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55 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL Unidade II 5 NUTRIÇÃO VEGETAL As plantas são consideradas organismos autotróficos devido à sua capacidade de produzir seu próprio alimento, retirando CO2 da atmosfera e água e nutrientes minerais do solo. Através do processo de nutrição, um organismo obtém as substâncias e os elementos necessários à sua sobrevivência e que lhes servem de alimento. No caso das plantas, a nutrição é autótrofa fotossintetizante, mas ainda assim elas devem absorver do solo sais minerais, contendo elementos químicos indispensáveis. Os nutrientes são absorvidos na forma de íons inorgânicos e através do sistema radicular da planta entram na biosfera. A absorção mineral feita pela planta é um processo bastante efetivo, devido à grande área superficial das raízes e à sua grande capacidade para absorver íons inorgânicos em baixas concentrações na solução do solo. Outros mecanismos estão relacionados com organismos capazes de fazer simbiose com as plantas, como os fungos (micorrízicos) e as bactérias fixadoras de nitrogênio, contribuindo para a aquisição de nutrientes pelas plantas. Depois que os íons são absorvidos, estes são transportados para as diversas partes do corpo do vegetal, assimilados e utilizados em importantes funções, vitais para as plantas. A nutrição pode então ser: • Inorgânica ou mineral: os nutrientes encontram‑se no substrato onde a planta vive (solo, água e, eventualmente, meio aéreo) e a sua absorção é realizada principalmente pelas raízes. As folhas também podem executar esse papel. • Orgânica: produção de substâncias orgânicas via fotossíntese. O nutriente é um elemento químico que pode ser considerado essencial para as plantas quando atende aos seguintes critérios: • Na ausência do elemento a planta não completa o seu ciclo vegetativo. • O elemento não pode ser substituído por nenhum outro. • O elemento deve ter um efeito direto na vida da planta e não exercer apenas o papel de, com sua presença no meio, neutralizar efeitos físicos, químicos ou biológicos desfavoráveis para o vegetal. Estudos utilizando compostos encontrados na zona radicular demonstraram que os seguintes elementos são considerados importantes: O, C, N, S, P, Cl, K, Na, Ca, Mg, Al, Si, Fe e Mn. A partir desse conhecimento, em 1838 definiu‑se a lei do mínimo: “se apenas um dos elementos necessários para a 56 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II nutrição das plantas faltar, a planta sofrerá, a despeito de todos os outros elementos necessários para a produção vegetal estarem presentes em quantidade suficiente”. Quadro 2 – Elementos essenciais para as plantas superiores e suas concentrações consideradas adequadas para o crescimento normal da planta Elemento Símbolo químico Forma disponível Concentração na matéria seca (mmol/kg) Macronutriente Hidrogênio H H2O 60.000 Carbono C CO2 40.000 Oxigênio O O2+ CO2 30.000 Nitrogênio N NO 3 ‑ NH4 + 1000 Potássio K K+ 250 Cálcio Ca Ca2+ 125 Magnésio Mg Mg2+ 80 Fósforo P H2PO4 ‑ 60 Enxofre S SO4 2‑ 30 Silício Si SiO2 30 Micronutriente Cloro Cl Cl‑ 3,0 Boro B BO3 3‑ 2,0 Ferro Fe Fe2+, Fe3+ 2,0 Manganês Mn Mn2+ 1,0 Sódio Na Na+ 0,4 Zinco Zn Zn 2+ 0,3 Cobre Cu Cu+ Cu2+ 0,1 Níquel Ni Ni2+ 0,05 Molibdênio Mo MOO4 2‑ 0,001 Fonte: Hopkins (2000, p. 72). Os elementos minerais essenciais são usualmente classificados como macro ou micronutrientes, de acordo com a sua concentração relativa no tecido ou de acordo com a concentração requerida para o crescimento adequado da planta. No que diz respeito às quantidades requeridas, os elementos podem ser classificados em: • Macronutrientes: necessários em grandes quantidades, geralmente são os componentes das moléculas orgânicas e biomoléculas. • Micronutrientes: necessários apenas em pequenas quantidades, geralmente são cofatores de enzimas. 57 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL A maioria dos nutrientes essenciais ao homem e aos animais também desempenha funções importantes no desenvolvimento vegetal e, em muitos casos, seus mecanismos de ação são similares. Diversos fatores relacionados ao ambiente e à adaptação das espécies vegetais podem influenciar a capacidade das plantas de absorver e translocar alguns elementos. Saiba mais Para aprofundar seus conhecimentos sobre esse assunto, leia: MORAES, M. F. Relação entre nutrição de plantas, qualidade de produtos agrícolas e saúde humana. Informações Agronômicas, n. 123, p. 21‑23, set. 2008. Disponível em: <http://www.ipni.net/PUBLICATION/IA‑BRASIL.NSF /0/201C7B93E48A051B83257A90005EBE36/$FILE/Page21‑23‑123.pdf>. Acesso em: 1º jun. 2016. 6 ELEMENTOS BENÉFICOS Alguns elementos não são considerados essenciais, contudo estimulam o crescimento dos vegetais; são elementos que apresentam aspectos benéficos ao crescimento de certas plantas, a exemplo do sódio, do silício, do cobalto, do alumínio e do selênio. O sódio (Na), por exemplo, é importante para algumas plantas que apresentam fotossíntese C4. Essas plantas acumulam sódio em seus tecidos e são denominadas plantas halófitas. Observação As plantas halófitas são aquelas que podem crescer em ambientes com alto teor salino, a exemplo de deserto, mangues e restingas. Essas plantas são de interesse para locais com alta salinidade nos lençóis de água subterrânea, devido à sua capacidade de conseguir retirar grandes quantidades de sais do solo. A planta apresenta potencialidade como despoluidora de solos contaminados pela salinidade do rejeito de dessalinizadores. Além disso, é uma excelente opção forrageira quando misturada a outros alimentos para animais da região semiárida. A espécie de nome comum erva‑sal, assim como outras do gênero Atriplex, apresenta boa performance no desenvolvimento e na produtividade em ambientes considerados marginais, quando comparada às forrageiras de outros gêneros. Em função da sua produtividade, tolerância à salinidade e rusticidade, a erva‑sal vem sendo difundida em todo o mundo. 58 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II 6.1 Alguns nutrientes e suas características Nitrogênio: é um componente essencial de todas as proteínas. O nitrogênio chega ao solo através do ar ou pela adubação. As chuvas tropicais também acrescentam nitrogênio anualmente ao solo. A necessidade de N aumenta com a intensidade de luz, ou seja, quanto mais distante o espaçamento das plantas, mais N elas necessitarão. O nitrogênio falta geralmente na época de seca, quando sua absorção é prejudicada. Outro fator importante na absorção de N é a temperatura, ao lado da água e do oxigênio. Quanto maior a temperatura, mais rápida a absorção do nutriente. Sintomas de deficiência: plantas fracas, folhas uniformemente amareladas e as folhas mais velhas murchas, crescimento prejudicado etc. Figura 34 – Planta de arroz na fase vegetativa e de maturação sem e com a aplicação de nitrogênio, respectivamente Potássio: a resistência vegetal a frio, seca e doenças depende em larga escala do abastecimento de potássio. Em épocas úmidas e quentes sua absorção aumenta. O potássio regula a abertura e o fechamento dos estômatos, sendo importante na regulação da perda de água pelas plantas. Sintomas de deficiência: manchas brancas, amareladas ou pardas nas folhas e margens secas, caules finos e fracos, acamamento das plantas. 