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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA TIAGO AUGUSTO INÁCIO DOS SANTOS ECONOMIA DO TURISMO: ANÁLISE DO MERCADO TURÍSTICO EM SERGIPE SÃO CRISTOVÃO/SE 2020 TIAGO AUGUSTO INÁCIO DOS SANTOS ECONOMIA DO TURISMO: ANÁLISE DO MERCADO TURÍSTICO EM SERGIPE Monografia apresentada ao Departamento de Economia da Universidade Federal de Sergipe, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas. Orientador: Prof. Dr. Tácito Augusto Farias SÃO CRISTOVÃO/SE 2020 TIAGO AUGUSTO INÁCIO DOS SANTOS ECONOMIA DO TURISMO: ANÁLISE DO MERCADO TURÍSTICO EM SERGIPE Monografia apresentada ao Departamento de Economia da Universidade Federal de Sergipe, como requisito obrigatório à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas, submetida à aprovação da banca examinadora composta pelos seguintes membros: __________________________________________________ Prof. Dr. Tácito Augusto Farias - Orientador Universidade Federal de Sergipe (UFS) __________________________________________________ Prof. Dr. José Nilton de Melo Instituto Federal de Sergipe (IFS) __________________________________________________ Prof. Msc. Andrews Veikman Nunes Caetano Universidade Federal de Sergipe (UFS) SÃO CRISTOVÃO/SE 2020 AGRADECIMENTOS Antes de tudo, agradecer ao criador pela dádiva da vida, cada dia neste plano material é uma oportunidade de transformar sonhos em realidade e evoluir como ser humano. Agradeço a esta instituição de ensino e a todos que a fazem diariamente, contribuindo assim para que não somente eu, mas como toda a comunidade acadêmica possa adquirir conhecimento e buscar todos os seus objetivos. Aos meus queridos avós, Abel e Jacy, por tudo que fizeram por mim, por todo os exemplos que me inspiram ser melhor a cada dia. A minha mãe Acácia, por todo amor desde o momento que soube que eu viria ao mundo, por todo cuidado, dedicação e assim muitas vezes abdicar de você por mim e por minhas irmãs. A toda a minha família, em especial a minha tia Keila, que desde a graduação dela me levava a universidade, mesmo eu ainda muito jovem, para que eu já me habituasse e compreendesse desde cedo a importância da busca pelo conhecimento como sendo principal vetor de melhorias de vida. A todos os professores que contribuíram imensamente durante toda a minha jornada no curso, pelo empenho e todos os ensinamentos. Aos meus colegas de curso, já que ninguém constrói nada sozinho, toda a convivência em sala de aula e fora dela foram essenciais para vencer cada etapa dessa trajetória. Ao meu orientador, Prof. Dr. Tácito, a quem sou grato por toda a ajuda e também aos professores Dr. Nilton e Msc. Andrews, membros da banca que contribuíram para a conclusão e aprovação deste trabalho. Por fim, a todos que de alguma forma me ajudaram a encerrar mais um ciclo primordial em minha vida. É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer. (Aristóteles) RESUMO O turismo tem sido uma das atividades mais importantes com o desenvolvimento do capitalismo. É visto em âmbito mundial como um dos geradores de riquezas e empregos por envolver vários setores da economia em sua composição. Diante de tais fatos, o presente trabalho tem como foco analisar as contribuições da atividade turística para a economia do Estado de Sergipe, tanto do lado da oferta como da demanda turística. A pesquisa busca elucidar aspectos do ponto de vista econômico, com características e análise de dados socioeconômicos dos principais municípios envolvidos e também do ponto de vista político, procurando orientar os formuladores das políticas de turismo. Além disso, ajuda a identificar a verdadeira importância do turismo dentro da economia, seu potencial, seu peso, sua demanda e suas interconexões com as diversas atividades econômicas. Palavras-chave: Turismo, Economia do Turismo. ABSTRACT Tourism has been one of the most important activities with the development of capitalism. It is seen worldwide as one of the generators of wealth and jobs because it involves various sectors of the economy in its composition. In view of these facts, the present work focuses on analyzing the contributions of tourism activity to the economy of the State of Sergipe, both on the supply side and on the tourism demand side. The research seeks to elucidate aspects from the economic point of view, with characteristics and analysis of socioeconomic data of the main municipalities involved and also from the political point of view, seeking to guide the formulators of tourism policies. Furthermore, it helps to identify the real importance of tourism within the economy, its potential, its weight, its demand and its interconnections with the various economic activities. Keywords: Tourism, Tourism Economics. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Produtos característicos do turismo no conjunto total de bens e serviços…………………..21 Figura 2 – Categorização dos municípios no Estado de Sergipe..........................................................29 Figura 3 – Regiões Turísticas do Estado de Sergipe............................................................................32 Figura 4 – Distribuição dos estabelecimentos de hospedagem nos municípios Estado de Sergipe....40 Figura 5 – Distribuição dos leitos de hospedagem nos municípios do Estado de Sergipe...................42 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Índices de Competitividade de Aracaju (2011)...................................................................33 Gráfico 2 – Perfil de preferência dos turistas na Região Nordeste – Primeiro e Segundo semestre (2019)....................................................................................................................................................49 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Municípios e Regiões Turísticas por categoria....................................................................30 Tabela 2 – Número de estabelecimentos de hospedagem, por tipos e categorias de estabelecimentos (2011)....................................................................................................................................................37 Tabela 3 – Número de hotéis, por características dos hotéis em Aracaju (2011).................................38 Tabela 4 – Número de estabelecimentos de hospedagem por município............................................38 Tabela 5 – Número de leitos distribuídos pelos municípios do Estado de Sergipe...............................41 Tabela 6 – Total de Equipamentos e Serviços Turísticos Instalados nos Municípios Integrantes do Polo Costa dos Coqueirais (2011).........................................................................................................43 Tabela 7 – Quantidade estimada de visitantes por Município...............................................................45 Tabela 8 – Demanda nas agências de turismo.....................................................................................46 Tabela 9 – Fluxo de turista nacional e internacional de 2005 a 2011...................................................48 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS APA Área de ProteçãoAmbiental FEM Fórum Econômico Mundial IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Mtur Ministério do Turismo OMT Organização Mundial de Turismo PIB Produto Interno Bruto PRODETUR Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo PRT Programa de Regionalização do Turismo PSH Pesquisa de Serviços de Hospedagem WTTC World Travel Tourism Council SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12 2 REVISÃO TEÓRICA .............................................................................................. 16 2.1 DEMANDA TURÍSTICA ....................................................................................... 18 2.2 OFERTA TURÍSTICA .......................................................................................... 19 3. ASPECTOS METODOLÓGICOS PARA ANÁLISE DO TURISMO NO ESTADO DE SERGIPE ............................................................................................................ 23 3.1 METODOLOGIA .................................................................................................. 23 3.2 CATEGORIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS ............................................................... 24 3.3 METODOLOGIA PARA ANÁLISE DA OFERTA DE SERVIÇOS TURÍSTICOS ... 26 3.4 METODOLOGIA PARA ANÁLISE DA DEMANDA POR SERVIÇOS TURÍSTICOS NO ESTADO DE SERGIPE ....................................................................................... 26 4 ANÁLISE E DISCUSSÕES ACERCA DO TURISMO NO ESTADO DE SERGIPE 28 4.1 ASPECTOS SOCIAIS E ECONÔMICOS DO ESTADO DE SERGIPE ................ 