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DEMOCRACIA PARTICIPATIVA: CONTINUAÇÃO À DEMOCRACIA REPRESENTATIVA Autora: Patrícia Camargo Tesseroli de Siqueira (paty_cts23@hotmail.com) ¹ Autora: Eduarda T. Fochzato (lexicoausente@outlook.com) ² Autora: Keyla Moreira (keylamoreira@live.com) ³ Autor: Samuel Mânica Radaelli (samuel.radaelli@ifpr.edu.br) 4 1,2,³,4 Instituto Federal do Paraná II Contextos e Conceitos Mostra de Produção Científica e Extensão Instituto Federal do Paraná – Campus Palmas Resumo Expandido: A presente pesquisa tem por escopo a análise do Decreto 8.243/14, que estabelece a Política Nacional de Participação Social (PNPS), assim como a verificação de sua pertinência na construção da democracia brasileira. Aprovado pela então presidente Dilma Rousseff, o referido decreto vislumbra regulamentar e organizar as formas de participação popular, a fim de fortalecer a gestão democrática da administração pública mediante a atuação de conselhos populares. Entretanto, nada cria, apenas ordena aquilo que já estava em vigência desde a redemocratização do país, com claro intuito de garantir a publicidade, transparência e o controle social nas decisões. Frente a isso, diversas críticas foram dirigidas a tal ato normativo, sob o fundamento de que representaria um golpe à democracia ou uma medida autoritária. Observa-se que tais críticas corroboram com a premissa de que muitos agentes políticos parecem não aprovar a ideia da participação popular como forma de controle nas decisões políticas. Nota-se que ainda persiste uma cultura autoritária por parte dos representantes políticos, na medida em que repelem qualquer possibilidade de intervenção direta popular no âmbito estatal, confundindo-a com arbitrariedade. Neste contexto, é evidente o declínio do sistema representativo político, apontando para os partidos como, na maioria, meros feudos políticos, que, por sua vez, atestam o problema sistêmico do financiamento privado das campanhas e o decorrente desvirtuamento dos interesses sociais. Em contrapartida, sob a premissa de que povo, conforme o art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal, é fonte de todo poder e em seu nome as decisões políticas são legitimadas, o ato presidencial viabiliza o fortalecimento da democracia representativa e não sua destruição. A soberania popular é concretizada para além do sufrágio universal, concedendo a participação do povo através de outros mecanismos e reclamando um Poder Legislativo mais responsivo. De acordo com a teoria de democracia deliberativa de Ronald Dworkin, uma decisão política deve estar racionalmente fundamentada, cujas razões utilizadas devem ser acessíveis e fruto de uma ampla discussão daqueles que serão com ela afetados, aplicando-se tanto aos conselhos populares quanto ao legislador. Como exemplo de maior efetivação democrática está a República Bolivariana da Venezuela, onde além da presença dos três poderes tradicionais – executivo, legislativo e judiciário – encontram-se constituídos o poder cidadão e o poder eleitoral dos cidadãos, os quais, possibilitam maior participação popular junto ao Estado. Nesta toada, os conceitos democráticos liberais parecem não constituir, de fato, uma democracia social frente às reais condições emanadas por aqueles que se encontram à margem das arenas e que por meio de uma democracia participativa poderiam ter seus respectivos anseios representados. Portanto, indubitável é a importância da ampliação da participação popular, porquanto torna mais robusta a democracia representativa. Palavras-chave: Democracia, política, povo, participação.
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