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Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 1 GOVERNO DO ESTADO DO ACRE Tião Viana | Governador Nazareth Araújo | Vice-Governador SECRETARIA DE ESTADO DE TURISMO E LAZER DO ACRE Rachel Moreira | Secretária de Estado de Turismo e Lazer Ediza Pinheiro de Melo | Coordenadora Geral do Plano GRUPO TÉCNICO DE ACOMPANHAMENTO Ediza Pinheiro Melo | Coordenadora Geral do Plano Luciana Rufino | Chefe da Divisão de Qualificação Turística Adalgisa Bandeira de Araújo | Chefe do Departamento de Turismo e Artesanato José Raimundo Morais | Representante do Conselho Estadual de Turismo Rachel Dourado | Representante do Conselho Estadual de Turismo COLABORAÇÃO Entidades Conselho Estadual do Turismo Secretaria de Estado de Planejamento Secretaria de Estado de Meio Ambiente Prefeituras Municipais do Estado do Acre Fundação de Tecnologia do Acre Fundação de Cultura Elias Mansour Fundação Garibaldi Brasil Instituto de Meio Ambiente do Acre Instituto Dom Moacyr Associação dos Municípios do Acre Fecomércio-AC Sebrae-AC Senac-AC WWF Brasil Icmbio Iphan Interlocutores Municipais Sabrina Araújo: Elisson Araújo (Assis Brasil) Francisca Salaba (Brasiléia) Jair Castro (Epitaciolândia) Idalino Pedrosa; Erivan Silva (Xapuri) Antonio Vidal; Antonio Bezerra (Capixaba) Silmar Souza (Senador Guiomard) Francimar Rodrigues (Plácido de Castro) Queli Carvalho; Marcos Andrade (Porto Acre) Sainá Soares (Sena Madureira) Rodrigo Forneck; Aretuza Bandeira (Rio Branco) Jocilene Braga (Feijó) João Maciel; Lázaro Almeida (Tarauacá) Marcelo Gleyson do Vale Silva (Jordão) Antônio C. de Oliveira (Marechal Thaumaturgo) Clautevir Costa (Mâncio Lima) Joicilene Matos (Rodrigues Alves) Maria Francisca do Nascimento; José Augusto Rocha (Cruzeiro do Sul) CONSULTORIA RESPONSÁVEL Opah Organização e Planejamento Ltda. EQUIPE TÉCNICA Josias Rickli Neto | Biólogo. Mestre em Planejamento Urbano e Regional Constança Camargo | Arquiteta e Urbanista. Especialista em Gestão Técnica do Meio Urbano Eduardo Ambrósio | Arquiteto e Urbanista Michelli Goncalves Stumm I Economista. Mestre em Sociologia Simone Scorsato | Turismóloga. Mestre em Turismo e Hospitalidade (diagnóstico e pesquisa de campo) Wallan Araújo | Historiador. Especialista em Gestão Estratégica de Políticas Publicas Yure Lobo | Turismólogo. Especialista em Cidades, Meio Ambiente e Políticas Públicas COORDENAÇÃO Josias Rickli Neto | Biólogo. Mestre em Planejamento Urbano e Regional Yure Lobo | Turismólogo. Especialista em Cidades, Meio Ambiente e Políticas Públicas FOTOGRAFIAS Secretaria de Estado de Comunicação - SECOM Davi Sopchaki Localizado na Floresta Amazônica, o Acre tem a vocação natural para o eco e o etnoturismo. Temos um imenso po- tencial a ser explorado e apresentado àque- les que sentem a necessidade de respirar novos ares de aventura em meio à natureza exuberante. Nos últimos anos montamos uma base capaz de fortalecer um setor da economia fundamental para o desenvolvimento. A nossa política para incentivar o turismo se mostrar acertada quando olhamos para a quantidade de estrangeiros que entraram no Estado em 2014 pelas fronteiras: 52.953. O aumento da taxa de ocupação e o cresci- mento da quantidade de hotéis de pequeno, médio e grande portes que se instalaram no Acre também confirma que estamos no ca- minho certo. Conseguimos estruturar o Estado e es- tamos prontos para alcançar o desenvol- vimento econômico a partir de uma base diversificada. Neste contexto, o setor de turismo está inserido e tem papel de des- taque, haja vista que é reconhecidamen- te uma das atividades que mais cresce no mundo e uma das maiores geradoras de emprego, de renda e de oportunidades di- versas à população, com uma cadeia pro- dutiva formada por aproximadamente 52 atividades correlatas. O turismo e os seus operadores são e serão engrenagens fundamentais na cons- trução de um Novo Acre, que conta com um governo parceiro e um povo empreen- dedor. Acreditamos que ao investir em infraes- trutura, olhar de forma atenta os setores da saúde, da educação e da segurança pública, além de incentivar a construção de instru- mentos normativos e de gestão, definimos o papel do turismo dentro da administração e do planejamento de governo como setor complementar estratégico de desenvolvi- mento regional. Tião Viana Governador do Estado do Acre Mensagem do Governador Mensagem da Secretária de Estado de Turismo e Lazer O Acre vive um momento ímpar. Esta-mos em meio a um processo evoluti-vo do modelo de gestão adotado até o ano passado pelo governo do Estado. Este novo Acre que se avizinha tem como proposta a manutenção do fortalecimento do setor produtivo, com inclusão e preservação ambiental, mas com um caminhar da Adminis- tração Pública como parceira neste processo e não mais como a executora do mesmo. Chegar até a este momento só foi possí- vel em virtude do processo organizacional pelo qual passou o Estado ao longo dos úl- timos 16 anos. O novo momento pede o amadurecimen- to das politicas públicas voltadas para os mais diversos setores, inclusive para o tu- rismo. Foi a partir desta ótica que surgiu a proposta de construção do primeiro Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável e da Lei Estadual de Turismo do Estado do Acre. Os instrumentos de gestão acima men- cionados irão propiciar à Administração Pú- blica uma melhor definição e execução de políticas que garantam a evolução do setor, elevando o papel do mesmo na geração de riquezas, empregos e divisas para o Estado. É preciso conhecer as deficiências para atacá-las de forma mais eficaz. O plano per- mitirá um melhor planejamento das ações públicas e, consequentemente, o melhor aproveitamento dos recursos investidos no setor tanto pela Administração Pública, quanto pela iniciativa privada. Elevar o turismo à categoria que lhe compete, como setor importante economi- camente para o Estado do Acre, é compre- ender que uma gestão eficiente passa pela execução de estratégias corretamente pla- nejadas e perpassa o campo do achismo e do amadorismo. Rachel Moreira Secretária de Estado de Turismo e Lazer Sumário Apresentação ........................................................10 1. Um Plano para o Turismo Sustentável no Acre ..............................11 Etapa 1 - Diagnóstico Estratégico Situacional .................. 12 2. Diagnóstico Estratégico Situacional .............................................. 13 2.1. Caracterização Geral ........................................................................................... 13 2.2. Regionalização do Turismo .............................................................................. 14 2.3. Demanda Turística .............................................................................................. 17 2.4. Situação da Oferta Turística ............................................................................ 20 2.4.1. Recursos e atrativos ............................................................................................................................20 2.4.2. Equipamentos e serviços ...................................................................................................................23 2.4.3. Promoção e comercialização ............................................................................................................30 2.4.4. Acesso ..................................................................................................................................................32 2.5. Capacidade e Articulação Institucional e Empresarial ................................36 2.5.1. GestãoPública Estadual ...................................................................................................................... 37 2.5.2. Gestão Pública Municipal ...................................................................................................................38 2.5.3. Conselho Estadual de Turismo..........................................................................................................39 2.5.4. Cadeia Produtiva do Turismo ............................................................................................................40 Etapa 2 - Planejamento Estratégico ..................................42 3. Áreas Críticas de Intervenção .......................................................43 3.1. Mercado Turístico .............................................................................................. 46 3.2. Infraestrutura ..................................................................................................... 48 3.3. Quadro Institucional ......................................................................................... 49 3.4. Aspectos Socioambientais ................................................................................50 4. Linhas de Produtos e Segmentação Turística ...............................54 4.1. Linhas de Produtos ............................................................................................ 54 4.2. Segmentação Turística .......................................................................................66 5. Posicionamento atual versus posicionamento potencial ..............68 6. Estratégias de Desenvolvimento Turístico .................................... 