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1 
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO PARANÁ 
30º CURSO DE PREPARAÇÃO À MAGISTRATURA 
NÚCLEO LONDRINA 
 
 
 
 
 
ALESSANDRA CAMPOS DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 POLIAMOR: UM NOVO CONCEITO DE UNIÃO ESTAVÉL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LONDRINA 
 
 2018 
 
 
 
 
 2 
 ALESSANDRA CAMPOS DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 POLIAMOR: UM NOVO CONCEITO DE UNIÃO ESTÁVEL. 
 
 
 
Monografia apresentada como requisito parcial 
para conclusão do Curso de Preparação à 
Magistratura em nível de Especialização. 
Escola da Magistratura do Paraná. 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Mauro Henrique Veltrini 
Ticianelli 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LONDRINA 
2018 
 
 3 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 
 
 
 
ALESSANDRA CAMPOS DE ARAUJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 POLIAMOR: UM NOVO CONCEITO DE UNIÃO ESTÁVEL. 
 
 
Monografia aprovada como requisito parcial para conclusão do Curso de 
Preparação à Magistratura em nível de Especialização, Escola da Magistratura do 
Paraná, Núcleo de Londrina, pela seguinte banca examinadora. 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Mauro Henrique Veltrini Ticianelli 
 
 
Avaliador: _____________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
Londrina, de de 2018. 
 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a todos meus mestres, por todo o amor e dedicação a 
ciência do Direito. E ao grande amigo Flavio Pauka, que deixou muitas saudades. 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente a Deus por esta oportunidade maravilhosa que me proporcionou. 
Aos meus familiares, principalmente aos meus pais, filhas e minha neta Laura, 
que são minhas verdadeiras motivações para esta conquista, em meio a tantas 
dificuldades, mas sempre buscando as forças necessárias para prosseguir com 
meus estudos que tanto amo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
“Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar”. 
 Carlos Drummond de Andrade. 
 
 
 
 
 
“Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”. 
 Albert Einstein. 
 
 
 
 
“A democracia é uma constituição agradável, anárquica e variada, distribuidora 
de igualdade indiferentemente a iguais e a desiguais” 
 . 
 Platão. 
 7 
 RESUMO 
 
 
O objetivo desta pesquisa é conhecer as relações poliamoristas, descobrir a 
diferença entre as diversas famílias, reconhecidas pelo direito de família. Verificar 
a possibilidade do reconhecimento da união estável aos poliamoristas, já 
existentes no Brasil e que tem gerado grande discussão. Diante da evolução da 
sociedade o direito de família se transformou progressivamente dentro do direito 
privado. A família tem um histórico de grandes mudanças dentro da nossa 
constituição. Em 1.988 com o artigo 226, foi o começo do processo evolutivo no 
conceito e classificação da família, seus requisitos de afetividade, estabilidade, 
ostensibilidade, abrindo espaço para outras entidades de família, como o 
poliamor. A pesquisa abordará princípios constitucionais basilares do Direito de 
família. O método utilizado será dedutivo, para o desenvolvimento desta pesquisa 
através de livros didáticos, revistas jurídicas, artigos científicos, jurisprudência, 
legislação, publicações via internet. Como se observa, a família tem sua proteção 
e o objetivo geral é pesquisá-las, e as colocá-las em conhecimento público. 
 
 
 
Palavras-chave: Princípios Constitucionais – Família – União Estável - poliamor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 Abstract 
 
The objective of this research is to know the polyamor relations, to discover the 
difference between the different families, recognized by the family law. To verify 
the possibility of the recognition of the stable union to the polyamorists, already 
existing in Brazil and that has generated great discussion. Faced with the 
evolution of society, family law has gradually been transformed into private law. 
The family has a history of major changes within our constitution. In 1988 with 
article 226, it was the beginning of the evolutionary process in the concept and 
classification of the family, its requirements of affectivity, stability, ostensibility, 
opening space for other family entities, such as polyamory. The research will 
address basic constitutional principles of family law. The method used will be 
deductive, for the development of this research through textbooks, legal journals, 
scientific articles, jurisprudence, legislation, publications via the internet. As can be 
seen, the family has its protection and the general objective is to research them, 
and place them in public knowledge. 
 
 
Keywords: Constitucional Principles – Family – Stable Union - polyamory 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
 SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................11 
 
2 GENERALIDADES DO DOREITO DAS FAMÍLIAS.........................................12 
2.1 BREVE HISTÓRICO.......................................................................................12 
2.2 CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS.............................................................15 
2.3 PRINCÍPIOS QUE REGEM O DIREITO DE FAMÍLIA....................................16 
2.3.1 Princípios e Força Normativa Constitucional...............................................16 
 
2.3.2 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana ...............................................19 
2.3.3 Princípio da Liberdade.................................................................................20 
2.3.4 Princípio da Igualdade e Respeito à Diferença............................................22 
2.3.5 Princípio da Solidariedade Familiar.............................................................23 
2.3.6 Princípio do Pluralismo das Entidades Familiares.......................................23 
2.3.7 Princípio da Proteção Integral a Criança ,Adolescente................................24 
2.3.8 Princípio da Proibição do Retrocesso Social...............................................25 
2.3.9 Princípio da Afetividade...............................................................................26 
3 AS NOVAS FAMÍLIAS DO SÉCULO XXI.........................................................27 
3.1 INOVAÇÕES INSTITUÍDAS PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E PELO 
CÓDIGO CIVIL DE 2002.......................................................................................28 
3.2 INOVAÇÕES INTRODUZIDAS PELO PODER JUDICIÁRIO.........................28 
3.2.1 Famílias Plurais............................................................................................29 
3.2.2 Famílias Matrimoniais..................................................................................323.2.3 Famílias Informal ou União Estável.............................................................34 
3.2.4 Família Homoafetiva....................................................................................35 
3.2.5 Família Monoparental..................................................................................35 
3.2.6 Família Anaparental.....................................................................................36 
3.2.7 Família Pluriparental....................................................................................37 
3.2.8 Família Eudemonista...................................................................................38 
4 O POLIAMOR....................................................................................................38 
4.1 CONCEITO e CARACTERÍSTICAS...............................................................41 
4.1.1 A Diferença entre Poliamor, Monogamia e Bigamia....................................42 
4.1.2 Poliamorismo e sua Relação com a União Estável.....................................43 
4.2 FORMALIZAÇÃO............................................................................................45 
 
 10 
4.3 PROTEÇÃO JURÍDICA..................................................................................46 
4.3.1 Do Reconhecimento da Família Poliafetiva.................................................47 
5. CONCLUSÕES...............................................................................................49 
REFERÊNCIAS...................................................................................................51 
 
GROSSÁRIO.......................................................................................................53 
 
 
 
 
 
 11 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 A família como célula „‟mater’’ a mola propulsora da sociedade, vem se 
moldando a novas derivações da era moderna. Do modelo matrimonial e 
patriarcal ao pluralismo de família, vista como famílias formais ou informais, de 
diferentes arranjos, hábitos, unidos não só em caráter jurídico, como também por 
socioafetividade. 
 Dentro de tantos modelos de famílias, a presente pesquisa busca 
compreender a difícil aceitação de uma união denominada poliamorista, explicar 
este novo modelo de família que tem sido alvo de discussão dentro do âmbito do 
direito de família. E através dos princípios Constitucionais que norteiam as 
normas, observar possibilidades plausíveis para um reconhecimento, como união 
estável. 
 O desenvolvimento desta pesquisa será quatro capítulos onde no primeiro 
momento um breve histórico do direito de família, e a maneira que era tutelada no 
Código Civil de 1.916, passando pela Constituição Federal de 1.988. 
 Com base nos princípios do direito de família, demonstrando a diferença 
em normas e princípios, e a importância deles na aplicabilidade das lacunas da 
lei, em casos que ainda não se tem leis próprias, exemplos de famílias informais. 
 Em seguida uma exposição principiológica para melhor fundamentação, 
conhecer todos os arranjos familiares existentes, desde o matrimonial ao 
poliamor. 
 No último capitulo o poliamorismo, sua identidade relacional 
demostrando o possível reconhecimento no âmbito jurídico, a partir de princípios 
e garantias fundamentais. 
 
 
 
 
 12 
2 GENERALIDADES DO DIREITO DAS FAMÍLIAS: 
 
 Para que possamos entender e conhecer o instituto familiar brasileiro, 
temos que nos reportar ao passado em um passeio histórico breve. 
 Diante das diversas formas de famílias que surgiram na sociedade e as 
que ainda virão, deixa claro que as famílias se unem informalmente, necessitando 
de mudanças na lei desta adequação social no direito de família brasileiro, para 
trazer maior proteção a estas famílias, e descobrir que o eixo formador famíliar é 
o afeto, algo que não se desfaz em época histórica nenhuma. 
 Portanto, a pesquisa sobre a família desde sua história confirma este 
direito afetivo, trazendo formas e se adaptando dentro da sociedade amparada a 
premissa de edificação e dilação jurídica. 
 
