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Micoses Superficiais Polígrafo 2 - Micologia Clínica 1 Micologia Clínica Prof. MSc. Vanessa Libreloto Dalepiane Naumann • MICOSES SUPERFICIAIS • MICOSES CUTÂNEAS • MICOSES SUBCUTÂNEAS • MICOSES PROFUNDAS • MICOSES OPORTUNISTAS ESTRUTURA DA PELE Micoses Superficiais Polígrafo 2 - Micologia Clínica 2 ESTRUTURA DA PELE MICOSES SUPERFICIAIS Atingem a camada mais superficial da pele; Geralmente não induzem resposta inflamatória. PITIRÍASE VERSICOLOR 1. 1. Epidemiologia: • Clima tropical e subtropical; • Pico de incidência na adolescência e idade adulta; • Incidência quanto ao sexo: sexo masculino. Micoses Superficiais Polígrafo 2 - Micologia Clínica 3 1. 2. Agente Etiológico: Malassezia sp M. furfur M. restricta M. sympodialis M. slooffiae M. obtusa M. globosa OBS. M. pachydermatis : otite em cão e infecções em imunodeprimidos. 1. 3. Fatores predisponentes: • Fatores exógenos: alta temperatura e umidade. • Fatores endógenos: Pele gordurosa, elevada sudorese, fatores hereditários, uso de corticoterapia, gravidez, turnover celular lento. 1. 4. Manifestações Clínicas: A. Pitiríase versicolor: • Máculas furfuráceas, descamação, hipo ou hiperpigmentadas, contorno arredondado; • Lesões predominam nas costas, tórax e pescoço; • Sinal de Besnier (unhada) e sinal de Zileri (estiramento); • Pode ocorrer prurido; • Exposição solar; • Recidivante. Manchas hipocrômicas de Pitiríase versicolor Micoses Superficiais Polígrafo 2 - Micologia Clínica 4 Mancha hipercrômica Fluorescência com a Lâmpada de Wood B. Foliculite pitirospórica: • Forma severa da doença; • Glândulas sebáceas e folículos pilosos semelhante à acne. • Pacientes em tratamento antimicrobiano ou corticóides e HIV positivo. C. Dacriocistite obstrutiva: • Colonização e obstrução do canal lacrimal. D. Onicomicose: doença crônica e/ou fator predisponente. Micoses Superficiais Polígrafo 2 - Micologia Clínica 5 E. Infecções sistêmicas: • Nutrição parenteral (lipídeos); • Recém nascidos e pacientes imunodeprimidos. F. Dermatite seborréica: • atinge o couro cabeludo, sobrancelhas, orelhas e face; • Mecanismo indireto de sensibilização este fungo produz lipases que geram ácidos graxos livres irritantes, os quais ativam a via alternativa do complemento REAÇÃO INFLAMATÓRIA 1. 5. Diagnóstico laboratorial: Exame direto: • Escamas do raspado da lesão com KOH (potassa) a 10 % ou lactofenol azul de algodão: hifas curtas, angulares, largas de parede espessa e leveduras em forma de “cachos de uva”. • Fita durex: leveduras em “cachos de uva” com brotamentos unipolares. • Resultado: Presença de blastoconídios e hifas compatíveis com Malassezia sp. Raspado das leões Micoses Superficiais Polígrafo 2 - Micologia Clínica 6 Cultura: • Não é útil para diagnóstico, mas sim para definir a espécie de Malassezia. • Macroscopicamente: colônias semelhantes à de bactérias, de coloração branca ou cremosa. • Microscopicamente: leveduras com raros brotamentos. Identificação das espécies: Crescimento em Sabouraud:(+) M. pachydermatis Crescimento em Sabouraud + azeite de oliva: Catalase: (-) M. restricta (+) Teste do Twenn M. fufur assimila todos (-) Morfologia: M. globosa arredondada M. obtusa cilíndrica 1.6. Diagnóstico Diferencial: Pitiríase rósea de Gilbert: • Dermatose inflamatória aguda de causa desconhecida. Ocorre mais na primavera, portanto suspeita-se de uma etiologia viral. • Afeta mais adolescentes, adultos jovens e crianças e dura aproximadamente 3 a 6 meses. Micoses Superficiais Polígrafo 2 - Micologia Clínica 7 • Pitiríase Rósea de Gilbert; • Vitiligo: ocorre perda adquirida dos melanócitos, resultando em manchas nitidamente delimitadas. • Pitiríase Alba: manchas claras que ocorrem isoladamente na face de crianças e adolescentes. Causa desconhecida, como aparece desaparece. • Psoríase: Acredita-se que tenha caráter hereditário, e a causa parece ser auto- imune. Apresenta maior freqüência em adultos jovens. Distúrbio da sinética celular. TINEA NEGRA OU TINEA NIGRA 2. 1. Epidemiologia: • Climas tropicais da América do Sul; • Maior incidência em mulheres menores de 20 anos; • Grande incidência na Bahia. 