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Unidade II LINHAS DE FINANCIAMENTOS E CRÉDITOS Prof. Fábio Prosdócimi Programas de concessão de crédito para o Agronegócio Principais modalidades utilizadas para o financiamento da agropecuária. Serão consideradas as alternativas de crédito regulamentadas no Manual do Crédito Rural (MCR). Serão destacados os Financiamentos que podem ser obtidos via linhas do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, outros bancos públicos como BB – Banco do Brasil – e CEF – Caixa Econômica Federal – e instituições privadas que compõem o SFN – Sistema Financeiro Nacional. Programas de concessão de crédito para o Agronegócio Empréstimos que podem ser conseguidos nos próprios mercados financeiros e também linhas de crédito obtidas no exterior. Há também a possibilidade de levantar financiamentos com recursos dos produtores e/ou suas cooperativas. Observamos, anteriormente, a existência de momentos de maior ou menor concessão de créditos para o setor do agronegócio, especificamente. A dependência, em cada ocasião, verificou que era direcionada mais ao apoio da política econômica à industrialização. A política econômica de 1930 a 1970 Como vários países emergentes, o Brasil começou, lentamente, desde a década de 1930 até 1970, com a política de substituição de importações, com vista a desenvolver atividades industriais. Esse processo incentivou a imigração – italianos, poloneses, árabes, japoneses –, em sua maioria, com formação técnica, pois vislumbraram perspectivas de vida e fuga das guerras. A partir de 1950, a CEPAL – Comissão Econômica para América Latina e Caribe preconizava que o desenvolvimento dos países do terceiro mundo passava por um amplo programa de substituição de importações. A política econômica de 1930 a 1970 O programa da CEPAL objetivava: Implantação de um setor industrial, produtor de manufaturados, que permitisse uma acumulação de capital suficiente para desencadear um processo de desenvolvimento econômico autossustentável e duradouro. O setor mais capitalizado da economia brasileira era a agricultura. Geração de divisas pelo próprio setor agrícola exportador, que permitissem: a) importação de bens de capital para a indústria nascente; b) fosse gerador de alimentos a preços baixos, para não pressionar os salários urbanos/industriais; c) fosse também fornecedor de mão de obra barata, e; d) que servisse de mercado consumidor da incipiente agroindústria nacional, de insumos modernos. Plano agrícola e pecuário Com base nas normas, nos encargos financeiros e em outras especificações e limites, com periodicidade anual, o MAPA – Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – edita, com a aprovação do CMN – Conselho Monetário Nacional e elabora o Plano Agrícola e Pecuário, descrito no MCR – Manual de Crédito Rural e é publicado pelo BB, com os objetivos de: criar um ambiente favorável aos investimentos no setor rural; gerar empregos no setor; agregar renda no meio rural; aumentar a competitividade dos produtos brasileiros; aumentar e diversificar a pauta de exportações brasileiras. Atividades financiadas pelo crédito rural Crédito rural é considerado o suprimento de recursos financeiros, por instituições do Sistema Nacional de Crédito Rural – SNCR, identificado como: 1. Corrente: não há prestação de assistência técnica no nível da empresa. 2. Educativo: prestação de assistência técnica desde a elaboração do projeto, ou plano, até a orientação ao produtor. Ao produtor compete decidir a necessidade de assistência técnica – projeto e orientação –, mas é indispensável pelo financiador ou quando envolver recursos oficiais. Como indicado nos artigos 1º e 2º do MCR (Seção 5, Capítulo 1): A assistência técnica e extensão rural buscarão viabilizar, com o produtor rural, suas famílias e organizações, soluções adequadas para os problemas de produção, gerência, beneficiamento, armazenamento, comercialização, industrialização, eletrificação, consumo, bem-estar e preservação do meio ambiente (Res. 3.239). A ação da assistência técnica e extensão rural devem estar integrada à pesquisa agrícola, aos produtores rurais e suas entidades representativas e às comunidades rurais (BACEN, 2015, p. 16). 