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Faculdade São Luís - AULA 04 DIREITO AMBIENTAL Política Nacional do Meio Ambiente Política Nacional de Recursos Hídricos Prof. Dra. Mirela Ficher Senô AGENDA 2030 ODS - Objetivos do Desenvolvimento Sustentável Objetivo 13 – tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seu impactos 11 a 15 de Março – Quênia – Nairobi Assembleia da ONU – Meio Ambiente O tema central da Assembleia: "Soluções Inovadoras para Desafios Ambientais e Produção e Consumo Sustentáveis“ Necessidade de encontrar soluções sustentáveis e menos agressivas para o desenvolvimento econômico. Debater, entre outros temas, o excesso de plástico nos oceanos e a perda da biodiversidade. ONU - Brasil recebe US$ 96 milhões por ter reduzido desmatamento O Brasil tornou-se o primeiro país a receber recursos financeiros do Fundo Verde para o Clima (GCF, na sigla em inglês) por ter reduzido com sucesso as emissões de gases de efeito estufa do desmatamento. O pagamento do GCF, no valor de 96,5 milhões de dólares, é baseado nos resultados alcançados pelo Brasil no bioma Amazônia entre 2014 e 2015, que foram relatados e validados por especialistas da Convenção- Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). REDD+, um mecanismo para recompensar e reconhecer países por terem reduzido seu desmatamento. A volta da devastação Na década passada, a preservação da Floresta Amazônica foi referência de sustentabilidade. Em 2016, porém, o desmatamento disparou, o que compromete acordos do país com a ONU. Página aberta – Revista Veja – 22 fevereiro 2017. POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE A Politica Nacional de Meio Ambiente (PNMA) foi estabelecida pela Lei nº 6.938 no ano de 1981. Nela consta os objetivos, instrumentos e diretrizes da politica e ainda criou o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) bem como sua estrutura básica e também o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). A Política Nacional do Meio Ambiente “...deve ser compreendida como o conjunto de instrumentos legais, técnicos, científicos, políticos e econômicos destinados à promoção do desenvolvimento sustentado da sociedade e economia brasileiras”. Paulo de Bessa Antunes OBJETO DA PNMA É a qualidade ambiental propícia à vida das presentes e futuras gerações. Qualidade Ambiental é o estado do meio ambiente ecologicamente equilibrado – art. 225, CF e art. 4º, Lei 6.938/81; Preservar – Melhorar – Recuperar a intervenção humana no meio ambiente. ESTRUTURA DO SISNAMA Art. 3º, Decreto 99.274/90: I - Órgão Superior: o Conselho de Governo; II - Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente- CONAMA; III - Órgão Central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República IV - Órgão Executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA; V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal direta e indireta, as fundações instituídas pelo Poder Público cujas atividades estejam associadas às de proteção da qualidade ambiental ou àquelas de disciplinamento do uso de recursos ambientais, bem assim os órgãos e entidades estaduais responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; e VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e fiscalização das atividades referidas no inciso anterior, nas suas respectivas jurisdições OBJETIVOS DA PNMA Harmonização do meio ambiente com o desenvolvimento socioeconômico – desenvolvimento sustentável; Conciliação da proteção do meio ambiente com a garantia do desenvolvimento econômico, objetivando assegurar condições para o progresso industrial, aos interesses de segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana – art. 2º, Lei nº 6.938/81. Os objetivos da PNMA serão alcançados quando... Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos PRINCÍPIOS DA PNMA Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: PRINCÍPIOS DA PNMA I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII - recuperação de áreas degradadas; IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. INSTRUMENTOS DA PNMA Art. 9º, I a XII da Lei 6.938/81 – têm por escopo dar cumprimento aos objetivos: I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; II - o zoneamento ambiental; III - a avaliação de impactos ambientais; IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; INSTRUMENTOS DA PNMA VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental INSTRUMENTOS DA PNMA X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileirodo Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais; XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. RECURSOS HÍDRICOS Água – H2O “The water is the blood of the Earth”; “A água é o sangue da Terra”; Ciclo Hidrológico: a) precipitação – chuva, neve; b) evaporação – liquida em