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Fundamentos da Computação

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2012
Fundamentos da 
Computação
Prof. Djone Kochanski
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. Djone Kochanski
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 004
K766f Kochanski, Djone
 Fundamentos da computação / Djone Kochanski. Indaial : 
Uniasselvi, 2012. 
 
 232 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830- 569-7
 1. Computação – fundamentos.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 
III
apresentação
Caro(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de Fundamentos 
da Computação.
Nesta disciplina você estudará importantes conceitos de Computação/
Informática que lhe permitirão compreender a origem e trajetória 
evolucionária da área. O conteúdo deste Caderno de Estudos foi elaborado 
de forma a viabilizar a apropriação dos conhecimentos necessários da melhor 
forma possível. Ele serve como uma base teórica para o entendimento dos 
demais assuntos que você vier a estudar na área de Computação/Informática.
Este Caderno de Estudos está dividido em três unidades de estudos. 
Iniciaremos nossos estudos a partir de uma perspectiva histórica da 
Computação/Informática, desde suas raízes até os dias atuais. Em seguida, 
estudaremos importantes conceitos relativos a subáreas da Computação/
Informática. Por fim, daremos os primeiros passos nos estudos de lógica de 
programação.
Desejo a você uma excelente experiência nos estudos dessa disciplina!
Prof. Djone Kochanski
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades 
em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o 
material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato 
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação 
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO .......................................................................... 1
TÓPICO 1 – A ESCRITA E OS NÚMEROS ....................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 GÊNESE DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ...................................................................... 4
3 O CÁLCULO ......................................................................................................................................... 7
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 9
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 10
TÓPICO 2: OS PRIMEIROS PROJETOS ........................................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 11
2 EQUIPAMENTOS PRECURSORES ................................................................................................. 11
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 24
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 25
TÓPICO 3 – EVOLUÇÕES DO INÍCIO DO SÉCULO XX ............................................................. 27
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 27
2 A AUTOMAÇÃO DOS CÁLCULOS ............................................................................................... 27
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 40
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 41
TÓPICO 4 – O BERÇO DA INFORMÁTICA .................................................................................... 43
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 43
2 O NASCIMENTO DA COMPUTAÇÃO ......................................................................................... 43
3 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ....................................... 47
4 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E O ENSINO ...................................................................... 49
5 O SURGIMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO A 
 CONHECEMOS ................................................................................................................................... 53
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 64
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 70
UNIDADE 2 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA COMPUTAÇÃO ...................................... 71
TÓPICO 1 – SISTEMAS DE NUMERAÇÃO .................................................................................... 73
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 73
2 SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL ...................................................................................... 75
3 SISTEMA DE NUMERAÇÃO BINÁRIO ........................................................................................ 76
4 SISTEMA DE NUMERAÇÃO OCTAL ............................................................................................ 77
5 SISTEMA DE NUMERAÇÃO HEXADECIMAL ........................................................................... 78
6 CONVERSÕES ENTRE SISTEMAS DE NUMERAÇÃO ............................................................ 78
7 CONVERSÃO DE DECIMAL PARA BINÁRIO ............................................................................ 79
8 CONVERSÃO DE DECIMAL PARA OCTAL ................................................................................79
sumário
VIII
9 CONVERSÃO DE DECIMAL PARA HEXADECIMAL ............................................................... 80
10 CONVERSÃO DE BINÁRIO PARA DECIMAL .......................................................................... 81
11 CONVERSÃO DE OCTAL PARA DECIMAL .............................................................................. 82
12 CONVERSÃO DE HEXADECIMAL PARA DECIMAL ............................................................ 83
13 REGRAS DE FIXAÇÃO .................................................................................................................... 84
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 86
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 87
TÓPICO 2 – BASES COMPUTACIONAIS ........................................................................................ 89
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 89
2 ARQUITETURA DE COMPUTADORES ....................................................................................... 90
3 SOFTWARE ........................................................................................................................................... 91
 3.1 CATEGORIAS DE SOFTWARE .................................................................................................... 91
 3.1.1 Softwares básicos ................................................................................................................... 92
 3.1.2 Softwares utilitários ............................................................................................................... 93
 3.1.3 Softwares aplicativos ............................................................................................................. 93
 3.1.4 Ferramentas de desenvolvimento ........................................................................................ 94
4 REDES DE COMPUTADORES ......................................................................................................... 96
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 103
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 104
TÓPICO 3 – SUPORTES COMPUTACIONAIS ............................................................................... 105
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 105
2 ENGENHARIA DE SOFTWARE ...................................................................................................... 106
3 BANCO DE DADOS ........................................................................................................................... 114
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 116
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 117
TÓPICO 4 – INTELIGÊNCIA COMPUTACIONAL ........................................................................ 119
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 119
2 CONCEITOS BÁSICOS ..................................................................................................................... 120
3 TIPOS DE MÍDIA ................................................................................................................................ 122
4 SISTEMAS MULTIMÍDIA ................................................................................................................ 125
5 REPRESENTAÇÃO DE MÍDIAS ...................................................................................................... 127
6 DADOS MULTIMÍDIA ...................................................................................................................... 127
7 CARACTERÍSTICAS DA VISÃO .................................................................................................... 130
8 CAPTURA E REPRODUÇÃO DE IMAGEM ................................................................................. 131
9 MÍDIAS COM BASE EM IMAGEM ................................................................................................ 133
 9.1 IMAGENS ESTÁTICAS ................................................................................................................. 133
 9.2 IMAGENS DINÂMICAS ............................................................................................................... 135
 9.3 COMPRESSÃO DE DADOS .......................................................................................................... 138
 9.4 IMAGENS NA INTERNET ........................................................................................................... 139
10 MÍDIAS COM BASE EM ÁUDIO .................................................................................................. 140
 10.1 ÁUDIO .......................................................................................................................................... 141
 10.2 ÁUDIO NA MULTIMÍDIA ........................................................................................................ 142
 10.3 ÁUDIO NA INTERNET ............................................................................................................. 143
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 144
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 149
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 150
IX
UNIDADE 3 – LÓGICA DE PROGRAMAÇÃO ............................................................................... 151
TÓPICO 1: FUNDAMENTOS DE LÓGICA DE PROGRAMAÇÃO ............................................ 153
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 153
2 FUNDAMENTOS DE LÓGICA DE PROGRAMAÇÃO .............................................................. 154
3 LÓGICA PARA PROGRAMAÇÃO ................................................................................................. 158
4 COMANDOS BÁSICOS .................................................................................................................... 164
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 166
AUTOATIVIADE .................................................................................................................................... 167
TÓPICO 2: ESTRUTURAS DE CONTROLE ..................................................................................... 169
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 169
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 184
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................185
TÓPICO 3: SUBALGORITMOS E ESCOPO DE IDENTIFICADORES ...................................... 187
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 187
2 ESCOPO DE IDENTIFICADORES .................................................................................................. 189
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 200
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 201
TÓPICO 4: TIPOS ESTRUTURADOS ................................................................................................ 203
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 203
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 218
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 220
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 221
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 223
X
1
UNIDADE 1
HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• conhecer os principais fatos históricos da computação;
• compreender os conceitos fundamentais da computação;
• entender a área de informática de maneira sistêmica.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos, sendo que ao final de cada 
um deles você encontrará atividades que o(a) auxiliarão na apropriação dos 
conhecimentos.
TÓPICO 1 – A ESCRITA E OS NÚMEROS
TÓPICO 2 – OS PRIMEIROS PROJETOS
TÓPICO 3 – EVOLUÇÕES DO INÍCIO DO SÉCULO XX
TÓPICO 4 – O BERÇO DA INFORMÁTICA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A ESCRITA E OS NÚMEROS
1 INTRODUÇÃO
Embora os recursos tecnológicos disponíveis atualmente possam parecer 
extremamente novos e atuais, o processo de desenvolvimento da tecnologia 
percorreu um longo caminho para que pudéssemos nos beneficiar de tais elementos 
como fazemos atualmente. 
Através de uma perspectiva antropológica, acredita-se que a natureza 
humana nos leva a tentar resolver quaisquer questões de forma cada vez mais rápida 
e com menor esforço, fazendo com que as tarefas repetitivas sejam executadas com 
a maior eficiência e precisão possíveis. Um dos elementos que veio para contribuir 
com esse processo foi o computador.
Na realidade, o computador permite revolucionar a forma como vivemos e 
agimos e cada vez mais benefícios conseguimos obter com a utilização dos mesmos. 
O computador nos auxilia nas escolas, escritórios, indústrias, hospitais, casas, entre 
outros lugares, tornando-se uma ferramenta indispensável para muitas pessoas.
