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APOSTILA DE MEDICINA LEGAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS 
 FACULDADE DE MEDICINA – FM 
 DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA E MEDICINA LEGAL 
 MEDICINA LEGAL E DEONTOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 APOSTILA DE MEDICINA LEGAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANAUS - 2010 
Universidade Federal do Amazonas 
Departamento de Patologia e Medicina Legal 
Apostila de Medicina Legal 
Programa de Monitoria 
2010/1 
 
Criado e Desenvolvido – monitora Márcia Karam 
Revisado e Atualizado¹ – monitor David Lunière Gonçalves 
Revisado e Aualizado² - monitores Rebecca Stabenow e Rodrigo Botelho Caldeira 
 
Orientados e Supervisionados pelo professor: 
Helder Freitas Alagia 
 
Material Didático que esta apostila contém: 
 Introdução à Medicina Legal 
 Documentos Médico-Legais 
 Perícia e Peritos 
 Dactiloscopia 
 Tanatologia 
 Exame de Corpo de Delito (Quesitos Oficiais) 
 Traumatologia 
 Asfixiologia 
 Sexologia Forense 
 Obstetrícia Forense (Gravidez, parto) 
 Aborto 
 Infanticídio 
 Sexologia Criminal 
 Transtornos de Sexualidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL 
 
 
Conceito: 
 
É a medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais. É a aplicação dos 
conhecimentos médicos cirúrgicos a legislação. Trata de assuntos médicos que haja 
interesse policial ou judiciário constituindo-se como arte (técnica própria) e ciência 
(preceitos próprios) e está ligada tanto ao direito constituído (legislação em vigor) 
quando ao direito constituendo (legislação que vai ser elaborada). 
 
Definição: 
 
As inúmeras relações com outras ciências, bem como o seu extenso raio de 
atividade tornam a Medicina Legal difícil de ser definida com precisão. Em geral, cada 
definidor, conceitua esta ciência, levando em consideração sua forma de atuação, como 
entende sua prática, sua contribuição e sua importância diante dos justos e elevados 
reclamos da sociedade. Assim os autores têm, ao longo dos anos, intentado inúmeras 
definições dentre as quais se destacam: 
 
"É a arte de fazer relatórios em juízo". (Ambrósio Paré) 
"É a aplicação de conhecimentos médicos aos problemas judiciais". (Nério Rojas) 
"É a ciência do médico aplicada aos fins da ciência do Direito". (Buchner) 
"É a arte de pôr os conceitos médicos ao serviço da administração da justiça". 
(Lacassagne) 
"É a medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais". (Genival V. de França) 
 
 
Sinonímia: medicina forense, medicina judiciária, antropologia forense, medicina 
criminal 
 
 
Classificação: 
 
Levando-se em consideração o enfoque ou destinação, a Medicina Legal pode 
ser classificada em histórica, profissional, doutrinária ou didática. Esta divisão é feita 
para facilitar o estudo dos diversos ramos desta complexa atividade. 
- Medicina Legal Histórica: dividida em Pericial, Legislativa, Doutrinária e Filosófica 
- Medicina Legal Profissional: Pericial, Criminalísticas e Antropologia Médico-Legal 
- Medicina Legal Didática: Geral e Especial 
A Medicina Legal Especial é a que apresenta uma subdivisão maior, a saber: 
- Antropologia médico-legal: estuda a identidade e a identificação médico-legal e 
judiciária 
-Traumatologia médico-legal: trata das lesões corporais sob o ponto de vista jurídico 
-Tanatologia médico-legal: estudo da morte, seus fenômenos e sua legislação 
-Sexologia médico-legal: vê a sexualidade do ponto de vista normal, anormal e 
criminoso 
-Genética médico-legal: especifica questões voltadas ao vínculo genético 
-Criminalísticas: investiga tecnicamente os indícios materiais do crime 
-Criminologia: preocupa-se com aspectos da criminogênese, do criminoso da vitima e 
do ambiente 
-Infortunística: estuda os acidentes e doenças de trabalho 
-Psicologia Judiciária: analisa o psiquismo normal e as causas que podem deformar a 
capacidade de entendimento da testemunha, da confissão, do delinqüente e da vítima 
-Psiquiatria médico-legal: estuda transtornos mentais e problemas da capacidade civil, 
do ponto de vista médico-forense . 
-Toxicologia médico-legal: estuda os cáusticos e venenos e os procedimentos periciais 
nos casos de envenenamento 
-Vitiologia: trata da vítima como elemento inseparável na justificativa dos delitos. 
 
Obs.: 
Diceologia: Estuda as obrigações, direitos e deveres do médico. 
Deontologia: Estuda o exercício legal, ilegal da medicina, ética médica, 
responsabilidade e honorários médicos. 
 
 
 
DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS 
 
 
"Documento: Qualquer base do conhecimento fixada materialmente e disposta de 
maneira que se possa utilizar para consulta, de estudo, prova etc.". (A. B. de Holanda) 
 
"Título ou diploma ou declaração escrita que serve de prova".(da Cunha) 
 
"Documentos médico-judiciários: São instrumentos escritos, ou simples exposições 
verbais mediante os quais o médico fornece esclarecimentos a justiça" 
 
 
Conceito: 
É toda informação escrita, por um médico, por qualquer razão, em que matéria 
médica de interesse jurídico é relatada. É evidente que se trata de profissional 
habilitado, na forma da legislação vigente, e que tenha praticado ato médico 
específico. 
 
Espécies: 
 
1. Notificações: “São comunicações compulsórias feitas pelos médicos às 
autoridades competentes de um fato profissional, por necessidade social ou 
sanitária, como acidente do trabalho, doenças infecto-contagiosas, uso habitual 
de substâncias entorpecentes ou crime de ação pública que tiverem 
conhecimento e não exponham o cliente a procedimento criminal”. (G.V.França) 
2. Atestados: apresentam particularidades conforme o caso a que se destinam. 
Consiste em uma afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas 
conseqüências. 
3. Relatório: É a descrição minuciosa de um fato médico e de suas conseqüências, 
requisitadas por autoridade competente. O relatório recebe o nome de AUTO 
quando é ditado pelo perito ao escrivão, durante ou logo após, e denominado de 
LAUDO quando é redigido pelo(s) próprio(s) perito(s), posteriormente ao 
exame. 
 
Obs: Conceitualmente há diferenças entre auto e laudo, na prática, porém, estas 
diferenças tendem a desaparecer. Exemplo típico de auto é o chamado “auto de 
corpo de delito”. A vítima dirige-se ao plantão do Pronto Socorro Oficial e, ao 
ser atendida, já se abre o inquérito. Além do médico clínico, ali se encontra o 
legista, que dita ao escrivão suas observações médico-legais. Faz-se, assim, 
simples relatório imediato, ditado e sem responder a quesitos. Entretanto, os 
“autos de exame necroscópico” do Instituto Médico Legal são fornecidos a 
posteriori, por escrito e respondendo a quesitos, o que seria próprio de laudo. 
Verifica-se que as diferenças estão desaparecendo e os dois termos chegam a se 
confundir no uso diário. 
 
4. Pareceres: É a resposta escrita de autoridade médica, de comissão de 
profissionais ou de sociedade científica, a consulta formulada com o intuito de 
esclarecer questões de interesse jurídico 
 
 
 
PERÍCIA E PERITOS 
 
 
Provas: É a soma dos fatos produtores da convicção dentro do processo. 
 
Importância: "O poder judiciário não pode apreciar todos os fatos ou negócios jurídicos 
sem a colaboração de técnicos ou de pessoas doutoras em determinados assuntos, razão 
pela qual se torna necessária a perícia". 
 
Objeto da Perícia Médico-Legal: 
A) Sobre pessoas vivas (idade, diagnóstico, verificação) 
B) Sobre pessoas mortas (cadáveres, esqueletos) 
C) Sobre semoventes (domésticos, pegadas, unhadas) 
D) Sobre objetos ou instrumentos (balística, dactiloscópico,manchas) 
 
Peritos: 
Todo técnico que designado pela justiça, recebe o encargo de mediante exames 
específicos, prestar esclarecimentos necessários e indispensáveis a solução de uma 
demanda processual. 
 
Modalidades: 
 
A) OFICIAIS: (médico-legistas e peritos criminais) 
a) Formação Universitária 
b) Dentro das Normas do Concurso 
c) Conhecimento Especializado 
 
B) LOUVADOS, NOMEADOS, DESIGNADOS, NÃO OFICIAIS, "AD HO”: 
 a) Formação Universitária 
 b) Inscrição no Órgão de Classe 
 c) Comprovação da Especialidade 
 d) Indicação por Livre Escolha do Juiz 
 
C) ASSISTENTES TÉCNICOS: 
Peritos indicados pelas partes nos juízos civil e trabalhista. Não participam no foro 
criminal. 
 