vapor pelos rios, lagos, mares; c) transpiração – perda d´água pelas plantas; d) infiltração – absorção da água pelo solo; e) percolação – infiltração da água no solo e rochas até o lençol freático; f) drenagem – movimento das águas nas superfícies durante a precipitação. CLASSIFICAÇÃO LEGAL DOS RECURSOS HÍDRICOS Art. 3º, V, Lei nº 6.938/81: Subterrâneas: águas originadas do interior do solo (lençol freático); Superficiais: águas encontradas na superfície da terra – rios, lagos, baias, mar; Estuários: são baias formadas pela junção do mar com os rios próximos aos oceanos – foz do rio; Mar territorial – é a faixa marítima de doze milhas de largura do litoral brasileiro. DADOS SOBRE A ÁGUA 97,5% da água existente é salgada e 2,5% é doce; Somente 90 milhões de quilômetros cúbicos (doce) encontram-se prontos para beber, mas nem todo esse estoque está disponível na natureza, só podemos utilizar 34 milhões de quilômetros cúbicos anuais, correspondente a 0,002% das águas do planeta; O aumento do consumo duplicará nos próximos 35 anos, chegando ao limite disponível de água. Atualmente, perto de 70% da água do mundo é utilizada para a agricultura, 22% para a indústria e 8% para as residências. AINDA DADOS... Para produzir 1 quilo de batata, precisamos de 500 litros de água; 1 quilo de aves – 3.500 litros; 1 quilo de carne – 15 mil litros; Na esfera industrial, para produzir 1 litro de gasolina – 10 litros de água; 1 quilo de aço – 95 litros; 1 quilo de papel – 324 litros; 1 par de sapatos de couro – 8 mil litros; 1 camiseta de algodão – 2.000 litros. BACIA HIDROGRÁFICA Bacia hidrográfica é uma área onde ocorre a drenagem da água das chuvas para um determinado curso de água (geralmente um rio). Com o terreno em declive, a água de diversas fontes (rios, ribeirões, córregos, etc.) deságuam num determinado rio, formando assim uma bacia hidrográfica. Logo, uma bacia hidrográfica é formada por um rio principal (as vezes dois ou três) e um conjunto de afluentes que deságuam neste rio principal. Bacia Hidrográfica é uma área drenada por um rio ou um sistema conectado de rios (riachos, córregos) tal que toda a vazão efluente é descarregada através de uma simples saída. A Bacia Hidrográfica é a Unidade Territorial para implementação da Política Estadual de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos Art.1º inciso V da Lei nº. 3.870/97. POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS A Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei nº 9.433/97, baseia-se nos fundamentos dos recursos hídricos (art. 1º), nos objetivos (art. 2º), nas diretrizes gerais de ação (arts. 3º e 4º), nos instrumentos e nos planos dos recursos hídricos (arts. 6º e 8º). FUDAMENTOS – Art. 1º Art. 1º, I - a água é um bem de domínio público; II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; VI – a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades. . OBJETIVOS – ART. 2º Art. 2º, I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável; III – a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais. DIRETRIZES – ART. 3º E 4º Art. 3º, I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade; II - a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País; III - a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental; IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional; V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo; VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras; Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo em vista o gerenciamento dos recursos hídricos de interesse comum. INSTRUMENTOS – ART. 5º Art. 5º, I - os Planos de Recursos Hídricos; II - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água; III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos; V - a compensação a municípios; VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos. OUTORGA DOS DIREITO DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como objetivos assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água. OUTORGA DOS DIREITO DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos hídricos: I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo; II - extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo; III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final; IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo de água. Ainda sobre Outorga.... Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo não excedente a trinta e cinco anos, renovável; Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis, mas o simples direito de seu uso. DOUTRINA Curso de Direito Ambiental Brasileiro Celso Antonio Pacheco Fiorillo 18ª edição – Editora Saraiva, 2018 Direito do Ambiente Edis Milaré Editora RT Boa semana e Obrigada!!!
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