2. 2. Agente Etiológico: Fungo demáceo: Hortae werneckii Micoses Superficiais Polígrafo 2 - Micologia Clínica 8 2. 3. Fatores predisponentes: • Condições climáticas: temperatura elevada, condições de elevada salinidade, areia da praia. • Condições endógenas: hiperidrose. 2. 4. Aspectos Clínicos: • Mácula de coloração acastanhada ou marrom; • Aspecto arredondado e contorno nítido; • Não descamativa; • Preferencialmente na região palmar, ocasionalmente na região plantar. Micoses Superficiais Polígrafo 2 - Micologia Clínica 9 2. 5. Diagnóstico Laboratorial: • Exame Direto: • Raspados da lesão com KOH a 10%; • Serão observadas hifas curtas, ramificadas, septadas e em diversos matizes de castanho, ocasionalmente podem ser observadas estruturas fúngicas com aspecto leveduriforme; • Resultado: Presença de hifas demáceas septadas sugestivas de Tinea negra. Cultura: • Macroscopicamente: Colônias de coloração negra ou verde oliva que, quando bem desenvolvidas tem textura glabrosa, de relevo cerebriforme e reverso negro; • Microscopicamente: Células leveduriformes fusiformes, pigmentadas em castanho, as quais podem ser divididas por um septo. Micoses Superficiais Polígrafo 2 - Micologia Clínica 10 2.6. Diagnóstico Diferencial: • Melanoma maligno, Nevus, melanose pós- inflamatória. 3. PIEDRA BRANCA 3. 1. Epidemiologia: • Climas tropicais e temperados; • No Brasil, ocorre mais em adultos jovens do sexo masculino; • Microbiota da pele e intestinal e distribuídos na natureza; 3. 2. Agente Etiológico: Trichosporon sp: T. inkin pelos pubianos T. ovoides cabelos Micoses Superficiais Polígrafo 2 - Micologia Clínica 11 3. 3. Fatores Predisponentes: • Promiscuidade e infecção pelo vírus HIV. 3. 4. Aspectos Clínicos: • Nódulos aderidos na porção mediana do pelo comprometido (frequentemente axilar e pubiano); • Coloração amarela - acastanhada ou branca – amarelada de consistência mucilaginosa; • Destacadas do pelo pelo simples toque. Piedra Branca em pelos pubianos Exame Direto: • Analisar os pelos infectados com KOH 10- 40% entre lâmina e lamínula, imediatamente; • Serão observados hifas hialinas, artroconídeos e poucos blastoconídeos; • Resultado: Presença de nódulos característicos de Piedra branca. Micoses Superficiais Polígrafo 2 - Micologia Clínica 12 Cultura: • Facilmente isolado em ágar Sabourud com cloranfenicol; • Macroscopicamente: Colônias de crescimento rápido, leveduriformes brancas a creme, com textura glabrosa e relevo que varia de rugoso a cerebriforme. • Microscopicamente: micélio hialino, septado e com artroconídeos retangulares, ovóides ou redondos, bem como numerosos blastoconídeos. 3.6. Diagnóstico diferencial: lêndeas 4. PIEDRA NEGRA 4. 1. Epidemiologia: • Clima tropical e subtropical; • No Brasil, região Amazônica é endêmica 7% da população; • Discreta prevalência no sexo masculino. 4. 2. Agente Etiológico: Fungo demáceo, pertencente aos Ascomicetos Piedraia hortae. 4. 3. Aspectos Clínicos: • Nódulos irregulares, duros, de cor castanha – escura, firmemente aderida no pelo; • Localiza-se na porção extra folicular, na parte média a distal dos pelos do couro cabeludo, barba e bigode. Micoses Superficiais Polígrafo 2 - Micologia Clínica 134. 4. Diagnóstico Laboratorial: Exame Direto: • Fragmentos de pelos contendo os nódulos são preparados com KOH a 20 %; • Visualiza-se um emanharado de hifas que protegem os ascos que estão em seu interior. Dentro dos ascos e possível observar 8 ascosporos longos e afilados nas duas extremidades; • Resultado: Presença de nódulos de Piedraia hortae. Exame direto de Piedra Negra Cultura: • Meios Sabouraud ou Mycosel; • Crescimento lento, aproximadamente 21 dias; • Macroscopicamente: colônia castanha escura verde oliva ou negra, de textura glabrosa, no centro relevo apiculado que tende a tornar-se cerebriforme, a periferia é plana, com bordo irregular, reverso é negro, pode apresentar um pigmento avermelhado ou ferrugem no meio; • Microscopicamente: Hifas acastanhadas, grossas, algumas irregulares, septadas e numerosos clamidoconídeos intercalares, parte central podem ser vistos ascos.
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