2.1 BREVE HISTÓRICO. 
 
 Alguns relatos sobre a história do direito familiar se faz necessário para 
que possamos entender como a família, se tornou a base, estrutura e alicerce do 
ser humano, para isso adentramos em seu contexto histórico, nos permitindo 
conhecer o passado e ir se reportando a atualidade. 
 A autoridade paterna era um principio no direito romano, que se organizava 
na família e era chamado de pater poder familiar, onde exercia total liderança 
sobre seus membros, decidia a vida e morte de seus filhos, vendia-os e os 
castigavam, e as mulheres eram totalmente subordinadas ao marido. Este poder 
exercido pelo pater era também sobre todos os membros descendentes, as 
mulheres casadas, seus filhos e irmãos, funcionava como um grande grupo 
econômico, religioso, político. 
 No século IV, com a chegada do Imperador Constantino adota-se o 
cristianismo nas famílias, com isso surge a moral e a ordem, onde se desfaz o 
pater poder familiar.. 
 Passam a priorizar o afeto na relação conjugal, não só na celebração do 
casamento como também ao longo da convivência matrimonial e ao passo que 
não existindo o afeto conjugal na convivência do casal, surge a dissolução do 
casamento pelo divórcio. 
 13 
 Aparece os canonistas discordando com o divórcio, considerando o 
casamento um sacramento juramentado diante de Deus, não permitindo tal 
dissolução matrimonial, dizendo; o que Deus uniu o homem não separa. Assim o 
casamento religioso fica conhecido como o único na Idade Media exclusivamente 
gerado pelo direito canônico, as normas romanas exerciam seu poder sobre estas 
famílias, vindo também a se manifestar com grande êxito a origem germânica, e 
passa por influenciar as famílias da época. 
 Segundo Gonçalves (2016, p.32) “Podemos dizer que a família brasileira, 
como hoje é conceituada, sofreu influencia da família romana, da família canônica 
e da família germânica”. 
 
É notório que o nosso direito de família foi fortemente influenciado pelo 
direito canônico, como consequência principalmente da colonização lusa. 
As Ordenações Filipinas foram a principal fonte e traziam a forte 
influência do aludido direito, que atingiu o direito pátrio. No que tange 
aos impedimentos matrimoniais, por exemplo o Código Civil de 1916 
seguiu a linha do direito canônico, preferindo mencionar as condições de 
invalidade.(Gonçalves,2016,p.32). 
 
 
 O direito de família ao passar por esta modificação histórica, cultural e 
social segue seu desdobramento e se enquadra a nossa realidade, 
desaparecendo o caráter canonista autoritário, surgindo o casamento e 
imperando “a natureza contratual, numa certa equivalência quanto à liberdade de 
ser mantido ou desconstituído o casamento” (RIZZARDO, 2004, p.7-8). 
 Em 1916 o Código Civil, seguia o retrato patriarcal e hierarquizado, de 
acordo com Gonçalves (2016, p.32-33) “ao passo que o moderno enfoque pelo 
qual é identificada tem indicado novos elementos que compõem as relações 
familiares, destacando-se os vínculos afetivos que norteiam a sua formação”. E 
neste surgimento afetivo no polo familiar nossa Constituição Federal de 1988, 
adota esta medida, valorando a dignidade da pessoa humana, revolucionando o 
direito de família baseando-se no afeto. 
 
A partir de três eixos básicos”. Assim, o art. 226 afirma que “a entidade 
familiar é plural e não mais singular,tendo várias formas de 
constituição”. O segundo eixo transformador”encontrasse no § 6º do art. 
227. É a alteração do sistema de filiação, de sorte a proibir designações 
discriminatórias decorrentes de fato de ter a concepção ocorrida dentro 
ou fora do casamento”. A terceira grande revolução situa-se “nos artigos 
5º, inciso I, e 226,§ 5º. Ao consagrar o principio da igualdade entre 
 14 
homens e mulheres, derrogou mais de uma centena de artigos do 
Código Civil de 1.916”. (GONÇALVES,2016,p.33). 
 
 
 Desta forma, dentro de tantas renovações com a nova Carta Magna de 
1.988, o direito de família ganha novas assistências, como o planejamento familiar 
dentro do artigo 226, § 7º e 8º, amparado à princípios da dignidade da pessoa 
humana e da paternidade responsável, ficando ao Estado a responsabilidade 
“educacionais e científicos para o exercício desse direito” (Gonçalves,2016,p.33), 
entendendo que o casal tem o direito de decidir sobre quantos filhos deseja ter, 
sem coerção por parte do Estado. Deixando claro que passa a construir um polo 
afetivo basilar á família com conceito novo ao direito de família. Neste sentido: 
 
O afeto talvez seja apontado, atualmente, como o principal fundamento 
das relações familiares. Mesmo não constando a expressão afeto do 
Texto Maior como sendo um direito fundamental, pode-se afirmar que ele 
decorre da valorização constante da dignidade humana e da 
solidariedade. (TARTUCE, 2011, p.992). 
 
 
 Este renovo trouxe a importância de valorizar e respeitar estes princípios 
constitucionais, igualdade, liberdade e dignidade da pessoa humana, os quais 
foram elencados ao direito de família, mudando o conceito de família. 
 Diferente do Código Civil de 1.916, tutelando o direito dos filhos legítimos 
e ilegítimos, proteção integral a criança, dando surgimento ao ECA (Estatuto da 
Criança e do Adolescente), em 1992 a Lei 8.560 regulariza os direitos dos filhos 
constituídos fora do casamento, legitimando o Ministério Público a investigação de 
paternidade e diminuindo qualquer tipo de discriminação dentro do seio familiar, 
fazendo valorar o principio da dignidade da pessoa humana. 
 
 
 
2.2 CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS. 
 
 A família se materializa como núcleo necessário e fundamental a base 
social, que merece ser a mais assistida e protegida pelo Estado. Consagrada pela 
Constituição Federal e lapidada ao Código Civil ,não podendo defini-la e muito 
 15 
menos conceituá-la dentro do direito e da sociologia, de natureza variável dentro 
de cada ramo do direito. 
 Passamos a analisar, o individuo se socializa primeiramente com os 
membros da família, os pais e descendentes mais próximos, pelo conceito 
tradicional união matrimonial onde se originou o núcleo familiar. A visão do 
homem era ser o chefe da família onde se declarava total autoridade sobre seus 
membros, onde carregava a figura do pater poder familiar, adotado pelos 
conceitos característicos dos romanos, este conceito tradicional onde se promovia 
seus valores sociais e morais. 
 O primeiro passo da família moderna começa a tomar destaque quando 
a genitora assume seu papel no mercado de trabalho, com a revolução industrial 
a esposa também assume o sustento familiar. 
 A evolução da família percorre um caminho, onde o homem não mais se 
destaca como figura de o provedor do lar e ganha novo conceito. 
 
Difícil encontrar uma definição de família de forma a dimensionar o que, 
no contesto social dos dias de hoje, se insere nesse conceito. É mais ou 
menos intuitivo identificar família com a noção de casamento, ou seja, 
pessoas ligadas pelo vinculo do matrimonio. Também vem a mente a 
imagem da família patriarcal, o pai como figura central, na companhia da 
esposa e rodeados de filhos, genros, noras e netos. Essa visão 
hierarquizada da família, no entanto sofreu, com o tempo, enormes 
transformações do numero de seus componentes, também começou a 
haver um embaralhamento de papeis. A emancipação feminina e o 
ingresso da mulher no mercado de trabalho levaram-na para fora do lar. 
Deixou o homem de ser o provedor exclusivo da família, sendo exigida 
sua participação nas atividades domesticas. (DIAS, 2009, p. 42). 
 
 
 
 E assim o conceito de família sai do conceito tradicional, começa a romper 
barreiras fazendo uma visão mais pluralista, com o passar do tempo varias formas 
de família apareceram, com muitos conceitos a se formar. Por outro lado define 
Diniz (2014, p. 31) que “família é o grupo fechado de pessoas, composta dos pais 
e filhos, e para efeitos limitados, de outros parentes, unidos pela convivência e 
efeito numa mesma economia e sob a mesma direção”. Desta maneira é 
complicado encontrar um verdadeiro conceito, que supra toda essa pesquisa em 
matéria de conceito. Nas palavras de Dias (2009, p.43): 
 
Faz-se necessário ter uma visão pluralista de família, abrigando os mais 
diversos arranjos familiares, devendo-se buscar a identificação do 
 16 
elemento que permita enlaçar no conceito de entidade familiar todos os 
relacionamentos que tem origem em um elo de efetividade, 
independentemente de sua conformação. O desafio dos dias de hoje é 
achar o toque identificador das estruturas interpessoais que permita 
nomina-las de família. Esse referencial só pode ser identificado na 
efetividade. 
 
 Na evolução da sociedade brasileira houve um tempo que o conceito era 
tradicional, restrito quanto ao direito familiar, hoje temos princípios para tutelar o 
direito de família. 
 
