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Agricultura Sintropica - PIN II - Correção Final mesmo

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE
CURSO DE AGRONOMIA E ENGENHARIA AMBIENTAL
PROF.: AURIVAN SOARES DE FREITAS
DIVULGAÇÃO DA AGRICULTURA SINTRÓPICA PARA AGRICULTORES DO MUNICÍPIO DE CAMPANH-MG E REGIÃO
ANA CAROLINA XAVIER
DIANDRA MESSIAS
GABRIELLE BANDEIRA SILVA
JOYCE RAMOS KRAUSS
LÚCIO FLÁVIO CIACCI
RABILA ARANTES MACIEL
TRÊS CORAÇÕES
2017
UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE
CURSO DE AGRONOMIA E ENGENHARIA AMBIENTAL
PROF.: AURIVAN SOARES DE FREITAS
DIVULGAÇÃO DA AGRICULTURA SINTRÓPICA PARA AGRICULTORES DO MUNICÍPIO DE CAMPANH-MG E REGIÃO
Projeto de Pesquisa apresentado à Universidade Vale do Rio Verde – UninCor como parte das exigências da disciplina Projeto Integrador II para obtenção de créditos na disciplina.
ANA CAROLINA XAVIER
DIANDRA MESSIAS
GABRIELLE BANDEIRA SILVA
JOYCE RAMOS KRAUSS
LÚCIO FLÁVIO CIACCI
RABILA ARANTES MACIEL
TRÊS CORAÇÕES/MG
2017
RESUMO
Atualmente há diversas discussões relacionadas as práticas agrícolas, onde a maioria dos produtores visam apenas o lucro sem se preocupar com a conservação do meio ambiente em geral. A agricultura sintrópica chegou para mostrar como é possível produzir em consonância com a natureza, aproveita suas lições para cultivos sadios e produtivos. Na produção convencional, os custos com insumos e serviços são elevados, já na agricultura sintrópica utiliza mais o trabalho braçal, aproveitando os próprios elementos naturais presentes no ambiente que favorecem o ciclo da água, ciclagem de nutrientes, regulação do micro-clima, aumento do teor de matéria orgânica e alta atividade microbiológica. A expressão do “simples ao complexo” nada mais é que os trabalhos benéficos realizados no sistema, ou seja, iniciando num local que se encontra em um estágio sucessional simples até chegar ao complexo, onde o ambiente se encontra totalmente favorável para sobrevivência de espécies de plantas, organismos e inimigos naturais, perfazendo um conjunto de relações que estão em equilíbrio. O objetivo do trabalho foi divulgar através de estudos aprofundados, informações para que profissionais da área e a população tenha conhecimento da importância desse tema, por isso foi feito um convite para produtores e agricultores conhecerem um pouco mais sobre a técnica da Agricultura Sintrópica, no Município de Campanha no Sitio Beija Flor, onde compareceram interessados e se teve uma manhã de campo, onde se chegou ao entendimento que não se trata só de preservar e sim gerar alimento usando o ecossistema e convivendo com quem vive nele também, para isso existem tais estudos agroflorestais e técnicas como a sintropia.
Palavras-chave: Sustentabilidade, Agroecologia, Agricultura Sintrópica.
INTRODUÇÃO
Em um planeta que o homem trabalha contra a natureza na maior parte do tempo que envolve suas atitudes, a realização de um profissional que se dedica na área ambiental para promover seus estudos a favor dela é de extrema importância. 
Dentre todas as maneiras para se conseguir realizar tais estudos e possibilitar a iniciação deste conhecimento está chamada Agricultura Sintrópica, que além de estar relacionada a algumas ciências como a Agroecologia, Permacultura, Agrofloresta e Agricultura Regenerativa por exemplo, traz uma bagagem de práticas bem-sucedidas diante das consequências ambientais que se enfrenta até hoje.
A Agricultura Sintrópica nada mais é que um conjunto teórico e prático de processos naturais transpassados para as práticas agrícolas tanto em sua forma, quanto em sua função e dinâmica. 
Projetos sobre Agricultura Sintrópica e estudos aprofundados podem expandir os centros educacionais de ensino a melhorar a agricultura atingindo todo público e mencionando a importância da preservação e o cuidado que se tem com o meio ambiente.
