molhados) 
pelas águas por causa da insuficiente precipitação. Ocorre que a pouca precipitação se infiltra e sobe 
novamente à superfície terrestre por ação capilar, dissolvendo muitos sais que são precipitados quando 
da evaporação da água. Os sais cristalizam-se, fazendo que a rocha seja desagregada lentamente. Isso 
ocorre, por exemplo, com nitratos, sulfetos, carbonatos e cloretos.
5.1.3 Congelamento 
O congelamento é um processo muito comum em regiões de climas temperado e frio. Com a 
repetição contínua do congelar e degelar, há o alargamento e a consequente desintegração das fendas 
das rochas, o que forma lascas ou blocos variados.
5.1.4 Agentes físico-biológicos
A pressão do crescimento das raízes vegetais pode provocar desagregação de uma rocha, desde que 
esta possua fendas, facilitando a ação do vegetal.
5.1.5 Decomposição química
A decomposição química é um processo caracterizado pela reação química entre rochas, soluções 
aquosas e alguns seres vivos. Ela podeser causada por oxidação, que, por sua vez, pode ser provocada 
por agentes orgânicos e inorgânicos. A ação do metabolismo das bactérias é um exemplo de ação 
orgânica.
Os elementos mais suscetíveis à oxidação intempérica são carbono, nitrogênio, fósforo, ferro, 
manganês e os compostos de enxofre, como o ácido sulfúrico, agente poderoso de decomposição das 
rochas. 
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A decomposição por redução é verificada nas jazidas metalíferas, com a ação do gás sulfídrico, que 
é uma substância fortemente redutora. 
A decomposição pelo ácido carbônico ocorre quando a água da chuva dissolve o CO2 da atmosfera. 
A maior parte do CO2 continua em solução, enquanto uma pequena parte se combina com a água e 
forma o ácido carbônico, que se encontra também em estado de dissolução. Essa ocorrência pode ser 
observada pela ação de glaciação, ocorrida há cerca de dois milhões de anos, no que hoje é conhecido 
como Parque Nacional Yosemite, nos Estados Unidos.
Figura 65 – Oxidação de minerais, dando um efeito colorido com o ferro, nas tonalidades 
vermelho, laranja e marrom, manganês (púrpura e violeta) e mica (verde)
Nas regiões mais úmidas, onde as chuvas são torrenciais, o intemperismo químico supera o 
intemperismo físico. Por isso, a intemperização da rocha ocorre desde a superfície até profundidades 
variando entre 10 m e 30 m – os solos profundos (latossolos). Além disso, a erosão provocada por 
enxurradas em áreas de serras ou escarpas desmatadas resulta em deslizamentos de encostas. Esses 
deslizamentos, quando ocorrem em áreas ocupadas por barracos típicos das favelas dos morros, 
provocam catástrofes como soterramento e muitas mortes.
5.2 Processos intempéricos
A eficiência dos fatores externos que atuam sobre o modelado terrestre está condicionada pelas 
características de cada ambiente. O trabalho erosivo varia segundo as condições do clima, a estrutura 
da litosfera e até mesmo a existência ou não da cobertura vegetal, entre outros fatores. 
O ambiente sofrerá maior ou menor ação erosiva dependendo das rochas e da cobertura vegetal nele 
existentes.
Sob as condições de clima tropical a temperado, as rochas tendem a se decompor, formando o 
chamado manto de intemperismo, o qual pode receber a designação de regolito (do grego, rhegos: 
manto, cobertura). O termo regolito é aplicado também a todo material incoerente, arenoso ou argiloso 
que recobre desertos, regiões litorâneas ou áreas sujeitas à sedimentação fluvial recente.
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O intemperismo consiste no conjunto de processos operantes na superfície terrestre que ocasionam 
a decomposição dos minerais das rochas pela ação dos agentes atmosféricos e biológicos. A dinâmica 
externa, de modo geral, está intimamente relacionada com os fenômenos climáticos.