Se o computador está em tantos lugares e nos auxilia, por que não 
entendermos algumas das características e usufruirmos ainda mais de seus 
benefícios? É isso que vamos analisar neste tópico. Mas antes vamos conhecer a 
origem e história da Computação através de uma abordagem um pouco diferenciada 
e com o foco específico de obtenção de uma base conceitual mais sólida.
A abordagem dada para o termo computador neste Caderno de Estudos se refere 
aos dispositivos computacionais em geral que tenham a capacidade de realizar processamento 
eletrônico de dados.
UNI
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
4
2 GÊNESE DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Para você entender melhor o computador, vamos iniciar nossa viagem no 
tempo, a partir dos primeiros registros da escrita. A invenção da palavra escrita 
é atribuída aos sumérios, um povo que viveu na região onde atualmente fica o 
Iraque, conhecida como Mesopotâmia. 
Também, é atribuída a este povo a invenção da cerveja, o conceito de 
que os homens foram criados à imagem dos deuses, a fabricação dos primeiros 
instrumentos agrícolas, as tentativas iniciais de organização de cidades, os 
rudimentos do cooperativismo e a fabricação do vidro. Que povo inteligente e 
criativo, hein?
FIGURA 1 – ESCRITA CUNEIFORME
FONTE: Disponível em: <www.123rf.com>. Acesso em: 15 fev. 2012.
A ideia de criar símbolos que pudessem representar os sons vocais ocorreu 
há milhares de anos. A primeira forma de escrita foi chamada de cuneiforme. O 
processo se resumia a marcas feitas em tabletes de barro úmido, que depois eram 
secos ao sol. 
O nome cuneiforme se deve ao fato de que o instrumento usado para fazer as 
marcas no barro ser estilete de madeira em forma de cunha.
UNI
TÓPICO 1 | A ESCRITA E OS NÚMEROS
5
Embora para nós possa parecer que as letras e os números possam ter a 
mesma origem, os números surgiram muitos séculos depois. Isso é quase natural, 
se considerarmos que é muito mais simples aprender a escrever do que aprender 
a calcular. 
Os primeiros numerais utilizados eram letras, porém utilizadas como 
números. O exemplo mais simples para entender isso, são os números romanos.
QUADRO 1 – VALORES DOS ALGARISMOS ROMANOS
1 5 10 50 100 500 1.000
I V X L C D M
FONTE: O autor
Os primeiros a contribuírem para o avanço dos cálculos foram os pastores. 
Na sua rotina diária, os pastores soltavam o rebanho pela manhã para pastar em 
campo aberto e o reconhiam no final do dia. Surgiu então, a necessidade de saber 
se o número de animais que saiu efetivamente retornou. 
Foi então, que um engenhoso pastor solucionou o problema. Fez um 
montinho de pedras, colocou uma pedra para cada animal que saía e retirou 
uma a cada animal que retornava. A quantidade de pedras que restasse no monte 
principal correspondia à quantidade de animais que não haviam retornado. Assim, 
inventou-se o cálculo. 
FIGURA 2 – REBANHO DE OVELHAS
FONTE: Disponível em: <www.123rf.com>. Acesso em: 15 fev. 2012.
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
6
Uma das maneiras primitivas de representação de quantidades foi por 
meio dos dedos das mãos, em que para cada elemento representado era utilizado 
um dedo. É desta prática que se originou a palavra dígito, cujo original em latim é 
digitus. É atribuído também, a esta prática a origem da quantidade de símbolos do 
sistema numérico decimal que é utilizado, até os dias atuais. 
Boyer (1996) relata que Aristóteles observou que o uso do sistema de 
numeração decimal é simplesmente resultado do fato de os seres humanos 
possuírem dez dedos nas mãos e nos pés. Boyer (1996) observa também que outros 
sistemas de numeração foram utilizados antes da consolidação do uso do sistema 
decimal. Alguns povos utilizaram a contagem por dois (binário), três (ternário), 
cinco (quinário) e vinte (vigesimal). Destes sistemas de numeração, há evidências 
arqueológicas do uso do sistema quinário. 
FIGURA 3 – ESTÁTUA DE AL-KHOWARIZMI
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
A palavra cálculo tem origem no latim calculus que significa pedra. Desta forma 
podemos entender também, a origem da expressão cálculo renal, ou seja, pedra no rim.
UNI
TÓPICO 1 | A ESCRITA E OS NÚMEROS
7
Boyer (1996) observa que nas situações em que o uso dos dedos das mãos 
para representar coleções era inadequado, o homem primitivo fez uso de uma 
sistemática bastante simples. 
A sistemática era baseada em fazer amontoados de pedras, tipicamente em 
grupos de cinco, pois era a forma mais familiar pela comparação com os dedos 
das mãos. O símbolo utilizado para representar o algarismo zero no conjunto denumerais Hindu-Arábicos surgiu por volta de 876 d.C. (BOYER, 1996). 
Os registros históricos não permitem a determinação exata do ano em 
que o algarismo foi incorporado aos demais algarismos do conjunto. A obra de 
al-Khowarizmi chamada De Numero Hindorum foi a grande responsável pela 
popularização dos algarismo Hindu-Arábicos, dando a falsa impressão de que o 
conjunto de algarismos é de origem árabe. Para quem aprendeu desde a infância 
que o conjunto de algarismos é formado por 10 símbolos, é difícil conceber este 
conjunto sem a existência do zero, não é mesmo?
3 O CÁLCULO
Através de uma perspectiva histórica pode-se entender que a Tecnologia da 
Informação iniciou sua trajetória a partir do desejo e necessidade de automatizar 
os cálculos. O primeiro instrumento utilizado para automatização dos cálculos foi 
o ábaco, cuja invenção é reivindicada por vários povos, entre eles pelos babilônios, 
chineses, japoneses e russos. 
Segundo Almeida (2002), a origem do nome vem do grego abax que significa 
tábua de calcular. Os primeiros ábacos eram feitos com fios verticais paralelos pelos 
quais o operador podia fazer deslizar sementes secas. Um operador experiente 
com um ábaco consegue fazer cálculos com velocidade aproximada a qualquer 
pessoa com uma calculadora digital. Milhares de anos depois de sua invenção, o 
ábaco ainda é utilizado em algumas regiões da Ásia.
FIGURA 4 – ÁBACO
FONTE: Computadores e informática (2011)
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
8
Os algarismos como conhecemos atualmente passaram a ser utilizados em 
maior escala alguns séculos depois do início da era cristã. A criação é atribuída aos 
hindus, mas são conhecidos como algarismos arábicos, pois foram os árabes que 
os difundiram pelo mundo. A notação numérica utilizada atualmente passou a ser 
conhecida mundialmente através da obra De Numero Hindorum escrita no século 
IX pelo árabe Al-Khowarizmi. 
Pelo fato de os números hindus terem sido popularizados através de um 
árabe, passaram a ser chamados de algarismos arábicos. Al-khowarizmi também 
empresta seu nome ao que passou a chamar-se Algoritmo que pode ser entendido 
como uma regra especial de um processo ou operação (BOYER, 1996).
Antes do surgimento dos algarismos arábicos as formas dominantes de 
representação numérica eram os algarismos romanos, gregos e egípcios, os quais, 
na realidade, eram um conjunto de letras utilizadas na representação numérica. 
Com a popularização dos numerais surgiu a palavra aritmética, do grego arithmos 
que significa número.
 A trigonometria também foi ampliada, pois anteriormente era apenas um 
simples cálculo para medir os lados de um triângulo, originário do grego, trigon, 
que significa três cantos. Al-Khowarizmi também é considerado o pai da Álgebra 
em função de suas contribuições nessa área da matemática.
Na realidade a invenção do computador é resultado de uma série de ideias 
e inventos de pessoas que muitas vezes viveram em diferentes épocas. A tecnologia 
da informação, tal qual a conhecemos atualmente teve suas origens na necessidade 
de o homem automatizar os cálculos e realizar tarefas repetitivas de maneira cada 
vez mais rápida e precisa.
9
Caro(a) acadêmico(a), nesse capítulo você estudou que:
• Os seres humanos vêm desde tempos remotos procurando novas e melhores 
formas de realizarem operações matemáticas. Em função dessa necessidade e de 
haver uma simbologia comum para a comunicação de valores, a representação 
numérica evoluiu até que os algarismos hindu-arábicos se estabeleceram como 
modelo mais comumente utilizado. 
• Houve um período na história em que os símbolos utilizados para expressar 
valores numéricos eram letras de determinados alfabetos. Com o tempo houve 
também a consolidação dos sistemas de numeração. Por um período da história 
foram utilizados sistemas de numeração de base dois, três, cinco e vinte.
• Com a consolidação do sistema de numeração decimal como padrão adotado 
pela maioria dos povos, houve a necessidade de aperfeiçoamento da simbologia. 