72 6.1. Visão de futuro – visão 2020 .............................................................................73 6.2. Objetivo geral do plano .....................................................................................73 6.3. Objetivos estratégicos ........................................................................................73 6.4. Eixos Estratégicos ..............................................................................................75 Etapa 3 - Planejamento Operacional ................................ 76 7. Planos Operacionais ...................................................................... 77 Referências ..................................................................... 105 Apre senta ção 1. Um Plano para o Turismo Sustentável no Acre Este relatório apresenta de forma objetiva e resumida cada uma das etapas acima mencionadas e seus principais direcionamentos. Elaboração dos Planos Operacionais Período: novembro a dezembro de 2014. Atividades: reuniões da consultoria contratada com equipe técnica e diretiva da SETUL, oficina de validação do Plano. Gestão e Implementação Período: 2014 a 2020. Atividades: lançamento, estrutura de governança e imple- mentação das ações. Plano de Trabalho Período: junho de 2014. Atividades: reuniões preparatórias com a SETUL Análise da Situação Atual Período: julho a setembro de 2014. Atividades: trabalhos de campo, entrevistas, reuniões, es- tudos da oferta e da demanda, oficinas participativas, tra- balhos de gabinete. Definição da Estratégia, Visão de Futuro e Posicionamento Período: outubro de 2014. Atividades: oficinas participativas, reuniões da consultoria contratada com equipe técnica e diretiva da SETUL. O Plano Estratégico de Desenvolvimen-to do Turismo Sustentável no Acre foi concebido com base em um mo- delo participativo e se apresenta como um instrumento direcionador de esforços para obtenção de resultados, considerando um horizonte temporal de 2015 a 2020. Para tan- to, gera ações estratégicas com vistas a posi- cionar o Acre como destino turístico autên- tico e de qualidade nos cenários nacional e internacional. Sua concretização é fruto de um extenso processo que envolveu mais de 200 pessoas por meio de reuniões, trabalhos de campo e oficinas, abrangendo as Prefeituras Munici- pais, entidades empresariais, instituições de ensino, lideranças da sociedade, além das equipes técnica e diretiva da Secretaria de Es- tado do Turismo e Lazer do Acre e da consul- toria responsável pelo trabalho. Os trabalhos foram organizados e de- senvolvidos nas seguintes etapas: Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202012 Etapa 1 Diagnóstico Estratégico Situacional Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202012 Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 13 2. Diagnóstico Estratégico Situacional 2.1. Caracterização Geral Historicamente, o Acre foi caracterizado por profundas modificações. No início do século XX, recém-incorporado ao Brasil, o estado recebeu grande fluxo migra- tório cujo interesse esteve focado na extra- ção de látex nas terras até então bolivianas. Foi esse movimento, denominado “Revolução Acreana”, que gerou o fortalecimento da eco- nomia por meio do “sistema de aviamento” e incidiu na disputa territorial pela anexação da área ao Brasil. Mais tarde, em função da expansão da pe- cuária na região, o estado foi marcado por con- flitos entre grileiros e posseiros pela posse de terras gerando os “empates” dos extrativistas. Esses impasses resultaram em alianças entre os “povos da floresta” (indígenas e seringueiros) contra poder dos latifundiários. Dessa experi- ência de resistência surgiu a proposta de Re- servas Extrativistas. A contribuição da teologia da libertação, e de diversos outros setores progressistas nos anos 70, fez emergir um importante capital político e social que permitiu o redirecionamento da eco- nomia e política acreana a partir da década de 90, com a ascensão e o protagonismo de novos atores políticos seguidores dos ideais de Chico Mendes, marca expressiva da cultura acreana. O estado do Acre possui área de aproxima- damente 16 mil hectares, correspondendo a 4% da Amazônia brasileira e a 2% do território na- cional. Atualmente, é o 15º estado brasileiro em extensão territorial, com cerca de 10 milhões de hectares cobertos por densa floresta tropi- cal. Em face de tais condições, o Acre configu- ra-se como detentor de grande biodiversidade e patrimônio natural. O relevo do estado é composto predominan- temente por rochas sedimentares, que formam uma plataforma regular que desce suavemen- te em cotas da ordem de 300m nas fronteiras internacionais para pouco mais de 110m nos li- mites com o estado do Amazonas. No extremo ocidental situa-se o ponto culminante do esta- do, onde a estrutura do relevo se modifica com a presença da Serra do Divisor, ramificação da Serra Peruana de Contamana que apresenta altitude máxima de 734m. Os solos acreanos, também sedimentar, abrigam vegetação com- posta por diversos tipos de florestas: Tropical Densa e Tropical Aberta, que se caracterizam pela heterogeneidade florística, constituindo- -se em grande valor econômico para o Acre. Em relação aos aspectos sociais, econômi- cos e demográficos do estado, as principais in- formações se encontram no esquema abaixo. Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 13 Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202014 Indicadores Localização geográfica Latitudes: 07º 07’S e 11º 08’S | Longitudes 66º 30’W e 74º 00’W Capital Rio Branco Área 16 mil hectares Municípios 22 População 2014 790 mil Densidade demográfica 2014 4,8 habitantes/km2 Variação populacional 2010-2014 7,7% Taxa de urbanização 2010 72,6% Homens 2010 50,2% Mulheres 2010 49,8% Pessoas c/ mais de 15 anos 2010 66,3% Taxa de analfabetismo*2010 16,5% IDHM 2010 0,660 PIB per capita2011 R$ 11.783 PIB 2011 R$ 8,8 bilhõesImpostos 8% Comércio e serviços 63% Agricultura e pecuária 16% Indústria 12% Estabelecimentos2013 8.089 Empregos formais 2013 129.232 Fonte: IBGE. Censo Demográfico, 2010; IBGE. Estimativa Populacional, 2011/2014; Produto Interno Bruto dos Municípios, 2011; BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Relação Anual de Informações Sociais, 2013; PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Tabela 1. Características gerais do Acre 2.2. Regionalização do Turismo Seguindo as orientações do Programa de Re- gionalização do Turismo do Ministério do Tu- rismo, o estado do Acre definiu dois Polos de Desenvolvimento do Turismo Regional, o Polo Vale do Acre e o Polo Vale do Juruá, confor- me figura a seguir. Ao adotar essa regionalização como estratégia de organização turística territo- rial, assume-se que a oferta turística regional ad- quire maior significância, identidade e capacida- de de agregar valor ao produto turístico. Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 15 O Polo Vale do Acre é composto pela ca- pital Rio Branco, principal portão de entrada e centro receptor e irradiador de fluxos para todo o estado, e também pelos municípios de Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixa- ba, Senador Guiomard, Plácido de Castro, Porto Acre e Sena Madureira. Essa região conta com importante elemento estratégico para o desen- volvimento do turismo: a Rodovia Interoceâni- ca, que liga o Acre ao Pacífico. Além disso, no Polo foram constituídas quatro Rotas Turísticas: Caminhos da Revolução, Caminhos de Chico Mendes, Caminhos do Pacífico e também a Rota Turística Internacional “Pantanal, Amazônia, An- des e Pacífico”, estratégia de comercialização e diversificação da oferta, integrada pelos estados de Mato Grosso, Rondônia e pelo Peru. Já a região turística do Polo Vale do Juruá compreende os municípios de Cruzeiro do Sul, Feijó, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo, Jordão e Tarauacá. Assim como o Polo Vale do Acre, o Vale do Juruá também possui duas Rotas Turísticas, ambas em fase de estruturação: Caminhos das Aldeias e Cami- nhos da Biodiversidade. Em relação aos aspectos sociais, econômi- cos e demográficos dos Polos, as principais in- formações se encontram no esquema a seguir. Fonte: ACRE. Secretaria de Estado de Turismo e Lazer. Regionalização Turística, 2014. Figura 1. Regionalização turística do Acre Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202016 Indicadores Polo Vale do Acre Polo Vale do Juruá Outros Municípios 10 7 5 Área (em km2) 57.052 79.004 28.067 População 2014 534.223 208.532 47.346 Participação no estado2014 67,6% 26,4% 6,0% Densidade demográfica 2014 9,4 2,6 1,7 Variação populacional2010-2014 8,2% 5,9% 10,5% Taxa de urbanização 2010 81,3% 56,2% 46,9% Homens 2010 49,7% 51,0% 52,8% Mulheres 2010 50,3% 49,0% 47,2% Pessoas c/ mais de 15 anos 2010 69,3% 60,1% 60,1% Taxa de analfabetismo*2010 12,6% 25,9% 25,3% Ensino Fundamental**incompleto 2010 53,0% 67,4% 72,5% Ensino Fundamental**completo 2010 16,7% 14,1% 13,2% Ensino Médio completo**2010 22,4% 14,5% 11,7% Ensino Superior**2010 89,0% 1,2% 2,2% IDHM 2010 0,620 0,558 0,559 PIB per capita2011 R$ 12.610 R$ 9.568 R$ 12.380 PIB (R$ bilhões)2011 R$ 6,3 R$ 1,9 R$ 0,5 Impostos 10% 5% 4% Comércio e serviços 65% 62% 48% Agricultura e pecuária 11% 25% 41% Indústria 14% 8% 7% Estabelecimentos 2013 6.594 1.282 213 Comércio e serviços 73% 75% 54% Agricultura e