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Qual a visão do papel do Estado na Economia, na abordagem macroeconômica clássica e keynesiana?

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Macroeconomia Clássica: 
Na visão macroeconômica, temos o pensamento de Adam Smith, que pregava que o Estado não deveria interferir na economia (tanto como estimulador, quanto através de suas políticas fiscais e monetárias), mas sim, desempenhar um papel de protetor militar do país contra invasores, protetor dos cidadãos contra as injustiças e gestor das instituições públicas. 
Para Smith, a intervenção do governo na economia apenas prejudicaria o seu desempenho. Neste caso, o mercado funcionaria de acordo com a filosofia liberal do laissez-faire. Assim, a dinâmica da oferta e da procura, de acordo com a Lei de Say (“a oferta cria a própria demanda”) chegaria a um equilíbrio por si só, sem a intervenção governamental. 
É neste contexto que, em sua obra “A Riqueza das Nações”, aparece, fundamentando o laissez-faire, o conceito da “Mão Invisível”, que é o que direciona os objetivos e interesses dos homens, rumo ao lucro (condição de mercado livre) e, consequentemente, gerando um resultado positivo no bem-estar de toda sociedade. Ou seja, os homens procurando atender os seus próprios interesses e, ao final, satisfaz a maioria. 
Cabe ressaltar que as condições acima citadas valem somente para mercados ambientados na concorrência perfeita. 
Macroeconomia Keynesiana: 
O conjunto das ideias de Keynes, que ia contra a teoria macroeconômica clássica, visava a intervenção do Estado na economia para que a estabilizasse e atingisse o pleno emprego, evitando ao máximo o desemprego e a concentração de renda. 
Outro objetivo da intervenção do Estado, para Keynes, seria o aumento da produção para que a demanda efetiva fosse administrada. O estímulo ao consumo e aos investimentos (créditos a juros baixos etc) seria a base para que a economia se mantivesse firme e aquecida. 
Desta forma, com a economia aquecida, haveria maiores níveis de empregos. E caso houvesse uma retração na economia por queda de consumo e investimentos, para evitar uma crise no sistema, o Estado interferiria para que os níveis de empregos fossem mantidos, bem como o bem estar social. 
Estado passaria a ter um papel ativo, alcançando o chamado Pleno Emprego, cenário onde existe apenas um certo desemprego natural e fora do estado de crise.
As ideias da Teoria Keynesiana surgiram ao mesmo tempo em que o governo dos Estados Unidos fazia o plano New Deal, aumentando os gastos públicos para recuperação após a Crise de 1929.
Modelo Keynesiano
A partir de sua teoria, Keynes formulou o seu modelo que explicaria como um aumento de gastos do governo diminuiria os riscos da recessão.
Para isso, é preciso observar como uma economia é medida através do PIB, que se estiver em equilíbrio a Oferta Agregada (Y) é igual à Procura Agregada (PA), ou Despesa Agregada, onde:
Y = C + I + G + (X - Q)
Sendo os componentes da Procura Agregada (PA):
C - Consumo da população;
I - Procura de créditos para Investimentos;
G - Gastos do Governo;
X - Exportações;
Q - Importações.
O princípio de uma crise acontece quando a oferta de produtos e serviços na economia estão mais elevadas que a procura, ou seja, quando Y é maior que PA na fórmula acima. Quando isso acontece, as empresas conseguem vender menos e acumulam estoques.
PENSAMENTO DOS ECONOMISTAS CLÁSSICOS E KEYNESIANOS 
Os principais representantes da Escola Clássica de Economia Política Adam Smith e David Ricardo e os seus principais preceitos filosóficos estavam fundamentados no princípio do individualismo, da liberdade, da livre-concorrência e do comportamento racional dos agentes econômicos com a mínima intervenção do Estado na economia, tendo como uma das suas teorias o "valor-trabalho" e como base o equilíbrio automático, que ignorava as crises e os ciclos econômicos. Sua característica principal era a produção, deixando em segundo plano a procura e o consumo, e segundo Adam Smith, o objeto da economia é estender bens e riqueza a uma nação.
A linha de pensamento da Escola Keynesiana, seu principal expoente John Mayard Keynes, esta fundamentada na instabilidade do capitalismo, e apóia a intervenção do Estado com investimentos nos momentos de crise para gerar demanda e garantir níveis elevados de emprego, o pleno emprego. Realizando uma comparação direta, os Clássicos, limitam as intervenções do Estado dando mais liberdade aos cidadãos, e os Keynesianos, aprovam a intervenção do Estado como regulador da economia, em fase da fragilidade do sistema capitalista.
CONCLUSÃO
Em conformidade com as leituras que realizamos, identificamos que no pensamento dos economistas Clássicos, a filosofia do livre comércio e produção de bens, deixando a procura e o consumo para segundo plano e que a riqueza somente poderia ser conseguida mediante a posse do valor de troca, impulsionou a livre concorrência, chamado mercado comparativo e equilíbrio automático, onde o dinheiro era visto como meio de troca e a oferta da mão de obra.
O ponto de partida do pensamento dos economistas Keynesianos, era que o sistema capitalista tem um caráter profundamente instável, ou seja, operação da "mão invisível". Keynes defendia a intervenção moderada do Estado. Afirmava que não havia razão para o socialismo do Estado, pois não seria a posse dos meios de produção que resolveria os problemas sociais, ao Estado compete incentivar o aumento dos meios de produção e a boa remuneração de seus detentores.

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