Foi através da obra de um matemático denominado Al-khowarizmi que os 
algarismos atualmente utilizados ganharam popularidade e consequentemente 
tornaram-se o padrão. 
• O algarismo 0 (zero), tal qual é utilizado atualmente, passou a ser utilizado no 
sistema de numeração decimal a partir do século IX. Antes disso, não havia 
um padrão para representação do zero. Na área de Computação/Informática, o 
algarismo 0 (zero) é muito importante, pois grande parte das contagens iniciam 
de zero.
• Em função da necessidade de tornar as operações matemáticas cada vez mais 
rápidas e precisas surgiram os primeiros dispositivos de automação de cálculos, 
como o ábaco e seus similares. A partir da invenção do ábaco estava plantada a 
pedra fundamental sobre a qual se desenvolveria todo o restante da história da 
Computação/Informática.
RESUMO DO TÓPICO 1
10
Caro(a) acadêmico(a), como forma de fixar o conteúdo estudado realize 
a autoatividade proposta a seguir:
1 A partir do momento que a humanidade começou a se preocupar com a 
necessidade de uma forma de comunicação, surgiram os símbolos com seus 
respectivos significados. Qual o nome da primeira forma de escrita?
2 A invenção da primeira forma de escrita, da cerveja, a fabricação do vidro e 
dos primeiros instrumentos agrícolas é atribuída a um povo que ocupou a 
região atualmente conhecida como Iraque. Qual o nome desse povo?
3 Diversos estudiosos da matemática contribuíram para o aperfeiçoamento 
dos cálculos e criação de novas simbologias. Qual o nome do matemático 
responsável pela popularização dos algarismos de zero a nove e que 
contribuiu significativamente no ramo da álgebra?
4 A partir do momento que o homem passou a utilizar elementos para 
representação numérica e a realizar operações matemáticas, criou também 
dispositivos que facilitem o processo. Qual o primeiro artefato criado pelo 
homem para automatizar cálculos?
AUTOATIVIDADE
11
TÓPICO 2
OS PRIMEIROS PROJETOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Conforme perceberemos em seguida, a invenção do computador não 
é produto da genialidade de apenas uma pessoa ou de um pequeno grupo de 
pessoas que se reuniu com o objetivo de desenvolver algo inovador. A invenção 
do computador é resultado de uma série de ideias e invenções que muitas vezes 
nem estavam relacionadas à área da matemática ou de alguma ciência relacionada.
A evolução da Computação é resultante de séculos de pesquisas nas mais 
diversas áreas do conhecimento. Uma das principais molas propulsoras destas 
pesquisas foi a necessidade de o homem automatizar os cálculos e poder realizar 
atividades rotineiras de forma cada vez mais rápida.
Você conhecerá agora alguns importantes acontecimentos ocorridos 
entre os séculos XVI e XIX que contribuíram significativamente no processo de 
desenvolvimento da área da computação. 
Caro(a) acadêmico(a), espero que o conteúdo estimule seu aprendizado.
2 EQUIPAMENTOS PRECURSORES
É interessante observar que da invenção do ábaco, até o próximo registro 
de evolução no sentido de automatização de cálculos, utilizando dispositivos 
acessórios, se passaram vários séculos. Há uma lacuna de evolução da tecnologia 
da informação muito grande. Essa lacuna pode ter sido causada pela falta de 
iniciativas ou pesquisas sobre automatização de cálculos, pela falta de registros de 
pesquisas realizadas ou pela perda de registros. 
O fato é que apenas por volta do ano de 1.500 d.C. foi dado o próximo 
passo evolucionário significativo para a tecnologia da informação. Trata-se de 
um desenho de Leonardo Da Vinci que sugere ser o esboço de um projeto de 
calculadora mecânica baseada em engrenagens.
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
12
FIGURA 5 – PROJETO DE CALCULADORA DE LEONARDO DA VINCI
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.computerhistory.org>.Acesso em: 10 mar. 2012.
Praticamente um século mais tarde, em 1614, John Napier, matemático 
escocês publicou uma descrição da maravilhosa regra dos logaritmos (Mirifici 
logarithmorum canonis descriptio). Napier trabalhou durante vinte anos na invenção 
dos logaritmos até que publicou os resultados de seus estudos (BOYER, 1996).
Para facilitar os cálculos, criou as “barras de Napier”. Estas barras 
possuíam itens de tabuadas esculpidos. As barras de Napier foram registradas 
principalmente sobre madeira e ossos (BOYER, 1996).
FIGURA 6 – JOHN NAPIER
FONTE: Disponível em: <www.123rf.com>. Acesso em: 15 fev. 2012.
TÓPICO 2 | OS PRIMEIROS PROJETOS
13
Inspirado no desenho deixado por Leonardo Da Vinci, o físico, matemático, 
filósofo e escritor francês Blaise Pascal desenvolveu uma máquina denominada 
Pascalina (ALMEIDA, 2002). A máquina de Pascal era composta por seis rodas 
dentadas, cada uma contendo algarismos de 0 a 9. 
FIGURA 7 – BLAISE PASCAL
FONTE: Disponível em: <www.123rf.com>. Acesso em: 15 fev. 
2012.
Esta máquina de calcular possuía apenas as funcionalidades de somar e 
subtrair e era totalmente mecânica. Ela é considerada a precursora das calculadoras 
mecânicas. Nesta época, Pascal compartilhou muitas exepriências e conhecimentos 
com Fermat, que levaram a importantes contribuições do campo da teoria da 
probabilidade. 
Fermar foi um advogado que a partir de 1629 passou a fazer importantes 
descobertas no campo da matemática, a qual estudou por puro prazer.
FIGURA 8 – PASCALINA
FONTE: O autor.
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
14
Outra contribuição significativa para a área de tecnologia da informação 
veio do filósofo alemão Gottfried Wilhelm von Leibniz, que desenvolveu em 1673 
um dispositivo aperfeiçoado em relação à máquina de Pascal (ALMEIDA, 2002). 
FIGURA 9 – GOTTFRIED WILHELM LEIBNIZ
FONTE: Disponível em: <www.123rf.com>. Acesso em: 15 fev. 2012.
O aperfeiçoamento promovido por Leibniz foi a implementação das 
operações de divisão e multiplicação (ALMEIDA, 2002). Para isso, projetou um 
dispositivo mecânico que passou a ser denominado de cilindro de Leibniz. 
A calculadora de Leibniz cujo nome real é “Step Reckoner”, que pode ser 
traduzido como calculadora de passo ou calculadora de etapas, serviu de base 
para o projeto de calculadoras nos dois séculos seguintes. A maior ambição de 
Leibniz era idealizar uma linguagem universal que utilizasse a clareza e a precisão 
da matemática para solucionar problemas enfrentados pela humanidade.
FIGURA 10 – CALCULADORA DE LEIBNIZ
FONTE: O autor.
TÓPICO 2 | OS PRIMEIROS PROJETOS
15
Embora pareça não ter qualquer relação com a evolução dos dispositivos 
de cálculo, a invenção do engenheiro francês Basile Bouchon foi de grande 
importância. Ele construiu no ano de 1728 um tear com a capacidade de tecer 
desenhos, de acordo com instruções cifradas em uma folha giratória de papel 
perfurado. Neste processo somente trabalhavam as agulhas coincidentes com os 
furos do papel.
Outra contribuição proveniente da área da tecelagem foi a do francês 
Joseph-Marie Jacquard. Jacquard sentiu-se incomodado com a monótona tarefa de 
alimentar os teares com novelos de linhas coloridas para formar os desenhos no 
pano que estava sendo fiado.
FIGURA 11 – Joseph-Marie Jacquard
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://
www.computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
Como toda operação era manual, a cada vez que a cor do desenho mudava 
era necessário mudar o novelo, seguindo a determinação do contramestre. Jacquard 
percebeu então que as mudanças eram sempre sequenciais e inventou uma forma 
de resolver o problema. Utilizou cartões perfurados onde era registrada, ponto a 
ponto, a receita para a confecção de um determinado tecido. 
FIGURA 12 – TEAR BASEADO EM CARTÕES PERFURADOS
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
16
Em seguida Jacquard construiu um tear automático capaz de ler os cartões 
e executar as operações na sequência determinada. A primeira demonstração 
prática do sistema aconteceu em 1801. Dez anos depois havia mais de dez mil 
unidades destes teares um uso na França. O método de Jacquard se espalhou 
pelo mundo e perdurou, inalterado, pelos 150 anos seguintes.
FONTE: Adaptado de: <http://super.abril.com.br/tecnologia/homem-calculou-442034.shtml>. 
Acesso em: 8 jun. 2012.