Figura 66 
A imagem anterior representa um deslizamento de encosta em uma área que foi desmatada e objeto 
de uma ocupação irregular, sem planejamento adequado, sem medidas mais eficazes de contenção das 
encostas.
Portanto, observamos que o ser humano, no seu contato com a natureza, é um grande agente 
modificador ou destruidor ao realizar a sua ação antrópica. Além desses efeitos negativos, temos ainda 
as voçorocas.
5.3 Voçorocas – a erosão que ameaça solos e cidades
Figura 67 
As voçorocas são feições erosivas altamente destrutivas que rapidamente se ampliam, ameaçando 
campos, solos cultivados e zonas povoadas. O termo voçoroca (gully, em inglês) tem sua origem no 
tupi-guarani uply (terra) e sorok (rasgar ou romper) (TOLEDO; FAIRCHILD; TAIOLI, 2009).
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Essas feições erosivas originam-se de sulcos gerados pela erosão linear. Entretanto, enquanto os 
sulcos ou ravinas são formados pela ação erosiva do escoamento superficial concentrado em linhas, as 
voçorocas são geradas pela ação da água subterrânea.
A erosão provocada pelo afloramento do fluxo da água subterrânea tende a solapar a base das 
paredes, carreando material em profundidade e formando vazios no interior do solo (erosão interna ou 
tubificação). O colapso desses vazios instabiliza as vertentes e é responsável pela inclinação abrupta e 
pelo recuo das paredes de voçorocas (TOLEDO; FAIRCHILD; TAIOLI, 2009).
5.4 Deltas
Quando o rio desemboca no mar ou num lago, dá-se a deposição de grande parte de detritos trazidos 
em suspensão. Forma-se, então, um cone de sedimentação que se assemelha a um D grego. A esse tipo 
de depósito do presente ou do passado, no que diz respeito ao ambiente aquático, aéreo e adjacências 
da foz do rio, denominamos delta. Os rios Parnaíba, Jequitinhonha e São Francisco apresentam deltas.
Figura 68 – Delta de um rio: conjunto de ilhas que formam vários canais de desembocadura na foz de um rio
6 A GEOMORFOLOGIA: SUA NATUREZA E IMPORTÂNCIA
A Geomorfologia tem por objetivo analisar as formas de relevo, ou seja, as saliências e reentrâncias 
do modelado terrestre. Podemos dizer que essa ciência não se restringe a uma mera análise, ela 
é dinâmica e busca compreender os processos passados e atuais da movimentação da Terra, bem 
como a configuração deles resultante. Além disso, busca também oferecer suporte na conversão das 
propriedades geoecológicas e socioreprodutoras.
O objeto de estudo da Geomorfologia é a superfície da crosta terrestre, especificando sua análise 
no relevo. Para compreender essa análise, é necessário o conhecimento das forças antagônicas a 
partir da dinâmica interna (endógena) e externa ( exógena).
São essas forças que mostram a evolução do relevo terrestre, já que apresentam grandes evidências 
pelas transformações ocorridas ao longo do tempo geológico.
Por essa razão, analisar a geomorfologia da Terra implica conhecer, além das distintas formas de 
relevo e de sua evolução, as sucessivas deposições às quais foram submetidas como resultado dos 
diferentes processos morfogênicos.
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GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA, RELEVO TERRESTRE E DO BRASIL
Por sua vez, quando associamos o relevo e as formas de ocupação do espaço, observamos outra 
modalidade de sua importância pois, de acordo com as modalidades morfológicas do espaço, assim 
como a sua apropriação, podemos associar essas formas de ocupação ao comportamento da paisagem 
e suas implicações.
De acordo com Ab’Saber (1969), o estudo integral do relevo a partir da geomorfologia deve levar em 
consideração três níveis de abordagem:
• compartimentação geológica;
• estrutura superficial;
• fisiologia da paisagem.