OBJETIVO
2.1 OBJETIVO GERAL
O trabalho teve como objetivo divulgar através de estudos aprofundados, informações para que profissionais da área e a população tenha conhecimento da importância da conservação e desenvolvimento da natureza.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Aprofundar estudos na Agricultura Sintrópica utilizando todo tipo de material e lugar necessário para pesquisas para reproduzir de forma correta. 
Materiais de pesquisa como revistas, internet e também um Sítio que adota a prática da Sintropia foi o principal método de pesquisa.
Divulgar a importância da Agricultura Sintrópica para os agricultores.
Explicar o conceito de agrofloresta e fazer entender a importância desse tipo de pesquisa para o indivíduo.
Através de um folheto esquematizar como é praticada a Agricultura Sintrópica para uma boa interpretação. 
JUSTIFICATIVA
A exploração de minerais e indústrias que destroem o meio ambiente é a maior preocupação que o mundo tem atualmente. O uso inadequado de produtos químicos dentro de áreas que existem espécies responsáveis pelo equilíbrio do meio ambiente acabam afetando o seu ecossistema. Com a Agricultura Sintrópica é possível conservar e recuperar seres que acabam sendo perdidos ou migrados por não se adaptarem ao ambiente que foram submetidos. O grande ápice desse tipo de evolução está relacionado a garantia de um futuro seguro para a humanidade, que torna esse assunto omitido e esquecem do quanto isso é precioso para o planeta. Para isso é necessário profissionais que estão dispostos a divulgar a importância de viver em um mundo sem a degradação para conquistar algo, mas conviver e respeitar aquilo que já estava ali muito antes dos seres humanos. Utilizar a razão da inteligência que foi concebida para aprender a relacionar-se com os seres distintos e viver em harmonia. Na Agricultura Sintrópica é possível propor isso, algo que se pode ir do complexo ao simples, um sistema que utiliza o solo, visando uma produção sustentável, ou seja, uma produção rentável que não agrida o meio ambiente. 
REVISÃO TEÓRICA
Devido a agricultura convencional, o planeta, teve as áreas cultivadas per capita uma diminuição 20% na última década (refere-se a década anterior ao ano de 2009). Neste mesmo período, mais de 100 milhões de hectares de terras agrícolas foram degradas e tiveram perdas pela erosão causada pelo vento e água (PIMENTEL, 2009).
A agricultura sintrópica absorve a fundamentação teórica dos modelos de autoorganização e da sintropia e as aplica em agroecossistemas, principal fonte de energia para sobrevivência e reprodução da vida humana. A noção da sintropia na agricultura se esclarece no sentido de que se entende o potencial do ser humano como agente sintrópico. Não mais distanciado à natureza, mas em comunhão com ela (MATSUMURA, 2016).
Um sistema agroflorestal é um sistema alternativo de produção agropecuária que reproduz um ambiente natural ao combinar espécies agrícolas com espécies florestais, simultânea ou em sequência temporal, havendo interações ecológicas e econômicas entre os componentes e minimizando assim o efeito da intervenção humana (NAIR, 1990).
A implantação de um sistema agroflorestal orientado pela sucessão natural exige uma concentrada mão de obra, especialmente no momento da implantação. As intervenções no manejo devem buscar ser precisas e delicadas, exigindo uma maior atenção do agricultor quanto mais sintropia se busca atingir. Contudo, as condições de trabalho em um sistema sintrópico são muito mais agradáveis se comparados aos serviços braçais demandados pela agricultura convencional e o manejo exigente pode ser considerado estimulante, porque resgatam o conhecimento tradicional, tornam o agricultor consciente do processo e protagonista deste e com o passar do tempo a auto-organização do sistema começa a necessitar de menos intervenções, tornando-se mais produtiva (PENEIREIRO, 1999).
É necessário criar intimidade com a área que se pretende cultivar, com as plantas que se pensa em plantar, e com as interações desses cultivos com as espécies locais (GOTSCH, 1996). Isto é, a técnica da Agricultura Sintrópica nãovem pronta, exige sensibilidade, amor e conhecimento.
Um dos maiores desafios para a Agricultura Sintrópica constitui na mudança pessoal, em que cada ser busque compreender de que maneira pode intervir em sistemas afim de gerar sintropia.
Na Agricultura Sintrópica também é envolvido o conceito de agrofloresta em que o manejo do solo e o modo como o ser humano lida com a floresta é caracterizado de maneira singular. A cooperação entre os seres nela existente é muito importante para o desenvolvimento de cada trabalho que será exercido sobre o ambiente. A transformação, a mudança e o entendimento são essenciais neste contexto. O manejo do solo, controle biológico são os principais motivos que leva a um agricultor duvidar deste tipo de experiência. 