2.3 PRINCÍPIOS QUE REGEM O DIREITO DAS FAMÍLIAS 
 
 Diante de tantas transformações na legislação para regulamentar e 
disciplinar o direito de família dentro da sociedade, os princípios serviram como 
base fundamental, as novas famílias e seus direitos constitucionais passam a 
exigir melhores interpretações dentro da lei, ressaltando princípios basilares em 
que o legislador se apoiou e como fontes do direito os princípios confirmam o que 
a lei quer dizer. 
 Seguimos a conhecer estes princípios sua importante eficácia dentro do 
direito de família. 
 
2.3.1 Princípio e Força Normativa Constitucional 
 
 O ordenamento jurídico por sua vez faz um misto entre, regras e princípios 
para a compreensão da lei, mas não significa a mesma coisa, suas diferenças 
não desclassificam a importância de cada um e sim o momento necessário de 
aplicação. Deste modo explica; 
 
 
Tendo em vista que a diferenciação tradicional de norma e princípios 
encontra-se superada, devido ao entendimento sobre de que os 
princípios e regras são espécies do gênero norma jurídica. Ou seja, 
ambos são normas, não sendo um mais importante que o outro. 
(NOVELINO, 2015, p.127). 
 
 
 E para diferenciar princípios e regras dependia do grau de abstratividade, os 
princípios eram chamados de normas generalíssimas, diante das possíveis 
 17 
aplicações em casos heterogêneos, e as regras nos homogêneos, para explicar 
melhor. Neste sentido: 
 
Os critérios indicadores para a distinção entre as duas espécies 
normativas são bastante diversificados. Tradicionalmente, princípios e 
regras eram diferenciados quando ao grau de abstratividade (ou 
generalidade). Sob essa ótica, os princípios são considerados normas 
“generalíssimas” por serem aplicáveis a diversos casos heterogêneos, 
ao passo que as regras se caracterizam por abranger em seu 
pressuposto fático (ou hipótese) apenas casos homogêneos. 
(NOVELINO, 2015, p. 127). 
 
 
 Os princípios são determinantes bases para aplicação a casos 
heterogêneos, as regras tem caráter disciplinador,tem aplicabilidade direta e 
indireta aos casos. 
 
 [...] enquanto as regras são aplicadas de forma direta e imediata aos 
casos previstos em seu preceito, os princípios não são mandamentos em 
si mesmos, mas apenas a causa, critério ou justificação destes. [...] os 
princípios jurídicos são “pautas gerais de valoração ou preferencia 
valorativas em relação à ideia de direito que, todavia, não chegaram a 
condensar-se em regras jurídicas imediatamente aplicáveis, mas 
permitem apresentar “fundamentos justificativos delas” (NOVELINO, 
2015,p128). 
 
 
 Compreende-se no que se diz respeito a princípios e regras, que são de 
classes diferentes, os princípios por sua vez tem eficácia em casos difíceis se 
norteiam por juízo de valor. As regras tem efeito de cumprimento, quando se 
encaixa ao caso concreto e dentro delas também encontra exceções onde 
concorre a sua aplicabilidade e validade. 
 E para que exista eficácia plena nas normas existente na Carta Magna de 
um Estado, o principio da força normativa da constituição tem que estar presente. 
 
O princípio da força normativa da constituição atua como um apelo ao 
interprete, como representação de um objetivo a ser perseguido, mas 
sem disponibilizar um procedimento especifico para este fim. Nas 
palavras de Korad Hesse (1998), como a constituição quer ser 
atualizada, mas as possibilidade e condições históricas dessa 
atualização se transformam, na resolução de problemas jurídico-
constitucionais deve ser dada preferencia as soluções que melhor 
promovam a otimização de suas normas, tornando-as mais eficazes. 
(NOVELINO, 2015, p. 160-161). 
 
 
 Na pesquisa do doutrinador citado acima, verifica-se que a norma 
constitucional tem que ter eficácia sólida, com princípios basilares de “ser e dever 
 18 
ser” determinantes para a formação de um Estado onde o direito jurídico se 
materializa com o mundo social exaltando a força normativa da constituição em 
meio a uma sociedade livre, justa e igualitária onde se declama o artigo 3º da 
Carta Magna de 1988: 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Republica Federativa do 
Brasil: 
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II – garantir o desenvolvimento nacional; 
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; 
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
 Rege de forma interpretativa versando o principio da máxima efetividade 
das normas, que a Lei Maior seja absoluta, vejamos; 
 
Na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal esta meta norma tem 
sido invocada, via de regra ao lado do principio da máxima efetividade, 
como argumento para evitar que interpretações divergentes 
enfraqueçam a força normativa da constituição. (NOVELINO, 2015, p. 
161). 
 
 
 A importância da interpretação da norma se norteia ao princípio da máxima 
efetividade, como citado acima para que se evite interpretações contrarias e que 
debilite a força normativa da constituição, buscando seu significado e sua 
essência respeitando princípios e regras nela contida. 
 
Originalmente associado á tese da atualidade das normas 
programáticas, o principio da máxima efetividade tem sido invocado no 
âmbito dos direitos fundamentais, a fim de eu lhes seja atribuído o 
sentido que confira a maior efetividade possível, visando a realização 
concreta de sua função social. (NOVELINO, 2015, p. 161). 
 
 
 Quanto a efetividade que o autor cita em sua obra, é a norma em seu 
plano de existência, validade e eficácia normativa, ou seja, a real atuação da 
norma e realização do direito chegando mais perto do “dever ser” da norma e o 
“ser” da máxima social. 
 
2.3.2 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana 
 
 19 
 Este princípio é considerado uma grande conquista ao direito brasileiro, 
está expressa em nossa Constituição Federal de 1988, artigo 1º, III. De maneira 
que muitos autores lhe dão reverência máxima, segundo (TARTUCE,2016, p.6). 
”Trata-se daquilo que se denomina princípio máximo, ou superprincípio, ou 
macroprincípio, ou princípio dos princípios”. 
 Também aduz; (Pablo Stolze e Pamplona Filho, 2014, p. 76) “traduz valor 
fundamental de respeito à existência humana, segundo as suas possibilidades e 
expectativas patrimoniais e afetivas, indispensável à sua realização pessoal e à 
busca da felicidade”. 
 E no conceito de SARLET Ingo Wolfgang, (2005, p.124): 
 
”o reduto intangível de cada individuo e, neste sentido, a ultima fronteira 
quaisquer ingerências externas. Tal não significa, contudo, a 
impossibilidade de que se estabeleçam restrições efetivadas não 
ultrapassem o limite intangível imposto pela dignidade da pessoa 
humana”. 
 
 De conceituação inesgotável e interpretações variadas, se permite a sua 
aplicação em vários casos, reflete solidariedade, valores fundamentais a qualquer 
ser humano tanto no direito público quanto no privado, gera proteção inviolada 
respeitando a vida tornando esta proteção a maior preocupação jurídica, são 
inerentes ao homem em qualquer situação, preservando valores, construindo 
dignidade e respeito, viabilizando a vida em sociedade. 
 No que diz respeito a família, a Constituição Federal tutela um sistema 
aberto de normas sem um rol taxativo, com possibilidades de reconhecer varias 
formas de famílias e os princípios são fundamentais. 
 
 
2.3.3 Princípio da Liberdade 
 
 A liberdade é natural do ser humano, nasce livre e com arbitro de 
cerceamento desta liberdade, seus atos o regulam de forma a aumentar ou 
reduzir seu espaço de liberdade. Desta forma pode decidir o que é bom ou ruim 
sem vir a prejudicar terceiros. 
 20 
 E o que diz respeito ao direito de família, as pessoas que constitui laços 
familiares o artigo 1.565, § 2º, do Código Civil da Lei 10406/2002 assegura a 
liberdade que o casal tem para planejar sua família sem qualquer intervenção. 
 
Art. 1565. Pelo casamento, o homem e a mulher assumem mutuamente 
a condição de consortes, companheiro e responsáveis pelos encargos 
da família. 
§ 2º O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao 
Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício 
desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instruções 
privadas ou públicas. 
 
 
 De total responsabilidade a pessoa humana, o principio da liberdade se 
dirige a autonomia privada da vontade do individuo. Sobre (TARTUCE, 2011, p. 
990); 
 
Por certo o principio em questão mantém relação direta com o principio 
da autonomia privada, que deve existir no âmbito do direito de família. O 
fundamento constitucional da autonomia privada é a liberdade, um dos 
principais atributos do ser humano ( art. 1º, III ). 
 
 Este princípio assegura ao casal sua liberdade de planejar sua estrutura 
familiar, como o regime matrimonial, se quer ter filhos e quantos, tendo liberdade 
de escolha no seu plano familiar com dignidade e respeito não tirando o direito de 
outrem e dentro da lei. 
 
