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Pessoas jurídicas de direitos privados

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1.Pessoas jurídicas de direitos privados
São pessoas jurídicas de direito privado na versão original do art. 44 do código Civil de 2002: as associações, as sociedades, as fundações. Os partidos políticos e os sindicatos também têm, segundo os arts.8 e 17 a IV inciso 1 a 4 da constituição Federal, e arts 511 e 512 da consolidação das Leis do trabalho a natureza de associação civil.
A Lei n. 10.825, de 22 de dezembro de 2003, deu nova redação ao aludido art. 44, verbis:
“São pessoas jurídicas de direito privado:
I – as associações;
II – as sociedades;
III – as fundações;
IV – as organizações religiosas;
V – os partidos políticos”.
A referida lei acrescentou o §1º, declarando que “são livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento”.
A citada lei transformou ainda em § 2º o primitivo parágrafo único, pelo qual “as disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial”. E acrescentou , por fim, o § 3º, proclamando: “ Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica”. 
1.1 As associações
As associações são pessoas jurídicas de direito privado constituídas de pessoas que reúnem os seus esforços para a realização de fins não econômicos. Nesse sentido, dispõe o art. 53 novo diploma: ”Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos”.
Não há entre os membros da associação, direitos e obrigações recíprocas, nem intenção de dividir resultados, sendo os objetivos altruísticos, científicos, artísticos, beneficentes religiosos, educativos, culturais, políticos, esportivos ou recreativos. A constituição Federal garante a liberdade de associação para fins lícitos. (CF.art.5 XVII)
O traço distintivo entre sociedades e associações reside, como visto no fato de estas não visarem lucros. Destaque especial deve ser dado á previsão da exclusão de associado, que “só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previsto no estatuto”, conforme dispõe o art.57 do código Civil, com a redação conferida pela Lei n.11.127, de 28.6.2005. A referida lei revogou o parágrafo único e suprimiu a segunda parte do dispositivo,segundo a qual,sendo omisso o estatuto, podendo também ocorrer à exclusão do associado se fosse reconhecida a existência de motivos graves, em deliberação fundamentada, pela maioria absoluta dos presentes á assembléia geral especialmente convocada para esse fim.
A quebra da affectio societatis, por ser este elemento essencial a qualquer associação ou sociedade pode constituir justa causa para a referida exclusão. É permitido ao associado retirar-se a qualquer tempo, sem necessidade de justificar o pedido, pois “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado”(CF,art.5 XX).Pode o estatuto impor certas condições para a retirada,como o cumprimento de obrigações sociais eventualmente assumidas.mas não poderá obrigar o associado a permanecer filiado á entidade.
“Dispunha o art.59 do Código Civil que compete privativamente á assembleia geral:” I - Eleger os administradores; II - destituir os administradores; III - aprovar as contas; VI – alterar o estatuto”. Nessa linha o pensamento de Miguel Reale: “Não é dito, assim que os cargos que compõem a diretoria da associação devem ser eleitos pela assembléia geral .para cada um deles,podendo o estatuto social estabelecer a escolha por ela de todos os componentes de casa conselho,cabendo a este,depois a designação,dentre os seus membros,dos titulares dos cargos de direção”.
Atendendo aos reclamos gerais, a Lei n.11.127 de 28 de junho de 2005. Deu nova redação ao aludido art.59 do Código Civil, seguintes teor:
Compete a privativamente á assembléia geral:
I - destituir os administradores.
II- alterar o estatuto.
E por fim em caso de dissolução da associação, os bens remanescentes serão destinados “á entidades de fins não econômicos designada no estatuto, ou, dual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes”.
1.2 As sociedades
O novo Código Civil unificou as obrigações civis e comerciais no livro II, concernentes ao direito de empresa, disciplinando as sociedades, em suas diversas formas ,no Titulo II (art.981 e s.)
Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividades econômicas e a partilha, entre si, dos resultados. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados (art.981 parágrafo único).
As sociedades podem ser simples e empresárias, expressões estas que substituíram a antiga divisão em sociedades civis e comerciais. Como no sistema do novo Código Civil todas as sociedades são civis, foi adotada a nova denominação mencionada (cf.art.982).Registra Miguel Reale que, “com a instituição da sociedade simples,cria-se um modelo jurídico capaz de dar abrigo ao amplo espectro das atividades de fins econômicos não empresariais,com disposições de valor supletivo para todos os tipos de sociedade”.Como é a própria pessoa jurídica a empresária e não os seus sócios o correto é falar-se”sociedade empresária”,e não “sociedade de empresarial (isto é,”de empresários”).
As sociedades simples são constituídas em geral, por profissionais que atuam em uma mesma área ou por prestadores de serviços técnicos (clinicas médicas e dentárias, escritórios de advocacia, instituições de ensino etc.) e tem por fim econômico ou lucrativo. Mesmo que eventualmente venham a praticar atos próprios de empresários, tal fato não altera a sua situação, pois o que se considera é a atividade principal por elas exercida.
As sociedades empresárias também visam lucro, mas distinguem-se das sociedades simples porque têm por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito ao registro previsto no art.967 do Código Civil. Considera-se empresário, diz o art.96 ”quem exerce profissionalmente a atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.