Esses três níveis de estudo referem-se aos processos que evoluem numa escala geológica temporal 
para uma escala humana do tempo, incorporando, gradativamente, novas variáveis analíticas. Assim, é 
importante conhecermos os três níveis:
• Nível 1 – compartimentação morfológica: esse conceito refere-se às observações do relevo, 
aos diferentes níveis topográficos e a suas respectivas características. Por meio da geomorfologia, 
podemos definir os distintos riscos de ocupação de uma área, além de traçar recomendações de 
uso e ocupação adequada do espaço.
• Nível 2 – estrutura superficial: também denominado depósitos correlativos, esse 
conceito é capaz de determinar o grau de fragilidade do terreno e de entender a evolução 
histórica da área analisada. Conhecendo ascaracterísticas específicas dos depósitos, bem 
como as situações climáticas a que são submetidos, torna-se possível compreender a 
dinâmica evolutiva comandada pelos elementos do clima considerando sua posição em 
relação aos níveis de base atuais, vinculados ou não aos ajustamentos tectônicos, como 
afirma Casseti (2005).
• Nível 3 – fisiologia da paisagem: esse nível considera o homem como sujeito modificador 
da paisagem e busca compreender a ação dos processos morfodinâmicos atuais a partir dessa 
interferência humana.
 Lembrete
Como já vimos, a Geologia, em seu tempo natural, promove processos 
morfogenéticos que modificam o modelado terrestre. Contudo, a 
interferência humana tem acelerado esses processos de tal forma que 
mesmo as ações indiretas têm merecido atenção por parte dos estudos 
geomorfológicos.
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Esses três níveis de estudo representam processos evolutivos de uma escala temporal geológica para 
uma escala temporal humana que, com o decorrer do tempo, apresenta novas variáveis incorporadas de 
forma gradual. Dessa forma, novas técnicas também devem ser adotadas para termos uma adequada 
compreensão do processo analítico dos níveis abordados.
No contexto da Geografia, a Geomorfologia apresenta significativas contribuições para ampliar 
sua área de estudos. As maiores, nesse sentido, são encontradas nos processos de reordenamento 
territorial.
 Observação
Bacia do Rio Paraíba do Sul
Situada em um importante centro econômico, a Bacia do rio Paraíba do 
Sul sofre os graves efeitos do avanço da poluição. Com isso, 14,3 milhões 
de pessoas são afetadas, incluindo os moradores da Grande Rio de Janeiro, 
abastecidos pelo rio Guandu. […] Entre os atingidos pelo avanço da poluição, 
estariam a Companhia Siderúrgica Nacional, a maior usuária privada da 
bacia, e a companhia de saneamento e energia da região metropolitana do 
Rio de Janeiro, que desvia dois terços da vazão do rio Paraíba do Sul para a 
Bacia do rio Guandu, que abastece a capital carioca. A lei que autorizou a 
cobrança do imposto também obriga a utilização de, no mínimo, 92,5% da 
receita em programas de despoluição da bacia hidrográfica.
 Saiba mais
Para saber mais, leia: 
POPP, J. H. Geologia Geral. 4. ed. Rio de Janeiro; São Paulo: LTC, 1998.
Devemos destacar ainda a ocupação irregular em áreas urbanas, causando grandes perdas humanas 
e materiais. Apesar de atingirem várias encostas de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo 
Horizonte e Itajaí, os escorregamentos de terra envolvem volumes de massa mobilizada de pequenas 
proporções. Por esse motivo, os acidentes nas encostas causam em geral prejuízos locais, sem modificar a 
vida das comunidades afetadas. Uma análise dos fatores condicionantes desses escorregamentos revela 
que praticamente todos os acidentes, particularmente os registrados no interior dos núcleos favelados 
(comunidades ou habitações subnormais), têm caráter induzido, afirma o autor Popp (1998).
Hamelin (1964), abordando as contribuições científicas da Geomorfologia, mostra-nos que esse 
ramo de estudo não interessa apenas à Geografia, mas avança em dimensões funcionais e integrais 
rumo a questões teóricas para compreensão de processos que envolvem escala humana e geológica.