2.3.4 Princípio da Igualdade e Respeito à Diferença 
 
 Um princípio de fundamental respeito ao próximo, onde pode ter vários 
significados importantes, vem elencado em nossa Constituição Federal de 1988 
no caput do artigo 5º. Traz consigo um respeito mutuo onde todos devem ser 
tratados com igualdade perante nossas leis brasileiras, sem descriminações de 
raça, cor ou estado civil, idade e outros que veremos a seguir, segundo os 
autores, VicentePaulo e Marcelo Alexandrino (2015, p. 123) aduz que: 
 
A igualdade é a base fundamental do princípio republicano e da 
democracia. Tão abrangente é esse princípio que dele inúmeros outros 
decorrem diretamente, como a proibição ao racismo (art. 5º, XLII), a 
proibição de diferença de salários, de exercícios de funções e de critérios 
de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil (art.7º, XXX), 
 21 
a proibição de qualquer discriminação no tocante a salario e critérios de 
admissão do trabalhador portador de deficiência (art. 7º,XXXI), a 
exigência de aprovação prévia em concurso publico para investidura em 
cargo ou emprego publico (art. 37,III), o princípio da isonomia tributária 
(art.150,II) etc. 
 
 
 Que os que se encontram em situação de desigualdade sejam tratados com 
igualdade, ao sentido da necessidade de cada um, proporcionando a eficácia 
deste principio norteador. 
 
O principio da igualdade determina que seja dado o tratamento igual aos 
que se encontra em situação equivalente e que sejam tratados de 
maneira desigual os desiguais, na medida de suas desigualdades. Ele 
obriga tanto o legislador quanto o aplicador da lei (igualdade na lei e 
igualdade perante a lei). ( PAULO e ALEXANDRINO, 2015 p. 123). 
 
 
 Na família a igualdade esta presente entre cônjuges e filhos, este direito foi 
conquistado ao decorrer da história do direito de família onde apresento no inicio 
deste trabalho, onde o pater poder perde esta hierarquia e outros membros 
familiares tomam para si, igualdade de ações e respeito ao outro. 
 
Tendo em vista que a história do direito civil foi pontuada pelo estudo da 
desigualdade entre cônjuges e filho, [....], o principio da igualdade 
representa uma verdadeira revolução, (DIAS,2010, p. 23). 
 
 
 Este princípio é reconhecido em todos os modelos de família, de forma que 
sua conquista tem como marco principal a mulher moderna, um dia submissa, 
tratada com total desigualdade, sem voz ativa inferiorizada. Conquistou sua 
igualdade, independência e se lançou no mercado de trabalho e sendo 
equiparada com os mesmos valores e funções de um homem, ou seja, teve seu 
reconhecimento. 
 O artigo 226, parágrafo 5º da nossa Carta Magna discorre que o direito da 
mulher e do homem em respeito a deveres e obrigações são de igual valor na 
família. 
 
2.3.5 Princípio da solidariedade Familiar. 
 
 Quando se forma uma família, com ela os deveres e obrigações jurídicas 
são de ordem reciprocas, pois a Constituição Federal em seu artigo 3º, I, 
 22 
assegura a grande importância da solidariedade familiar, com o objetivo de tornar 
uma sociedade mais justa e solidária que seus membros cuidem e respeitem uns 
aos outros. 
 Ao dever solidário da família a afetividade, prestação de alimentos quando 
necessário, junto ao Estado promover direitos prioritários aos cidadãos. Como diz 
Tartuce (2016, p.14) apud, Dias (2004, p.64): 
 
Ao gerar deveres recíprocos entre os integrantes do grupo familiar, safa-
se o Estado do encargo de prover toda a gama de direitos que são 
assegurados constitucionalmente ao cidadão. Basta atentar que, e, se 
tratando de crianças e adolescentes, é atribuído primeiro á família, 
depois à sociedade e finalmente ao Estado (CF 227) o dever de garantir 
com absoluta prioridade dos direitos inerentes aos cidadãos em 
formação. 
 
 E no paragrafo 8º, do artigo 226, discorre que o Estado assegura 
assistencialmente cada integrante da família, para melhor relação no âmbito 
familiar este princípio da solidariedade, acarreta o valor ao respeito mutuo dentro 
da família. Diante das palavras de Tartuce (2016. P.13-14): 
 
A solidariedade social é reconhecida como objetivo fundamental da 
Republica Federativa do Brasil pelo art. 3º, I, da CF/1988, no sentido de 
construir uma sociedade livre, justa e solidária. Por razões óbvias, esse 
princípio acaba repercutindo nas relações familiares, eis que a 
solidariedade deve existir nesses relacionamentos pessoais. 
 
 
 Reconhecido assim como um princípio de base familiar, respeitando as 
normas constitucionais para uma boa convivência dentro destes institutos 
familiares, com respeito mútuo entre seus membros. 
 
 
2.3.6 Princípio do Pluralismo das Entidades Familiares. 
 
 Diante das novas modalidades de família reconhecida através da 
Constituição Federal de 1988, ao passar por esta transformação onde o modelo 
familiar se apresenta de modo plural, igualitário e humanista, deixa de ser 
patriarcal e hierarquizado aumentando o conceito familiar, onde Gama em sua 
obra diz (2008, p. 72): 
 
 23 
A passagem do modelo autoritário para o período notabilizado por 
valores democráticos, em termos políticos, também se refletiu no campo 
dos princípios gerais de Direito de família. Assim, a passagem do modelo 
único patriarcal e hierarquizado para o modelo plural, igualitário e 
humanista, em matéria de entidades familiares, reflete a encampação 
dos valores democráticos também no grupo familiar, com igual 
dignidade, respeito e consideração a todos os seus integrantes, sejam 
crianças, adolescentes, adultos (ou idosos), homens ou mulheres, havido 
no casamento ou fora do casamento etc. 
 
 Surge o Principio do pluralismo das entidades familiares, diante das varias 
formas de família, como exemplo as uniões extramatrimoniais que eram só 
consideradas como sociedade de fato, sem previsão legal em nosso 
ordenamento, igual à união homoafetiva que recentemente foi reconhecida como 
entidade afetiva. 
 As entidades afetivas, ligadas nesta composição, produz responsabilidade 
patrimonial entre si, deveres e obrigações. 
 
2.3.7 Princípio da Proteção Integral a Criança, Adolescente. 
 
 Este princípio com o artigo 227, caput da Constituição Federal de 1988, e 
de acordo com a redação da Emenda Constitucional 65, de 13 de julho de 2010, 
deixa claro que a família é obrigada junto a sociedade e ao Estado serem os 
garantidores da proteção à criança e ao adolescente, ajudando assim no seu 
desenvolvimento e personalidade. Que possam apaziguar os conflitos que 
surgem com separações judiciais, alimentos e guarda entre outros. 
 
Art. 227. E dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à 
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito a 
vida, a saúde, a alimentação, a educação, ao lazer, a profissionalização, 
a cultura, a dignidade, ao respeito, a liberdade e a convivência familiar e 
comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligencia, 
descriminalização, exploração, violência, crueldade e opressão. 
 
 Esta proteção e garantia foi estabelecida no Estatuto da Criança e do 
Adolescente (Lei 8.069/1990), em seu artigo 3º discorre que a criança e o 
adolescente têm direitos fundamentais: 
 
Art. 3° A criança e adolescente gozam de todos os direitos fundamentais 
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de tratar 
esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as 
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento 
 24 
físico, mental, espiritual e social, em condições de liberdade e de 
dignidade. 
 
 Podemos observar que a criança e o adolescente, não possuem exercício 
por si só, dependem de terceiros responsáveis para defenderem seus bens 
jurídicos fundamentais até que alcancem sua capacidade civil. 
 
2.3.8 Principio da Proibição de Retrocesso Social. 
 
 Para este princípio, tem por proteção e garantias constitucionais a 
igualdade entre homem e mulher, entre filhos e entidades familiares, semrestrição, limitação por lei ordinária. 
 
A constituição Federal, ao garantir especial proteção á família, 
estabeleceu as diretrizes do direito de famílias em grandes eixos, a 
saber: (a) a igualdade entre homens e mulheres na convivência familiar; 
(b) o pluralismo das entidades familiares merecedoras de proteção; e (c) 
o tratamento igualitário entre todos os filhos. Essas normas, por serem 
direito subjetivo com garantia constitucionais, servem de obstáculo a que 
se operem retrocessos sociais, o que configuraria verdadeiro desrespeito 
às regras constitucionais. (DIAS, 2009, p. 68). 
 
 Não podendo o texto constituinte retroceder seus efeitos jurídicos originais 
estabelecidos, o Estado constitucionalmente garante esse direito, sendo 
isonômico para que não haja diferenciação ou preferência, em que se pesem 
tratamentos discriminatórios levam ao delito de flagrante inconstitucional e o 
objetivo é garantir a ordem e proteção da família. 
 
 
 
2.3.9 Princípio da Afetividade. 
 
 Os casais independentemente do mesmo sexo ou não, filhos legítimos ou 
não, toda esta família é protegida constitucionalmente como a família formada 
pelo matrimonio. O principio da afetividade são laços de afeto que surgem 
tornando assim uma comunidade de afeto, reconhecidos constitucionalmente, 
deixando claro que o conceito de família não se refere mais aos critérios 
biológicos e sexuais para a construção de uma família. 
 25 
 Dos exemplos mais atuais sobre este princípio, as relações homoafetivas, 
em que duas pessoas do mesmo sexo se unem através desta afetividade 
reciproca, onde foi reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal, como também as 
adoções por casais homossexuais. 
 O princípio da Afetividade é de suma importância nas relações familiares, 
onde em nossa Constituição Federal de 1988, nos artigos 226, paragrafo 4º e 
227, caput, paragrafo 5º, 6º e 7º, deixa evidente esta proteção neste principio: 
 
Art.226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.§ 
4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada 
por qualquer dos pais e seus descendentes. 
Art. 227. E dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à 
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à 
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, 
à cultura, à dignidade, ao respeito, á liberdade e à convivência familiar e 
comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
§ 5º - A adoção será assistida pelo Poder Publico, na forma da lei, que 
estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de 
estrangeiros. 
§ 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por 
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer 
designações discriminatórias relativas à filiação. 
 
 
 Em sua obra, Tartuce aduz (2016, p.23) “Mesmo não constando a 
expressão afeto do Texto Maior como sendo um direito fundamental, pode-se 
afirmar que ele decorre da valorização constante da dignidade humana”. 
 E Gagliano e Filho, (2014, p. 90): “Mas o afeto é que o amor- a afetividade-
tem muitas faces e aspectos e, nessa multifária complexidade, temos apenas a 
certeza infestável de que se trata de uma força elementar, propulsora de todas as 
nossas relações de vida”. 
 Diante deste principio veio o reconhecimento de outras formas de família, 
como as homoafetivas, de afeto reciproco e predominante. 
 As relações se derivaram de sentimentos, trazendo novos arranjos 
familiares com grande foco na questão afetiva e moral do ser humano, ou seja, 
uma família eudemonista, onde os juristas nos litígios de família vivem esta 
realidade. 
A família transforma-se na medida em que se acentuam as relações de 
sentimentos em que se acentuam as relações de sentimentos entre seus 
membros: valorizam-se as funções afetivas da família. Despontam novos 
modelos de família mais igualitárias nas relações de sexo e idade, mais 
flexíveis em suas temporalidades e em seus componentes, menos 
 26 
sujeitas a regras e mais ao desejo, na expressão de Michel Perrot. A 
família e o casamento adquiriram um novo perfil, voltados a muito mais a 
realizar os interesses afetivos e existenciais de seus integrantes. Essa é 
a concepção eudemonista da família, que progride a medida que regride 
o seu aspecto instrumental. A comunhão de afeto é incompatível com o 
modelo único, matrimonializado, da família. Por isso, a afetividade entrou 
nas cogitações dos juristas, buscando explicar as relações familiares 
contemporâneas. (DIAS, 2009, p.70-71). 
 
 Dentro desta fundamentação, a família é formada com esse laço afetivo 
sem qualquer preconceito se for do mesmo sexo ou não, de formato tradicional ou 
não, dando importância ao respeito, dignidade, amor e afeto. 
 
3. AS NOVAS FAMÍLIAS DO SÉCULO XXI. 
 
 A família e suas modalidades dentro da sociedade, diante da busca 
intersubjetiva da felicidade do sujeito, dentro dos princípios constitucionais e 
princípios do direito de família e de hermenêutica jurídica, possibilitou tal 
reconhecimento de sua transformação na ausência de lei suprindo lacunas no 
direito de família. 
 Seguindo as modalidades de família existentes na sociedade, 
institucionalizadas positivadas ou não, com seu formato de diferentes arranjos e 
com essência afetiva a felicidade de cada ente familiar. 
 
 
 
 
 
3.1 INOVAÇÕES INSTITUIDAS PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E PELO 
CÓDIGO CIVIL DE 2002. 
 
 Novamente o direito de família ganha destaque no Código de Direito Civil, 
depois de duas décadas é aprovado, passa à entrar em vigor no dia 11de janeiro 
de 2003. O direito de família sofre mudanças e com a doutrina e jurisprudência, 
aparecem diferentes famílias a serem compreendidas e protegidas pelo Estado, 
 27 
de acordo com princípios e normas em que a Constituição Federal de 1.988, 
deliberou. 
 
 O Código Civil de 2002 procurou adaptar-se a evolução social e aos 
bons costumes, incorporando também as mudanças legislativas 
sobrevindas nas ultimas décadas do século passado. Adveio, assim, 
com ampla e atualizada regulamentação dos aspectos essenciais do 
direito de família a luz dos princípios e normas constitucionais. 
(GONÇALVES, 2016, P. 21). 
 
 
 
 Trazendo novos princípios e envolvendo outros já existentes, e eliminando 
do antigo Código de 1.916, a Lei 4.121/62 o Estatuto da Mulher Casada, 
incorporando igualdade, aprovando Leis novas como: 6.515/77, 8.560/92, 
8.971/94 e 9.278/96, entre outras importantes ao direito de família. Visando 
proteger valores culturais diante das famílias modernas dentro da sociedade, com 
base no afeto e igualdade no polo familiar. 
 
Todas as mudanças sociais havidas na segunda metade do século 
passado e o advento da Constituição Federal de 1988, com a 
convocação dos pais a uma “paternidade responsável” e a assunção de 
uma realidade familiar concreta, onde os vínculos de afeto sobrepõem a 
verdade biológica, após as conquistas genéticas vinculadas aos estudos 
do DNA. (GONÇALVES, 2016, p. 33-34). 
 
 
 As novas mudanças regulamentaram a união estável, criando os (art. 
1723 a 1727), e da filiação a igualdade entre filhos legítimos e ilegítimos, nos 
(art.1596 a 1629), e do direito patrimonial estabelece os (art.1639 a 1688). É visto 
que nestas mudanças o papel social da família se regula por muitos princípios 
Constitucionais. 
 
3.2 INOVAÇÕES INTRODUZIDAS PELO PODER JUDICIÁRIO.. 
 
 A família e suas modalidades dentro dasociedade, diante da busca 
intersubjetiva da felicidade do sujeito, dentro dos princípios constitucionais e 
princípios do direito de família e de hermenêutica jurídica, possibilitou tal 
reconhecimento de sua transformação na ausência de lei suprindo lacunas no 
direito de família. 
 28 
 Seguindo as modalidades de família existentes na sociedade, 
institucionalizadas positivadas ou não. 
 
 
 
 
3.2.1 Famílias Plurais. 
 
 A família mudou, seu perfil é outro saiu do padrão tradicional e vem se 
classificando com outros arranjos das mais variadas formas. Não estamos mais 
no modelo tradicional de família, mesmo que esse seja o pensamento no primeiro 
momento. 
 
Pensar em família ainda trás a mente o modelo convencional: um 
homem e uma mulher unidos pelo casamento e cercados de filhos. Mas 
essa realidade mudou. Hoje, todos já estão acostumados com famílias 
que se distanciam do perfil tradicional. A convivência com famílias 
recompostas, monoparentais, homoafetivas permite reconhecer que ela 
se pluralizou; dai a necessidade de flexionar igualmente o termo que a 
identifica, de modo a albergar todas as suas conformações. (DIAS, 2009, 
p. 40). 
 
 
 Uma nova estrutura, uma nova ordem jurídica afastando o conceito 
tradicional de matrimonio. 
 
O pluralismo das relações familiares – outro vértice da nova ordem 
jurídica – ocasionou mudanças na própria estrutura da sociedade, 
rompeu-se o aprisionamento da família nos moldes restritos ao 
casamento, mudando profundamente o conceito de família. A 
consagração da igualdade, o reconhecimento da existência de outras 
estruturas de convívio, a liberdade de reconhecer filhos fora do 
casamento operam verdadeira transformação na família. (DIAS, 2009, p. 
41). 
 
 Devido a estas mudanças, apareceram reflexo na estrutura familiar, 
expressando o pluralismo, liberdade, solidariedade, igualdade, democracia e 
humanismo ligados a proteger a dignidade da pessoa humana, no intuito que a 
afetividade o amor são razões do surgimento de novos formatos de família, dando 
liberdade ao modelo de família. 
 
3.2.2 Família Matrimonial. 
 29 
 
 Esta família sofreu variações através do tempo e da sociedade, sempre 
com regras de seguimento espiritual e também laico. Mas distantes da afetividade 
como principal mola propulsora da formação familiar, só se considerava um 
matrimonio, ou seja, casais, aqueles que unidos pelo cunho religioso. 
 Diante destas normas impostas a considerar quem não as cumprisse, não 
poderiam contrair matrimônio nesta época, assim surgiram uniões livres, devido 
as transformações sociais e novos valores também com o estado laico. Explica 
Gagliano e Pamplona Filho (2014, p. 115): 
 
Dessa forma, paralelo ao casamento religioso, emergiu um casamento 
estritamente civil, destinado a todos os cidadãos, independentemente de 
credo, consistente em um especial negócio jurídico – embora a doutrina 
tradicional tivesse pruridos de assim o reconhecer, talvez por influência 
da concepção sacramental religiosa – deflagrador de efeitos que os 
interessados desejassem obter. 
 
 À natureza jurídica e conceito de família, vem sendo discutido ao passar 
dos anos, de forma e definições diferentes interpretadas por doutrinadores e 
juristas, com tantas mudanças na sociedade e a aparição de famílias em cada 
época, desta forma Gagliano e Pamplona Filho (2014, p. 119): 
 
[...] um contrato especial de Direito de família, por meio do qual os 
cônjuges formam uma comunidade de afeto e existência, mediante a 
instituição de direitos e deveres, recíprocos em face dos filhos, 
permitindo, assim, a realização dos seus projetos de vida. 
 
 E para Silvio Rodrigues (2004, p.19): 
 
 [...] o contrato de direito de família que tem por fim promover a união do 
homem e da mulher de conformidade com a lei, a fim de regularem suas 
relações sexuais, cuidarem da prole comum e se mútua assistência. 
 
 
 Não se comparando a outra forma de contrato negocial, o casamento é um 
contrato de direito de família, no mesmo quesito outras formas de famílias na 
atualidade tem por objetivo uma comunhão plena de vida, como esta no artigo 
1.511 do código Civil de 2002, baseando-se no princípio da afetividade reciproca 
existente na relação do casal. 
 30 
 A esse contrato, direitos de igualdade e deveres inerentes aos cônjuges, 
com esse dever e nas palavras de autores Gonçalves, (2016, p. 46 - 47) apud 
Barros (2002): 
 
O que identifica a família é um afeto especial, com o qual se constitui a 
diferença especifica que define a entidade familiar. É o sentimento entre 
duas ou mais pessoas que se afeiçoam pelo convívio diuturno, em 
virtude de uma origem comum ou em razão de um destino comum, que 
conjuga suas vidas tão intimamente, que as torna cônjuges quanto aos 
meios e aos fins de sua afeição, até mesmo gerando efeitos 
matrimoniais, seja de patrimônio moral, seja de patrimônio econômico. 
Este é o efeito que define a família: é o afeto conjugal. 
 
 
 Deste modo afirma-se que, o afeto é de extrema importância na relação 
conjugal e a estrutura base para manter a família, e dentro desta pesquisa se 
esclarece o numero de celebrações matrimoniais. 
 O código de 2002 com suas inovações direcionadas ao casamento, como a 
gratuidade em casos declarados de pobreza (art. 1512); facilitação do registro civil 
e religioso, também como redução da capacidade da mulher e do homem, para 
dezesseis anos de idade (art. 1.517). 
 Foram várias modificações, entre elas a diminuição de impedimentos ou 
dirimentes absolutos como aduz o artigo 1521, tudo que era impedimento a nova 
lei tornou invalidade relativa do matrimonio; causas suspensivas que substituíram 
os impedimentos, exigindo-se a homologação da habitação do casamento pelo 
magistrado; os casamentos por instrumento publico validade de noventa dias; 
extinção ao chefe de família e positivando a igualdade de gêneros de acordo com 
artigos 1.565 e 1567; oficializou o sobrenome, trazendo a possibilidade da adoção 
do sobrenome a qualquer um dos cônjuges. 
 O casamento deve-se ter os elementos de eficácia ao negocio jurídico, para 
que se desenvolva no plano de existência, de acordo com a doutrina, seus 
requisitos são; manifestação de vontade das partes, capacidade civil para o 
casamento, autoridade competente para celebrar o matrimonio e diferença de 
sexo entre os nubentes. 
 Com o consentimento expresso e recíproco, justificando o sentimento suas 
vontades, pois se não for expresso e obtiver silencio, o negocio jurídico se torna 
ineficaz, nas palavras de Gagliano e Pamplona Filho (2014, p. 204). “É correto, 
assim, afirmar, que o consentimento livre, expressamente manifestado, é 
 31 
condição essencial á existência do matrimônio, não havendo espaço para se 
considerar se o silencio com aquiescência”. 
 No código Civil de 2002, observa a diversidade sexual como condição de 
validade do casamento, com entendimento do Supremo Tribunal Federal, com o 
reconhecimento de forma unanime: 
 
A Constituição de 1988, ao utilizar-se da expressão “família, não limita 
sua formação a casais heteroafetivos nem a formalidade cartorária, 
celebração civil ou liturgia religiosa. Família como instituição privada que, 
voluntariamente constituída entre pessoas adultas, mantém com o 
Estado e a sociedade civil uma necessária relação tricotômica. Núcleo 
familiar que é o principal lócus institucional de concreção dos direitos 
fundamentais que a própria Constituição designa por “intimidade e vida 
privada” (inciso X do art.5º). Isonomiaentre casais heteroafetivos e pares 
homoafetivos que somente ganha plenitude de sentido se desembocar 
no igual direito subjetivo à formação de uma autonomizada família. 
Família como figura central ou continente, de que tudo o mais é 
conteúdo. Imperiosidade da interpretação não-reducionista do conceito 
de família como instituição que também se forma por vias distintas do 
casamento civil. (ADI 4277, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal 
Pleno, julgado em 05/05/2011, DJ-198 DIVULG 13-10-2011 PUBLIC 14-
10-2011 EMENT VOL-02607-03 PP-00341 RTJ VOL-00219-PP-00212) 
 
 
 No momento anterior, se fazia obrigado o casal homoafetivo pedir uma 
autorização judicial que suprisse o requisito desta diferença sexual, hoje 
desejando se formalizar a relação, podem ir ao cartório e requerer a realização da 
união sem autorização judicial. 
 Também neste momento só os que completassem dezoito anos, ou seja, 
maioridade civil poderiam se casar. Com o Código Civil de 2002, de acordo com o 
artigo 1.517 podem o homem e a mulher na idade de dezesseis anos se casar 
com a autorização de ambos os pais ou responsáveis legais, complementando o 
consentimento nos casos de recusa dos pais ou representantes injustamente (art. 
1519) autoriza também o casamento para evitar exigência de pena criminal e em 
casos de gravidez. 
 O ato da celebração é um requisito importante, o juiz de casamento faz a 
cerimonia em um cartório de registro Civil na cidade do domicilio dos nubentes. 
 De forma que não tendo nenhum impedimento previsto em lei, poderá ser 
realizada, a celebração do casamento. 
 
3.2.3 Família Informal ou União Estável. 
 32 
 
 A organização familiar foi tutelada pela constituição de 1988, onde a 
diversidade de famílias adquire validade com a interpretação constitucional. 
 Uma das diversidades de família, que se fez paralela ao matrimonio, mas 
não considerada menor grau de importância dentro do direito familiar, e cada vez 
mais comum dentro de nossa sociedade, chamada de União Estável. 
 Explica Diniz (2014, p.407) sobre a União Estável: 
 
Ao matrimonio contrapõe-se o companheirismo, consistente numa união 
estável de pessoas livres de sexos diferentes, que não estão ligadas 
entre si por casamento civil. A constituição Federal (art. 226, § 3º), ao 
conservar a família, fundada no casamento, reconhece como entidade 
familiar a união estável, a convivência pública, continua e duradoura de 
um homem com uma mulher, vivendo ou não sob o mesmo teto, sem 
vinculo matrimonial, estabelecida com o objetivo de construir família, 
desde que tenha condições de ser convertida em casamento, por não 
haver impedimento legal para a sua convolação [...]. 
 
 
 E de acordo com a Constituição Federal de 1.988, artigo 226, §3º. 
 
Art.226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do 
Estado.§3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união 
estável entre homem e mulher como entidade familiar, devendo a lei 
facilitar sua conversão em casamento. 
 
 
 De forma contrária ao Código Civil de 1.916, que só havia regulamento as 
famílias vindas do matrimonio, com preconceitos a outras famílias e vistas como 
adultério. O Código Civil de 2002, com nova construção de famílias e trazendo a 
União Estável tutelando direitos, dentro dos artigos 1.723 a 1.727. 
 O entendimento era que só existia a família legitima, de forma que os filhos 
só eram reconhecidos vindos do casamento, extraconjugais não eram 
reconhecidos sofriam discriminação. E nas palavras de Dias (2009, p. 46): 
 
 
A lei emprestava juridicidade apenas à família constituída pelo 
casamento, vedando quaisquer direitos às relações nominadas de 
adulterinas ou concubinárias. Apenas a família legitima existia 
juridicamente. A filiação estava condicionada ao estado civil dos pais, só 
merecendo reconhecimento a prole nascida dentro do casamento. Os 
filhos havidos de relações extrapatrimoniais eram alvos de enorme gama 
de denominações de conteúdo pejorativo e discriminatório. Assim, os 
ilegítimos, naturais, espúrios, bastardos nenhum direito possuíam, sendo 
condenados a invisibilidade. Não podiam sequer pleitear reconhecimento 
enquanto o genitor fosse casado. 
 33 
 
 
 
 Por certo que só reconheciam o matrimonio como união, uma sociedade 
preconceituosa e associava a união livre com o adultério, cheios de dogmas 
religiosos, o Código Civil de 1.916, denominava como concubinato e reprovava. 
 A aceitação se iniciou com o direito previdenciário, quando passou a 
reconhecer juridicamente a companheira, as evoluções jurisprudenciais ao passar 
do tempo reconhecem a união de fato entre estas uniões livres, reconhecendo 
partilha igualitária sobre os bens adquiridos. 
 E chegou finalmente o reconhecimento, concubinato puro passou a ter 
nome jurídico e passa a se chamar União Estável e se equipara a família 
matrimonial no direito de família, possuindo requisitos de validade e tutelas 
jurisdicionais. De acordo com o Superior Tribunal de justiça: 
 
A lei não exige tempo mínimo nem convivência sob o mesmo teto, mas 
não dispensa outros requisitos para a identificação da união estável 
como entidade ou núcleo familiar, quais sejam: convivência duradoura e 
pública, ou seja, com notoriedade e continuidade, apoio mútuo, ou 
assistência mútua, instituto de constituir família, com deveres de guarda, 
sustento e educação dos filhos comuns, se houver, bem como deveres 
de lealdade e respeito (STJ, REsp 1.194.059/SP, Rel. Min. Massamu 
Uyeda, 3º Turma, j. 06.11.2012, Dje 14.11.2012). 
 
 
 Diante da emenda do Superior Tribunal de Justiça e com referencia do 
artigo 1.723 do Código Civil, a União Estável com convivência pública, duradoura 
e ininterrupta do casal. Tendo um comportamento que perante a sociedade 
apresenta como casal, união continua estável, podendo constituir família com 
dever de lealdade, respeito mútuo, guarda, dever de assistência e educação dos 
filhos como iguais a do matrimonio tradicional. 
 Aduz Gonsalves (2016, p. 618) “como um fato social, a união estável é 
tão exposta ao público como o casamento, em que os companheiros são 
conhecidos, no local em que vivem nos meios sociais, principalmente de sua 
comunidade.” 
 De convivência more uxório comunhão de vida entre os cônjuges, no 
âmbito espiritual e também material, tudo que se relaciona a um bom convívio 
familiar, não existindo alguns requisitos, mas existindo affectio societatis 
 34 
,encontros frequentes, convívio e assistência a vida social, configura a existência 
de União Estável. 
 
3.2.4 Família Homoafetiva. 
 
 A conquista desta família foi árdua, esta família constituída por duas 
pessoas do mesmo sexo, o princípio da afetividade é a base estrutural, sem 
duvida também o proposito de constituir convivência plena e duradoura. Do 
mesmo modo que a União Estável sofreu preconceitos na sociedade, a união 
homoafetiva teve o mesmo histórico, com muito preconceito e difícil aceitação até 
mesmo da própria família, infelizmente ainda existe preconceito em uma parcela 
da sociedade. 
 Foram difíceis fases deste processo, podemos dizer que os princípios 
Constitucionais e a hermenêutica jurídica que emana do poder judiciário, trouxe 
este reconhecimento a esta união, em visão do respeito à dignidade da pessoa 
humana. Tartuce, (2016, p. 385) em sua obra discorre: 
 
Como se constata, o debate a respeito do tema parece ter sido 
encerrado no Brasil com o julgamento do STF, concretizando-se a 
proteção familiar da união homoafetiva. Por bem,adotou-se a premissa 
da inclusão, como manda o Texto Maior, afastando-se preconceitos e 
discriminações. A tutela da dignidade humana e o bom senso venceram. 
 
 E a esta causa alguns juristas como, por exemplo, Maria Berenice Dias foi 
uma defensora dos direitos homoafetivos, contribuindo até mesmo para o 
entendimento de outros doutrinadores e acadêmicos do direito. No dia 5 de maio 
de 2011, a ADPF 132 e a ADI 4277, julgadas e regulamentadas a união 
homoafetiva no Brasil. 
 Como disposto no artigo 226, § 3º da Carta Constitucional, possuem o 
mesmo direito e deveres como a união estável e também classificada como 
entidade familiar. 
 
3.2.5 Família Monoparental. 
 
 35 
 Família constituída somente por um genitor, esta família pode ter sua prole, 
por consequência de viuvez, divorcio, separação de pai e mãe solteiros, ou 
descendentes que sustentaram e educaram seus filhos sozinhos. 
 Esta formação de família tem seus direitos tutelados em nossa 
Constituição Federal: 
 
Art.226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do estado, 
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada 
por qualquer dos pais e seus descendentes. 
 
 
 Na maioria das vezes a mulher se torna este formato de família, devido ao 
grande apego ao afeto familiar. Também podemos apontar a queda do poder 
patriarcal, onde a mulher começa a se destacar como provedora do lar, sua 
equiparação de igualdade, lhes deu oportunidade de escolha a constituir sua 
família da forma desejada, sendo assim foi de suma importância este 
reconhecimento das famílias monoparentais. 
 
 
3.2.6 Família Anaparental. 
 
 A constituição desta família se caracteriza, quando não estão mais 
presentes os pais, ou seja, os genitores não existem mais, o convívio é entre 
parentes e outros que dela participam, sem papeis característicos. 
 Também pode ser característica de uma união de esforço, para que se 
possa formar um patrimônio, não necessário a existência de vinculo familiar, nem 
mesmo ordem de ascendentes ou descendentes, também para esta 
caracterização não é necessário que exista o relacionamento sexual, só a 
convivência já se caracteriza como família anaparental. 
 O exemplo desta família pode se basear no fato, quando houve o 
falecimento dos pais, os irmãos ou tio que resolvem continuarem juntos e seguir 
um novo instituto familiar, sem a presença dos mesmos. Assim podendo os mais 
velhos exercer o papel de pais, ou os tios e sobrinhos nas mesmas 
características. 
 36 
 Deste modo, podemos concluir que dentro desta estrutura familiar, o direito 
de família também se faz presente com direitos e deveres tutelados pelo o 
Estado, reconhecendo esta entidade familiar. 
 
3.2.7 Família Pluriparental. 
 
 Estas famílias são chamadas de reconstruídas, recompostas ou família 
mosaico, quando o relacionamento chega ao fim, por consequência de divorcio, 
separação, onde desfeita esta relação, e constituem outra juntando todos em um 
só relacionamento, filhos constituídos na relação anterior, como também uma das 
partes sem filhos assumem como seus e formam um pluralismo entre si. 
 As famílias pluriparental se aceitam para formar seu novo instituto familiar, 
mas diante dos conceitos jurídicos ainda não se admite como entidade familiar, 
mesmo com todo o respeito e afeto reciproco entre todos integrantes, continuara 
como família monoparental aos que são genitores de sua prole, o artigo 1.579, 
paragrafo único do Código Civil dispõe: 
 
Art. 1.579. O divórcio não modificará os direitos e deveres dos pais em 
relação aos filhos. 
Paragrafo único. Novo casamento de qualquer dos pais, ou de ambos, 
não poderá importar restrições aos direitos e deveres neste artigo. 
 
 
 Também tem por convívio e afeto mútuo, aos filhos do companheiro ou 
companheira com o desejo de oficializar uma adoção afetiva. Sob o Estatuto da 
criança e do adolescente (Lei 8.069/90) discorre que à possibilidade da adoção 
unilateral, por parte do convivente do genitor, disposto no artigo 41, § 1º desta 
referida lei, com requisitos legais, o principal requisito é a aceitação do genitor 
registral. 
 A família “mosaica” conhecida por esta denominação dentro do direito de 
família, por sua vez tem estas características de afetividade e vínculos anteriores 
ao relacionamento passado, dizer de um modo pratico, os teus os meus e os 
nossos. 
 
3.2.8 Família Eudemonista 
 
 37 
 Esta família se caracteriza pelo simples fato da busca da felicidade, pode 
ser no momento em que pessoas que se unem como, por exemplo, estudantes 
que moram juntos, podem ser classificados pelo respeito reciproco e afeições, 
vivem no mesmo lar dividem despesas, irmãos que são responsáveis pelos 
irmãos menores. Eudemonista convivência entre pessoas com afetividade, 
solidariedade, compartilhando tristezas, alegrias como uma profunda irmandade. 
 Diante da identificação da família que haja afeto e comunhão de vida, forma-
se de certa forma mais uma instituição familiar, a doutrina não limita o conceito de 
família. Dias (2009, p.54) dispõe: 
 
É a afetividade, e não à vontade, o elemento constitutivo dos vínculos 
interpessoais: o afeto entre as pessoas organiza e orienta o seu 
desenvolvimento. A busca da felicidade, a supremacia do amor, a vitória 
da solidariedade ensejam o reconhecimento do afeto como único modo 
eficaz de definição da família e de preservação da vida. Esse, dos novos 
vértices sociais, é o mais inovador. 
 
 
 Denominou- se família eudemonista, o sujeito como possuidor de direitos e 
deveres, tem por sua vez referencias de qual denominação de família pertence, a 
Constituição Federal de acordo com o artigo 226, § 8º, discorre: 
 
ART.226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do 
Estado. §8º O Estado assegura a assistência a família na pessoa de 
cada um que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no 
âmbito de suas relações. 
 
 
 Este artigo traz com ele a proteção da família, e cada membro que integra 
qualquer tipo de família, sem preconceitos de que forma o individuo escolheu seu 
destino familiar. 
 