Em curso realizado na Cooperafloresta no ano de 1996, Ernst Götsch contou sobre suas agroflorestas. Abriu nossos olhos para o fato da cooperação e da organicidade serem a lei maior da vida. Contou como observou que as formigas não cortavam suas lavouras ao acaso, sem critério algum. Ao contrário, ele percebeu que se ele podasse uma árvore que precisa de sol abaixo de uma que precisa de sombra, as formigas corrigiriam o seu trabalho, podando ainda mais baixo a árvore que precisa de sombra. Outros exemplos, de maior sutileza e complexidade, o levaram a reconhecer as formigas como grandes mestres para a prática agroflorestal. Destas e de outras maneiras, toda a natureza foi se tornando sua maior professora e fazendo que percebesse que todos os seres sempre trabalhavam organicamente, fazendo o que resultava no bem maior do organismo florestal. Ernst também nos ensinou que ao procurar participar e contribuir com o caminho que a natureza faz, acabava colhendo cada dia maior quantidade de alimentos, madeiras e outros benefícios (MESSERSCHMIDT, 2016).
É alcançado um equilíbrio biológico que promove o controle de pragas e doenças. Na mesma área, é possível estabelecer consórcios entre espécies de importância econômica, frutíferas e hortaliças. Podem ser introduzidas espécies de leguminosas para uso como adubo verde, as quais são roçadas, e espécies de leguminosas arbóreas, que, com a mesma finalidade, são podadas, visando à deposição de material orgânico sobre o solo. Além de contribuir para a conservação do meio ambiente, os benefícios dos sistemas agroflorestais despertam o interesse dos agricultores, pois, como estão aliados à produção de alimentos, permitem oferecer produtos agrícolas e florestais, incrementando a geração de renda das comunidades agrícolas (EMBRAPA AGROBIOLOGIA, 2004).
Em relação ao solo e como isso afeta o ambiente e a plantação na Agricultura Sintrópica é bem simples, mas ao mesmo tempo complexa pois o modo como é realizado o manejo do solo é em trabalhoso, porém obtém resultados excelentes para o ambiente afetando até o clima (MATSUMURA, 2016).
Os solos são formados pelo trabalho de toda a natureza, que através da vida acrescenta matéria orgânica e transforma as rochas de um determinado local. Deste trabalho incrivelmente perfeito, participam a chuva, o sol e um número incontável de seres como plantas, micróbios, minhocas, formigas, tatus e aves. A matéria orgânica é formada por restos de animais, plantas e fezes, por isto ela é geralmente escura. Porém, as fezes de uns, serão o alimento para outros. Portanto, a matéria orgânica é sempre o alimento, a fonte de energia que viabiliza o trabalho de uma infinidade de seres, que juntos deixam todo o ambiente fértil e adequado à vida. Nas condições naturalmente perfeitas, o solo está úmido, capaz de armazenar e permitir a circulação do ar e da água, macio e com espaços que facilitam a penetração das raízes, rico em matéria orgânica e em nutrientes diversos e com grande quantidade e diversidade de seres vivos. Uma pequena parte da matéria orgânica é composta por diversos alimentos indispensáveis para a perfeita saúde de toda a vegetação. Esta grande diversidade de alimentos vai sendo liberada em doses corretas e só pode ser produzida pela vida muito diversificada do solo, que só existe em capoeiras e florestas em degraus avançados da escalada da vida. Outra condição perfeita é o clima gerado pela vizinhança das matas e capoeiras, com temperaturas que nem sobem nem descem demais e sem o excesso de ventos que ressecam as plantas. É esta situação que devemos buscar em nossas agroflorestas (MESSERSCHMIDT, 2016).
Essas matérias podem ser tanto animais, quanto vegetais ou minerais. O que quer dizer que podem ser incorporados ao solo diferentes elementos como pedras, galhos, folhas secas, esterco de bovinos e equinos, areia do fundo do rio, cascas, vegetais e tudo que puder trazer a ele diferentes tipos de nutrientes (MATSUMURA, 2016). 
A compostagem é um biofertilizante caseiro que pode ser produzido sem muitos custos. Ele serve para transformar matéria orgânica morta em nutrientes para terra (GÁIA SUSTENTÁVEL, 2015).
