Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Unidade II FISIOLOGIA VEGETAL Profa. Emmanuelle Costa Nutrição vegetal É o processo pelo qual um organismo obtém as substâncias e elementos necessários à sua sobrevivência e que lhes servem de alimento. No caso das plantas, a nutrição é autótrofa fotossintetizante, mas ainda assim, elas devem absorver do solo as substâncias (sais minerais) contendo elementos químicos indispensáveis. A nutrição pode então ser: orgânica: produção de substâncias orgânicas via fotossíntese; mineral: absorção de sais minerais do solo, pela raiz. Nutrição vegetal Em 1838, definiu-se a lei do mínimo: Enunciava que “se apenas um dos elementos necessários para a nutrição das plantas falta, a planta sofrerá, a despeito de todos os outros elementos necessários para a produção vegetal estarem presentes em quantidade suficiente”. Considerou-se 15 elementos como importantes: O, C, N, S, P, Cl, K, Na, Ca, Mg, Al, Si, Fe e Mn. Nutrição vegetal Fonte: http://aquapeixes.for umeiros.com/t479- sinais-de- deficiencia-nutritiva- das-plantas Nutrição vegetal Fonte: http://anime-team.page.tl/modulo-03-_- Nutri%E7%E3o-vegetal-e-fertilidade.htm Macro e micronutrientes No que diz respeito às quantidades requeridas, os elementos podem ser classificados em: Macroelementos: necessários em grandes quantidades, geralmente são os componentes das moléculas orgânicas e biomoléculas. Exemplo: KNO3, que fornece K, N e O. Microelementos: necessários apenas em pequenas quantidades, geralmente são cofatores de enzimas. Exemplo: H3BO3, fonte do elemento Boro. Critérios de essencialidade 1. na ausência do elemento, a planta não completa o seu ciclo vegetativo; 2. o elemento não pode ser substituído por nenhum outro; 3. o elemento deve ter um efeito direto na vida da planta e não exercer apenas o papel de, com sua presença no meio, neutralizar efeitos físicos, químicos ou biológicos desfavoráveis para o vegetal. Importância dos nutrientes nas plantas Estrutural O elemento faz parte da molécula de um ou mais compostos orgânicos. Exemplos: N – aminoácidos e proteínas; Mg –clorofilas. Ativador enzimático O elemento está presente na fase dissociável da fração proteica da enzima; é necessária à atividade da mesma. Constituinte de enzima Refere-se a elementos, geralmente, metais ou elementos de transição (Mo), que fazem parte do grupo protético de enzimas e que são essenciais às atividades destas, como é o caso de Cu, Fe, Mn, Mo, Zn, Ni. Importância dos nutrientes nas plantas Sequência de eventos biológicos em plantas deficientes de nutriente. Fonte: http://www. nutricaodep lantas.agr.b r/site/downl oads/unesp _jaboticabal /apostila_nu tricaoplanta _fevereiro_ 06.pdf Redução da velocidade dos processos metabólicos Paralisação/desarranjo dos processos biológicos Nível molecular Alteração de membranas, parece celular, organelas Nível subcelular Alteração/deformação das células Nível celular Alteração dos tecidos Nível de tecido = sintoma (clorose/necrose) Resistência a doenças induzidas pela nutrição de plantas Modificações anatômicas: células da epiderme mais grossa, lignificadas e/ou silificadas. Propriedades fisiológicas e bioquímicas: produção de substâncias inibidoras e repelentes. Capacidade de resposta da planta ao ataque dos parasitas: aumentando as barreiras mecânicas e síntese de compostos tóxicos. Absorção dos micronutrientes decomposição das rochas; reciclagem da matéria orgânica; mobilização da vida do solo; do aumento do espaço enraizado; arejamento do solo através da sua boa agregação; água no solo; temperatura em torno de 25 graus (acima de 32 graus a planta não absorve mais água). Interatividade As plantas necessitam de diversos elementos químicos para realizarem o seu crescimento por completo. A respeito do assunto, assinale a alternativa correta: a) Os elementos essenciais são divididos em macronutrientes e micronutrientes. b) Os elementos mais abundantes na planta são P, Na e Si, que representam mais de 900 g.kg-1 da massa seca de uma planta. c) Os macronutrientes são de maior importância que os micronutrientes para o crescimento das plantas. d) A adição de elevada quantidade de Na ao solo pode levar à deficiência de P nas plantas, como resultado de uma interação antagônica. e) O, C, H e N são considerados tóxicos, pois podem impedir o crescimento das plantas. Propriedades da água É uma molécula polar: dissolve bem substâncias polares. Fonte: Taiz & Zeiger (2002) Propriedades da água Forma pontes de hidrogênio. Coesão: atração mútua entre as