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GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA, RELEVO TERRESTRE E DO BRASIL
Já Schmithüsen (1970) propõe o Sistema da Ciência Geográfica: segundo o autor, a Geomorfologia 
ganha espaço para explicar, por exemplo, certos fatos de caráter físico e sua relação com aspectos 
humanos.
Outra compreensão interessante acerca das abordagens geográficas e geomorfológicas é destacada 
por Neef (1972). De acordo com o autor, quando a Geografia trata dos componentes da paisagem 
natural, simultaneamente se preocupa também com a sociedade. Esse estudo leva a uma indagação 
sobre questões de caráter global, o que caminharia para investigações ambientais.
No Brasil, AB’Saber (1969) retoma o conceito de fisiologia da paisagem, valorizando-o na perspectiva 
geográfica, assumindo uma postura naturalista nos estudos relativos à geografia física global.
Podemos mencionar ainda Kügler (1976), que estabelece o conceito de georelevo como sendo uma 
superfície limite produzida pela dinâmica dos integrantes sistêmicos. O dinamismo, no caso, é marcado 
pela presença humana e pela economia na paisagem.
No entanto, o professor Casseti (2005) faz questão de alertar que existe uma polêmica no sentido 
de precisar as ações do geógrafo e do geomorfólogo. Ele nota ainda que muitas vezes torna-se difícil 
estabelecer uma integração de pensamentos, pois cada ciência estaria arraigada às suas próprias 
investigações e defenderia seus pressupostos de forma individual.
Temos bem clara a ideia de que a Geomorfologia pode contribuir para os estudos geográficos no 
sentido de integrar aspectos físicos e humanos, além de contribuir para avaliar os recursos e alertar para 
sua finitude.
A mídia tem noticiado casos de deslizamentos de terras devido ao efeito combinado do 
uso inadequado do solo e à presença de fortes chuvas, colocando em risco a vida de pessoas 
e causando grandes prejuízos materiais. As atividades agropastoris desenvolvidas com 
técnicas modernas de manejo visam a uma maior produtividade associada à preservação 
do meio ambiente. Em áreas urbanas, o desmatamento e a ocupação irregular de encostas 
geram sérias consequências. É o caso do Morro do Bumba, que deslizou em abril de 2010, 
causando prejuízo e mortes.
A ocupação irregular das encostas, associada ao desmatamento, acentua o problema do 
deslizamento. Além disso, o problema das enchentes, que também assola populações em 
diversas cidades do país sazonalmente, decorre da falta de infraestrutura e comprometimento 
dos cursos d’água para um melhor escoamento das águas pluviais e da própria vazão dos 
rios. Isso pode ser exemplificado com ocorrências em São Paulo (capital, Grande São Paulo 
e cidades do interior, como as do Vale do Paraíba), Rio de Janeiro (Baixada Fluminense), Vale 
do Itajaí (Rio do Sul, Agronômica e Blumenau – SC), Porto Alegre, Esteio e Nova Hamburgo 
(RS).
Quanto às medidas que podem ser tomadas pelo poder público para reduzir o número 
de mortes provocadas por esses eventos, podemos citar:
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• programa de microdrenagem, como a construção de piscinões;
• políticas habitacionais a serem implementadas a longo prazo;
• adequação das edificações à topografia dos terrenos;
• preservação da vegetação de topo de morros e encostas;
• remoção da população das áreas de risco;
• implantação de sistemas de monitoramento e alerta às populações (como o uso de 
sirenes);
• monitoramento dos índices pluviométricos;
• mapeamento prévio das áreas de risco;
• coordenação de ações entre os órgãos públicos distintos (obras públicas e defesa 
civil).
6.1 Sistemas em Geomorfologia
Como foi apresentado anteriormente, a Geomorfologia estuda as formas de relevo. Ela representa, 
de acordo com Christofoletti (1978), a expressão espacial de uma superfície, compondo as diferentes 
configurações da paisagem morfológica.
As formas de relevo constituem o objeto da Geomorfologia. Mas se as formas 
existem, é porque elas foram esculpidas pela ação de determinado processo. 