3. Especial: cooperativas de produtores rurais, para aplicações próprias ou dos associados e em programas de colonização ou reforma agrária. Cooperativas de produtores rurais, para aplicações próprias ou dos associados. Programas de colonização ou reforma agrária, na forma da Lei nº 4.504, de 30/11/1964. Atividades possíveis de serem financiadas De forma geral, entre o grupo de atividades possíveis de serem financiadas, podemos relacionar: custeio das despesas e custos (agrícola, pecuário, de beneficiamento ou industrialização) de cada ciclo produtivo; investimento em bens ou serviços cujo aproveitamento se estenda por vários ciclos produtivos; comercialização da produção. Podem ser atendidos pelo Crédito Rural O produtor rural e suas associações (cooperativas, condomínios, parcerias, etc.). As cooperativas de produtores rurais. Pessoa física ou jurídica que, embora não seja produtor rural, é envolvida com a pesquisa ou a produção de: mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas; sêmen para inseminação artificial; prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais, inclusive para a proteção do solo; prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais; exploração de pesca, com fins comerciais. Exigências para concessão de Crédito Rural Idoneidade do tomador. Apresentação de orçamento, plano ou projeto, exceto em operações de desconto de NPR – Nota Promissória Rural – ou Duplicata Rural. Oportunidade, suficiência e adequação de recursos. Observância do cronograma de utilização e reembolso. Fiscalização a cada 60 dias para: correta aplicação dos recursos; desenvolvimento das atividades financiadas; situação das garantias fornecidas na operação. Exigências para concessão de crédito rural: garantias São livremente acordadas entre o financiado e o financiador, conforme a natureza e o prazo do crédito, representados por: penhor agrícola, pecuário, mercantil ou cedular; alienação fiduciária; hipoteca comum ou cedular;. aval ou fiança; outros bens ou direitos aceitos pelo CMN – Conselho Monetário Nacional. Interatividade O período de 1930 a 1970 foi o início de uma época da economia brasileira, como país emergente, que se dedicou a um plano de ação, exitoso na época entre 1950 a 1970. a) O setor primário viveu a fase mais efervescente de sua trajetória. b) O Plano de Expansão do Crédito Rural obteve sua melhor performance entre 1940 e 1950. c) Foi implantada a política de substituição de importações, no sentido de desenvolver um setor inexistente: o industrial. d) Na época dos anos 1960, o crescimento econômico (PIB) atingiu seu maiores índices. e) Problemas de crédito e de disponibilidade de recursos financeiros quase não existiram. Linhas de crédito do Governo Federal: empréstimo do Governo Federal – EGF São EGFs identificados como créditos voltados ao apoio à comercialização dos produtos agropecuários, em dois grupos: EGF/COV – EGFs com Opção de Venda, que objetiva dotar o produtor rural de condições para comercializar seus produtos em situação de preços mais favoráveis, diretamente à CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. EGF/SOB – EGFs sem Opção de Venda, destinado ao apoio ao produtor rural, para o suporte às atividades de armazenamentoe conservação do produto para que possa ser comercializado no futuro, em momentos mais adequados, em termos de mercado/preços. Há de se ressaltar que os EGFs estavam fortemente relacionados com o PGPM – Política de Garantia de Preços Mínimos, referenciada pelo CMN. Atualmente, pelo mesmo processo de abertura da economia brasileira, esvaziou-se a função tradicional da PGPM, pensada para proteger o produto agrícola nacional, por conta dos cofres públicos. Assim, praticamente, eliminaram os EGF/COV, o que alterou de forma radical a relação produtor-armazenador. Com relação à AGF, a tendência do governo é comprar cada vez menos e manter no mínimo o estoque da CONAB. Linhas de crédito do Governo Federal: empréstimo do Governo Federal – EGF Conab A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está presente em todas as regiões brasileiras, acompanhando a trajetória da produção agrícola, desde o planejamento do plantio até chegar à mesa do consumidor. A atuação da Companhia contribui com a decisão do agricultor na hora de plantar, colher e armazenar e segue até a distribuição do produto no mercado, fase em que a garantia dos preços mínimos oferecidos pelo governo é traduzida em abundância no abastecimento e estímulo à produção. As operações realizadas pela Conab são coordenadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Conab Para essas ações, a Companhia realiza estudos e estatística dos preços, assim como os levantamentos de custos de produção da agropecuária, a expectativa de plantio e de colheita de grãos, além do volume e