moléculas. Adesão: atração das moléculas a materiais sólidos. Fonte: Taiz & Zeiger (2002) Propriedades da água Alto calor específico: quantidade de energia é necessária para aumentar a temperatura da água. Na maior parte do planeta a água é líquida. Alto calor latente de vaporização: permite que as plantas liberem calor em situações de insolação alta. O movimento da água Movimento – diferenças de energia potencial (água – potencial hídrico). Potencial Hídrico (w ). É a energia com a qual a água se deslocará (movimento). O valor do potencial hídrico da água pura e livre contida em reservatório, à pressão e temperatura ambiente: w = 0 (estado padrão da água). O movimento da água ψw ψw Maior potencial Menor potencial Fonte: Hamachi, L. O movimento da água Componentes do potencial hídrico (ψw ): Potencial osmótico (ψs): devido à osmose. Potencial gravitacional (ψg): devido à força gravitacional. Potencial de pressão (ψp): pressão hidrostática, na célula chama-se pressão de turgor. Fórmula: ψw = ψs + ψg + ψp. O movimento da água Nas células: Fonte: Taiz & Zeiger (2002) Célula túrgida Água destilada Solução de sacarose 0,3 M Célula flácida Célula túrgida O movimento da água Fonte: Taiz & Zeiger (2002) Na planta: Na planta, o movimento da água depende da diferença de potencial hídrico entre o solo, os órgãos do vegetal e a atmosfera. Linha do solo Xilema Através da raiz Solo Espaços intercelulares foliares O movimento da água Principal componente que determina o transporte da água do solo para a planta: Fonte: Taiz & Zeiger (2002) O movimento da água Teoria de Dixon ou Coesão – Tensão – Transpiração. Folhas exercem uma força de sucção que garante a ascensão de uma coluna de água no interior do xilema desde as raízes, conforme ocorre a transpiração. Fonte: Taiz & Zeiger (2002) Interatividade Qual a razão de os vasos, nos quais cultivamos plantas terrestre ornamentais, possuírem um orifício no fundo para drenar o excesso de água? a) Elevar o pH da solução do solo e assim permitir uma melhor nutrição das plantas. b) Diminuir a velocidade da decomposição da matéria orgânica do solo. c) Evitar o crescimento demasiado das raízes e a consequente necessidade de transplante do vegetal. d) Evitar uma quantidade excessiva de nutrientes disponíveis à planta. e) Permitir a presença de espaços arejados no solo, com oxigênio suficiente para a respiração das raízes. Principais fatores ambientais que afetam o crescimento vegetal Alguns fatores estão diretamente relacionados ao crescimento do vegetal. Quer seja pelo excesso ou a carência. Dentre os fatores podemos destacar: 1. luz; 2. temperatura (alta ou baixa); 3. disponibilidade de água; 4. salinidade; 5. gases (oxigênio e gás carbônico). Fator ambiental:luz - fotoperiodismo Por que a luz é uma fator ambiental no crescimento do vegetal? A luz pode afetar diversos processos da planta, além de ser fonte de energia para a fotossíntese. Provavelmente, é o fator ambiental mais importante na sinalização para o crescimento da planta. Três características principais da luz têm efeito biológico: qualidade; direção; quantidade. Fator ambiental: luz - fotoperiodismo De que maneira a direção da luz pode influenciar? A direção da luz pode influenciar no crescimento orientado das plantas, que resulta em curvatura: fototropismo. Fonte: http://redmosquito- neto.blogspot.com.br/20 10_07_01_archive.html Fator ambiental: luz - fotoperiodismo Fotoperíodo crítico: (FPC) corresponde ao valor em horas de iluminação, que determina a floração ou não de uma planta. O fotoperíodo crítico é específico de cada espécie. I. Plantas de dia curto: florescem quando a duração do período iluminado é inferior ao seu fotoperíodo crítico. II. Plantas de dia longo: florescem quando a duração do período iluminado é maior que o seu fotoperíodo crítico. III. Plantas indiferentes: a floração não depende do fotoperíodo. Fator ambiental: luz - fotoperiodismo Fotoperíodo crítico da espécie = 11 hs. Floresce quando submetida a um período de luminosidade inferior ao seu fotoperíodo crítico. Fonte: cienciasdavidaedaterra25.blogspot .com.br/2012_04_01_archive.html Fator ambiental: luz - fotoperiodismo Interrompendo o período noturno por um breve período luminoso, a planta de dia curto não floresce, pois, na verdade, ela necessita é de uma “noite longa” contínua. Interrompendo o período noturno por um breve período luminoso, a planta de dia longo floresce, pois, como ela necessita de “noite curta” para florescer, a interrupção da noite longa faz com que a noite se torne curta para planta e então ela floresce. Fator ambiental: luz - fotoperiodismo Plantas de dia curto (noite longa). Florescem no final do verão ou durante o outono. Plantas de dia longo (noite curta). Florescem no final da primavera ou início do verão. Fonte: http://mundoardido.com/forum/viewtopic.php?p=46 Fator ambiental: luz – fitocromo: tipos de resposta Há dois tipos de respostas: rápidas: envolvem eventos bioquímicos (ex.: reações enzimáticas); lentas: envolvem eventos morfológicos e de crescimento (ex.: indução floral). Fotoperiodismo: interrupção da noite 1. A interrupção do período escuro com um flash de luz vermelha (660nm) inibe a floração da planta de dia curto. 