O britânico Charles Babbage, professor de matemática da Universidade 
de Cambridge, inventou em 1812 a máquina das diferenças, também chamada de 
máquina diferencial. Esta máquina era destinada a cálculos de tabelas náuticas e foi 
concebida porque Babbage identificou uma grande preocupação com a qualidade 
das tabelas astronômicas e matemáticas utilizadas na época. 
FIGURA 13 – MÁQUINA DAS DIFERENÇAS
FONTE: O autor.
Apenas numa edição de tabelas náuticas publicadas em papel foram 
identificados mais de mil erros. Na época Babbage entendeu que a solução para 
as tabelas com erros seria construir uma máquina de calcular com alto grau de 
precisão e destinada para múltiplos fins (STRATHERN, 2000).
TÓPICO 2 | OS PRIMEIROS PROJETOS
17
FIGURA 14 – SELO BRITÂNICO EM HOMENAGEM A CHARLES BABBAGE
FONTE: Disponível em: <www.123rf.com>. Acesso em: 15 fev. 2012.
Em 1834 Babbage desenvolveu outro projeto denominado máquina 
analítica, cujo funcionamento proposto é até hoje as bases do funcionamento de 
um computador. Entre outras coisas o projeto propunha a alimentação de dados, 
através de cartões perfurados; uma unidade de memória, em que os números 
podiam ser armazenados e reutilizados; programação sequencial de operações, 
um procedimento que hoje chamamos de sistema operacional. 
FIGURA 15 – MÁQUINA ANALÍTICA
FONTE: O autor.
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
18
As experiências de Babbage anteciparam a estrutura do moderno 
computador eletrônico, mas ele não teve condições de desenvolver seus projetos 
inteiramente. A máquina analítica ficou inacabada, pois as limitações técnicas do 
século XIX impediram sua conclusão (ALMEIDA, 2002). 
FIGURA 16 – CHARLES BABBAGE
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
Babbage não estava sozinho no seu projeto. Em 1843, a matemática Lady 
Ada associou-se com Babbage para o desenvolvimento da máquina analítica. Ada 
criou o conceito de subrotina, uma sequência de instruções que pode ser usada 
várias vezes em diferentes contextos. 
Babbage por ter descrito os princípios de funcionamento de um computador, 
embora não tenha conseguido construir um exemplar para dar sustentação à sua teoria, é 
considerado o pai do computador.
UNI
TÓPICO 2 | OS PRIMEIROS PROJETOS
19
FIGURA 17 – LADY ADA
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
Lady Ada descobriu o valor de haver uma instrução que retornasse o controle 
da execução a uma instrução específica, de modo que a sequência pudesse ter sua 
execução repetida. Ela também considerou o desvio condicional, a leitora de cartões 
desviaria para outro cartão se uma condição fosse satisfeita (ALMEIDA, 2002).
Arithmometer é o nome de um equipamento projetado e patenteado por 
Charles Xavier Thomas de Colmar no ano de 1820. Este equipamento foi a primeira 
calculadora construída de forma bem sucedida que permitia somar, subtrair e 
multiplicar. Permitia efetuar divisões, embora com a intervenção do operador 
(ALMEIDA, 2002). 
Lady Ada é considerada a primeira programadora da história, pois criou os princípios da 
programação conhecidos como sequência, seleção e repetição.
UNI
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
20
FIGURA 18 – ARITHMOMETER
FONTE: O autor.
Samuel Morse, juntamentecom Alfred Vail inventam em 1835 o código 
morse. O código morse é um sistema de representação de letras, números e sinais 
de pontuação através de um sinal codificado enviado de forma intermitente. 
Morse também é responsável pela invenção do telégrafo no ano de 1844.
FIGURA 19 – TELÉGRAFO
FONTE: Disponível em: www.123rf.com. Acesso em: 15 fev. 2012.
No ano de 1854, George Boole publica a Álgebra Booleana, cujas ideias 
constituíram a base da lógica matemática empregada nos computadores. 
A dificuldade de implementar o sistema decimal em componentes elétricos 
determinaram o uso do sistema binário em computadores. A lógica booleana 
passou a ser usada na implementação dos circuitos elétricos apenas a partir do 
século XX.
No final do século XIX, nos Estados Unidos, o estatístico Herman 
Hollerith idealizou uma solução eficiente para o censo de 1890. Hollerith 
concebeu diversas máquinas elétricas para a soma e contagem de dados, os quais 
TÓPICO 2 | OS PRIMEIROS PROJETOS
21
eram representados sob a forma de perfurações adequadamente distribuídas em 
fita de papel. Através dessas perfurações, estabeleciam-se circuitos elétricos e os 
dados que elas representavam podiam, então, ser computados de forma rápida e 
automaticamente.
FONTE: Disponível em: <http://www.ibm.com/br/ibm/history/>. Acesso em: 8 jun. 2012.
FIGURA 20 – COLETA DE DADOS DO CENSO DE 1860
FONTE: O autor.
Com esse processo, os Estados Unidos puderam acompanhar de perto o 
crescimento de sua população. Os resultados do censo de 1890 foram fornecidos 
três anos depois e com isso, fez-se uma economia de vários anos de trabalho 
(ALMEIDA, 2002).
FONTE: Disponível em: <http://www.ibm.com/br/ibm/history/>. Acesso em: 8 jun. 2012.
FIGURA 21 – HERMAN HOLLERITH
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
22
Em 1896, Hollerith criou uma empresa que foi denominada Tabulating 
Machine Company e introduziu inovações em sua descoberta. Assim, a fita de 
papel foi substituída por cartões, que viriam a ser o elemento básico das máquinas 
IBM de processamento de dados de algumas décadas atrás. 
Já em 1911, duas outras companhias, a International Time Recording Co., 
de registradores mecânicos de tempo, e a Computing Scale Co. de instrumentos 
de aferição de peso, uniram-se a ela, por sugestão do negociante e banqueiro 
Charles R. Flint, formando-se então a Computing Tabulating Recording Co. - CTR. 
Três anos mais tarde, Thomas J. Watson assumiu a presidência da organização e 
estabeleceu normas de trabalho absolutamente inovadoras para a época. Naquela 
época, a CTR contava com menos de 1400 funcionários (ALMEIDA, 2002).
FONTE: Disponível em: <http://www.ibm.com/br/ibm/history/>. Acesso em: 8 jun. 2012.
FIGURA 22 – TABULADORA DE HOLLERITH
FONTE: O autor.
 As constantes pesquisas de engenharia resultaram na criação e no 
aperfeiçoamento de novas máquinas de contabilidade, exigidas pelo rápido 
desenvolvimento industrial. Antes do ano de 1924, aquele pequeno grupo 
de homens havia aumentado e diversificado sua experiência. Os produtos 
ganhavam maior qualidade, surgiam novas máquinas e com elas novos 
escritórios de vendas e mais vendedores. Em fevereiro de 1924 a CTR mudou 
seu nome para aquele que ocuparia um lugar de liderança dentro do processo 
tecnológico: INTERNATIONAL BUSINESS MACHINES. A sigla IBM passou a 
TÓPICO 2 | OS PRIMEIROS PROJETOS
23
ser, desde então, a fórmula para que a indústria e o comércio continuassem a 
resolver seus problemas de desenvolvimento. 
Hoje, os sistemas eletrônicos de processamento de dados têm 
fundamental importância nas atividades de exploração espacial, produção e 
aproveitamento de energia nuclear e em inúmeros outros campos da ciência 
e da indústria. Em consequência do constante e rápido desenvolvimento, a 
International Business Machines Corporation criou em 1949 a IBM World Trade 
Corporation, uma subsidiária inteiramente independente, cujo objetivo era 
aumentar vendas, serviços e produção fora dos Estados Unidos. 
As atividades da IBM World Trade Corporation se estendem hoje por 
mais de 150 países. As fábricas e laboratórios da IBM funcionam em 15 diferentes 
países. Essas fábricas estão integradas aos laboratórios de desenvolvimento 
na França, Alemanha, Espanha, Itália, Holanda, Suécia, Inglaterra, Brasil, 
Argentina, Colômbia, México, Canadá, Austrália e Japão. São 29 laboratórios de 
desenvolvimento que, juntamente com os 5 dos centros de pesquisa pura onde 
são realizadas as mais sofisticadas pesquisas tecnológicas, estão localizados nas 
seguintes áreas geográficas: Europa, América do Sul, América do Norte e Ásia 
– Pacífico (IBM, 2007). 
Até aquele momento da história a evolução da tecnologia da informação 
havia obtido elementos soltos e arcaicos cuja aplicabilidade era pouco significativa 
em termos de aplicação prática de propósito geral. Podia-se fazer uso de alguns 
elementos, porém para aplicações extremamente específicas.