localização de estoques públicos e privados de uma gama de produtos. A estimativa da produção sucroalcooleira e outras informações pertinentes são estendidas também à safra de café e de cana de açúcar. No que diz respeito à definição das políticas públicas para o abastecimento alimentar no país, no âmbito da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), a Companhia é responsável por sua execução. Conab A atuação se faz por meio da Aquisição do Governo Federal (AGF), instrumento capaz de equilibrar a renda do produtor rural, do agricultor familiar e de suas cooperativas, frente à oscilação do preço no mercado. Na prática, isso significa comprar produtos agrícolas, formar estoques e vendê-los na hora certa para regularização do mercado consumidor. O governo brasileiro conta com mecanismos para corrigir as distorções próprias da atividade. Isso ocorre ao se reduzir o excesso eventual de oferta, num período crítico para o produtor, ou devolver esse excedente ao mercado na entressafra, atenuando, assim, o impacto da elevação dos preços ao consumidor. Esse conjunto de ações que traduzem a prática da PGPM é uma importante ferramenta para impulsionar a agricultura, além de regularizar o abastecimento alimentar do País. Novos mecanismos para escoamento da safra 1. PEP – Prêmio de Escoamento da Safra: são realizados leilões, quando o governo suporta a diferença entre o preço mínimo do produto e aquele subsidiado, com base na emissão de bônus, leiloados no mercado. O preço do bônus será menor à medida que for maior a procura pelo respectivo produto. O objetivo desse leilão de prêmios é garantir o preço mínimo aos produtores de uma região e, ao mesmo tempo, evitar que carregue o produto em estoque. Assim, o PEP permite uma economia para o governo, considerando, por exemplo, o estoque envolvido na securitização da dívida agrícola resultante de uma longa negociação entre governo, produtores, bancos e lideranças rurais, que tornou possível a rolagem de R$ 7 bilhões em dívidas acumuladas até 1995 (FORTUNA, 2008, p. 245). Novos mecanismos para escoamento da safra 2. PEPRO – Prêmio Equalizador Pago ao Produtor: é concedido ao produtor rural ou à cooperativa, desde que se disponham a vender o produto pelo valor correspondente à diferença entre o valor de referência definido pelo Governo e o do prêmio equalizador arrematado no leilão. De acordo com a legislação do ICMS de cada estado. O leilão do prêmio é realizado quando o preço de mercado for inferior ao valor de referência. Há necessidade de participação de corretor vinculado à Bolsa de Cereais, Mercadorias e Futuros. O valor do prêmio pago corresponde ao apurado no fechamento do respectivo leilão. Novos mecanismos para escoamento da safra 3. Contrato de Opções de Venda: alternativa ao EGF/AGF, via registro do contrato no CETIP. CETIP: companhia de capital aberto que oferece serviços de registro, central depositária, negociação e liquidação de ativos e títulos. Por meio de soluções de tecnologia e infraestrutura, proporciona liquidez, segurança e transparência para todas as operações financeiras. Esse contrato permite que o produtor, atuando como titular ou comprador de uma opção de venda, adquira o direito de efetuar a venda para o governo em determinada data, por um preço previamente determinado se não conseguir obter a mesma remuneração no mercado do seu produto. A Cetip é a integradora do mercado financeiro. É uma companhia de capital aberto que oferece serviços de registro, central depositária, negociação e liquidação de ativos e títulos. Por meio de soluções de tecnologia e infraestrutura, proporciona liquidez, segurança e transparência para as operações financeiras, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do mercado e da sociedade brasileira. A empresa é, também, a maior depositária de títulos privados de renda fixa da América Latina e a maior câmara de ativos privados do País. Milhões de pessoas físicas são beneficiadas todos os dias por produtos e serviços prestados pela companhia, como processamento de TEDs e liquidação de DOCs, além de registro de CDBs e títulos de Renda Fixa, e serviço de entrega eletrônica das informações necessárias para o registro de contratos e anotações dos gravames pelos órgãos de trânsito (CETIP, 2012b). Novos mecanismos para escoamento da safra Assim, o governo propicia a garantia ao produtor ou à cooperativa, sem obrigatoriedade de compra da produção. Cabe à CONAB o papel de vendedor da mencionada opção, podendo, se for o caso, promover