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Integração de Serviços Ecossistêmicos ao Planejamento do Desenvolvimento Jb�eVhhd"V"eVhhd�eVgV�egdÑhh^dcV^h�Xdb�WVhZ� cV�^c^X^Vi^kV�ÅI::7Æ ii Como empresa de propriedade federal, a GIZ apoia o Governo alemão na realização de seus objetivos no campo da cooperação internacional para o desenvolvimento sustentável. Publicado por Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH Sedes sociais: Bonn e Eschborn República Federal da Alemanha Friedrich-Ebert-Allee 40 53113 Bonn, Alemanha T +49 228 44 60-0 Dag-Hammarskjöld-Weg 1-5 65760 Eschborn, Alemanha T +49 61 96 79-0 Agência da GIZ em Brasília SCN Quadra 1 Bl. C Sala 1501 Ed. Brasília Trade Center 70711-902 Brasília-DF, Brasil T +55 61 2101-2171 E giz-brasilien@giz.de I www.giz.de/brasil Departamento de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas Uma cooperação do “Programa Implementando a Conven- ção da Biodiversidade” em nome do Ministério Federal Alemão para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) e o “Projeto de Inovação Futura Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos” Autores: Marina Kosmus, Isabel Renner, Silvia Ullrich Principal colaboradora e Revisão: Lucy Emerton Responsável: Harald Lossack Tradução: Cristiane Feitosa Agradecimentos: Andreas Gettkant, Agustin Berghöfer, Claudia Mayer, Harald Lossack, Ingrid Prem, Kirsten Probst, Konrad Uebelhör, Heidi Wittmer Revisão da Tradução: Maira Lioi, Susan Seehusen e Thomas Jaeschke Créditos das fotos (da esquerda para a direita): Título, colunas: Marcos Martinez, Georg Buchholz, Dirk Ostermeier, Dirk Ostermeier, Dirk Ostermeier; círculos: Markus Kirchgessner, Martha Barrón, Lisa Feldmann, Dirk Ostermeier. Pág. ii: colunas: Thomas L. Kelly, GIZ; círculos: Ursula Meissner, Dirk Ostermeier. Pág.iv: colunas: Georg Buchholz, Dirk Ostermeier; círculos: Thomas J. Müller. Pág.vii: colunas: Rüdiger Behrens, Robert Heine; círculos: Markus Kirch- gessner, Ursula Meissner. Pág.1: colunas: Georg Buchholz, Markus Kirchgessner, Dirk Ostermeier, Samuel Goda, Markus Kirchgessner; círculos: Dirk Ostermeier, Dirk Doubou, Markus Kirchgessner, Richard Lord. Pág.4: colunas: Elmar Foellmi, Gerhard Menckhoff; círculos: Bärbel Högner, Michael Kottmeier. Pág.10: colu- nas: Dirk Ostermeier; círculos: Ursula Meissner, Andre- as Springer-Heinze. Pág.21: colunas: Meyer, Lebanidze, Andreas Springer-Heinze, Dirk Oster- meier, Vale; círculos: Kamikazz, Senegal, Dirk Ostermeier, Ursula Meissner. Pág.27: colunas: GIZ, Tiez; círculos: Michael Tsegaye, Dirk Ostermeier. Pág.30: colunas: Markus Kirchgess- ner, Lukas Oliver Jenker; círculos: Dirk Ostermeier, Markus Kirch- gessner. Pág.36: colunas: Duron, Dirk Ostermeier; círculo: Florian Kopp. Pág.43: colunas: Markus Kirchgessner, Mi- chael Tsegaye; círculos: Florian Kopp, Richard Lord. Pág.48: colunas: Dirk Ostermeier; círculos: Ursula Meissner, GIZ. Pág.53: colunas: GIZ, Jörg Böthling, Michal Gajo, Marketa Zelenka, Dirk Ostermeier; círculos: Michael Tsegaye, Ursula Meissner, GIZ, Folke Kayser. Pág.54: colunas: Michael Gajo, Dirk Ostermeier; círculo: Thomas. J. Müller. Pág.58: colu- nas: Dirk Ostermeier, Chen; círculo: Berno Buff. Pág.61: co- lunas: Ulrich Scholz, Hoelcke, Erlback, Nicole Herzog, Jörg Böthling; círculos: Florian Kopp, Ursula Meissner, Michael Gajo, Ursula Meissner. Pág.72/73: colunas: de la Fontaine, Dirk Ostermeier, círculo: Georg Birbaumer. Contracapa: colunas: Georg Buch- holz, Markus Kirchgessner, Dirk Ostermeier, Samuel Goda, Markus Kirchgessner, círculos: Markus Kirchgessner, Dirk Ostermeier, Richard Lord. Layout Ira Olaleye, Eschborn Brasília, Outubro de 2012 Uma parceria: iii Índice Índice Prefácios iv Resumen vii Lista de Quadros viii Lista de Figuras viii Lista de Tabelas ix Lista de Acrônimos ix PARTE 1 Introdução e orientação 1 Histórico do manual 2 Por que os serviços ecossistêmicos são importantes para o planejamento do desenvolvimento? 2 Qual é o objetivo deste manual? 3 Principais fontes 4 Como usar o manual 6 Conteúdo do manual 6 Quando e como usar este manual? 6 O que é preciso para implementar a abordagem ISE? 8 Entendendo os serviços ecossistêmicos no contexto do desenvolvimento 9 Perceber as relações entre serviços ecossistêmicos e bem-estar humano 9 Entendendo os serviços ecossistêmicos 10 Como os serviços ecossistêmicos apoiam o desenvolvimento sustentável, redução da pobreza, resultados setoriais e desempenho empresarial 11 O argumento a favor da integração de serviços ecossistêmicos 16 Apresentando evidências da degradação dos serviços ecossistêmicos 16 Processando os trade-offs e as sinergias dos serviços ecossistêmicos 18 PARTE 2 Aplicação de uma abordagem passo-a-passo para integrar serviços ecossistêmicos ao planejamento do desenvolvimento 21 Síntese dos passos 22 Passo 1: Definir o escopo 25 Passo 2: Analisar e priorizar os serviços ecossistêmicos 28 Passo 3: Identificar as condições, tendências e trade-offs 32 Passo 4: Avaliar o marco cultural e institucional 38 Passo 5: Preparar melhores tomadas de decisão 43 Passo 6: Implementar a mudança 49 PARTE 3 Glossário e referências 53 Glossário 54 Referências 59 PARTE 4 Anexo – informações, ferramentas e outros 61 Informações e ferramentas para o Passo 1 e Passo 2 62 Informações e ferramentas para o Passo 3 64 Informações e ferramentas para o Passo 4 69 Informações e ferramentas para o Passo 5 71 Informações e ferramentas para o Passo 6 80 iv Prefácio Ministra do Meio Ambiente, Brasil O meio ambiente é considerado, hoje, como tema essencial à tomada de decisões nas esferas econômica, política e so- cial, notadamente quando se consideram as consequências negativas ao desenvolvimento decorrentes da degradação dos ecossistemas – e isso tanto no âmbito regional quanto nas escalas nacional e global. Em 1983, o termo “desenvolvimento sustentável” foi consagrado pelos resultados da Comissão Mundial sobre Meio Am- biente e Desenvolvimento. Poucos anos depois, em 1987, o documento “Nosso Futuro Comum”, ou Relatório Brundtland, criou seu marco conceitual. Em 1992, mais de 100 chefes de Estado se reuniram na cidade do Rio de Janeiro para a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida como Rio 92. Nesta oportunidade foram discutidos meios de conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação e proteção dos diversos ecossistemas de nosso planeta. Como resultados concretos do encontro, foram criadas a Convenção do Clima e a Convenção sobre Diversidade Biológica. Estabeleceu-se, igualmente, uma agenda global de desenvolvimento sustentável para o novo milênio, denomi- nada Agenda 21. Vinte anos depois, essa mesma cidade foi palco da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Nesse evento, chefes de Estado e representantes de alto nível renovaram o compromisso global com o desen- volvimento sustentável e com a promoção de um futuro econômico, social e ambientalmente sustentável para o nosso planeta – tanto para as atuais como para as futuras gerações. Entre as diretrizes que constam da Declaração Final da Conferência Rio+20 – O Futuro que Queremos – está a necessida- de de integração dos impactos socioeconômicos, dos benefícios da conservação e do uso sustentável da biodiversidade e seus componentes, bem como dos ecossistemas que fornecem serviços essenciais, em programas e políticas relevantes em todos os níveis, de acordo com as leis, circunstâncias e prioridades nacionais. Neste contexto, é com grande satisfação que o Ministério do Meio Ambiente apoia a iniciativa do Governo Alemão de elaborar uma metodologia clara e aprofundada de reconhecimento da interdependência entre meio ambiente e desenvol- vimento, tendocomo objetivo auxiliar na incorporação das oportunidades associadas aos serviços ecossistêmicos, bem como apontar os riscos econômicos de sua perda nas estratégias de desenvolvimento. Espera-se que o manual “Integração de Serviços Ecossistêmicos ao Planejamento do Desenvolvimento” possa servir como catalisador de debates produtivos e novas ações em busca de modelos de desenvolvimento que garantam, além do cres- cimento social e econômico, a preservação da natureza. Izabella Teixeira Ministra do Meio Ambiente v EgZ[{X^d Prefácio Confederação Nacional da Indústria, CNI Estamos no limiar de uma nova era, em que a sustentabilidade assume um papel chave e o desenvolvimento econômico e social está cada vez mais interligado à questão ambiental. Para encontrar alternativas que conciliem os diversos interes- ses envolvidos, é preciso identificar e avaliar oportunidades que virão com a