Corpo de Delito: 
O exame de corpo de delito direto é aquele realizado por perito para provar a 
materialidade do crime. As infrações penais podem deixar vestígios (delicta facti 
permanentis), como o homicídio, a lesão corporal, e não deixar vestígios (delicta facti 
transeuntis), como as injúrias verbais, o desacato. O corpo de delito vem a ser o 
conjunto de vestígios deixados pelo fato criminoso. Verifica-se que os exames de corpo 
de delito e as outras perícias são, em regra, feitos por peritos oficiais, e na sua ausência 
o exame poderá ser feito por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso 
superior, escolhidas de preferência as que tiverem habilitação técnica, relacionada à 
natureza do exame. 
Necropsia: 
A necropsia é um exame interno feito no cadáver a fim de constatar a causa 
mortis feita, pelo menos, seis horas após o óbito, exceto nos casos de morte violenta, 
quando será suficiente um simples exame externo do cadáver, não havendo infração 
penal a ser apurada, ou mesmo havendo infração penal a ser apurada, se as lesões 
externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame 
interno para verificação de alguma circunstância relevante (art. 162 CPP). 
Exumação: 
A exumação é o procedimento de desenterramento do cadáver para exame 
cadavérico interno e externo para constatação da causa mortis. Para tanto, deverá a 
autoridade tomar as providências afim de que, em dia e hora prefixados, se realiza a 
diligência, lavrando-se, a respeito, o auto consubstanciado (arts. 163/165 CPP). O 
administrador do cemitério deverá indicar a sepultura, sob pena de incorrer em crime de 
desobediência (art. 330 CP). 
Serviço de Verificação de Óbito: 
 Serviço criado pela legislação, de diversos estados, com a finalidade precípua de 
se verificar ou esclarecer, mediante exame necroscópico, a causa real da morte, nos 
casos em que esta tenha ocorrido de forma não violenta sem assistência médica, ou com 
assistência médica quando houver necessidade e apurar a exatidão do diagnóstico. 
 
 
 
DACTILOSCOPIA 
 
 
Conceito: 
 
É o processo de identificação humana, baseado no estudo das cristas papilares 
dos dedos, impressos num suporte qualquer. 
 
Fundamentos: 
Biológicos: Perenidade Imutabilidade Unicidade. 
Técnicos: Praticabilidade e Classificabilidade 
 
Desenhos: 
IMPRESSÃO DIGITAL: Ajuntamento de linhas (pretas e brancas) sobre determinada 
superfície. 
LINHAS PRETAS: Impressões das cristas papilares. 
LINHAS BRANCAS: Paralelas as anteriores (sulcos) 
PONTOS BRANCOS: Sobre as linhas pretas. Correspondem as aberturas dos ductos 
excretores das glândulas sudoríparas. 
 
Disposição das Linhas: 
SISTEMA BASAL- Conjunto de linhas paralelas ao sulco que separa a segunda da 
terceira falange. 
SISTEMA MARGINAL - Conjunto de linhas das bordas e extremidades da terceira 
falange. Ao redor do núcleo. 
SISTEMA NUCLEAR - Entre os sistemas anteriores. 
DELTA: Ponto de encontro dos três sistemas. 
 
 
 
Tipos Fundamentais: 
 
Comparação: 
V – verticilo .......... – 4 – dois deltas 
E – presilha externa – 3 – um delta à esquerda 
I – presilha interna . – 2 – um delta à direita 
A – arco .................. – 1 – ausência de delta 
Fórmula Dactiloscópica: 
 
 
MÃO DIREITA 
------------------- 
MÃO ESQUERDA 
1º DEDO (polegar) – sempre será letra 
DEMAIS DEDOS – números 
 
E – 1122 
_______ 
I – 4421 
 
 
TANATOLOGIA 
 
 
Do Grego: TANATOS = MORTE - LOGOS = ESTUDO 
Definição: É a parte da Medicina Legal que estuda a morte, seus fenômenos e sua 
legislação. 
MORTE: Extinção da vida. Consiste na cessação definitiva de todas as funções de um 
organismo vivo, seus fenômenos vitais, bem como funções cerebrais, circulatórias e 
respiratórias. Porém, essas funções não cessam todas no mesmo instante, resultando em 
certa dificuldade para se determinar o exato momento da morte. No âmbito da Medicina 
Legal, define Nerio Rojas: “O término legal da existência civil da pessoa.” 
 
Conceitos: 
Tanatolegislação: Conjunto de dispositivos legais concernentes a morte e ao destino dos 
cadáveres. 
Tanatognose = Tanatodiagnóstico: Diagnóstico de morte real e o conjunto de sinais 
biológicos e propedêuticos que a caracterizam. 
Tanatografia: Descrição dos sinais que caracterizam os períodos pré agônico e agônico. 
Tanatosemiologia: Parte da tanatologia que estuda os fenômenos cadavéricos. 
Cronotanatognose: Parte da tanatologia que estuda os meios de determinação do tempo 
decorrido entre a morte e o exame cadavérico. 
 
Tipos de Morte: 
Morte Real: Quando apresenta sinais conclusivos de morte que são os resultantes da 
transformação cadavérica. 
Morte Aparente: Estado passageiro do organismo em que parecem abolidas suas 
funções vitais (= morte clínica). Ex.: narcolepsia 
Morte Súbita: Imprevista, atingindo pessoas em aparente estado de saúde ou enfermas e 
que não era prevista. 
Morte Agônica: Extinção lenta e progressiva das funções vitais. 
Morte Violenta: Desencadeada por ação abrupta e intensa ou continuada e persistente de 
um agente mecânico, físico ou químico sobre o organismo. 
Morte Suspeita: Etiologia não esclarecida ou possibilidade de crime. 
Morte Natural: Resulta de alterações orgânicas ou perturbações funcionais, provocada 
por agentes naturais, inclusive os patogênicos sem interferência de fatores mecânicos na 
sua produção. 
Morte Encefálica: Abolição total e definitiva das funções vitais relacionadas a um dano 
encefálico irreversível, conservando-se por meios artificiais as funções de vida 
vegetativa. 
Morte por Inibição: Desproporção entre a escassa intensidade da ação traumática ou 
irritativa em áreas sensíveis ou todo o corpo, e sua conseqüência. 
Morte Materna: Segundo OMS: “Morte havida por qualquer causa em mulher grávida, 
ou dentro dos quarenta e dois dias do puerpério, independentemente da duração da 
prenhez e do local de implantação do ovo.” 
Morte Neonatal: É a morte, por qualquer causa, de um bebê durante o trabalho de parto 
ou após o seu nascimento por um período de 28 dias. 
Morte Piedosa = Eutanásia: É quando uma pessoa, com uma doença em estágio 
terminal, pede para morrer de uma forma rápida e suave, dando fim ao sofrimento de 
uma doença incurável 
 
Cadáver: Corpo sem vida de homem ou animal. 
Após a morte o organismo sofre alterações causadas por agentes físicos, químicos e 
biológicos. 
Decomposição cadavérica: Alterações de partes moles até a esqueletização. 
 
Fenômenos Cadavéricos 
Variam quanto à natureza, aspecto e duração, pois sofrem influências de 
variáveis como: estado de nutrição, circunstâncias da morte, condições climáticas do 
local e meteorológicas, forma de inumação e local. 
Para se verificar a certeza da morte é necessária a observação cuidadosa dos 
fenômenos cadavéricos. Estes podem ser divididos em dois: Fenômenos Abióticos 
avitais ou vitais negativos e Fenômenos Transformativos. 
Não existe um sinal patognomônico de morte até surgirem os fenômenos 
transformativos do cadáver porque, na realidade, amorte não é um momento, mas um 
processo gradativo. Quanto mais distante o momento da morte, mais complicado o seu 
diagnóstico. 
1) Fenômenos Abióticos Avitais ou Vitais Negativos: Evidenciam a extinção da 
vida e se dividem em Imediatos e Tardios ou Consecutivos. 
a) Imediatos 
- Insensibilidade 
- Imobilidade 
- Amolecimento 
- Face Hipocrática (Imóvel, relaxada, sem expressão) 
- Relaxamento de esfíncteres 
- Inexcitabilidade elétrica 
- Cessação da respiração 
- Cessação da circulação 
 
b) Tardios ou Consecutivos 
- Desidratação 
- Resfriamento do Corpo 
- Hipostases Cadavéricas 
- Rigidez Cadavérica 
 
 
- Desidratação: Decréscimo do peso, apergaminhamento da pele, dessecamento das 
mucosas dos lábios, modificação dos globos oculares. 
 