leilões para recompra do contrato. Verifica-se, aqui, nova providência no sentido de evitar a manutenção e, consequente, custos de armazenagem de produção pelo governo. Novos mecanismos para escoamento da safra 4. PROP – Prêmio de Risco para Aquisição de Produto Agrícola. O prêmio, definido em leilão público, é de responsabilidade do setor consumidor disposto a adquirir, no futuro, determinado produto diretamente de seus produtores ou cooperativas, com preço previamente estabelecido e nas unidades da Federação determinadas pelo governo. Essa alternativa é adotada quando o preço praticado no mercado é inferior ao mínimo. Nesse caso, o Governo pretende sinalizar o preço futuro para o mercado, de forma a garantir renda ao produtor rural. Novos mecanismos para escoamento da safra Essa opção de garantia de renda ao produtor, entre outros objetivos, tem: a aproximação entre consumidor e produtor rural; o estímulo à produção de produtos agrícolas para o atendimento ao mercado interno consumidor e às exportações; nesse tipo de leilão, vencem os que cotarem menor valor. o prêmio de risco será ajustado conforme as flutuações verificadas no mercado, tendo como teto o valor de fechamento do leilão. Novos mecanismos para escoamento da safra 5. Contrato de Opção de Venda. Instrumento alternativo, no qual os adquirentes são representados por quaisquer agentes econômicos interessadosem obter o produto ofertado, como criadores, agroindústrias, cooperativas agropecuárias, exportadores e comerciantes. Os produtos ofertados são os dos estoques adquiridos na esfera do PGPM até a data de lançamento dos contratos, cujos valores devem ser mantidos até o vencimento das opções. Para cada produto é estabelecido o período de contratação e vencimento das opções, de acordo com o calendário agrícola anual, definido em aviso específico de opção de compra divulgado pelo governo. Interatividade Na lista abaixo, há vários tipos de linhas de crédito e financiamento do agronegócio já estudadas. Qual dessas a seguir não integra o portfólio de crédito e financiamento do agronegócio? a) AGF – Aquisição do Governo Federal. b) FCI – Financiamento Crédito e Investimento, com alienação fiduciária. c) EGF/COV – Empréstimo do Governo Federal, com opção de venda. d) PEP – Prêmio de Escoamento do Produto. e) Contrato de opções de venda. LEC – Linha Especial de Comercialização LEC: essa alternativa de financiamento complementa o EGF e foi criada em 2003, com o objetivo de estimular a produção de milho e de sorgo, na chamada segunda safra e visa ao aumento da liquidez na comercialização, porque: oferece maior flexibilidade operacional; permite o financiamento a preços com valor superior ao mínimo de garantia; não contém a exigência de incorporação do penhor dos produtos estocados; sua utilização passa pelo crivo do MAPA – Ministério da Agricultura – e MF – Ministério da Fazenda, considerando a situação específica de cada produto e da economia. LEC Essa linha de crédito é regulamentada no Manual de Crédito Rural, na seção “Financiamento para proteção de preços em operações no mercado futuro e de opções”. BACEN (BANCO CENTRAL DO BRASIL). Finalidades especiais. Manual de crédito rural. Brasília, 2015. <www3.bcb.gov.br/mcr/Manual/MCR.pdf.> Empréstimos do Governo Federal - EGF Trata-se de uma alternativa para o produtor rural que deseja garantir o preço mínimo de seu produto agrícola, desde que o produto esteja amparado pela PGPM. Os preços mínimos são fixados por decreto da Presidência da República e atuam como um seguro de preço, de forma a garantir ao produtor rural uma renda mínima para a sua produção. Podem participar dos Empréstimos do Governo Federal Podem participar: produtores rurais, pessoa física ou jurídica; cooperativas ou associações formais de produtores. Os produtos devem ser livres e desembaraçados de quaisquer ônus e depositados em armazém credenciado, em embalagens aprovadas pela CONAB. Entretanto... Essa alternativa vem sendo desestimulada, dado o interesse do governo em reduzir os custos de armazenagem dos estoques públicos, incentivando o uso de Pepro, PEP, etc., indicados anteriormente. Quando subsidia preços em vez de adquirir produtos, a armazenagem fica a cargo das empresas ou de produtores. Além desses mecanismos (do tipo EGF), o governo passa – cada vez mais – a interferir menos no mercado e o ajuste de preços passa a ser feito pelo mercado. Outras linhas de crédito: considerações O crédito rural é um tradicional mecanismo focado na agropecuária. Grande