28 4.2 CATEGORIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NO ESTADO DE SERGIPE .................. 28 4.2.1 Polo Costa dos Coqueirais ............................................................................ 33 4.2.2 Polo Velho Chico ............................................................................................ 36 4.2.3 Polo Sertão das Águas .................................................................................. 36 4.2.4 Polo Tabuleiros ............................................................................................... 36 4.2.5 Polo Serras Sergipanas ................................................................................. 37 4.3 A OFERTA DOS SERVIÇOS DE HOSPEDAGEM NO ESTADO DE SERGIPE .. 37 4.4 A DEMANDA POR SERVIÇOS TURÍSTICOS NO ESTADO DE SERGIPE ........ 43 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 51 6 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 53 12 1 INTRODUÇÃO O turismo tem sido uma das atividades mais importantes com o desenvolvimento do capitalismo. O desenvolvimento dos transportes aéreos, náuticos e rodoviários tem propiciado o deslocamento de vários indivíduos de maneira rápida e confortável. Além do mais, o crescimento das cidades e o surgimento de vários serviços voltados ao lazer, entretenimento, eventos e negócios possibilitam a procura das famílias cada vez mais por viagens. Evidências apontam o turismo como um dos geradores de riquezas e empregos, envolvendo as mais diferentes profissões. É natural que muitos países, principalmente aqueles em desenvolvimento, o vejam como fonte de divisas prioritárias no direcionamento dos investimentos e das políticas públicas, a ponto de ser uma aposta ao incremento da atividade, em razão das vantagens econômicas que lhes são atribuídas, notadamente quanto à geração de empregos e à captação de divisas. De fato, o turismo tem estimulado emprego e o investimento e tem modificado o uso da terra e a estrutura econômica das áreas destino, ao mesmo tempo em que a nível global, efetua uma contribuição positiva para a balança de pagamentos dos países. Além disso, o turismo gera atividades indiretas que atingem os mais variados setores da economia, desde a indústria até a agricultura, embora estejam inseridas no setor terciário. O Brasil é um país que possui belezas naturais, que servem como estímulo às atividades voltadas ao turismo. Por mais que o país tenha essas facilidades, problemas relacionados à infraestrutura, segurança pública, transportes e ambientais tornam-se obstáculos para o desenvolvimento desse segmento, bem como a carência de uma política adequada de divulgação desse país por parte do governo. Embora que o turismo seja uma atividade econômica importante, Neves (2019) esclarece que o Brasil não valoriza esse segmento, a ponto de afirmar que o país inteiro recebe menos turistas que outros destinos, como a cidade de Miami, nos Estados Unidos. Neves (2019), acrescenta que, com base em relatório do World Travel & Tourism Council (WTTC) de 2016, além de ter, em valores absolutos, um nível baixo de turistas internacionais em relação a outros países, praticamente não há 13 crescimento quantitativo, ficando na casa de 5 milhões de turistas, sendo que globalmente o turismo cresce a 5 anos consecutivos. Milhorance (2017), com base no documento no documento The Travel & Tourism Competitiveness Report (2017), lançado pelo Fórum Econômico Mundial, O Brasil tem forte capacidade de competição no turismo, em face ao patrimônio natural e forte cultura, além da capacidade de promover eventos culturais, esportivos e de entretenimento, tendo desenvolvido uma estrutura turística boa, mas com problemas em outros quesitos, como, comparado a rankings de outros anos, piora do ambiente de negócios (129º lugar), segurança (106º), mão de obra (93º), infraestrutura terrestre e portuária (112º), saúde e higiene (70º) e sustentabilidade (66º). Mesmo assim, a situação geral, tem melhorado quando comparada a rankings anteriores, como em 2007, o país aparecia no 59º lugar e em 2015, estava em 28º. O Nordeste é uma região que possui alta capacidade para o desenvolvimento do turismo, em razão da sua posição estratégica, encontrando-se próximo ao continente europeu e da América do Norte. Outro fator é o imenso litoral com praias belíssimas, muitas intocadas, com cerca de cerca de 3.000 km de praias como destaque na mídia nacional e internacional, sendo apenas assemelhado ao litoral caribenho, é um estímulo ao turismo na região. Cumpre enfatizar também eventos culturais, como o carnaval e festas juninas que trazem vários visitantes de outras regiões do país, como do restante do mundo. De acordo com Tomé (2017), em relação a essa região, o turismo ganhou destaque a partir dos anos 1990, com o Programa de Desenvolvimento do Turismo do Nordeste – Prodetur, sendo considerado como atividade-chave para o desenvolvimento. O litoral do Nordeste brasileiro, desde a década de 1980, recebe investimentos dos governos estaduais, empreendedores e gestores municipais e se estabelece como pólo receptor de turismo no contexto nacional e projeta-se para o mercado mundial. Os governos tornam o Nordeste competitivo e desejam inseri-lo de forma arrojada no turismo internacional. Em parte, isso é conseguido com a implantação da infraestrutura urbana, embelezamento e crescimento das metrópoles nordestinas, realçando, assim, os espaços luminosos do turismo. (CORIOLANO; VASCONCELOS; FERNANDES, 2017). 14 No entanto, a Região Nordeste e o Estado de Sergipe sofrem com os mesmos problemas relacionados ao Brasil, com carências nas áreas de infraestrutura, segurança pública e ambientais. Em 2019, essa região foi a mais afetada pelo vazamento de óleo ocorrido por embarcação de outro país, trazendo forte repercussão internacional. Não obstante, a Região tem sido aquela que tem maior potencial para o desenvolvimento do turismo no país, tendo, portanto, a necessidade de focalizar, tanto os governos municipais,como a nível estadual e federal. Outro ponto a ser estudado é o comportamento das agências de turismo, ao ponto de verificar a demanda dos consumidores, bem como dos ofertantes de serviços de turismo. Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo verificar o turismo no Estado de Sergipe, fazendo uma análise tanto da oferta como a demanda turística. É neste contexto que se desenvolve o presente estudo, com o propósito de ampliar a compreensão acerca da contribuição do turismo para a economia de Sergipe. Mais especificamente, o que se propôs, foi analisar as contribuições do turismo para a economia do Estado, em termos de renda gerada, empregos e impostos. Nesta perspectiva, o estudo foi centrado no fenômeno da sociedade contemporânea denominado turismo, que é acima de tudo, como já descrito, uma demanda por uma infinidade de bens e serviços. Os dados foram levantados de fontes secundárias, com base em relatórios fornecidos pelos organismos que regem as políticas públicas do turismo, bem como institutos de pesquisa como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Ministério do Turismo, entre outros. A análise dos dados foi abordada de acordo com os objetivos específicos, buscando, na medida do possível, explicar a importância do turismo. O propósito deste trabalho foi analisar a contribuição do turismo para a economia do estado de Sergipe, uma vez que o turismo tem impactos importantes. O presente estudo é relevante sob vários aspectos. Do ponto de vista econômico, ele oferece uma contribuição à análise dos efeitos do turismo no desenvolvimento da região. Do ponto de vista político, o estudo procura orientar os formuladores das políticas de desenvolvimento. Além disso, ajuda a identificar a verdadeira importância do turismo dentro da economia, seu potencial, seu peso, sua 15 demanda e suas interconexões com as diversas atividades econômicas. O trabalho foi estruturado da seguinte forma: Na seção 1, é apresentada a introdução na qual consta uma breve contextualização do turismo e seus efeitos econômicos. Na seção 2, foram apresentados os conceitos e fundamentos que sustentam a pesquisa e a análise dos dados. Na seção 3, foi apresentado alguns aspectos metodológicos para o prosseguimento da análise. Na seção 4, foi desenvolvida uma análise sobre dados gerais do Estado de Sergipe. E for fim, na seção 5, foram apresentadas as considerações finais e recomendações para trabalhos futuros. A próxima seção trata especificamente dos aspectos conceituais do estudo, pautados nas diversas correntes do pensamento sobre a economia do turismo, em particular, focalizando mais as variáveis macroeconômicas. Diante disso, surge a problemática de como pode ser melhor desenvolvido o turismo no estado de Sergipe, a ponto de elucidação de uma política pública para o desenvolvimento da região. O estudo pretende empregar a utilização da metodologia exploratória e analítica, utilizando fontes e dados de domínio público, sendo a pesquisa do tipo bibliográfica e documental, a ser realizada principalmente por meio de livros, artigos, monografias, dissertações, bem como documentos produzidos por órgão e instituições públicas. 