Dessa maneira, há um relacionamento muito grande entre as formas e os 
processos; o estudo de ambos pode ser considerado como o objetivo central 
desse ramo de conhecimento, comoos elementos fundamentais do sistema 
geomorfológico. Entretanto, as formas, os processos e suas relações não 
compõem um sistema isolado, pois recebem influências e também atuam 
sobre outros sistemas (CHRISTOFOLETTI, 1978, p. 1).
Mas aí surge a indagação: quais são os sistemas em Geomorfologia?
De acordo com o professor Christofoletti (1978), um sistema pode ser definido como o conjunto 
dos elementos e das relações entre si e entre os seus atributos. A aplicação da teoria dos sistemas aos 
estudos geomorfológicos tem servido para melhor focalizar as pesquisas e para delinear com maior 
exatidão o setor de estudo dessa ciência. 
A Teoria dos Sistemas Gerais (General Systems Theory) foi inicialmente introduzida na Geomorfologia 
pelos trabalhos de Arthur N. Strahler. Posteriormente, foi utilizada, ampliada e discutida por muitos 
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GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA, RELEVO TERRESTRE E DO BRASIL
autores, destacando-se: John T. Hack, Richard J. Chorley e Alan D. Howard, cujos trabalhos são 
considerados básicos para investigações acerca dos sistemas geomorfológicos.
Ao geomorfólogo, interessam sistemas que funcionam dentro de um ambiente integrado a um 
conjunto maior, com o qual estabelece relações. Esse conjunto maior é denominado de universo, o 
qual compreende o conjunto de todos os fenômenos e eventos por meio de suas mudanças e 
dinamismo. Há repercussões no sistema focalizado, assim como todos os fenômenos e eventos que 
sofrem alterações e mudanças por causa do comportamento do referido sistema particular. 
Devemos destacar que, no estudo de um sistema, quanto à sua composição, devem ser abordados os 
aspectos matéria, energia e estrutura, os quais explicamos melhor a seguir:
• matéria – material mobilizado pelo sistema, por exemplo, o sistema hidrográfico composto por 
água e detritos;
• energia – força que leva ao funcionamento do sistema, a qual pode ser energia potencial (como 
a força da gravidade, que impulsiona o sistema hidrológico) ou energia cinética (ou energia do 
movimento, cuja própria força alia-se à potencial);
• estrutura do sistema – constituída pelos elementos e suas relações, que se expressam por meio do 
arranjo dos seus componentes, e o elemento constitui-se na unidade básica do sistema.
As estruturas são formadas por três características principais:
• tamanho – é determinado pelo número de variáveis que o compõem, pode ser bi ou tridimensional;
• correlação – ocorre entre as variáveis e o modo como elas se relacionam;
• causalidade – mostra qual é a variável independente da que controla ou a dependente da que é 
controlada.
Quanto à classificação dos sistemas em Geomorfologia, podemos dizer que o critério utilizado é 
funcional, conforme a sua complexidade estrutural.
Considerando-se o critério funcional, Forster, Rapoport e Trucco (apud CHRISTOFOLETTI, 1978) 
sugerem os seguintes tipos:
• Sistemas isolados são aqueles que, dadas as condições iniciais, não sofrem mais nenhuma perda 
nem recebem energia ou matéria do ambiente que os circunda. Podemos exemplificar o conceito 
com a sugestão de Richard Chorley (apud CHRISTOFOLETTI, 1978), que assinala o ciclo de erosão, 
que se inicia com um movimento brusco, antes que os processos tenham tempo de modificar a 
paisagem. Podemos tratar o processo sob uma perspectiva evolutiva e histórica.
• Sistemas não isolados mantêm relações com os demais sistemas do universo no qual funcionam, 
podem ser fechados ou abertos.
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Unidade II
 Observação
Nos sistemas fechados, há troca de energia (recebimento ou perda), 
mas não de matéria. Ex.: o planeta Terra pode ser considerado fechado não 
isolado, pois recebe energia solar por radiação, mas não recebe nem perde 
matéria de outros planetas ou astros.