pecuária 10% 13% 39% Indústria 16% 13% 7% Empregos formais 2013 112.406 13.891 2.935 Comércio e serviços 85% 87% 84% Agricultura e pecuária 2% 2% 10% Indústria 13% 11% 6% Fonte: IBGE. Censo Demográfico, 2010; IBGE. Estimativa Populacional, 2011/2014; Produto Interno Bruto dos Municípios, 2011; BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Relação Anual de Informações Sociais, 2013; PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013. Tabela 2. Características gerais dos Polos Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 17 2.3. Demanda Turística Fonte: elaboração própria a partir de ANTT. Anuário Estatístico dos Transportes Terrestres, 2012; INFRAERO. Desembarques Internacionais de Passageiros, 2012; BRASIL. Ministério do Turismo, Desembarques Internacionais, 2012; BRASIL. Ministério do Turismo, Desembarques Nacionais, 2012; BRASIL. Ministério do Turismo, Estudo de Demanda Turística Nacional, 2012. Fonte: elaboração própria a partir de ANTT. Anuário Estatístico dos Transportes Terrestres, 2012; INFRAERO. Desembarques Internacionais de Passageiros, 2012; BRASIL. Ministério do Turismo, Desembarques Internacionais, 2012; BRASIL. Ministério do Turismo, Desembarques Nacionais, 2012; BRASIL. Ministério do Turismo, Estudo de Demanda Turística Nacional, 2012. Gráfico 1. Estimativa e projeção de fluxo turístico Atualmente o Acre é destino de 0,4% do fluxo turístico nacional. Partindo desse desempenho, pode-se inferir 3 estimativas para a demanda tu- rística potencial do Acre, apresentadas a seguir. Gráfico 2. Estimativa e projeção de fluxo turístico potencial Considerando as estatísticas oficiais, pode- -se estimar que o fluxo turístico do estado do Acre chegou a 140 mil em 2013 e possivelmente atingirá 170 mil visitantes em 2020. Esse aumen- to de 30 mil turistas mostra que o fluxo turístico acreano pode crescer 21% nos próximos 6 anos. Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202018 Cerca de 12% do fluxo turístico atual procedem principalmente da Bolívia, Peru, Portugal, Japão, Chile, Costa Rica e Itália. Gráfico 3. Fluxo turístico segundo procedência Fonte: elaboração própria a partir de ANTT. Anuário Estatístico dos Transportes Terrestres, 2012; INFRAERO. Desembarques Internacionais de Passageiros, 2012; BRASIL. Ministério do Turismo, Desembarques Internacionais, 2012; BRASIL. Ministério do Turismo, Desembarques Nacionais, 2012; BRASIL. Ministério do Turismo, Estudo de Demanda Turística Nacional, 2012. Fonte: BRASIL. Ministério do Turismo, Estudo de Demanda Turística Nacional, 2012. Também se verificou que 88% dos turistas que visitaram o Acre eram brasileiros. Destes, aproxi- madamente 43% procediam do próprio estado do Acre; 11% do Amazonas e 9% de São Paulo. Agrupando os principais emissores, consta- tou-se que 61,2% dos turistas nacionais são da Região Norte, 14,2% do Sudeste, 11,9% do Nor- deste, 8,1% do Centro-Sul e 4,6% do Sul. Acre Amazonas São Paulo Ceará Rondônia Goiás Rio de Janeiro Paraná Mato Grosso Santa Catarina Outros 11,4% 43,4% 8,8% 8,7% 6,0% 5,6% 4,3% 2,8% 2,2% 1,4% 5,6% Gráfico 4. Procedência do fluxo turístico nacional Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 19 Em relação às motivações dos visitantes atuais verificou-se que fazer negócio ou trabalhar são as razões apresentadas pela maioria dos turistas nacionais que viajam ao Acre. Essa motivação é seguida por passeio (14%), visitar amigo/parente (12%), saúde (11%).Entre os visitantes internacionais, fa- zer negócio e trabalhar ficou empatado com “passeio”, ambos em primeiro lugar com 30%. Essas preferências são seguidas por motivações ligadas a intercâmbio/estudo (23%) e passeio (16%). Gráfico 5. Fluxo turístico segundo motivação Negócio/trabalho Passeio Visitar amigos/parentes Saúde Intercâmbio/estudo Outro 30% 52% 16% 14% 29% 12% 11% 0% 23% 1% 2% 10% 29% Internacional Nacional Fonte: ACRE. Secretaria de Estado de Turismo e Lazer. Demanda Turística, 2009. Fonte: BRASIL. Ministério do Turismo, Estudo de Demanda Turística Nacional, 2012. Além das características motivacionais, os atuais visitantes doAcre também costumam con- centrar suas viagens nos meses de Janeiro, Julho e Dezembro, período coincidente com as férias escolares. Gráfico 6. Época de viagem segundo região de origem 20% 18% 15% 13% 10% 8% 5% 3% 0% Jan Fev Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202020 2.4. Situação da Oferta Turística 2.4.1. Recursos e atrativos1 Critérios Grau de atratividade (peso 3) Originalidade, importância ambiental e/ou cultural, sazonalidade e nível de conservação. Condições de acesso (peso 4) Acesso, hospitalidade, sinalização, transporte, qualidade do trajeto e distância. Condições de uso (peso 3) Receptivo, hospitalidade, segurança, limpeza, comunicação, interpretação e ambiência. Valor intrínseco (peso 10) Singularidade, beleza cênica, raridade do atrativo, importância ambiental, cultural, histórica e social. Pontuação Nenhum (nota 0) Inexistência ou condição insignificante do item analisado. Baixo (nota 1) Baixo uso, em estado precário, elemento bastante comum e baixa significância do item analisado. Médio (nota 2) Média intensidade de uso, em razoável estado de conservação, necessitando de intervenções de melhorias, média significância do item analisado. Alto (nota 3) Fluxo turístico regular, bom estado de conservação, apresenta elementos raros e/ou singulares, alta significância do item analisado. Hierarquização Hierarquia IV (notas de 2,6 a 3,0) Atrativos e recursos de excepcional valor e grande significado para o mercado turístico, capaz de motivar importantes correntes de visitantes, atuais ou potenciais, tanto nacionais como internacionais. Hierarquia III (notas de1, 8 a 2,5) Atrativos e recursos com grande valor potencial, mas de médio significado real para o mercado turístico, capaz de motivar uma corrente atual ou potencial de visitantes regionais ou nacionais, em conjunto com outros atrativos próximos a este. Hierarquia II (notas de 0,8 a 1,7) Atrativos e recursos com algum aspecto expressivo, capaz de interessar visitantes locais e/ou regionais que tenham chegado à área por outras motivações turísticas. Tabela 3. Critérios, escalas de avaliação e hieraraquização dos recursos e atrativos turísticos A análise dos recursos e atrativos turísticos buscou identificar a relevância e a capacidade de atração destes no contexto regional, nacio- nal e internacional. Desta forma, foram avalia- dos os recursos e atrativos de maior interesse turístico, buscando destacar as singularidades e as especificidades positivas e negativas por meio dos critérios e escala de avaliação desta- cados abaixo. As notas dos atrativos e recursos avaliados foram sistematizadas e hierarquiza- das em quatros níveis e também estão expostas na tabela a seguir. Continua Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 21 Fonte: elaboração própria, 2014. A partir de BRASIL. Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do 1 A construção da metodologia teve como base documentos elaborados pela Organização Mundial do Turismo (OMT) e pelo Centro Interamericano de Capacitação Turística (CICA- TUR). As informações foram obtidas por meio de visitas in loco e complementadas com dados do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável – Pdtis Vale do Acre e Vale do Juruá, elaborados em 2013, e da Secretaria de Turismo e Lazer do Estado do Acre – Setul. A avaliação foi realizada, de forma conjunta, por dois consultores integrantes da equipe do Plano, considerando o contexto geral dos Polos e as características específicas dos atrativos. 2 Para visão geral das notas e hierarquia de todos os recursos e atrativos turísticos do Polo ver Anexo I. Hierarquização Hierarquia I (notas de 0 a 0,7) Atrativos e recursos sem méritos suficientes, mas que formam parte do patrimônio turístico como elementos que podem complementar outros de maior hierarquia. Considerando essas orientações, no Polo Vale do Acre foram avaliados 109 atrativos, sendo 64 culturais, 21 naturais, 18 eventos, 3 ati- vidades econômicas, 2 técnicos e 1 esportivo. A região apresenta 4 atrativos dentro do gru- po de maior valor, os de hierarquia IV, sendo 3 atrativos culturais: os Geoglífos, as Culturas Ayahuasqueiras e o Centro de Memória Chico Mendes e 1 atrativo natural: Seringal Cachoeira. A oferta do Polo é representativa, mas com grande concentração na capital Rio Branco, fragilizando atualmente as possibilidades de conexões regionais por meio de roteiros in- tegrados. Somando-se a isto, existem poucos atrativos consolidados por meio de produtos. Entretanto, entre eles há grande potencial de desenvolvimento por meio de ações de estru- turação, qualificação e ordenamento. Para visão geral das notas e hierarquia de todos os recursos e atrativos turísticos do Polo ver Anexo I. elaboração própria, 2014 Vale do Acre Vale do Juruá Hierarquização dos recursos e atrativos turísticos Tipo dos recursos e atrativos turísticos Rio Branco Xapuri Sena Madureira Brasiléia Plácido de Castro Porto Acre Assis Brasil Epitaciolândia Capixaba Senador Guimard Hierarquia IIV Hierarquia III Hierarquia II Hierarquia I Cultural Natural Evento Ativ. Econômica Técnico Esportivo Cruzeiro do Sul Tarauacá Feijó Mâncio Lima Mar. Thaumaturgo Rodrigues Alves Jordão 44 23 8 7 5 4 3 2 13 9 9 8 7 7 5 4 3 4 64 18 1921 18 8 3 7 2 1 