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Prof. Ricardo Granata UNIDADE I História do Design e do Mobiliário A relação entre o Designer de Interiores e o design – no desenvolvimento dos seus projetos quando especifica móveis e objetos de cotidiano de design. O design industrial. A história do design e do mobiliário e sua relação com o Designer de Interiores. Apresentação e introdução Apresentação e introdução Vitrine de loja de design em Milão. Fonte: Pava [CC BY-SA 3.0 it (https://creativecommons.org/licenses/ by-sa/3.0/it/deed.en)], from Wikimedia Commons. Acesso em: 12/01/2019, às 8h. Revisão bibliográfica: Sparke (2009): design surge e se consolida entre séculos XVIII e XIX – Revolução Industrial – a partir de três fatores básicos: sua ligação com a indústria; seu papel como instrumento de reforma dos ideais; o desenvolvimento da estética da máquina. A Revolução Industrial e o surgimento do design A indústria e o design Revisão bibliográfica: Cardoso (2008): design como fruto de três processos mundiais concomitantemente interligados, entre os séculos XIX e XX: “a reorganização da fabricação e distribuição de bens para abranger um leque cada vez maior e mais diversificado de produtos e consumidores”; “a ampliação e adequação das concentrações de populações em grandes metrópoles, acima de um milhão de habitantes”; a globalização, na qual “a integração de redes de comércio, transportes e comunicação, assim como dos sistemas financeiro e jurídico que regulam o funcionamento das mesmas”. A Revolução Industrial e o surgimento do design A indústria e o design Design ou o desenho industrial: fenômeno surgido a partir do aparecimento de novos meios de organização da produção manufaturada na Inglaterra da segunda metade do século XVIII e que se estendeu para a Europa e a América do Norte. Principais ligações: Desenvolvimento da engenharia e das máquinas – desenvolvimento dos produtos em um processo eficiente, rápido e barato; Desenvolvimento do interesse de pessoas, antes desprivilegiadas apenas, a ter interesse pelas coisas – o consumo e os bens de consumo; Reconhecimento das novas demandas, por parte das manufaturadoras, e a consequente produção em grande quantidade, com um visual agradável e de fácil notabilidade. A Revolução Industrial e o surgimento do design A indústria e o design Os primórdios da organização industrial: Entre os séculos XVII e XVIII, já havia uma organização institucional de manufaturas ligada, controlada e financiada pela Coroa. Destaca-se a de Gobelin, na França, com produções de tapetes, móveis e objetos, destacando a tapeçaria. Tapeçaria: melhoria do conforto térmico de edificações, a valorização da tapeçaria como objeto de ostentação ganha ares de uma arte francesa, no século XVIII, pois, a partir do Renascimento e do “estilo novo”, as tecelagens buscam representações e tonalidades aos modos da pintura. A Revolução Industrial e o surgimento do design Os primórdios da organização industrial A Revolução Industrial e o surgimento do design Os primórdios da organização industrial Fonte: livro-texto Das organizações controladas pela Coroa, como a de Gobelein, destaca-se também a de Meissen, na Saxônia, marcada pela pesquisa e pela produção de utensílios de porcelana. A Revolução Industrial e o surgimento do design Os primórdios da organização industrial Fonte: livro-texto Em relação ao processo de surgimento e desenvolvimento do design, é possível afirmar que: a) Surge exclusivamente em função de uma demanda de Messein, na Saxônia. b) As manufaturas de Gobelein foram as grandes incentivadoras de uma produção de aço. c) Surge a partir do aparecimento de novos meios de organização da produção manufaturada na Inglaterra da segunda metade do século XVIII. d) Surge exclusivamente para atender às demandas de tapeçaria de Gobelein e Messein. e) Surge exclusivamente a partir do desenvolvimento das atividades de Design de Interiores. Interatividade Até o século XVIII, os fashionistas ricos da elite buscavam peças e objetos feitos à mão que refletissem e mantivessem seu status na sociedade elitizada, atendidos, como marceneiros como Thomas Chippendale, George Hepplewhite e Thomas Sheraton, na Inglaterra. Chippendale, em 1754, publicou o livro The Gentleman and The Cabinet – e cria um “modelo de negócios” que o design e a indústria logo adotaram como práticas normais. A Revolução Industrial e o surgimento do design A organização industrial e sua expansão A Revolução Industrial e o surgimento do design A organização industrial e sua expansão Fonte: livro-textoPoltrona (1768) e mesa de Chippendale. De forma parecida, fizeram os costureiros parisienses em meados do século XIX na produção de vestidos exclusivos para suas clientes. Por exemplo, Charles Frederick Worth, inglês radicado em Paris, oferecia aos seus clientes diversos modelos que poderiam ser feitos à mão por seus alfaiates. Joseph-Marie Jacquard (1804) – grande contribuição à indústria de seda em Lyon, com o desenvolvimento de um novo tear. Nos Estados Unidos, a manufatura moderna progrediu já no final do século XIX, nas mãos de John D. Rockefeller, Andrew Carnedgie e Cornelius Vanderbilt. A Revolução