Já sistemas abertos são aqueles em que ocorre troca de energia e matéria 
por meio de recebimentos ou perdas. Eles são mais facilmente encontrados 
e, por isso, são inúmeros seus exemplos: bacias hidrográficas, uma cidade, 
uma indústria, os seres humanos etc. Podemos observar que os sistemas 
abertos são bastante dinâmicos, com trocas de energia e de matéria.
Considerando-se ainda a complexidade estrutural dos sistemas, Chorley (apud CHRISTOFOLETTI, 
1978) estabeleceu dez tipos de sistemas relativos à Geomorfologia. Entre esses dez, os que pertencem 
ao âmbito geomorfológico são quatro, cujas características são:
• sistemas morfológicos: compostos pela associação de propriedades físicas, correspondem às 
formas sobre as quais podem se escolher diversas variáveis a serem medidas (comprimento, altura, 
largura, declividade, granulometria, densidade etc.);
• sistemas em sequência: formados por uma cadeia de subsistemas, possuem magnitude espacial e 
localização geográfica.
• sistemas de processos–respostas: resultam da combinação de sistemas morfológicos e sistemas 
em sequência;
• sistemas controlados: resultantes da atuação do homem sobre os sistemas de processos–respostas, 
a complexidade é aumentada pela intervenção humana, por exemplo, modificando a capacidade 
de infiltração em determinada área ou a movimentação de areias na praia.
O sistema geomorfológico, considerando as formas e os processos, pode ser classificado pelos 
seguintes sistemas antecedentes, que permitem compreender as formas de relevo:
• sistema climático, que, por meio do calor, da umidade e dos movimentos atmosféricos, sustenta e 
mantém o dinamismo dos processos;
• sistema biogeográfico, que, representado pela cobertura vegetal e pela vida animal que lhe 
são inerentes, atua como fator de diferenciação da modalidade e intensidade dos processos, 
fornecendo e retirando matéria;
• sistema geológico, que, por meio da disposição e da variação litológica, é o principal fornecedor 
do material, constituindo o fator passivo sobre o qual atuam processos;
• sistema antrópico, representado pela ação humana, que é o fator responsável por mudanças na 
distribuição da matéria e da energia dentro dos sistemas, modificando seu equilíbrio. Consciente 
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ou inadvertidamente, o homem produz modificações sensíveis nos processos e nas formas por 
meio de influências destruidoras ou controladoras sobre os sistemas.
Os quatro sistemas mencionados são os controladores mais importantes do sistema geomorfológico, 
representando os seus fatores e ambiente. Entretanto, por meio do mecanismo de retroalimentação, o 
sistema geomorfológico também atua sobre eles.
Como podemos classificar os fatos geomorfológicos?
Um critério amplamente utilizado é a disposição das camadas rochosas que constituem a chamada 
geomorfologia estrutural, com distintas categorias:
• morfologia das estruturas concordantes: relevo tabular e de cuestas; o contato entre maciços 
antigos e bacias sedimentares;
• morfologia das estruturas dobradas: o relevo dômico, o relevo dobrado, o relevo apalacheano;
• morfologia em estruturas falhadas;
• morfologia relacionada com o vulcanismo;
• morfologia relacionada com as litologias específicas: relevos cársico e granítico.
 Saiba mais
Indicamos a leitura do seguinte livro:
AB’SABER, A. N. Geomorfologia do sítio urbano de São Paulo. São Paulo: 
Ateliê, 2007.
 Resumo
Nesta unidade, avaliamos a dinâmica dos agentes externos (exógenos) 
que atuam na modelagem do relevo, esculpindo-o, ditando à natureza 
as suas formas, o que pode ocorrer por meio da desagregaçãofísico-
intempérica e da química.
Estudamos também a importância da Geomorfologia, sua definição e 
seus vários sistemas.