2. Um flash de luz vermelha seguido de um flash de vermelho longo (730nm), reverte o efeito. 3. Uma sequência de flashs com a luz vermelha, por último, inibe a floração. 4. Uma sequência de flashs com vermelho longo, por último, permite a floração, como se a noite não tivesse sido interrompida. 5. Existem ainda plantas neutras, que são indiferentes à duração do fotoperíodo. Interatividade O estômato é uma estrutura encontrada na epiderme foliar, constituída por duas células denominadas células-guarda. Estas absorvem água quando há grande concentração de íons potássio em seu interior, o que leva o estômato a se abrir. Se o suprimento de água na folha é baixo, ocorre saída de íons potássio das células-guarda para as células vizinhas, assim as células-guarda tornam-se: a) Flácidas, provocando o fechamento do estômato. b) Flácidas, provocando a abertura do estômato. c) Flácidas, não alterando o comportamento do estômato. d) Túrgidas, provocando o fechamento do estômato. e) Túrgidas, provocando a abertura do estômato. Fotoperiodismo e outros eventos Brotação de gemas dormentes. Abscisão foliar no outono. Formação de bulbos ao final da estação de crescimento. Germinação de alguns tipos de sementes. Ausência de luz: estiolamento O foto-controle da síntese de clorofila: Plantas crescidas no escuro apresentam alongamento excessivo do caule, os primórdios foliares não se expandem e algumas vezes o gancho apical não se desfaz. Cinco minutos diários de luz vermelha (660nm) são suficientes para minimizar alguns desses sintomas, indicando a participação do fitocromo. Fotoblastia: importância ecológica Evita que plantas de sementes pequenas germinem em local muito sombreado, que impossibilita a sobrevivência das plântulas. Plantas de sombra geralmente têm sementes neutras e ricas em reservas Temperatura baixa Reduz a atividade enzimática como um todo e pode causar diferentes injúrias, dependendo da espécie e sua tolerância ao frio. Sementes recalcitrantes de espécies tropicais, geralmente, não podem ser armazenadas a temperaturas abaixo de 10-15ºC. Temperatura baixas, mas sem congelamento (0-10ºC) podem induzir respostas biológicas em espécies adaptadas: indução da floração (vernalização); quebra de dormência de sementes embebidas (estratificação). Temperatura alta Temperatura elevada pode induzir: dormência secundária de sementes (termodormência); danos celulares; aumento da transpiração; interrupção do crescimento; inibição da fotossíntese antes da respiração. A temperatura limite para causar morte e o tempo de exposição variam entre espécies e órgãos. O etileno está envolvido na superação da termodormência de sementes de alface. Vernalização Definição: promoção da floração devido à exposição a baixas temperaturas ou chilling. O ápice do caule é o local de percepção do estímulo pelo frio. A necessidade de vernalização é controlada geneticamente. O gene FLC é um potente repressor da floração. O tratamento de frio inibe a expressão desse gene e libera a floração. A aplicação de giberelina pode substituir a exposição ao frio. Interação entre luz e temperatura Principal interação Fotoperíodo – alternância de temperatura. Para algumas espécies, a vernalização deve ser seguida do fotoperíodo adequado para induzir a floração. Provavelmente, a vernalização é necessária para que o meristema apical se torne competente a responder aos sinais que induzem a floração. Interatividade Qual das alternativas abaixo, corresponde a uma planta de dia curto, com fotoperíodo crítico igual a 10 horas e uma planta de dia longo com fotoperíodo crítico igual a 14 horas, respectivamente? Tempo de exposição por dia / Comportamento a) 15 horas Não floresce/ Floresce b) 8 horas Floresce/Floresce c) 9 horas Não Floresce/Floresce d) 11 horas Não Floresce/Floresce e) 13 horas Floresce/Não Floresce ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar