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Estruturas da coluna cervical: As vértebras cervicais formam o esqueleto do pescoço, são as menores das 24 vértebras móveis e estão localizadas entre o crânio e as vértebras torácicas. O tamanho menor reflete o fato de sustentarem menos peso do que as vértebras inferiores maiores. Embora os discos intervertebrais cervicais sejam mais finos do que aqueles das regiões inferiores, são relativamente espessos em comparação ao tamanho dos corpos vertebrais que unem. A espessura relativa dos discos intervertebrais, a orientação quase horizontal das faces articulares e a pequena massa corporal adjacente dão à região cervical a maior amplitude e variedade de movimento de todas as regiões vertebrais. As duas vértebras cervicais superiores são atípicas. A vértebra C1, também denominada atlas, é singular porque não tem corpo nem processo espinhoso. Esse osso anular tem um par de massas laterais que ocupam o lugar de um corpo, sustentando o peso do crânio globoso, de maneira semelhante à forma como Atlas, da mitologia grega, sustentava o peso do mundo sobre seus ombros. Os processos transversos do atlas originam-se das massas laterais, fazendo com que estejam posicionados lateralmente em relação aos das vértebras inferiores. Essa característica torna o atlas a mais larga das vértebras cervicais, o que proporciona maior alavanca para os músculos fixados. As faces articulares superiores côncavas e reniformes das massas laterais articulam-se com duas grandes protuberâncias cranianas, os côndilos occipitais nas laterais do forame magno. Os arcos anterior e posterior, cada um possuindo um tubérculo no centro de sua face externa, estendem-se entre as massas laterais, formando um anel completo. O arco posterior, que corresponde à lâmina de uma vértebra comum, tem um largo sulco da artéria vertebral em sua face superior. O nervo C1 também segue nesse sulco. A vértebra C2, também denominada áxis, é a mais forte das vértebras cervicais. C1, que sustenta o crânio, gira sobre C2 (p. ex., quando a pessoa diz “não” com a cabeça). O áxis tem duas grandes faces planas de sustentação, as faces articulares superiores, sobre as quais gira o atlas. A característica que distingue C2 é o dente rombo, que se projeta do seu corpo para cima. Tanto o dente quanto a medula espinal no interior de seu revestimento (meninges) são circundados por C1. O dente situa-se anteriormente à medula espinal e serve como eixo em torno do qual ocorre a rotação da cabeça. O dente é mantido em posição contra a face posterior do arco anterior do atlas pelo ligamento transverso do atlas. Esse ligamento estende-se de uma massa lateral do atlas até a outra, passando entre o dente e a medula espinal, formando a parede posterior do “bocal” que recebe o dente. Assim, impede o deslocamento posterior (horizontal) do dente e o deslocamento anterior do atlas. Qualquer deslocamento comprometeria a parte do forame vertebral de C1 que dá passagem à medula espinal. C II tem um grande processo espinhoso bífido que pode ser palpado profundamente no sulco nucal, o sulco vertical superficial no dorso do pescoço. As demais vértebras cervicais (com exceção da vértebra de C7) são consideradas vértebras típicas. Possuem: um corpo oval e mais largo no diâmetro transverso; seus pedículos se unem ao corpo no meio, entre a parte cranial e caudal; as lâminas são estreias, com o bordo superior mais fino que o inferior; o forame vertebral é grande e no formato triangular; possuem um processo espinhoso curto e bífido; os processos articulares tem a sua parte inferior unida ao superior, para formar um pilar articular; as facetas articulares são chatas e ovais, as superiores voltadas para trás, pra cima e um pouco medialmente, já as inferiores para frente, para baixo e um pouco lateralmente e seus processos transversos são todos perfurados pelo forame transverso. A vértebra de C7 é atípica, pois possui um processo espinhoso proeminente e podem ou não possuir o forame transverso. Músculos atuantes na coluna cervical Ação Músculos Atuantes Inervação Flexão anterior da cabeça Reto anterior da cabeça C1-C2 Reto lateral da cabeça C1-C2 Longo da cabeça Nervo alveolar inferior; Nervo facial; Nervo hipoglosso; Alça cervical. Oblíquo superior da cabeça C1-C2 ECOM (Quando a cabeça está em posição neutra ou flexão) Nervo Acessório, C2. Extensão da cabeça Esplênio da cabeça C4-C6 Semiespinal da cabeça C1-C8 Longuíssuimo da cabeça C6-C8 Espinal da cabeça C6-C8 Trapézio Acessório, C6- C8 Reto menor posterior da cabeça C1 Reto maior posterior da cabeça C1 Oblíquo superior da cabeça C1 Oblíquo inferior da cabeça C1 ECOM (Quando a cabeça está em certo grau de extensão) Acessório, C3- C4 Rotação da cabeça (contração dos músculos de um lado) Acessório, C3- C4 Trapézio (A face move-se para o lado oposto) Esplênio (a face move-se para o mesmo lado) C4-C6 Longuíssimo da cabeça (a face move-se para o mesmo lado) C6-C8 Semiespinal da cabeça (a face move-se para o mesmo lado) C1-C8 Oblíquo inferior da cabeça (a face move-se para o mesmo lado) C1 ECOM (a face move-se para o mesmo lado) Acessório, C3- C4 Trapézio Acessório, C3- C4 Esplênio da cabeça C4-C6 Flexão lateral da cabeça Longuíssimo da cabeça Semiespinal da cabeça Oblíquo inferior da cabeça C6-C8 C1-C8 C1 Reto lateral da cabeça C1-C2 Longo da cabeça C1-C3 ECOM Acessório, C2 Flexão do pescoço Longo do pescoço C2-C6 Escaleno anterior C4-C6 Escaleno médio C3-C8 Escaleno posterior C6-C8 Músculos infra-hioides Alça cervical, Nervo hipoglosso Músculos supra-hioides Nervo alveolar inferior, Nervo facial Extensão do pescoço Esplênio da cabeça C6-C8 Semiespinal do pescoço C1-C8 Longuíssimo do pescoço C6-C8 Levantador da escápula C3-C4, Escapular dorsal Iliocostais cervicais C6-C8 Espinais cervicais C6-C8 Multífido C1-C8 Interespinais cervicais C1-C8 Trapézio Acessório Reto maior posterior da cabeça C3-C4 Rotadores curtos C1 Rotadores longos C1-C8 Flexão lateral do pescoço C1-C8, Levantador da escápula Escapular dorsal Esplênio cervical C4-C6 Iliocostais cervicais C6-C9 Longuíssimo do pescoço C6-C8 Semiespinal do pescoço C1-C8 Multífido C1-C8 Intertransversos C1-C8 Escalenos C3-C8 ECOM Acessório, C2 Oblíquo inferior da cabeça C1 Rotadores curtos C1-C8 Rotadores longos C1-C8 Longo do pescoço C2-C6 Rotação do pescoço (contração dos músculos de um lado) C3-C4, Levantador da escápula Escapular dorsal Esplênio cervical C4-C6 Iliocostais cervicais C6-C8 Longuíssimo do pescoço C6-c8 Semiespinal do pescoço C1-C8 Multífido C1-C8 Intertransversos C1-C8 Escalenos C3-C8 ECOM Acessório, C2 Oblíquo inferior da cabeça C1 Rotadores curtos C1-C8 Rotadores longos C1-C8 Ligamentos da coluna cervical: Os ligamentos da coluna vertebral unem as vértebras, permitindo que a coluna suporte grandes cargas mecânicas e tensões de cisalhamento, além de limitar a amplitude de movimento. Os principais ligamentos da coluna vertebral são: • Ligamento longitudinal anterior: Se localiza ao longo da superfície anterior do corpo vertebral; • Ligamento longitudinal posterior: Se localiza ao longo da superfície posterior do corpo vertebral; • Ligamentos amarelos: Se localizam entre as lâminas; • Ligamentos interespinais: Se localizam entre os processos espinhosos; • Ligamentos supra-espinais: Se localizam ao longo da extremidade posterior dos processos espinhosos; • Ligamentos Intertransversários: Se localizamentre os processos transversos; • Ligamento nucal: Se localiza entre a protuberância occipital externa e o processo espinhoso de C7 (Corresponde a um ligamento supra-espinal que se expande superiormente). Articulações da coluna cervical: A coluna cervical possui tipos de articulações que estão divididas em três grupos: Articulações craniovertebrais: • Articulações atlantoccipitais (As articulações atlantoccipitais são as duas articulações entre os côndilos convexos, do osso occipital, e as faces articulares superiores, ligeiramente côncavas, do atlas (C1); • Articulações atlantoaxiais (As articulações atlantoaxiais compreendem as duas articulações laterais e uma articulação mediana entre C1 e C2). Articulações dos corpos vertebrais: • Articulações uncovertebrais (As articulações uncovertebrais formam-se durante a infância, de C3 – C6, entre o unco do corpo de uma vértebra e o corpo vertebral acima); • Articulações intervertebrais. Articulações do arco vertebral: • Articulações dos processos articulares. Anamnese: História clínica: O examinador deve obter as seguintes informações do paciente. 1- Qual a idade do paciente? A espondilose é frequentemente observada em indivíduos com 25 anos de idade ou mais, está presente em 60% dos indivíduos com mais de 45 anos e em 85% daqueles com mais de 65 anos. 2- Qual é a magnitude dos sintomas? Waktins elaborou uma escala de gravidade para lesão neurológica acarretada pela prática de futebol americano. Ela pode ser utilizado como uma orientação para a gravidade da lesão envolvendo a coluna cervical, especialmente quando estiver sendo considerada a possibilidade do paciente retornar as suas atividades. Uma pontuação combinada (A+B) de 4 é considerada leve, de 4 a 7, o episódio é considerado moderado e de 8 a 10 é considerado grave. Essa escala pode ser combinada com informações radiológicas sobre o tamanho do canal (pontuação c) para fornecer uma determinação geral sobre a possibilidade de retorno dos sintomas e se o paciente retomar suas atividades. 3- Qual foi o mecanismo da lesão? Houve envolvimento de trauma, alongamento ou uso excessivo? O paciente estava em movimento quando a lesão ocorreu? Essas questões ajudam a determinar o tipo e a gravidade da lesão. Por exemplo, o trauma pode ser uma lesão em chicote (aceleração), a lesão por alongamento pode acarretar sensação de queimação, o uso excessivo ou posturas sustentadas podem acarretar sintomas da síndrome do desfiladeiro torácico. O paciente atingindo lateralmente, pela frente ou por trás? Ele percebeu a eminencia do acidente? Tipicamente, as sensações de “queimação ou forrada” ocorre em razão de um galope contra uma parte do plexo braquial ou de alongamento e tração ou por compressão do plexo braquial. 4- Qual atividade ou passatempo usual do paciente? Alguma atividade o incomoda? Qual tipo de trabalho ele realiza? Quais movimentos incomodam o paciente? Problemas articulares cervicotorácicos geralmente causam dor quando ocorre a realização de atividades que requerem movimentos de puxar-empurra. 5- A cabeça chocou-se contra algo ou o paciente perdeu a consciência? Quando a lesão for causada por acidente automobilístico, é importante saber se o paciente estava com cinto de segurança, caso apresente perda de consciência característico de cada episódio, deve ser anotado. 6- Os sintomas manifestaram-se imediatamente? Geralmente dor óssea manifesta-se imediatamente, ao passo que a dor muscular ou ligamento pode manifestar-se imediatamente ou levar várias horas. 7- Quais são os locais e limite da dor? Solicite ao paciente que indique os locais da dor. Em uma lesão de raiz nervosa de C4, os sintomas não irradiam para o membro superior. A radiculoterapia cervical manifesta-se principalmente por meio de sintomas motores e sensoriais unilateral do membro superior, com fraqueza muscular (miótomos), alteração sensorial (dermátomo). A mielopatia cervical ou lesão medular espinhal, manifesta-se por fraqueza espástica, parestesia e uma possível incoordenação de um ou ambos os membros inferiores. 8- Existe alguma irradiação da dor? A dor é superficial? Penetrante? Em queimação? 9- A dor é afetada pelo riso? Pela tosse? Pelo espirro? Pelo esforço? 10- O paciente apresenta cefaleia? Qual sua frequência e intensidade? 11- O paciente apresenta dificuldade de marcha? Ele apresenta problema de equilíbrio? Tropeça ao andar? Anormalidade de nervos cranianos associadas à alteração da marcha, podem indicar disfunções neurológicas sistêmicas. 12- Quais atividades agravam o problema? Quais melhoram? Lesão da C3, C4 e C5, podem afetar o diafragma e consequentemente acometer a respiração. 13- O paciente apresenta sintomas nos membros inferiores? Uma afirmativa pode indicar um problema grave que acomete a medula espinhal. Os sintomas podem ser: dormência ou parestesia. Pode ser indicativo de mielopatia cervical. Inspeção: Para uma observação adequada, o paciente deve estar devidamente despido, contudo, o examinador também deve observa-lo ao entrar na sala e durante o processo de se despir. Deve ser analisado o desejo do paciente de se mover e o padrão do movimento apresentado. Frequentemente a expressão facial pode fornecer uma indicação da magnitude da dor que ele vem sentindo. O paciente pode permanecer sentado ou em pé, geralmente em pé é melhor, visto que a postura do corpo inteiro pode ser observada. Em geral, anormalidades em uma região acomete outra. Por exemplo, uma lordose lombar excessiva, pode acarretar a projeção da cabeça para a frente para compensar a deformidade lombar e manter o centro da gravidade do corpo na região cervical. Postura da cabeça e do pescoço: A cabeça está em linha mediana e o paciente apresenta uma curvatura lordótica normal (30%-40%). Essa curvatura em conjunto com outras curvaturas espinais na coluna inferior, proporciona a ela um mecanismo de absorção de choque e auxilia o corpo a manter seu Centro de gravidade. Observando- se de frente, o queixo deve estar alinhado com o esterno (manúbrio) e lateralmente as orelhas devem estar alinhadas com o ombro e a testa na vertical. Síndrome de Klippel-feil (fusão congênita de algumas vértebras cervicais, usualmente C3-C5. A habitual projeção da cabeça para frente pode ser decorrente do encurtamento adaptativos dos músculos occipitais. A flexão também pode desencadear fraqueza dos flexores do pescoço. Janda descreveu uma "síndrome cruzada superior" nessa síndrome os flexores profundos do pescoço são fracos, assim como os romboides, o serrátil anterior e frequentemente a porção inferior do trapézio. Níveis do ombro: Normalmente o ombro do lado dominante fica discretamente mais baixo do que o lado não dominante. Em uma lesão o lado lesionado pode eleva-se para fornecer proteção. O encurvamento dos ombros também causa protrusão das escapulas, rotação medial dos úmeros e contração das estruturas anteriores do ombro. Espasmo muscular: O paciente apresenta alguma atrofia do musculo deltoide (paralisia do nervo axilar). Expressão facial: O examinador deve observar as expressões faciais do paciente enquanto ele muda de posição, realiza diferentes movimentose explica o problema. Contornos ósseos e de tecidos moles: Quando a coluna cervical é lesada, a cabeça tende a se inclinar e rotar para longe da dor e inclinar a face para cima. Evidencia de isquemia em membro superior: O examinador deve observar qualquer alteração da coloração cutânea, ulceras. Postura sentada normal: O nariz deve estar alinhado ao processo acromial e ao ponto superior da crista ilíaca para alinhamento postural adequado. A curvatura normal da coluna cervical é do tipo lordótica. A dor referida de problemas como a espondilose tende a se manifestar no ombro e no membro superior e não no pescoço. Exame: O exame completo da coluna cervical deve ser realizado incluindo o pescoço e os membros superiores. Muito dos sintomas que aparecem em um membro superior origina-se no pescoço. Exceto quando houver histórico ou trauma de uma articulação periférica um exame de rastreamento dos membros superiores devem ser realizados para que o problema do pescoço possa ser descartado. Evidência de isquemia: A evidencia de isquemia é rara e decorre da doença tromboembólica associada a fibrilação atrial. Para se examina é observado qualquer alteração da coloração cutânea, úlceras ou distensão venosa. OBS: A postura sentada normal é a aquela em que a curvatura normal da coluna cervical é do tipo lordótica. A dor referida como espondilose tende a se manifestar no ombro e no membro superior e não no pescoço. Para a avaliação, o nariz deve estar alinhado ao manúbrio e ao processo xifoide do esterno e lateralmente ao lado da orelha, ao processo acromial e ao ponto superior da crista ilíaca. OBS: O exame completo da coluna cervical deve incluir o pescoço e ambos os membros superiores. Muitos dos sintomas que aparecem em um membro superior, origina-se no pescoço, exceto quando houver histórico de trauma. Palpação: Face Posterior: • Protuberância Occipital Externa; • Processos espinhosos e processos articulares das vértebras cervicais; • Processo mastóideo. Face Lateral: • Processos transversos das vértebras cervicais; • Artic. Temporomandibulares, mandíbula. Face Anterior: • 3 primeiras costelas; • Fossa supraclavicular. Mobilidade dos Segmentos: Se forem identificadas limitações na amplitude de movimento articular, deverá ser realizado um teste goniométrico específico para se obter um quadro das restrições, estabilização e registro das limitações. A avaliação musculoesquelética a partir dos movimentos ativos, a amplitude de movimento disponível na coluna cervical é o resultado de muitos fatores, como: a flexibilidade dos discos intervertebrais, a forma e a inclinação dos processos articulares das facetarias, a frouxidão dos ligamentos e das capsulas articulares. Os primeiros movimentos a serem realizados na coluna são os ativos, o paciente se encontra sentado e nessa fase a amplitude é observada em toda coluna, não apenas em um nível. Sendo assim, o movimento combinado permite maior mobilidade a cervical e mais firmeza ao tronco. Movimentos ativos: Os movimentos ativos realizados pela coluna são: flexão, extensão, flexão lateral direita e esquerda (movimentos combinados, movimentos repetitivos, posição sentada quando necessário). O examinador deve observar a presença de limitações de movimento e de possíveis causas de dor ou bloqueio enquanto o paciente realiza os movimentos ativos. Após isso uma hiperpressão passiva pode ser aplicada cuidadosamente, isto se o movimento parecer completo e isento a dor. Nesse momento a hiperpressão ajuda o examinador a diferenciar a amplitude final fisiológica (ativa) e a anatômica (passiva). O cuidado do examinador ao se aplicar uma hiperpressão à rotação, ou flexão lateral e extensão é de extrema importância, pois nesse momento a artéria vertebral está comprometida, podendo diminuir a irrigação sanguínea cerebral. Esses movimentos podem ser divididos em duas partes: aqueles que testam a coluna cervical superior (C0-C2) e os que envolve o restante da cervical (C2-C7). Na flexão é solicitado ao paciente que realize movimentos de concordância ou encoste o queixos no pomo de adão, isso para o movimento de flexão na região superior da coluna cervical, normalmente é indolor, com sintomas positivos. Exemplos: formigamentos nos pés, sensação de choque elétrico no pescoço (sinal de Lhesmilte). Enquanto o paciente flexiona a cabeça em movimento de concordância, o paciente pode palpar o movimento relativo entre o processo mastoideo e o transverso da c1, comprando a hiper ou hipomobilidade de cada lado. Na extensão, o paciente eleva o queixo sem mover o pescoço, o examinador pode elevar o occipício ao mesmo tempo no caso de surgirem sintomas graves (exemplo: formigamentos nos pés, perda de equilíbrio e desmaio). É possível a presença de compressão da medula espinal. A extensão ou flexão da coluna para trás é limitada a 70%. Na Flexão lateral, o examinador pede que o paciente realize o movimento. Pode-se palpar os processos transversos adjacentes no lado convexo para determinar o movimento relativo de cada nível. O examinador observa se a orelha se move em direção ao ombro e não ao contrário. A Rotação é de 70° a 90°, tanto para a direita quanto para a esquerda. E o queixo não chega a atingir o plano do ombro. OBS: Flexão lateral craniocervical: A função principal do reto lateral da cabeça é flexionar lateralmente essa articulação. A rotação e a flexão lateral sempre ocorrem juntas (movimento acoplado), mas não necessariamente na mesma direção, a maior parte da rotação ocorre entre a C1 e a C2. Se o paciente pode realizar um movimento de rotação de 40° a 50°, é improvável que a articulação C1-C2 esteja acometida. Entretanto, caso a flexão lateral ocorra precocemente para realizar o movimento completo, provavelmente a articulação C1-C2 está envolvida. Movimentos passivos: A amplitude de movimentos passivos com o paciente em decúbito dorsal, é normalmente maior que a amplitude de movimento ativo e passivo em sedestração. Por exemplo, em sedestração, a flexão lateral ativa é de aproximadamente 45°, ao passo que em decúbito dorsal, a flexão lateral passiva é de 75° a 80° e o examinador frequentemente é capaz de levar do paciente até o ombro. Esse aumento de amplitude no decúbito dorsal e decorrente ao relaxamento dos músculos que na posição sentada procuram manter a cabeça elevada atuando contra a força da gravidade. O movimento em cada segmento durante a flexão e rotação lateral pode ser detectado por meio da palpação dos processos transversos adjacente em cada lado, enquanto ele é realizado. Para testar a rotação entre o occipício e a C1, o examinador segurará a cabeça do paciente e palpa os processos transversos da C1. Para testar a rotação em C1 e C2, o examinador se posiciona em pé ao lado do paciente que está em sedestração e realiza uma flexão lateral da cabeça e pescoço do paciente, em seguida rotaciona para o lado oposto. Para o teste de flexão-rotação o paciente fica em decúbito dorsal, enquanto o examinador flexionao pescoço completamente, mantendo esta posição, rota a cabeça passivamente o mais distante possível dentro dos limites de conforto. Hall e Robson relatam uma restrição significativa na rotação em pacientes que se queixem de cefaleia cervicogênita, indicando disfunção segmentar da C1-C2. A posição quadrante consiste na extensão, na flexão lateral, na rotação em amplitude máxima, uma posição que aumenta a vulnerabilidade. Dos tecidos anteriores, posteriores e laterais do pescoço, incluindo a artéria vertebral. Quando uma hiperpressão é aplicada na posição quadrante e há manifestação de sintomas, é grande a possibilidade de enfermidade da raiz nervosa (sinais radiculares) ou envolvimento da artéria vertebral (tontura, náusea). Além dos movimentos passivos de toda a coluna cervical, movimentos fisiológicos entre cada par de vertebras podem ser realizados. Eles são denominados movimentos intervertebrais fisiológicos passivos (MIFPs). Movimentos passivos da coluna cervical. • Flexão (distensão tissular); • Extensão (distensão tissular); • Flexão lateral direita e esquerda (distensão tissular); • Rotação direita e esquerda (distensão tissular). Movimentos isométricos resistidos: Para o examinador, é melhor colocar o paciente em posição de repouso e a seguir dizer “não me deixe move-lo” em vez de dizer “contraia o músculos o máximo possível”. Dessa maneira o examinador garante que o movimento seja ao mais isométrico possível e que seja mínima a quantidade de movimento. O examinador deve garantir que esses movimentos sejam realizados com a coluna cervical na posição neutra e que os movimentos dolorosos sejam realizados por último. Quando existir suspeita de uma lesão neurológica, o examinador deve avaliar cuidadosamente a fraqueza muscular para determinar quais estruturas foram lesadas. No caso de uma neuropraxia ou uma axonotmese grave, o paciente pode apresentar fraqueza residual, apesar de a atrofia muscular não ser evidente. OBS: Ao efetuar os movimentos isométricos resistidos, o examinador testa também os miótomos cervicais. • Flexão do pescoço: C1-C2. Flexão lateral do pescoço: C3 e NCXI • Elevação do ombro: C4 e NCXI • Abdução do ombro/rotação lateral do ombro: C5 • Flexão do cotovelo e/ou extensão do punho: C6 • Extensão do cotovelo ou flexão de punho: C7 • Extensão do polegar ou desvio ulnar: C8 Articulação periférica: Após o termino dos movimentos isométricos resistidos e avaliação dos miótomos cervicais para a coluna cervical, as articulações periféricas devem ser rapidamente examinadas para descartar patologias óbvias nas extremidades e para se observar regiões que possam necessitar de uma avaliação mais detalhada. As seguintes articulações devem ser examinadas bilateralmente: Articulações temporomandibulares: O examinador verifica o movimento das articulações colocando os dedos indicador ou mínimo nas orelhas do paciente. A polpa do dedo é posicionada para a frente, para sentir a igualdade do movimento e para detectar a presença de estalido ou rangido, além de assegurar que as orelhas estão desobstruídas. A presença de dor ou sensibilidade, especialmente durante o fechamento da mandíbula indica capsulite posterior. Quando o paciente abre a boca, os côndilos normalmente movem-se para a frente. Para abrir a boca completamente, os côndilos devem realizar movimentos de rotação e de translação igual e bilateralmente. Quando isso não acontece a abertura da boa fica limitada ou o desvio da mandíbula ocorre. Cíngulo do membro superior: o examinador examina rapidamente esse complexo de articulações (glenoumeral, acromioclavicular, esternoclavicular e articulação escápulo-torácica) solicitando ao paciente que ele realize a elevação ativa de cada membro superior em abdução, seguida pela elevação ativa em flexão anterior e a elevação ao longo do plano da escápula. Além disso o examinador testa rapidamente a rotação medial e lateral de cada ombro com o membro superior na lateral do corpo abduzido a 90°. Articulação do cotovelo: as articulações do cotovelo são movidas ativamente realizando flexão, extensão, supinação e pronação. Qualquer restrição de movimento ou sinais e sintomas anormais devem ser anotados Punho e mão: O paciente realiza ativamente movimentos de flexão, extensão, desvio ulnar e radial do punho. Para os polegares e demais quirodáctilos, são realizados movimentos ativos (flexão, extensão, abdução, adução e oposição). Essas ações podem ser realizadas solicitando-se ao paciente que cerre o punho e, a seguir, abra a mão com os dedos bem afastados. Goniometria: Método para medir os ângulos articulares do corpo, é utilizado pelos fisioterapeutas para quantificar a limitação dos ângulos articulares, decidir a intervenção fisioterapêutica mais adequada e, ainda documentar a eficácia da intervenção. Informações dos dados goniométricos: • Determinar a presença ou não de disfunção; • Estabelecer um diagnóstico; • Estabelecer os objetivos do tratamento; • Direcionar a fabricação de órteses; • Avaliar a melhora ou recuperação funcional; • Modificar o tratamento; • Realizar pesquisas que envolvam a recuperação de limitações articulares. Amplitude Articular: • Flexão da Coluna Cervical: - Ocorre no plano Sagital. - Amplitude articular: 0°-65° (Marques, 2003) e 0°-80/90° (Magee, 2002). Precauções: - Evitar a flexão de tronco; - Evitar a rotação e flexão lateral da coluna cervical; • Extensão da Coluna Cervical: - Ocorre no plano sagital. - Amplitude articular: 0°-50° (Marques, 2003) e 0°-70° (Magee, 2002). Precauções: - Evitar a extensão de tronco; - Evitar a flexão lateral e rotação da coluna cervical. • Flexão Lateral da Coluna Cervical: - Ocorre no plano frontal. - Amplitude articular: 0°-40° (Marques,2003), 0°-20/45° (Magee, 2002). Precauções: - Evitar a flexão, extensão e rotação de tronco; - Evitar a evitar a elevação do ombro no lado testado. • Rotação da Coluna Cervical: - Ocorre no plano transversal. - Amplitude articular: 0°-55° (Marques, 2003), 0°-70/90° (Magee, 2002). Precauções: - Evitar a rotação do tronco; - Evitar a flexão, a extensão e a flexão lateral do tronco. Testes clínicos: • SINAL DE BAKODY (Avaliação para compressão da raiz nervosa cervical): Em sedestração, o paciente põe ativamente a palma da mão da extremidade afetada em cima da cabeça, elevando o cotovelo a uma altura próxima ao nível da cabeça. O sinal é positivo quando a dor irradiada diminui ou desaparece. • SINAL DE BARRE-LIEOU (Avaliação para síndrome da artéria vertebral): Paciente em sedestração, é instruído a rodar lentamente a cabeça de um lado a outro. O teste é positivo se for relatado: vertigem; tontura; perturbações visuais; sincope e nistagmo. • SINAL DE BIKELE (Avaliação para neurite e meningite do plexo braquial): Com o braço mantido para cima e para trás, cotovelo completamente flexionado, o paciente estende o cotovelo. O teste é positivo se o movimento encontrar resistência e aumentar a dor radicular a partir da região cervicodorsal. • TESTE DE TENSÃO DO PLEXO BRAQUIAL (Avaliação para síndrome ou compressão da raiznervosa cervical - C5): O examinador eleva os ombros do paciente por meio da abdução. Os cotovelos são estendidos a um ponto antes do início da dor e são mantidos nessa posição. Os ombros são rodados externamente até o ponto que antecede a dor e são mantidos nessa posição. O examinador suporta os ombros e o antebraço nessa posição, enquanto o paciente flexiona os cotovelos. O teste é positivo se houver reprodução da dor. • SINAL DE DEJERINE (Avaliação para disco intervertebral herniado ou protuso; Tumor da medula espinal ou fratura por compressão espinal da coluna cervical): O examinador pede para que o paciente espirre ou tussa. O sinal é positivo se houver reprodução de sintomas radiculares. • TESTE DE DEKLEYN (Avaliação para síndrome da artéria vertebral): Paciente em decúbito dorsal com a cabeça para fora da maca, o examinador instrui que ele realize uma hiperextensão e rotação da cabeça, e mantenha essa posição por 15 a 45 segundos. O teste é positivo se for relatado: vertigem; visão turva; náusea; sincope e nistagmo. • TESTE DA DISTRAÇÃO CERVICAL (Avaliação para compressão da raiz nervosa cervical; Invasão foraminal intervertebral; Capsulite das facetas.): Paciente em sedestração, o examinador exerce pressão para cima sobre a cabeça do paciente. Dor generalizada, aumentada, indica espasmo muscular. Alivio da dor indica invasão foraminal intervertebral ou capsulite facetaria. • TESTE DA COMPRESSÃO FORAMINAL (Avaliação para invasão sobre raiz nervosa cervical): Paciente em sedestração, o examinador roda o pescoço do paciente enquanto exerce forte pressão para baixo sobre a cabeça. Dor localizada indica invasão foraminal. Dor radicular indica pressão sobre a raiz nervosa. • MANOBRA DE HALLPIKE (Avaliação para insuficiência arterial vertebrobasilar): Paciente em decúbito dorsal, com a cabeça estendida para fora da maca, o examinador oferece suporte para o peso do crânio, em seguida traz a cabeça para a posição de extensão, rotação e flexão lateral. De 15 a 45 segundos Os olhos devem estar abertos para que seja observado nistagmo e outros sinais neurovasculares. Em uma manobra final, a cabeça do paciente é deixada livro em extensão extrema para for ada maca. O teste é positivo se for relatado; vertigem, visão turva, náusea, síncope e nistagmo. • TESTE DE HAUTANT (Avaliação para síndrome da artéria vertebral): Em sedestração, o paciente estende os braços para frente com as palmas para cima, com os olhos fechados, estende e roda a cabeça para os lados. O teste é positivo se for apresentado: deriva dos braços; vertigem; visão turva, náusea, síncope e nistagmo. • TESTE DE COMPRESSÃO DE JACKSON (Avaliação para compressão da raiz nervosa cervical, resultante de uma lesão ocupante de espaço; Subluxação; Edema inflamatório; Exostose de doença articular degenerativa; Tumor ou hérnia de disco intervertebral): Paciente em sedestração, roda a cabeça de um lado a outro. A cabeça é flexionada passivamente n uma tentativa de aproxima a orelha do ombro, a posição é mantida e é exercida uma pressão para baixo sobre a cabeça. O sinal é positivo se houver exacerbação da dor local ou radicular. • TESTE DE LHERMITTE (Avaliação para mielopatia da coluna cervical): Paciente em sedestração e tem a cabeça flexionada passivamente. O teste é positivo se apresentar dor afiada irradiando-se