FONTE: Disponível em: <http://www.ibm.com/br/ibm/history/>. Acesso em: 8 jun. 2012.
Se você quiser saber mais sobre a IBM e sua história, consulte: <http://www.ibm.com>.
UNI
24
RESUMO DO TÓPICO 2
Caro(a) acadêmico(a), nesse tópico você estudou que:
• Um dos primeiros projetos de calculadoras de que há registros históricos foi 
deixado por Leonardo Da Vinci e mais de um século mais tarde materializado 
por Blaise Pascal numa calculadora mecânica com capacidade apenas para 
somar e subtrair.
• A partir dessa iniciativa, novos pesquisadores se interessam pelo assunto e inicia-
se uma trajetória de evolução de mais de quatro séculos até que se chegasse aos 
modernos computadores.
• Neste período, um dos mais fantásticos projetos foi a máquina analítica de 
Charles Babbage que possuía as bases utilizadas nos modernos computadores. 
Por seu legado, Charles Babbage é considerado o pai do computador.
• Como computadores são formados por equipamentos e programas, Charles 
Babbage trabalhou em conjunto com Lady Ada que desenvolveu os princípios 
da programação de computadores através da definição das estruturas de 
sequência, seleção e repetição. Em função de seu legado, Lady Ada é considerada 
a primeira programadora da história.
• A primeira aplicação prática de uso da tecnologia da informação em larga escala 
foi realizada pelas máquinas tabuladoras idealizadas por Hermann Hollerith 
para tabular os dados do censo americano de 1890. Hollerith fundou uma 
empresa, que após associação com outra empresa passou a chamar-se IBM 
(International Business Machines).
25
Caro(a) acadêmico(a), como forma de fixar o conteúdo estudado realize 
a autoatividade proposta a seguir:
1 A calculadora mecânica desenvolvida por Blaise Pascal é considerada um 
marco no processo de criação e evolução de dispositivos de automação de 
cálculos. Porém a calculadora de Pascal, denominada Pascalina, permitia 
realizar apenas as operações de soma e subtração. Algum tempo depois, 
outro pesquisador costruiu uma calculadora ditada também das operações 
de divisão e multiplicação. Qual o nome desse pesquisador?
2 Muitos pesquisadores tiveram participação no processo de evolução dos 
dispositivos de automação dos cálculos até que se chegasse aos modernos 
computadores. Nessa trajetória de evolução há um pesquisador que é 
considerado o pai do computador. Qual o nome dele?
3 Computadores são máquinas que precisam ser dotadas de “inteligência” para 
que operem adequadamente. A essa “inteligência” chamamos software ou 
simplesmente programas. A descrição de como programas deve funcionar foi 
realizada no século XIX. Qual o nome da pessoa que descreveu os princípios 
da programação de computadores?
4 As exigências do mundo moderno tornam a utilidade da tecnologia da 
informação cada vezmais importante. Qual a primeira vez que a tecnologia 
da informação foi utilizada em larga escala para atender a necessidade de 
uma população?
AUTOATIVIDADE
26
27
TÓPICO 3
EVOLUÇÕES DO INÍCIO DO SÉCULO XX
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Apesar de grandes projetos terem sido realizados nos séculos anteriores, é 
no século XX que a computação toma corpo e dá um grande salto evolutivo. Neste 
século ocorreu uma série de pesquisas que finalmente permitiram a construção e 
funcionamento adequado dos computadores. 
Inicialmente pensava-se apenas na automação de cálculos, depois se 
percebeu que computadores poderiam ser utilizados com outras finalidades. É 
neste período que muitos pesquisadores direcionaram seus esforços na pesquisa e 
desenvolvimento de diversos dispositivos, componentes e equipamentos. 
Iniciaremos a viagem pelos principais acontecimentos deste período, na 
Europa, de onde surgiu grande parte da inteligência da computação. Em seguida 
partiremos para os EUA, de onde também surgiram muitos projetos importantes 
para a área da Computação/Informática.
2 A AUTOMAÇÃO DOS CÁLCULOS
No início do século XX o engenheiro civil alemão Konrad Zuse projetou 
equipamentos calculadores cuja evolução permitiu que em 1934 fosse iniciado 
o desenvolvimento de uma série de equipamentos conhecidos como máquinas 
de cálculo controladas automaticamente. Zuse teve como motivação o fato de 
ser muito difícil guardar os dados intermediários em longos cálculos utilizando 
dispositivos mecânicos (ALMEIDA, 2002). 
Nesta época Zuse considerava que um calculador automático necessitaria 
apenas de três unidades básicas: uma controladora, uma memória e um 
dispositivo de cálculo. Iniciou então o desenvolvimento do Z1, um equipamento 
construído inteiramente com peças mecânicas que utilizava uma fita de película 
cinematográfica para as instruções que controlavam a máquina (ALMEIDA, 2002). 
28
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
FIGURA 23 – CONRAD ZUSE
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
Em 1938, um aluno de Zuse chamado Helmut Schreyer, construiu uma 
parte do Z1 usando válvulas. Para a conclusão do projeto seriam necessárias 
aproximadamente 1000 válvulas, mas em função das movimentações militares da 
época não era possível conseguir tal quantidade deste material (ALMEIDA, 2002).
Iniciou-se então o desenvolvimento do Z2 usando relês. Tanto o Z1 quanto 
o Z2 eram equipamentos que ainda não funcionavam satisfatoriamente. Apenas 
em 1941 o primeiro modelo totalmente operacional de Zuse foi concluído, o Z3. 
Este equipamento usava dois mecanismos separados para as funções aritméticas e 
tinha uma unidade para conversão de números decimais para binário. O Z3 tinha 
capacidade para executar três a quatro adições por segundo e multiplicava dois 
números em quatro ou cinco segundos (ALMEIDA, 2002). 
TÓPICO 3 | EVOLUÇÕES DO INÍCIO DO SÉCULO XX
29
FIGURA 24 – RÉPLICA DA UNIDADE BINÁRIA UTILIZADA NO Z1
FONTE: O autor.
Em 1944 um bombardeio destruiu a casa de Zuse e com ela o Z3. Logo 
após a conclusão do Z3, foi iniciado o desenvolvimento do Z4 que era em essência 
a mesma máquina, embora mais rápida e com maior capacidade de memória 
(ALMEIDA, 2002). 
Em função da guerra, Zuse conseguiu construir o Z4 apenas em 1950, na 
Suíça. Em seguida, Zuse fundou uma empresa de computadores, absorvida depois 
pela Siemens (ALMEIDA, 2002). 
FIGURA 25 – JOHN VINCENT ATANASOFF
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
30
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
Na Universidade de Iowa, o professor de física John Vincent Atanasoff, 
juntamente com John Berry, iniciou em 1935 um projeto denominado ABC 
(Atanasoff-Berry Computer). 
O ABC era uma máquina dedicada especialmente à solução de conjuntos 
de equações lineares na Física. Funcionava por meio de válvulas, e possuía uma 
leitora e perfuradora de cartões, o que propiciou o desenvolvimento dos primeiros 
conceitos que iriam aparecer nos computadores modernos, a unidade de aritmética 
eletrônica e a memória de leitura e gravação. Esta máquina tornou-se operacional 
apenas em 1942 (ALMEIDA, 2002).
FIGURA 26 – ABC
FONTE: O autor.
A IBM iniciou em 1935 a produção de calculadoras baseadas em relês. 
Estas calculadoras produziam em altas velocidades tabelas de vários tipos com 
alta confiabilidade, conforme havia imaginado Babbage. 
A evolução destes equipamentos se deu pela possibilidade deles poderem 
ser programados através de painéis de controle para ler cartões perfurados, 
executar os cálculos e posteriormente perfurar o resultado no mesmo cartão. 
Empresas como a Remington Rand produziram equipamentos semelhantes 
(ALMEIDA, 2002).
TÓPICO 3 | EVOLUÇÕES DO INÍCIO DO SÉCULO XX
31
FIGURA 27 – HOWARD HATHANWAY AIKEN
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
O primeiro computador produzido pelos americanos cuja arquitetura 
era eletromecânica foi o Harvard Mark I que foi desenvolvido em parceria entre 
a Universidade de Harvard e a IBM (ALMEIDA, 2002). O Harvard Mark I foi 
desenvolvido pelo matemático americano Howard Hathanway Aiken que atuava 
como professor na Universidade de Harvard. 
Esta máquina processava números com precisão de 23 dígitos e executava 
as quatro operações aritméticas básicas, sequências de dados, tabelas de logatirmos 
e funções trigonométricas (ALMEIDA, 2002). O Mark I era controlado através de 
fitas de papel os quais eram perfurados por uma máquina de escrever elétrica.