Em resultado essas técnicas oferecem grande capacidade de produção para qualquer tipo de cultura se controlada de maneira correta, de acordo é claro com os sistemas sintrópicos e agroflorestais. O solo principal fator do trabalho exige grande experiência e conhecimento, por isso tem-se grande demanda de informações, que oferece a liberação de nutrientes e energia para o renascimento da vida. 
Uma parcela importante da matéria orgânica passará a fazer parte da matéria orgânica dos solos, tornando-os mais macios e porosos e servindo como uma reserva de energia e nutrientes, que serão lentamente disponibilizados pelos seres vivos, para que todos possam executar suas funções e fornecerem nutrientes para a vegetação. No manejo agroflorestal, logo depois de uma poda de renovação, a matéria orgânica é consumida e transformada rapidamente. Para que o caminho da natureza continue avançando, é necessário que as excelentes condições geradas sejam aproveitadas, desde o início, pelo forte crescimento de uma nova vegetação. Esta vegetação deve ser diversificada e desde o início formar vários andares, resultando em uma produção de folhas, raízes, galhos e madeira, crescente e maior que a anterior à poda. Porém, se por qualquer motivo a sucessão for impedida de seguir adiante, o organismo florestal se mantém digerindo e respirando mais que fazendo fotossíntese. Desta maneira vai havendo uma crescente perda de minerais e da matéria orgânica que estruturava os solos. Por isto, diante do aborto da escalada da sucessão, os organismos florestais guardam recursos para a possibilidade de poderem renascer no futuro. Para isto, vão tornando os solos ácidos. A acidez gruda tão intensamente os minerais na argila dos solos, que eles se tornam não solúveis na água. Por isto, não podem ser carregados, pela água, para as nascentes e rios, porém ficam indisponíveis para a maior parte da vegetação e dos seres que vivem e exercem suas funções nos solos (MESSERSCHMIDT, 2016).
A busca por produtos orgânicos se tornou algo essencial para grandes empresas que impõem aos seus fornecedores a implantação de fatores que limitam a degradação da natureza, e a sintropia é um grande passo para as grandes lavouras adotarem esse processo que só ajuda o nosso planeta terra. 
Quando se consegue todo esse processo de manejo e controle do solo e de todos indivíduos constituídos na terra o ambiente perfeito para lavoura é criado. Não é um ambiente comum como a maioria dos agricultores estão acostumados a presenciar, isto é lavouras com “espaçamentos perfeitos” e alinhadas sem nenhum tipo de planta de cobertura, suas ruas com um só tipo de cultura. 
Nestes degraus da sucessão natural, as ervas e as árvores têm as folhas muito úmidas e macias, produzindo grande quantidade e variedade de frutos, maiores, mais cheirosos e mais saborosos. Criam e atraem uma grande quantidade e diversidade de animais que plantam as sementes dos frutos com que se alimentam nos lugares exatos onde se desenvolverão melhor e contribuirão mais decisivamente com a escalada da vida. A vida dentro e acima do solo atingiu alto grau de quantidade e diversidade.É nas clareiras destas etapas mais avançadas da sucessão natural que se encontram as condições naturalmente perfeitas para o desenvolvimento da grande maioria de nossas lavouras. Elas são os lugares naturais onde encontramos a vegetação que mais se parece com nossas lavouras. Assim, buscar aproximar as condições das lavouras à condição da melhor clareira possível é a base para o preparo do solo e do ambiente dos SAFs Agroecológicos (MESSERSCHMIDT, 2016)
Um exemplo muito importante para esse tipo de trabalho em lavouras é de um produtor do cinturão verde de São Paulo, Grupo HASEGAWA. Maior produtor de hortaliças do país, com mais de 50 variedades de verduras em quatro fazendas, com produção em torno de 1500 hectares por ano, e as entrega a um mercado cada vez mais exigente, com clientes de peso como a rede de supermercados Carrefour. Essa evolução resulta na certificação inédita; o GlobalG.A.P. é o ISO da agricultura, para obte-lo, todos os processos, que já eram rigorosos nas fazendas, tiveram de ser aprimorados. Com as mudanças o Grupo Hasegawa reduziu em cerca de 30% a aplicação de defensivos. Marcio explica que o número foi possível graças a um conjunto de fatores que envolvem cuidados com o solo, a genética e a nutrição das plantas. Esse trabalho fez com que reduzisse os custos e aumentou o lucro do produtor, que se via livre de inseticidas maléficos para a lavoura e o meio ambiente (GALERA, 2017).