- Resfriamento do Corpo: Com a morte cessam os processos aeróbios, o corpo tende a 
igualar sua temperatura com o meio; e, a velocidade com que este resfria vai depender 
de fatores intrínsecos e fatores extrínsecos. 
 
• Intrínsecos: 
Idade (crianças e idosos resfriam mais rápido) 
Constituição corporal (magros e caquéticos mais que obesos) 
Doenças termogênicas (pode aumentar a temperatura) 
 
• Extrínsecos: 
Vestes 
Umidade 
Arejamento 
Proteção 
 
Na prática, aproximadamente... 
 Crianças 20h 
 Adultos 24 a 26h 
 
Para: Flamineo Favero: 1.5 graus centigrados por hora. 
 
 Lombroso dissociação axilo/retal de 5 graus e indicio de morte 
 Keith-Simps: primeiras 12h = 1 grau por hora 
 após 12h = 0.5 grau por hora 
 
Regra de Bouchut: Relação aproximada da temperatura do cadáver e o tempo de óbito. 
(em temperatura ambiente entre 5 a 15 graus) 
 Nas primeiras 12h = 0.8 a 1 grau por hora 
 Nas 12h seguintes = 0.3 a 0.5 grau por hora 
 
 
 
 
Fórmula de Glaister: Avaliação do tempo decorrido de morte 
 
 N - C 
 H = --------- 
 1.50 
 
Onde: 
 H = horas de óbito 
 C = temperatura retal do cadáver 
 N = temperatura retal normal 
 
 
- Hipóstases Cadavéricas ou Livores: Manchas hipostáticas que se formam nas partes 
declives dos cadáveres, em conseqüência do acúmulo de sangue nestas regiões, sob ação 
da gravidade. Iniciam o aparecimento em geral entre 2 a 3h após a morte, fixando-se 
definitivamente em 8 a 12h. Possuem coloração violácea e começam em forma de 
estrias ou manchas arredondadas que se reúnem em placas, até alcançar grandes 
superfícies do corpo. São úteis para verificar a movimentação do cadáver. 
 
- Rigidez Cadavérica: Ocorre devido à desidratação e acidificação dos tecidos (devido a 
glicose anaeróbia decorrente da supressão de O2 celular). Iniciam-se logo após a morte, 
na mandíbula depois da 2ª hora; em seguida nuca (2-4h), tórax, membros superiores, 
abdômen e membros inferiores. Toma todo o corpo dentro de 3 a 6h. Se caso ocorrer 
manipulação do cadáver com rigidez cadavérica, este não voltará a ficar rígido 
novamente. 
 
Lei de Nysten – Somer e Larcher: sequência do aparecimento e desaparecimento da 
rigidez cadavérica = crânio-podálico 
 
Instalação: 
 Mandíbula 
 Nuca 
 Tórax 
 Membros superiores 
 Abdômen 
 Membros inferiores 
 
Desaparecimento: Na mesma sequência em 2 a 3 dias 
 
Regra de Niderkorn (quanto à instalação da rigidez cadavérica): 
 
 Precoce: antes de 3h 
 Normal: entre 3 – 6h 
 Tardia: entre 6 – 9h 
 Muito Tardia: após 9h 
 
Espasmo cadavérico: Tipo de rigidez cadavérica que se fixa instantaneamente a atitude 
que o individuo apresentava no último momento de vida. 
 
 
2) Fenômenos Transformativos: dividem-se em Destrutivos e Conservadores. 
 
a) Destrutivos: 
- Autólise: Fenômenos anaeróbicos que ocorrem na célula. Devido a falta de 
circulação, as trocas nutritivas celulares são prejudicadas e as células sofrem 
ação de acidificação pelos fermentos. 
 
- Maceração: Processo especial de transformação que sofre o cadáver do feto no 
útero materno, do 6° a 9º mês de gravidez. A epiderme se destaca facilmente. 
Pode ser séptica ou asséptica. 
 
- Putrefação: Decomposição fermentativa da matéria orgânica por ação de 
diversos germes e fenômenos daí decorrentes.( = fermentação pútrida). 
 
 
 Proteínas Albumoses 
 Peptonas 
 Aminoácidos Ptomaínas 
 Cetoácidos 
 Corpos fenólicos 
 Mercaptanos 
 
 Desdobram-se até: 
 Amoníaco 
 Uréia 
 Ácidos graxos voláteis 
 Gás sulfídrico 
 Indol 
 Escatol 
Ptomaína: acalóide animal ---- substância básica aminada proveniente do 
 desdobramento de aminoácidos 
 Neuridina 
 Neurina (carne de pescados) 
 Tiroxina (leite e queijos) 
 Putrescina (sólidos, cristalizado, solúvel em água, fétido). 
 Cadaverina 
 
É necessária a participação ativa de agentes microbianos 
 
Ex.: Germes aeróbios Proteus vulgaris 
 Escherichia coli 
 Estafilococcus albus 
 
 Germes anaeróbios Clostridium (perfringens, sporogenes, septicus) 
 
Fermentação de glicídios e lipídios 
 Fungos ( = levedos) 
 Lactobacilos 
 
 
A putrefação divide-se em 4 fases ou períodos: 
 
1. Período de Coloração ou Cromático: Inicia-se entre 18 a 24h com o aparecimento da 
mancha verde abdominal, localizada inicialmente na fossa ilíaca direita (Ceco) e 
posteriormente generaliza-se. É decorrente da ação bacteriana que produz gás sulfídrico 
que se une a hemoglobina resultando em sulfahemoglobina. Dura aproximadamente 
entre 7 a 12 dias. 
 
2. Período Enfisematoso, Gasoso ou Deformativo: Inicia-se no fim da primeira semana 
estendendo-se por um período de 30 dias. Observa-se: 
Gases putrefativos no TCS 
Flictenas pútridas 
Descolamento da epiderme 
Edema generalizado 
Protrusão de olhos e língua 
Pele enegrecida (“cabeça de negro”) 
Líquidos espumosos em órgãos parenquimatosos 
Distensão abdominal 
Compressão de grandes vasos 
Circulação póstuma de Brouardel 
 
3. Período Coliquativo ou de Redução de Tecidos: Pode durar de alguns meses a 2-3 
anos. É a dissolução pútrida do cadáver cujas partes moles reduzem de volume pela 
desintegração progressiva dos tecidos. Observa-se: 
Decomposição dos tecidos 
Desagregação da estrutura corpórea 
Massa pastosa, semi-líquida, enegrecida e fétida 
Putrilagem 
Surge um grande número de larvas de insetos. Larvas, pupas e insetos podem informar 
o tempo de morte de acordo com a forma evolutiva encontrada. A ação da fauna e flora 
cadavérica pode alterar muito o corpo. Dípteros (moscas), coleópteros, ácaros, 
leptópteros e heminópteros são exemplos de fauna cadavérica. 
 
4. Período de Esqueletização: Os ossos ficam quase livres, presos apenas pelos 
ligamentos articulares e tornam-se cada vez mais frágeis e leves. 
 
 
 
b) Conservadores: 
- Mumificação: Ocorre desidratação rápida, impedindo a ação microbiana de 
putrefação. Ocorre de forma natural, em locais de clima quente ou muitoseco ou 
ainda arenos. Pode ser também de forma artificial. 
 
- Saponificação ou Adipócera: Transformação de cadáver em substância de 
consistência untuosa, mole e quebradiça, amarelo-escura, com aparênca de cera 
ou sabão. Ocorre em terrenos argilosos. Dentre alguns fatores que favorecem 
podemos citar: idade jovem, obesidade e intoxicação por álcool. 
 
- Calcificação: Petrificação do corpo, mais recente em fetos mortos retidos no 
útero, formando litopédios (“crianças de pedra”). 
 
- Corificação: Ocorrem em cadáveres que ficam acolhidos em urnas metálicas, 
de preferência urnas de zinco, fechadas hermeticamente. O corpo é preservado 
da decomposição e apresenta a pele e cor de aspecto de couro curtido 
recentemente. 
 
 
Ação da Fauna e Flora Cadavéricas 
 
Fauna Cadavérica (larvas, pupas e ninfas): 
 
 Dípteros dos Gêneros: Musca (mosca comum) 
 Caliphora 
 Lucilia 
 Sarcophaga 
Processo: durante os três primeiros meses alimentam-se dos líquidos normais e 
patológicos dos cadáveres. 
 
 Outros dípteros dos Gêneros: Pyophila 
 Anthomya 
 Tireophora 
 Ophyra, etc... 
 