6 29 56 20 3 15 27 Vale do Acre Vale do Juruá Vale do Acre Vale do Juruá Gráfico 7. Quantidade, hierarquia e características dos recursos atrativos turísticos Tabela 3. Critérios, escalas de avaliação e hieraraquização dos recursos e atrativos turísticos Conclui Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202022 No Polo Vale do Juruá foram avaliados 51 atrativos, sendo 19 naturais, 18 culturais, 8 eventos e 7 atividades econômicas. A região apresenta 6 atrativos de hierarquia IV, sendo 1 atrativo natural e 6 atrativos culturais: o Par- que Nacional da Serra do Divisor, as Culturas Ayahuasqueiras, o Festival Yawanawá, o Festi- val Mariri, o Festival Huni Kuin Xinã Bena e o Povo Ashaninka do Rio Amônia. Os atrativos e recursos naturais do Polo Vale do Juruá representam importante potencial competitivo para o estado, podendo agregar a oferta turística e contribuir para elevação do fluxo de visitantes. Neste sentido vale ressaltar que os atrativos naturais são responsáveis pelo grande número de viajantes que escolhem o Brasil como destino de férias, já que o país é considerado o território com maior potencial em termos de recursos naturais do mundo. O desafio está em transformar esses recursos em produtos e, no caso do Acre, não é diferente. A oferta turística atual do Estado do Acre encontra-se em estado potencial ou em fase inicial de desenvolvimento, necessitando de investimentos e ações de planejamento que garanta o uso racional, capaz de gerar os bene- fícios sociais e econômicos. A partir dos dados agregados no gráfico abaixo percebe-se que 66% dos recursos e atrativos encontram-se em situações de valor potencial (Hierarquias I e II): Gráfico 8. Resultado geral – Hierarquização Turística Fonte: elaboração própria, 2014 3 Para visão geral das notas e hierarquia de todos os recursos e atrativos turísticos do Polo ver Anexo I. Esta situação de alta concentração de re- cursos e atrativos como valor potencial de produto não é suficiente para sua comercia- lização nos mercados (regional, nacional e internacional). Para que um turista potencial possa comprar, fazer uso desse produto tu- rístico e, assimgerar recursos financeiros em seu contexto, o mesmo precisa ter oferta com- plementar (dormir, comer, comprar, etc), para então ser comunicado e promovido junto aos públicos alvos. Tal situação demonstra que a potencialida- de é elevada, mas o valor real do conjunto de produtos ainda é baixo, em ambos os Polos, o que significa que o Estado deverá trabalhar fortemente no desenvolvimento e consolida- ção dos mesmos conforme as prioridades defi- nidas por este Plano. Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 23 4 Selecionadas pelo Ministério do Turismo a partir de diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial do Turismo – OMT. Disponível em: <http://www.observatoriodo- turismo.tur.br>. Acesso em: 06 Jan. 2015. 2.4.2. Equipamentos e serviços 261 281 308 300 37 41 52 50 58 322 354 446 473 492 389 416 426 2008 2009 2010 2011 Vale do Acre Estabelecimentos Vale do Juruá Acre 2012 2013 34 1.847 2.017 2.281 2.062 2.254 2.622 232 330 361 300 325 3.010 3.001 3.083 2.641 2.684 2.741 2008 2009 2010 2011 Vale do AcreEmpregos Vale do Juruá Acre 2012 2013 194 Fonte: BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Relação Anual de Informações Sociais, 2013. Gráfico 9. Atividades características do turismo segundo empregos e estabelecimentos A análise dos equipamentos e serviços turísticos objetivou caracterizar e avaliar a oferta de meios de hospedagem, alimentação, agências de turismo, equipamentos de entre- tenimento e lazer, serviços de informações turísticas e outros serviços, entendidos gene- ricamente como Atividades Características do Turismo – ACTs . a) Empregos e estabelecimentos formais Em 2013, o conjunto das ACTs representaram 6% dos estabelecimentos e 2% dos empregos do estado do Acre. Destes, grande parte estão reunidos no Polo Vale do Acre, conforme esquema a seguir. Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202024 As ACTs no Polo Vale do Acre representa- ram 426 estabelecimentos em 2013, equivalente a 6,5% do total dos estabelecimentos da região (6.594). A maioria se concentra na capital Rio Branco (86%), cujo setor de serviços é mais am- pliado e diversificado. Em seguida aparecem Epitaciolândia (4%) e Brasiléia (2,5%), em menor escala. Dentre as ACTs existentes neste Polo, também se constatou que 74% são empresas relacionadas ao setor de alimentação , seguido pelo setor de hospedagem, com 16%. No Polo Vale do Juruá verificou-se a exis- tência 58 estabelecimentos. Isto equivale a 3,6% do total dos estabelecimentos da região (1.587). A maioria se concentra na cidade polo Cruzeiro do Sul (63,7%), cujo setor de serviços possui maior representatividade, seguido de Tarauacá (22,4%) e Feijó (12%). A configuração das ACTs neste Polo caracteriza-se pela oferta quase exclusiva de estabelecimentos de meios de hospedagem (43,1%) e alimentação (41,3%), dois serviços bási- cos na conformação do mercado turístico. 5 Para visão geral das notas e hierarquia de todos os recursos e atrativos turísticos do Polo ver Anexo I. Gráfico 10. Estabelecimentos ligados às atividades características do turismo segundo tipo e município Restaurantes e afins Hotéis Agências de viagens Aluguel de carros Transporte terrestre Transporte aéreo Serviços de reservas Alojamento e afins Equip. recreativos Operadores turísticos 313 68 22 9 6 3 2 2 1 0 Rio Branco Epitaciolândia Sena Madureira Brasiléia Plácido de Castro Senador Guiomard Assis Brasil Xapuri Porto Acre Capixaba 365 16 12 10 6 5 5 3 2 2 Hotéis Restaurantes e afins Transporte aéreo Agências de viagens Alojamento e afins Serviços de reservas Operadores turísticos Equip. recreativos Aluguel de carros Transporte terrestre 25 24 5 3 1 0 0 0 0 0 Cruzeiro do Sul Tarauacá Feijó Mâncio Lima Rodrigues Alves Mar. Thaumaturgo Jordão 37 13 7 1 0 0 0 Vale do Acre Vale do Juruá Fonte: BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Relação Anual de Informações Sociais, 2013. Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 25 Fonte: elaboração própria a partir de BRASIL. Ministério do Turismo. CADASTUR, 2014. Fonte: elaboração própria a partir de BRASIL. Ministério do Turismo. CADASTUR, 2014. Município Meios de Hospedagem Unidades Habitacionais Leitos Assis Brasil 2 29 79 Brasiléia 10 150 418 Capixaba 2 36 68 Epitaciolândia 8 174 394 Plácido de Castro 3 65 212 Porto Acre 1 9 14 Rio Branco 23 1.123 2.939 Sena Madureira 6 144 384 Senador Guiomard 1 0 0 Xapuri 5 75 228 Vale do Acre 61 1.805 4.736 Tabela 4. Quantidade e características dos meios de hospedagem do Vale do Acre No Polo Vale do Juruá foram identifica- dos 22 meios de hospedagem, representados por 652 unidades habitacionais e 1.476 leitos. Em relação à dimensão média dos estabeleci- mentos, a oferta mais expressiva concentra-se em Cruzeiro do Sul (10), seguida dos destinos de Tarauacá (5) e Feijó (3). Na grande maioria os equipamentos são de pequeno porte, com estruturas simples e atendendo ao mínimo as necessidades dos clientes. Município Meios de Hospedagem Unidades Habitacionais Leitos Cruzeiro do Sul 9 335 714 Feijó 3 128 292 Jordão 1 12 27 Mâncio Lima 1 8 18 Marechal Thaumaturgo 1 0 0 Rodrigues Alves 1 10 22 Tarauacá 5 110 313 Vale do Juruá 21 603 1.386 Tabela 5. Quantidade e características dos meios de hospedagem do Vale do Juruá b) Meios de hospedagem Por meio de pesquisa de campo, foram identificados 61 meios de hospedagem no Polo Vale do Acre que atualmente ofertam 1.805 unidades habitacionais e 4.736 leitos. A oferta mais expressiva concentra-se na capital Rio Branco (23), que também apre- senta a maior variedade de equipamentos no que concerne ao porte e padrão de ser- viços. Em seguida estão Brasiléia (10) e Epi- taciolândia (7), onde predominam empre- endimentos de pequeno porte e com baixo padrão de serviços. Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202026 No geral, constatou-se que os meios de hos- pedagem nos dois Polos possuem baixa qualida- de na oferta de serviços. Além disso, apresentam: • Pouca diversificação da oferta, principalmente, ligada aos segmentos de Lazer e Ecoturismo; • Alta concentração em áreas urbanas, com pouca oferta integrada à natureza; • Baixa oferta de serviços adicionais, concen- trando-se na disponibilidade de café da ma- nhã, identidade local e acesso à internet; • Carência de serviços diferenciados, como espaços de recreação, serviços relaciona- dos ao bem-estar e estética, alimentação 24h e atendimento bilíngue; • Inexistência de política de diferenciação de tarifas por temporada e para operadores e agentes de viagem; • Baixo grau de exigência na contratação de funcionários; • Baixa qualidade do padrão construtivo e das condições de acessibilidade. Rio Branco Epitaciolândia Xapuri Sena Madureira Brasiléia Plácido de Castro Senador Guiomard Porto Acre Capixaba Assis Brasil Cruzeiro do Sul Tarauacá Feijó Rodrigues Alves Mar. Thaumaturgo Mâncio Lima Jordão 42 8 4 3 1 1 1 1 9 5 5 5 4 3 3 3 2 Vale do Acre Vale do Juruá Variada Peixes Massas Carnes Regional Oriental Frutos do Mar Aves Árabe Self Service Misto À la carte 47 33 13 1 35 6 12 16 1 5 14 7 2 2 2 1 1 1 1 Tipo de serviço Especialidade Vale do Acre Vale do JuruáVale do Acre Vale do Juruá Fonte: elaboração própria a partir de BRASIL. Ministério do Turismo. CADASTUR, 2014. Gráfico 11. Quantidade e características dos serviços de alimentaçãoc) Serviços de alimentação No Polo Vale do Acre, foram identificados 81 estabelecimentos ligados ao segmento de ali- mentação. Já o Polo Vale do Juruá apresenta apenas 19 estabelecimentos. A distribuição e principais características dos serviços de alimen- tação estão expostas no esquema a seguir. Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 27 Assim como os meios de hospedagem, os serviços de alimentação nos dois Polos também apresentam diversos problemas, tais como: • Pouca diversificação da oferta dos serviços, com forte concentração na oferta de alimen- tação básica; • Baixa diversidade das especialidades oferta- das, concentradas na cozinha trivial e carnes; • Baixa qualidade das estruturas de atendi- mento e do padrão construtivo dos empre- endimentos; • Carência de serviços diferenciados, como cli- matização dos ambientes e acesso à internet; • Carência de capacitação dos recursos huma- nos ligados ao segmento. d) Equipamentos e serviços de eventos O setor de eventos vem se destacando como um importante segmento turístico nos dois Po- los. No Vale do Acre, Rio Branco se sobressai, pois concentra os principais espaços do estado com capacidade para realização de eventos di- versos. Além disso, no Polo foram identificadas 5 empresas prestadoras de serviços para o setor de eventos, todas localizadas em Rio Branco. No Vale do Juruá, o destaque fica por conta de Cruzeiro do Sul que possui 5 espaços para realização de eventos de pequeno porte (até 300 participantes) e médio porte (de 300 a 1.000 par- ticipantes). No Polo, não foi verificada a existên- cia de empresas especializadas na prestação de serviços para o setor de eventos, bem como para organização e planejamento dos mesmos. Parque da Maternidade - Rio Branco Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202028 Pousada Seringal Cachoeira - Xapuri Município Quantidade de equipamentos Capacidade (nº de pessoas) Vale do Acre 32 6.957 Assis Brasil 2 150 Brasiléia 3 240 Capixaba 1 100 Epitaciolândia 2 130 Plácido de Castro 2 150 Rio Branco 20 5.987 Xapuri 2 200 Vale do Juruá 7 1.416 Cruzeiro do Sul 5 1.066 Feijó 1 170 Tarauacá 1 180 Acre 39 8.373 Fonte: elaboração própria, 2014. Além dos pontos apontados, outros entraves encontrados pelo segmento de eventos são: • Carências de espaços multiuso adequados para eventos de grande porte; • Carência de centro de convenções e eventos; • Baixa oferta de instalações adequadas para realização de eventos de caráter técnicos como, por exemplo, auditórios, teatros muni- cipais e salas em meios de hospedagem. Tabela 6. Quantidade e características dos equipamentos de eventos Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202028 Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 29 e) Agências de receptivo Teatro Plácido de Castro - Rio Branco Conforme dados do Ministério do Turismo, o Polo Vale do Acre possui 62 agências de via- gens cadastradas, sendo que apenas 3 possuem portfólio voltado para o turismo receptivo. No Polo Vale do Juruá a situação se apresenta mais crítica, pois das 10 agencias de viagens ca- dastradas, apenas 1 possui intenções comerciais direcionada para o turismo receptivo. Em relação aos serviços oferecidos verifi- cou-se que o pequeno grupo de agencias que trabalha com turismo receptivo oferece roteiros muito semelhantes entre si, como transfer in/ out, city-tour, compras na Bolívia, atividades li- gadas ao Etnoturismo e Ecoturismo e sobrevoo para visualização dos Geoglífos. Essa oferta é complementada pela comercialização de rotei- ros integrados, principalmente, com o Peru e a Bolívia. Em se tratando do relacionamento com o mercado nacional, observou-se a existência de bom nível de parceria com empresas de re- ceptivo localizadas em mercados estratégicos como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizon- te, além dos estados vizinhos como Rondônia, Amazonas e Mato Grosso. f) Serviços de informações turísticas Atualmente existe apenas 1 posto de informa- ções turísticas em funcionamento regular no es- tado do Acre, localizado no Polo Vale do Acre. Como decorrência direta da baixa oferta desse tipo de serviço, verificou-se também: • Escassez de recursos humanos e financeiros direcionados ao segmento; • Subutilização de Centros de Atendimento ao Turista (CAT) nos municípios de Plácido de Cas- tro, Brasiléia, Xapuri, Sena Madureira e Cruzei- ro do Sul, que se encontram desativados; • Carência de atendimento bilíngue; • Ausência de controles internos para auxiliar a identificação do perfil dos turistas e do fluxo de uso dos serviços, por exemplo; • Irregularidade de funcionamento nos pos- tos de serviços de informações turísticas no Aeroporto e na Rodoviária em Rio Branco e Cruzeiro do Sul; • Ausência de site promocional e/ou institu- cional, bem como aplicativos para dispo- sitivos móveis, que disponibilize informa- ções consistentes e organizadas para os visitantes. Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 29 Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202030 A promoção institucional, realizada pela Se- tul, está focada em diferentes ações, tais como: • Promoção internacional do Acre (cam- panha promocional que prevê a produção de peças publicitárias e vídeo); • Produção de peças publicitárias para in- centivar o turismo interno; • Apoio a feiras e festivais estaduais; • Elaboração e impressão de folhetos promocionais (Rota Turística Internacio- nal “Pantanal, Amazônia, Andes e Pacífico”, Caminhos do Pacífico, Caminhos Chico Men- des, Caminhos da Revolução, Conheça Rio Branco e Calendário de Eventos do Acre); • Participação em feiras e eventos do se- tor, sobretudo em São Paulo (Salão do Tu- rismo, Encontro Comercial da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo – BRA- ZTOA, Feira das Américas da Associação Brasileira de Agencias de Viagens e Adven- ture Sports Fair), Bolívia (Feira Internacional de Turismo da Bolívia e alguns Workshops Brasil Sensacional) e Peru (Feira Internacio- nal de Turismo do Peru, alguns Workshops Brasil Sensacional e Feira Internacional de Turismo AVIT – Associação de Agencias de Viagens e Turismo de Arequipa); • Promoção do destino Acre em grandes eventos realizados no Estado, como na Reu- nião Anual da Sociedade Brasileira de Pes- quisa e Científica – SBPC, no Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e na Reunião Anual da Força Tarefa dos Gover- nadores pelo Clima e Florestas (GCF), com- posto por 7 países (Brasil, Estados Unidos, Nigéria, Indonésia, Peru, Espanha e México); • Realização de Press Trip para jornalistas e blogueiros especializados, com foco no mercado nacional e internacional; • Participação em rodadas de negócios, por meio dos principais operadores de re- ceptivo turístico. 2.4.3. Promoção e comercialização a) Promoção e comercialização institucional Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202030 Bibliotéca da Floresta - Rio Branco Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 31 A promoção e comercialização do destino via web, ainda é muito escassa e com baixo ní- vel de uso de ferramenta votadas para busca de informações e serviços de viagem e turismo, tais como Google, Facebook, TripAdvisor, Booking, entre outros. • A busca pelo o termo “Acre turismo” no Google, aponta para mais de 3 milhões de ocorrências. Entretanto, ao se navegar pelos conteúdos observou-se que a maioria das páginas contém informações desatualizadas sobre o destino. Além disso, grande parte dos sitesdiz respeito a matérias jornalísticas e não foi identificado site institucional pro- mocional. • Já em relação à busca do termo “Acre” no Fa- cebook, identificou-se que aproximadamen- te 4 mil pessoas “curtiram” e 11 mil fizeram check-in usando o termo. Ao se analisar as fanpages de empresas de turismo do destino, observou-se que em alguns casos páginas pessoais são utilizadas como empresariais, inviabilizando as ferramentas de monitora- mento e de aumento de “likes”. • Buscando o destino em sites de viagens, com o TripAdvisor,verificou-se que em primeiro lugar aparece a cidade do Acre em Israel. Redirecionando a busca encontramos os mu- nicípios mais acessados no estado: Rio Bran- co, Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Feijó, Brasiléia e Tarauacá. Xapuri não aparece em conjunto com os demais destinos, somente em busca específica e sempre ligada a ima- gem de Chico Mendes. Fica evidenciada a necessidade de se estabe- lecer um processo organizado de promoção e comercialização via web, bem como um melhor posicionamento digital do destino, considerando que esta tem sido uma das principais ferramentas de aproximação com o público consumidor. b) Promoção e comercialização na web Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 31 Casa de Chico Mendes - Xapuri Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202032 Carreteira do Pacífico c) Rota Turística Internacional “Pantanal, Amazônia, Andes e Pacífico Na análise da promoção e comercialização do destino é ainda importante destacar a Rota Tu- rística Internacional “Pantanal, Amazônia, Andes e Pacífico”, estratégia de diversificação da oferta turística dos estados do Acre, Rondônia e Mato Grosso de forma articulada com a Macrorregião Sul do Peru. Juntos estes destinos oferecem grande diversidade de atrativos, sobretudo nos segmentos de Aventura, Ecoturismo e Cultura, caracterizando-se por heterogeneidade paisa- gística, diversidade de ecossistemas e culturas, resultando em rica experiência ao visitante. 