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CONFORTO AMBIENTAL SEMINÁRIOS INTEGRADOS PROFESSORA: Andréa Dall’ Olio ALUNAS: Aurikênia Bezerra Débora Gurgel Gércica Setúbal Afinal, quando surgiu a preocupação com o conforto ambiental? Hugo Segawa diz que conforto ambiental como disciplina científica em arquitetura tem origem difusa na história ● Colonialismo ● Salubrismo Colonialismo Hipócrates “estabelecia uma relação entre as alterações do clima e as mudanças bruscas de um lado, e os vários temperamentos e qualidades fisiológicas dos homens” (GERBI, 1996, passim.) Colonialismo “Há motivos para pensar que todas as nações que vivem para além dos círculos polares ou entre os trópicos sejam inferiores ao resto da espécie” - David Hume (1711-1776) “Pode-se fazer sobre as nações do Novo mundo uma reflexão [...][de] que os povos afastados dos trópicos sempre foram invencíveis, enquanto os povos mais próximos dos trópicos foram quase todos submetidos a monarcas” - Voltaire (1694-1778) Montesquieu (1689-1755) “que admitia uma predisposição natural para escravatura nos países cálidos e admirava a liberdade prosperar no frio e no gelo” (GERBI, 1996. p. 45, 49, 73). Colonialismo Teses como estas, de determinismo geográfico ou climático, declinaram para interpretações racistas, estabelecendo uma etnoclimatologia firmando uma fronteira entre clima e civilização Civilização que... Colonialismo No contexto do colonialismo do século 19, teve os trópicos como fator integrante do processo civilizatório e de dominação das potências européias. Em 1882 publicava-se uma obra que pode ser considerada o primeiro manual de conforto ambiental, de H. Dessoliers Página de rosto do livro: DESSOLIERS, H. De L'habitation dans les pays chauds: contribution à l’art de l'acclimatation. Alger, Imprimerie P. Bienvenu, 1882 Colonialismo Dizia, que além de tornar os locais de implantação habitáveis, também era necessário modificar as condições térmicas e higrométricas das habitações. Figuras do livro: DESSOLIERS, H. De L'habitation dans les pays chauds: contribution à l’art de l'acclimatation. Alger, Imprimerie P. Bienvenu, 1882 Salubrismo No século 19 a consciência do ambiente como uma totalidade ampla e complexa ganha força com o desenvolvimento da medicina de inspiração científica surgida com a Revolução Francesa Michel Foucault definiu que salubridade “não é a mesma coisa que saúde, e sim o estado das coisas, do meio e seus elementos constitutivos, que permitem a melhor saúde possível.” No final do século 19 e até a terceira década do século seguinte, a ventilação e a insolação – nem sempre numa perspectiva conjunta – estarão fundamentalmente relacionados com a salubridade. Salubrismo - ventilação e doenças A (possivelmente) primeira publicação editada no Brasil, em 1878, voltada à questão da ventilação, seu autor, Luiz Schreiner (1838-92), engenheiro-arquiteto formado na Real Academia de Belas-Artes de Berlim e ativo no Rio de Janeiro Página de rosto e início do livro: SCHREINER, Luiz. Estudos sobre ventilação em geral e na sua applicação (...). Rio de Janeiro, Typ. De Leuzinger, 1878 Salubrismo - ventilação e doenças Para Schreiner ventilar significava trazer a doença. A corrente de ar era vetor de insalubridade, portador dos misteriosos miasmas. Gráficos do livro: SCHREINER, Luiz. Estudos sobre ventilação em geral e na sua applicação (...). Rio de Janeiro, Typ. De Leuzinger, 1878 Gráficos do livro: SCHREINER, Luiz. Estudos sobre ventilação em geral e na sua applicação (...). Rio de Janeiro, Typ. De Leuzinger, 1878 Salubrismo - ventilação e doenças O fim da ventilação é afastar o ar viciado e introduzir em seu lugar ar fresco, e nos anos de 1910 a teoria dos miasmas era letra morta. No entanto, prevalecia a regra da "cubação de ar" nos códigos sanitários Planta e corte da construção de um cômodo experimental para os estudos de conforto térmico e luminoso - Cidade Universitária, ao lado vista experimental Salubrismo - ventilação e doenças O fim da ventilação é afastar o ar viciado e introduzir em seu lugar ar fresco, e nos anos de 1910 a teoria dos miasmas era letra morta. No entanto, prevalecia a regra da "cubação de ar" nos códigos sanitários, previsão de consumo de ar por um certo número de ocupantes Estudo de conforto para a Cidade Universitária e estudo de iluminamento para janela Salubrismo - ventilação e doenças Sobre permanência nos ambientes na segunda década do século 20: ● Cubação elevada, para armazenar maior volume de ar ● Pé-direito alto ● Área qualquer, desde que se tenha pé-direito alto Corpo clínico do Hospital Nacional de Alienados, no Rio de Janeiro Salubrismo - ventilação e doenças Sobre permanência nos ambientes na segunda década do século 20: ● Cubação elevada, para armazenar maior volume de ar ● Pé-direito alto ● Área qualquer, desde que se tenha pé-direito alto Corpo clínico do Hospital Nacional de Alienados, no Rio de Janeiro Salubrismo - buscando o sol Em 1904, o sol se torna um protagonista do salubrismo, quando o engenheiro Victor da Silva Freire defende a orientação dos prédios assegurando insolação de 3 a 4 horas por dia. Defendiam os derivados poderes bactericidas da osculação solar como norteadora dos códigos sanitários e de obra, impondo orientações, aberturas. Diagrama de insolação e projeção de sombras em dois momentos (ALBUQUERQUE, 1916) - Diagrama apresentado no final dos anos 1930, no anteprojeto do Hospital das Clínicas de Niterói, de Raphael Galvão - Solstício de Inverno Salubrismo - arquitetura exótica A reivindicação por uma coerência entre uma arquitetura apropriada segundo o clima com o meio ganha força na segunda década do século 20, com o emergir de discursos nacionalistas, na origem do movimento conservador que se chamou de arquitetura neocolonial no Brasil entre os anos 1920 e 1930 Salubrismo - evitando o sol A partir da preocupação com um conforto direcionado ao clima brasileiro em diferentes regiões do país, surgiu a postura "anti-solar", se assim podemos chamar, consolidava-se nos anos 1940. O engenheiro carioca Paulo Sá foi pioneiro de questões de conforto térmico Faculdade Nacional de Arquitetura, UFRJ, arquiteto Jorge Machado Moreira, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, 1957 Foto Hugo Segawa Conforto ambiental Carta Solar FATORES ● Latitude x Longitude; ● Sol; ● Movimentação da Terra: Rotação, Translação; ● Inclinação da Terra; ● ● Solstício: 21/06 e 21/12 (verão e inverno); ● Equinócio: 21/03 e 21/09 (primavera e outono). Carta Solar ● Aqui no hemisfério Sul, a face norte é a que recebe maior incidência de sol, e a face sul é a que recebe menos sol, a face leste recebe o sol da manhã e a oeste o sol da tarde; ANALEMA ● Termo usado para identificar a posição do sol num determinado lugar, marcada a mesma hora em dias sucessivos, ao longo de um ciclo anual, que acabam formando um 8. Elementos de proteção solar ALPENDRE Elementos de proteção solar E. E. UNIÃO DE VILANOVA III E IV - HEREÑÚ & FERRONI ARQUITETOS COBOGÓ Elementos de proteção solar TOLDOS Elementos de proteção solar CORTINAS Elementos de proteção solar BRISE - vertical x horizontal Parc de Recerca Biomèdica de Barcelona (PRBB) / PINEARQ + Brullet-De Luna Arquitectes Campus Universitário e Parque Científico-Tecnológico / CANVAS Arquitectos Elementos de proteção solar FASANO LAS PIEDRAS BANGALÔS - ISAY WEINFELDPERGOLADO EM MADEIRA PINUS, Josep Ferrando e Diego Baloian PÉRGOLAS Elementos de proteçãosolar MARQUISE Auditório do Parque Ibirapuera - Oscar Niemeyer Westside Natatorium - MARC FORNES / THEVERYMANY Zoneamento bioclimático Zoneamento bioclimático Zoneamento bioclimático Efeito estufa Pavilhão na Expo Milão 2015 Radiação: absorção x emissão Condução Evaporação e condensação SEBRAE REGIONAL SUDOESTE GIL CARLOS DE CAMILLO ARQUITETURA SHENZHEN C FUTURE CITY EXPERIENCE CENTER CCD (CHENG CHUNG DESIGN) Sombreamento Recortes Volumes Beirais Elementos vazados Transmitância térmica Ventilação VENTILAÇÃO NATURAL CRUZADA VENTILAÇÃO NATURAL INDUZIDA EFEITO CHAMINÉ Casa Lee, Studio MK27 Hospital da rede Sarah Kubitschek em Salvador O domo do Novo Parlamento Alemão, Reichstag, Norman Foster Ventilação: RESFRIAMENTO EVAPORATIVO DIRETO Palácio da Assembleia de Chandigarh, índia,Le Corbusier Palácio da Alvorada, Brasília, Oscar Niemeyer Ventilação: RESFRIAMENTO EVAPORATIVO INDIRETO Centro Educativo Burle Marx, Inhotim,Brumadinho – MG,Alexandre Brasil e Paula Zasnicoff Casa com teto verde, Projeto de Mauricio Queiroz EVAPOTRANSPIRAÇÃOEVAPORAÇÃO Ventilação BARREIRAS E RECORTES Ar condicionado EFICIÊNCIA Menor volume de ar e menores aberturas Evitar troca de massas de ar com diferentes temperaturas. O projeto deve tentar atingir a situação em que o interior não varie sua temperatura de acordo com o exterior. Quanto mais protegida do calor e em local com ventilação adequada, mais eficiente será o sistema. Ar condicionado TIPOS: VANTAGENS E DESVANTAGENS Janeleiros Splits Cassete Ar condicionado TIPOS: VANTAGENS E DESVANTAGENS Unidades de gabinete (self-contained) Centrais de ar Chiller e Fancoil Conforto luminoso luz iluminação natural: Faixa de Luz visível: comprimento de onda entre 380nm – 740nm e frequência 790THz – 405THz. Conforto luminoso luz iluminação natural: iluminação zenital sheds lanternim Conforto luminoso luz Cor Luz: • Ela é a própria cor. • Sistema aditivo • Formada pela adição de 3 cores • Primárias: vermelho, verde e azul (sistema RGB) EX: Luz Solar, monitor de computador, Lâmpada fluorescente. Greenpix-China Conforto luminoso luz Cor Pigmento: a luz que refletida pelo objeto faz com que percebamos este estímulo de cor. • Substâncias sintéticas • Quatro cores primárias (ciano, magenta, amarelo, preto) • Sistema subtrativo (Sistema CMYK) Conforto luminoso NBR 8995-1 A Norma nos fornece o nível de iluminância necessário para cada tipo de atividade A norma aborda Temas como o controle de ofuscamento (UGrl), IRC (índice de reprodução de cor - Ra), Temperatura de Cor, manutenção das lâmpadas e luminárias. Conforto luminoso Temperatura de Cor Correlata Expressa a aparência de cor da luz emitida pela fonte de luz. Quanto mais alta a temperatura de cor, mais clara é a tonalidade de cor da luz Unidade: K (Kelvin)0 K°= -273°C . Conforto luminoso Índice de Reprodução de Cores (IRC) Este índice quantifica a fidelidade com que as cores são reproduzidas sob uma determinada fonte de luz em comparação a luz natural (radiação solar). . Conforto luminoso Iluminância: Medida da quantidade de luz incidente sobre uma superfície, por unidade de área. Mais importante característica da iluminação. Unidade: Lx (Lux) ou Lm/m2 (Lumen /metro quadrado) . Conforto luminoso Luminância: Unidade física que representa o nível de luz Refletida em uma superfície. Unidade: cd/m2 (Candela por metro quadrado) . Conforto luminoso SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL DIRETO INDIRETO DIRETO-INDIRETO ACÚSTICA O Som A PROPAGAÇÃO DO SOM: variação periódica em forma de ondas. Tem as seguintes características: • Frequência • Amplitude • Comprimento de Onda ACÚSTICA O Ruído som indesejável (conceito subjetivo). ACÚSTICA O Ruído som indesejável (conceito subjetivo). ACÚSTICA Propriedades das Ondas Sonoras 1. Absorção 2. Reflexão 3. Refração 4. Difração 5. Ressonância 6. Reverberação 7. Eco ACÚSTICA O início da Acústica na Arquitetura A acústica aparece na arquitetura desde a Antiguidade, com os teatros ao ar livre dos gregos e romanos Teatro Grego • Palco Religioso com cultos, danças e rituais. • Palco para representações • Geralmente inseridos em topografia acidentada. Com o Teatro Romano, aprendemos sobre: • Reforço sonoro pelo aumento das superfícies verticais na edificação. Teatro de Herodion (Atenas, Grécia) ACÚSTICA Tratamento acústico Absorvente acústico: EX: Estúdio musical, auditórios, cinemas.. Refletores acústicos:Forros de gesso, cerâmicas, pedras, fibra de vidro + gesso Isolante acústico:Paredes dry-wall com lã de vidro no seu interior. Bibliografia https://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/comparativo-termico-parede-de-tijolos-ceramicos-x-blocos-de-concreto.html http://www.gazetainformativa.com.br/a-importancia-da-orientacao-solar-na-arquitetura/ http://www.iarq.com.br/brises-soleils/ https://www.archdaily.com.br/br/886541/ventilacao-cruzada-efeito-chamine-entenda-alguns-conceitos-de-ventilacao-natural http://projeteee.mma.gov.br/implementacao/agua-na-cobertura/?cod=re https://www.arcoweb.com.br/finestra/tecnologia/conforto-ambiental-conforto-termico-01-02-2004 SOUZA, Léa et alli. Bê-a-Bá da Acústica Arquitetônica, EdUFSCar, SP, 2011 CARVALHO, Régio Paniago. Acústica Arquitetônica, Ed. Thesaurus,2a Ed, Brasília, 2010. http://www.aulas-fisica-quimica.com/8f_07.html http://www.sobiologia.com.br/conteudos/oitava_serie/Ondas6.php Clave de Sol Notas sobre a história do conforto ambiental Hugo Segawa https://www.arcoweb.com.br/finestra/tecnologia/conforto-ambiental-conforto-termico-01-02-2004
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