59 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár cio - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL Figura 35 – Planta de arroz com e sem deficiência de potássio, respectivamente Fósforo: responsável pela transferência de energia na síntese de substâncias orgânicas. O maior problema é evitar que o fósforo seja fixado, formando complexos pouco acessíveis aos vegetais. Junto com a matéria orgânica seca, isto é, palhada, folhas secas ou outros restos orgânicos na superfície do solo. A melhor maneira de manter o fósforo disponível e aumentar a eficiência do adubo é incorporá‑lo. Sintomas de deficiência: plantas raquíticas, maturação tardia dos frutos, grãos chochos, folhas escuras e arroxeadas. Figura 36 – Planta de arroz com baixa (0 mg kg‑1 de solo), média (50 mg kg‑1 de solo) e alta (250 mg kg‑1 de solo) dose de fósforo 60 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II Cálcio: regula o transporte de outros nutrientes dentro da planta e também está envolvido na ativação de certas enzimas. Trabalha na divisão das células. Sintomas de deficiência nutricional: folhas e brotos novos deformados, não crescimento da ponta, manchas amarelas nas margens e entre as nervuras das folhas, raízes fracas e rachamento dos frutos. Figura 37 – Planta de arroz com deficiência de cálcio Enxofre: é um componente estrutural de alguns aminoácidos, ou seja, é essencial à produção de aminoácidos e na síntese de proteína. Sintomas de deficiência: folhas novas pálidas, às vezes com manchas secas. Figura 38 – Sintomas de deficiência de enxofre 61 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL Boro: é importante para o transporte de açúcares e na divisão celular. Sintomas de deficiência nutricional: folhas de pontas deformadas, morte da gema apical das plantas (ponteiro), onde podem aparecer brotos mortos, escurecimento na cabeça ou no interior das hortaliças como couve‑flor. A) B) Figura 39 – Sintoma de deficiência de boro em folhas de arroz Zinco: é requerido por um grande número de enzimas e desempenha um papel essencial na transcrição do DNA. Sintomas de deficiência nutricional: folhas pequenas, às vezes retorcidas, com manchas amareladas, encurtamento dos entrenós das plantas, tufos de folhas na ponta dos ramos. Figura 40 – Sintomas de deficiência de zinco em folhas de arroz 62 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II Cobre: acelera o metabolismo e atua na síntese de proteína. Sintomas de deficiência nutricional: folhas de pontas murchas, sem manchas, dificuldade de o caule ficar ereto. A) B) Figura 41 – Sintoma de deficiência de cobre em folhas de arroz Manganês: atua na respiração da planta e na transpiração. Sintomas de deficiência nutricional: aparece em folhas novas uma rede grossa de nervuras sobre o fundo amarelado. As folhas têm pequenas manchas. Figura 42 – Sintomas de deficiência de manganês em folha de arroz 63 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL 6.2 Deficiência vegetal As necessidades minerais apresentadas pelos vegetais podem variar de acordo com as espécies e com o desenvolvimento do vegetal, porém, independentemente do elemento, é possível afirmar que quando a concentração é menor que a exigida, o crescimento é reduzido, e à medida que começa a aumentar a disponibilidade, o crescimento é retomado. A deficiência de um mineral acarreta prejuízo não somente ao crescimento, mas também ao metabolismo e ao funcionamento do vegetal. Dessa forma é possível identificar as carências de um vegetal através de um conjunto de sintomas. Esse conhecimento foi bastante desenvolvido no século XX, com o uso da hidroponia, cultivo controlado de plantas com as raízes imersas em uma solução de nutrientes, em vez de estar no solo. Ao se constatar um sinal de deficiência nos tecidos jovens em crescimento, os nutrientes podem ser redistribuídos no corpo do vegetal. Em seguida é enviada uma sinalização para que esse nutriente possa ser retirado das partes mais velhas e levado até as mais jovens. Por isso, os sintomas de deficiência que estão relacionados com a funcionalidade de cada elemento essencial no vegetal variam entre os órgãos vegetais. Mas nem todo elemento pode ser redistribuído. Nesse caso, trata‑se de um elemento imóvel. 0 50 100 Deficiency zone Gr ow th o r y ie ld (p er ce nt o f m ax im um ) Critical concentration Toxic zone Adequate zone Figura 43 – Esquema Relacionamento entre o crescimento (ou produtividade) e o teor de nutrientes no tecido vegetal • Zona de deficiência – ocorre quando o teor do nutriente no tecido é baixo e o crescimento é reduzido. Nessa zona, a adição de fertilizante produz incrementos na produtividade. • Zona adequada – nessa região, o aumento no teor do nutriente não implica aumento do crescimento ou da produtividade. • Zona de toxicidade – o nutriente acumulou em excesso, produzindo toxicidade. 64 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II Observação As plantas conhecidas como “carnívoras” utilizam a proteína animal para complementar a sua necessidade de nitrogênio. Alguns autores sugerem que essas plantas deveriam ser conhecidas como plantas insetívoras, devido ao tipo de presa geralmente envolvida. São vegetais que normalmente habitam solos pobres em nitrogênio e possuem estruturas morfológicas que aprisionam insetos e outros pequenos animais. O mecanismo de aprisionamento é diferenciado entre as espécies, mas todos levam à captura e à posterior absorção dos compostos nitrogenados. Após a presa estar imóvel, são produzidas enzimas que digerem o inseto. 6.3 Fixação biológica de nitrogênio O nitrogênio é considerado um nutriente limitante para o crescimento das plantas, embora a água seja o mais limitante para o desenvolvimento e o crescimento dos vegetais. O nitrogênio, junto com o carbono e o hidrogênio, são abundantes na matéria viva, participando na composição dos ácidos nucleicos, fundamentais nos mecanismos genéticos das moléculas de RNA e DNA, além da síntese de proteínas e de outros processos. Mesmo o nitrogênio sendo requerido em grandes quantidades, é encontrado em abundância na natureza de uma forma que os seres vivos não conseguem assimilar, pois sua forma química é muito estável, portanto é necessário que haja uma transformação química para que ele seja assimilado. Para que ocorra a fixação biológica do nitrogênio, é necessário que o N2 atmosférico seja convertido para NH3, o qual pode ser assimilado em compostos orgânicos. Essa fixação pode ser feita através de bactérias que estão em simbiose com raízes de plantas, a exemplo das leguminosas, cujas bactérias dos gêneros Rhizobium e Bradyrhizobium são responsáveis por essa fixação. A fixação biológica do nitrogênio requer a enzima nitrogenase, formada por duas unidades proteicas, a ferro‑proteína (Fe‑proteína) e a molibdênio‑ferro‑proteína (MoFe‑proteína), a qual se encontra em condições anaeróbicas. Na região do nódulo (estrutura onde ocorre a simbiose entre a raiz da planta e a bactéria) existe uma proteína denominada leg‑hemoglobina, importante transportadora de oxigênio para as células bacterianas, sendo capaz de armazenar O2 suficientepara a manutenção da respiração celular por alguns segundos. Portanto, a fixação do nitrogênio é um processo em que atuam várias interações entre as bactérias e a planta, sendo regulada por sinais químicos e hormonais, além de envolver a disponibilidade de água, oxigênio e adubação nitrogenada, sendo ainda um processo dispendioso para o vegetal, mas fundamental para o seu desenvolvimento. 65 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL 6.4 Absorção dos minerais As plantas absorvem os nutrientes através de alguns mecanismos de deslocamento dos íons que dependem do fluxo de água na planta, da densidade da raiz e das características genéticas da espécie, o que leva a uma interferência do ambiente de modo que as espécies possam responder de forma diferente. Assim, boa parte dos elementos são absorvidos na forma de íons através de um critério de seletividade limitada a fatores osmóticos e a reações entre os íons presentes no solo. A absorção também pode ocorrer através de um gradiente de concentração, já que alguns elementos podem ser encontrados em concentrações muito maiores no interior das raízes. Assim, a entrada de um elemento mineral no vegetal depende diretamente da disponibilidade deste no solo, daí a relação da assimilação dos nutrientes com os ciclos biogeoquímicos. Além disso, algumas associações também aumentam a capacidade de absorção, como é o caso das micorrizas (associação dos fungos com as raízes), onde as hifas dos fungos aumentam a área de alcance no solo, o que facilita a absorção de elementos relativamente imóveis como o fósforo. Cerca de 80% das eudicotiledôneas apresentam micorrizas. Porém, em condições de alta disponibilidade de minerais, a associação desaparece. Para algumas espécies, essa relação se inicia bem cedo, como em orquídeas, nas quais a simbiose é observada após a germinação e se mantém durante toda a vida. Outra associação mutualística relacionada à absorção mineral é comum entre espécies de leguminosas e dois gêneros de bactérias (Rhizobium e Bradyrhizobium). Como essas espécies de bactérias conseguem fixar nitrogênio atmosférico, essa associação acaba sendo bastante benéfica para o vegetal, pois se trata de um dos principais compostos minerais. A bactéria fornece o nitrogênio e a planta oferta compostos ricos em açúcares para a hospedeira. As bactérias penetram no vegetal através dos pelos radiculares, formando um canal de infecção, que chega até as células do córtex, e provocam um aumento no número de células, formando um nódulo radicular. De modo geral, sabe‑se que as fontes de absorção dos nutrientes pelos vegetais são: a decomposição das rochas; a reciclagem da matéria orgânica; a mobilização da vida do solo; o