2.4.4. Acesso a) Acesso rodoviário O principal meio de acesso terrestre ao esta- do do Acre é a capital, Rio Branco, cuja distância para com os centros relevantes do Brasil e dos países de fronteira é a seguinte: Capital/ Estado/ País Distância rodoviária - Km Cruzeiro do Sul/Acre 633,5 Assis Brasil/ Acre 340,9 Porto Velho/ Rondônia 544 Manaus/ Amazonas 1.445 Tabela 7. Distâncias rodoviárias de Rio Branco Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202032 Continua Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 33 Rodoviária Internacional de Rio Branco Rio Branco está 672km distante, por via ro- doviária de Cruzeiro do Sul, o segundo municí- pio mais populoso do estado e 343 km de Assis, cidade acreana localizada na convergência da tríplice fronteira entre Brasil, Bolívia e Peru. As distâncias apontam viabilidade de acesso en- tre os destinos do próprio Acre e para cidades como La Paz (Bolívia), Porto Maldonado, Cusco e Lima (Peru). As promissoras possibilidades de integração associadas às características geográ- ficas tornam fundamental o desenvolvimento e a diversificação das infraestruturas de circula- ção de forma compatível com os aspectos am- bientais e sociais inerentes à região. O principal terminal rodoviário localiza-se em Rio Branco. A Rodoviária Internacional de Rio Branco possui 7.642,80m² de área construí- da, desenvolvendo-se em dois pavimentos. Atu- almente, recebe, em média, cerca de 40.000 pas- sageiros/mês entre chegadas e saídas, em mais de 60 viagens. No terminal, é possível comprar passagens para destinos como São Paulo (SP), Cascavel (PR) ou Cuiabá (MT). Há também rotas para as principais cidades do Estado. Além dos destinos citados, existem conexões para via- gens internacionais, como a da empresa Movil Tours e Ormeño que vai até Lima, passando por Porto Maldonado e Cusco. Capital/ Estado/ País Distância rodoviária - Km Boa Vista/ Roraima 2.230 Cuiabá/ Mato Grosso 1.990 Brasília/ Distrito Federal 3.123 São Paulo/ São Paulo 3.604 Cobija/ Bolívia 230 La Paz/ Bolívia 1.710 Lima/ Peru 2.200 Cusco/ Peru 1.070 Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 33 Fonte: DNIT/DERACRE, 2013 Tabela 7. Distâncias rodoviárias de Rio Branco Conclui Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202034 a) Acesso aéreo O sistema aeroviário é importante para o estado em função das grandes distâncias en- tre os municípios e das condições da rodovia federal, ligação longitudinal, nos períodos de chuva, principalmente antes de sua abertura definitiva e pavimentação. Há 2 aeroportos, presentes nas cidades de Rio Branco e Cru- zeiro do Sul, ou seja, cada um atende a um Polo Turístico, existindo integração entre os dois, e servindo às localidades vizinhas. Em outros municípios mais distantes destas sedes, tais como Tarauacá, Feijó, Jordão e Marechal Thaumaturgo, há pistas de pouso que, junto às dos aeroportos, somam 11 no total. O Aeroporto Internacional de Rio Branco – Plácido de Castro, Polo Vale do Acre, está loca- lizado à margem da BR-364, com distância de 18 km do centro da cidade. O equipamento é ser- vido por voos diários partindo de Brasília/DF, Manaus/AM, Porto Velho/RO e Cruzeiro do Sul/ AC. Ele tem grande potencial para escoamento de cargas para os países andinos vizinhos. O sítio aeroportuário ocupa área de 7.325.000 m² com pátio para aeronaves com 38.400 m². O es- tacionamento de aeronaves abriga 18 posições. As dimensões da pista são de 2.158 m x 45 m. O terminal de passageiros possui área de 4.292 m² e tem capacidade para 1,3 milhões de passa- geiros/ano. O estacionamento tem capacidade para 132 veículos. Aereoporto Internacional de Cruzeiro do Sul Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 35 Fonte: Pesquisa de campo, 2014. Partidas Voo Empresa Horário Destino(S) Frequência JJ-3585 Tam 0:53 Brasília diária G3-1683 Gol 02:15 Brasília, São Paulo (Guarulhos e Campinas) diária G3-1939 12:20 Cruzeiro do Sul diária G3-9977 03:50 Porto Velho, Manaus, Belém, Fortaleza diária AD-2481 Azul 3:45 Porto Velho, Cuiabá, São Paulo (Guarulhos e Campinas) diária JJ-3584 Tam 0:21 Brasília e São Paulo diária JJ-3534 12:09 Brasília e São Paulo Terça a domingo G3-2092 Gol 0:10 Brasília e São Paulo (principais conexões: Manaus, Belém, Porto Velho e Brasília) diária G3-1938 15:10 Cruzeiro do Sul diária AD-2480 Azul 23:15 Porto Velho (principais conexões: Brasília, Campinas, Cuiabá) diária Tabela 8. Empresas aéreas atuantes Fonte: Acre em Números/ INFRAERO,2013 Discriminação 2008 2009 2010 2011 2012 Tráfego Pousos/decolagens 12.326 13.392 16.019 16.352 12.749 Passageiros Embarque/desembarque 302.551 323.114 355.916 393.811 384.877 Carga aérea (t) Embarque/desembarque 1.327 1.598 1.204 1.319 1.297 Tabela 9. Movimento no aeroporto de Rio Branco a) Acesso hidroviário e ferroviário Segundo “Plano CNT de Transporte e Lo- gística 2014”, o Estado do Acre não possui malha ferroviária em funcionamento. No entanto, de acordo com informações dispo- nibilizadas pelo Ministério dos Transportes brasileiro e também pelo Estado do Acre, existe, em forma de previsão, um traçado para uma futura ferrovia, definido a partir da cidade de Porto Velho, em Rondônia, passan- do por Rio Branco até a cidade de Cruzeiro do Sul e desta cidade até o município do Pu- callpa, no país vizinho Peru. Como nos demais estados da região Ama- zônica, o transporte fluvial é de extrema im- portância para o Acre. Além do aproveitamen- to das condições geográficas, ashidrovias são um importante elemento cultural, representa- tivo da história e modo de vida local tanto. A rede hidroviária de afluentes da bacia do rio Solimões abrange todo o território e possui rios perenes e navegáveis, importantes para a integração das comunidades. A sinuosi- dade dos rios faz com que os percursos sejam demorados, dependentes também do regime pluviométrico (Zoneamento Ecológico-Econô- mico do Acre Fase II, 2006). Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202036 Fonte: DERACRE/Acre em Números 2013 Regionais Rios Trecho Épocas Capacidade da embarcação (ton) Juruá Rio Juruá Cruzeiro do Sul/Porto Walter Águas médias e altas 800 Águas baixas 10 Rio Juruá Porto Walter/ Mal. Thaumaturgo Águas médias e altas 300 Águas baixas 6 Rio Juruá Mal. Thaumaturgo/Foz do Breu Águas médias e altas 250 Águas baixas 4 Tarauacá/ Envira Rio Tarauacá Foz do Envira/Jordão Águas médias e altas 400 Águas baixas 4 Rio Envira Foz do Envira/ Seringal Califórnia Águas médias e altas 400 Águas baixas 4 Purus Rio Purus Boca do Acre/ Santa Rosa Águas médias e altas 400 Águas baixas 4 Rio Iaco Foz do Purus/ Sena Madureira Águas médias e altas 400 Águas baixas 10 Baixo Acre Rio Acre Boca do Acre/ Rio Branco Águas médias e altas 500 Águas baixas 10 Alto Acre Rio Acre Rio Branco/ Xapuri Águas médias e altas 300 Águas baixas 7 Rio Acre Xapuri/ Brasiléia Águas médias e altas 200 Águas baixas 4 Rio Acre Brasiléia/ Assis Brasil Águas médias e altas 100 Águas baixas 2 Tabela 10. Trechos navegáveis dos rios A tabela a seguir relaciona as hidrovias à capacidade de navegação por trecho e época do ano. 2.5. Capacidade e Articulação Institucional e Empresarial A capacidade institucional pode ser traduzida como a habilidade de realizar funções, solu- cionar problemas, definir e atingir objetivos de maneira sustentável (PNUD, 2014). Como forma de averiguar este foram identificados e analisados os órgãos e instituições vinculados ao turismo no território. Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 37 Palácio Rio Branco No contexto estadual, o Acre tem estrutura administrativa pública na Secretaria de Esta- do de Turismo e Lazer – SETUL criada pela Lei complementar 171/2008. Esta Lei dispõe so- bre a estrutura administrativa e organizacional do Estado e institui a então Secretaria de Esta- do de Esporte, Turismo e Lazer do Acre, que possui entre suas atribuições a área de espor- te e passa com a Lei complementar 224/2011 e 247/2012 a adotar atual denominação e atuar com foco no turismo e lazer, tendo como atri- buições principais: a) Planejar, coordenar, executar, supervisio- nar e avaliar planos e programas de incentivo ao turismo e lazer no Estado; b) Promover e executar o lazer comunitário; c) Estimular as iniciativas públicas e priva- das destinadas ao desenvolvimento de ativida- des de lazer que colaborem para a formação do cidadão; d) Incentivar as iniciativa públicas e privadas voltadas ao desenvolvimento do turismo no Es- tado e; e) Estimular as iniciativas destinadas a pre- servar o ambiente natural e a fisionomia social e cultural dos locais turístico e populações afe- tas pelo seu desenvolvimento, em articulação com os demais órgão e entidades competentes. 