O famoso chocolate de luxo se fez pela Agricultura Sintrópica. Para produzir o cacau, o custo é zero. Sim, Götsch produz o cacau que faz o melhor chocolate do mundo sem custo. Na lavoura, não entram insumos. O equilíbrio ecológico, o manejo integrado de pragas e a diversidade de variedades do fruto são o controle fitossanitário. Ao todo, são 67 variedades. Andando para lá e para cá na roça, ele usa tesoura, motosserra e facão. “Manejo a floresta, podo a copa das árvores esporadicamente para ela rebrotar. Assim, consigo dar vida às plantas que estão embaixo e controlar espécies que poderiam ser maléficas”, diz. “Não existe praga, existem espécies com funções distintas.” A vassoura-de-bruxa, praga que devastou as lavouras de cacau nos anos 1990, convive em harmonia com a plantação. “Ela só faz mal para o cacaueiro quando não tem outra espécie para atacar e aqui tem um monte.” Lagartas e percevejos também aparecem. “E me mostram que tem algo errado, que preciso podar árvores naquela área. Pronto, elas vão embora e não atacam a planta que produz alimento” (TAGUCHI, 2016).
Em Sertãozinho (SP), Leontino Balbo Junior, da Usina São Francisco, desde os anos 1990 adotou um sistema diferente para produzir cana: ouvindo a natureza. Ele conta que chegou à empresa da família assustado com os meios convencionais. “Estava preocupado com esse ecossistema”, diz.  Criou máquinas para colher cana crua, revolucionou o negócio. “Precisei me desprender de tudo o que eu aprendi para escutar a natureza”, conta. Balbo não é agrofloresteiro, mas também pensa na sintropia como forma de produzir mais e melhor. “As pessoas olham a fazenda, mas não veem o ecossistema”, diz. “No meu mundo, tem de estar tudo integrado.” Assim, ele criou um novo modo de produzir cana e a Native, empresa que exporta açúcar para 60 países. “É a agricultura revitalizadora de ecossistemas. Nos últimos 15 anos, produzimos aqui 23% mais do que a média de produtividade da região.” Na lavoura, ele usa a mesma lógica de Göstch: o que nutre a lavoura é o trabalho em harmonia com o funcionamento da natureza. “Fungos, bactérias e insetos são um exército do bem para a lavoura,” diz (TAGUCHI, 2016).
METODOLOGIA
De acordo com os princípios apresentados no trabalho foi feito um convite (Figura 01) para os produtores e agricultores conhecerem um pouco mais sobre a técnica da Agricultura Sintrópica.
Figura 01 – Demonstração do convite
A apresentação foi no dia 19 de Novembro de 2017. O local que realiza tal técnica é localizado no Município de Campanha no Sitio Beija Flor. Encontrou-se em média 10 participantes, dentre eles cafeicultores, fruticultores e profissionais de outras áreas. A demonstração começou às 9 horas da manhã, começando pela Plantação de Café com idade de três anos (Figura 02). 
Figura 02 – Demonstração do café
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi discutida a importância no sombreamento do café que a fazenda utilizava através dos Eucaliptos, as folhas e galhos que contribuem para enriquecer o solo, aumentando o teor de matéria orgânica, a utilização de leguminosas em relação a biodiversidade associada em que há Crotálaria utilizada na atração de formigas e a flor Cosmos que atraia agentes polinizadores (Figura 03).
Figura 03 – Abelhas fazendo polinização na flor cosmos.
Em seguida foram dirigidos ao café com a mesma idade que ainda não foi aplicada a técnica de Agricultura Sintrópica por inteiro (Figura 04). Nele notou-se uma grande diferença de desenvolvimento o que foi uma ótima comparação para mostrar que os resultados são eficazes.
 Figura 04 – Café sem uso das técnicas de sintropia.
Os visitantes foram encaminhados para a fonte de renda do sítio que é a produção de pitaia, produzindo em média 500 kg por ano que foram vendidos para grandes supermercados como a Rede GF, a empresa de fruticultura DeMarchi e vendas diretas para consumidores da região (Figura 05 e 06).
Figura 05 e 06 respectivamente – Época de Florada e produção.