aumento do espaço enraizado; o arejamento do solo através da sua boa agregação (ar no solo); e a água no solo. 7 RELAÇÕES HÍDRICAS A água é o mais abundante e, frequentemente, o mais limitante recurso de que as plantas necessitam para crescer e funcionar. A disponibilidade de água limita a produtividade de ecossistemas naturais. Assim, do ponto de vista da planta, a disponibilidade de água no solo depende da taxa na qual a água pode ser enviada para as raízes em relação à necessidade de água pela planta, e tanto a disponibilidade como o suprimento são altamente variáveis. A disponibilidade de água pela planta depende da taxa de transpiração, que varia, dependendo do porte da planta e das condições ambientais. O suprimento de água, por sua vez, depende da densidade das raízes, da eficiência destas na absorção de água e da condutividade do solo. 66 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II 7.1 Importância da água para as plantas A água é de fundamental importância para os vegetais, desempenhando papéis cruciais para o seu crescimento e desenvolvimento. A maioria das atividades bioquímicas da célula desenvolve‑se em meio aquoso, com a água sendo reagente ou produto de muitas dessas reações. A água é o principal constituinte do protoplasma, circulando nos vegetais, de forma contínua através do corpo da planta, desde os pelos radiculares à epiderme das folhas responsável pela manutenção da turgescência e, também, pela forma e estrutura dos tecidos que não possuem rigidez. A capacidade da água de absorver o calor faz que as plantas não sofram tanto com as mudanças de temperatura do ambiente. Além disso, ela também é o solvente pelo qual os nutrientes minerais penetram nas raízes e posteriormente são transportados nos tecidos condutores e é o meio de transporte para os produtos da fotossíntese e outros compostos orgânicos translocados. A entrada e a saída de água na célula são processos de interesse para a fisiologia devido ao fator econômico, uma vez que existe uma relação entre a quantidade de água perdida para o meio através da transpiração e o crescimento do vegetal, o que acarreta questões envolvendo a produtividade. 7.2 Propriedades da água A molécula de água é formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio ligado covalentemente. O oxigênio é fortemente eletronegativo e tende a atrair em sua direção os elétrons dos átomos de hidrogênio, de modo que essa distribuição assimétrica de cargas torna a água uma molécula dipolar, assim a separação de cargas positivas e negativas faz que as moléculas de água exerçam uma forte atração entre as moléculas de água adjacentes e outras moléculas, formando as pontes de hidrogênio. H H105º O δ– δ+ δ+ Figura 44 – Estrutura da molécula de água Algumas propriedades apresentadas pela molécula de água resultantes principalmente da estrutura polar da molécula, podendo assim dissolver um número de substâncias bem maior do que qualquer outro líquido comum, são responsáveis por considerá‑la solvente universal. Dentre essas propriedades destacamos: coesão, adesão, alto calor específico e solvente. 67 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL Coesão: é resultante da forte atração intermolecular devido às ligações de hidrogênio, o que gera uma tensão superficial, sendo mais evidente nas interfaces entre a água e o ar. O resultado é que as moléculas de água na superfície são constantemente “puxadas” para dentro da massa de água. A tensão da água é extremamente elevada quando comparada a outros líquidos. A coesão é diretamente responsável, também, pela capacidade de colunas de água de resistirem (sem quebrar) a elevadas tensões (pressão negativa), assim a tensão faz que o líquido possa suportar uma coluna ininterrupta sem quebrar. Adesão: atração das moléculas a materiais sólidos, assim as mesmas forças que atraem as moléculas de água entre si também atraem as moléculas de água para as superfícies sólidas. Existe uma grande aderência da água por outras substâncias que têm em sua molécula grande quantidade de átomos de oxigênio e nitrogênio (a exemplo de celulose, proteínas etc.). Essas duas propriedades da água, coesão e adesão, juntas, são importantes na manutenção da continuidade de colunas de água nas plantas, explicando o movimento de ascensão da água em tubos capilares. Alto calor específico: devido às ligações de hidrogênio presentes nas moléculas de água, estas apresentam um alto calor específico, ou seja, é necessária uma grande quantidade de energia para aumentar a sua temperatura. O calor específico da água é 4,184 J/g x oC, sendo maior do que o de algumas substâncias, exceto amônia líquida. Essa propriedade é de grande valia para as plantas, pois isso reduz os danos causados pelas variações de temperatura no ambiente. Solvente: a água tem a capacidade de dissolver um número amplode substâncias devido ao tamanho diminuto de sua molécula e a sua polaridade, assim pode neutralizar cargas de moléculas, o que facilita sua atuação como meio para interações de substâncias. 7.3 Transporte de água A economia da água nas células das plantas está relacionada aos fatores responsáveis pelo controle do seu movimento de célula a célula ou entre células e o ambiente, uma vez que tal movimento é controlado pela diferença de pressão ou por diferença de concentração. O movimento controlado pela diferença de pressão é conhecido como fluxo de massa, ocorrendo quando uma força externa, a exemplo da gravidade ou da pressão, é aplicada. Assim, todas as moléculas da substância se movem como uma massa única comum nos solos e no xilema de plantas. Quando o movimento é controlado pela diferença de concentração, este pode ser do tipo difusão, quando a substância é transportada de uma região de alta concentração para uma região de baixa concentração. Assim, enquanto o fluxo em massa é impulsionado pela pressão, a difusão é impulsionada pela diferença de concentração. Esse tipo de movimento é lento; logo, para os vegetais, torna‑se importante quando se trata de transporte a curta distância. Outro tipo de transporte de água é a osmose, cujo movimento se dá através de uma membrana. Nesse tipo de movimento atuam tanto o gradiente de pressão quanto o gradiente de concentração, cuja direção é resultante da soma dessas forças. Assim, a osmose é definida como o movimento de água através de uma membrana com permeabilidade seletiva, ou seja, de uma região de maior concentração para uma de menor. 68 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II Célula flácida Célula túrgida 0.3 M Solução de sucrose Célula após equilíbrio Célula após equilíbrio Ψp = 0.488 MPa Ψs = –0.732 MPa Ψw = –0.244 MPa Ψp = 0 MPa Ψs = –0.732 MPa Ψw = –0.732 MPa Ψw = –0.732 MPa Ψs = –0.732 MPa Ψp = Ψw – Ψs = MPa Ψw = –0.244 MPa Ψs = –0.732 MPa Ψp = Ψw – Ψs = 0.488 MPa Figura 45 – Mecanismos de osmose Lembrete O movimento de água das raízes para as folhas via xilema pode ocorrer em função: de uma pressão positiva na base da raiz (pressão radicular – gutação); ou de uma pressão negativa (tensão) desenvolvida nas folhas em função da transpiração. 7.4 Potencial hídrico e componentes na célula vegetal O movimento da água se dá pela diferença da energia de potencial, obedecendo à tendência universal de se mover de locais onde apresenta níveis energéticos mais altos para aqueles onde é mais baixo. A energia aqui referida é a capacidade de realizar trabalho, ou seja, o potencial químico da substância. No caso da água, é chamado potencial hídrico, representado por (yw). A água nesse sistema possui energia potencial desde que se desloca em resposta a certas forças inerentes ao organismo vegetal. yw yw Maior potencial Menor potencial Figura 46 – Direção do potencial hídrico Potencial Hídrico (yw): é a energia com a qual a água se deslocará (movimento). O valor do potencial hídrico da água pura e livre contida em reservatório à pressão e temperatura ambiente é: yw = 0 (estado‑padrão da água). Nas células dos vegetais, a água encontra‑se associada a outras substâncias e sofre influência de vários fatores, como: concentração, pressão, forças de superfície e coloidais e gravidade. Assim, podemos 69 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL representar o potencial hídrico (Ψw) com os seguintes componentes: Ψw = Ψs + Ψp + Ψm + Ψg. Tais fatores interferem na energia disponível ou potencial hídrico. Potencial de soluto: potencial de soluto ou potencial osmótico (Ψs) representa o efeito dos solutos dissolvidos sobre o potencial hídrico, sendo as moléculas dipolares da água atraídas e retidas pelos solutos induzindo