pela coluna e pata os membros superiores ou inferiores. • TESTE DA COMPRESSÃO CERVICAL MÁXIMA (Avaliação para síndrome da raiz nervosa cervical): Paciente em sedestração, é instruído a aproximar o queixo do ombro e estender o pescoço. Dor no lado côncavo indica comprometimento da raiz nervosa ou faceta. Dor no lado convexo indica distensão muscular. • TESTE DE NAFFZIGER (Avaliação para massa ocupante de espaço na coluna ou no canal vertebral cervical): Paciente em sedestração, o examinador mantem pressão digital sobre as veias jugulares durante 30 a 40 segundos. Em seguida o paciente é instruído a tossir profundamente. Dor ao longo da distribuição da um nervo pode indicar compressão da raiz nervosa. • MANOBRA DE O’DONOGHUE (Avaliação para distensão muscular cervical (isométrica) e entorse ligamentar cervical): Com o paciente em sedestração, a coluna cervical é movida ativamente por meio da amplitude de movimento resistido, e a seguir por meio da amplitude passiva de movimento. Dor durante amplitude de movimento resistido, ou perante contração isométrica, indica distensão muscular. Dor durante amplitude passiva de movimento, indica entorse ligamentar. • SINAL DE RUST (Avaliação para entorse grave da coluna cervical; Artrite reumatoide cervical superior; Fratura da coluna cervical superior e subluxação grave da coluna cervical superior): Pede para que o paciente se deite e levante, se espontaneamente segurar a cabeça com as mãos, representa um sinal positivo para entorse grave, artrite reumatoide, fratura ou subluxação grave. • TESTE DA DEPRESSÃO DO OMBRO (Avaliação para aderência da manga dural cervical (raiz nervosa) e capsulite adesiva do ombro): Com o paciente em sedestração, o examinador deprime o ombro do paciente no lado afetado e flexiona lateralmente a coluna cervical afastando-a desse ombro. • SINAL DE SOTO-HALL (Avaliação para subluxação da coluna cervical; Exostoses; Lesão do disco intervertebral; Distensão muscular; Entorse ligamentar; Fratura vertebral ou irritação meníngea (febril)): Paciente em decúbito dorsal, o examinador por uma mão sobre o esterno do paciente e exerce leve pressão de tal modo que não haja flexão na coluna torácica e lombar, então põe a outra mão embaixo do occipício do paciente e flexiona a cabeça na direção do tórax. Teste é positivo se houver dor local observável. • TESTE DA PERCUSSÃO DA COLUNA (Avaliação para lesão óssea ou de tecidos moles): Paciente em sedestração, o examinador flexiona ligeiramente a cabeça, e percute os processos espinhosos e musculatura associada a cada uma das vertebras cervicais com um martelo neurológico de reflexos. Dor localizada indica possível vértebra fraturada. Dor radicular indicia possível lesão discal. • TESTE DE SPURLING (Avaliação para síndrome de compressão de raiz nervos cervical): Paciente em sedestração, o examinador põe uma mão em cima da cabeça do paciente e aumenta gradualmente a pressão para baixo. Pressão também pode ser aplicada com a cabeça flexionada lateralmente para os lados e estendida. Teste é positivo se houver dor ou parestesia. • TESTE DA DEGLUTIÇÃO (Avaliação para massa ocupante de espaço; Entorse ligamentar; Distensão muscular; Fratura; Lesão do disco intervertebral; Tumor ou osteófito da parte anterior da coluna cervical.): Paciente em sedestração, é instruído a deglutir. Teste é positivo na presença de dor ou dificuldade de deglutição. • TESTE DE UNDERBURRG (Avaliação para síndrome arterial vertebrobasilar): Paciente em ortostase, é instruído a estender os braços para frente, supinar as mãos e fechar os olhos. O paciente marcha no mesmo lugar, estendee roda a cabeça, enquanto continua a marcha. Sinal positivo se houver perda de equilíbrio, deixar cair os braços, e a pronação das mãos. • MANOBRA DE VALSALVA (Avaliação para lesão ocupante de espaço; Tumor; Hérnia de disco intervertebral ou osteófitos): O paciente inspira profundamente e prende o a, enquanto faz força abdominalmente. Um teste positivo é indicado por dor aumentada causada pela pressão intratecal aumentada. • MANOBRA FUNCIONAL ARTERIAL VERTEBROBASILAR (Avaliação para esternose ou compressão das artérias vertebral, basilar ou carótida): Com o paciente em sedestração, o examinador palpa a s artérias carótidas e subclávia e ausculta para a presença de pulsões e sopros. Se não obtiver respostas, o paciente é instruído a rodar e hiperestender a cabeça para um lado e para o outro. O teste é positivo se houver pulsões ou sopros, em qualquer das manobras.
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