 Coleópteros dos Gêneros: Corynetes 
 Necrophorus 
 Silpha 
 Hister 
 Saprinus, etc... 
Processo: são atraídos pelos produtos da fermentação butírica caseica amoniacal das 
quais se nutrem. 
 
 Ácaros dos Gêneros: Uropada 
 Tyroglyphus 
 Glyciphagus 
 Serrator, etc... 
Processo: absorvem os restos humorais dos cadáveres, dessecando-os. 
 
 Lepidópteros dos Gêneros: Aglossa 
 Tinea 
 Tineola, etc... 
 
 Outros coleópteros dos Gêneros: Attagenus 
 Anthrenus 
 Tenebrio 
 Ptinus, etc... 
Processo: levam a esqueletização, consumindo pele, tendões, e ligamentos. 
 
 
 
 
Flora Cadavérica ( = fungos em cadáveres inumados): 
 
 Atinge pele, boca, traquéia e estômago 
 Aparecimento: Verão ---- 4 – 6 dias 
 Inverno ---- 10 – 14 dias 
 
 O primeiro a surgir é o Gênero Mucor (mofo comum) 1 – 2 dias. 
 ---- penicilum 
 ---- aspergilus 
 
 Fermentação gordurosa ---- Oosphora, Eurotium, etc... 
 Esqueletização ---- Trichoderma, Cylindrium, etc... 
 
 A mumificação favorece, não desenvolve em cadáveres expostos. 
 
 
 
QUESITOS OFICIAIS 
 
 
Consistem em critérios de análises que visam ajudar a esclarecer se as lesões 
corporais são leves ou pesadas durante o exame de corpo de delito. 
 
1. Se há ofensa à integridade corporal ou a saúde do paciente. 
2. Qual o instrumento ou meio que produziu a lesão. Ex.: Instrumento: perfurante, 
cortante, contundente ou suas respectivas variáveis. Meio: Insidioso (a pessoa não sabe 
que está sendo agredida) ou físico. 
3. Se produzido por fogo, veneno, asfixia, tortura, meio insidioso ou cruel. 
4. Se levou a prejuízo das ocupações habituais por mais de 30 dias. 
5. Se levou a perigo de vida. 
6. Se levou a debilidade permanente, perda ou inutilização de membro, sentido ou 
função. 
7. Se levou a incapacidade permanente para o trabalho, enfermidade incurável ou 
deformidade permanente. 
 
Obs.: Tortura: a pessoa tem consciência da agressão, mas não pode fazer nada. 
 Cruel: quando não existe apenas intenção de ferir e sim de sofrimento 
 prolongado. 
 Perigo de vida: situação real que precisa de intervenção médica. 
 Risco de vida: possibilidade de perder a vida. 
 
 
 
 
 
TRAUMATOLOGIA FORENSE 
 
 
Estuda as lesões e estados patológicos, imediatos ou tardios, produzidos por 
violência sobre o corpo humano 
 
Traumatismo: (trauma): Qualquer lesão, aberta ou fechada, produzida no organismo 
pela ação mecânica de um agente exógeno. 
 
Lesão: É toda perturbação da integridade anatômica ou funcional do órgão. 
 
O meio ambiente pode impor ao homem as mais diversas formas de energias causadoras 
de danos pessoais. 
Essas modalidades de energia dividem-se em: 
1) Energia de ordem mecânica; 
2) Energia de ordem física; 
3) Energia de ordem química; 
4) Energia de ordem físico-química; 
5) Energia de ordem bioquímica; 
6) Energia de ordem biodinâmica; 
7) Energia de ordem mista. 
 
1) ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA 
 
São aquelas energias capazes de modificar os estados de movimento ou repouso 
do corpo, produzindo lesões em parte ou no todo. Esses meios atuam por meio de 
pressão, percussão, tração, torção, compressão, descompressão, explosão, deslizamento 
e contrachoque. 
Os meios mecânicos classificam-se em: Perfurantes, Cortantes, Contundentes, 
Pérfuro-Cortantes, Pérfuro-Contundentes e Corto-Cortundentes. E que por sua vez 
produzem, respectivamente, feridas puntiformes, cortantes, contusas, pérfuro-cortantes, 
pérfuro-contusas e corto-contusas. 
 
� Lesões Produzidas por Instrumentos Perfurantes: 
 
Essas lesões são causadas por instrumentos ou meios finos, alongados, pontiagudos 
e com diâmetro transverso, causando danos graves na profundidade do corpo da vítima. 
O orifício de entrada tem formato de ponto (ovalado) com reduzidas dimensões e é 
pouco sangrante. Ex.: agulhas, alfinetes, espinhos, etc. 
 
 
� Lesões Produzidas por Instrumentos Cortantes: 
 
São lesões causadas através de um gume ou meio menos afiado e o mecanismo de ação 
ocorre por deslizamento do gume sobre os tecidos atingidos. As características dessas 
lesões são: regularidades das bordas, ausência de vestígios traumáticos em torno da 
ferida, vertentes regulares, regularidades do fundo da lesão, hemorragia abundante, 
predominância do comprimento sobre a profundidade, afastamento das bordas da ferida 
e presença de cauda de escoriação voltada para o lado onde terminou a ação do 
instrumento. Ex.: faca, canivete, navalha, etc. 
� Lesões Produzidas por Instrumentos Contundentes: 
 
Entre os agentes mecânicos, os contundentes são os maiores causadores de dano. 
Dentre as lesões produzidas por esses instrumentos temos: a rubefação, a escoriação, 
equimose, hematoma, bossa sanguínea, fraturas, luxações, entorses, roturas de vísceras 
internas e feridas contusas. As características de uma ferida produzida por instrumentos 
contundentes são: bordas irregulares, escoriadas e equimosadas; fundo irregular, 
vertentes irregulares, presença de pontes de tecidos íntegros ligando as vertentes, pouco 
sangrante, irregularidade de vasos, nervos e tendões no fundo da lesão e ângulo 
tendendo à obtusidade. Ex.: martelo, pedra, bastão, cacetete, etc. 
 
 
� Lesões Produzidas por Instrumentos Pérfuro-Cortantes: 
 
São instrumentos que possuem ponta e gume, agindo, portanto, por pressão e 
secção. Há os de um gume, dois gumes, três gumes ou triangulares. As lesões 
produzidas por instrumento de um só gumeapresentam ferimentos em forma de 
botoeira com fenda regular, com um ângulo agudo e outro arredondado e sua largura é 
notadamente maior que a espessura da lâmina que produziu a lesão. Os ferimentos 
causados por armas de dois gumes apresentam uma fenda de bordas iguais e ângulos 
agudos. E, as feridas causadas por armas de três gumes apresentam forma triangular. 
Ex.: Instrumento pérfuro-cortante de um gume: faca de ponta 
 Instrumento pérfuro-cortante de dois gumes: punhal, peixeira, canivete 
 Instrumento pérfuro-cortante de três gumes: lima 
 
 
� Lesões Produzidas por Instrumentos Pérfuro-Contundentes: 
 
A maioria dos instrumentos que causa esse tipo de lesão são os projéteis de arma de 
fogo. Nas feridas produzidas por projéteis, deve-se considerar o orifício de entrada, o 
trajeto e o orifício de saída. 
 
Arma de Fogo: São as peças constituídas de um ou dois canos, aberto numa das 
extremidades e parcialmente fechados na parte de trás, por onde se coloca o projétil. 
 
A munição compõe-se de cinco partes: 
a) Estojo ou cápsula: É um receptáculo de latão ou papelão prensado, de forma 
cilíndrica contendo os outros elementos da munição; 
b) Espoleta: É a parte do cartucho que se destina a inflamar a carga. É constituído de 
fulminato de mercúrio, de sulfeto de antimônio e de nitrato de bário. 
c) Bucha: É um disco de feltro, cartão, couro, borracha, cortiça ou metal, que se separa a 
pólvora do projétil. 
d) Pólvora: É uma substância que explode pela combustão. Há a pólvora negra e a 
pólvora branca. Esta última não tem fumaça. Ambas produzem de 800 a 900 cm3 de 
gases por grama de peso. Em geral são compostas de carvão pulverizado, enxofre e 
salitre. 
e) Projétil: É o verdadeiro instrumento pérfuro-contundente, quase sempre de chumbo 
nu ou revestido de níquel ou qualquer outra liga metálica. Os mais antigos eram 
esféricos. Os mais modernos são cilíndricos-ogivais. 
 