parte do capital de giro necessário ao custeio da produção vegetal e animal ainda é oriunda de recursos próprios dos produtores e dos demais agentes do agronegócio: de insumos, trading e indústrias de processamento e mecanismos de mercado, como CPR – Cédulas de Produto Rural. Savoia (2009) levantou as três de fontes de financiamento da produção do setor: mercado, crédito rural e recursos próprios. A participação (%) de cada fonte no total das 3 foi exatamente igual a 30% cada. Deduz-se, então, que o crédito rural possui a menor parcela; é a mais dependente. Outras linhas de crédito: considerações O MAPA disponibiliza estatísticas e dados globais sobre os financiamentos rurais, totalizados por: agricultura empresarial; agricultura familiar (PRONAF); agricultura total. O aluno encontrará, por conta, todos os valores das fontes de recursos e programas dos sistemas envolvendo o agronegócio. PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar PRONAF: criado em junho de 1996 e, hoje, ampliado, aperfeiçoado e, um tanto, desburocratizado. Esse programa tem um alcance moderno, econômico e socialmente sustentável e que ajuda a alimentar o Brasil. O governo percebeu a necessidade de estabelecer uma política voltada para o fortalecimento da agricultura familiar, de forma a agregar mecanismos com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável do segmento, a partir de ações que possibilitem o aumento da capacidade produtiva e a elevação da renda, visando à melhoria da qualidade de vida dos produtores familiares. PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar É visto também como forte gerador de estímulos para o desenvolvimento de políticas públicas para o meio rural com: assistência técnica; pesquisa, educação e formação profissional; infraestrutura: rodovias, comunicação e armazenamento; acesso à terra aos agricultores que não a possuem; possibilidade de financiamento a atividades viáveis economicamente e ecologicamente sustentáveis. PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar Beneficiários do PRONAF: produtores rurais, inclusos quilombolas e indígenas, dentro dos seguintes requisitos: sejam proprietários, posseiros, arrendatários, parceiros ou concessionários de reforma agrária; residam na propriedade ou em local próximo; detenham, sob qualquer forma, no máximo 4 módulos fiscais de terra, quantificados conforme a legislação vigente, ou então, no máximo, 6 módulos fiscais ao se tratar de pecuarista familiar; em que o trabalho familiar seja a base de exploração do estabelecimento. Módulo fiscal: tamanho de terras estabelecido para cada município e procura refletir a área mediana dos módulos rurais dos imóveis rurais do município. PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar Outros beneficiários: Pescadores artesanais. Extrativistas: dedicam-se à exploração extrativista vegetal ecologicamente sustentável. Aquicultores: dedicam-se ao cultivo de organismos que tenham, na água, seu normal ou mais frequente meio de vida, e que explorem área não superior a 2 hectares de lâmina d´água, ou ocupem até 500 m3 de água. Programas de Crédito: Pronaf Agroindústria e Agregar: ambas para o atendimento à agroindústria familiar. Linhas de crédito para suprir necessidades de capital para atender o ciclo produtivo e investimento na terra. PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar PRONAF-M – PRONAF Infraestrutura Municipal. Trata-se de uma linha de apoio financeiro do Governo Federal, com recursos não reembolsáveis, em parceria com os governos municipais, responsáveis pela implementação das prioridades do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural. Objetivo do PRONAF-M é financiar a implantação, a ampliação, a modernização e a realocação de infraestrutura necessária ao fortalecimento da agricultura familiar, de forma a dinamizar o setor produtivo e assegurar sustentação ao desenvolvimento rural. Há, ainda, a destinação de recursos visando à capacitação e à profissionalização de agricultores familiares e técnicos. PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar Obtenha mais informações em seu município acerca da estruturação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural. Ele é responsável pela gestão social doPrograma e pela concreta atuação dos principais beneficiários. Além disso, é importante conhecer o Plano Municipal de Desenvolvimento Rural. De forma mais geral, você pode consultar a legislação que dispõe sobre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável – CNDRS: BRASIL. Decreto n° 3.508, de 14 de junho de 2000. Dispõe sobre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável – CNDRS, e dá outras providências. Brasília, 2000. <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3508.htm> Interatividade O PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura familiar, criado em junho de 1966, objetiva: a) Como medida política, serenar os ânimos de pequenos produtores rurais para os quais não havia incentivos, destinação de recursos e estímulos específicos. b) Apaziguar conflitos de interesses entre os grandes produtores rurais, os chamados “latifundiários”. c) Estabelecer a política de fortalecimento da agricultura familiar, promovendo o desenvolvimento sustentável, gerando emprego, disponibilizando recursos – terra e crédito, qualificando e capacitando mão de obra nos diversos segmentos (os beneficiários). d) Deveria, por sua concepção, obter um grande sucesso, que não se sente até hoje. e) O resultado do PRONAF não foi totalmente inócuo, mas um aviso para se tornar viável, um esforço nessa área. Programa Nacional de Crédito Fundiário Importante instrumento de acesso à terra e uma das ações complementares do Plano Nacional de Reforma Agrária, para a ampliação e a consolidação da agricultura familiar. Objetivo: criação de ocupações produtivas permanentes para as famílias beneficiadas, aumento da renda e melhoria das condições de vida da população rural. O programa funciona com três linhas de financiamento, que vão beneficiar: trabalhadores rurais mais pobres e os trabalhadores jovens, entre 18 e 24 anos; familiares sem terra ou com pouca terra; públicos proprietários das políticas de combate à fome e de inclusão social do Governo Federal. Linhas de financiamento apoiadas pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social É a principal instituição voltada aos financiamentos de médio e longo prazo aos agentes econômicos, incluindo os componentes do setor agropecuário. Pode subscrever títulos e valores mobiliários e prestar garantias aos seus diferentes públicos. Existem doze programas do BNDES, voltados ao atendimento à agropecuária, de valores superiores a R$ 20 milhões e que abarcam financiamentos nas áreas de: projetos e sua execução, implantação, modernização e expansão de empresas; aquisição de máquinas e equipamentos nacionais ou não, operações de leasing, capital de giro, empréstimo ponte, engenharia financeira, prestação de fiança e aval, proaquicultura, cerealista, sucroalcooleiro, redução de emissões de gases do efeito estufa, recuperação dos solos, etc. Todos os investimentos são gerenciados pelas próprias comunidades e podem servir tanto para a compra de terras como para o aumento da produção, ou, ainda, para realização de projetos que visem à melhoria da qualidade de vida da população e ao desenvolvimento local sustentável. A estimativa é criar, para cada família, mais de três ocupações produtivas permanentes, estimulando indiretamente outros setores da economia. Com esse programa, há a descentralização das ações para os Estados e o incentivo e o fortalecimento da participação das comunidades, que detêm o maior poder de decisão. A implantação do programa visa assegurar a participação efetiva e o controle social, com grande poder de decisão dos Conselhos de Desenvolvimento Rural. As associações terão ampla autonomia, desde a seleção dos participantes até a escolha e negociação de terras. Aos governos estaduais caberá prover todo o apoio técnico. A descentralização na execução do programa se dará por meio de assinaturas de parcerias entre Estados e associações dos municípios participantes. Caberá ao Estado a elaboração e a aprovação do Plano Estadual de Implementação do Programa, em que serão definidos os objetivos, as diretrizes, as metas, as regiões prioritárias, o público e a estratégia de ação. Esse plano e a estratégia de ordenamento territorial implementada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) nos Estados deverão estar articulados. É também na esfera estadual que serão avaliadas e aprovadas as propostas de financiamento dos beneficiários potenciais. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf) estabelece, no âmbito nacional, as diretrizes globais e as metas do programa, além de aprovar seu Regulamento Operativo e os Manuais de Operações, assegurando a harmonia entre estes e os demais programas de reforma agrária e de desenvolvimento rural, enquanto avalia sua execução de modo geral. Os investimentos com recursos do programa poderão ser realizados pelos próprios beneficiários. Assim, os recursos para mão de obra dos projetos servirão ao sustento das famílias durante a implantação dos projetos. A verificação da elegibilidade dos imóveis selecionados para aquisição pelos beneficiários e dos preços acordados entre as partes envolvidas no negócio cabe aos Estados. Obtenha mais informações em seu município acerca das parcerias entre as entidades governamentais relacionadas com esse programa de crédito. Acesse a legislação nacional sobre o assunto: BRASIL. Norma de Execução – NE/PNCF nº 01/2004. Dispõe sobre as Diretrizes e Normas para a Prestação de Serviços de Capacitação e Assistência Técnica aos Beneficiários do Programa. Brasília, 2004b. <www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/File/deagro/ne_01_2004.> Financiamentos junto ao SFN – Sistema Financeiro Nacional Além de programas e recursos possíveis de serem obtidos com o governo ou seus bancos oficiais, o produtor e as cooperativas podem recorrer às instituições financeiras do SFN. Os agentes do setor agropecuário vêm, gradativamente, aumentando a sua busca por operações transacionadas na BM&F. Essas operações objetivam a constituição de hedge (proteção) contra variações bruscas de preços dos produtos agrícolas, verificados entre os períodos de plantio e de colheita ou comercialização. HEDGE: mecanismo do mercado financeiro e de commodities para se resguardar de uma flutuação de preços. Programas BNDES voltados à Agropecuária BNDES Finem: permite a obtenção de financiamentos de valores superiores a R$ 20 milhões voltados à: implantação, modernização e expansão de empresas do setor agropecuário; desenvolvimento de projetos de eficiência energética que contribuam para o aumento da eficiência global do sistema energético, ou que promovam a substituição de combustíveis de origem fóssil pelos produzidos com base em fontes renováveis; aquisição de bens de capital associada a planos de investimentos apresentados ao BNDES; importação de máquinas e equipamentos sem similar nacional, associada a planos de investimentos apresentados ao BNDES. Programas BNDES voltados à Agropecuária BNDES Automático: propicia que se tomem financiamentos de até R$ 20 milhões direcionados ao desenvolvimento de projetos de implantação, expansão e modernização de empreendimento. BNDES Finame Agrícola: sem limite de valor, a modalidade admite financiamentos para a compra isolada de máquinas e equipamentos agrícolas novos, de fabricação nacional, credenciados no BNDES. BNDES Finame Leasing: opera com financiamentos à aquisição isolada de máquinas e equipamentos novos em operações de arrendamento mercantil (leasing). Programas BNDES voltadosà Agropecuária BNDES Limite de Crédito: oferece crédito rotativo para o apoio a empresas ou grupos econômicos já clientes do BNDES e com baixo risco de crédito. BNDES Empréstimo-Ponte: para a obtenção de financiamentos para projetos, concedidos em casos específicos, para agilizar a realização de investimentos por meio da concessão de recursos no período de estruturação da operação de longo prazo. BNDES Project Finance: oferece engenharia financeira com suporte contratual do fluxo de caixa de um projeto, tendo como garantia os ativos e recebíveis desse mesmo empreendimento. Programas BNDES voltados à Agropecuária BNDES Fianças e Avais: possibilita a prestação de fiança e avais pelo BNDES com o objetivo de diminuir o nível de participação nos projetos financiados. BNDES Proaquicultura: fornece apoio aos investimentos para a construção, com finalidade de: expansão e modernização de capacidade produtiva dos produtores de pescados e da indústria processadora de pescados; obtenção do capital de giro; adoção de iniciativas direcionadas para modernização ou implementação de melhorias na estrutura organizacional, administrativa, de gestão, comercialização, distribuição e de logística das sociedades atuantes no setor aquícola. Programas BNDES voltados à Agropecuária BNDES Cerealistas: concede apoio ao desenvolvimento e à modernização do setor de armazenagem nacional efetuada por empresas comerciais cerealistas nacionais. BNDES Prorenova: apoia o aumento da produção de cana de açúcar no país, por meio do financiamento à renovação e implantação de novos canaviais. BNDES PASS: destinado a financiamento da estocagem de álcool etílico combustível pelas empresas do setor sucroalcooleiro. Captação de recursos no exterior Essa modalidade de obtenção de recursos é