16 2 REVISÃO TEÓRICA Esta seção tem por finalidade apresentar uma discussão sucinta dos conceitos básicos relacionados ao turismo, sustentada no ponto de vista de vários autores, focando a atividade turística e a economia do turismo. O turismo é definido pela Organização Mundial do Turismo (OMT) como o conjunto de atividades que indivíduos realizam durante viagens e estadias em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período de tempo inferior a um ano, com fins de lazer, negócios e outros motivos não relacionados com o exercício de uma atividade remunerada no lugar visitado (CUENTA, 2001 apud IBGE, 2012). IBGE (2012) considera que o turismo, como atividade econômica, é definido a partir do resultado do consumo dos visitantes, isto é, em uma perspectiva de demanda, pois as diferenças de perfil e motivação dos turistas e de condições natural e econômica do lugar visitado implicam em conjuntos diferentes de produtos consumidos. Não obstante, para suportar a demanda turística, é necessário que haja uma oferta que tenha uma identidade comum, com base no tipo de experiência e que atenda às expectativas do segmento de demanda que se deseja atrair. A conjunção entre demanda e oferta turística contribui para o entendimento do que seja o mercado turístico, que é conceituado como “o encontro e a relação entre a oferta de produtos e serviços turísticos e a demanda, individual ou coletiva, interessada e motivada pelo consumo e uso destes produtos e serviços (BRASÍLIA, 2010, p. 15)”. Importa referir que além da demanda e oferta turística, o mercado turístico possui mais dois elementos. Partindo desse pressuposto, Brasília (2010, p.15) cita os quatro elementos que compõem tal mercado, a saber: Demanda: formada por um conjunto de consumidores, ou potenciais consumidores, de bens e serviços turísticos; Oferta: composta pelo conjunto de produtos, serviços e organizações envolvidas ativamente na experiência turística; 17 Espaço geográfico: base física na qual tem lugar a conjunção ou o encontro entre a oferta e a demanda, e em que se situa a população residente (que se não é em si mesma um elemento turístico, é considerada um importante fator de coesão ou desagregação no planejamento turístico); Operadores de mercado: empresas e instituições cuja principal função é facilitar a inter-relação entre a demanda e a oferta. São as operadoras de turismo e agências de viagens, empresas de transporte regular, órgãos públicos e privados que organizam ou promovem o turismo. Em síntese, considera-se que o ponto de partida de determinado mercado turístico é a sua demanda, pois não necessariamente é preciso ofertar uma grande gama de serviços turísticos para que possa haver a demanda. Um fato simples é a constatação de algum ponto turístico que se torna evidente até internacionalmente, podendo citar o caso de Jericoacoara no Ceará, que teve anunciado como uma das mais belas praias do mundo pelo Washington Post, em 1994, sendo ela, na época uma simples vila de pescadores, o que permitiu após ampliar a sua oferta, por meio do oferecimento de serviços de hospedagem, melhoria da infraestrutura para acesso a região e até a construção de um aeroporto nas proximidades. Nesse sentido, condiz o que preceitua Chias (2007, apud Brasília, 2010), afirmando que as diferenças entre grupos de pessoas que compõem a demanda é um dos aspectos que movimentam o mercado turístico, e possibilitam novas oportunidades de negócios. Isso ocorre em razão das demandas individuais e aquelas que envolvem as pessoas coletivamente, como famílias ou vínculos de amizade. É importante esclarecer que estas demandas são mutáveis, quando há o aumento na diversidade de ofertas de produtos turísticos, bem como novas experiências vividas pelos visitantes. 18 2.1 DEMANDA TURÍSTICA A definição mais simples foi utilizada por Beni (1998), que define demanda turística como a procura por produtos que atendam as necessidades dos turistas. Ignarra (2003, p. 26), por sua vez, define como a “quantidade de um produto ou serviços que as pessoas estão dispostas a comprar”. Esse mesmo autor afirma que ela é determinada por uma série de fatores que, segundo este mesmo autor, podem ser descritos como: preço do produto; preço dos produtos dos concorrentes; preço dos produtos complementares; renda do consumidor; nível de investimentos em divulgação; modismo; variações climáticas; catástrofes naturais; disponibilidade de tempo livre. No mesmo sentido, ele afirma que a demanda pode ser classificada em efetiva e potencial, sendo que a primeira considera aquilo que já é consumido, e a última,como aquela que tem condições para consumir, no entanto encontra-se impedida por alguma razão. Dias (2005 apud Brasília, 2010, p. 55), por sua vez, traz o seguinte conceito de demanda turística: Demanda turística é o conjunto de turistas, que de forma individual ou coletiva, estão motivados a consumir uma série de produtos ou serviços turísticos com o objetivo de cobrir suas necessidades de descanso, recreação, entretenimento e cultura em seu período de férias. Nodari (2007) considera que para a mensuração da demanda turística deve considerar inúmeros segmentos, que representam um processo complexo. Uma primeira mensuração contabiliza o número de visitantes nos portões de entrada das destinações turísticas, e uma segunda contabiliza visitantes nos meios de hospedagem. Dias (2005, apud Brasília, 2010, p. 55 e 56) estabelece a necessidade de entendimento dos fatores que influenciam, aumentando ou reduzindo, o fluxo de pessoas nos destinos turísticos, a fim de realizar a análise da demanda turística, é necessário entender quais. O autor cita alguns dos principais, conforme se segue: 19 Disponibilidade de tempo dos turistas: Deve-se considerar qual o tempo livre que eles têm para realizar a visita: férias, finais de semana, feriados. Deve-se entender a disponibilidade dos visitantes para compor os produtos turísticos adequados às possibilidades de viagem destes clientes. Assim, pode se tornar inviável montar pacotes de cinco dias para visitantes que só possuem disponibilidade de finais de semana para realizar seus passeios; Disponibilidade econômica: Muitas vezes deve existir aumento da disponibilidade de renda do público para que possam ser realizados gastos com a viagem. Oferecer pacotes de viagem para o final do ano, quando existe aumento da disponibilidade financeira por causa do décimo terceiro salário pode se tornar uma boa opção para desenvolver um destino; Fatores demográficos: A idade, o gênero, o estado civil e a composição familiar são fatores que devem ser considerados para compor o produto turístico deforma a gerar maior atração. A oferta de cruzeiros marítimos para solteiros muitas vezes pode não atrair o público da melhor idade, ou mesmo casais com filhos. Desta forma, o perfil dos visitantes influencia no potencial de aceitação dos produtos oferecidos ou na visitação de uma localidade; Fatores sociais: O ato de viajar está ligado ao conceito de ascensão em termos de status e aceitação nos grupos sociais. Assim, a viagem em si, ou a visitação a algum destino específico pode contribuir para a melhoria do relacionamento com grupo de convívio. Dessa forma, tem-se que a demanda turística não se atém somente a aspectos convencionais da demanda, como preço, renda, gostos e preços de substitutos ou complementares. Depende, pois então, de um aparato de itens, sejam eles relacionados a aspectos socioeconômicos, e ainda geográficos e demográficos. 