Mecanismo de Ação: 
O projétil desloca-se da arma graças a combustão da pólvora, quando ganha 
movimento de rotação propulsão, ao atingir o alvo atuam por pressão, havendo 
afastamento e rompimento das fibras. O alvo é também atingido por compressão de 
gases que acompanha o projétil. 
 
Tiros Encostados: 
O orifício de entrada nos tiros encostados apresenta forma irregular, denteada ou 
com entalhes devido à ação dos gases que deslocam e dilaceram os tecidos. Em torno 
desse tipo de ferimento encontramos crepitações gasosas na tela subcutânea proveniente 
da infiltração dos gases. Esse tipo de ferimento é conhecido como câmara de mina de 
Hoffman ou boca de mina de Hoffman. 
 
Tiros à Curta Distância: 
O orifício de entrada nos tiros de curta distância apresenta: formas arredondadas 
ou ovalar, orla de escoriação, bordas invertidas, halo de enxugo, zona de tatuagem, zona 
de esfumaçamento, zona de queimadura, aréola equimótica e zona de compressão de 
gases. 
 
Tiros à Distância: 
O orifício de entrada nos tiros à distância apresenta: formas arredondadas ou ovalar, 
orla de escoriação, aréola equimótica, halo de enxugo e bordas reviradas para dentro. 
 
 
� Importante: 
• Sinal de Bonnet: Formações de halos hemorrágicos nas vísceras 
• Sinal de Benasi: Pólvora depositada ao redor do orifício de entrada dos 
projéteis. 
 
Orifício de Entrada: (elementos): 
 
a) Zona de Contusão: Deve-se ao arrancamento da epiderme motivado pelo movimento 
rotatório do projétil antes de penetrar no corpo, pois sua ação é de início contundente. 
b) Aréola Equimótica: É representada por uma zona superficial e relativamente difusa 
da hemorragia oriunda da ruptura de pequenos vasos localizados nas vizinhanças do 
ferimento. 
c) Orla de Enxugo: É uma zona que se encontra nas proximidades do orifício, de cor 
quase sempre escura que se adaptou às faces da bala, limpando-as dos resíduos de 
pólvora. 
d) Zona de Tatuagem: É mais ou menos arredondada, nos tiros perpendiculares, ou de 
formas crescentes nos oblíquos. É resultante da impregnação de partículas de pólvora 
incombustas que alcançam o corpo. 
e) Zona de Esfumaçamento: É produzida pelo depósito de fuligem da pólvora ao redor 
do orifício de entrada. 
f) Zona de Chamuscamento ou Queimadura: Tem como responsável a ação super 
aquecida dos gases que atingem e queimam o alvo. 
g) Zona de Compressão de Gases: Vista apenas nos primeiros instantes no vivo. É 
produzida graças à ação mecânica dos gases, que acompanha o projétil quando atingem 
a pele. 
 
 
� Lesões Produzidas por Instrumentos Corto-Contundentes: 
 
A ação desses instrumentos se faz pelo deslizamento, pela percussão, bem como 
pela pressão. As características desse tipo de lesão são bordas irregulares e escoriadas, 
vertentes regulares, fundo regular com tecidos seccionados ou fraturados. Ex.: machado, 
enxada, terçado, etc. 
 
 
Obs.: 
 
Diferenciação das Lesões: 
 
A) RUBEFAÇÃO: alteração vasomotora da região; dura cerca de duas horas no 
máximo; 
B) EDEMA: derrame seroso; 
C) ESCORIAÇÃO: perda traumática da epiderme (serosidade, gotas de sangue, crosta); 
D) EQUIMOSE: derrame hemático que infiltra e coagula nas malhas do tecido. Permite 
dizer qual o ponto onde se produziu a violência. Indica a natureza do atentado. Pode 
afirmar se o indivíduo achava-se vivo no momento do traumatismo. Indica a data 
provável da violência. 
 
1º dia: lívida ou vermelha - 2º e 3º dia: arroxeada - 4º e 6º dia: azul - 7º ao 10º dia: 
esverdeada - 10º ao 12º dia: amarela-esverdeada - 12º ao 17º dia: amarela 
 
E) HEMATOMA: é uma coleção hemática produzida pelo sangue extravasado de vasos 
calibrosos, não capilares, que descola a pele e afasta a trama dos tecidos formando uma 
cavidade circunscrita onde se deposita. 
F) BOSSA SANGUÍNEA: é um hematoma em que o derrame sanguíneo 
impossibilitado de se difundir nos tecidos moles em geral, por planos ósseos 
subjacentes, coleciona determinando a formação de verdadeiras bossas. 
H) LUXAÇÃO: é o afastamento repentino e duradouro de uma das extremidades. 
I) FRATURA: é a solução de continuidade, parcial ou total dos ossos submetidos à ação 
de instrumentos contundente. 
 
 
2) ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 
 
Nesta categoria se classificam a Temperatura, Eletricidade, Pressão Atmosférica e 
Radioatividade. Em se falando de temperatura o calor, o frio e as oscilações de 
temperatura são as suas modalidades. 
 
� Calor 
 Quanto à forma de aplicação temos o calor difuso e o calor direto. 
 No calor difuso temos a insolação (exposição do corpo ao calor solar, 
particulamente na cabeça) e a intermação (exposição do corpo ao calor irradiante do sol 
em locais abrigados do sol ou calor artificial). 
 No calor direto temos como conseqüência as queimaduras que variam em 
extensão e em profundidade, sendo que a gravidade e o prognóstico dependem mais da 
extensão do que da profundidade. 
 
A classificação segundo Hoffman são: 
• Queimadura de 1º grau: encontra-se eritema (sinal de Cristianson), pele 
íntegra, edema de derme, não produz cicatriz, pode ter alteração da 
pigmentação, não se evidenciam no cadáver reação vital. 
• Queimadura de 2º grau: encontra-se eritema, flictemas, derme escura e 
apergaminhada, necrose de coagulação, trombose de vasos superficiais e 
subcutâneos. 
• Queimadura de 3º grau: encontra-se necrose de partes moles, ausência de 
reação inflamatória celular (cicatrização por segunda intenção), 
hipotrofia da pele cicatricial e menos dolorosa. 
• Queimadura de 4º grau: carbonização do plano ósseo, corpos de adultos 
podem reduzir a estatura de 100 a 120 cm, há algumas posições 
assumidas pelo cadáver como a de “lutador” e a “opistótona”. 
 
Importante: 
• Vapores, gases e chamas tendem a causar lesões ascendentes. Já os líquidos 
causam lesões descendentes. 
• Não confundir queimadurade 4º grau com carbonização 
• Mais de 20% do corpo queimado = Perigo de vida 
 
Interesse em avaliar as queimaduras: 
• Nos vivos 
o Local das lesões; 
o Sequelas; 
o Incapacidades funcionais; 
o Deformidade permanente; 
o Causa reação inflamatória 
 
• Nos mortos 
o Determinar a causa jurídica (acidental, suicídio, homicídio); 
o Se produzida em vida ou após a morte; 
o Não causa reação inflamatória; 
o Ocorre retirada das camadas. 
Cremação: 
• Se manifesto interesse; 
• Se for interesse de saúde pública; 
• Se o atestado do óbito for firmado por 02 médicos ou 01 legista; 
• Se ocorreu morte violenta, deve ser autorizado pela autoridade jurídica. 
 
 
� Frio 
 
Quanto à forma de aplicação temos a individual e a coletiva. 
A ação do frio causa o resfriamento do corpo, alterações sensoriais, tonteiras, 
sonolências, delírios, convulsões, incoordenação motora e anestesias. 
A ação localizada do frio, também conhecida como Geladura produz lesões 
muito parecidas com as queimaduras pelo calor e tem sua classificação em graus: 
- 1º grau: palidez e rubefação, pele anserina; 
- 2º grau: eritema e flictenas; 
- 3º grau: necrose de partes moles; 
- 4º grau: gangrena ou desarticulação (pés de trincheira) 
 
Achados necroscópicos: Hipóstases vemelho-claras, sangue de tonalidade menos 
escura, isquemia cerebral, congestão polivisceral, pode haver disjunção de suturas, 
coagulabilidade diminuída do sangue, congestão cardíaca, espumas sanguinolentas 
em vias aéreas e flictenas 
 
 
� Eletricidade 
 
A eletricidade natural (cósmica, atmosférica ou meteórica) e a eletricidade 
artificial ou industrial (eletroplessão) podem atuar como energia danificadora. 
A energia natural pode causar a fulminação (quando o raio provoca o óbito) e a 
fulguração (quando o raio provoca lesões corporais na vítima). As lesões podem ser 
temporárias ou definitivas e o óbito pode ser imediato ou tardio. 
 