2.5.1. Gestão Pública Estadual Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202038 A análise da gestão pública municipal iden- tificou as atuais estruturas de administração, planejamento e gestão do turismo existentes nos municípios que integram o Polo Vale do Acre e o Polo Vale do Juruá. Considerando a importância dos mesmos, tanto em relação à capacidade de incorporar a questão da gestão descentralizada do turismo, bem como o seu pa- pel preponderante no desenvolvimento da ati- vidade em nível local e sua integração regional. Nas duas regiões turísticas foram detectadas dificuldades para a consolidação da atividade, sendo os principais entraves: quadro funcional reduzido e ausência de técnicos formados em turismo, carência de qualificação em relação à gestão pública, ausência de políticas públicas locais de turismo, poucas ações articuladas com as demais pastas das prefeituras, o que é reflexo das estruturas deficientes, ou por pro- blemas internos de integração da gestão públi- ca municipal. A partir do quadro exposto, constata-se que o apoio técnico do Estado, por meio da SETUL às gestões municipais torna-se imprescindível, uma vez que as estruturas municipais para a gestão pública do turismo são ainda muito in- cipientes. Portanto, considera-se fundamental uma estratégia de apoio ao turismo local, de forma a se obter a sinergia necessária entre a iniciativa privada, Prefeituras Municipais e so- ciedade civil organizada com vistas à melhoria da gestão do turismo, sobretudo no aspecto do quadro institucional observado e na integração dos mesmos, sob o ponto de vista regional. Vista aérea do centro de Rio Branco 2.5.2. Gestão Pública Municipal Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 39 Reserva florestal da Universidade Fereral do Acre O CET foi instituído pelo decreto nº 3.605, de 02 de dezembro de 2008. Constitui-se em um colegiado de natureza consultiva e deliberati- va, em matérias de políticas púbicas de turismo, constituído por representantes de segmentos turísticos da iniciativa privada e de instituições púbicas afins. É órgão superior de assessora- mento e integração da Secretaria de Estado de Turismo e Lazer - SETUL, que tem por finali- dade propor ações e oferecer subsídios para a formulação da Política Estadual de Turismo e apoiar sua execução, com vistas a sua consoli- dação e continuidade. Possui como objetivo: • Formular diretrizes e políticas para a elabora- ção e implantação da política estadual do tu- rismo integrada à política nacional de turismo; • Formular e avaliar a política estadual de tu- rismo, os planos, programas, projetos e ati- vidades de promoção e incentivo ao turismo regional e local; • Apoiar e estimular os municípios na criação dos conselhos de turismo e na elaboração dos próprios planos municipais de turismo; • Emitir pareceres e recomendações sobre questões do turismo regional e local; • Formular e propor ações visando o desenvol- vimento do turismo interno e externo em con- formidade com a política estadual de turismo; • Zelar para que o desenvolvimento do turis- mo no Estado e no país se faça sob a égide da ética e da sustentabilidade ambiental, so- cial, cultural, econômica e política; 2.5.3. Conselho Estadual de Turismo Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202040 • Elaborar normas que contribuam para a pro- dução e adequação de legislação turística e correlata, visando a defesa do consumidor e a qualidade do turismo brasileiro; • Constituir e apoiar instâncias de gestão com- partilhada setoriais, temáticas, ou territoriais, tais como câmaras, arranjos produtivos, co- missões, grupos de projetos, e outros, visan- do a descentralização e dinamização das ati- vidades turísticas; • Trabalhar em prol da integração e produtivi- dade de toda a cadeia produtiva da atividade turística; • Conceber, promover, realizar pesquisas e projetos especializados ou específicos, ne- cessários ao desenvolvimento de produtos turísticos que visem o crescimento do turismo integrado no Estado do Acre; • Promover, articular, estimular e participar de ações e outras formas de associativismo no nível nacional e internacional junto a • Instituições promotoras que viabilizem o de- senvolvimento do turismo; • Identificar fontes de recursos nacionais e in- ternacionaispara o desenvolvimento do tu- rismo integrado do Acre. 2.5.4. Cadeia Produtiva do Turismo A cadeia do turismo é formada por um complexo conjunto de elementos e pode ser entendida como um sistema constituído por atores e atividades inter-relacionadas em uma sucessão de operações de produção, transfor- mação, comercialização e consumo em um en- torno determinado. Essas atividades envolvem desde o relacionamento entre as empresas do setor e suas ações coletivas, até a participação efetiva dos órgãos da administração pública envolvidos com o tema e, também, da socieda- de civil, que é diretamente afetada. Portanto a dinamicidade e complexidade da atividade tu- rística deve sempre levar em conta o enfoque sistêmico como uma importante ferramenta para o diagnóstico e a posterior formulação de estratégias de competitividade do destino. Le- vando em consideração o exposto foram iden- tificados os seguintes desafios: • Atualmente existe uma deficiência na coor- denação e integração de ações entre os di- versos fornecedores de serviços da cadeia Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202040 de hospitalidade (hotéis, restaurante, agên- cias de receptivo, guias) como facilitadores do acesso aos atrativos e fruição do turismo, de forma a efetivarem produtos e operações conjuntas. Um exemplo disto é a ausência da prática, por parte dos hotéis e restaurante, de oferecer tarifa diferenciada para os ope- radores locais de receptivo na estruturação de seus produtos; • Existe baixa representatividade e visível enfraquecimento das entidades de classe representativas do setor, tais como ABAV (agências de viagens), ABRASEL (bares e restaurantes), ABIH (meios de hospedagem), entre outras, indicando uma desarticulação empresarial; • Apesar da existência do Acre Convention&- Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 41Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 41 Visitors Bureau, instituição estratégica para um destino se consolidar no segmento de Negócios e Eventos, ainda não há estrutu- ração efetiva do setor, com pouca adesão empresarial, falta de estratégias coope- radas para captação e atração de novos eventos, bem como inexistência de estra- tégias de promoção do destino a partir dos eventos realizados; • Apesar da existência de oferta de artesanato, inclusive com produtos que se destacam pelo design e inovação (como os produtos deri- vados do látex e a marchetaria), da agroin- dústria familiar, das manifestações culturais, entre outros, observa-se uma carência da efetiva integração dos mesmos em sua oferta, na condição de produção associada ao tu- rismo, ou seja, como elementos que efetiva- mente agregam valor a produtos turísticos e produzam experiências marcantes; • Existe pouca adesão dos empreendedo- res locais na participação e colaboração em ações de qualificação turística. Aspecto muito importante para um destino turístico, onde a qualidade dos equipamentos e servi- ços reflete diretamente no nível dos produ- tos ofertados, o que permite ou não atender a públicos mais exigentes. O fortalecimento e organização do setor empresarial figura, portanto, como estratégico para o bom desenvolvimento da atividade turís- tica e se coloca como um desafio a ser enfren- tado para elevar a competitividade do destino. Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202042 Etapa 2 Planejamento Estratégico Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202042 Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 43 3. Áreas Críticas de Intervenção Dimensões Variáveis Indicadores M er ca d o tu rí st ic o Oferta de atrativos e recursos turísticos Estruturação da oferta de atrativos naturais Estruturação da oferta de atrativos culturais Representatividade/singularidade Reconhecimento no mercado Diversificação de atividades Oferta de equipamentos e serviços turísticos Oferta de hospedagem Oferta de alimentação Qualificação para o turismo Capacidade empresarial Aproveitamento mão-de-obra local Espaços para eventos Equipamentos de lazer e recreação Serviço de informações turísticas Operadores de receptivo Oferta de artesanato/produção associada Promoção e comercialização Material promocional/institucional Participação em feiras e eventos Promoção/visibilidade na Web Produtos/roteiros comercializados Tabela 11. Dimensões, variáveis e indicadores para avaliação das áreas críticas de intervenção A identificação das áreas críticas de inter-venção foi elaborada por meio do diag-nóstico situacional e dividida em quatro dimensões de análise: mercado turístico; infraestrutura; quadro institucional e as- pectos socioambientais. Para cada uma das dimensões foram definidas variáveis e indica- dores, conforme tabela a seguir. Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 43 Continua Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202044 Dimensões Variáveis Indicadores In fr ae st ru tu ra Acesso e mobilidade Condições gerais de acesso Sinalização turística Sistema de transportes Saneamento ambiental Fornecimento de água tratada Sistema de esgoto Limpeza pública Destinação de resíduos Serviços de apoio ao turismo Fornecimento de energia Capacidade de atendimento médico/saúde Segurança e proteção ao turista Serviços de comunicação disponíveis Q u ad ro i n st it u ci on al Gestão pública Estrutura municipal para apoio ao turismo Capacidade de gestão/quadro funcional Políticas púbicas e cooperação Planos e legislação (urbana/ambiental/turística) Cooperação entre Secretarias Municipais Cooperação com o Governo Estadual Participação social Incentivos para o setor privado Outras parcerias institucionais A sp ec to s so ci oa m b ie n ta is Patrimônio ambiental Unidades de conservação no território Estado de conservação dos bens ambientais Relevância dos bens ambientais Gestão ambiental Estrutura Municipal de Meio Ambiente Capacidade de gestão/quadro funcional Ações/estratégicas de conservação e desenvolvimento Participação social Instrumentos de planejamento e ordenamento Patrimônio cultural Singularidade dos bens culturais materiais Singularidade dos bens culturais imateriais Estado de conservação dos bens culturais materiais Estado de conservação dos bens culturais imateriais Fonte: elaboração própria, 2014 Conclui Tabela 11. Dimensões, variáveis e indicadores para avaliação das áreas críticas de intervenção Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 45 Fonte: elaboração própria, 2014 O processo de avaliação foi baseado nas in- formações obtidas durante as visitas in loco e complementadas com o levantamento de da- dos secundários. Esse procedimento foi reali- zado, de forma conjunta, por especialistas em cada uma das dimensões e esteve fundamenta- da nos critérios de pontuação e escala de ava- liação expostos a seguir. Pontuação Inexistente (nota 0) Quando os elementos relacionados ao item avaliado estão ausentes. Precário (nota 1) Quando a situação analisada não cumpre satisfatoriamente a função esperada, a estrutura é deficiente e a qualidade dos serviços não desempenha seus propósitos; permite a utilização em condições específicas e a título provisório e por públicos específicos. Razoável (nota 2) Quando a situação analisada exerce razoavelmente a função esperada, a estrutura é conveniente e com serviços de atendimentomínimo ao público final. Bom (nota 3) Quando a situação analisada atende satisfatoriamente a função esperada, a estrutura tem a qualidade compatível à sua função e utilização, correspondendo adequadamente ao que é exigido, desejado ou esperado pelo público final. Ótimo (nota 2) Quando a situação analisada atende completamente ou quase completamente a função esperada, a estrutura física distingue-se de outras do mesmo tipo, apresentando ótima qualidade de serviços prestados ao público-final, inclusive com aspectos de inovação. Níveis de avaliação Ótimo (76% a 100%) Destinos cujas condições analisadas são excelentes em relação à sua qualidade e estruturação. Satisfatório (51% a 75%) Destinos cujas condições analisadas são adequadas em relação à sua qualidade e estruturação. Regular (26% a 50%) Destinos cujas condições analisadas são razoáveis em relação à sua qualidade e estruturação. Insatisfatória (0% a 25%) Destinos cujas condições analisadas são precárias ou inadequadas em relação à sua qualidade e estruturação. Considerando a metodologia exposta, a análise consolidada do Polo Vale do Acre aponta para o fato de que a maior parte dos destinos que o integram encontram-se em nível regular ou em estágio intermediário de desenvolvimento turístico geral, pois apresen- tam condições razoáveis em relação à quali- dade e estruturação. Esse grupo de destinos demanda intervenções urgentes de forma a elevar os aspectos essenciais para a melhoria da competitividade do Polo. Apenas a capital Rio Branco desempenha o papel de Destino Indutor, já que ao atin- gir condição satisfatória, demonstra qualida- de e estruturação adequadas. É importante reforçar o fato de que, apesar de Rio Bran- co reunir características mais favoráveis que o conjunto dos destinos do Polo, demanda igualmente esforços com relação à melhoria dos seus produtos, serviços e estruturas, de forma a manter a demanda atual e atrair o potencial. Tabela 12. Critérios de pontuação e níveis de avaliação das àreas críticas de intervenção Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202046 A avaliação consolidada do Polo Vale do Juruá evidencia certa fragilidade do mesmo, pois seus destinos encontram-se em condição regular na avaliação das áreas críticas de in- tervenção. Esta situação figura em estágio in- satisfatório de desenvolvimento turístico, pois praticamente todas as dimensões analisadas ainda são precárias ou inadequadas em relação à qualidade e estruturação e demandam inter- venções urgentes. 3.1. Mercado Turístico Rio Branco Xapuri Sena Madureira Brasiléia Epitaciolândia Plácido de Castro Assis Brasil Porto Acre Capixaba Senador Guiomard Insatisfatório Regular Satisfatório Ótimo Cruzeiro do Sul Mâncio Lima Feijó Tarauacá Mar. Thaumaturgo Jordão Rodrigues Alves 44% 34% 34% 25% 34% 28% 26% Insatisfatório Regular Satisfatório Ótimo 68% 49% 37% 36% 34% 21% 31% 30% 28% 24% Vale do Acre Vale do Juruá Gráfico 12. Avaliação geral dos Polos Fonte: elaboração própria, 2014. O mercado turístico no Polo Vale do Acre recebeu avaliação insatisfatória no que diz res- peito à Promoção e Comercialização e à Oferta de Equipamentos e Serviços Turísticos. Já em relação à Oferta de Atrativos e Recursos Turís- ticos o Polo recebeu avaliação regular. O baixo desempenho deve-se a inúmeros fatores, den- tre os quais se destacam: recursos e atrativos estruturados concentrados em Rio Branco e Xapuri; mecanismos de promoção e comer- cialização dirigidos, de forma majoritária, aos municípios de Rio Branco e Xapuri; mecanis- mos de comercialização e promoção ofertados somente pela SETUL; média distribuição dos equipamentos e serviços turísticos, concen- trados principalmente nos municípios de Rio Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 47 Branco, Xapuri, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapu- ri e Sena Madureira. Além disso, apesar de contar com uma oferta básica de atendimento ao turista, o Polo ainda necessita de estratégias de melhoria, principalmente, em relação à ca- pacitação de mão de obra. No Polo Vale do Juruá a Oferta de Atrativos e Recursos Turísticos estruturados é deficiente em todos os municípios. No Polo, ainda existe oferta eminente de recursos a serem incorpo- rados na atividade turística, principalmente do tipo ambiental e cultural. Os Equipamentos e Serviços vinculados a atividade turística no Polo, também foram avaliados como deficitários, tanto em quantidade quanto em qualidade. Além do déficit, alguns serviços são inexistentes, como é o caso de receptivos turísticos. Outra questão problemática para o Polo refere-se à Promoção e Comercialização, cuja oferta depende exclusi- vamente de ações estaduais. Fonte: elaboração própria, 2014. Oferta de Atrativos e Recursos Turísticos Vale do Juruá Vale do Acre Oferta de Equipamentos e Serviços Turísticos Promoção e Comercialização Insatisfatório Regular Satisfatório Ótimo 36% 35% 21% 25% 11% 17% Gráfico 13. Avaliação do mercado turístico Memorial dos Autonomistas - Rio Branco Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202048 3.2. Infraestrutura A dimensão infraestrutura é deficiente em todo o Polo Vale do Acre. O principal gar- galo percebido encontra-se no Saneamento Ambiental, já que a destinação correta do lixo está presente apenas em Rio Branco. Além dis- so, a coleta e a destinação de esgoto são pra- ticamente nulas no Polo, presente somente de forma ínfima na Capital. Na Mobilidade, as condições mais desfavo- ráveis referem-se à sinalização turística. Já na infraestrutura de serviços de apoio ao turismo, a principal questão a ser resolvida trata-se da segurança, já que o aparato é deficitário para o atendimento do público em geral, não havendo ações específicas para o turista. No Polo Vale do Juruá, a Mobilidade é problemática em função, principalmente, da dificuldade de acesso a alguns municípios do Polo, causada pela baixa oferta de rodovias. Além disso, existe déficit de placas de sinali- zação turistica e de sistema de transporte pú- blico adequado. No quesito Saneamento Ambiental, a princi- pal deficiência está na deficiência de água tra- tada e na ausência de coleta e tratamento de esgoto sanitário. Além disso, a coleta e destina- ção de resíduos sólidos é precária, com uso de lixões em todos os municípios do Polo. No que se refere aos serviços de apoio ao turista, atendimento médico, segurança e pro- teção ao turista e serviços de comunicação são inexistentes em alguns municípios. Vista aéra do Centro de Rio Branco Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-2020 49 3.3. Quadro Institucional A gestão institucional os municípios dos dois Polos é caracterizada pela baixa qualida- de causada tanto pela inexistência de estrutu- ra de gestão quanto pela falta de governança. Tais fatores refletem diretamente na consoli- dação e expansão da atividade turística, assim como, no aproveitamento dos recursos exis- tentes nos Polos. Gráfico 14. Avaliação da infraestrutura Serviços de Apoio do Turismo Vale do Juruá Vale do Acre Saneamento Ambiental Acesso e Mobilidade Insatisfatório Regular Satisfatório Ótimo 41% 54% 29% 37% 20% 42% Fonte: elaboração própria, 2014. Gráfico 15. Avaliação do quadro institucional Fonte: elaboração própria, 2014. Políticas Públicas e Cooperação Vale do Juruá Vale do Acre Gestão Pública Insatisfatório Regular Satisfatório Ótimo 23% 29% 21% 25% Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável no Acre 2015-202050
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