2.2 OFERTA TURÍSTICA Assim, em face da demanda, determina-se a oferta turística, que são os produtos e serviços desenvolvidos especificamente para o público alvo do turismo. Beni (1998) define oferta turística como a união de instrumentos, bens e serviços de hospedagem, de alimentação, de recreação e lazer, de caráter artístico, 20 cultural, social ou de outros tipos, capaz de atrair e assentar em certa localidade, durante certo período. Ainda, conforme Beni (1998), foi distinguida duas categorias de oferta, a derivada e a original. A primeira está relacionada à prestação dos serviços de transporte, hospedagem, alimentação, lazer e recreação, comércio turístico, entre outros. Já a oferta original depende da matéria-prima turística, identificada como criados pela atividade do homem, tanto antigos como modernos (história, religião, cerimônia, tradições, folclore, cultura, monumentos históricos etc.). Ademais, o mesmo autor traz uma discussão detalhada sobre um dos componentes da oferta turística que denomina de “infraestrutura”, sendo classificada como geral e específica. A infraestrutura geral é aquela cujo investimento serve a todos os setores da economia e ao setor turístico por incidente. É o conjunto de obras e instalações da estrutura física de base. Consiste na rede viária, de transportes, de telecomunicações, de segurança pública, de saneamento básico, de fornecimento de energia e outros. Enfim, engloba todos os serviços urbanos indispensáveis à qualidade de vida da população local e a todo empreendimento habitacional ou empresarial que venha a ser implantado. A infraestrutura específica abrange os investimentos ocorridos em áreas de concentração turística. Engloba todo tipo de vias de acesso, energia e iluminação pública, pavimentação das ruas em locais essencialmente turísticos. Como exemplo, pode-se citar a extensão dos melhoramentos a novos distritos e loteamentos ou ampliações da infraestrutura existente, como novos aeroportos, rodovias etc. Abrange os serviços de preservação e conservação do patrimônio natural e cultural (obras realizadas nos parques municipais e regionais e para proteção das encostas do litoral, preservando a paisagem associada à configuração da orla marítima). Considera o sistema informativo e indicativo das áreas, locais, logradouros e instalações turístico-culturais e recreativas, instalação de equipamentos não- convencionais de acesso (teleféricos de acesso a regiões montanhosas, rampas para saltos com asa-delta, acesso às praias e embocaduras de rios). Também inclui os locais para camping, equipamentos de conforto junto aos espaços culturais e de recreação (sanitários públicos, bebedouros, balneários com vestiários e outros); todos estes são elementos constituintes da infraestrutura específica (BENI, 1998). 21 Outro fator importante é o dimensionamento da oferta turística é a definição de produto turístico, que se constitui, segundo Turatti de Rose (2002) o conjunto de bens e serviços colocados no mercado para satisfação das necessidades dos turistas. Com base nos estudos da OMT, foi realizada uma classificação dos produtos do turismo. Nesse sentido a organização classifica como: produtos característicos do turismo e produtos conexos ao turismo, que em si aglomeram-se como produtos específicos do turismo. Os produtos característicos do turismo, na maioria dos países, são aqueles que deixariam de existir em quantidade significativa ou para os quais o nível de consumo seria sensivelmente diminuído em caso de ausência de visitantes. Um exemplo de produto característico é o transporte aéreo de passageiros. Os produtos conexos ao turismo são uma categoria residual. Ela inclui produtos que, apesar de identificados como específicos do turismo em um país, não são considerados assim em todos. O transporte ferroviário urbano de passageiros é um exemplo de um produto conexo ao turismo. Os produtos específicos do turismo agrupam as duas categorias anteriores. A figura a seguir representa, de forma esquemática, a inserção dos produtos característicos do turismo no conjunto total de bens e serviços: Figura 1 – Produtos característicos do turismo no conjunto total de bens e serviços: Fonte: IBGE (2012) 22 Esses produtos turísticos são passíveis de sofrerem adequações conforme as necessidades dos consumidores, para atender as exigências dos diversos segmentos de mercado, evitando uma oferta padronizada para todos os turistas. Outro ponto é a determinar do produto turístico de acordo com seis componentes (IGNARRA, 1998 apud Brasília, p. 24 e 25): Recursos: naturais (clima, solo, paisagens, fauna, flora e outros) e culturais (patrimônio arquitetônico, cultura local, gastronomia, artesanato e outros); Bens e Serviços: produtos alimentícios, materiais esportivos, serviços receptivos, atrações etc.; Infraestrutura e equipamentos: estradas, meios de hospedagens,restaurantes etc.; Gestão: a forma como o produto é gerido e ofertado; Imagem da marca: como este produto é percebido pelos consumidores; Preço: o valor a ser pago deve ser condizente com os benefícios oferecidos. Dessa forma, entende os produtos turísticos não de uma forma individualizada, mas série de fatores que propicia a vivência de experiências pelos visitantes. 23 3. ASPECTOS METODOLÓGICOS PARA ANÁLISE DO TURISMO NO ESTADO DE SERGIPE Esta seção busca trazer as informações a serem implementadas no capítulo posterior, como aquelas pertinentes aos dados a serem utilizados, a ponto de saber como elas serão empregadas para fundamentar a análise do turismo no estado de Sergipe. 3.1 METODOLOGIA A pesquisa a ser utilizada é inicialmente, é do tipo bibliográfica e documental, que foi realizada principalmente por meio de livros, artigos, monografias e dissertações. Com o intuito de construir argumentos teóricos convincentes, foi realizada, no capítulo anterior, uma revisão teoria sobre a economia do turismo. No decorrer do estudo será feita uma pesquisa exploratória a fim de analisar as informações fornecidas pelas mais diferentes instituições. Dado o caráter multidisciplinar, foi importante analisar, nos mais variados estudos e documentos, as deduções plausíveis acerca dos impactos econômicos possíveis, proporcionados pelo turismo no estado de Sergipe. Conforme Gil (2002), as pesquisas exploratórias têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema proposto, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses, possibilitando o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Outrossim, o estudo trata-se de um estudo de caso, em que serão analisados dados secundários fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e pelo Ministério do Turismo. Gil (2002, p. 54), considera o estudo de caso como uma modalidade de pesquisa que “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados”. O mesmo autor enfatiza que nas ciências sociais o uso do estudo de caso parte da dificuldade do tratamento de determinados problemas mediante procedimentos caracterizados por alto nível de 24 estruturação, como os experimentos e levantamentos, o que torna relevante a utilização de tal modalidade de pesquisa. Considerando a análise a ser realizada para o estado de Sergipe, torna-se relevante, a critério de facilidade e redução de custos, a utilização de dados secundários fornecidos pelo IBGE e pelo Ministério do Turismo, de maneira que possam fornecer suficientemente, acerca da evolução desse segmento econômico no Estado. Também é necessário o levantamento de algumas informações importantes do Estado para uma melhor caracterização, que sejam relevantes no contexto da sua economia, população, geografia entre outros aspectos. 3.2 CATEGORIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS A Portaria nº 144, de 27 de agosto de 2015 (BRASIL, 2015), estabelece a categorização dos municípios das regiões turísticas para composição do Mapa de Turismo Brasileiro. O Mapa do Turismo é o instrumento instituído no âmbito do Programa de Regionalização do Turismo1 que orienta a atuação do Ministério do Turismo no desenvolvimento das políticas públicas. Por meio deste instrumento, é definida a área - o recorte territorial - que deve ser trabalhada prioritariamente pelo Ministério. O mapa é atualizado bienalmente com a última versão em 2019, avaliando 2.694 municípios, divididos em 333 regiões turísticas. Os municípios que o compõem foram indicados pelos órgãos estaduais de turismo em conjunto com as instâncias de governança regional, a partir de critérios construídos em conjunto com Ministério do Turismo (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2019). Nesse sentido, a categorização dos municípios é um instrumento para identificação do desempenho da economia do turismo dos municípios inseridos nas regiões turísticas do Mapa do Turismo Brasileiro, com o objetivo de categorizar os municípios inseridos nas regiões turísticas. 