Ocorrem 3 mecanismos lesivos: paralisação ou inibição dos centros nervosos, 
temperatura e grandes deslocamentos do ar que pode projetar o corpo causando 
lesões corporais. 
 
As condições que aumentam a condutividade são: ambientes úmidos, vestes 
molhadas, suor, terra (pés descalços), apoio em superfície metálica, pedra, cimento, 
grandes superfícies de contato com um condutor e maior tempo de contato com um 
condutor. 
 
Quanto às tensões: 
- Até 250 V (baixa voltagem): fibrilação cardíaca 
- 250-1200 V (média voltagem): tetanização da musculatura respiratória e fibrilação 
cardíaca. 
- Acima de 1200 V (alta voltagem): inibição do SNC, morte dos neurônios e morte 
encefálica. 
 
Características das lesões eletro-específicas ou marca elétrica de Jellinek: 
São geralmente de pequenas dimensões, elípticas, bordos a pique, fundo irregular, 
consistência dura, cor enegrecida, não sangrante. 
 
Obs.: As queimaduras provocadas por esses agentes são geralmente de 3º grau no 
local em contato com o condutor e com a terra. 
 
 
� Pressão Atmosférica 
 
Quando altera para mais ou para menos do padrão normal, pode ocasionar danos 
a saúde ou a vida do homem. A pressão atmosférica normal é de 760mmHg. 
 
Hiperbárica: A proximidade do centro da terra aumenta a pressão. A profundidade 
do mar afeta mergulhadores; túneis profundos afetam mineiros. Ocorre nesse caso o 
chamado “Mal dos Caixões”. Intoxicação pelo oxigênio, nitrogênio e gás carbônico. 
Fisiopatologia: está relacionada principalmente a descompressão brusca. 
 
Hipobárica: A pressão diminui com a altitude. Com o ar rarefeito ocorre diminuição 
da concentração de gases sanguíneos, causando o fenômeno chamado de “Mal das 
Montanhas.” 
 
 
� Radioatividade 
 
Existe a natural, que são substâncias radioativas como o césio, por exemplo; e, a 
artificial como os aparelhos de Raio X e explosões atômicas. 
 
Radiodermites: 
 - Agudas: 
• 1º grau: depilatória e eritematosa; 
• 2º grau: pápulo-eritematosa, geralmente com ulceração dolorosa recoberta 
por crosta serosa purulenta de cicatrização difícil, produz placa 
esbranquiçada de pele rugosa, frágil de características atípicas; 
• 3º grau: zona de necrose que são chamadas de úlceras de Roentgen. 
 
 - Crônicas: 
• Ulcero-atrófica: telangectasia ou neoplasma. Chamada de câncer cutâneo dos 
radiologistas, geralmente epitelioma pavimentoso. 
 
 
3) ENERGIA DE ORDEM QUÍMICA 
 
São substâncias que em contato com os tecidos vivos e por ação física, química e 
biológica podem causar danos à vida e a saúde. 
 
Podem agir externamente: Cáusticos 
Podem agir internamente: Venenos 
 
As de efeito coagulante são aquelas que desidratam os tecidos e lhes importam 
escaras endurecidas e de tonalidade diversa, como por exemplo, o nitrato de prata, o 
acetato de cobre dentre outros. As de efeito liquefaciente produzem escaras úmidas, 
moles e tem como modelo a soda, o potássio e a amônia. 
 
4) ENERGIA DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA 
 
Aqui se enquadram as asfixias que podem ser de causas fortuitas, violentas e 
externa e circunstâncias as mais variadas. 
ASFIXIOLOGIA 
 
 
Conceito: 
 
Síndrome caracterizada pelos efeitos da ausência de O2 por impedimento mecânico, 
consistindo na supressão da respiração, decorrente da energia físico-química. Pode 
ainda ser denominada como a falta ou suspensão da respiração, ou a falta de pulso. 
 
1) Fase de Irritação 
 
Dispnéia Inspiratória: Dura aproximadamente 1 minuto. O indivíduo ainda possui 
consciência. 
Dispnéia Expiratória: Dura aproximadamente 3 minutos. O individuo perdeu a 
consciência e apresenta convulsões clônicas e tônicas (produção de ácido láctico = 
perturbação da sensibilidade). 
 
2) Fase de Esgotamento 
 
 Período inicial ou de morte aparente 
 Período terminal: Dura por volta de 3 minutos até sobrevir a morte. Há 
 relaxamento dos esfíncteres 
 
 
Tríade da Asfixia: 
� Sangue fluido e escuro (exceto no afogamento) 
� Congestão polivisceral 
� Equimose visceral ou mancha de Tardieu (ocorre nas regiões sub-
pleurais, sub-epicárdicas e sub-conjuntivas) 
 
 
 Sinais Gerais da Asfixia: 
 Classificam-se em externos e internos. 
 
� Externos: 
• Cianose da pele (face: edema, pele escurecida, olhos e língua 
protusos, esclera avermelhada e estase mecânica da veia cava 
inferior) 
• Equimose da pele e mucosas (arredondadas, pequena 
dimensões) 
• Cogumelo de espuma (apresenta-se na boca e ocorre devido à 
mistura de com os líquidos dos pulmões. É raro de se 
observar, pois a força da água leva o cogumelo embora) 
• Resfriamento cadavérico lento 
 
� Internos: 
• Equimoses pleurais (são equimoses diminutas do tamanho da 
cabeça de um alfinete, localizando-se sob a pleura visceral 
dos pulmões) 
• Congestão polivisceral (fígado e mesentério, o baço se 
apresenta com pouco sangue devido às contrações 
• Fluidez sanguínea (cor escura, não coagula) 
 
 
Classificação das Asfixias: 
 
1) Puras: 
 Por gases irrespiráveis 1. Confinamento (falta de O2, inspira CO2) 
 2. Por inalação de CO 
 3. Outros gases do ambiente 
 
 Por obstrução das vias respiratórias 1. Sufocação direta 
 2. Sufocação indireta 
 
 Transformação do meio gasoso em meio líquido (Afogamento) 
 Transformação do meio gasoso em meio sólido ou pulverulento (Soterramento) 
 
 
2) Complexas: 
 Com anomexia e excesso de CO2, hipercapnéia, interrupção da circulação cerebral e 
inibição por compressão dos elementos nervosos do pescoço. 
 
a) Constrição passiva do pescoço exercida pelo peso do corpo. (Enforcamento)b) Constrição ativa do pescoço pela força muscular. (Estrangulamento) 
 
 
3) Mistas: 
 Em que se confundem e se superpõem em graus variados os fenômenos respiratórios, 
circulatórios e nervosos. (Esganadura) 
 
 
Os asfixiamentos podem se classificar também em: 
1) Com constrição do pescoço; 
2) Sem constrição do pescoço; 
3) Introdução do indivíduo em meio ambiente adverso do ar atmosférico 
 
 
1) Com constrição do pescoço: 
� Enforcamento: ação de um lado pela força do próprio peso da vítima. 
� Estrangulamento: ação de um lado pela força adversa ao peso da vítima. 
� Esganadura: ação no pescoço é executada diretamente pelas mãos. 
 
 
2) Sem constrição do pescoço: 
� Sufocação Direta: Oclusão das vias aéreas pelo uso de materiais como 
tecido, papel, plástico, almofadas, travesseiros. Pode ser natural ou 
homicida, mas a maioria dos casos é acidental, ocorrendo na primeira 
infância onde se encontram corpos estranhos nas vias aéreas. 
� Sufocação Indireta: É quando ocorre compressão tóraco-abdominal, 
impedindo os movimentos respiratórios. 
 
 
3) Introdução do indivíduo em ambiente adverso do ar atmosférico: 
� Soterramento: Colocação do indivíduo em meio pulverulento. 
Substituição do meio gasoso pelo meio sólido 
� Confinamento: Colocação do indivíduo em meio fechado 
hermeticamente sem ventilação e com permanência prolongada. 
� Afogamento: Penetração de líquidos nas vias aéreas. Note que não é 
necessária a submersão do corpo, como pode acontecer com bêbados e 
epilépticos. 
 
 
Enforcamento 
 
Conceito: 
 
É a interrupção da passagem de ar atmosférico pelas vias respiratórias em 
decorrência da constrição do pescoço por um laço fixo, agindo o próprio corpo como 
força ativa. É mais comum nos suicídios, homicídios, acidente ou suplício. 
 