um decréscimo na atividade da água. O potencial de soluto tem quase sempre valor negativo, sendo zero quando a água é pura. Potencial de pressão ou turgescência: quando a pressão for positiva haverá aumento do Ψw, quando negativa (tensão) haverá diminuição do Ψw. Se a pressão for positiva dentro da célula, Ψp será usualmente denominado de potencial de turgescência. As modificações da pressão sofridas pela molécula no sistema exercem uma força sobre uma unidade de área. Potencial mátrico: o potencial mátrico (Ψm) é o componente do potencial hídrico que define as influências que as forças superficiais exercem sobre o potencial químico da água. Ocorre devido à pressão negativa local, causada pela capilaridade e pela interação da água com as superfícies sólidas. O Ψm é importante na caracterização do processo de embebição de sementes e nas relações hídricas de solos. Assim, os sólidos ou substâncias insolúveis atraem as moléculas de água e diminuem seu potencial hídrico. Potencial gravitacional: o potencial gravitacional (Ψg) é a ação do campo gravitacional sobre a energia livre da água. O efeito da gravidade sobre o Ψw depende da densidade da água (∂w), da aceleração da gravidade (g) e da altura (h) em relação a um ponto de referência. É insignificante dentro de raízes ou folhas, mas tem importância em árvores altas. O potencial hídrico representa a força total que determina a direção do movimento da água, assim a direção do movimento de água é determinada somente pela diferença de Ψw entre dois pontos (células adjacentes, por exemplo), e não pela diferença de um dos seus componentes isolado. Potencial hídrico é resultado do somatório: Ψ w = Ψ s + Ψ p + Ψ g + Ψ m Vaso do xilema Ψ = 0 Ψ = –0,5 Ψ = 0,4 Ψ = –0,1 Ψ = –0,4 Ψ = 0,2 Ψ = –0,2 Potencial hídrico decrescente Sentido do fluxo de água Ψ = –0,5 Ψ = 0,2 Ψ = –0,3 Figura 47 – Diagrama ilustrando a contribuição do potencial hídrico e de seus componentes para o movimento de água entre células 70 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II 7.5 Absorção de água pelas raízes A superfície das raízes e o solo, quando em contato, apresenta uma área superficial que promove a absorção de água, a qual é aumentada pelo crescimento das raízes e dos pelos radiculares dentro do solo. A água penetra nas raízes principalmente na parte apical, que inclui a zona dos pelos radiculares. À medida que as novas raízes vão crescendo, restabelecem o contato solo–raiz, e a planta pode melhor resistir ao estresse hídrico. No solo, a água move‑se predominantemente por fluxo em massa, embora a difusão possa também ser verificada. No entanto, quando a água atinge a superfície da raiz, a natureza do transporte torna‑se mais complexa. Da epiderme até a endoderme, a água pode seguir três vias distintas: • Via apoplasto – a água move‑se continuamente na região das paredes celulares e nos espaços intercelulares. • Via simplasto – a água move‑se de célula em célula, através dos plasmodesmos. • Via transmembranar – a água move‑se de célula em célula cruzando a membrana plasmática e podendo cruzar, também, a membrana do vacúolo (tonoplasto), podendo ocorrer pela bicamada fosfolipídica ou através de canais. As proteínas que formam canais para o transporte de água são chamadas de aquaporinas. Endoderme Estria de Caspary Epiderme Rota apoplástica Rotas simplástica e transmembrana Pericíclo Xilema Floema Parênquima cortical Figura 48 – Desenho dos pelos radiculares em íntimo contato com as partículas do solo 71 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL Lembrete O contato entre a superfície das raízes e o solo fornece aárea superficial para a absorção de água, que é maximizada pelo crescimento das raízes e pela presença dos pelos radiculares. A água penetra na raiz, mais prontamente, na região apical. 7.6 Teoria de Dixon O movimento da água no xilema ocorre quando as plantas estão transpirando, sendo o fluxo de água desde o solo, através da planta para a atmosfera, diretamente proporcional ao gradiente de potencial hídrico (Ψw) e inversamente proporcional ao somatório das resistências. Para que a água possa ser transportada para as partes mais altas do corpo do vegetal é necessária a resistência ao movimento de água das paredes celulares para os espaços intercelulares, câmara subestomática, ostíolo e camada de vapor d’água adjacente à folha. Portanto, a transpiração (perda de água na forma de vapor) deve desempenhar papel fundamental no movimento de água através do sistema solo‑planta‑atmosfera. 20 m Potencial hídrico e seus componentes (em MPa) Localização Potencial hídrico (Ψw) Pressão (Ψp) Potencial osmótico (Ψs) Gravidade (Ψg) Potencial hídrico na fase gasosa RT Vw In (RH)( ) Ar externo (umidade relativa = 50%) –95,2 –95,2 Espaços intercelulares da folha –0,8 –0,8 Parede celular do mesofilo (a 10 m) –0,8 –0,7 –0,2 0,1 Vacúolo do mesofilo (a 10 m) –0,8 0,2 –1,1 0,1 Xilema foliar (a 10 m) –0,8 –0,8 –0,1 0,1 Xilema radicular (perto da superfície) –0,6 –0,5 –0,1 0,0 Vacúolo de célula radicular (perto da superfície) –0,6 –0,5 –1,1 0,0 Solo adjacente à raiz –0,5 –0,4 –0,1 0,0 Solo a 10 mm da raiz –0,3 –0,2 –0,1 0,0 Figura 49 – Sistema solo‑planta‑atmosfera, mostrando os valores de Ψw e de seus componentes em diferentes pontos do sistema 72 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II A teoria que tenta explicar o movimento da água no xilema é chamada tensão‑coesão transpiração, assim a evaporação da água das paredes celulares, devido ao gradiente de Ψw entre a folha e o ar exterior, torna a superfície ar‑água curvada nos poros das paredes celulares, formando meniscos microscópicos, e a tensão superficial da água produz uma tensão, ou pressão negativa, no sistema. De acordo com a teoria da tensão‑coesão transpiração ou teoria de Dixon, quanto maior for a retirada de água, menor será o raio de curvatura do menisco e mais negativa será a pressão. Como consequência, as células do mesofilo retiram água do xilema, deixando‑o, então, sob tensão. Essa tensão na parte superior do xilema é transmitida até o xilema das raízes devido às propriedades de coesão da água. Este Ψw bastante negativo é transferido, finalmente, para as raízes e para o solo, fazendo que as raízes absorvam mais água. Vacúolo Cloroplasto Película de água Evaporação do ar Citoplasma Parede celular Membrana plasmática Raio de curvatura (µm) Pressão hidrostática (MPa) (A) 0,5 –0,3 (B) 0,05 –3 (C) 0,01 –15 Figura 50 – Diagrama ilustrando a formação de tensão superficial pela evaporação da água e redução no raio de curvatura do menisco 7.7 Transpiração A transpiração corresponde à saída de água através da folha para a atmosfera, também definida como evaporação, que causa a redução do potencial e do movimento da água através do xilema e através dos estômatos. Estima‑se que 95% da perda de água da folha para a atmosfera ocorra através dos estômatos e somente cerca de 5% da perda de água da folha ocorra através da cutícula. Em algumas espécies, uma camada de cera reduz a perda de água, que cobre a superfície exposta da planta e serve como uma barreira efetiva para evitar a perda de água e, assim, protege a planta da dessecação. 73 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL A perda de água, entretanto, torna‑se mais expressiva devido a três principais causas: • O gradiente de concentração que controla a perda de água para a atmosfera é cerca de 50 vezes maior do que aquele que controla a absorção de CO2. • O CO2 difunde‑se 1,6 vezes mais lentamente do que a água. • O CO2 tem um caminho mais longo (membrana plasmática, citoplasma e a dupla membrana do cloroplasto) a percorrer do que a água, aumentando, dessa maneira, a resistência para a difusão de CO2. Lembrete Em várias situações as plantas podem crescer bem transpirando quase nada, mas, quando elas transpiram, esse fenômeno parece resultar em benefícios. Alguns autores têm afirmado que a transpiração é um mal necessário (difusão de CO2), sendo suas principais funções: transportar íons e certas substâncias para as partes aéreas; transportar água para as partes aéreas; e resfriar as folhas. 