FIGURA 28 – HARVARD MARK I
FONTE: IBM (2011)
32
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
Dentre outras personalidades que contribuíram para o desenvolvimento 
da tecnologia da informação, o inglês Alan Mathison Turing definitivamente foi o 
mais significativo. Ele estava motivado a identificar um conjunto de procedimentos 
que pudessem ser seguidos para deteminar se uma proposição matemática era ou 
não suscetível de prova. 
O resultado dos trabalhos de Turing em torno do tema foi publicado no 
artigo “On computable numbers, with an application to the entschendungsproblem” 
(STRATHERN, 2000). A obstinação de Turing por provas era tamanha que ele 
queria provar através da matemática a existência, ou não, de Deus.
FIGURA 29 – ALAN MATHISON TURING
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
Na realidade Turing descreveu a sequência de passos a serem seguidos 
para execução do “processo de raciocínio” de uma máquina que poderia receber 
um conjunto de elementos de entrada bastante variado. Turing chamou a sua 
criação de computabilidade. Ele defendia a teoria de que “todo problema desde 
que expresso de maneira lógica apropriada, poderia sempre ser resolvido” 
(STRATHERN, 2000, p. 53).
A teoria da computabilidade foi desenvolvida em 1936 através da imaginação 
de uma máquina que poderia efetuar de forma automática os processos, geralmente 
desenvolvidos por um matemático. Para cada processo haveria uma máquina para 
somar, outra para dividir, outra para calcular integrais e assim por diante. 
TÓPICO 3 | EVOLUÇÕES DO INÍCIO DO SÉCULO XX
33
FIGURA 30 – ACE
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.computerhistory.
org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
Raciocinando sobre o funcionamento dessas máquinas imaginárias, Turing 
chegou a uma brilhante conclusão. Em vez de utilizar uma máquina específica 
para cada processo matemático, era possível desenvolver um aparelho universal 
(máquina universal) que tivesse condições de realizar tudo o que as máquinas 
especializadas poderiam fazer, desde que fossem programadas para tal. 
Turing também trabalhou num computador chamado ACE (AutomaticComputing Engine) para o Laboratório Nacional de Física da Inglaterra 
(STRATHERN, 2000).
FIGURA 31 – ALAN TURING (na porta do ônibus)
FONTE: Hodges (2011)
34
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
Por volta de 1939 com a eclosão da guerra contra a Alemanha nazista, 
Turing foi designado a atuar em Bletchley Park na equipe de decifração de códigos. 
Lá Turing teve notícia de que os alemães haviam desenvolvido uma máquina para 
envio de mensagens codificadas para as frentes de batalha. 
FIGURA 32 – ENIGMA
FONTE: O autor.
A tal máquina era conhecida pelo nome Enigma e se acredita que as 
descobertas de Conrad Zuse tenham contribuído em sua construção (STRATHERN, 
2000).
A principal atividade de Turing e sua equipe era examinar um conjunto 
de mensagens codificadas procurando combinações e/ou padrões para encontrar 
a chave de codificação das mensagens de forma que pudessem decodificá-las e ler 
seu conteúdo. 
TÓPICO 3 | EVOLUÇÕES DO INÍCIO DO SÉCULO XX
35
FIGURA 33 – COLOSSUS NO DIA D (6 de Junho de 1944)
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
Essa era uma atividade relativamente rotineira, então Turing resolveu 
construir uma máquina para executar tal atividade cuja base de funcionamento era 
descrita em “On computable numbers”. Dessa iniciativa foi criada a Colossus, uma 
máquina que recebia os textos de mensagens codificadas pela Enigma e procurava 
nesse texto quaisquer frequência ou combinações que pudesse levar à chave de 
decifração (STRATHERN, 2000).
Essa técnica é conhecida na área de criptografia como decifração por 
força bruta. A Colossus é considerada um importante invento que contribuiu 
de forma significativa para as forças aliadas. A versão mais aperfeiçoada dela 
permitia decifrar uma mensagem codificada pela Enigma em questão de minutos 
(STRATHERN, 2000).
FIGURA 34 – BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES
FONTE: O autor
36
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
Após a guerra, em função de sua homossexualidade, o que também era 
caracterizado como “indecência flagrante” Turing foi preso e julgado. Por ter se 
confessado culpado teve a pena amenizada, tendo sido condenado a um tratamento 
hormonal ao invés da prisão. 
O tratamento resultou em diversos efeitos colaterais o que supostamente 
o levou a uma decisão fatal. Inspirado no filme Branca de Neve e os sete anões, 
particularmente na cena em que a bruxa mergulha uma maçã no veneno ele tenha 
determinado que terminaria seus dias comendo uma maçã envenenada. Na noite 
de 7 de Junho de 1954 Turing comeu uma maçã envenenada e partiu para o sono 
eterno (STRATHERN, 2000).
FIGURA 35 – LOGOMARCA DA APPLE COMPUTER
FONTE: Disponível em: <http://jscustom.theoldcomputer.com/images/
manufacturers_systems/Apple/266430apple-computer-logo.jpg>. 
Acesso em: 8 jun. 2012.
Em determinado momento da história da Apple Computer, empresa que 
desenvolveu a partir da década de 1970 diversos dispositivos computacionais 
significativos para a evolução da tecnologia da informação, o símbolo da empresa 
que é uma maçã com uma mordida recebeu as cores do arco-íris. 
A empresa utilizou o símbolo dessa forma de 1976 até 1998. Aqueles 
que conhecem a história e importância das contribuições de Alan Turing para a 
tecnologia da informação logo relacionaram os elementos, porém a Apple nunca 
admitiu oficialmente que o símbolo e as cores fossem uma alusão a Turing. 
TÓPICO 3 | EVOLUÇÕES DO INÍCIO DO SÉCULO XX
37
FIGURA 36 – PRIMEIRA LOGOMARCA DA APPLE COMPUTER
FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-qIu6mRujtBY/
T4JS2Kc9NmI/AAAAAAAAAuc/YZ-JkQvQhjI/s1600/logo-apple-
antiga.jpg>. Acesso em: 8 jun. 2012.
De acordo com Wosniak (2011), o nome da Apple Computer surgiu na 
Highway 85 num dia em que ele havia ido buscar Steve Jobs no aeroporto. Na 
oportunidade Jobs voltava de uma visita a um local chamado apple orchard (pomar 
de macieiras), então sugeriu o nome Apple Computer. 
A explicação para o uso das cores do arco-íris teria sido sim uma alusão 
a Newton, pois a primeira logomarca da empresa tinha Newton sentado sob uma 
macieira. E a relação com as cores do arco-íris se justifica pelo fato de Newton também 
ter desenvolvido uma teoria das cores baseado na observação de que o reflexo da luz 
num prisma se decompõe em diversas cores.
Assista ao filme Enigma para conhecer mais sobre a Enigma, Colossus, Alan 
Turing e também sobre a evolução da tecnologia da informação.
UNI
38
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
Claude Elwood Shannon defendeu, em 1937, a tese de que os conceitos 
de Geoge Boole teriam grande utilidade no campo da então eletromecânica. Ele 
provou que a álgebra booleana e a aritmética binária poderiam ser utilizadas 
para simplificar a organização de relês. O mais incrível foi que ele fez também 
a analogia inversa, provando a possibilidade de usar organizações de relês para 
resolver problemas de álgebra booleana. 
FIGURA 37 – CLAUDE ELWOOD SHANNON
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
Shannon também é conhecido como o pai da teoria da informação, devido 
a uma publicação sua de 1948 entitulada Teoria Matemática da Comunicação (The 
Mathematical Theory of Communication), na qual Shannon definiu uma medida 
chamada de entropia. A medida de entropia de Shannon passou a ser considerada 
como uma medida da informação contida numa mensagem. Entre outras 
experiências, Shannon trabalhou com Vannevar Bush e nos Laboratórios Bell.
TÓPICO 3 | EVOLUÇÕES DO INÍCIO DO SÉCULO XX
39
FIGURA 38 – VANNEVAR BUSH
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.computerhistory.org>. 
Acesso em: 10 mar. 2012.
Vannevar Bush é conhecido por suas contribuições na computação 
analógica, seu papel político no desenvolvimento da bomba atômica e a ideia do 
memex. Memex (memory extender) é o nome dado por Bush ao teórico sistema 
de computador proto-hypertext. Este dispositivo teria links para uma biblioteca e 
capacidade para apresentar livros e filmes e seguir referências cruzadas entre os 
elementos. O memex influenciou o subsequente desenvolvimento do hipertexto.