1 O Programa de Regionalização do Turismo trabalha a convergência e a interação de todas as ações desempenhadas pelo MTur com estados, regiões e municípios brasileiros. Seu objetivo principal é o de apoiar a estruturação dos destinos, a gestão e a promoção do turismo no País. http://hlog.turismo.gov.br/legislacao/ 25 Na definição das categorias dos municípios que integram o Mapa do Turismo Brasileiro foi utilizada a metodologia de análise de cluster2 (agrupamento) por meio das seguintes variáveis, considerando sua relação direta e evidente com a economia do turismo (BRASIL, 2015): a) Número de estabelecimentos formais cuja atividade principal é hospedagem, obtido pela Relação Anual de Informações Sociais – RAIS; b) Número de empregos formais no setor de hospedagem, obtido pela Relação Anual de Informações Sociais – RAIS; c) Estimativa de turistas a partir do Estudo de Demanda Doméstica, obtida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, juntamente com o Ministério do Turismo; d) Estimativa de turistas a partir do Estudo de Demanda Internacional, obtida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, juntamente com o Ministério do Turismo; e e) Arrecadação de Impostos Federais a partir dos Meios de Hospedagem, obtida Secretaria de Receita Federal, do Ministério da Economia3 Por meio da análise de cluster foram obtidas cinco categorias de municípios (A, B, C, D e E), sendo que a categoria A representa as capitais e os municípios com maior fluxo turístico, maior número estabelecimentos, empregos e arrecadação de impostos federais no setor de hospedagem; as categorias B, C e D apresentam-se categorias intermediárias e, por fim, a categoria E representa os municípios que zeraram as cinco variáveis. Desse modo, para o estado de Sergipe o recurso do Mapa Turístico do Brasil servirá como mecanismo para mapear municípios e regiões turísticas em ordem daquelas de maior dinamismo para as de menor dinamismo. 2 Cluster é um termo em inglês que significa “aglomerar” ou “aglomeração” na perspectiva de mapear áreas em determinada região que possuem maior dinamismo em determinada atividade. 3 Conforme Ministério do Turismo (2019), em que são avaliadas a arrecadação do IRPJ, CSLL, Cofins, PIS/Pasep, Imposto de Renda na Fonte e Receita Previdenciária. 26 3.3 METODOLOGIA PARA ANÁLISE DA OFERTA DE SERVIÇOS TURÍSTICOS Para fazer a abordagem quanto a oferta de serviços turísticos, o estudo baseará fundamentalmente em dados fornecidos pelo IBGE, especificamente a Pesquisa de Serviços de Hospedagem. Essa pesquisa, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério do Turismo, teve por objetivos identificar os tipos e categorias de estabelecimentos desse segmento e mensurar o número de unidades habitacionais e leitos existentes, fornecendo, assim, um quadro atualizado da capacidade de hospedagem disponível. Tal pesquisa traz tabelas sobre as principais características dos estabelecimentos de hospedagem localizados nas municipalidades e contempla um recorte geográfico detalhado para as unidades federativas. Os resultados referem-se ao número de estabelecimentos por tipos e categorias, número de estabelecimentos por grupos de unidades habitacionais, número de unidades habitacionais, número de leitos e capacidade total de hóspedes, tendo por base a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE 2.0 para delimitação dos tipos de alojamento considerados. Essas estatísticas constituem importantes ferramentas para os planejamentos público e privado, especialmente em um momento em que o País se prepara para sediargrandes eventos esportivos internacionais. Tais informações estão compiladas no Banco de Dados Agregados – SIDRA, fornecido no sítio eletrônico do IBGE, dispondo de dados referentes ao ano de 2011 e 2016. Poderá a título de melhor entendimento fazer uma comparação com dados de outras unidades federativas, principalmente com estados da Região Nordeste. 3.4 METODOLOGIA PARA ANÁLISE DA DEMANDA POR SERVIÇOS TURÍSTICOS NO ESTADO DE SERGIPE Para a avaliação demanda, será tomado como base a Pesquisa de Sondagem Empresarial das Agências e Organização de Viagens, realizada pelo Ministério do Turismo. 27 Tal pesquisa avalia a percepção de desempenho, no cenário atual e futuro, das agências e operadores turísticos, além de identificar o comportamento do consumidor sob a perspectiva dos empresários para os períodos de alta temporada. Em razão de dispor poucos dados em relação à unidade federativa a ser abordada, serão considerados também dados conjuntamente da Região Nordeste, a fim de ter uma proxy da demanda do estado de Sergipe. Outrossim, a pesquisa referente a categorização dos municípios, no âmbito do Ministério do Turismo oferece dados que sejam oportunos para a avaliação da demanda. 28 4 ANÁLISE E DISCUSSÕES ACERCA DO TURISMO NO ESTADO DE SERGIPE Este capítulo, apresenta-se uma análise do turismo, em seus aspectos econômicos, no estado de Sergipe. Conforme informações contidas no capítulo anterior apresentou a principais fontes de dados que permitirão trazer uma abordagem acerca da economia do turismo no estado de Sergipe, de modo. Primeiramente será trazida uma abordagem geral acerca do Estado, trazendo os principais indicadores sociais econômicos. 4.1 ASPECTOS SOCIAIS E ECONÔMICOS DO ESTADO DE SERGIPE O Estado de Sergipe se localiza na Região Nordeste, e tem por limites o oceano Atlântico, a leste, os estados da Bahia, a oeste e a sul, e de Alagoas, a norte, do qual está separado pelo Rio São Francisco. É o menor dos estados brasileiros, ocupando uma área total de 21,910 km². A capital e maior cidade é Aracaju, sede da Região Metropolitana de Aracaju, que inclui ainda os municípios de Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão - a primeira capital de Sergipe. Outras cidades importantes são Itabaiana, Lagarto, Estância e Tobias Barreto , todas com mais de 50 mil habitantes. O Estado apresenta uma população estimada em 2019 de 2.298.696 habitantes, segundo o IBGE. Em relação aos dados gerais econômicos o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado está na ordem de R$ 40.704 bilhões de reais em valores correntes, em dados de 2017, situando-se com o menor PIB na Região Nordeste. No entanto, a nível per capita, está na ordem de R$17.789,21 de reais, apresentando com o terceiro maior, estando atrás apenas dos estados de Pernambuco e do Rio Grande do Norte (IBGE, 2017). 4.2 CATEGORIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NO ESTADO DE SERGIPE De acordo com o assinalado no item 3.2 da seção anterior, seria exposta uma categorização dos municípios no estado de Sergipe. https://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Atl%C3%A2ntico https://pt.wikipedia.org/wiki/Leste https://pt.wikipedia.org/wiki/Oeste https://pt.wikipedia.org/wiki/Sul https://pt.wikipedia.org/wiki/Alagoas https://pt.wikipedia.org/wiki/Norte https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_S%C3%A3o_Francisco https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_unidades_federativas_do_Brasil_por_%C3%A1rea https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_unidades_federativas_do_Brasil_por_%C3%A1rea https://pt.wikipedia.org/wiki/Capital https://pt.wikipedia.org/wiki/Aracaju https://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Metropolitana_de_Aracaju https://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Metropolitana_de_Aracaju https://pt.wikipedia.org/wiki/Barra_dos_Coqueiros https://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_do_Socorro https://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_do_Socorro https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Crist%C3%B3v%C3%A3o_(Sergipe) https://pt.wikipedia.org/wiki/Itabaiana_(Sergipe) https://pt.wikipedia.org/wiki/Lagarto_(Sergipe) https://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%A2ncia_(Sergipe) https://pt.wikipedia.org/wiki/Tobias_Barreto_(Sergipe) 29 De acordo com a Figura 2, foi possível demarcar as principais localidades que possuem certo dinamismo com a atividade do turismo. Verificou-se conforme esperado, que a capital Aracaju assumisse a categoria A. No entanto, outros municípios do Estado não ficaram na categoria A e nem na B. Observa-se, portanto, uma considerável quantidade de municípios na categoria D, com 30 municípios, e em segundo a categoria E, com 9 municípios. Essas categorias representam necessariamente, partindo de A, da melhor estrutura e municípios com maior capacidade de fornecer informações, até o nível E, que representam os municípios que não ofereceram nenhuma informação. Figura 2 – Categorização dos municípios no estado de Sergipe Fonte: Ministério do Turismo (2019) A tabela 1 reúne maiores informações acerca dos municípios categorizados 30 Tabela 1 – Municípios e Regiões Turísticas por categoria Categoria Número de casos Município(s) Região Turística A 1 Aracaju Polo Costa dos Coqueirais B - - - C 6 Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros e Estância Polo Costa dos Coqueirais Itabaiana Polo Serras Sergipanas Lagarto Polo Sertão das Águas Propriá Polo Velho Chico D 30 Laranjeiras, Brejo Grande, São Cristóvão, Pacatuba, Itaporanga dAjuda e Pirambu Polo Costa dos Coqueirais Carmópolis, Siriri, Capela e Aquidabã Polo dos Tabuleiros Campo Brito Polo Serras Sergipanas Simão Dias, Umbaúba, Cristinápolis, Tomar do Geru, Itabaianinha, Salgado e Boquim Polo Sertão das Águas Poço Redondo, Japoatã, Neópolis, Canindé de São Francisco, Gararu, Nossa Senhora da Glória, Telha, Monte Alegre de Sergipe, Porto da Folha, Cedro de São João, Itabi e Ilha das Polo Velho Chico 31 Flores E 9 Indiaroba Polo Costa dos Coqueirais Muribeca, Santa Rosa de Lima e Maruim Polo dos Tabuleiros Ribeirópolis, Areia Branca e Moita Bonita Polo Serras Sergipanas Amparo de São Francisco e Santana do São Francisco Polo Velho Chico Fonte: Elaboração própria a partir de informações do Ministério do Turismo. Basicamente, as regiões turísticas do estado de Sergipe são distribuídas conforme o mapa exposto na Figura 3. Figura 3. Regiões Turísticas do Estado de Sergipe 32 Fonte: Technum Consultoria, 2011. Partindo da análise da Tabela 1, verifica-se que o Polo dos Coqueirais é a região mais desenvolvida turisticamente por apresentar o único município na categoria A, que é a capital Aracaju, e o maior número de municípios na categoria C, que são municípios. Em segundo destaca-se o Polo Velho Chico, que possui o maior quantitativo de municípios categorizados, sejam eles de 15 municípios. Diante da apresentação dessas informações iniciais, verifica-se a necessidade de trazer mais dados acerca de cada uma das regiões turísticas do estado de Sergipe. 