 
 
 
 
 
4. O POLIAMOR 
 
 Diante de todo o histórico do direito de família explanado, podemos verificar 
as diversas conquistas de direitos e reconhecimento das modalidades de família 
no brasil. Os princípios constitucionais foram de grande valia, para que estes 
 38 
direitos, inseridos ao ordenamento jurídico e regulamentados, proporcionando o 
Estado a cumprir seu papel diante da sociedade atual. 
 E essa evolução não para diante das formas de famílias, entorno de um rol 
não taxativo podemos dizer que se multiplica em seus arranjos familiares, ainda 
sem reconhecimento, sem o amparo da lei, como as famílias poliafetivas que 
surgiram nos últimos tempos. 
 
4.1 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS. 
 
 Uma forma de relacionamento íntimo, consensual entre três ou mais 
pessoas, que se respeitam e se consideram uma família poliafetiva, tendo como 
referencia um dos princípios fundamentais a família, o principio da afetividade. 
 O significado de poliamor, poli se refere a vários ou muitos em grego, 
amor vem do latim com significado, sentir afeição, desejo, mostrar sentimento vai 
mais além da filosofia e da ciência. Uma forma de viver com diferente conceito 
familiar, sofrem preconceitos por admitirem que possam amar mais de uma 
pessoa, não só por desejo sexual, mas também por afeto.Uma definição por Gagliano e Filho (2014, p. 463): 
 
O poliamorismo ou poliamor, teoria psicológica que começa a 
descortinar-se para o Direito, admite a possibilidade de coexistirem duas 
ou mais relações afetivas paralelas, em que os seus participes 
conhecem-se e aceitam-se uns aos outros, em uma relação múltipla e 
aberta. 
 
 No primeiro momento o poliamorismo pode causar excentricidade, traz 
contrariedade em sua real estrutura, diante do que se considera tradicional ou 
aceito na sociedade. Difícil aceitação pela doutrina cristã, que repudia tal 
possibilidade de uma pessoa amar mais de uma e ser amada também, uma visão 
de ameaça às famílias tradicionalistas. 
 Dentro de muitas contrariedades, uma estrutura de comportamento diferente 
as regras da sociedade, no sentido moral e legal, com preconceito aos adeptos, 
denominando-os como impuro, espúrio, improprio, adulterino e também 
concubinato. 
 Mas com toda esta gama de preconceitos e denominações a ela empostas, 
as uniões poliafetivas são reais e podem vir a produzir efeitos jurídicos, em 
 39 
grande proporção. “A repulsa aos vínculos concomitantes não os faz desaparecer, 
e a invisibilidade a que são condenados só privilegia o bígamo. São relações de 
afeto e, apesar de serem consideradas uniões adulterinas, geram efeitos 
jurídicos.” (Dias, 2009, p. 50). 
 
Por mais que este não seja o padrão comportamental da nossa vida 
afetiva, trata-se de uma realidade existente, que já é objeto de reflexão 
da doutrina especializada e que culmina por mitigar, pela atuação da 
vontade dos próprios autores da vida, o dever de fidelidade, pelo menos 
na concepção tradicional que a identifica com a exclusividade. 
(GAGLIANO e FILHO, 2014, p.464) 
 
 Deste modo, ignorar tal comportamento dentro da esfera humana é 
retroagir, ir de encontro a um só padrão, em que o ser humano não possui. Seu 
modo de vida se progride, permitindo que possa ser construída uma nova 
estrutura de relacionamento, são seres livres que visam ser feliz sem prejudicar o 
outro. 
 O Estado Democrático de Direito, foi fundamentado entre princípios e 
normas, em nossa Constituição de 1.988, valorando a dignidade da pessoa 
humana permitindo modalidades de família surgindo o principio da pluralidade 
familiar, igualdade, liberdade e solidariedade dentro do conceito familiar. E em 
regra todas as famílias são construídas com o alicerce principal o afeto. Mas para 
o Direito acompanhar esta progressão ainda vai algum tempo, mesmo com o 
reconhecimento de união estável há lacunas. 
 As uniões homoafetivas, foram reconhecidas como entidade familiar, com 
equiparação a união estável, em cinco de maio de 2011, fundamentadas ao artigo 
226,§ 3º da Constituição Federal de 1.988 e no Código Civil de 2002 art. 1.723, 
foram de árduas tentativas e conseguiram, além dos benefícios ganharam mais 
respeito na sociedade. 
 Os relacionamentos poliafetivos não foram ainda reconhecidos como 
entidade familiar, houve alguns casos, na cidade de Tupã interior de São Paulo, 
entre um homem e duas mulheres foi lavrado pela tabeliã Claudia Nascimento 
Domingues, entrevistada pelo (IBDFAM, 2012), Instituto Brasileiro de Direito de 
Família, declarou ter oficializado como união estável por reconhecer os requisitos, 
 40 
capacidade, não eram titulares de nenhum litigio, concluiu que não havia 
impedimento algum, cumprindo seu papel de garantia jurídica. 
 E no ano de 2015, foram três mulheres, em 2016 duas mulheres e um 
homem, na barra da Tijuca na zona Oeste do Rio de Janeiro, a Tabeliã Fernanda 
Freitas Leitão,15º Oficio de notas, fundamentou no principio da afetividade, da 
dignidade da pessoa humana, da personalidade, autonomia da vontade, não 
descriminação. 
 Mesmo estando presentes os fundamentos para realização de união 
estável, houve grande repercussão na mídia e manifestação da Corregedoria 
Geral da Justiça do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (CGJ/RJ), 
alegou que emitindo nota sobre a escritura feita por Fernanda Tabeliã, que os 
efeitos de escritura de união estável para união poliafetiva não produz efeitos e 
não tem previsão legal. 
 E não são só estas famílias, no Brasil foram 10 uniões poliafetivas 
registradas, mas com a negativa inclusão de aceitação, o Conselho Nacional de 
Justiça (CNJ) suspendeu a lavratura de escritura publica, das uniões poliafetivas 
nos cartórios, até que aja regulamentação. O CNJ pediu opinião a Associação de 
Direitos de Família e Sucessões, (ADFAS), no entanto a associação pediu uma 
liminar proibitiva. A ministra Nancy Andrighi, instaurou uma medida, pedindo aos 
cartórios que aguardem novas conclusões sobre o caso, a respeito sobre a liminar 
pela ADFAS, indeferiu decisão: 
 
Autos: PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS – 0001459-08.2016.2.00.0000 
Requerente: ASSOCIAÇÃO DE DIREITO DE FAMILIA E DAS 
SUCESSOES-ADFAS Requerido: TERCEIRO TABELIAO DE NOTAS E 
PROTESTO DE LETRAS E TITULOS DE SÃO VICENTE-SP e outros 
[...]. Relatado o processo, decide-se. Extrai-se a necessidade da previa 
manifestação das Corregedorias Gerais de Justiça dos Estados do Rio 
de Janeiro e de São Paulo sobre os fatos e argumentos narrados na 
inicial. Forte nessas razões, DETERMINO a expedição de oficio às 
Corregedorias - Gerais da Justiça dos Estados de São Paulo e do Rio de 
Janeiro, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, manifestem-se acerca 
dos fatos e fundamentos alegados na inicial, juntando aos autos 
documentação que porventura julguem necessário. Intimem-se às 
serventias extrajudiciais de Notas sob sua supervisão acerca da 
existência deste procedimento em tramitação na Corregedoria Nacional, 
e recomendem aos seus titulares que é conveniente aguardar a 
conclusão deste Pedido de Providencias para lavrar novas escrituras 
declaratórias de “uniões poliafetivas”. Intime-se. Brasilia, 13 de abril de 
2016. MINISTRA NANCY ANDRIGHI Corregedoria Nacional de Justiça. 
 
 41 
 
 Dessa forma, percebe-se uma contrariedade entre os revolucionários do 
Direito de Família e os tradicionalistas por esta suspensão aos cartórios. 
 A união poliafetiva precisa dos mesmos direitos adquiridos pelas outras 
entidades familiares, não podendo deixar motivos culturais e sexuais impedir tais 
direitos, pois configura descriminação que escolhem viver de maneira diferente da 
convencional. Trata-se da pessoalidade de cada indivíduo, não podendo o Estado 
interferir, podendo caracterizar restrição da liberdade individual. 
 
4.1.1 A Diferença entre Poliamor, Monogamia, Poligamia e Bigamia. 
 
 A fidelidade para a família tradicional significa respeito e dever de fidelidade 
entre duas pessoas, um modelo chamado monogamia, bem aceito pela sociedade 
há tempos, revestida deste tradicionalismo um dever dentro do casamento, 
violando resulta em dissolução da união, podendo acarretar consequência de 
indenização. 
 Monogamia palavra de origem grega: monis gamein um único casar, ou 
seja, único casamento, relação entre duas pessoas de sexo oposto e ambos se 
manterem como únicos parceiros, quando violado este pacto ocorre o crime de 
bigamia previsto no Código Penal artigo 235, gera impedimento de se casar art. 
1.521, IV do Código Civil, torna-se nulo o casamento. 
 Na Poligamia a figura do homem é predominante, onde ele assume 
várias parceiras e também tem sua regra de convivência, como em outras formas 
de família. 
 Bigamia é o ato de estar casado assumindo um relacionamento

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