1.3 As fundações 
As fundações constituem um acervo de bens, que recebe personalidade jurídica para a realização de fins determinados, de interesse publico, de modo permanente e estável. Na dicção de Clóvis, ”consistem em complexos de bens (universitates bonorum) dedicados á consecução de certos fins e,para esse efeito,dotados de personalidade”decorrem da vontade de uma pessoa,o instituidor e seus fins,de natureza religiosa,moral,cultural ou assistencial,são imutáveis.
As fundações podem ser particulares e públicas. Estas são instituídas pelo Estado, pertencendo os seus bens ao patrimônio público.com destinação especial, regendo-se por normas próprias de direito administrativo. As fundações particulares são reguladas no Código Civil, art.62 a 69. Dispõe o primeiro.
A fundação compõe-se, assim de dois elementos: o patrimônio e o fim. Este é estabelecido pelo instituidor e não pode ser lucrativo, mas social, de interesse público. 
A constituição da fundação se desdobra em quatro fases:
1) A do ato de dotação ou de instituição,que compreende a reserva ou destinação de bens livres,com indicação dos fins a que se destinam e a maneira de administrá-los. Far-se-á por Inter vivos (escritura pública) ou por causa mortis (testamento).
2)A da elaboração do estatuto,que pode ser direta ou própria(pelo própria instituidor)ou fiduciária (por pessoas de sua confiança,por ele designada)
3)A da aprovação do estatuto.O estatuo é encaminhado ao Ministério Público Estadual da localidade,que é a autoridade competente a que se refere o art.65 do Código Civil,para aprovação.
4-)A do registro.que se faz no registro Civil das pessoas Jurídicas (CC,art.1.1150;LRP.art.114.I).É indispensável,pois só com ele começa a fundação a ter existência legal(CC,art.45).O art.46 do novo Código exige que o registro declare.dentre outros dados,”o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores,e dos diretores.
1.4 As organizações religiosas
A justificativa para expressa menção, em separado, das organizações religiosas está basicamente no fato de não poderem ser consideradas associações, por não se enquadrarem na definição legal do art. 53 “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos”. Uma vez que não têm fins econômicos stricto sensu. Não pode também ser sociedades, porque a definição do art. 981 afasta totalmente dessa possibilidade. Poderiam enquadrar-se como fundações, pois assim o permite o parágrafo único do art. 62 “A FUNDAÇÃO SOMENTE PODERÁ CONSTITUIR-SE PARA FINS RELIGIOSOS, MORAIS, CULTURAIS OU DE ASSISTÊNCIA.” Todavia, a instituição de uma fundação tem de seguir, além das normas do atual Código, lei específica que trata desse tipo de organização, cujas normas inviabilizam, para as igrejas, sua instituição.
Uma instituição religiosa geralmente não se limita a ter apenas um fim, pois a sua própria manutenção já presume um movimento financeiro. Não é este, no entanto, o seu fim teleológico. Uma instituição religiosa tem fins pastorais e evangélicos e envolve a complexa questão da fé. A simples inclusão das igrejas como meras associações civis, com a aplicação da legislação a estas pertinentes, causaria sério problema ao exercício do direito constitucional de liberdade de crença. Sendo destinadas ao culto e à adoração, não possuem elas as características das outras associações, constituídas para o exercício conjunto de atividades humanas, cujo objetivo é a satisfação de interesses e necessidades terrenas, materiais. Seu funcionamento é distinto, seus interesses diversos, suas atividades diferentes. 
Assim, aplicar-se às organizações religiosas, como pessoas jurídicas de direito privado, as não referentes às associações, que apenas naquilo houver compatibilidade. A propósito, decidiu o tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que foi com o espírito “de proteção às entidades religiosas que a Lei Federal n. 10.825, de 2003, alterou o art. 44 do Código civil ”São pessoas jurídicas de direito privado: IV- as organizações religiosas;” acrescenta o parágrafo primeiro, o qual veda ao poder pública a negativa do reconhecimento, ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. A vedação presente em tal artigo não pode ser absoluta cabendo ao Judiciário tutelar interesses a fim de certificar-se, que a organização os requisitos mínimos ao registro do ato constitutivo.
1.5 Partidos Políticos
Quanto aos partidos políticos, eles têm natureza própria. Seus fins são políticos, não se caracterizando pelo fim econômico ou não. Assim, não podem ser considerados associações ou sociedades, nem fundações, porque não têm fim cultural, assistencial, moral ou religioso. Não obstante, Enunciado 142 da III Jornada do direito Civil retromencionada proclama: “Os partidos políticos, sindicatos e associações religiosas possuem natureza associativa, aplicando-se-lhes o Código civil”. Os partidos políticos serão regidos pela Lei n. 9.096/95, que regulamenta os arts. 14 e 17 da Constituição federal.
Considera-se que o Código Civil de 2002 adota um sistema aberto, alicerçado em cláusulas gerais, devendo as relações jurídicas previstas em lei ser consideradas abertas, com rol exemplificativo.
2. Bibliografia
ROBERTO GONÇALVES, Carlos. Direito Civil brasileiro parte geral. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

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