33 4.2.1 Polo Costa dos Coqueirais O Polo Costa dos Coqueirais possui importância estratégica ao estado de Sergipe, por estar inserido a capital Aracaju e por ser a região turística que consta municípios limítrofes com o oceano Atlântico. A Capital Aracaju se destaca como o centro receptivo principal do Estado, por possuir melhor infraestrutura turística em relação às outras cidades de Sergipe. De acordo com o Estudo de Competitividade dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional (MTur/FGV, 2011) Aracaju é apontada com o índice geral de competitividade de 62,7, conforme verifica-se no Gráfico 1, avançando aproximadamente cinco pontos percentuais da média nacional (57,5%), porém três pontos percentuais abaixo quando comparado às demais Capitais,que mantém média de 65,5. Gráfico 1 - Índices de Competitividade de Aracaju - 2011 Fonte: MTur/ FGV. Índice de Competitividade do Turismo Nacional. 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Nacional. 2011 34 O balanço geral dos índices de competitividade de Aracaju como destino indutor do desenvolvimento turístico regional, em específico do Polo Costa dos Coqueirais do qual a cidade faz parte, indica uma oportunidade de desenvolvimento das atividades turísticas com foco na melhoria dos serviços e equipamentos turísticos e dos atrativos, tendo como foco os aspectos ambientais e culturais e o apoio à economia local. Para os segmentos principais do Polo Costa dos Coqueirais verifica-se que o turismo de turismo de sol e praia caracteriza-se por uma oferta qualificada e competitiva de destinos diversos e fortes no Brasil, em especial na região Nordeste. Por ser o polo inserido que possui municípios que fazem limite ao Oceano Atlântico, o litoral dessa região é dividido em Litoral Norte e Litoral Sul. No litoral norte destacam-se os ecossistemas diferenciados e o conjunto de corpos d’água, junto à foz do rio São Francisco, com roteiros fluviais de cunho ecológico e áreas preservadas como a APA do Litoral Norte. Saindo de Aracaju e passando por Barra dos Coqueiros, tem-se a estrada litorânea, com praias extensas, além de dunas, manguezais e lagoas que chegam a Pirambu. Neste município está instalada a sede do Projeto TAMAR, na Reserva Biológica de Santa Izabel, um dos principais centros de estudos, totalizando uma área de 131 km de praias monitoradas. Ali se reproduzem cinco espécies de tartarugas marinhas. A Reserva de Santa Izabel é também uma área de proteção de outras importantes espécies da fauna e flora nativa, despertando interesse no segmento do turismo cientifico. Outro atrativo turístico potencial no Litoral Norte é o Pantanal de Pacatuba, com 40 Km², que corresponde à maior área alagada do Nordeste. A região revela grande biodiversidade de flora e fauna, além de manguezais, lagoas, dunas, restingas e Mata Atlântica. Os produtos turísticos em estruturação no Litoral Norte incluem as imagens-identidade denominadas mundo das tartarugas, roteiro de Pirambu até a Foz do Rio São Francisco, com a visitação à base do Projeto TAMAR e extensão da praia para lazer, bem como o mundo das águas - o Pantanal - que 35 vai de Pacatuba à Foz do Rio São Francisco, proporcionando atividades contemplativas da beleza da paisagem por meio de mirantes e paradas em médios/pequenos empreendimentos locais. Nesta área é preciso promover o artesanato local, feito de taboa e papiro e a culinária típica da região. Os atrativos turísticos do litoral sul referem-se, principalmente, ao turismo de sol e praia, com as praias de Caueira, Abais, Saco do Rio Real, Pontal, Terra Caída, a Ilha do Sossego, e ainda, trechos de navegação pelos rios, lagoas, matas virgens, coqueirais e dunas que chegam a 20 m de altura, com opções de trecho opcional em bugre ou a cavalo. A Reserva Ecológica do Crasto, localizada em Santa Luzia do Itanhy, é a maior área preservada de Mata Atlântica do estado e configura-se como atrativo ecoturístico potencial. O município de Santa Luzia do Itanhy faz parte de um projeto de estruturação do turismo de base comunitária desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação – IPTI, desde o início de 2011. Trata-se de um Plano de Gestão do Turismo, elaborado de forma participativa, que identifica os principais ativos imateriais locais com base no modelo de economias criativas, levando em conta a identidade e cultura local, e estabelece ações para o fortalecimento da comunidade para promoção da atividade turística como meio de desenvolvimento econômico e social. Este empreendimento coloca o turismo de base comunitária como forma de inserir a comunidade na cadeia do turismo e como protagonista do desenvolvimento turístico, orientação aplicável não só ao município de Santa Luzia do Itanhy, mas a todo o Polo Costa dos Coqueirais. O litoral sergipano também compreende atrações na região central de Aracaju, envolvendo também as cidades de Barra dos Coqueiros e Estância, que possuem grande potencial de desenvolvimento do turismo de Sol e Praia. Também a região possui potenciais para o desenvolvimento do turismo histórico, principalmente voltados para os municípios de São Cristóvão e Laranjeiras. 36 Cumpre ainda frisar, que por ser capital, Aracaju é a cidade que possui maior infraestrutura hoteleira e de serviços, além de maior capacidade de receber turistas, em razão de oferecer o aeroporto principal, entre outros. 4.2.2 Polo Velho Chico O Polo Velho Chico incorpora 17 municípios que estão inseridos na bacia hidrográfica do rio São Francisco, no bioma do semiárido nordestino, nos territórios do Alto Sertão e do Baixo São Francisco sergipano. O Polo desenvolve-se ao longo das margens do rio São Francisco por, praticamente, toda a extensão que banha o Estado de Sergipe – aproximadamente 180 km – desde o extremo leste do Estado, até o extremo oeste, no oceano Atlântico. A região é um destino turístico e oferece como produto principal os Cânions do São Francisco, localizado no município de Canindé de São Francisco. Este produto é comercializado a partir de Aracaju sob a forma de passeios turísticos de um dia. Além desse produto já comercializado, existem poucos atrativos estruturados e outros atrativos histórico-culturais e naturais identificados e exploráveis, ou seja, atrativos potenciais. Desta forma, atualmente, o Polo constitui um destino meramente complementar ao turismo sediado em Aracaju e pouco contribui para o desenvolvimento da região em que se insere. 4.2.3 Polo Sertão das Águas O Polo Sertão das Águas envolve municípios do sertão e agreste sergipano. Destaca-se, portanto, o município de Lagarto, que é a maior cidade da região, onde há importantes pontos turísticos, como a Barragem Dionízio de Araújo Machado. A região também possui importância para o turismo cultural e ecoturismo. 4.2.4 Polo Tabuleiros Em relação a essa região turística destaca-se o município de Carmópolis, por ser uma das localidades berço da exploração do petróleo do país. Esse município tem ainda uma reserva de Mata Atlântica preservada, conhecida como Alto de Santa Bárbara. 37 4.2.5 Polo Serras Sergipanas Destaca-se o município de Itabaiana, que possui tanto importância no contexto do turismo cultural, como do ecoturismo. Especialmente, em relação ao último segmento, o município tem o Parque dos Falcões, pois reúne um Instituto que consiste em ser um dos poucos locais do país com autorização do IBAMA para a criação de falcões em cativeiro. 