 Foram demonstradas todas as técnicas utilizadas no plantio da pitaia, como o uso da batata doce em consórcio, entre outras feitas na Agricultura Sintrópica (Figura 7).
Figura 07 – Pitaia na Agricultura Sintrópica
No final da visita foi oferecido um café da manhã (Figura 08). 
 Figura 08 – Café oferecido aos produtores.
Após muita conversa, a conclusão para essa reunião, é que o ser humano precisa repensar no modo como vive em relação ao meio ambiente. Os seres humanos deixam de lado coisas importantes, onde a preservação é essencial (Figura 09).
Figura 09 – Finalização da visita.
Os produtores convidados ficaram maravilhados com tanta informação, as técnicas de manejo e os estudos agroflorestais foram os assuntos discutidos. A maioria dos agricultores são leigos no assunto, o que ocasionou muita curiosidade e perguntas, e o entendimento que não seja a pratica acaba se tornando algo desafiador. Com estudos adquiridos a partir de artigos e trabalhos foi possível sanar algumas dúvidas, e provocar um questionamento se o modo convencional como produzimos nos traz somente benefícios ou também pode acarretar algum problema por não haver preocupação e zelo pelo solo. A Agricultura Sintrópica nos mostra um jeito diferente de produzir, alcançar uma boa produção, além de trazer alimentos de boa qualidade e uma renda contínua ao ano pelas variedades plantadas em consórcio, foi uma observação importante passada para os agricultores durante a visita. 
CONCLUSÃO
Com o presente trabalho podemos observar que a Agricultura Sintropica beneficia não somente os produtores, mas também o meio ambiente, o solo, a ciclagem de nutrientes, promove melhor o ciclo da água, sendo assim se produz mais matéria orgânica, alta atividade microbiana no solo, tornando um “veículo” rico onde a planta irá se desenvolver. 
O produtor que utiliza da agroflorestal ou Agricultura Sintropica, além de ter um produto orgânico e de alta qualidade, é valorizado por respeitar a natureza, e hoje em dia o mercado prioriza agricultores que tem essa preocupação. Trabalhar com meio ambiente através de técnicas como estas nos ensinam a importância de conhecer nosso ecossistema, dando início a um novo jeito de produzir alimento.
Em nosso convívio pessoal tem-se que saber equilibrar nossos desejos para que ninguém se prejudique do mesmo jeito e na natureza. O estudo para organizar e cuidar melhor de nossas plantações é a melhor maneira de que tenhamos um futuro garantido para futuras gerações. 
Não se trata só de preservar e sim gerar alimentousando o ecossistema e convivendo com quem vive nele também, para isso existem tais estudos agroflorestais e técnicas como a sintropia. Garantir um mundo melhor é o que se anseia e pensar naqueles seres que fazem do planeta um bom lugar para os seres humanos sobreviverem.
REFERÊNCIAS
EMBRAPA AGROBIOLOGIA. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-produtos-processos-e-servicos/-/produto-servico/112/sistemas-agroflorestais-safs. Acesso em: 19 de nov. de 2017.
GAIA SUSTENTAVEL, Disponível em: https://gaiasustentavel.net/2015/04/09/comecando-um-sistema-agroflorestal/. Acesso em: 28 de Setembro de 2017 
GALERA, V. et al. Revista Globo Rural – Salada mais saudável. n. 382, p. 30-36, 2017. 
GOTSCH, E. O Renascer da Agricultura, 1996.
MATSUMURA, E. S. A agricultura convencional e a agricultura sintrópica: uma discussão inicial. Rio Claro-SP,2016.
MESSERSCHMIDT, N. M et al. Agroflorestando o mundo de facão a trator: Gerando práxis agroflorestal em rede (que já uni mais de mil famílias campesinas e assentadas). p. 22-81. 2016.
NAIR, P. K. R. The prospects for agroforestry in the tropics. World Bank Technical Paper Number. P.131. 1990.
PENEIREIRO, F. M. Sistemas Agroflorestais Dirigidos Pela Sucessão Natural:  Um Estudo De Caso. p. 138, 1999.
PIMENTEL, D. Energy Inputs in Food Crop Production in Developing and Developed Nations. Energies, v. 2, n. 1, p. 1–24, 2009.
TAGUCHI, V. Revista Globo Rural – Agricultura Sintrópica. n. 370, p. 33-39, 2016.

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