regulamentada, atualmente, pela Resolução nº 3.844, de 23 de março de 2010, do Banco Central do Brasil (BACEN, 2010). Essa captação pode ser feita pelas instituições financeiras integrantes do Sistema Nacional de Crédito Rural (SCR) e os recursos são repassados do país para o financiamento de produtores rurais e suas cooperativas, para custeio, investimento ou comercialização agropecuária. Esses recursos podem, também, ser repassados às empresas, agroindústrias e exportadores para que adquiram produtos agropecuários diretamente de produtores rurais. Captação de recursos no exterior Os recursos captados no exterior, enquanto não aplicados nas finalidades previstas, podem ser utilizados na constituição de depósito em moeda nacional, ou estrangeira, ao BC (Bacen), bem como ser objeto de repasse interbancário e aplicação em NTN-D ou NBC-E, ambos os títulos vinculados ao dólar (norte- americano). Seguro rural Necessário para cobrir as atividades agrícolas: Relacionadas com a pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus produtos e os créditos decorrentes, além do seguro temporário de vida dos produtores. O investimento realizado no plantio e na manutenção da lavoura. Danos causados por eventos climáticos, como granizo, geada, chuva excessiva, ventos fortes e seca. Estende-se à lavoura contra incêndio, inundação e não germinação. Ou seja... Seguro agrícola: faz a cobertura contra perdas decorrentes de fenômenos meteorológicos, doenças e pragas. Seguro pecuário: garante indenização por morte de animais, por acidentes e doenças. Seguro de benfeitorias e produtos agropecuários: garante construções, instalações ou equipamentos fixos, safras removidas do campo de colheita, produtos pecuários, veículos rurais mistos ou de carga, máquinas agrícolas e seus implementos. Seguro de crédito para comercialização de produtos agropecuários: prevê coberturas das perdas líquidas do segurado. Seguro temporário de vida: garante liquidação do saldo devedor financiado em decorrência de operações de crédito rural, ou de compra de terras para colonização própria, no caso de morte do produtor rural. Ainda com relação a esse tema, é importante considerar o Seguro da Agricultura Familiar, exclusivo para os agricultores familiares que realizam financiamentos de custeio agrícola no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Títulos utilizados no financiamento do Agronegócio NPR – Nota Promissória Rural – título de crédito utilizado para: vendas a prazo de bens de natureza agrícola; atividades extrativas ou pastoris, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas; recebimentos, pelas cooperativas, de produtos da mesma natureza, entregues pelos seus cooperados; entrega de bens de produção ou de consumo feitas pelas cooperativas aos seus associados. duplicata rural: semelhante à NPR, mas é um título de venda emitido pelo vendedor, com o aceite de ambos. Títulos utilizados no financiamento do Agronegócio CPR – Cédula de Produto Real: é um ativo financeiro e foi definido pelo BB e pelo MAPA, de emissão exclusiva do produtor, visando: à comercialização antecipada da safra; à troca de insumos por produtos, que era uma prática de mercado na criação do título; incorporar o CMG – Certificado de Mercadoria Garantido – com emissão garantida; ao cumprimento de uma promessa de entrega do produto, observadas suas condições de qualidade e quantidade; ao título que pode ser negociado na Bolsa ou em balcão. Títulos utilizados no financiamento do Agronegócio CMG – Certificado de Mercadoria Garantido: emitido pelo produtor agrícola, como um compromisso físico de compra ou venda. Transacionado na BM&F. CRA – Certificado de Recebíveis do Agronegócio: título de crédito nominativo, de promessa de pagamento em dinheiro, de livre negociação e constitui título executivo extrajudicial. CDA – Certificado de Depósito Agronegócio: títulos lastreados nos produtos e emitidos por armazém, no momento da entrega, e podem ser negociados ou usados como garantia. CDCA – Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio: emitidos por agroindústrias e fabricantes de máquinas. LCA – Letras de Crédito do Agronegócio: emitidas pelas instituições financeiras, como garantia de empréstimo. Interatividade Das linhas de financiamento, de médio e longo prazo, para o atendimento ao agronegócio, qual a linha que oferece o maior, o mais diversificado mix de produtos, com taxas atrativas? a) PRONAF. b) BB e CEF. c) BNDES. d) Contratos de opções de venda. e) BACEN. ATÉ A PRÓXIMA!