nova revolução biotecnológica. O Brasil ocupa posição privilegiada e tem potencial para assumir a liderança nesse processo. Para isso, o país precisa assumir o desafio e estar atento às tendências, além de criar uma estrutura tecnológica adequada para estar à frente nas discussões e também nas inovações voltadas ao melhor aproveitamento dos recursos naturais. Precisamos de profissio- nais qualificados e laboratórios de pesquisa estruturados para estudar e transformar esses recursos em produtos que melhorem o bem-estar das nossas futuras gerações. Por outro lado, a falta de regras claras pode restringir algumas atividades no mercado brasileiro, uma vez que indefini- ções levam a grandes incertezas econômicas e insegurança jurídica. Precisamos oferecer contribuições para a construção de marcos legais que atendam as tendências atuais e sejam suficientemente abrangentes e flexíveis, sem abrir espaço para ilegalidade e para a burocracia exagerada, potencializando a captação dos investimentos necessários para a pros- pecção e agregação de valor à biodiversidade brasileira. As empresas brasileiras estão, cada vez mais, integrando a gestão da sustentabilidade em suas estratégias de negócio, e enfrentando o desafio de transformar as estratégias em ações concretas. Para que este processo seja consistente e sólido, é necessário que as a informações relacionadas aos serviços ecossistêmicos ajudem os tomadores de decisão na construção de uma visão de longo prazo, e na definição dos melhores caminhos para o sucesso do negócio. Atualmen- te, uma das oportunidades está no estímulo ao desenvolvimento de tecnologias inovadoras, incluindo o design de novos produtos, e na promoção de processos de produção mais eficientes. O diálogo entre o setor industrial e o governo está cada vez mais aberto e franco. Existe uma consciência sobre a complexidade e importância da integração dos pilares da sustentabilidade e necessidade de estabelecer parcerias para atingirmos objetivos comuns. Pensando nisso, a CNI vem promovendo o tema da sustentabilidade em suas Redes e Conse- lhos Temáticos com a intenção de construir um ambiente político-institucional que crie as condições necessárias para a incorporação dos requisitos de sustentabilidade na economia brasileira de forma efetiva. Neste sentido, ressaltamos a qualidade da publicação e o importante envolvimento do Ministério do Meio Ambiente do Brasil nesta iniciativa. Parceria que fica fortalecida pela publicação conjunta deste documento, em português, que permite ampliar o acesso a informação de qualidade, promovendo um debate mais amplo e participativo sobre a melhor forma de aproveitar os recursos naturais em nosso país e caminhar para o tão sonhado desenvolvimento sustentável. Shelley de Souza Carneiro Gerente Executivo da Confederação Nacional da Indústria Prefácio Diretor de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, GIZ No mundo inteiro, as pessoas obtêm inúmeros benefícios da natureza, como por exemplo: água doce, nutrição, ou uma grande variedade de matérias-primas. Sem esses serviços ecossistêmicos, o desenvolvimento social e econômico, e, finalmente, a sobrevivência humana, não seria possível. A maior parte dos indivíduos, famílias, empresas e indústrias dependem da natureza de alguma forma para seu bem-estar e crescimento econômico. Contudo, se os ecossistemas forem degradados ou utilizados abusivamente deixam de prestar esses serviços fundamentais para a humanidade. Consequentemente, há risco de falha nas estratégias de desenvolvimento e de que, eventualmente, governos e sociedades não consigam arcar com os custos e danos econômicos e sociais de longo prazo associados à degradação dos ecossiste- mas e à perda de biodiversidade. Até agora, o verdadeiro valor do chamado “capital natural” tem sido frequentemente negligenciado e fracamente con- siderado no processo de tomada de decisão política e econômica no contexto do planejamento do desenvolvimento. O resultado, geralmente, é a degradação dos ecossistemas e a perda da biodiversidade. Portanto, os danos causados aos ecossistemas naturais estão reduzindo sua capacidade de fornecer bens e serviços vitais, prejudicando o desenvolvimento e, muitas vezes, limitando drasticamente as oportunidades sociais e econômicas. Fatores como a mudança climática e um número crescente de desastres naturais têm piorado o cenário. Além disso, o aumento da demanda por tecnologias de ponta, caras, e dispendiosos esforços para restaurar áreas degradadas têm, em muitos casos, demonstrado as vantagens econômicas de soluções naturais. Utilizar plenamente os serviços ecossistêmicos e os valores da biodiversidade para enfrentar desafios globais, como as mudanças climáticas, faz sentido não apenas ecológica, mas também economicamen- te. Assim, é de fundamental importância assegurar que os serviços ecossistêmicos sejam plenamente incorporados ao planejamento e às medidas de desenvolvimento em todos os setores. Este manual sobre a Integração dos Serviços Ecossistêmicos ao Planejamento do Desenvolvimento (ISE) tem como obje- tivo ajudar assessores, pessoas que trabalham com projetos e planejadores de desenvolvimento nos países parceiros a reconhecerem as relações entre natureza e desenvolvimento. O Manual considera os trade-offs ambientais e econômicos associados a medidas de desenvolvimento e ajuda a integrar sistematicamente as oportunidades e riscos ligados aos serviços ecossistêmicos ao planejamento e desenvolvimento de estratégias. Esta abordagem passo a passo tem como ob- jetivo apoiar os programas e parceiros da GIZ a integrar os serviços ecossistêmicos na concepção e revisão de planos de desenvolvimento, planejamento setorial e espacial, avaliações ambientais e climáticas, bem como integrá-los ao desen- volvimento de projetos e formulação de propostas. O trabalho da GIZ é orientado pelos princípios da sustentabilidade, que constitui o cerne dos nossos valores corporativos. Este manual contribui para a compreensão de como esses princípios podem ser alcançados através do entendimento do valor dos serviços ecossistêmicos e da biodiversidade para o desenvolvimento humano no contexto do nosso trabalho diário. Stephan Paulus Diretor de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas vi Resumo da abordagem em 6 passos para a integração de serviços ecossistêmicos ao planejamento do desenvolvimento Passo 1 9Z[^c^g�d�ZhXded Passo 3 >YZci^[^XVg�Vh�Xdc- Y^Zh!�iZcYcX^Vh� Z�igVYZ"d[[h Passo 5 EgZeVgVg�bZa]d- gZh�idbVYVh�YZ� YZX^hd Passo 2 6cVa^hVg�Z�eg^dg^oVg Passo 4 6kVa^Vg�d�bVgXd� ^chi^ijX^dcVa�Z� XjaijgVa Passo 6 >beaZbZciVg� V�bjYVcV EgZ[{X^d�Z�gZhjbd vii 8dbd�d�eaVcd� YZ�YZhZc- kdak^bZcid� YZeZcYZ�Z�iZb� ^beVXid�cdh� hZgk^dh�ZXdh- h^hib^Xdh FjZ�g^hXdh�Z� dedgijc^YVYZh� dh�hZgk^dh� ZXdhh^hib^Xdh� VegZhZciVb� eVgV�d�eaVcd� YZ�YZhZckdak^-bZcid FjZ�VZh� YZ�edai^XVh� edYZb�cdh� V_jYVg�V� Zk^iVg�Xjhidh� Z�XVeijgVg� WZcZ[X^dh �As opções de políticas priorizadas são realistas, exequíveis, aceitáveis e coerentes com o plano de desenvolvimento? �Existem recursos financeiros, técnicos e humanos assim como capacidade institucional para executar as políticas escolhidas? �Quem estará envolvido na implementação das medidas e políticas e com que papel? �Como os impactos das medidas e políticas serão monitorados?�Como o aprendizado será gerado, compartilhado e comunicado? �Quais são as principais questões de desenvolvimento / gestão que precisam ser abordadas e para que fins? �Quem são os atores relevantes e como devem participar do processo?�Quais são as etapas do processo e os resultados esperados?�Quais são as necessidades de pessoal, fundos e outros insumos?�Como você irá transmitir mensagens-chave para grupos-alvo? �Como o plano de desenvolvimento impacta e depende dos serviços ecossis- têmicos? �Quais são os principais atores afetados pelos serviços ecossistêmicos?�Como são distribuídos os custos e benefícios entre os diferentes grupos?�Surgem potenciais áreas de competição, conflito ou sinergia?�Quais são os serviços ecossistêmicos prioritários para o plano de desenvol- vimento e por quê? �Que informações e evidências relacionadas ao estado e às tendências dos serviços ecossistêmicos estão disponíveis e quais são as lacunas de informação? �Quais são as condições atuais e as tendências futuras prováveis na oferta e demanda dos serviços ecossistêmicos identificados? �O que e quem são os principais determinantes de mudança?