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* Prof. Dr. Rogério Britto BEM-VINDO À DISCIPLINA FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS - Aula IV * SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA SÉC. XVIII/XIX Confluência de eventos na Europa: Término do sistema feudal; Surgimento da classe de burgueses; Monarquias absolutistas; Novas formas de governo e pensamentos desafiando o poder das monarquias; Mudanças religiosas nas cidades, no sistema de produção, nas famílias, etc. * DEFINIÇÃO E ÂMBITO DA SOCIOLOGIA Ciência que estuda o comportamento humano, os meios de comunicação e os processos que interligam o indivíduo em associações, grupos e instituições. Estuda os fenômenos que ocorrem quando vários indivíduos se encontram em grupos de tamanhos diversos, e interagem no seu interior; Cobrindo todas as áreas do convívio humano, desde as relações na família até a organização das grandes empresas, o papel da política na sociedade até o comportamento religioso, pode vir a interessar, em diferentes graus de intensidade, a diversos profissionais e, também, ao homem comum. O maior interessado na produção e sistematização do conhecimento sociológico é o Estado, normalmente o principal financiador da pesquisa desta disciplina científica. * * CORRENTES EXPLICATIVAS A Sociologia tem ao menos três linhas mestras explicativas, fundadas pelos seus autores clássicos,: 1. a Positivista-Funcionalista, tendo como fundador Auguste Comte e seu principal expoente clássico em Émile Durkheim, que propôs uma visão sistêmica dos “fatos sociais”; 2. a linha de explicação sociológica dialética, iniciada por Karl Marx, que mesmo não sendo um sociólogo e sequer se pretendendo a tal, deu início a uma profícua linha de explicação sociológica; e 3. a sociologia compreensiva iniciada por Max Weber, de matriz teórico-metodológica hermenêutico-compreensiva * Auguste Comte (1798-1857) A Lei dos Três Estados: Teológico Metafísico Positivo * De acordo com esse pensador, a primeira lei é chamada de estado teológico ou fictício, esse estado é quando o espirito humano explica os fenômenos por meio de vontades transcendentais ou agentes sobrenaturais, ou seja, a explicação é buscada na explicação divina, em Deus. A segunda lei é chamada de estado metafísico ou abstrato, em que a explicação dos fenômenos é feita por meio de forças ocultas e abstratas. E a terceira lei é chamada de estado positivo ou científico, na qual os fenômenos são explicados subordinando-os às leis da observação e experimentação. * O pensamento sociológico de Émile Durkheim (1858-1917) * Bastante influenciado pelo positivismo e pela lógica cientificista do século XIX, Émile Durkheim imaginava a existência de um “reino moral” ou “reino social”. Este reino moral seria o espaço no qual se processariam as representações coletivas. Para Durkheim a sociedade é superior ao indivíduo; as estruturas sociais funcionam de modo independente dos indivíduos, condicionando suas ações. Assim, o todo condiciona as partes. * Em As Regras do Método Sociológico, Durkheim afirma que o objeto de estudo da Sociologia são os fatos sociais. Eles seriam aqueles modos de agir, pensar e sentir que exercem sobre os indivíduos uma coerção externa e que possuem existência própria. Para este autor os fatos sociais deveriam ser percebidos como coisas. O Direito é fato social, uma vez que, do ponto de vista normativo, ele é um complexo de normas, exteriores ao indivíduo, que coage a agir de determinada maneira. * É todo fato que extrapola os limites aceitos pela consciência coletiva de uma determinada sociedade. Nestes casos eles engendram conflito ao invés de solidariedade, colocando em risco o consenso e representando uma espécie de estado “mórbido” para a sociedade. * Exterioridade: os fatos sociais agem sobre os indivíduos independentemente de suas vontades particulares. São maneiras de pensar, de agir e sentir que existem fora das consciências individuais. Poder de coerção: para que o fato seja considerado social, deve também exercer algum poder de coerção sobre os indivíduos. Generalidade: todo fato social necessariamente possui um caráter de generalidade, ou seja, precisa ser percebido de modo coletivo * É o modo como a sociedade vê a si mesma e as demais, através de suas lendas, mitos, concepções religiosas, crenças morais etc... Em outras palavras, seria o sistema de representações coletivas presente em determinada sociedade. * Segundo Durkheim, o meio moral em determinada sociedade é produzido pela cooperação entre os indivíduos, por meio de um processo de interação que ele definiu como a divisão do trabalho social. Neste sentido haveriam duas formas básicas de se construir esta cooperação ou solidariedade, que seriam a solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica. * Predomina nas sociedades pré-capitalistas. A união do grupo se dá com base na ideia de identidade entre os indivíduos, manifestada através de costumes, religião, laços de família. É forte, neste contexto, a consciência coletiva. * Típica das sociedades capitalistas, nas quais a união do grupo se dá com base na interdependência entre os indivíduos. Esta, por sua vez, está ligada ao aumento da divisão do trabalho social, com a consequente especialização de funções. Neste contexto é mais fraca a consciência coletiva, com maior autonomia dos indivíduos. * Segundo Durkheim uma situação de anomia pode ser identificada toda vez que as relações sociais, assim como a divisão do trabalho, engendram conflito ao invés de solidariedade. Isto acontece quando deixa de existir correspondência entre as regras jurídicas e morais estabelecidas e as condições geradas pelas transformações das relações sociais, presentes em determinada sociedade, em outras palavras, é uma situação de transgressão das normas. * A palavra é de origem grega, a + nomos, significa ausência, falta, privação, inexistência de lei ou norma. Neste caso, a consciência “perde” os parâmetros de julgamento da realidade. Ela vai acontecer em momentos extremos, tais como: guerras, desastres ecológicos, econômicos, etc... o movimento da contracultura dos anos 60, serviço militar x consciência religiosa, Para muitos teóricos, em todas estas situações, anomia significa ausência de referências sociais. É uma crise social de caráter amplo: “não se sabe o que fazer”
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