Destacamos, acima de tudo, a importância dos estudos geomorfológicos, 
o uso de novas tecnologias para atualizar os estudos e ressaltamos o 
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trabalho de alguns cientistas nesse campo de estudo, com ênfase, inclusive, 
em estudiosos brasileiros.
Não poderíamos também deixar de estudar a importância dos estudos 
geomorfológicos para o desenvolvimento de atividades econômicas e 
sociais, inclusive no planejamento urbano, no uso do espaço rural, em 
atividades mineradoras e na busca de recursos energéticos.
A bibliografia utilizada, pela sua precisão e atualização, permitiu 
a formulação de um conteúdo claro e preciso acerca dos estudos 
geomorfológicos, bem como a sua contribuição para os estudos de relevo.
 Exercícios
Questão 1. (Enade 2005) Considere a figura abaixo para responder à questão:
Escala 1:50.000
IBGE: Extrema N
SF-23-y-B-IV-3 ⇑⇑
Figura
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Nos Estudos de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), com relação ao tema geomorfologia, diversos 
aspectos do relevo são analisados. Variáveis morfométricas como declividade, amplitude altimétrica 
e comprimento de vertentes, entre outras, são analisadas para avaliar o impacto ambiental causado 
por diversas intervenções antrópicas. Interpretando o fragmento da carta topográfica, na escala de 
1:50.000, pode-se afirmar, com relação a essas variáveis, que a vertente do perfil A apresenta, em 
relação ao perfil B:
A) maior declividade, menor amplitude altimétrica e maior comprimento de vertente. 
B) maior declividade, maior amplitude altimétrica e menor comprimento de vertente.
C) menor declividade, maior amplitude altimétrica e maior comprimento de vertente.
D) menor declividade, menor amplitude altimétrica e maior comprimento de vertente.
E) maior declividade, menor amplitude altimétrica e menor comprimento de vertente. 
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: não é maior o comprimento da vertente do ponto A, pois apesar de ser mais íngreme, 
a distância (tanto no terreno quanto a geométrica) é menor.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a amplitude altimétrica é menor, vide a distância entre as cotas.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: a vertente do ponto A é mais íngreme, mas a distância entre as cotas de base e do topo 
é menor do que na vertente do ponto B. O comprimento é menor.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: a vertente do ponto A é mais íngreme, mas a distância entre as cotas de base e do topo 
é menor do que na vertente do ponto B.
E) Alternativa correta.
Justificativa: as informações estão corretas, pois na carta é possível ler que a declividade do 
transecto A é mais acentuada, mais íngreme, pois tem aproximadamente 1/3 de B, chegando-se a 
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140m da cota base da área (1100m -1240), embora a cota base do ponto B seja mais baixa (1200m 
-1396m) com maior amplitude (196m), seu percurso é menor (distância) do que a do ponto B (que 
tem maior distância com declividade menor). 
Questão 2. (Enade 2005) Os escorregamentos fazem parte do conjunto de processos da dinâmica 
externa que modelam a superfície terrestre. Destacam-se pelos grandes danos ao homem. Segundo 
dados da Defesa Civil da ONU, entre os desastres naturais, os escorregamentos têm causado milhares de 
mortes, situando-se abaixo apenas dos prejuízos decorrentes de terremotos e inundações. São exemplos 
os recentes escorregamentos ocorridos na Guatemala, que causaram inúmeras vítimas. Para prevenir e 
minimizar os efeitos desse tipo de fenômeno, entre outras medidas, destacam-se os mapas de risco. Na 
elaboração deste tipo de mapa devem ser analisadas, entre outras, as seguintes variáveis:
I – Fraturas e falhas de rochas e textura do solo. 
II – Declividade, comprimento e orientação de vertentes. 
III – Precipitação pluviométrica e uso da terra. 
Assinale a alternativa correta:
A) somente a afirmativa I é correta.
B) somente as afirmativas I e II são corretas.
C) somente as afirmativas I e III são corretas.
D) somente as afirmativas II e III são corretas.
E) as afirmativas I, II e III são corretas.
Resolução desta questão na plataforma.

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