4.3 A OFERTA DOS SERVIÇOS DE HOSPEDAGEM NO ESTADO DE SERGIPE A partir de dados fornecidos pelo IBGE é possível extrair informações importantes acerca da oferta de serviços de hospedagem no estado de Sergipe. Observa-se, por meio da Tabela 2, que o IBGE dispôs dados somente da Região Metropolitana de Aracaju, tendo o município de Aracaju com a maior concentração da malha hoteleira. Tabela 2 - Número de estabelecimentos de hospedagem, por tipos e categorias de estabelecimentos no ano de 2011 Total Hotéis Apart- hotéis/flats Pousadas Motéis Pensões de hospedagem Aracaju (SE) 106 46 2 48 9 1 Barra dos Coqueiros (SE) 2 - - 1 1 - Nossa Senhora do Socorro (SE) 12 - - 2 10 - São Cristóvão (SE) 2 - - - 2 - Aracaju –Região Metropolitana (SE) 122 46 2 51 22 1 Fonte: IBGE - Pesquisa de Serviços de Hospedagem 38 Especificamente, em relação ao município de Aracaju, apenas 1 (hum) integra a cadeia nacional de hotéis e 2 (dois) integram a cadeia internacional de hotéis. Tabela 3 - Número de hotéis, por características dos hotéis em Aracaju no ano de 2011 Tota l IndependentesIntegram cadeia nacional de hotéis Integram cadeia internacional de hotéis Aracaju (SE) 46 43 1 2 Fonte: IBGE - Pesquisa de Serviços de Hospedagem Somente em 2016, foi realizada uma sondagem geral dos municípios do estado de Sergipe em relação à capacidade instalada em hospedagens, pela Pesquisa de Serviços de Hospedagem (PSH), tendo a Tabela 4, uma descrição completa de acordo com o município. Tabela 4 - Número de estabelecimentos de hospedagem por município Município Total Hotéis Pousadas Motéis Outros Aracaju (SE) 125 47 58 15 5 Barra dos Coqueiros (SE) 3 2 - 1 - Boquim (SE) 1 - - 1 - Brejo Grande (SE) 2 - 2 - - Campo do Brito (SE) 1 - 1 - - Canindé de São Francisco (SE) 7 3 3 1 - Capela (SE) 1 - 1 - - Carmópolis (SE) 6 2 4 - - Cedro de São João (SE) 1 - - 1 - Cristinápolis (SE) 2 - 2 - - Estância (SE) 10 2 6 1 1 Feira Nova (SE) 1 1 - - - Frei Paulo (SE) 1 - 1 - - Ilha das Flores (SE) 1 - 1 - - Itabaiana (SE) 12 3 6 3 - Itabaianinha (SE) 1 - 1 - - 39 Itabi (SE) 1 - 1 - - Itaporanga d'Ajuda (SE) 3 - 3 - - Japaratuba (SE) 1 - 1 - - Japoatã (SE) 1 - - 1 - Lagarto (SE) 8 3 1 4 - Laranjeiras (SE) 4 2 1 1 - Maruim (SE) 2 - 1 1 - Monte Alegre de Sergipe (SE) 1 - 1 - - Muribeca (SE) 1 - 1 - - Neópolis (SE) 2 - 2 - - Nossa Senhora Aparecida (SE) 1 - 1 - - Nossa Senhora da Glória (SE) 7 2 2 3 - Nossa Senhora das Dores (SE) 3 1 1 1 - Nossa Senhora do Socorro (SE) 11 - 1 10 - Pacatuba (SE) 1 - 1 - - Pirambu (SE) 1 - 1 - - Poço Redondo (SE) 1 - 1 - - Poço Verde (SE) 1 - 1 - - Porto da Folha (SE) 2 - 2 - - Propriá (SE) 6 2 3 - 1 Ribeirópolis (SE) 1 - 1 - - Rosário do Catete (SE) 2 2 - - - Salgado (SE) 3 - 1 1 1 São Cristóvão (SE) 3 - 1 2 - Simão Dias (SE) 4 - 3 1 - Tobias Barreto (SE) 7 1 4 2 - Umbaúba (SE) 2 - 1 1 - Fonte: IBGE - Pesquisa de Serviços de Hospedagem Registram-se no total 255 estabelecimentos distribuídos no estado de Sergipe. É observado, conforme esperado, que Aracaju concentra o maior número de hospedagens, 125 estabelecimentos, sendo seguido por Itabaiana, com 12 estabelecimentos, Nossa Senhora do Socorro, com 11 estabelecimentos, Estância, com 10 estabelecimentos, Lagarto, com 8 estabelecimentos, Nossa Senhora da Glória, com 7 estabelecimentos, Tobias Barreto, com 7 estabelecimentos e Propriá, com 6 estabelecimentos. 40 Verifica-se um predomínio da categoria pousadas, com 123 estabelecimentos, seguido de hotéis, com 73 estabelecimentos, motéis, com 51 estabelecimentos, e outros, com 8 estabelecimentos. A figura 4 traz uma distribuição espacial dos estabelecimentos de hospedagem em sua totalidade, dispersos pelos municípios do Estado. Figura 4 – Distribuição dos estabelecimentos de hospedagem nos municípios Estado de Sergipe Fonte: SIDRA/IBGE 41 Em relação a capacidade de leitos, foi informado na Pesquisa de Serviços de Hospedagem (PSH) a quantidade de 19.037 leitos4. A tabela 4 traz o detalhamento da distribuição total por município. Tabela 5 - Número de leitos distribuídos pelos municípios do Estado de Sergipe Município Tipos de estabelecimentos de hospedagem Aracaju (SE) 13283 Barra dos Coqueiros (SE) 928 Canindé de São Francisco (SE) 329 Carmópolis (SE) 254 Estância (SE) 579 Itabaiana (SE) 625 Itaporanga d'Ajuda (SE) 176 Lagarto (SE) 467 Laranjeiras (SE) 279 Nossa Senhora da Glória (SE) 325 Nossa Senhora das Dores (SE) 147 Nossa Senhora do Socorro (SE) 594 Propriá (SE) 339 Salgado (SE) 169 São Cristóvão (SE) 108 Simão Dias (SE) 114 Tobias Barreto (SE) 321 Fonte: IBGE - Pesquisa de Serviços de Hospedagem Verifica-se, portanto um predomínio de Aracaju, com 13.283 leitos, seguido por Barra dos Coqueiros, com 928 leitos, Itabaiana, com 625 leitos, Nossa Senhora do Socorro, com 594 leitos, e Estância com 579 leitos. Da mesma forma, a figura 5 traz uma melhor visualização espacial no estado de Sergipe. 4 Observou-se que alguns municípios não inseriram os dados referentes aos leitos, razão em que muitos deles citados na tabela 4 apresentaram-se ausentes. 42 Figura 5 – Distribuição dos leitos de hospedagem nos municípios do Estado de Sergipe Fonte: SIDRA/IBGE Não somente, o turismo depende somente dos meios de hospedagem existentes, como também de outros serviços, como alimentação, com base em restaurantes bem classificados, agências de viagem e transportadoras turísticas. Pesquisa realizada no âmbito do Polo Costa dos Coqueirais (EMSETUR, MTur, 2012) identificou esses serviços nos municípios pertencentes a essa região turística, no qual o levantamento consta de maneira detalhada na Tabela 6. 43 Tabela 6 - Total de Equipamentos e Serviços Turísticos Instalados nos Municípios Integrantes do Polo Costa dos Coqueirais – Sergipe – 2011 Município Alimentação Agências de Viagem Transportadoras turísticas Aracaju 169 37 66 Barra dos Coqueiros 11 2 - Brejo Grande 4 - - Estância 17 5 1 Indiaroba 13 - - Itaporanga D’Ajuda 5 - - Laranjeiras 3 2 - N. S. do Socorro 11 2 - Pacatuba 3 - - Pirambu 6 - - Santa Luzia do Itanhy 3 - - Total 245 48 67 Fonte: Technum Consultoria SS, 2012 Diante dos dados apresentados, observa-se que o município de Aracaju tem forte participação nesse segmento no Estado. Não obstante, alguns municípios possuem grande potencial de desenvolvimento no capo turístico. Destacam-se no mencionado Polo Costa dos Coqueirais os municípios de Barra dos Coqueiros e Estância, no Polo Serras Sergipanas, Itabaiana tem apresentado destaque de sua proximidade com a capital Aracaju. Na região do Polo Velho Chico destacam-se os municípios do Canindé do São Francisco e Propriá. 4.4 A DEMANDA POR SERVIÇOS TURÍSTICOS NO ESTADO DE SERGIPE Foi possível, por meio da pesquisa que formulou o Mapa do Turismo Brasileiro, ter um levantamento estimado da quantidade de visitantes nos municípios do estado de Sergipe. 44 Observa-se, portanto, por meio da Tabela 7, que alguns municípios tiveram um bom volume de visitação, mesmo não tendo uma considerável capacidade de hospedagem. 45 Tabela 7 – Quantidade estimada de visitantes por Município Município Quantidade Visitas Estimadas Nacionais Quantidade Visitas Estimadas Internacionais Aracaju 1.112.959 16.161 Carmópolis 468 - Simão Dias 4.255 - Umbaúba 36.683 - Japoatã 15.358 - Pacatuba - 108 Tomar do Geru 3.499 - Neópolis 3.669 182 Campo do Brito 1.953 - Canindé de São Francisco 16.301 - Gararu 1.697 227 Itabaianinha 16.457 - Nossa Senhora da Glória 5.517 207 Salgado 468 - Siriri 14.505 - Telha 1.953 - Propriá 18.930 - Nossa Senhora do Socorro 17.966 - Boquim 16.798 - Itabaiana 23.053 88 Monte Alegre de Sergipe - 91 Pirambu 15.299 108 Porto da Folha 30.272 - Capela 5.985 149 Cedro de São João 794 - Barra dos Coqueiros 17.067 - Lagarto 45.118 - Aquidabã 3.461 - Ilha das Flores - - 46 Estância 69.021 - TOTAL 1.499.506 17.321 Verifica-se, portanto, que além do predomínio da capital Aracaju, outros municípios ganham destaque, por terem mais de trinta mil visitantes, como Lagarto, com 45.118 visitantes, Umbaúba, com 36.683 visitantes e Porto da Folha, com 30.272 visitantes5. Outros municípios que merecem destaque são Itabaiana, com 23.053 visitantes e Propriá, com 18.930 visitantes. Outro aspecto relevante é a demanda verificada por turistas ao estado de Sergipe, registrado por agências de viagem. De acordo com a tabela 8 verifica- se que a maioria dos demandantes estão no próprio Estado. Registra-se uma demanda constante no estado da Bahia, bem como uma presença de demandantes dos estados de Tocantins, Rondônia e Acre. Tabela 8 – Demanda nas agências de turismo Origem (UF) Porcentagem (%) 2019 - 1º Semestre2019 - 2º Semestre AC 0,0 5,9 AL 0,0 1,6 AM 1,1 0,0 BA 2,7 2,2 DF 2,3 0,9 GO 0,0 0,6 PE 1,0 0,6 RJ 0,4 0,2 5 A natureza dos dados estimados conduz a dizer que a análise da demanda turística em Umbaúba e Porto da Folha é de difícil interpretação. Um aspecto importante é que Umbaúba é município limítrofe à Bahia, nas proximidades da praia de Mangue Seco, reconhecida internacionalmente. Porto da Folha, localiza-se por sua vez no limite com o estado de Alagoas no Polo Velho Chico. 