�Que trade-offs podem surgir entre os objetivos de desenvolvimento e os serviços ecossistêmicos, ou entre grupos de atores? �Que instituições governam os ecossistemas e seus serviços? Quem participa delas e das decisões que elas tomam? �Que políticas, regulamentos e outros incentivos positivos ou negativos influenciam o uso e a gestão dos ecossistemas e seus serviços pelas pesso- as? Quem ou o que eles tentam atingir e como são fiscalizados? �Existem conflitos ou inconsistências entre os marcos político, institucional, legal e cultural e os incentivos que eles criam? �Que outros tipos de necessidades, interesses e direitos direcionam as esco- lhas de gestão relativas aos ecossistemas? �Que riscos e oportunidades relacionados aos serviços ecossistêmicos o plano de desenvolvimento apresenta como resultado da avaliação anterior? �A valoração econômica pode ser útil e, se assim for, o que ela deve cobrir?�Quais são as opções de políticas e pontos de entrada mais viáveis a serem utilizados para capturar oportunidades geradas com os serviços ecossistê- micos e reduzir ou evitar riscos? �Que tipo de experiências (positivas e negativas) relacionadas com a imple- mentação de determinados instrumentos e mecanismos já existem na região e podem ser amadurecidas? Lista de Quadros Quadro 1 Ecossistemas e seus serviços 2 Quadro 2 Resumo do manual ISE 3 Quadro 3 A abordagem em três níveis e o método da avaliação passo-a-passo no contexto TEEB 4 Quadro 4 As quatro principais constatações da Avaliação Ecossistêmica do Milênio 5 Quadro 5 Princípios norteadores da abordagem ecossistêmica 5 Quadro 6 Oportunidades de integração de uma abordagem ISE aos processos de planejamento de programas e projetos da GIZ 7 Quadro 7 Pontos de entrada para a integração de serviços ecossistêmicos aos planos de desenvolvimento 7 Quadro 8 Serviços ecossistêmicos e bem-estar humano 10 Quadro 9 Por que os serviços ecossistêmicos e da biodiversidade são importantes para o desenvolvimento e a redução da pobreza? 11 Quadro 10 O valor dos serviços ecossistêmicos para o setor de água e saneamento 12 Quadro 11 Por que os serviços ecossistêmicos são importantes para os negócios? 13 Quadro 12 Como os serviços ecossistêmicos geram valor 14 Quadro 13 Como os serviços ecossistêmicos ajudam a evitar custos 14 Quadro 14 A importância dos serviços ecossistêmicos para os pobres 15 Quadro 15 Determinantes diretos das mudanças nos ecossistemas e na biodiversidade 17 Quadro 16 Exemplos de trade-offs dos serviços ecossistêmicos 18 Quadro 17 Quem faz a gestão e regula os serviços ecossistêmicos? 38 Quadro 18 Pontos de entrada e opções políticas para integração dos serviços ecossistêmicos aos planos de desenvolvimento 44 Quadro 19 Políticas promissoras para a biodiversidade e serviços ecossistêmicos 45 Quadro 20 Recomendações para desenvolver indicadores de serviços ecossistêmicos 80 Lista de Figuras Figura 1 A abordagem de 6 passos no ISE 6 Figura 2 Recursos necessários e métodos sugeridos para a aplicação da abordagem ISE 8 Figura 3 Os benefícios empresariais de se incluir os serviços ecossistêmicos na tomada de decisão 13 Figura 4 Síntese dos passos da abordagem ISE 22 Figura 5 Escala de poder / interesse para priorização de atores 26 Figura 6 Fluxo de trabalho do Passo 5 44 Figura 7 Desafios para avaliação de serviços ecossistêmicos 65 Figura 8 Incompatibilidade espacial entre áreas de produção e de benefício dos serviços 65 Figura 9 Escolha do método adequado para avaliação 66 Figura 10 Mapa de atores interesadas 69 Figura 11 Mais informações sobre as características dos serviços ecossistêmicos, atores e regras 69 viii Lista de figuras, de tabelas e de acrônim os Figura 12 Características dos bens 69 Figura 13 Instrumento para identificação de atores-chave 70 Figura 14 Valor Econômico Total da Biodiversidade 72 Lista de Tabelas Tabela 1 Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e os serviços ecossistêmicos 12 Tabela 2 Matriz para identificar impactos e dependências do plano de desenvolvimento sobre os serviços ecossistêmicos 29 Tabela 3 Matriz para registro das condições e tendências dos serviços ecossistêmicos assim como determinantes de mudança e atores 33 Tabela 4 Matriz para registro dos resultados da análise de atores 40 Tabela 5 Matriz para registro de incentivos que influenciam o uso e a gestão de ecossistemas 41 Tabela 6 Matriz de identificação de opções de políticas e pontos de entrada em processos de decisão 46 Tabela 7 Lista de verificação de serviços ecossistêmicos 62 Tabela 8 Medidas e indicadores de biodiversidade e serviços ecossistêmicos 64 Tabela 9 Métodos de avaliação e sua utilização usual 66 Tabela 10 Exemplos de trade-offs em serviços ecossistêmicos 68 Tabela 11 Descrição de métodos de valoração econômica 73 Tabela 12 Referências e orientações sobre valoração de ecossistemas 74 Tabela 13 Bancos de dados online de referências para valoração de ecossistemas 75 Tabela 14 Opções de políticas para integrar serviços ecossistêmicos 76 Lista de Acrônimos AEM Millennium Ecosystem Assessment - Avaliação Ecossistêmica do Milênio CDB Convenção sobre Diversidade Biológica GIZ Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH ISE Integração de Serviços Ecossistêmicos ao Planejamento do Desenvolvimento ODM Objetivo de Desenvolvimento do Milênio ONG Organização Não-Governamental PSE Pagamentos por Serviços Ecossistêmicos TEEB The Economics of Ecosystems and Biodiversity – A Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade ix x PARTE 1 Introdução e orientação 1 2 Histórico do manual Por que os serviços ecossistêmicos são importantes para o planeja- mento do desenvolvimento? A degradação dos ecossistemas ameaça o desenvolvimento humano. É claro que a transformação da base de recursos ambientais tem contribuído para ganhos líquidos substan- ciais em bem-estar humano e desenvolvimento econômico – pelo menos recentemente e para alguns. No entanto, ao mesmo tempo, tem causado perdas econômicas substan-ciais, algumas das quais bastante abrangentes em termos de impactos. Os danos sofridos pelos ecossistemas naturais estão minando sua capacidade de fornecer bens e servi- ços vitais, com consideráveis consequências econômicas e sociais. Muitos dos custos associados à degradação dos ecossistemas só agora estão se tornando aparentes. Os serviços ecossistêmicos podem ser definidos como “os benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas” (AEM 2005). Todos os ecossistemas naturais produzem serviços de valor econômico (Quadro 1). Alguns exem- plos incluem: a produção de alimentos e medicamentos, a regulação do clima e de doenças, o fornecimento de solos produtivos e água potável, a proteção contra desastres naturais, oportunidades de recreação, manuten- ção do patrimônio cultural e benefícios espirituais, entre muitos outros. Quadro 1 Ecossistemas e seus serviços Montanhas Lagos e Rios Pastos Cidades Costas :b�áreas montanhosas!�V�egdiZd�YZ�WVX^Vh�]^Ygd\g{[^XVh�Z�V�egZkZcd�YV�Zgdhd�Yd�hdad�hd�V^cYV�bV^h�^bedgiVciZh� Yd�fjZ�Zb�{gZVh�eaVcVh#�<ZgVabZciZ!�ZhiZh�ZXdhh^hiZbVh�hd�[g{\Z^h�Z!�edgiVcid!�V�YZ\gVYVd�dXdggZ�bV^h�gVe^YVbZciZ# Os lagos�[dgcZXZb�eZ^mZh�Z�{\jV�fjZ�edYZ�hZg�jhVYV�eVgV�V�^gg^\Vd�Z�gZXgZVd!�Z�eVgV�d�gZh[g^VbZcid�YZ�^chiVaV- Zh�^cYjhig^V^h!�ZcfjVcid�dh�g^dh�[dgcZXZb�ZaZig^X^YVYZ�Z�aZkVb�dh�gZhYjdh#�Bj^iVh�kZoZh!�cd�hZ�aZkV�Zb�XdciV�fjZ�Vh� k{goZVh�Z�aV\dh�[jcX^dcVb�Xdbd�gZhZgkVig^dh�YZ�{\jV�YdXZ�Z�iVbeZh�XdcigV�^cjcYVZh#�:aZh�iVbWb�YZhZbeZc]Vb�jb� eVeZa�^bedgiVciZ�cV�ejg^[^XVd�YV�{\jV#�Cd�ZciVcid!�bj^idh�YZhiZh�hZgk^dh�hd�bjijVbZciZ�ZmXajh^kdh0�jb�g^d�edajYd� iZg{�bZcdh�eZ^mZh�Z�cd�edYZg{�[dgcZXZg�{\jV�edi{kZa# Os pastos�hZgkZb�YZ�Ved^d�eVgV�Y^kZghdh�Vc^bV^h�h^akZhigZh�Z�eVgV�V�eZXj{g^V#�FjVcYd�^ciVXidh!�egdiZ\Zb�XdcigV�V�Zgdhd� Z�V�YZ\gVYVd�Ydh�hdadh!�Z�hZfjZhigVb�XVgWdcd!�jb�hZgk^d�fjZ��ZheZX^VabZciZ�egdZb^cZciZ�Zb�ijg[Z^gVh# 6h�eV^hV\Zch�[dgiZbZciZ�bdY^[^XVYVh!�Xdbd�Vh�áreas urbanas!�V^cYV�edYZb�[dgcZXZg�k{g^dh�Ydh�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh� YZhXg^idh�VX^bV#�Dh�eVgfjZh�edYZb�bZa]dgVg�d�b^XgdXa^bV�YZ�jbV�X^YVYZ!�d[ZgZXZg�hZgk^dh�YZ�hVYZ�Z�YZ�aVoZg�eVgV�dh� bdgVYdgZh�Z�d[ZgZXZg�jb�]VW^iVi�eVgV�jbV�fjVci^YVYZ�XgZhXZciZ�YZ�Vc^bV^h�hZakV\Zch�fjZ�Zhid�hZ�VYVeiVcYd�|�k^YV�cVh� X^YVYZh# 6h�zonas costeiras�Xdcib�Y^[ZgZciZh�ZXdhh^hiZbVh!�Xdbd�bVc\jZoV^h!�YjcVh!�gZX^[Zh�YZ�XdgV^h�dj�Zhij{g^dh#�:hiZh�ZXdhh^h- iZbVh�egdiZ\Zb�d�a^idgVa�XdcigV�iZbeZhiVYZh�Z�^cjcYVZh!�edYZb�egdedgX^dcVg�adXV^h�YZ�YZhdkV�eVgV�eZ^mZh�Z�XVgVc- \jZ_dh!�Z�]VW^iVi�eVgV�ZheX^Zh�b^\gVig^Vh#�Bj^iVh�kZoZh!�[dgcZXZb�djigdh�egdYjidh!�Xdbd�bVYZ^gV!�Va^bZciVd�Vc^bVa!