7.8 Abertura e fechamento estomático Os estômatos são formados por células‑guardas que mostram organização especializada da estrutura da parede celular, as quais são importantes no mecanismo de abertura e fechamento estomático. As células‑guardas funcionam como uma válvula para a captação de CO2 necessário à fotossíntese. Assim o movimento estomático se torna essencial à planta. Portanto, a relação entre os produtos orgânicos da fotossíntese necessários para o crescimento do vegetal e a transpiração fica estabelecida. Assim, os fatores ambientais, tais como intensidade e qualidade de luz, temperatura, velocidade do vento, umidade do solo, umidade relativa do ar e concentração interna de CO2, são sentidos por essas células, e esses sinais são integrados em uma resposta estomática bem‑definida. A abertura dos estômatos acontece em geral durante o dia, quando a absorção de CO2 é necessária para a fotossíntese e, ao mesmo tempo, a perda de água por transpiração é elevada. No entanto, um número considerável de espécies vegetais desenvolveu mecanismos que promovem a concentração de CO2, que permite o funcionamento normal da fotossíntese com uma menor condutância estomática (menor abertura) e, portanto, menor perda de água. O mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos é dependente da presença de água das células‑guardas (turgidez); assim, quando túrgidas, as células se afastam e o estômato se abre, e quando murcha as células‑guardas se aproximam e o estômato se fecha. Essa turgidez depende da entrada de potássio (K+). O controle da entrada e saída de K+ é dado por luz, potencial hídrico e concentração de CO2, e envolve sinais químicos como hormônios. 74 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II A) B) Células‑guarda Célula epidérmica Células subsidiárias Figura 51 – Esquema de abertura estomática: a) estômatos abertos e b) estômatos fechados 7.9 Déficit hídrico As plantas estão constantemente submetidas a flutuações diárias de água em suas células, ainda que elas estejam com suas raízes mergulhadas em solo úmido. Durante o dia a planta passa por um déficit hídrico, pois embora a absorção de água seja alta, ela é menor que a taxa de transpiração, a qual durante a noite praticamente não existe, assim como a absorção de água. Lembrete A capacidade de campo é considerada o conteúdo ideal de água no solo, para atender às necessidades das plantas. Assim, um solo na capacidade de campo possui os microporos ocupados por água e boa quantidade de macroporos ocupados por ar. Dessa forma, a capacidade de campo representa o conteúdo máximo de água disponível para a planta. De modo contrário, em solos muito secos, o potencial hídrico (Ψw) pode cair até o conhecido valor do ponto de murcha permanente, quando a água não está mais disponível para as plantas. Assim, o conteúdo de água adequado para suprir a demanda em um dia frio e nublado pode tornar‑se completamente inadequado em um diaquente e ensolarado, considerando um mesmo tipo de solo. 75 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL A taxa de absorção, embora seja pequena, mantém‑se maior que a transpiração, promovendo a reidratação dos tecidos, sendo percebido na água presente nos caules, folhas e raízes que variam durante o dia, sendo menor nas horas mais quentes e maior durante a noite e o início do dia. Vários fatores são limitantes na produção vegetal, contudo o déficit hídrico ocupa posição de destaque, pois além de afetar as relações hídricas nas plantas, alterando‑lhes o metabolismo, é o fenômeno que ocorre em grandes extensões de áreas cultiváveis. Muitos parâmetros têm sido estudados para avaliar a resposta das espécies vegetais ao estresse hídrico. Plantas jovens de acerola propagadas sexuada e assexuadamente foram submetidas a um déficit hídrico de 20 dias de suspensão da irrigação. As aceroleiras desenvolveram estratégias de sobrevivência à seca, com características diferenciadas. Saiba mais Para ler o artigo completo: NOGUEIRA, R. J. M. C. et al. Alterações na resistência à difusão de vapor das folhas e relações hídricas em aceroleiras submetidas a déficit de água. Rev. Bras. Fisiol. Veg., Lavras, v. 13, n. 1, p. 75‑87, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103‑3131200 1000100009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 6 jun. 2016. 8 FLORAÇÃO E RELAÇÕES COM O MEIO EXTERNO Tanto os vegetais quanto os animais possuem o ciclo vital pelos menos em parte regulado pelo fotoperíodo. Os animais manifestam influências à variação na duração do dia; entretanto, no estudo com os vegetais é que as atenções e as aplicações do fotoperiodismo sempre foram maiores. O grande interesse no estudo do fotoperiodismo em termos econômicos refere‑se às respostas de muitas espécies importantes à variação na duração do dia e no florescimento. Alguns fatores estão diretamente relacionados ao crescimento do vegetal, quer seja pelo excesso ou pela carência. Dentre os fatores, podemos destacar: luz, temperatura (alta ou baixa), disponibilidade de água, salinidade e gases (oxigênio e gás carbônico). A luz provavelmente seja o fator ambiental mais importante na sinalização para o crescimento da planta, pois pode afetar diversos processos da planta, além de ser fonte de energia para a fotossíntese. Três características apresentadas pela luz têm efeito biológico: direção – que pode influenciar no crescimento orientado das plantas resultando em curvatura, fenômeno este denominado fototropismo; intensidade – que pode afetar o desenvolvimento anatômico das folhas e afetar diretamente a fotossíntese, assim a folha com menos camadas de células consegue aproveitar a luz num local sombreado; duração – as plantas alteram seus ritmos internos para determinar a época de brotamento, floração, perda de folhas e germinação de sementes, baseando‑se na quantidade de luz a que são expostas. 76 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II Assim como o inverno tem noites mais longas e dias curtos, o verão tem dias longos e noites curtas. Na primavera, o comprimento do dia está aumentando, e o da noite, diminuindo. No outono, ocorre o inverso. Para que a luz possa controlar o desenvolvimento da planta, ela necessita ser absorvida. A percepção do sinal luminoso requer um pigmento que absorva a luz e torne‑se fotoquimicamente ativo, funcionando como um fotorreceptor. Provavelmente um receptor de luz azul esteja envolvido na resposta da planta, intermediando a degradação diferencial da auxina. Muitos desses efeitos controlam a aparência da planta, isso é, o seu desenvolvimento estrutural ou morfogênese. A esse controle da morfogênese pela luz dá‑se o nome de fotomorfogênese. As respostas fotomorfogenéticas em plantas parecem estar sob o controle de três fotorreceptores: • Fitocromo – apresenta absorção no azul, bem como na região do espectro correspondente ao vermelho e vermelho‑distante (ou vermelho‑extremo), sendo sensível à luz vermelha do espectro eletromagnético (660‑730nm). • Criptocromo – pigmento que absorve a luz azul e ultravioleta (UV–A, 320 a 400 nm). Esse pigmento parece ser importante em criptógamas. • Fotorreceptor de UVB – são compostos que absorvem radiação ultravioleta na faixa de 280 a 320 nm. A temperatura é um fator que reduz a atividade enzimática e pode causar diferentes injúrias, dependendo da espécie e da sua tolerância ao frio. Temperaturas baixas, mas sem congelamento (0‑10 oC), podem induzir respostas biológicas em espécies adaptadas, como indução da floração, vernalização e quebra de dormência de sementes embebidas (estratificação), além de alterarem a expressão gênica e o balanço hormonal. Entretanto, as altas temperaturas podem causar dormência secundária de sementes (termodormência), danos celulares, aumento da transpiração, interrupção do crescimento e inibição da fotossíntese antes da respiração. Além disso, diferentes espécies e órgãos apresentam condições distintas de tolerância quando expostas a altas temperaturas. Em condições de temperaturas elevadas, as plantas exibem respostas adaptativas, como: pilosidade e ceras foliares para refletir a luz solar; enrolamento de folhas e mudança na orientação das folhas nas horas mais quentes do dia; redução no tamanho das folhas. Lembrete Dormência é o mecanismo que impede a germinação de sementes viáveis mesmo quando colocadas em condições favoráveis. 77 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL A disponibilidade de água está diretamente relacionada a uma série de mecanismos que ocorrem nos vegetais, assim a pouca disponibilidade de água no ambiente é responsável pelo estresse hídrico, o qual requer das plantas mudanças bioquímicas, fisiológicas e morfológicas. Além de afetar diretamente a produtividade, uma vez que a taxa de fotossíntese diminui em função de os estômatos permanecerem mais tempo fechados, evitando assim a perda de água para o ambiente. A salinidade causa deficiência hídrica em plantas não adaptadas, sendo comum em regiões áridas, manguezais e terras agrícolas manejadas inadequadamente. Plantas adaptadas a solos com alta salinidade possuem glândulas secretoras de sal e têm capacidade de ajuste osmótico. A influência dos gases no desenvolvimento dos vegetais é perceptível em ambientes com solos alagados, pois nessas condições há uma diminuição na disponibilidade de oxigênio para as raízes, gerando um aumento na síntese de ABA (ácido abscísico) e consequente fechamento dos estômatos. Isso afeta o crescimento das raízes e causa a senescência (queda) prematura das folhas. 