47 RO 0,0 6,7 SP 0,4 0,1 SE 12,2 10,0 TO 9,1 0,0 Fonte: Elaboração própria, a partir dos relatórios de pesquisa de sondagem empresarial do Ministério do Turismo Verifica-se que a demanda em estados da Região Norte deve ser avaliada a ponto de ter conhecimento quais as motivações desses demandantes. Outrossim, entende-se que a demanda nos estados limítrofes, principalmente Alagoas e Bahia ainda é relativamente baixa. Deve-se, portanto, haver políticas de estímulo ao turismo partindo dessas origens. Importante frisar acerca da demanda tanto de turismo nacional como estrangeiro, possui dados de 2005 a 2011, trazendo uma perspectiva acerca do fluxo de turistas durante cada período do ano. 48 Tabela 9 – Fluxo de turista nacional e internacional de 2005 a 2011 Mês 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Nacional Internacional Nacional Internacional Nacional Internacional Nacional Internacional Nacional Internacional Nacional Internacional Nacional Janeiro 20.722 772 17.738 787 17.781 400 18.683 416 19.352 421 24.552 527 210 Fevereiro 11.601 364 12.030 343 11.111 361 13.035 296 11.544 261 14.582 255 373 Março 13.260 527 12.529 453 11.954 318 13.248 377 12.889 218 16.713 174 233 Abril 12.532 246 12.171 590 12.079 384 12.460 240 10.873 166 16.444 109 309 Maio 12.697 251 12.539 360 11.778 216 11.770 181 13.162 157 15.348 122 337 Junho 13.551 359 12.667 435 14.210 179 15.540 290 14.469 164 17.300 152 542 1º Sem. 84.363 2.519 79.674 2.968 78.913 1.858 84.736 1.800 82.289 1.387 104.939 1.339 2.004 Julho 15.695 319 12.481 333 13.747 166 13.716 436 16.627 320 15.919 146 461 Agosto 11.652 472 10.622 325 12.152 204 12.405 339 13.084 193 14.614 329 - Setembro 12.415 235 11.598 238 12.917 230 13.331 515 14.734 19 16.279 116 - Outubro 14.020 354 12.016 472 14.436 337 13.797 257 17.673 0 17.738 126 - Novembro 13.451 409 11.671 729 13.697 437 14.540 307 16.415 92 18.214 160 - Dezembro 13.148 433 13.952 1.028 13.766 566 15.546 298 17.423 194 18.198 354 - 2º Sem. 80.381 2.222 72.340 3.125 80.715 1.940 83.335 2.152 95.956 818 100.962 1.231 - TOTAL ANUAL 164.744 4.741 152.01 4 6.093 159.628 3.798 168.071 3.952 178.245 2.205 205.901 2.570 - Fonte: Boletim de Ocupação Hoteleira. - B.O.H./Hotéis * Dados de 2011 referem-se apenas ao período de janeiro a julho 49 Verifica-se, portanto, que o maior fluxo está no período de dezembro a janeiro e de junho a julho, o que corresponde as férias escolares. Nesse sentido, a tendência do turismo no município de Aracaju. Em razão disso, entende-se que há uma tendência para o turismo voltado ao lazer. A demanda por turismo ao estado de Sergipe deve ser avaliada de modo que se tenha avalição das preferências do turista. O relatório de sondagem empresarial realizado pelo Ministério do Turismo possui informações relevantes no que tange à Região Nordeste, conforme pode ser visualizado no Gráfico 2. Gráfico 2 – Perfil de preferência dos turistas na Região Nordeste – Primeiro e Segundo semestre de 2019 Fonte: Ministério do Turismo (2019) 50 Verifica-se, portanto, que o estado de Sergipe oferece oportunidades de turismo de Sol e Praia (Polo Costa dos Coqueirais), Cultura/Patrimônio Histórico (São Cristóvão) e Ecoturismo (Itabaiana, Polo Velho Chico e Pirambu). Em relação ao turismo de negócios destaca-se a capital Aracaju por apresentar indústrias, principalmente no setor petrolífero, além de apresentar um amplo centro comercial e de serviços. 51 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como objetivo verificar o turismo no Estado de Sergipe, fazendo uma análise tanto da oferta como a demanda turística, a ponto de ampliar a compreensão acerca da contribuição do turismo para a economia do Estado. Através de uma pesquisa do tipo bibliográfica e documental, foi possível analisar alguns aspectos relevantes da economia do turismo da região. Em primeiro lugar foi realizado um levantamento da categorização dos municípios, em que foi verificado um quantitativo maior de municípios na categoria D. Esses municípios, embora tenham alguma infraestrutura para o desenvolvimento do turismo, são municípios que não ofereceram informações suficientes para ter uma visão geral sobre a economia do turismo em cada localidade. Duas regiões apresentam destaque no que tange a categorização de municípios: Polo dos Coqueirais, por ter o único município inserido na categoria A e o maior quantitativo de municípios na categoria C, e o Polo do Velho Chico, por ter o maior quantitativo de municípios categorizados. Em relação a oferta turística, a partir de dados oferecidos pela Pesquisa de Serviços de Hospedagem (PSH) do IBGE foi possível verificar a predominância do município de Aracaju, e no restante dos municípios verifica-se uma pulverização, com destaque a Itabaiana, ligado ao Polo Serras Sergipanas, e outros municípios do Polo Costa dos Coqueiros, como Barra dos Coqueiros e Estância, e Canindé do São Francisco, do Polo Velho Chico, por possuírem maior disponibilidade de leitos. No que tange a demanda, verificou-se a predominância esperada de Aracaju. Verifica-se que alguns municípios tiveram alta demanda, como Umbaúba e Porto da Folha. Apesar de serem cidades com pouco destaque em relação a infraestrutura turística, outros podem influir para tal demanda, como eventos culturais. Em relação a demanda existente em agências de viagem, verifica-se turistas originados do próprio estado de Sergipe predominam em relação a outros Estados. Verifica-se um quantitativo considerável principalmente da Bahia, por ser um Estado limítrofe. Outrossim, verifica-se que Aracaju possui uma maior visitação nos períodos de 52 dezembro-janeiro e junho-julho, o que coincide com o período de férias escolares, o que se infere que a maior parte dos turistas demandam o turismo de lazer, voltado a Sol e Praia. Observa-se, portanto, que traçar um perfil da economia do turismo de determinada localidade, permite trazer algumas reflexões que possam subsidiar gestores públicos na tomada de decisões. Em relação ao estado de Sergipe, tem-se que: Por ser o menor Estado da federação, existe possibilidade de fomentar o turismo em várias localidades a baixo custo, oferecendo múltiplas variedades. A título de exemplo, o turismo em larga escala de Aracaju, para as praias de Barra dos Coqueirais e Estância, o ecoturismo de Pirambu e Itabaiana, o turismo histórico de São Cristóvão, além do turismo na região do Polo Velho Chico, que já foi reconhecida nacionalmente e até internacionalmente. Implementar políticas para que mais municípios entrem no mapa do turismo com melhores classificação de categorias, como a categoria B, em que não foi encontrado nenhum município. Políticas de divulgação, principalmente em Estados próximos e da Região Nordeste, como Bahia, Alagoas e Pernambuco. Verifica-se, portanto, que o turismo é um forte mecanismo multiplicador para o desenvolvimento regional. Sergipe por localizar-se na Região Nordeste, com presença de clima quente e belas paisagens naturais, possui vocação para o desenvolvimento de tal segmento. 53 6 REFERÊNCIAS BENI, Mário Carlos. Análise Estrutural do Turismo. 2. ed. São Paulo: SENAC, 1998 – 2001. Brasil. Ministério do Turismo. Segmentaçãodo turismo e o mercado. Brasília: Ministério do Turismo, 2010. 170p CHIAS, Josep. Turismo, O negócio da Felicidade: Desenvolvimento e Marketing Turístico de países, Regiões, lugares e cidades. São Paulo: Editora Senac, 2007. DIAS, Reinaldo. Introdução ao Turismo. São Paulo: Atlas, 2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Economia do Turismo: uma perspectiva macroeconômica 2003-2009. Rio de Janeiro: IBGE, 2012 IGNARRA, L. R. Fundamentos do turismo. 2.ed. São Paulo: Thompson, 2003 Ministério do Turismo. Categorização dos municípios das regiões turísticas do mapa do turismo brasileiro. Brasília, 2015. NODARI, Maria Zeneide Ricardi. As contribuições do turismo para a economia de Foz do Iguaçu. 2007. 97 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Desenvolvimento Econômico, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2007. SANTANA, Wagner Costa. Indústria do turismo: contribuições para o desenvolvimento econômico e social. 2008. 48 f. Monografia (Graduação) - Curso de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2008. SERGIPE. EMPRESA SERGIPANA DE TURISMO (EMSETUR). PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO (PRODETUR). MINISTÉRIO DO TURISMO (MTur). Polo Costa dos Coqueirais: Revisão do Plano de Desenvolvimento Integrado -. [s. L.]: Technum Consultoria, 2013. PRODUTO 5 VERSÃO FINAL DO PDITS Volume II – Documento Técnico. SERGIPE. EMPRESA SERGIPANA DE TURISMO (EMSETUR). PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO (PRODETUR). MINISTÉRIO DO TURISMO 54 (MTur). Polo Velho Chico: Revisão do Plano de Desenvolvimento Integrado -. [s. L.]: Technum Consultoria, 2012. PRODUTO 5 VERSÃO FINAL DO PDITS Volume II – Documento Técnico. TURATTI DE ROSE, Alexandre. Turismo - planejamento e marketing: uma visão empresarial. Barueri: Manole, 2002 12
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