1) Laços Moles: lençóis, cortinas e gravatas 
2) Laços Duros: cordões, fios de arame e cordas 
3) Laços Semi-rígidos: cintos de couro 
 
 
 
O enforcamento pode ser: 
� Completo: A vítima fica totalmente suspensa sem tocar em qualquer 
ponto de apoio. 
� Incompleto: A vítima fica parcialmente suspensa sendo apoiada pelos 
pés, joelhos ou outra parte do corpo. 
� Típico: O nó se encontra no lado posterior do pescoço. 
� Atípico: O nó se encontra em outra localização do pescoço. 
 
 
 ] 
 
Causa da morte por enforcamento: 
� Respiratória 
� Circulatória 
� Nervosa 
 
 
 
Evolução: 
 A morte pode surgir rápida ou tardiamente 
 
1) Fenômenos apresentados durante o enforcamento: 
- Período Inicial: Sensação de calor, zumbidos, sensações luminosas da vista, 
perda da consciência produzida pela interrupção da circulação cerebral 
- 2º Período: Convulsões e excitações do corpo 
- 3º Período: Sinais de morte aparente até a morte real, com cessação da respiração 
e circulação. 
 
Padrões das lesões no enforcamento: 
 
� Lesões Externas: 
• Sulco geralmente único, oblíquo de baixo para cima e de diante 
para trás 
• Interrompido ao nível do nó 
• Bordos desiguais 
• Cianose da pele e equimose conjuntiva 
 
� Lesões Internas: 
• Fratura do corpo da tireóide 
• Fratura do hióide 
• Raramente Sinal de Amussat (lesão na túnica íntima da carótida) 
• Raramente Sinal de Friedberg (lesões e sufusões da túnica externa 
da carótida) 
• Raramente fratura de vértebra 
 
 Aspectos do cadáver: 
 Cabeça voltada para o lado oposto do laço fletido e para frente. Rosto 
 arroxeado. Líquido ou espuma sanguinolenta nas narinas e boca. Língua 
 cianótica e protusa. Olhos protusos. Otorragia e manchas de hipóstases na 
 metade inferior do corpo. Apresenta rigidez cadavérica mais tardiamente e com 
 uma maior duração de tempo. 
 
 
Estrangulamento 
 
Conceito: 
 
É a asfixia mecânica que ocorre uma constricção do pescoço, que causa e 
embaraço à livre entrada de ar no aparelho respiratório, feito por meio de um 
laço acionado pela força muscular da própria vítima ou estranho. 
 
 Padrões das lesões no estrangulamento: 
 
� Lesões Externas: 
• Sulco tem sede, em geral, na laringe, de decalque do laço 
tipicamente transverso ao pescoço ou horizontal, raramente se 
apergaminha 
• Falta a interrupção do nó 
• Bordos apresentam cor violácea e são iguais por uniformidade do 
decalque 
� Lesões Internas: 
• Hemorragias intramusculares 
• Infiltração abaixo do sulco 
• Raramente lesões na laringe 
• Presença dos sinais gerais de asfixia (cianose da face = tumefeita, 
vultuosa e violácea; equimose conjuntiva) 
 
 
Esganadura 
 
Conceito: 
 
É a constrição da região anterior do pescoço pelas mãos, em que impede a 
passagem de ar atmosférico pelas vias respiratórias até os pulmões. 
 
Mecanismo de Ação: 
É sempre homicida. É impossível a forma suicida ou acidental. Na esganadura, o 
mecanismo de morte, se deve principalmente a asfixia pela obturação da glote, graças à 
projeção da base da língua sobre a porção posterior da faringe. São importantes também 
os efeitos decorrentes da compressão nervosa do pescoço, levando ao fenômeno de 
inibição. A obliteração vascular é de interesse insignificante. Tudo faz crer que a asfixia 
é o principal elemento responsável pelo êxito letal. Os sintomas são desconhecidos, a 
vítima cai logo em estado de inconsciência. 
 
 Padrões de lesões na esganadura: 
 
� Lesões Externas: 
• Equimoses e escoriações provocadas pela pressão violenta de dedos 
em unhas (estigmas ou marcas ungueais) ao redor do pescoço 
• Cianose da face 
• Congestão das conjuntivas 
 
� Lesões Internas: 
• Hemorragias dos músculos (estruturas profundas do pescoço) 
• Fraturas da laringe 
• Fraturas de apófise estilóide 
• Fratura do hióide 
• Raramente lesão na carótida 
 
 
 
 
 
 
 
 
Soterramento 
 
Conceito: 
 
É a asfixia que se realiza pela permanência do indivíduo num meio sólido ou 
semi-sólido, de sorte que as substâncias aí contidas penetram na árvore respiratória, 
impedindo a entrada de ar e produzindo a morte. 
 
 
 Padrões de lesões no Soterramento: 
 
� Lesões Externas: 
• Presença de massa recobrindo o corpo, total ou parcialmente 
• Presença de traumas externos em graus variáveis, chegando a ter 
até fraturas com exposição óssea e de massa encefálica. (fraturas 
costais, hemorrágicas, compressões pulmonares, cardíacas etc.) 
 
� Lesões Internas: 
• Presença de substâncias estranhas na cavidade oral, nasal, traquéia, 
brônquios, além da possível presença dessas substâncias nas vias 
digestivas altas. 
• Presença dos sinais gerais de asfixia 
 
 
Confinamento 
 
Conceito: 
 
É a asfixia causada pela permanência do indivíduo num ambiente restrito e/ou 
fechado, sem condições de renovação do ar respirável, sendo consumido o oxigênio 
pouco a pouco e o gás carbônico acumulado gradativamente. 
 
Há duas teorias que explicam a morte por confinamento: 
� Explicação Química: Existe aumento de gás carbônico e diminuição de O2 
� Explicação Física: Existe aumento da temperatura e concentração do vapor 
d’água. 
 
Mecanismo de Ação (Fisiopatologia): 
Na respiração normal, exige-se um ambiente externo contendo ar respirável, 
com oxigênio em quantidade aproximada de 21%. Quando no ar atmosférico o oxigênio 
atinge 7% surgem distúrbios relativamente graves, sobrevivido a morte, se esta taxa é 
em torno de 3%. No confinamento há uma diminuição progressiva do suprimento de 
oxigênio ao organismo concomitante aumento do teor de anidro carbônico no sangue 
(hipercapnéia)simultaneamente, o ar satura-se de vapor d’água, dificultando a 
eliminação deste pelos pulmões e pela transpiração, o que contribui consideravelmente 
para que se instale a asfixia. 
 
 
 
 
Afogamento 
 
Conceito: 
 
É um tipo de asfixia mecânica, produzida pela penetração de um meio líquido nas 
vias respiratórias impedindo a passagem de ar até os pulmões e ou inundando os 
alvéolos e impedindo a hematose Pode ser acidental, suicida ou homicida. Divide-se em 
duas fases: 
 
1) Fase de Defesa: 
a) Período de Dispnéia 
b) Parada da Respiração 
 
2) Fase de Não Defesa ou Impotência: ocorre perda da consciência, insensibilidade, 
asfixia e morte. 
Pode ocorrer em água salgada e em água doce. A denominação água doce é 
pouco específica e serve apenas para diferenciar da água salgada. Inclui-se 
genericamente na modalidade “doce”, as águas fluviais, lacustres, pluviais, de piscinas e 
mesmo salobras. Há nítido contraste entre as características do afogamento ocorrido em 
água doce com o de água salgada. 
AGUA DOCE: a morte ocorre com hipervolemia (ICC – edema agudo de pulmão) 
porque a água doce é hiposmolar em comparação com o plasma. 
AGUA SALGADA: a morte ocorre com hipovolemia porque a água salgada é 
hiperosmolar em comparação com o plasma. 
Obs.: osmolaridade do plasma entre 280 e 300 mosm. 
 
Classificação do Afogamento: 
� Afogamento por Imersão: Simulação de afogamento (Afogamento BRANCO ou 
falso afogamento). Após a morte da vítima, ela é posta em um ambiente líquido. 
� Afogamento por Submersão: Verdadeiro afogamento (Afogamento AZUL ou 
Síndrome Pulmonar Humoral). 
 
Afogamento Branco de Parrot: 
A morte ocorre por inibição ao tocar na água. Necessita-se para isso de uma 
predisposição constitucional, lesão cardiovascular agravada por choque térmico. Neste 
afogamento não se encontra nenhum sinal de asfixia. 
 
Formas do Afogamento: 
� Forma rápida: O indivíduo submerge rapidamente permanecendo no interior da 
água, sucedendo-se as fases de asfixia num período aproximado de 5min. 
� Forma lenta: A vítima luta, reage, vai ao fundo e retorna à superfície várias 
vezes, morrendo depois de grande resistência. 
 