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RESUMO DO TÓPICO 3
Caro(a) acadêmico(a), nesse capítulo você estudou que:
• Uma das mentes mais brilhantes da história da Computação/Informática foi a 
do britânico Alan Mathison Turing o qual nos deixou o legado do princípio da 
computabilidade. Turing afirmava que todo problema que fosse devidamente 
expresso através da lógica, poderia ser resolvido.
• Enigma foi o nome dado a uma máquina construída para codificação de 
mensagens de guerra. Esta máquina foi utilizada pelas forças nazistas com 
relativo sucesso até que outra máquina fosse criada para decodificar tais 
mensagens.
• A tecnologia da informação também teve significativa participação no resultado 
final da Segunda Guerra Mundial através da decifração de mensagens com a 
máquina Colossus, que teve significativa participação de Alan Turing, pai da 
teoria da computabilidade.
• Uma das empresas mais significativas dos últimos tempos na área de 
Computação/Informática é a Apple Computadores, a qual foi fundada por Steve 
Jobs e Steve Wosniak. Embora a grande maioria das pessoas que conhecem a 
Apple a relacionem apenas a Steve Jobs, foi Steve Wosniak quem desenvolveu 
seus primeiros projetos de computadores. As habilidades de Jobs e Wosniak 
somadas é que permitiram à Apple se tornar o que é hoje, apesar de Wosniak ter 
deixado a empresa há bastante tempo.
41
Caro(a) acadêmico(a), como forma de fixar o conteúdo estudado realize 
a autoatividade proposta a seguir:
1 Diversas formas de representação dos números foram criadas através dos 
tempos, porém teve uma representação que passou a ser adotada como 
modelo universal. Como se chama esse modelode algarismos?
2 Os primeiros computadores eram essencialmente baseados em dispositivos 
eletromecânicos e a aritmética utilizada era a decimal. Num dado momento 
um pesquisador iniciou o uso da aritmética binária. Qual o nome desse 
pesquisador?
3 Durante a Segunda Guerra Mundial dois dispositivos para codificação e 
decodificação de mensagens foram construídos. Esses dispositivos tiveram 
grande significância em sua utilização relativa às comunicações de guerra. 
Qual o nome deles?
4 A ideia de uma máquina que pudesse executar quaisquer instruções baseadas 
em um programa foi concebido há bastante tempo, porém a descrição do 
funcionamento de tal máquina foi realizada apenas no século XX. Qual o 
nome do pai da teoria da computabilidade?
AUTOATIVIDADE
42
43
TÓPICO 4
O BERÇO DA INFORMÁTICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
É no século XX que ocorrem os principais eventos que conduziram a área 
da Computação/Informática ao que conhecemos atualmente. Os mais importantes 
em termos de fundamentos, ocorreram na primeira metade do século.
Já na segunda metade do século XX pode ser identificado um grande 
volume de acontecimentos que conduziram a área da Computação/Informática ao 
que é popularmente conhecido nos dias atuais.
2 O NASCIMENTO DA COMPUTAÇÃO
Em 1939 William Reddington Hewlett e David Packard, fundaram a 
Hewlett-Packard Company (HP) na garagem da casa de David com um capital 
inicial de US$ 538 (quinhentos e trinta e oito dólares). 
O primeiro equipamento produzido pela HP foi um oscilador de áudio, 
sendo que um dos primeiros clientes da empresa foi a Walt Disney. A Walt Disney 
encomendou 8 osciladores de áudio HP 200B para uso no filme Fantasia. Foi a 
primeira grande venda da HP (McLAUGHLIN; WEIMERS; WINSLOW, 2008). 
A HP é responsável por muitas inovações tecnológicas, produzindo 
equipamentos eletrônicos para testes e medições, calculadoras, computadores, 
impressoras laser e impressoras a jato de tinta. A garagem que serviu como primeiro 
endereço da HP é considerado o berço do Vale do Silício na Califórnia, EUA (HP, 
2011).
44
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
FIGURA 39 – GARAGEM DA HP
FONTE: O autor
Os princípios arquiteturais dos modernos computadores foram 
desenvolvidos em 1944 por John Von Neumann da universidade da Pensilvânia. 
Esta arquitetura ficou conhecida por “arquitetura de Von Neumann”. 
 
Um dos principais conceitos estabelecidos foi o de programa armazenado, 
ou programa interno. Diversos outros princípios foram propostos, mas nenhum 
deles teve fundamentos tão concretos quanto os de Neumann (ALMEIDA, 2002). 
FIGURA 40 – JOHN VON NEUMANN AO LADO DE UM COMPUTADOR IAS EM 1951
FONTE: O autor.
TÓPICO 4 | O BERÇO DA INFORMÁTICA
45
Almeida (2002) acrescenta que Von Neumann era fascinado pela física 
quântica e também pela teoria dos jogos. Criou o método Monte Carlo, que utiliza 
números aleatórios para resolver equações matemáticas. 
Teve participação no Projeto Manhattan, colaborando no estudo de produção 
da bomba atômica. Participou ainda dos projetos do ENIAC (Electronic Numeric 
Integrator and Calculator) e do EDVAC (Electronic Discrete Variable Computer). 
FIGURA 41 – JOHN PESPER ECKERT JR.
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
O professor da Universidade da Pensilvânia John William Mauchly, 
juntamente com o físico John Pesper Eckert Jr. colocaram em operação, no ano 
de 1946, o ENIAC (Eletronic Numeric Integrator and Calculator). Este foi um dos 
primeiros trabalhos importantes em computação eletrônica. 
Entre muitos de seus componentes o ENIAC tinha em torno de 18.000 
válvulas, 70.000 resistores e 10.000 capacitores. Consumia cerca de 150 Kwats 
de potência, ocupando uma área de aproximadamente 1400 metros quadrados 
(ALMEIDA, 2002). O ENIAC operou até 1955. John Mauchly é reponsável também 
pelo desenvolvimento em 1949, de uma linguagem de programação de alto nível, 
chamada Short Order Code.
46
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
FIGURA 42 – ENIAC
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
O primeiro computador eletrônico automático a ser produzido 
comercialmente foi o UNIVAC (Universal Automatic Computer). Construído pela 
Remington-Rand, o primeiro UNIVAC I foi enviado ao Bureau do censo de 1951, 
sendo então usado para tabular os dados do recenseamento.
FIGURA 43 – UNIDADE DE OPERAÇÃO DO UNIVAC
FONTE: O autor.
O UNIVAC I também foi o primeiro computador usado para processamento 
de dados em negócios, pela General Electric, na usina de Louisville, no ano de 
1954. Com essa iniciativa dava-se o primeiro passo para o uso de computadores 
como ferramenta de apoio aos negócios.
TÓPICO 4 | O BERÇO DA INFORMÁTICA
47
Em 1957 existiam três grandes linguagens para computadores: APT, 
FORTRAN e FLOW-MATIC. Nesta época era grande a necessidade de uma 
linguagem simples e padronizada para aplicações comerciais. 
A linguagem que veio para solucionar este problema foi o COBOL (Common 
Business Oriented Language), tendo sido em grande parte baseada na linguagem 
FLOW-MATIC que foi desenvolvida por Grace Murray Hopper (ALMEIDA, 2002).
FIGURA 44 – GRACE MURRAY HOPPER
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
A partir desse momento estava criado o computador como conhecemos 
atualmente, os principais princípios dos sistemas básicos de operação (sistemas 
operacionais) e algumas linguagens de programação que viriam a servir de base 
para o desenvolvimento das demais linguagens de programação até as utilizadas 
nos dias atuais.
3 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E 
COMUNICAÇÃO
O termo tecnologia implica o conhecimento científico aliado aos métodos, 
processos e ferramentas utilizados a partir deste conhecimento. Diante disso, pode-
se entender que a tecnologia é parte integrante de praticamente todas as áreas de 
conhecimento. O desenvolvimento tecnológico por consequência está presente em 
todas as áreas em maior ou menor grau. 
48
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
Recentemente experimentamos um desenvolvimento tecnológico bastante 
significativo. Alguns dos grandes desenvolvimentos tecnológicos que merecem 
destaque são a decodificação do DNA, TV digital, clonagem animal, ônibus 
espacial, computador pessoal, internet e a educação a distância.
As Tecnologias da Informação e Comunicação, também tipicamente 
referenciadas por TICs, são o conjunto de recursos tecnológicos utilizados por 
uma parcela da sociedade com diversos objetivos. Na maioria dos casos as TICs 
são utilizadas para automação de atividades, seja na indústria, no comércio ou na 
educação. 
As TICs também são largamente utilizadas no âmbito pessoal como forma 
de se relacionar compartilhando informações, conteúdos e sentimentos. Alguns 
exemplos de TICs são os computadores pessoais, tablets, telefonia celular, internet, 
correio eletrônico, tecnologias de acesso remoto (wireless) e tecnologias digitais 
para captação e tratamento de sons e imagens.