8.1 Ritmos circadianos O comportamento, assim como a fisiologia e o metabolismo dos organismos existentes no planeta, está submetido às condições apresentadas ao longo do dia e da noite. Essas respostas não estão relacionadas apenas ao nascer do sol, pois esses organismos são capazes de antecipar o amanhecer e ajustar as atividades biológicas de acordo com o ambiente. Mesmo quando desprovidos de estímulos externos, diversos organismos mantêm processos rítmicos, os chamados ritmos biológicos. Essas mudanças obedecem a intervalos regulares de aproximadamente 24 horas como ritmos circadianos (cerca de um dia). Os ritmos circadianos são um subgrupo dentro dos ritmos biológicos com o período, definido como o tempo para completar um ciclo, de aproximadamente 24 horas. São caracterizados por uma origem endógena e por apresentarem pouca (ou nenhuma) variação decorrente da mudança de temperatura. Provavelmente exista uma ação combinada do fitocromo e do receptorde luz azul na regulação dos ritmos circadianos. Assim, talvez a temperatura também exerça algum controle, contudo não se sabe exatamente quais os mecanismos responsáveis pelo oscilador central, mas várias respostas fisiológicas dependem desse controle. 4. A redução progressiva da expressão de LHY e CCA1 durante o dia permitem que os níveis de transcritos de TOC1 aumentem atingindo o máximo ao final do dia. 5. TOC1 aumenta a expressão de LHY e CCA1, que atingem níveis máximos ao amanhecer, começando novamente o ciclo. 1. A luz ativa a expressão LHY e CCA1 ao amanhecer 2. LHY e CCA1 ativam a expressão de LHCB e outros genes matutinos 3. CCA1 e LHY inibem TOC1 e outros genes vespertinos TOC1 LHYCCA1 TOC e outro genes vespertinos LHCB e outros genes matutinos LHY CCA1 Noite Dia Luz Figura 52 – Mecanismo do ritmo circadiano em plantas 78 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II Os primeiros trabalhos sobre ritmos circadianos datam do século 40 a.C. e se referem à descrição dos movimentos foliares de Tamarindus indicus, mostrando que os movimentos observados na planta Mimosa pudica persistiam em escuridão constante. Em 1832, de Candolle mostrou que o período de movimento foliar de M. pudica era consideravelmente menor que 24 horas. A partir de 1970 as análises genéticas passaram a ser utilizadas para identificar os componentes do relógio molecular, com a descoberta de mutantes temporais de Drosophila melanogaster. Diversos processos biológicos nas plantas são controlados pelo relógio circadiano endógeno. O relógio circadiano também regula as respostas para evitar a sombra, as quais permitem às plantas competirem por luz e energia, através do aumento peciolar. Pouco se sabe sobre a interação dos genes constituintes do relógio endógeno com os processos fisiológicos. Posteriormente, em 1979, Jean‑Jacques percebeu que os movimentos da folha de feijão continuavam mesmo na ausência de luz. Os ritmos circadianos são caracterizados por dois fatores: período – que corresponde ao tempo necessário para completar o ciclo, o tempo entre dois pontos comparáveis dentro do ciclo; e fase – que representa qualquer ponto que pode ser relacionado ao restante do ciclo. 8.2 Fitocromo O fitocromo é uma cromoproteína, formada por duas subunidades proteicas que estão ligadas entre si, e um cromóforo (a fitocromobilina), que está ligado a cada subunidade. Ao ser extraído e purificado, o fitocromo apresenta coloração azul‑esverdeada. O cromóforo tem a habilidade de mudar de forma em função da exposição à luz, resultando em duas isoformas do fitocromo (Pr e Pfr). O O O S S 5 5 10 10 15 15H H H H H H H HH H A A B B R R R R C C D O N N N N +N +N N | Pro | His | Ser | Cys | His | Leu | Gin | | Pro | His | Ser | Cys | His | Leu | Gin | Thioether linkage Pr Pfr Cis Isomer Red light converts cis to trans Trans Isomer Chromophore: phytochromobilin Po ly pe pt id e N Figura 53 – Estrutura dos fitocromos, mostrando a isomerização cis‑trans que é associada à interconversão de Fv e Fve pelas luzes vermelha e vermelha‑distante 79 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL Esta cromoproteína está localizada no citosol e também em algumas organelas. Em todas as plantas, o fitocromo é sintetizado inteiramente como fitocromo vermelho (Fv). Aparentemente, nenhum Fve pode ser sintetizado no escuro. As plantas crescem de modo a evitar a sombra. Ao detectar a luz, o fitocromo contribui para a sincronização dos ritmos circadianos (ciclos de 24 h). Produção no escuro V vermelho VE vermelho externo Tradução de sinal Fotomorfogênese Reversão no escuro DestruiçãoFV forma inativa FVe forma ativa Figura 54 – Mecanismo de reações do fitocromo A distribuição parece modificar‑se em função da iluminação. É mais abundante em tecidos meristemáticos (brotos, pontas de raiz), mas também está presente em folhas. Existem mutantes incapazes de sintetizar o fitocromo, apresentam respostas alteradas à luz. O gene PHYA se expressa abundantemente apenas em plantas crescidas no escuro, sua expressão é inibida pela luz. Os genes PHYB‑PHYE parecem ter expressão constitutiva, mas a quantidade de fitocromo produzida é bem menor; provavelmente atuem de modo cooperativo. Há dois tipos de respostas: • Rápidas: envolvem eventos bioquímicos (a exemplo das enzimas). • Lentas: envolvem eventos morfológicos e de crescimento (a exemplo da indução floral). As respostas se distinguem pela quantidade de luz necessária: • Fluência muito baixa: não são reversíveis pelo vermelho‑longo (730 nm). • Fluência baixa: são reversíveis. • Alta fluência: não são reversíveis. O alongamento rápido do caule em plântulas e a coloração esbranquiçada somente mudam quando capta a luz, para formação dos plastídios, e este estímulo é captado pelo fitocromo. Estudos também indicam uma relação entre as formas de fitocromo e o acúmulo de amido, em algumas plantas, de modo que essa estocagem pode ser resultante de adaptação, pois o período de floração demanda uma grande quantidade energética. 80 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II O fitocromo tem sido encontrado em grupos de algas, briófitas e possivelmente em todas as traqueófitas, nas quais ele executa significantes papéis na bioquímica, no crescimento e no desenvolvimento, estando presente na maioria dos órgãos de todas as plantas estudadas, inclusive nas raízes. No entanto, ele é mais abundante em tecidos jovens. Fitocromo é o fotorreceptor relacionado com a percepção qualitativa e quantitativa da luz pelas plantas, desencadeando diversas e complexas respostas fisiológicas. Descobertas recentes têm demonstrado que essas moléculas também estão relacionadas com uma gama de respostas ao estresse abiótico e biótico, devido ao seu papel na regulação da transcrição de genes específicos, influenciando mecanismos bioquímicos e moleculares de sinalização celular (CARVALHO et al., 2011). A elucidação dos processos fisiológicos dependentes dos fitocromos tem sido possível por meio de mutantes específicos. Em tomateiros (Solanum lycopersicum L.), o mutante aurea (au) apresenta deficiência quantitativa em todos os fitocromos (TERRY; KENDRICK, 1996), enquanto o mutante high pigment1 (hp1) é super‑responsivo a eventos mediados por luz (KENDRICK et al., 1997). Saiba mais Para conhecer mais sobre esse assunto, leia: DIAS, T. et al. Compostos fenólicos e capacidade antioxidante em frutos de tomateiros mutantes fotomorfogenéticos, Ciência Rural, Santa Maria, v. 45, n. 5, p. 782‑787, maio 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/ pdf/cr/v45n5/1678‑4596‑cr‑cr20140098.pdf>. Acesso em: 6 jun. 2016. 