 
 
Turdes descreve três fases no afogamento: 
� Período de Resistência ou Dispnéia: Permanece a consciência, defende-se 
conservando os movimentos reflexos. 
� Período de Grandes Inspirações e Convulsões: Há uma série de inspirações 
profundas com penetração violenta de líquidos nos pulmões. 
� Período de Morte Aparente: ausência de respiração, reflexos e insensibilidade 
até sobrevir à morte real. 
 
Outra maneira para descrever as fases no afogamento: 
I – Inspiração voluntária inicial 
II – Apnéia ou pausa respiratória 
III – Respiração involuntária 
IV – Convulsões 
V – Paralisia 
 
 
 
 
 
Padrão de lesões no afogamento: 
 
� Lesões Externas: 
• Hipotermia: ocorre devido ao equilíbrio térmico mais fácil no meio 
líquido 
• Pele anserina (pele de galinha): contração de fibras musculares. Comum 
nas espáduas, face externa da coxa e braços 
• Retração do mamilo, escroto e pênis 
• Maceração da epiderme (mãos e pés): destacam-se como dedos de luva, 
inclusive junto com as unhas 
• Cogumelo de espuma: nota-se nas fossas nasais e cavidade bucal 
• Escoriações na região frontal, joelhos, dorso das mãos e face superior 
dos pés 
• Erosão dos dedos e corpos estranhos sob as unhas: devido a resistência 
do indivíduo ao se debater na água. Encontramos sob as unhas areia, 
lama, iodo, etc. 
• Equimose da face e conjuntiva: principalmente em líquidos espessos 
como as latrinas e pântanos 
 
� Lesões Internas: 
• Diluição do sangue 
• Presença de líquido nas vias respiratórias: poderá dizer o tipo do meio 
líquido pela presença de corpos estranhos, fungos, lama ou material 
fecal. 
• Presença de corpos estranhos no líquido das vias respiratórias: 
encontram-se maciçamente nos afogados em latinas 
• Lesões dos pulmões: aumentados, distendidos, enfisema aquoso e 
equimoses 
• Manchas de Paltauf: Hemorragias sub pleurais (equimoses vermelho 
claro com 2 ou mais cm de diâmetro, pela ruptura das paredes alveolares) 
• Equimose de Tardieu 
• Presença de líquidos no aparelho digestivo 
 
 
Putrefação nos afogados: 
É acelerada após a retirada do corpo, mais pronunciada em segmento cefálico 
com aparecimento de mancha verde na face ou na parte superior do tórax, devido à 
posição do corpo submerso com a cabeça mais baixa que os pés. A rigidez cadavérica é 
precoce. A flutuação do cadáver é mais precoce em água salgada. 
 
 
Monóxido de Carbono (CO) 
 
Mecanismo de Ação (Fisiopatologia): 
 
O monóxido de carbono tem uma afinidade pela hemoglobina cerca de 250 vezes 
maior que o oxigênio, formando um composto bastante estável – a carboxihemoglobina. 
O óbito nesses casos ocorre quando cerca de 2/3 da hemoglobina transforma-se em 
carboxihemoglobina com concentração do CO em ar confinado na proporção de 1:500. 
A causa da morte pode ser suicida, acidental ou homicida. 
 
� Necropsia: 
• Rigidez cadavérica precoce 
• Putrefação tardia 
• Tonalidade rósea da face 
• Coloração vermelho-carminada das hipóstases 
• Músculos e vísceras avermelhado 
• Sangue fluido de coloração vermelho-vivo associado a outros sinais 
comuns das síndromes de asfixia 
 
 
SEXOLOGIA FORENSE 
 
 
Conceito: 
 
É parte da Medicina Legal que estuda os problemas médico-legais ligados ao 
sexo. É objeto de estudo da sexologia forense todos os fenômenos ligados ao sexo e 
suas implicações no âmbito jurídico. 
 
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-
 d
esen
v
olvim
ento
 fetal
 
-
 p
arto
 
-
 term
in
a
 co
m
 a
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ulsão
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o
 
feto
 e
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s
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s
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:
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,
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,
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,
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Sin
ais
 
d
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abilid
ad
e:
 
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m
en
stru
al
,
 
am
olecim
ento
 
d
o
 
colo
,
 
alteraçõ
es
 d
a
 m
am
a
.
 
•
 
Sin
ais
 d
e
 
certeza:
 
m
o
vim
ento
 fetal
 (ativ
o
s
 
e
 p
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o
s)
,
 
β
-
 H
CG
,
 U
S
,
 
b
atim
ento
 cardíaco
 fetal
 
Im
p
o
rtân
cia
 d
o
 diag
nó
stico
 d
e
 g
ravid
ez :
 
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 d
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 p
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ad
e;
 
•
 
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ulação
 d
e
 g
ravid
ez;
 
•
 
Infanticídio;
 
•
 
A
n
ulação
 d
e
 casam
ento
.
 
D
u
ração
 d
e
 u
m
a
 g
ravid
ez :
 
•
 
180
 a
 300
 dias
 
•
 
M
édia
 d
e
 270
 dias
 
 
P
a
rto
 
 C
o
n
ceito
:
 
 
 
C
o
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nto
 d
e
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en
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 cuja
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o
 
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p
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a
 
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 D
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 E
xp
ulsão
 
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 D
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 D
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 d
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m
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culo
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o
 
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-g
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entação
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m
entação
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 p
o
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 terceiro
s
,
 p
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em
 ser
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 129
 C
P)
 
 
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ação
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u
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o
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o
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o
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 d
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 p
ara
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,
 q
u
e
 p
od
em
 
fazer
 co
m
 q
u
e
 o
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édico
 escolh
a
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a
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ação
.
 
 P
u
erpério
:
 
P
eríod
o
 d
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 in
v
olução
 
e
 
recup
eração
 d
a
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enitália
 
m
atern
a
 apó
s
 o
 p
arto
,
 
n
u
m
 
p
eríod
o
 d
e
 6
 sem
an
as
.
 
Classificação
 d
o
 p
u
erpério
:
 
•
 
Im
ediato
:
 1
 a
 10
 dias
 
•
 
T
ardio
:
 10
 a
 45
 dias
 
•
 
R
em
oto
:
 apó
s
 45
 dias
 
D
iag
nó
stico
 d
o
 p
u
erpério
:
 
•
 
N
o
 útero
:
 
o
 
A
té
 o
 10
⁰
 dia
 é
 u
m
 ó
rgão
 abd
o
m
in
al;
 
o
 
A
pó
s
 esse
 tem
p
o
 reto
rn
a
 a
 p
elv
e;
 
o
 
N
a
 lactante
 a
 in
v
olução
 é
 m
ais
 rápid
a
.
 
 
•
 
N
o
 colo
 uterin
o
 
o
 
Im
ediatam
ente:
 b
o
rd
o
s
 irreg
ulares
 e
 disten
sív
eis;
 
o
 
A
pó
s
 12
 h
o
ras:
 am
plam
ente
 ab
erto;
 
o
 
A
pó
s
 03
 dias:
 p
erm
eáv
el
 a
 p
olp
a
 digital;
 
o
 
N
o
 10
⁰
 dia:
 o
rifício
 extern
o
 é
 p
erm
eáv
el
.
 
 
•
 
N
a
 v
agin
a
 
o
 
Inicialm
ente
 flácid
a
,
 pálid
a
,
 am
pla
 e
 
 esp
aço
sa
.
 
Tip
o
s
 d
e
 lóq
uio
s :
 
•
 
R
ub
ro
:
 até
 o
 5
⁰
 dia
 
•
 
S
ero
so
 o
u
 flav
o
:
 d
o
 5
⁰
 dia
 ao
 10
⁰
 dia
 
•
 
A
lb
a:
 d
o
 10
⁰
 dia
 ao
 20
⁰
 dia
 
 
A
b
o
rto
 
M
o
rte
 fetal:
 O
co
rre
 em
 q
u
alq
u
er
 fase
 d
o
 ciclo
 g
ravídico
 
•
 
P
reco
ce:
 até
 20
⁰
 sem
an
a
 
•
 
Interm
ediária:
 20
⁰
 a
 28
⁰
 sem
an
a
 
•
 
T
ardia:
 apó
s
 a
 28
⁰
 sem
an
a
 
A
b
o
rto
:
 Interrupção
 d
a
 g
ravid
ez
.
 E
xp
ulsão
 o
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 extração
 d
o
 
co
n
cepto
 
viv
o
 o
u
 
m
o
rto
 
p
esand
o
 m
en
o
s
 d
e
 500g
.
 (m
en
o
r
 q
u
e
 22
 sem
an
as
 co
m
pletas
 d
e
 id
ad
e
 g
estacio
n
al)
.
 
 Códig
o

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