O desenvolvimento das TICs tem gerado uma série de consequências 
para a sociedade. Dentre estas se podem destacar o aumento da competitividade 
empresarial e as pessoas em relação à suas posições dentro das empresas. 
As TICs têm influenciado também, nos processos de planejamento e ações 
das empresas, fazendo com que algumas empresas transformassem seus negócios 
em poucos anos. Um exemplo é a corrida para oferta de produtos através de sites na 
internet. Esta corrida requer preocupação com a tecnologia envolvida, a segurança 
dos dados e informações da empresa e dos clientes, organização em termos de 
logística para realizar a entrega dos produtos vendidos, entre outras providências.
As TICs têm influenciadotambém, na queda dos custos de artefatos 
tecnológicos bem como queda nos custos de processamento de dados, de serviços 
e de determinados produtos em função dos recursos tecnológicos empregados. 
Num panorama geral, as consequências para os indivíduos e a sociedade têm sido 
bastante positivas, permitindo acesso a informações, produtos e serviços, o que se 
pode caracterizar como melhoria na qualidade de vida.
Porém, você sabe qual a diferença entre informação e conhecimento? Então 
vamos lá, vamos explicar um pouco melhor esses conceitos, pois não podemos 
Você provavelmente utiliza pelo menos uma destas TICs no seu dia a dia, certo? E 
realmente estas tecnologias vieram para tornar nossas vidas melhores, você não acha?
UNI
TÓPICO 4 | O BERÇO DA INFORMÁTICA
49
confundir informação com conhecimento. A informação é um conjunto de 
conteúdos que estão disponíveis. O conhecimento é fruto do processamento destas 
informações transformando-a em algo novo a partir das informações disponíveis.
 Logo, a informação não necessariamente gera conhecimento, pois é 
necessário que o indivíduo entenda e processe a informação transformando-a 
em conhecimento. Diante deste quadro e da realidade em termos de uso de TICs 
pode-se ter evidências de que vivemos a sociedade da informação, que é um 
pouco diferente do que se define como sociedade do conhecimento ou era do 
conhecimento.
São consideradas, entre outras, as Novas Tecnologias da Informação e 
Comunicação os computadores pessoais, telefonia móvel, TV por assinatura, 
correio eletrônico, internet, tecnologias digitais e tecnologias de acesso remoto 
(MARINHO, 2011).
4 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E O ENSINO
John McCarthy juntamente com Marvin Minski desenvolvem, em 1956, o 
conceito de inteligência artificial. Em 1959 McCarthy desenvolveu a linguagem 
Lisp (List Processing), primeira linguagem de programação para aplicações em 
inteligência artificial. 
Atualmente, a inteligência artificial é largamente utilizada em diversas 
áreas do saber. Na educação a inteligência artificial pode ser utilizada em 
jogos educacionais ou ferramentas de simulação que permitam desenvolver 
determinadas competências (ALMEIDA, 2002).
FIGURA 45 – JOHN MCCARTHY
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
50
UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
Steve Russel, estudante do MIT (Massachussets Institute of Technology) 
desenvolveu em 1962 um dos primeiros jogos para computador, denominado 
Spacewar. O jogo Spacewar inspirou o desenvolvimento dos vídeo-games 
(ALMEIDA, 2002).
FIGURA 46 – MARVIN MINSKI
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
Embora haja o entendimento de que jogos são caracterizados como uma 
prática reacreativa, as visões mais modernas acerca da utilização de jogos no 
processo de ensino e aprendizagem definem que podem e devem ser utilizados 
para tal finalidade. As características intrínsecas têm tornado os jogos um veículo 
de aprendizagem e comunicação ideal para o desenvolvimento do educando 
(MURCIA, 2005). 
FIGURA 47 – TELA DO JOGO SPACEWAR
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
TÓPICO 4 | O BERÇO DA INFORMÁTICA
51
Embora pareça uma abordagem moderna, a utilização de jogos como 
ferramenta educacional é uma prática antiga. A utilização de jogos com finalidades 
educacionais foi iniciada em Roma e Grécia Antiga (KISHIMOTO, 1999). Embora 
fossem utilizados, os jogos não eram considerados ferramentas adequadas pela 
pedagogia tradicional, na qual o processo de ensino e aprendizagem era fortemente 
centrada na figura do educador. Naquela época os jogos eram considerados 
inadequados para serem utilizados na educação (MURCIA, 2005).
Apenas a partir da segunda metade do século XX é que se intensificaram 
as pesquisas sobre a utilização de jogos como ferramenta no processo de ensino 
e aprendizagem. Na década de 1960 foram alocados recursos em inúmeras 
universidades dos Estados Unidos para realização de pesquisas na área de jogos 
educacionais (ROCHA, 1997).
Os professores John Kemeny e Thomas Eugene Kurtz, desenvolveram em 
1964, com finalidades didáticas, a linguagem BASIC (ALMEIDA, 2002). O nome 
BASIC na realidade é uma sigla que significa Beginner’s All-Purpose Symbolic 
Instruction Code, ou seja, conjunto de instruções simbólicas de múltiplos propósitos. 
O BASIC é mais um exemplo de preocupação em termos de desenvolvimento 
de recursos tecnológicos que permitam facilitar a aprendizagem. BASIC também 
é o nome genérico dado a uma grande família de linguagens de programação 
derivadas do BASIC original. 
FIGURA 48 – TARTARUGA RETRATANDO SEYMOUR PAPERT
FONTE: PAPERT (2011)
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UNIDADE 1 | HISTÓRICO DA COMPUTAÇÃO
Teve contribuição também no uso da tecnologia para o ensino Seymour 
Papert, matemático e importante educador do MIT (Massachussets Institute of 
Technology). Papert é um pesquisador bastante conhecido pelas pesquisas em 
torno do uso de computadores na educação. Na década de 1970, quando os 
computadores eram bastante limitados e ainda não possuía interface gráfica ele 
criou uma linguagem de programação denominada Logo. A ideia da linguagem 
LOGO era de um programa de desenho que controlava as ações de uma tartaruga 
mecânica traçando uma trilha com uma caneta no papel (ALMEIDA, 2002).
Papert também é conhecido pela criação do termo construcionismo 
que é uma abordagem do construtivismo cuja essência está em permitir que o 
estudante construa o seu conhecimento podendo se valer de ferramentas como o 
computador, para auxiliá-lo. Ele defendia o uso da tecnologia como ferramenta de 
apoio à educação. O computador pode ser um importante elemento para auxiliar o 
estudante no processo de construção de conhecimentos. (ALMEIDA, 2002).
No ano de 1969 o governo americano interligou as máquinas da ARPANET. 
Essa ação formou uma rede interligada de equipamentos a partir da qual foi 
formada a internet (ALMEIDA, 2002). É importante destacar que a ARPANET foi 
uma rede de comunicações concebida com finalidade exclusivamente militares.
FIGURA 49 – NIKLAUS WIRTH
FONTE: Computer History Museum. Disponível em: <http://www.
computerhistory.org>. Acesso em: 10 mar. 2012.
O professor Niklaus Wirth, que atuou na Universidade de Stanford e 
na Swiss Federal Institute of Technology (ETH), desenvolveu no ano de 1971 uma 
linguagem de programação destinada ao ensino de programação para acadêmicos 
iniciantes na área de Ciência da Computação. 
TÓPICO 4 | O BERÇO DA INFORMÁTICA
53
A contribuição de Wirth com a linguagem Pascal é muito significativa, 
pois ainda hoje a linguagem é utilizada em diversos locais do mundo para ensinar 
programação. Niklaus Wirth contribuiu também com o desenvolvimento de outras 
duas linguagens de programação denominadas Algol-W e Modula.
5 O SURGIMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
COMO A CONHECEMOS
A tecnologia da informação tal qual a conhecemos na atualidade iniciou 
uma trajetória de grande evolução a partir da década de 1970 quando empresas 
como Apple, IBM, Microsoft entre outras, iniciaram o desenvolvimento de 
computadores e softwares para uso pessoal. 
Até aquele momento não se imaginava que o computador pudesse ser 
utilizado para atividades pessoais. Imaginava-se apenas que computadores 
serviam esclusivamente para realização de cálculos complexos em projetos de 
pesquisa de Universidades ou para processamento de dados de negócios.
Bill Gates juntamente com Paul Allen fundam em 1975 a Microsoft. “Um 
computador em cada casa e em cada mesa de trabalho.” Essa era a proposta 
da Microsoft quando a empresa foi fundada. Hoje, depois de ajudar a tornar a 
tecnologia acessível a milhões de pessoas no Brasil e no mundo, a Microsoft

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