� dj�bViZg^V^h�YZ�Xdchigjd�Z�YZhZbeZc]Vb�jb�eVeZa�^bedgiVciZ�eVgV�V�gZXgZVd�Z�d�ijg^hbd#�Dh�h^hiZbVh�bVg^c]dh� VWg^\Vb�eZ^mZh�Z�bj^iVh�djigVh�ZheX^Zh# ;dciZ/�I::7�[dg�AdXVa�VcY�GZ\^dcVa�Eda^Xn�BV`Zgh��'%&%�#�>ajhigVd�YZ�?Vc�HVhhZ�eVgV�I::7 Parte 1�>cigdYjd�Z�dg^ZciVd/�8dbd�jhVg�d�bVcjVa Os serviços ecossistêmicos são fundamentais para a sobrevivência humana e para o desenvolvimento social e econômico (um tema que vamos abordar com mais detalhes abaixo). Existem poucos grupos ou setores que não dependem deles de alguma forma. Indivíduos, famí- lias, empresas e indústrias, todos dependem dos serviços ecossistêmicos para o seu bem-estar e crescimento - e podem incorrer em perdas e custos significativos se forem degradados. Estes efeitos nocivos tendem a afetar desproporcionalmente os mais pobres, que têm mais dificuldades para acessar ou pagar por alternativas pela perda dos serviços ecossistêmicos. A degradação dos ecossistemas está contribuindo para crescentes desi- gualdades e disparidades entre os grupos, e às vezes é o principal fator por trás da pobreza e conflito social (AEM 2005). É, portanto, de fundamental importância garantir que os serviços ecossistêmicos sejam incorporados ao planeja- mento do desenvolvimento. Primeiro, eles são essenciais para o crescimento e o desenvolvimento equitativos e sustentáveis. Segundo, a maioria das pessoas e dos governos não pode se dar ao luxo de arcar com os custos econômicos e sociais de longo prazo associados à degradação e perda dos ecossistemas. Um grande desafio é que os serviços ecossistêmicos não têm recebido o devido valor na tomada de decisões. Os custos e benefícios associados à sua conservação e degradação têm sido amplamente excluídos das políticas econômicas, mercados e preços que moldam a produ- ção e o consumo, das escolhas de investimento, e das práticas de uso da terra de gestão de recursos. Como resultado, oportunidades econômicas foram perdidas e surgiram riscos significativos à consecução e manuten- ção de resultados de desenvolvimento positivos. O fato do valor dos serviços ecossistêmicos ter sido subestima- do em termos econômicos significa que muitas decisões foram tomadas com base em informações apenas par- ciais, prejudicando, assim, as metas de desenvolvimento sustentável e equitativo. Qual é o objetivo deste manual? Este manual sobre a Integração dos Serviços Ecossis- têmicos ao Planejamento do Desenvolvimento tem como objetivo ajudar as equipes de projeto da GIZ e outros planejadores do desenvolvimento a reconhecer as cone- xões entre natureza e desenvolvimento, a considerar os trade-offs associados aos planos de desenvolvimento, e a incorporar às suas estratégias de desenvolvimento as oportunidades e riscos associados aos serviços ecossis- têmicos. O manual defende uma abordagem passo a passo para a integração dos serviços ecossistêmicos ao planejamento do desenvolvimento. Isso ajuda a identificar os serviços prioritários para uma análise mais aprofundada e mostra como a integração pode ser alcançada na prática. Basi- camente, o processo de avaliação irá: (a) demonstrar a dependência e os impactos dos objetivos e medidas de desenvolvimento sobre os serviços ecos- sistêmicos, (b) gerar informações sobre como reduzir os impactos negativos e / ou aumentar a oferta de serviços ecossis- têmicos dos quais o plano de desenvolvimento depende ou aos quais afeta, e (c) oferecer opções concretas de como maximizar as rela- ções positivas (Quadro 2). Quadro 2 Resumo do manual ISE D�bVcjVa�>H:�d[ZgZXZ�dg^ZciVd�eVgV�eaVcZ_VYdgZh�Yd�YZhZckdak^bZcid�hdWgZ�Xdbd/ �8dbegZZcYZg�V�YZeZcYcX^V�Z�d�^beVXid�YVh�eZhhdVh�hdWgZ�dh�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh0�>YZci^[^XVg�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh�Z�ZXdhh^hiZbVh�VhhdX^VYdh�fjZ�hZ_Vb�XgjX^V^h�eVgV�d�hjXZhhd�YZ�jb�egdXZhhd�YZ� YZhZckdak^bZcid0 �6kVa^Vg�Vh�XdcY^Zh�Z�iZcYcX^Vh�Ydh�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh�Z�dh�g^hXdh�Z�dedgijc^YVYZh�gZhjaiVciZh�eVgV�d�eaVcd�YZ� YZhZckdak^bZcid0 �9ZhZckdakZg�ZhigVi\^Vh�Z�bZY^YVh�eVgV�\ZgZcX^Vg�Vh�dedgijc^YVYZh�Z�dh�g^hXdh�^YZci^[^XVYdh0�9ZhZckdakZg�jb�eaVcd�YZ�igVWVa]d�eVgV�^beaZbZciVg�Vh�ZhigVi\^Vh�Z�Vh�bZY^YVh�hZaZX^dcVYVh# 3 Principais fontes O manual se baseia na iniciativa da Economia dos Ecos- sistemas e da Biodiversidade (The Economics of Ecosyste- ms and Biodiversity – TEEB), visando à operacionalização da abordagem TEEB A iniciativa TEEB foi lançada em resposta a uma proposta dos Ministros do Meio Ambiente do G8 +5, em 2007, para desenvolver um estudo global sobre a economia da perda de biodiversidade. A ideia era “dar início ao processo de análise dos benefícios econômicos globais da diversidade biológica, dos custos da perda da biodiversidade e de não se tomar medidas de proteção, versus os custos da conservação efetiva” (TEEB 2010). A iniciativa foi desenvolvida como um exercício de cola- boração de mais de 500 especialistas em todo o mundo, compilando em uma meta-análise vasta quantidade de informações, conhecimentos, boas práticas e lições de diferentes escalas e campos políticos.A iniciativa TEEB mostrou como ferramentas e conceitos econômicos podem ajudar a equipar a sociedade com os meios para incorporar os valores da natureza na tomada de decisões em todos os níveis (Quadro 3). A iniciativa produziu uma série de relatórios, todos fornecen- do orientações e soluções específicas para formula- dores de políticas, admi- nistradores, empresas e indivíduos sobre como incorporar o valor dos serviços ecossistêmicos às suas decisões. Em todo o mundo, as organi- zações vêm utilizando descobertas da iniciativa TEEB para fazer recomendações e substan- ciar as decisões em diferentes escalas e nos diferentes setores da sociedade. No entanto, um grupo-alvo chave que tem estado amplamente ausente desses esforços até o momento é o de planejadores de desenvolvimento trabalhando no campo da cooperação internacional. Este manual visa preencher esta lacuna. Quadro 3 A abordagem em três níveis e o método da avaliação passo-a-passo no contexto TEEB 6�VWdgYV\Zb�I::7�bdhigV�Xdbd�[ZggVbZciVh�Z�XdcXZ^idh�ZXdcb^Xdh�edYZb�V_jYVg�V�Zfj^eVg�V�hdX^ZYVYZ�Xdb�bZ^dh�eVgV� ^cXdgedgVg�dh�kVadgZh�YV�cVijgZoV�cV�idbVYV�YZ�YZX^hZh�Zb�idYdh�dh�ckZ^h#�I::7�hj\ZgZ�jbV�VWdgYV\Zb�Zb�igh�ckZ^h� eVgV�VcVa^hVg�egdWaZbVh�Z�VhhZ\jgVg�gZhedhiVh�VYZfjVYVh�edg�eVgiZ�YVh�edai^XVh/ �GZXdc]ZXZg�d�kVadg�YV�W^dY^kZgh^YVYZ�Z�Ydh�ZXdhh^hiZbVh/�^cXdgedgVg�d�ZciZcY^bZcid�YZ�fjZ�ZaZh�hd�^bedgiVciZh�Z� h^\c^[^XVi^kdh0 �9ZbdchigVg�d�kVadg�YV�W^dY^kZgh^YVYZ�Z�Ydh�ZXdhh^hiZbVh!�^ciZ\gVcYd�^c[dgbVZh�hdWgZ�hZjh�Xjhidh�Z�WZcZ[X^dh�Vdh� X{aXjadh�Z�^cY^XVYdgZh�fjZ�^c[ajZcX^Vb�Z�hd�WVhZ�YZ�^c[dgbVd�eVgV�Vh�YZX^hZh�Z �8VeijgVg�dh�kVadgZh�YZ�W^dY^kZgh^YVYZ�Z�ZXdhh^hiZbVh!�jhVcYd�bZgXVYdh!�egZdh�Z�^cXZci^kdh�eVgV�^c[ajZcX^Vg�d�Xdbedg- iVbZcid�ZXdcb^Xd�YVh�eZhhdVh# EgdeZ"hZ�jb�bidYd�YZ�VkVa^Vd�edg�ZiVeVh�eVgV�dg^ZciVg�[dgbjaVYdgZh�YZ�edai^XVh�adXV^h�Z�gZ\^dcV^h�cV�ZaVWdgVd�YZ� hZjh�egeg^dh�egdXZhhdh�YZ�VkVa^Vd�Z�cV�^cXajhd�Ydh�WZcZ[X^dh�YV�cVijgZoV�Zb�hjVh�YZX^hZh�hdWgZ�edai^XVh/ �^�� :heZX^[^XVg�Z�VXdgYVg�V�fjZhid�YZ�edai^XV�Xdb�dh�^ciZgZhhVYdh�eVgV�Zk^iVg�bVa"ZciZcY^Ydh�YjgVciZ�V�idbVYV�YZ� YZX^hd�Z�^beaZbZciVd# �^^�� >YZci^[^XVg�fjV^h�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh�hd�bV^h�gZaZkVciZh�eVgV�V�fjZhid�edai^XV!�V�[^b�YZ�XdcXZcigVg�V�Vc{a^hZ# �^^^�� 9Z[^c^g�Vh�cZXZhh^YVYZh�YZ�^c[dgbVd�eVgV�gZhdakZg�d�hZj�egdWaZbV�Z�hZaZX^dcVg�bidYdh�YZ�VkVa^Vd�Vegdeg^VYdh# �^k�� 6kVa^Vg�dh�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh!�Vh�bjYVcVh�ZheZgVYVh�Zb�hjV�Y^hedc^W^a^YVYZ�Z�Y^hig^Wj^d# �k�� >YZci^[^XVg�Z�VkVa^Vg�Vh�deZh�YZ�edai^XVh�Xdb�WVhZ�cV�hjV�VkVa^Vd# �k^�� 6kVa^Vg�dh�^beVXidh�Y^hig^Wji^kdh�YVh�deZh�YZ�edai^XVh�Zb�Y^[ZgZciZh�\gjedh�Zb�hjV�Xdbjc^YVYZ# ;dciZ/�I]Z�:Xdcdb^Xh�d[�:XdhnhiZbh�VcY�7^dY^kZgh^in/�BV^chigZVb^c\�i]Z�:Xdcdb^Xh�d[�CVijgZ/�6�hnci]Zh^h�d[�i]Z�VeegdVX]!�XdcXajh^dch�VcY� gZXdbbZcYVi^dch�d[�I::7#��I::7�'%&%�!�I::7�[dg�AdXVa�VcY�GZ\^dcVa�Eda^Xn�BV`Zgh��'%&%�4 Parte 1�>cigdYjd�Z�dg^ZciVd/�8dbd�jhVg�d�bVcjVa Boa parte dos fundamentos da iniciativa TEEB, e deste manual, foi estabelecida pela Avaliação Ecossistêmica do Milênio (AEM 2005), que fornece o que agora se tornou o marco de referência mais amplamente utilizado para a compreensão dos serviços ecossistêmicos e as suas relações com o bem-estar humano. Iniciado em 2001, a AEM foi uma avaliação de quatro anos realizada sob os auspícios das Nações Unidas, que envolveu cerca de 1.360 especialistas de 95 países. Seu objetivo era avaliar as consequências das mudanças nos ecossistemas sobre o bem-estar humano e estabelecer a base científica para as ações necessárias para melhorar a conservação e o uso sustentável dos ecossistemas e suas contribuições para o bem-estar humano (Quadro 4). Quadro 4 As quatro principais constatações da Avaliação Ecossistêmica do Milênio �Cdh�ai^bdh�*%�Vcdh!�d�]dbZb�bdY^[^Xdj�dh�ZXdhh^hiZbVh�bV^h�g{e^YV�Z�ZmiZch^kVbZciZ�fjZ�Zb�fjVafjZg�djigd�eZgdYd� Zfj^kVaZciZ�cV�]^hig^V�YV�]jbVc^YVYZ!�Zb�\gVcYZ�eVgiZ�eVgV�ViZcYZg�gVe^YVbZciZ�|�XgZhXZciZ�YZbVcYV�edg�Va^bZcidh!� {\jV�edi{kZa!�bVYZ^gV!�[^WgVh�Z�XdbWjhikZa#�>hid�gZhjaidj�Zb�jbV�eZgYV�hjWhiVcX^Va�Z�VbeaVbZciZ�^ggZkZghkZa�cV�Y^kZg- h^YVYZ�YV�k^YV�cV�IZggV# ��6h�bjYVcVh�gZVa^oVYVh�cdh�ZXdhh^hiZbVh�ib�Xdcig^WjYd�eVgV�hjWhiVcX^V^h�\Vc]dh�afj^Ydh�Zb�WZb"ZhiVg�]jbVcd�Z� YZhZckdak^bZcid�ZXdcb^Xd!�bVh�ZhhZh�\Vc]dh�[dgVb�VaXVcVYdh�V�Xjhidh�XgZhXZciZh�cV�[dgbV�YZ�YZ\gVYVd�YZ�bj^- idh�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh!�VjbZcid�Ydh�g^hXdh�YZ�VaiZgVZh�cd"a^cZVgZh!�WZb�Xdbd�VjbZcid�YV�edWgZoV�eVgV�Va\jch� \gjedh#�:hhZh�egdWaZbVh!�V�cd�hZg�fjZ�hZ_Vb�igViVYdh!�^gd�Y^b^cj^g�hjWhiVcX^VabZciZ�dh�WZcZ[X^dh�fjZ�Vh�\ZgVZh� [jijgVh�dWiZgd�Ydh�ZXdhh^hiZbVh# ��6�YZ\gVYVd�Ydh�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh�edYZ�e^dgVg�h^\c^[^XVi^kVbZciZ�YjgVciZ�V�eg^bZ^gV�bZiVYZ�YZhiZ�hXjad�Z�� jb�dWhi{Xjad�|�XdchZXjd�Ydh�DW_Zi^kdh�YZ�9ZhZckdak^bZcid�Yd�B^ac^d# ��D�YZhV[^d�YZ�gZkZgiZg�V�YZ\gVYVd�Ydh�ZXdhh^hiZbVh!�Z�Vd�bZhbd�iZbed�YVg�XdciV�YV�XgZhXZciZ�YZbVcYV�edg�hZjh� hZgk^dh�edYZ�hZg�eVgX^VabZciZ�Xjbeg^Yd�Zb�Va\jch�XZc{g^dh�Xdch^YZgVYdh�eZaV�6B!�XdcijYd!�gZfjZg�bjYVcVh�h^\c^[^- XVi^kVh�cVh�edai^XVh!�^chi^ij^Zh!�Z�eg{i^XVh�fjZ�VijVabZciZ�cd�Zhid�Zb�Xjghd#�:m^hiZb�bj^iVh�deZh�eVgV�XdchZgkVg� dj�bZa]dgVg�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh�ZheZX[^Xdh�YZ�[dgbV�V�gZYjo^g�igVYZ"d[[h�cZ\Vi^kdh�dj�Xg^Vg�h^cZg\^Vh�edh^i^kVh�Xdb� djigdh�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh# ;dciZ/�:XdhnhiZbh�VcY�=jbVc�LZaa"WZ^c\/�Hnci]Zh^h#�B:6��'%%*� Quadro 5 Princípios norteadores da abordagem ecossistêmica 6�897�VYdidj�YdoZ�eg^cXe^dh�dg^ZciVYdgZh�YV�VWdgYV\Zb�ZXdhh^hib^XV�Xdbd�hZj�bVgXd�deZgVX^dcVa!�XdcYZchVYdh�Zb� X^cXd�edcidh�eg^cX^eV^h!�V�[^b�YZ�[dgcZXZg�dg^ZciVd�deZgVX^dcVa/ �8dcXZcigVg"hZ�cVh�gZaVZh�Z�egdXZhhdh�[jcX^dcV^h�YZcigd�Ydh�ZXdhh^hiZbVh#�BZa]dgVg�V�gZeVgi^d�YZ�WZcZ[X^dh#�Ji^a^oVg�eg{i^XVh�YZ�\Zhid�VYVeiVi^kVh#�9Z�VXdgYd�Xdb�XVYV�fjZhid!�gZVa^oVg�VZh�YZ�\Zhid�cV�ZhXVaV�Vegdeg^VYV�Xdb�V�YZhXZcigVa^oVd�fjVcYd�cZXZhh{g^d#�6hhZ\jgVg�V�XddeZgVd�^ciZghZidg^Va ;dciZ/�I]Z�:XdhnhiZb�6eegdVX]!��879�<j^YZa^cZh�#�H879��'%%)� O manual também foi elaborado com base na Abordagem Ecossistêmica da Convenção sobre Diversidade Bioló- gica (CDB). A Abordagem Ecossistêmica é um conceito amplo de planejamento, tomada de decisão e de gestão que descreve uma “estratégia para a gestão integrada da terra, recursos hídricos e recursos vivos que promove a conservação e o uso sustentável e equitativo” (SCBD 2004). A abordagem reconhece que os seres humanos, com sua diversidade cultural, constituem um componente integral dos ecossistemas. A abordagem ecossistêmica também se baseia na premissa de que não é possível traçar linhas claras entre diferentes ecossistemas, uma vez que nenhum ecossistema no mundo é totalmente se- parado dos outros, nem pode funcionar como um sistema totalmente fechado (Quadro 5). 5 Veja o Anexo Exemplo Trabalhado Termo/Con- ceito Chave Dicas Úteis Perguntas Norteadoras Como usar o manual Conteúdo do manual O manual está dividido em quatro seções: A Parte 1, introdução e orientação (esta seção), resume as justificativas e o índice do manual. Também apresenta uma breve visão geral sobre sua base teórica e conceitu- al. Esta seção discute o papel dos serviços ecossistêmi- cos no planejamento do desenvolvimento e fornece uma série de exemplos reais de sua relação com o bem-estar humano. É particularmente importante para aqueles que ainda não estão familiarizados com os serviços ecossis- têmicos. Para ajudar o leitor, termos e conceitos chave são desenvolvidos em caixas vermelhas. A Parte 2, aplicação de uma abordagem em etapas para a integração dos serviços ecossistêmicos ao planejamento do desenvolvimento, desenvolve a abordagem de 6-pas- sospara a integração de serviços ecossistêmicos aos processos de planejamento do desenvolvimento (Figu- ra 1). A seção começa dando uma visão geral sobre a abordagem em sua totalidade, e, em seguida, apresenta cada passo em detalhes. Para cada etapa do processo, o manual explica “o que fazer”, “como fazer” e quais são os “resultados esperados”. Um conjunto de perguntas norteadoras são destacadas em uma caixa de laranja no início de cada seção. Perguntas Norteadoras As pergun- tas irão orientá-lo através do processo de identificação dos riscos e oportunidades decorrentes da dependência ou impacto do seu plano de desenvolvimento sobre os serviços ecossistêmicos. Dicas úteis são apresentadas em caixas verdes, que ofe- recem sugestões adicionais para ajudar na avaliação. Dicas Úteis Um exemplo do fic- tício Plano de Desenvolvimento de Indare é usado para ilustrar como a abordagem pode ser aplicada. A Parte 3, glossário e referências, contém uma lista de referências úteis e explica termos e conceitos chave utilizados ao longo do manual. A Parte 4, informações, ferramentas e mais, oferece recursos adicionais que podem ser úteis para a realização de uma avaliação ISE. Os materiais são orga- nizados em tópicos e ligados a cada passo do processo. Nos casos em que o anexo contiver informações que pos- sam detalhar ou ajudar em alguma parte da avaliação, isso será indicado por uma caixa no texto principal. Figura 1 A abordagem de 6 passos no ISE 6 Passo 6 Implementar a mudança PaPP sso 6 Im a Passo 5 Preparar melhores tomadas de decisão Passo 5 P m t d Passo 4 Avaliar a estru- tura institucional e cultural PassoPasso 3 Identificar as condições, tendên- cias e trade-offs Pass I c cc Passo 2 Analisar e priorizar Passo 2 A p Passo 1 Definir o escopo Quadro 7 Pontos de entrada para a integração de serviços ecossistêmicos aos planos de desenvolvimento �>c[dgbVZh/�edg�ZmZbead!�^cY^XVYdgZh�Z�h^hiZbVh�YZ� XdciVW^a^YVYZ�kZgYZ�V_jYVb�V�^ciZ\gVg�dh�kVadgZh�Ydh� hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh�|�VkVa^Vd�YZ�edai^XVh0 �>cXZci^kdh/�edg�ZmZbead!�[^hXV^h�Z�YZ�bZgXVYd�Xdbd� eV\VbZcidh�edg�hZgk^dh�VbW^ZciV^h!�XZgi^[^XVd!� gZYjd�YZ�hjWhY^dh�egZ_jY^X^V^h!�XdbeZchVZh�edg� eZgYV�YZ�W^dY^kZgh^YVYZ!�XdWgVcVh�edg�Zb^hhZh!� ^bedhidh�VbW^ZciV^h# �EaVcZ_VbZcid�Z�gZ\jaVd/�edg�ZmZbead!�dg^ZciVg�Vh� YZX^hZh�hdWgZ�jhd�YV�iZggV�VigVkh�YZ�dgYZcVbZcid� iZgg^idg^Va�Z�VkVa^Vd�VbW^ZciVa!�{gZVh�egdiZ\^YVh!� ^ckZhi^bZcidh�Zb�^c[gVZhigjijgV�ZXda\^XV# ;dciZh/�I::7�[dg�AdXVa�VcY�GZ\^dcVa�Eda^Xn�BV`Zgh��'%&%�!�VYVeiVd Parte 1�>cigdYjd�Z�dg^ZciVd/�8dbd�jhVg�d�bVcjVa Quando e como usar este manual? A abordagem ISE oferece uma metodologia estruturada para ajudar os planejadores do desenvolvimento a con- siderarem os riscos e oportunidades que surgem a partir da dependência e do impacto de seu plano de desenvol- vimento sobre os ecossistemas. É uma abordagem fle- xível e orientada ao processo, adaptada, principalmente, às necessidades de projetos de cooperação internacional. A avaliação sistemática presente na abordagem ISE será um importante ponto de partida para a implementação de políticas sólidas em termos do ecossistema, e que irão fomentar o desenvolvimento sustentável. A informação resultante ajudará a identificar e priorizar os tipos de respostas que precisam ser integradas à elaboração de projetos e programas. O manual pode ser apresentado aos planejadores do desenvolvimento de várias maneiras. Uma delas é, por exemplo, sua utilização piloto em um novo processo de planejamento que se inicia, para mostrar como pode ser útil. Outra é oferecer módulos de treinamento sobre o seu uso para profissionais e planejadores do desen- volvimento, ou apoiar plataformas de diálogo, redes de compartilhamento de informação ou comunidades de aprendizagem sobre serviços ecossistêmicos. Programas de rotina e processos de projetos da GIZ oferecem diver- sas oportunidades para a integração de uma abordagem ISE ao planejamento do desenvolvimento (Quadro 6). Quadro 6 Oportunidades de integração de uma abordagem ISE aos processos de planejamento de programas e projetos da GIZ �;dgbjaVd�Z�gZk^hd�YZ�bZiVh��cVX^dcV^h��YZ�YZhZckdak^bZcid#�EgdXZhhdh�hZidg^V^h�ZheZX[^Xdh�Z $ dj�YZ�dgYZcVbZcid�iZgg^idg^Va#�9ZhZckdak^bZcid�YZ�egd_Zidh�Z�[dgbjaVd�YZ�egdedhiVh#�6kVa^VZh�8a^b{i^XVh�Z�6bW^ZciV^h�YV�<>O#�GZYZh�hZidg^V^h�Z�\gjedh�YZ�igVWVa]d# Em princípio, a abordagem ISE pode ser aplicada em qualquer escala - em todo o país, para um setor específico, um município, empresa ou negócio. No entanto, seus resultados são mais práticos e orien- tados à ação nos níveis local e subnacional. Isto é porque o processo de avaliação requer dados espe- cíficos, que tendem a ser mais generalizados quando agregados em escalas maiores. Assim, a abordagem é de aplicação mais fácil, e seus resultados tendem a ser mais robustos, quando utilizada em menor escala. Também pode ser aplicada a qualquer setor. Podem se beneficiar, em particular, projetos e programas que têm dependências ou impactos óbvios sobre a base de recursos naturais ou sobre o meio ambiente. Em termos de respostas, a abordagem identifica vários “pontos de entrada” para a integração dos serviços ecossistêmicos à implementação de planos de desenvolvimento. Pode-se utilizar várias opções de políticas e instrumentos para provisão de informação, estabelecer incentivos e planejar e regular o uso do ecossistema (Quadro 7). Todos estes instrumentos e medidas podem ser facilmente integrados à maioria dos planos de desenvolvimento. Prover informações Estabelecer incentivos Planejar e regular o uso Opções de políticas 7 O que é preciso para implementar a abordagem ISE? A abordagem ISE requer certo know-how e dados técnicos como insumos. Também se baseia em uma abordagem participativa de planejamento, que consulta e envolve as principais partes interessadas. A Figura 2 apresenta uma visão geral sobre os recursos necessá- rios para a aplicação da abordagem em 6-passos, e os métodos que podem ser usados para obter informações e dados apropriados. Figura 2 Recursos necessários e métodos sugeridos para a aplicação da abordagem ISE Know-how / habilidades técnicas Dados e informações Of ic in a pa ra in te re sa do s Of ic in a pa ra es pe ci ai st as Es tu do No. de semanas para realização (aproximado)* Passo 1 �Desenho e facilitação do processo�Planejamento do desenvolvimento�Serviços ecossistêmicos (conhecimento geral) �Plano de desenvolvimento e medidas ZheZXÑXVh��Zm^hiZciZh�dj�cdkVh� �Visão geral dos interessados 9 1 Passo 2 �Serviços ecossistêmicos (conhecimento geral) �Socioeconomia �Atividades econômicas no escopo / meios de vida 9 9 1-2 Passo 3 �HZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh��ÒdgZhiVh!�ZXdad-\^V!�\Zd\gVÑV!�edg�Zm#� �Métodos de avaliação para ecossistemas (possivelmente SIG e modelos ecológicos) �Socioeconomia (especialmente trade-offs e possivelmente modelos econômicos) �Dados biofísicos�Sistemas de uso da terra �Dados socioeconômicos 9 9 9 2-12 Passo 4 �Ciências sociais / culturais (por ex.: análise de interessados, governança) �Características dos interessados �Estrutura de incentivos 9 9 9 2-4 Passo 5 �Planejamento do desenvolvimento�A parte econômica dos recursos�Ciências políticas �Opções de políticas�Melhores práticas 9 9 9 2-4 Passo 6 �Desenho e facilitação do processo�Planejamento do desenvolvimento 9 1 * Depende da disponibilidadeda informação e tipo e intensidade de estudos a serem realizados. 9 Necessário 9 Opcional O tamanho e o custo da avaliação ISE irá variar, depen- dendo da escala a ser tratada, do número de interes- sados envolvidos, da complexidade dos problemas em questão, e da quantidade de detalhes necessários. No entanto, convém salientar que a integração de uma pers- pectiva de serviços ecossistêmicos no planejamento do desenvolvimento não precisa e não deve ser um exercí- cio caro ou difícil. Na maioria das situações, recomenda- mos a utilização das capacidades e habilidades existen- tes, tendo como base dados e informações existentes. Normalmente não é necessário empregar um grande número de consultores externos e nem iniciar grandes novos estudos. Contudo, na maioria dos casos, serão necessárias novas perspectivas, para que os serviços ecossistêmicos sejam totalmente integrados ao processo de planejamento do desenvolvimento. É interessante notar que, para utilizar o manual plenamente, será necessário preparar os partici- pantes da avaliação, especialmente se não estiverem fa- miliarizados com a terminologia e os conceitos relativos aos serviços ecossistêmicos. Geralmente, será necessário algum tipo de treinamento ou conscientização. 8 PasPPPassoso 2 P 3 PasPasPPPassososo 5 * D d Parte 1�>cigdYjd�Z�dg^ZciVd/�:ciZcYZcYd�dh�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh�cd�XdciZmid�Yd�YZhZckdak^bZcid Entendendo os serviços ecossistêmicos no contexto do desenvolvimento Perceber as relações entre serviços ecossistêmicos e bem-estar humano Frequentemente, é preciso justificar por que é necessário usar uma abordagem ISE para os seus colegas, ou na organização onde você trabalha, para seus contrapartes no governo, e outras partes interessadas e participantes do processo de planejamento do desenvolvimento. Embora haja um crescente conjunto de evidências de que os ecossistemas fornecem serviços que formam a base para o crescimento econômico favorável aos pobres (mais de- talhes adiante), parece que esta mensagem nem sempre chega aos planejadores do desenvolvimento. Os serviços da biodiversidade e ecossistêmicos ainda não estão totalmente integrados ao raciocínio do desen- volvimento. Geralmente, os objetivos de “sustentabilidade ambiental” são vistos como sendo distintos dos – e às vezes até como conflitantes com – objetivos de “de- senvolvimento”. Diante das necessidades prementes de crescimento econômico e redução da pobreza, e dada a escassez de financiamento público e de doadores, o meio ambiente tende a receber baixa prioridade no planeja- mento do desenvolvimento e na formulação de políticas. Uma das principais preocupações é mudar a visão de que os serviços ecossistêmicos são um luxo que os planeja- dores do desenvolvimento não podem se dar, para a visão de serem uma necessidade na qual não podem deixar de investir (PNUD e PNUMA 2008). De maneira simples, os ecossistemas naturais constituem parte essencial da infraestrutura de desenvolvimento: o estoque de instalações, serviços e equipamentos ne- cessários para a economia e a sociedade funcionarem corretamente e crescerem (Emerton 2008). Isso se deve ao fato de oferecem uma maneira valiosa e custo-efetiva de atingir os objetivos e apoiar processos de desenvolvi- mento, especialmente para os pobres. Geralmente, é muito mais barato manter os serviços ecossistêmicos do que investir em alternativas feitas pelo homem que são mais caras - e muitas vezes menos eficazes. Deixar de investir nos ecossistemas não é apenas uma atitude míope em termos econômicos, mas os custos, perdas e ganhos não realizados resultantes podem vir a anular muitos dos ganhos advindos de esforços de desenvolvimento e de redução da pobreza. Reconhecer a correlação entre os objetivos de desenvolvimento, o bem-estar humano e os serviços ecossistêmicos pode significar a diferença entre uma estratégia de desenvolvimento bem ou mal-sucedida por conta de consequências não examinadas ou mudan- ças no fluxo dos serviços ecossistêmicos e, portanto, nos próprios objetivos de desenvolvimento (WRI 2008). Este capítulo visa dotar o leitor de alguns dos principais argumentos e entendimento necessários para defender a integração dos serviços ecossistêmicos ao planejamento do desenvolvimento. 6�8dckZcd�hdWgZ�9^kZgh^YVYZ�7^da- \^XV�YZ[^cZ�jb�ZXdhh^hiZbV�Xdbd�Åjb� XdbeaZmd�Y^c}b^Xd�YZ�Xdbjc^YVYZh�YZ� kZ\ZiV^h!�Vc^bV^h�Z�b^Xgdg\Vc^hbdh�Z� hZj�VbW^ZciZ�cd�k^kd!�^ciZgV\^cYd�Xdbd� jbV�jc^YVYZ�[jcX^dcVaÆ#�HZ�jbV�eVgiZ�[dg� YVc^[^XVYV!�edYZ�iZg�jb�^beVXid�hdWgZ�d�h^hiZbV�Xdbd�jb� idYd�Z�hdWgZ�Vh�djigVh�eVgiZh#�Dh�hZgZh�]jbVcdh�hd�eVgiZh� ^ciZ\gVciZh�Ydh�ZXdhh^hiZbVh#�Dh�ZXdhh^hiZbVh�edYZb�hZg� iZggZhigZh�dj�bVg^c]dh!�^ciZg^dgZh�dj�a^idg}cZdh!�gjgV^h�dj� jgWVcdh#�:aZh�iVbWb�edYZb�kVg^Vg�Zb�ZhXVaV/�YZ�\adWVa�V� adXVa#�:mZbeadh�YZ�ZXdhh^hiZbVh�^cXajZb�dh�YZhZgidh!�gZX^[Zh� YZ�XdgV^h!�odcVh�b^YVh!�[adgZhiVh!�XVbedh!�eVgfjZh� jgWVcdh�Z�iZggVh�Xjai^kVYVh# Term o/ Conc eito Chav e 6�^ciZ\gVd�h^hiZb{i^XV�YV�W^dY^kZgh^- YVYZ�Vdh�egdXZhhdh�YZ�YZhZckdak^bZc- id��X]VbVYV�YZ�Å^ciZ\gVd�YV�W^d- Y^kZgh^YVYZÆ#�D�dW_Zi^kd�\ZgVa�Xdch^hiZ� Zb�^ciZ\gVg�V�V�W^dY^kZgh^YVYZ�Zb� idYVh�Vh�ZiVeVh�Ydh�X^Xadh�YZ�edai^XVh!� eaVcdh!�egd\gVbVh�Z�egd_Zidh!�^cYZeZc- YZciZbZciZ�Yd�egdXZhhd�hZg�XdcYjo^Yd�edg�dg\Vc^oVZh� ^ciZgcVX^dcV^h!�ZbegZhVh�dj�\dkZgcdh# �Djigd�dW_Zi^kd�YZ�gZVa^oVg�jbV�VbeaV�^ciZ\gVd�YV� W^dY^kZgh^YVYZ�Zb�Y^[ZgZciZh�hZidgZh��d�YZ�Xdcig^Wj^g�eVgV� V�gZYjd�Ydh�^beVXidh�cZ\Vi^kdh�fjZ�dh�hZidgZh�egdYji^kdh� ZmZgXZb�hdWgZ�V�V�bZhbV!�ZheZX^VabZciZ�[dgV�YZ�{gZVh�egdiZ- \^YVh!�Z�Vhh^b�YZhiVXVg�V�Xdcig^Wj^d�YV�W^dY^kZgh^YVYZ�eVgV�d� YZhZckdak^bZcid�ZXdcb^Xd�Z�d�WZb"ZhiVg�]jbVcd!�VigVkh�YZ� bV^dg�XdaVWdgVd�Xdb�hZidgZh�Z�VidgZh�Yd�YZhZckdak^bZcid# ;dciZ/�897�'%&% Termo/ Conceito Chave 9 Entendendo os serviços ecossistêmicos Na introdução, nós já explicamos como os serviços ecossistêmicos são cruciais para a sobrevivência humana e para o desenvolvimento social e econômico - especialmente para os setores mais pobres e vulneráveis da sociedade. A abordagem ISE descrita neste manual gira em torno de identificar e atuar sobre as dependências e os impactos dos processos de desenvolvimento nos serviços ecossis- têmicos e sobre os riscos e oportunidades trazidos pelos serviços ecossistêmicos para os objetivos de desenvolvi- mento. Primeiro, é preciso entender exatamente o que são os serviços ecossistêmicos. A Avaliação Ecossistêmica do Milênio define quatro categorias básicas de serviços ecossistêmicos (“benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas”), cada um sustenta e contribui para vários elementos de bem-estar humano e econômico (Quadro 8). Esses incluem serviços de provisão, como alimentos, água, madeira, fibras e recursos genéticos; serviços regu- ladores, como a regulação do clima, de inundações, doenças, qualidade água, bem como tratamento de resíduos; serviços de suporte, como formação do solo, polinização, e ciclagem de nu- trientes; e serviços culturais, como recreação, apreciação estética, e realização espiritual (AEM 2005). Ao longo deste manual, será utilizada esta categorização padrão dos serviços ecossistêmicos. 10 Quadro 8 Serviços ecossistêmicos e bem-estar humano Esta Figura representa a intensidade das relações entre as categorias de serviços ecossistêmicos e os componentes do bem-estar humano comumente encontradas, e inclui indicações sobre a medida em que é possível que fatores socioeconômi- cos mediem a relação. A força das relações e o potencial de mediação diferem em diferentes ecossistemas e regiões. Além da influência dos serviçosecossistêmicos no bem-estar humano retratado aqui, outros fatores - inclusive outros fatores ambien- tais, assim como econômicos, sociais, tecnológicos e culturais – influenciam o bem-estar humano e, por sua vez, os ecossiste- mas são afetados por mudanças no bem-estar humano. ;dciZ/�:XdhnhiZbh�VcY�=jbVc�LZaa"WZ^c\/�Hnci]Zh^h#�6:B��'%%*� Serviços Ecossistêmicos COMPONENTES DO BEM-ESTAR VIDA NA TERRA - BIODIVERSIDADE COR DAS SETAS Potencial de mediação por fatores socioeconômicos Baixo Médio Alto Baixo Médio Alto LARGURA DAS SETAS Intensidade de ligações entre os serviços ecossistêmicos e o bem-estar humano ;dciZ/�6kVa^Vd�:Xdhh^hib^XV�Yd�B^ac^d� Como os serviços ecossistêmicos apoiam o desenvolvimento sus- tentável, redução da pobreza, resultados setoriais e desempenho empresarial É útil considerar como e por que os serviços ecossis- têmicos têm particular relevância para os objetivos do “contexto mais amplo” que normalmente são alvo de processos de desenvolvimento. Nesta seção, vamos dar uma breve descrição dos elos entre serviços ecossis- têmicos e quatro objetivos de desenvolvimento princi- pais: desenvolvimento sustentável, redução da pobreza, resultados setoriais e desempenho dos negócios. Estes fornecem o contexto maior dentro do qual a abordagem ISE, na maioria dos casos, será aplicada. Os Quadros 12, 13 e 14 apresentam exemplos específicos de formas como os serviços ecossistêmicos geram valores, evitam custos, e são importantes para os pobres em diferentes países e locais. O desenvolvimento sustentável requer que as sociedades utilizem os recursos naturais apenas na mesma medi- da em que estes possam se reabastecer naturalmente. Obviamente, a manutenção da qualidade e quantidade adequadas de serviços ecossistêmicos desempenha um papel fundamental nesses processos. A gestão e uso sustentáveis dos ecossistemas também são fundamen- tais para os esforços de redução da pobreza. Embora os serviços ecossistêmicos tendam a ser particularmente importantes para o sustento dos pobres, a sua perda e degradação podem ter impactos devastadores tanto sobre o bem-estar dos pobres quanto sobre os esforços para reduzir a incidência da pobreza (Quadro 9). Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) visam reduzir a pobreza e melhorar o bem-estar humano até 2015, e foram acordados por todos os 193 estados mem- bros das Nações Unidas, na Cúpula do Milênio, em Nova Iorque, em 2000. Eles representam um forte compromisso por parte da comunidade global de tratar questões de pobreza. Muitos processos de desenvolvimento consistem em contribuir para os ODM, ou têm objetivos que são explicitamente formulados com base nos ODM. É claro que os serviços ecossistêmicos fornecem um apoio signi- ficativo para muitos dos ODM, enquanto a degradação e perda de ecossistemas representam um grande obstáculo para a consecução dos objetivos acordados (Tabela 1). Quase todos os desempenhos setoriais dependem de alguma forma dos serviços ecossistêmicos, seja direta ou indiretamente. Essas relações são óbvias para os setores ligados aos recursos naturais que se baseiam diretamen- te em serviços de aprovisionamento (como silvicultura, pesca ou agricultura), e são igualmente importantes para outros setores industriais ou de serviços (por exemplo, saúde, água e saneamento, energia, ou desenvolvimento urbano). Isto se dá principalmente devido ao importan- te papel desempenhado pelos serviços de apoio e de regulação ao permitir, manter e proteger a produção, o consumo e a infraestrutura. Os serviços ecossistêmicos apoiam e sustentam a produção setorial, além de ajuda- rem a minimizar custos e despesas. O Quadro 10 apre- senta o exemplo do setor de água e saneamento para ilustrar a importância dos serviços ecossistêmicos.. Parte 1�>cigdYjd�Z�dg^ZciVd/�:ciZcYZcYd�dh�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh�cd�XdciZmid�Yd�YZhZckdak^bZcid 11 Quadro 9 Por que os serviços ecossistêmicos e da biodiversidade são importantes para o desenvolvimento e a redução da pobreza? Dh�^beVXidh�YV�YZ\gVYVd�YV�W^dY^kZgh^YVYZ�Z�Ydh�ZXdhh^hiZbVh�hd�bV^h�\gVkZh�eVgV�Vh�eZhhdVh�fjZ�k^kZb�cV� edWgZoV!�jbV�kZo�fjZ�ib�edjXVh�deZh�YZ�hjWh^hicX^V#�EdgiVcid!�d�jhd�hjhiZci{kZa�Ydh�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh�Z�YV� W^dY^kZgh^YVYZ�eZadh�edWgZh�Z�V�Y^hedc^W^a^YVYZ�YZhhZh�hZgk^dh�eVgV�ZhiV�edejaVd�hd�YZ�gZaZk}cX^V�Y^gZiV�eVgV�dh� Zh[dgdh�YZ�gZYjd�YV�edWgZoV# �,%��Ydh�edWgZh�Yd�bjcYd�k^kZb�Zb�{gZVh�gjgV^h�Z�YZeZcYZb�Y^gZiVbZciZ�YV�Y^kZgh^YVYZ�W^da\^XV�eVgV�V�hjV�hjWh^h- icX^V#�6�W^dY^kZgh^YVYZ�hZgkZ�Xdbd�jbV�^bedgiVciZ�[dciZ�YZ�Va^bZcid�Z�gZcYV�eVgV�Vh�[Vba^Vh�gjgV^h# �BV^h�YZ�(�W^a]Zh�YZ�eZhhdVh�YZeZcYZb�YV�W^dY^kZgh^YVYZ�bVg^c]V�Z�XdhiZ^gV�eVgV�hjV�hjWh^hicX^V!�ZcfjVcid�bV^h�YZ� &!+�W^a]d�YZ�eZhhdVh!�^cXaj^cYd�&�W^a]d�fjZ�k^kZ�cV�edWgZoV!�YZeZcYZb�YZ�[adgZhiVh�Z�egdYjidh�[adgZhiV^h�cd�bVYZ^- gZ^gdh# �6h�[adgZhiVh�VWg^\Vb�-%��YV�W^dY^kZgh^YVYZ�iZggZhigZ�gZbVcZhXZciZ�Z�iVbWb�egdiZ\Zb�dh�gZXjghdh�]Yg^Xdh�Z�gZYj- oZb�d�g^hXd�YZ�YZhVhigZh�cVijgV^h�Z�Zgdhd# ;dciZ/�7^dY^kZgh^in�[dg�9ZkZadebZci�VcY�EdkZgin�6aaZk^Vi^dc#�879��'%%.� Tabela 1 Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e os serviços ecossistêmicos ODM Serviços ecossistêmicos ligados aos objetivos D9B�&/�:ggVY^XVg�V�edWgZ- oV�ZmigZbV�Z�V�[dbZ 6�Y^hedc^W^a^YVYZ�YZ�Va^bZcidh!�aZc]V!�{\jV�Z�W^dY^kZgh^YVYZ�^c[ajZcX^V�Y^gZiVbZciZ�d�eVYgd� YZ�k^YV�bc^bd�YVh�eZhhdVh�Z!�edgiVcid!�V�^cX^YcX^V�YV�edWgZoV�Z�YV�[dbZ# D9B�(/�EgdbdkZg�V� ^\jVaYVYZ�YZ�\cZgd�Z�V� Vjidcdb^V�YVh�bja]ZgZh 6�Y^hedc^W^a^YVYZ�YZ�aZc]V�Z�{\jV�gZYjo�V�XVg\V�fjZ�gZXV^�eg^cX^eVabZciZ�hdWgZ�Vh�bja]ZgZh� Z�V_jYV�V�bZa]dgVg�V�^\jVaYVYZ�YZ�\cZgd��kZg�FjVYgd�&#(�#�;gZfjZciZbZciZ!�d�gZcY^bZcid� YVh�bja]ZgZh�YZeZcYZ�Y^gZiVbZciZ�Ydh�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh!�V�ZmZbead�YV�ZmigVd�YZ� egdYjidh�[adgZhiV^h�cd�bVYZ^gZ^gdh# D9B�)�Z�*/�GZYjo^g�V�bdg- iVa^YVYZ�^c[Vci^a�Z�bZa]d- gVg�V�hVYZ�bViZgcV 6�Y^hedc^W^a^YVYZ�YZ�{\jV�a^beV!�Vg�ejgd!�eaVciVh�YZ�jhd�bZY^X^cVa�Z�W^dY^kZgh^YVYZ�edYZ� 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Z�ViZcjVg�^cjcYVZh�V�_jhVciZ#�Bj^idh�i^edh�YZ�odcVh�b^YVh�iVbWb�VWhdgkZb!�[^aigVb!�egdXZhhVb�Z�Y^ajZb�cjig^ZciZh!� edajZciZh�Z�gZhYjdh#�6h�kZ\ZiVZh�YZ�eVhiV\Zch�Z�[adgZhiVh�[dgcZXZb�XdWZgijgV�kZ\ZiVa�fjZ�V_jYV�V�Y^b^cj^g�V�iVmV�YZ� gjcd[[!�egdiZ\Z�XdcigV�V�Zgdhd!�bZhbd�[dgV�Ydh�e^Xdh�hVodcV^h�Z�WV^mVh�cd�[ajmd�YZ�{\jV!�Z�b^c^b^oV�V�XVg\V�YZ�aVbV�Z� hZY^bZcidh�igVchedgiVYdh�V�_jhVciZ# �:hhZh�hZgk^dh�cdgbVabZciZ�egdYjoZb�kVadgZh�ZXdcb^Xdh�WVhiVciZ�ZaZkVYdh�eVgV�dh�jhj{g^dh�YZ�{\jV�V�_jhVciZ!