8.3 Respostas fotoperiódicas As plantas, por serem sésseis, não conseguem se adaptar às mudanças e em muitos casos se antecipam às variações ambientais de luz, ao longo das estações do ano. Essas mudanças são conhecidas como variações fotoperiódicas. O fotoperiodismo é a resposta biológica a uma modificação nas proporções de luz. Um dos principais efeitos do fotoperiodismo é o florescimento, ou seja, a mudança da fase vegetativa para a fase reprodutiva. O pigmento receptor da luz responsável pela percepção na variação do comprimento do dia é o fitocromo, e a folha é o local de percepção do estímulo fotoperiódico. Além de sua importância para atividade fotossintetizante, a luz temum papel determinante para o desenvolvimento morfogenético do vegetal. Os vegetais têm a capacidade de perceber as mudanças no comprimento do dia e da noite, durante as estações do ano, sendo caracterizadas, ao longo do ano, pelo comprimento do dia, que muda. Algumas estações se caracterizam por dias mais longos e noites mais curtas. Essas mudanças desencadeiam vários processos reprodutivos e vegetativos nas plantas. Algumas plantas só florescem em condições específicas de comprimento do dia, e estas são ditas fotoperiódicas. 81 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL A inibição do florescimento em plantas de dias curtos (PDC), pela interrupção do período noturno, foi um dos primeiros processos fisiológicos que mostraram estar sob o controle do fitocromo. Em muitas plantas de dias curtos, a interrupção do período noturno somente é efetiva quando a dose de luz vermelha é suficiente para fotoconverter o fitocromo vermelho (Fv) para o vermelho‑distante (Fve). Uma subsequente exposição das plantas à luz vermelha‑distante, a qual fotoconverte o fitocromo ativo (Fve) para a forma inativa (Fv), restaura a resposta do florescimento. A reversibilidade do vermelho e do vermelho‑distante tem sido demonstrada, também, em algumas plantas de dias longos (PDL). Nesses casos, a interrupção do período noturno pela luz vermelha promove o florescimento, e uma subsequente exposição ao vermelho‑distante previne a resposta. Interrompendo o período noturno por um breve período luminoso, a planta de dia curto, não floresce, pois na verdade ela necessita de uma “noite longa” contínua. Interrompendo o período noturno por um breve período luminoso, a planta de dia longo floresce, pois como ela necessita de “noite curta” para florescer, a interrupção da noite longa faz que a noite se torne curta para a planta, e ela floresce. • Plantas de dia curto (PDC): florescem quando a duração do período iluminado é inferior ao seu fotoperíodo crítico. • Plantas de dia longo (PDL): florescem quando a duração do período iluminado é maior que o seu fotoperíodo crítico. • Plantas neutras (PDN): a floração não depende do fotoperíodo. Short‑day (long‑night) plant Critical night length Ho ur s Long‑day (short‑night) plant 0 4 8 12 16 20 24 R RRR R R FRFR FR FR Figura 55 – Esquema das respostas fotoperiódicas das plantas 82 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II 8.4 Estiolamento A ausência de luz faz que as plantas crescidas no escuro apresentem alongamento excessivo do caule, os primórdios foliares não se expandam e algumas vezes o gancho apical não se desfaça. Cinco minutos diários de luz vermelha (660 nm) são suficientes para minimizar alguns desses sintomas, indicando a participação do fitocromo. Figura 56 – Representação esquemática do estiolamento Lembrete A ação da luz sobre o processo de germinação recebe o nome de fotoblastismo, evitando que plantas de sementes pequenas germinem em local muito sombreado, o que impossibilita a sobrevivência das plântulas. Plantas de sombra geralmente têm sementes neutras e ricas em reserva. 8.5 Vernalização A vernalização é um processo que induz ou acelera a floração devido à exposição a baixas temperaturas, sendo o ápice do caule o local de percepção do estímulo pelo frio. De maneira geral, as plantas de inverno anuais são vernalizadas, ou seja, expostas ao frio, como plântulas, enquanto as plantas bianuais são após a primeira estação de crescimento. A necessidade de vernalização é controlada geneticamente. O gene FLC (Flowering Locus C) é um potente repressor da floração. O tratamento de frio inibe a expressão desse gene e libera a floração. Para várias espécies, a vernalização pode estar associada ao fotoperiodismo, e somente com esses dois fatores a floração ocorre. Contudo, a aplicação do hormônio giberelina pode substituir a exposição ao frio. 83 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL Resumo Nesta unidade iniciamos os estudos abordando a capacidade de as plantas produzirem seu próprio alimento através da captura de CO2 atmosférico, consideradas organismos autotróficos. A absorção mineral feita pela planta é um processo bastante efetivo, devido à grande área superficial das raízes e sua grande capacidade para absorver íons inorgânicos em baixas concentrações na solução do solo. Em seguida vimos que os elementos minerais essenciais são usualmente classificados como macro ou micronutrientes, de acordo com a sua concentração relativa no tecido ou de acordo com a concentração requerida para o crescimento adequado da planta. A deficiência de um mineral acarreta prejuízo não somente ao crescimento, mas também ao metabolismo e ao funcionamento do vegetal. As necessidades minerais apresentadas pelos vegetais podem variar de acordo com as espécies e com o desenvolvimento do vegetal; porém, independentemente do elemento, é possível afirmar que quando a concentração é menor do que a exigida o crescimento é reduzido. Estudamos que a economia da água nas células das plantas está relacionada aos fatores responsáveis pelo controle do seu movimento, o qual pode ser controlado pela diferença de concentração. Esse movimento pode ser do tipo difusão, quando a substância é transportada de uma região de alta concentração para uma região de baixa concentração. Assim, enquanto o fluxo em massa é impulsionado pela pressão, a difusão é impulsionada pela diferença de concentração. Outro tipo de transporte de água é a osmose, cujo movimento se dá através de uma membrana. Nesse tipo de movimento atuam tanto o gradiente de pressão quanto o gradiente de concentração, cuja direção é resultante da soma dessas forças. Vimos que o movimento da água se dá pela diferença da energia de potencial, obedecendo à tendência universal de se mover de locais onde apresenta níveis energéticos mais altos para aqueles onde é mais baixo. Dessa forma, o movimento da água no xilema ocorre quando as plantas estão transpirando, sendo o fluxo de água desde o solo, através da planta, para a atmosfera diretamente proporcional ao gradiente de potencial hídrico (Ψw) e inversamente proporcional ao somatório das resistências. De acordo com a teoria da tensão‑coesão transpiração ou teoria de Dixon, quanto maior for a retirada de água, menor será o raio de curvatura do menisco e mais negativa será a pressão. 84 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II Aprendemos que a luz provavelmente seja o fator ambiental mais importante na sinalização para o crescimento da planta, pois pode afetar diversos processos da planta, além de ser fonte de energia para a fotossíntese. Para que a luz possa controlar o desenvolvimento da planta, ela necessita ser absorvida. A percepção do sinal luminoso requer um pigmento que absorva a luz e se torne fotoquimicamente ativo, funcionando como um fotorreceptor. A temperatura é um fator que reduz a atividade enzimática e pode causar diferentes injúrias, dependendo da espécie e da sua tolerância ao frio. Temperaturas baixas podem induzir respostas biológicas em espécies adaptadas, como indução da floração, vernalização e quebra de dormência de sementes embebidas (estratificação). Por sua vez, as altas temperaturas podem causar dormência secundária de sementes, danos celulares, aumento da transpiração, interrupção do crescimento e inibição da fotossíntese antes da respiração. Estudamos que fotoperiodismo é a resposta biológicaa uma modificação nas proporções de luz. Um dos principais efeitos do fotoperiodismo é o florescimento, ou seja, a mudança da fase vegetativa para a fase reprodutiva. O pigmento receptor da luz responsável pela percepção na variação do comprimento do dia é o fitocromo, e a folha é o local de percepção do estímulo fotoperiódico. Vimos que dias longos são caracterizados por apresentarem um período de escuro máximo de oito horas, enquanto dias curtos apresentam períodos de luz solar no máximo de oito horas. Quando plantas de dias curtos são submetidas à quantidade de luz indicada, mas o período de escuro é quebrado, a floração não ocorre. Por fim, estudamos que a vernalização é um processo que induz ou acelera a floração devido à exposição a baixas temperaturas, sendo o ápice do caule o local de percepção do estímulo pelo frio. Exercícios Questão 1. (ENADE, 2004). Quando o suprimento de um determinado nutriente está abaixo do nível ótimo, o crescimento de um órgão vegetal pode ser retardado até que haja absorção, ou, se for o caso, remobilização a partir dos tecidos mais velhos. Assim, ocorre, por exemplo, translocação de cálcio para os órgãos mais novos, originando sintomas de deficiência nas folhas mais velhas 85 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FISIOLOGIA VEGETAL PORQUE o cálcio, em sua maior parte, é um componente estrutural, que estabelece ligações estáveis na parede celular e na membrana plasmática. A respeito disso, pode‑se concluir que: A) As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. B) As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. C) As duas afirmativas são falsas. D) A primeira afirmativa é verdadeira e a segunda é falsa. E) A primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira. Resposta correta: alternativa E. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: o cálcio é relativamente imóvel, não se redistribuindo com facilidade no vegetal quando há carência no sistema radicular; em consequência de sua baixa mobilidade, os sintomas de carência aparecem primeiro em folhas e órgãos ou regiões novas da planta. B) Alternativa incorreta. Justificativa: a translocação de cálcio não origina sintomas de deficiência nas folhas mais velhas; a segunda frase está correta e não justifica o erro da primeira frase. C) Alternativa incorreta. Justificativa: a segunda frase é verdadeira, pois o cálcio estabiliza as ligações na translocação da planta. D) Alternativa incorreta. Justificativa: a primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira. E) Alternativa correta. Justificativa: a primeira frase é falsa porque, após a absorção, o nutriente é transportado pelo interior da planta, dando‑se a esse processo o nome de translocação. O transporte pode ser feito com o 86 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Unidade II nutriente estando ou não na mesma forma em que foi absorvido, indo de um órgão (ou região) a outro da planta, em geral, da raiz para as folhas. Esse movimento é a favor da corrente transpiratória, via xilema, e, portanto, todos os nutrientes são considerados móveis quanto à translocação. Questão 2. (UFSCar 2006). Fotoperiodismo é a influência exercida pelo período de luz incidente sobre certos fenômenos fisiológicos, como a floração. Plantas de dia longo e plantas de dia curto foram submetidas a três diferentes regimes de luz, como representado no esquema: regime A regime A regime B regime B regime C regime C 24 h or as período de luz Plantas de dia curto Plantas de dia longo período escuro período de luz período escuro crítico Figura 57 Pode‑se dizer que as plantas de dia curto floresceram: A) No regime A e as de dia longo no regime C, apenas. B) No regime B e as de dia longo nos regimes A e C, apenas. C) Nos regimes B e C e as de dia longo no regime A, apenas. D) Nos regimes B e C e as de dia longo no regime B, apenas. E) No regime C e as de dia longo no regime C, apenas. Resolução desta questão na plataforma. 87 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 2 RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. p. 97. Figura 4 RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. p. 96. Figura 5 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 114. Figura 6 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Plant physiology. 2. ed. Massachusetts: Sinauer Associates, 1998. p. 120 Figura 7 SÖZER, O. Carotenoids assist in assembly and functions of photosynthetic complexes in cyanobacteria. 2011. Tese (PhD) – Biological Research Centre, Hungarian Academy of Sciences, University of Szeged, Szeged, 2011. Disponível em: <http://www2.sci.u‑szeged.hu/fokozatok/PDF/Ozge_Sozer/PhD_thesis. pdf>. Acesso em: 31 maio 2016. p. 6. Figura 8 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 126. Figura 9 RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. p. 99. Figura 10 RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. p. 101. Figura 11 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 147. 88 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Figura 12 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 153. Figura 15 LAMBERS, H.; CHAPIN III, F. S.; PONS, T. L. Plant physiological ecology. Nova Iorque: Springer‑Verlag, 2008. p. 108. Figura 16 CAMPBELL, N. A. et al. Biology. Pearson: 2005. p. 789. Figura 17 KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 184. Figura 18 KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. (Adaptada). Figura 19 KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. (Adaptada). Figura 21 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 791. Figura 22 KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. (Adaptada). Figura 23 RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. p. 548. Figura 24 KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 329. Figura 26 KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 226. 89 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Figura 27 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 488. Figura 28 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 509. Figura 29 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 465. Figura 30 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 565. Figura 31 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 552. Figura 32 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 548. Figura 34 FIG2PLANTARROZFASEMATURAPLICN1_000IECTBELF02WX7GN0Q9JWYFG2WRSER.JPG. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/Fig2PlantArrozFaseMaturAplicN1_000iectbelf02wx7gn0q9jwyfg2wrser.jpg>. Acesso em: 8 jun. 2016. Figura 35 FIG5PLANTARROZPOTASSIOFASEVEGET1_000IECVQ7BS02WX7GN0Q9JWYFXQ5CV7Z.JPG. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/Fig5PlantArrozPotassioFaseVeget1_000iecvq7 bs02wx7gn0q9jwyfxq5cv7z.jpg>. Acesso em: 8 jun. 2016. Figura 36 FIG3PLANTARROZFOSFORO1_000IDKGHJX102WX7GN0Q9JWYFF3RXJZY.JPG. Disponível em: <http:// www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/Fig3PlantArrozFosforo1_000idkghjx102wx7gn0q9jwyff3rx jzy.jpg>. Acesso em: 8 jun. 2016. 90 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Figura 37 FIG9PLANTARROZDEFICENXOFRE1_000IECWGKV402WX7GN0Q9JWYFP7PHEOB.JPG. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/Fig9PlantArrozDeficEnxofre1_000iecwgkv402wx7 gn0q9jwyfp7pheob.jpg>. Acesso em: 8 jun. 2016. Figura 38 CALCIO_000G2OQGGF202WX5OK0R2MA0N35YEQJH.JPG. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia. embrapa.br/Repositorio/calcio_000g2oqggf202wx5ok0r2ma0n35yeqjh.jpg>. Acesso em: 8 jun. 2016. Figura 39 A – REPOSITORIO/BORO_000G2OTG7BX02WX5OK0R2MA0NXWE3Q0X.JPG. Disponível em: <http:// www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/boro_000g2otg7bx02wx5ok0r2ma0nxwe3q0x.jpg>. Acesso em: 8 jun. 2016. B – REPOSITORIO/BORO_2_000G2OTGIUF02WX5OK0R2MA0N07MYW21.JPG. 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Acesso em: 8 jun. 2016. 91 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 Figura 43 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 76. Figura 44 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 63. Figura 45 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 41. Figura 47 HOPKINS, W. G. Introduction to plant physiology. 2. ed. New York: John Wiley & Sons, 2000. (Adaptada). Figura 48 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 78. Figura 49 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 91. Figura 50 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 84. Figura 52 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 394. Figura 53 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 587. Figura 54 KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. (Adaptada). Figura 55 TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2004. p. 597. 92 Re vi sã o: M ar cí lia - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 08 /0 6/ 20 16 REFERÊNCIAS Textuais ALONSO, M. J.; ECKER, J. R. The ethylene pathway: a paradigm for plant hormone signaling and interaction. Sci. STKE, n. 70, p. 1 10, 2007. BLACKl, M.; WAREIN, P. F. Photoperiodic control of germination in seed of birch (Betula pubescens Ehrh.). Nature, n. 174, p. 705–706, 1954. CARVALHO, R. F. et al. The role of phytochrome in stress tolerance. Journal of Integrative Plant Biology, v. 53, n. 12, p. 920‑929, 2011. DAVIES, P. J. Plant hormones biosynthesis, signal transduction, action! Dordrecht: Kluwer, 2007. DIAS, T. et al. Compostos fenólicos e capacidade antioxidante em frutos de tomateiros mutantes fotomorfogenéticos. Ciência Rural, Santa Maria, v. 45, n. 5, p. 782‑787, maio 2015. 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