�jbV� kZo�fjZ�Ved^Vb�d�VWVhiZX^bZcid�Z�V�fjVa^YVYZ�YV�{\jV�Z�egdadc\Vb�V�k^YV�i^a�Z�V�egdYji^k^YVYZ�YV�^c[gVZhigjijgV#�6d� bZhbd�iZbed!�V�\Zhid�YZ�ZXdhh^hiZbVh�edg�hZjh�hZgk^dh�]Yg^Xdh�\ZgVabZciZ��jbV�ded�WZb�bV^h�Xjhid"Z[Zi^kV�Yd� fjZ�ZbegZ\Vg�iZXcdad\^Vh�Vgi^[^X^V^h�dj�idbVg�bZY^YVh�b^i^\VYdgVh!�fjVcYd�ZhiVh�[jcZh�ZhhZcX^V^h�hd�eZgY^YVh�YZk^Yd�|�YZ\gVYVd�VbW^ZciVa��:bZgidc�'%%,�#�BVciZg�Vh�odcVh�b^YVh�eVgV�XdcigdaZ�YZ�X]Z^Vh!�edg�ZmZbead!�Zb�\ZgVa��hjWh- iVcX^VabZciZ�bV^h�WVgVid�Yd�fjZ�gZXdchigj^g�Vh�ZhigVYVh!�edciZh�Z�egY^dh�V[ZiVYdh#�8dchZgkVg�jbV�[adgZhiV�V�bdciVciZ� cdgbVabZciZ�XjhiV�bj^id�bZcdh�Yd�fjZ�^ckZhi^g�Zb�ZhiVZh�YZ�igViVbZcid�Z�[^aigV\Zb�V�_jhVciZ!�dj�gZVa^oVg�Vi^k^YVYZh� YZ�YZhVhhdgZVbZcid# Exemplos do valor econômico dos serviços ecossistêmicos: �Na Mongólia!�kZg^[^Xdj"hZ�fjZ�XVYV�JH��&�^ckZhi^Yd�cV� XdchZgkVd�YV�WVX^V�hjeZg^dg�Yd�ZXdhh^hiZbV�\ZgV!�eZad� bZcdh!�JH��&*�edg�Vcd�Zb�WZcZ[X^dh�]Yg^Xdh�eVgV�JaV- VcWVViVg!�V�_jhVciZ��:bZgidc�Zi�Va�'%%.�# �:b�jbV�{gZV�egm^bV�V�Colombo, capital da Sri Lanka!�d� kVadg�YZ�jbV�odcV�b^YV�[d^�Zhi^bVYd�Zb�b^a]VgZh�YZ� YaVgZh�edg�]ZXiVgZ�edg�Vcd�Vd�gZXZWZg�Z�igViVg�\gVcYZ� kdajbZ�YZ�{\jVh�gZh^YjV^h�jgWVcVh�Z�egdiZ\Zg�VhhZciV- bZcidh�Z�^cYhig^Vh�YV�gZYdcYZoV�YZ�^cjcYVZh��:bZgidc� Z�@Z`VcYjaV�'%%(�# �6h�OdcVh�äb^YVh�cV�7VX^V�Yd�Zambeze na África do Sul VegZhZciVb�jb�kVadg�afj^Yd�egZhZciZ�YZ�bV^h�YZ�JH�� (�b^a]Zh�Zb�gZYjd�YZ�YVcdh�gZaVX^dcVYdh�V�^cjcYV- Zh!�jb�kVadg�YZ�XZgXV�YZ�JH��&+�b^a]Zh�Zb�gZXVg\V� YZ�{\jVh�hjWiZgg}cZVh!�Z�JH��)*�b^a]Zh�Zhi^bVYdh�Zb� hZgk^dh�YZ�igViVbZcid�Z�ejg^[^XVd�YZ�{\jV��Ijge^Z�Zi� Va�&...�# Exemplos do retorno do investimento em serviços ecossis- têmicos: �:b�Portland, Oregon, Portland Maine e Seattle Washington!� XVYV�YaVg�^ckZhi^Yd�cV�egdiZd�YV�WVX^V�edYZ�edjeVg� ZcigZ�JH��,!*%�Z�JH��'%%�Zb�Xjhidh�YZ�cdkVh�^chiVaV- Zh�YZ�igViVbZcid�Z�[^aigV\Zb�YZ�{\jV��GZ^Y!�'%%&�# �:b�Vientiane, capital do Laos!�odcVh�b^YVh�d[ZgZXZb�hZg- k^dh�YZ�b^i^\Vd�YZ�ZcX]ZciZh�Z�igViVbZcid�YZ�{\jVh� gZh^YjV^h�eVgV�dh�]VW^iVciZh!�ZXdcdb^oVcYd�XZgXV�YZ�JH�� '�b^a]Zh�Vd�Vcd�Zb�\Vhidh�eWa^Xdh��<ZggVgY!�'%%)�# �6igVkh�YV�XdchZgkVd�YZ�[adgZhiVh�V�bdciVciZ�cVh� bdciVc]Vh�YZ�Catskills, a cidade de Nova Iorque�ZheZgV� iZg�Zk^iVYd�^ckZhi^g�JH��)�Ã�+�W^a]Zh�Zb�^c[gVZhigjijgV� eVgV�bVciZg�V�fjVa^YVYZ�Yd�VWVhiZX^bZcid�jgWVcd�YZ� {\jV��>hV`hdc�'%%'�# �CV�b^XgdWVX^V�YZ�AV_ZVYd�São José, no Brasil!�eg{i^XVh� YZ�\Zhid�VbW^ZciVabZciZ�hjhiZci{kZ^h�cVh�iZggVh�VaiVh� ZXdcdb^oVb�fjVhZ�JH��'#*%%�edg�bh�Zb�Xjhidh�YZ�igV- iVbZcid�YZ�{\jV�Ydbhi^XV�V�_jhVciZ��7Vhh^�'%%'�# 12 Parte 1�>cigdYjd�Z�dg^ZciVd/�:ciZcYZcYd�dh�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh�cd�XdciZmid�Yd�YZhZckdak^bZcid Muitos planos de desenvolvimento são direcionados, ou envolvem, o setor privado. Por isso, é importante considerar como e por que os serviços ecossistêmicos são fundamentais para o desempenho dos negócios, bem como para os objetivos mais amplos de interesse público envolvidos nos esforços de desenvolvimento sustentável e redução da pobreza. A degradação dos ecossistemas afeta os riscos e oportunidades de negócios, e impac- ta os lucros corporativos, produção e oportunidades de mercado (Quadro 11). As empresas e indústrias cada vez mais reconhecem que, levar em consideração os serviços ecossistêmicos na tomada de decisões, pode ajudá-las a abordar um vasto leque de questões e temas de forma mais eficaz, ajudando a otimizar e manter os lucros, o acesso a novos mercados e possibilidades de investimento, atender às demandas dos consumidores e acionistas, e cumprir com os requisitos regulatórios e legais (Figura 3). Quadro 11 Por que os serviços ecossistêmicos são importantes para os negócios? 6�YZ\gVYVd�Ydh�ZXdhh^hiZbVh�VegZhZciV�jb�g^hXd�gZVa�Z�XVYV�kZo�bV^h�egZbZciZ�eVgV�Vh�deZgVZh�YZ�cZ\X^dh#� :cfjVcid�^hhd!�dh�hZgk^dh�ZXdhh^hib^Xdh�Zhid�d[ZgZXZcYd�jb�cbZgd�XgZhXZciZ�YZ�dedgijc^YVYZh�YZ�Xg^Vd�Z�[dgiV- aZX^bZcid�YZ�ZbegZhVh#�D�bZgXVYd�^ciZgcVX^dcVa�YZ�XdbeZchVZh�YZ�W^dY^kZgh^YVYZ!�edg�ZmZbead!�VijVabZciZ�\^gV�Zb� idgcd�YZ�Va\jch�W^a]Zh�YZ�YaVgZh!�d�XdbgX^d�\adWVa�YZ�XVgWdcd�bdk^bZciV�bV^h�YZ�XZb�W^a]Zh�YZ�YaVgZh�edg�Vcd!�Z� dedgijc^YVYZh�YZ�cZ\X^dh�WVhZVYVh�cdh�gZXjghdh�cVijgV^h�hjhiZci{kZ^h�VaXVcVb�ig^a]Zh�YZ�YaVgZh# �D�bZgXVYd�\adWVa�YZ�XVgWdcd�XgZhXZj�YZ�egVi^XVbZciZ�oZgd�Zb�'%%)�eVgV�bV^h�YZ�JH��&)%�W^a]Zh�Zb�'%%.#�6ijVabZciZ!�d�bZgXVYd�YV�XdbeZchVd�YV�W^dY^kZgh^YVYZ�\^gV�Zb�idgcd�YZ�JH��(�W^a]Zh�Z�YZkZ�XgZhXZg�gVe^YVbZciZ#�6i�'%*%!�Vh�dedgijc^YVYZh�\adWV^h�YZ�cZ\X^dh�gZaVX^dcVYdh�|�hjhiZciVW^a^YVYZ�YZ�gZXjghdh�cVijgV^h�YZkZ�VaXVcVg�V� dgYZb�YZ�JH��'�Ã�+�ig^a]Zh# �D�Xjhid�YVh�ZmiZgcVa^YVYZh�VbW^ZciV^h�\adWV^h�ZgV�fjVhZ�JH��,�ig^a]Zh��&&��Yd�kVadg�YV�ZXdcdb^V�\adWVa��Zb�'%%-!� Xdb�Vh�(#%%%�bV^dgZh�ZbegZhVh�XVjhVcYd�XZgXV�YZ�(*��YZaVh# �**��Ydh�ZmZXji^kdh�VXgZY^iVb�fjZ�V�W^dY^kZgh^YVYZ�YZkV�ZhiVg�ZcigZ�dh�YZo�eg^cX^eV^h�^iZch�YV�V\ZcYV�XdgedgVi^kV!�Z� *.��VXgZY^iVb�fjZ�W^dY^kZgh^YVYZ�gZegZhZciV�bV^h�jbV�dedgijc^YVYZ�Yd�fjZ�jb�g^hXd�eVgV�hjVh�ZbegZhVh# ;dciZ/�<j^YZ�id�8dgedgViZ�:XdhnhiZb�KVajVi^dc�"�6�[gVbZldg`�[dg�^begdk^c\�XdgedgViZ�YZX^h^dc"bV`^c\#�L78H9��'%&&� 13 Figura 3 Os benefícios empresariais de se incluir os serviços ecossistêmicos na tomada de decisão ;dciZ/�8dgedgViZ�:XdhnhiZb�KVajVi^dc�Ã�7j^aY^c\�i]Z�Wjh^cZhh�XVhZ#�L78H9��'%%.W� Riscos e oportunidades de negócios Operacionais Regulatórios e legais Reputacionais Mercado e produto Financiamento Usos da valoração ecossistêmica corporativa Capturar e valorar novas fontes de renda Reduzir custos Reduzir impostos Manter entradas Reavaliar patrimônio Avaliar responsabilidades e compensações Medir o valor da companhia e de suas ações Fortalecer o desem - penho nos negócios e na base financeira Cum prir as de- m andas e os re- quisitos externos Quadro 12 Como os serviços ecossistêmicos geram valor �6�h^ak^XjaijgV�gZegZhZciV�bV^h�YZ�&%�edg�XZcid�Yd�E>7�Zb�bj^idh�Ydh�eVhZh�bV^h�edWgZh�Yd�bjcYd#�Cd�Xdc_jcid�Ydh� eVhZh�Zb�YZhZckdak^bZcid!�d�hZidg�[adgZhiVa�d[ZgZXZ�ZbegZ\d�[dgbVa�eVgV�&%�b^a]Zh�YZ�eZhhdVh�Z�ZbegZ\d�^c[dgbVa� eVgV�bV^h�(%�V�*%�b^a]Zh�YZ�eZhhdVh#�Cdh�8VbVgZh!�cV�GZeWa^XV�6[g^XVcd�8ZcigVa�Z�cV�A^Wg^V!�Vh�[adgZhiVh�Xdch- i^ijZb�Vegdm^bVYVbZciZ�(%�V�)%�edg�XZcid�YVh�ZmedgiVZh�cVX^dcV^h��D89:�'%%-�#�CVh�HZnX]ZaaZh!�WZch�Z�hZgk^dh� VbW^ZciV^h�[dgcZXZb�Vi�jb�fjVgid�YZ�idYVh�Vh�dedgijc^YVYZh�YZ�ZbegZ\d!�jb�iZgd�YVh�gZXZ^iVh�\dkZgcVbZciV^h�Z� Yd^h�iZgdh�YVh�Y^k^hVh��:bZgidc�&..,�# �:b�bj^iVh�eVgiZh�Yd�bjcYd�Zb�YZhZckdak^bZcid!�V�aZc]V��V�[dciZ�eg^b{g^V�YZ�ZcZg\^V�eVgV�jhd�Ydbhi^Xd!�ZbWdgV� 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�CV�GZeWa^XV�9ZbdXg{i^XV�Yd�8dc\d!�dh�Va^bZcidh�h^akZhigZh�XdbegZZcYZb�XZgXV�YZ�jb�iZgd�YV�egdYjd�Ydbhi^XV#� 8VgcZh!�eZ^mZh�Z�eaVciVh�h^akZhigZh!�Xdcig^WjZb�Xdb�(!�+�Z�&%�edg�XZcid!�gZheZXi^kVbZciZ!�Yd�kVadg�idiVa�Yd�Va^bZc- id�Xdchjb^Yd�cd�Ydb^Xa^d!�XdggZhedcYZcYd�V�%!%)!�%!%+�Z�%!&&�`\�edg�Y^V!�gZheZXi^kVbZciZ#�:aZh�iVbWb�[VoZb�jbV� ^bedgiVciZ�Xdcig^Wj^d�eVgV�V�gZcYV�[Vb^a^Vg�"�^cY^gZiVbZciZ�VjbZciVcYd�V�hZ\jgVcV�Va^bZciVg�"�\ZgVcYd�d�YdWgd�Zb� kZcYVh�Xdbd�XjaijgVh��9Z�BZgdYZ!�=dbZlddY�Z�8dla^h]Vl�'%%(�# �8ZgXV�YZ�igh�fjVgidh�YVh�eaVciVh�[adg[ZgVh�YZeZcYZb�YZ�e{hhVgdh!�VWZa]Vh�Z�djigdh�eda^c^oVYdgZh�eVgV�V_jY{"aVh�Zb� hjV�gZegdYjd#�:hi^bV"hZ�fjZ�V�eda^c^oVd�YV�VWZa]V�hZ_V�gZhedch{kZa�edg�XZgXV�YZ�JH��&*�W^a]Zh�cd�kVadg�VcjVa� YVh�Xda]Z^iVh�cdh�:hiVYdh�Jc^Ydh��HjbcZg�Z�7dg^hh�'%%+�#�BjcY^VabZciZ!�bj^iVh�[gjiVh!�kZgYjgVh�Z�XjaijgVh�Zhi^bjaVc- iZh��XV[!�iVWVXd�Z�X]{��hd�VaiVbZciZ�dj�idiVabZciZ�YZeZcYZciZh�Ydh�^chZidh�eVgV�V�eda^c^oVd#�Jb�ZhijYd�gZXZciZ� 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�Austrália/�6h�Vjidg^YVYZh�adXV^h�Zb�8VcWZggV�ib�bZa]dgVYd�V�fjVa^YVYZ�YZ�k^YV�jgWVcV�Xdb�d�eaVci^d�YZ�)%%#%%%� {gkdgZh#�6ab�YZ�idgcVg�V�X^YVYZ�bV^h�kZgYZ!�Vh�{gkdgZh�^gd�gZ\jaVg�d�b^XgdXa^bV!�gZYjo^g�V�edaj^d�Z!�Vhh^b!�bZ- a]dgVg�V�fjVa^YVYZ�Yd�Vg�jgWVcd!�gZYjo^g�Xjhidh�YZ�ZcZg\^V�Xdb�Vg�XdcY^X^dcVYd!�WZb�Xdbd�VgbVoZcVg�Z�hZfjZhigVg� XVgWdcd#�8dbW^cVYdh!�ZhhZh�WZcZ[X^dh�YZkZgd�X]Z\Vg�V�JH��'%"+,�b^a]Zh�eVgV�d�eZgdYd�'%%-�"�'%&'�Zb�iZgbdh�Yd� kVadg�\ZgVYd�dj�ZXdcdb^Vh�gZVa^oVYVh�eVgV�V�X^YVYZ��7gVX`�'%%'�#�:b�lll#igZZWZcZ[^ih#Xdb�kdX�edYZ�XVaXjaVg�d�kVadg� ZXdcb^Xd�Z�ZXda\^Xd�YVh�{gkdgZh# �Vietnã/�9ZhYZ�&..)!�Vh�Xdbjc^YVYZh�adXV^h�ib�eaVciVYd�Z�egdiZ\^Yd�dh�bVc\jZoV^h�cVh�gZ\^Zh�XdhiZ^gVh�Yd�cdgiZ�Yd� K^Zic!�dcYZ�bV^h�YZ�,%��YV�edejaVd�Zhi{�VbZVVYV�edg�eZg^\dh�cVijgV^h��9^aaZn�Zi�Va�'%%*�#�6�gZhiVjgVd�Ydh�bVc- \jZoV^h�cVijgV^h��bV^h�Xjhid"Z[Zi^kV�Yd�fjZ�Xdchigj^g�WVggZ^gVh�Vgi^[^X^V^h#�Jb�^ckZhi^bZcid�YZ�JH�&!&�b^a]Zh�edjedj� 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