Industrial e o surgimento do design A organização industrial e sua expansão Nesse momento, as atenções são dadas mais ao produto, design, do que ao criador, designer – o híbrido “artesão-designer” substituído por uma equipe de manufatura desqualificada ou semiqualificada que operava parte de um sistema dividido de trabalho, com processos de criação e moldagem, no qual diversas pessoas estavam envolvidas. Na indústria cerâmica: o trabalhador que preparava os protótipos era o modelador (modeller) e, na indústria têxtil, existia o desenhista de padrões (pattern-drawers), que desenvolvia infinitas variações de um mesmo tema. Todos trabalhavam dentro das possibilidades oferecidas pelas máquinas. O tear da Jacquard foi praticamente o precursor mecânico do computador, o que possibilitou a produção em massa. A Revolução Industrial e o surgimento do design A organização industrial e sua expansão Na metade do século XVIII, a mecanização da produção já era impulsionada por empreendedores, como o engenheiro Mathew Boulton (financiou a máquina a vapor de James Watt) e Josiah Wedgwood, na Inglaterra. Boulton – diversificação em modelo e estilo do produto industrializado deixando a possibilidade de opção por parte do consumidor final – modelo para outros empresários. Manufaturação em grande escala e pequenos produtos domésticos em metal, como pinças, paliteiros, tinteiros, correntes para relógios; chamados toys, baseados em um livro de modelos e eram modificados por uma tecnologia específica de sua fábrica. Esse tipo de livro já existia na Itália e na Alemanha no século XVI, por volta de 1770, e se tornaram catálogos com uma função importante de promoção nos pontos de venda, apresentando os produtos com o intuito de despertar o interesse e o desejo no consumidor. A Revolução Industrial e o surgimento do design A organização industrial e sua expansão Boulton e Wedgwood – entendimento do poder de venda às pessoas comuns. A Revolução Industrial e o surgimento do design A organização industrial e sua expansão Fonte: livro-texto Peça de Boulton (1800) e Prato Creamware de Wedgwood (1780-1790). Josiah Wedgwood investia na experimentação e na melhora dos materiais. Exemplo de sua produção é a cerâmica Queensware ou Creamware, de 1763. Wedgwood aproveitou o aumento do interesse e a demanda pelas cerâmicas domésticas. A produção emmassa ganhou um incremento no seu processo industrial, na divisão do trabalho; surgindo, assim, novas classes de ceramistas, como os projetistas de moldes e os escultores – que desenvolviam o projeto para a produção em massa. Para a clientela rica trabalhava e fazia associações com artistas famosos como John Flaxman, Joseph Wright e George Stubbs. Um exemplo marcante da associação com Flaxman é o surgimento de uma cerâmica mais leve, a jasper. Italiana Alessi desenvolve essa associação até os dias de hoje. A Revolução Industrial e o surgimento do design A organização industrial e sua expansão Wedgwood trabalhava em duas esferas: a produção exclusiva para os consumidores ricos; a produção em grande quantidade dos produtos funcionais, do cotidiano – do dia a dia. Três inovações importantes de Wedgwood: a criação da cerâmica esmaltada, a creamware, em grande escala, que tinha o aspecto de porcelana como a de Meissen, por um preço acessível; o decalque de decorações pintadas; as louças produzidas por encomenda, o que diminuía o estoque e o “encalhe” de produtos. A Revolução Industrial e o surgimento do design A organização industrial e sua expansão A Revolução Industrial e o surgimento do design A organização industrial e sua expansão Fonte: livro-texto Vaso de Wedgwood desenhado em 1785 e produzido em 1870. A industrialização adentra a Europa no fim do século XVIII – França, Alemanha e Itália, impulsionada pelas ferrovias e locomotivas a vapor; nos EUA com destaque aos produtos de vidros moldados, como a New Glass Company, em Boston. No fim do século XVIII, a grande quantidade de fábricas abertas aumenta a procura pelos produtos, o que acarreta em um crescimento na quantidade de lojas abertas e também no número de vendedores viajantes, fazendo com que a produção se amplie cada vez mais. As inovações trazidas pelas novas indústrias culminam na identificação do design como um elemento distinto dentro do processo: a percepção de uma necessidade de aumento de vendas traz a necessidade de distinção e diversificação dos produtos de consumo, incrementando a competitividade no mercado. A Revolução Industrial e o surgimento do design A organização industrial e sua expansão Os artefatos produzidos pelos artesãos tinham seu público. O comprador, em potencial, dos produtos industrializados precisava vê-los na loja para comprá-los; dessa forma, os designers tinham que tornar os produtos desejáveis e visíveis. Com isso, o projeto das manufaturas estava muitas vezes desassociado da forma de produção, da sua manufatura, visando a atender o desejo dos consumidores, que outrora não tinham a oportunidade de adquiri-los – superornamentação ostentativa, para atender os novos consumidores e os novos ricos. Fuga dos ideais mantidos na forma de produção dos artesãos, infringindo princípios como a “verdade dos materiais” ou a “forma segue a função”, despertando a crítica por parte de reformistas como William Morris, principalmente após a grande mostra de 1851. A Revolução Industrial e o surgimento do design A organização industrial e sua expansão Primeira Exposição Internacional – A Grande Exposição dos Trabalhos da Indústria de Todas as Nações, Londres, 1851, Crystal Palace (Joseph Paxton) expondo trabalhos industriais de todas as nações, divididos em quatro grupos: matérias-primas, produtos manufaturados, maquinaria e “artes liberais” ou “mecânicas”. No final do século XIX, outro tema da aliança entre design e indústria surge quando da simplificação dos objetos para sua inserção no mundo moderno, em contraste com a Inglaterra da Era Vitoriana – Christopher Dresser, Peter Behrens (Alemanha) e Frank Lloyd Wright (Estados Unidos). A Revolução Industrial e o surgimento do design A organização industrial e sua expansão Em relação à organização industrial e sua expansão é correto afirmar que: a) A expansão da indústria ocorreu em função das atividades do artista-artesão. b) Toda a produção industrial dos séculos XVIII e XIX era voltada para o consumidor da elite. c) Entre os séculos XVIII e XIX houve um bom desenvolvimento da indústria, porém o início da produção em massa ocorreu apenas no século XX. d) Entre os séculos XVIII e XIX já havia uma diversificação de produção atendendo diversas classes de consumidores. Josiah Wedgwood trabalhou nessa diversificação. e) O design é importante no sistema industrializado, mas ainda no século XVIII não tem relação com o aumento de vendas dos produtos. Interatividade Crescimento e desenvolvimento do processo industrial – questionamentos acerca da nova era e das novas formas de produção também aparecem, surgindo os primeiros debates. Três movimentos marcaram o início do desenvolvimento industrial: o arts and crafts, na Inglaterra; o art nouveau, surgido em Glasgow, na Escócia, e desenvolvido em Bruxelas, na Bélgica; e o Deutscher Werkbund, surgido em Berlim, na Alemanha. O início do desenvolvimento industrial: O arts and crafts, o art nouveau e o Deutscher Werkbund O movimento inglês arts and crafts, ou artes e ofícios – defesa do artesanato em alternativa à mecanização e à produção em massa impostas pela indústria. Teve à frente William Morris e foi influenciado pelo romântico John Ruskin. Caráter social, questionava o abuso da intensificação do trabalho na indústria, desejando imprimir os traços dos artesãos-artistas – autenticidade na produção em série. Primeiras tensões entre o design comercial, focado no consumidor, e o design conceitual, com premissas sociais. Crítica à produtividade anônima e à baixa qualidade dos produtos industrializados. A decoração e o ornamento não deveriam ligar-se ao status social, mas às funções do objeto. Defendiam a ética entre consumo e produção. O início do desenvolvimento industrial: O arts and crafts Arts and crafts – duas características fundamentais: A divisão de denominação da arte em arte pura e arte aplicada, conhecidas como arte maior e arte menor ou, ainda, belas-artes e artesanato. Já a indústria dividia seus produtos por duas denominações: arte decorativa e arte industrial. O início do desenvolvimento industrial: O arts and crafts O início do desenvolvimento industrial: O arts and crafts Fonte: livro-texto Produção de William Morris. Art nouveau – segundo movimento importante no processo de industrialização. Segunda metade do século XIX, em Glasgow, na Escócia. Desenvolveu-se em Bruxelas, na Bélgica, e depois se estendeu para Paris, Viena, Moscou, Berlim, Milão e outras cidades da Europa. Surgiu em meio à uma alteração econômica – economia tradicional de base agrícola para o trabalho fabril com o início do emprego no setor terciário e o aumento relativo do contingente da classe média na Europa. O início do desenvolvimento industrial: O art nouveau Ideia de criar algo que promovesse a libertação dos estilos anteriores, rompendo com o academicismo até então praticado e, portanto, libertando-se de estilos, como o greco-romano. Proposto por arquitetos e artistas, como Henry van de Velde, Emille Gallé, Arthur Heygate Mackmurdo, Hector Guimard, Paul Hankar, Victor Horta e Gustave Serruirier-Bovy; voltados para a natureza, com inspirações orientais provenientes da China e do Japão e também influenciados pela botânica, biologia e fisiologia. O início do desenvolvimento industrial: O art nouveau Van der Velde buscava transformar a natureza em ornamentos, enquanto outros tendiam a reduzi-los a símbolos. Complexidade de Van der Velde mostrou-se muito exigente – figuras menos puras, como curvas das plantas e do corpofeminino, propagaram-se de forma mais abrangente no mundo industrializado. Proposto como um estilo de industrialização mais fácil e necessária, em virtude da corrente aglomeração nas grandes cidades europeias. Materiais de mais fácil reprodução e/ou fundição – ferro, vidro, bronze, dentre outros, para que seus ornamentos fossem comercialmente exploráveis. União entre originalidade e utilidade representando o desenvolvimento da indústria na época, atendendo às ânsias da burguesia por produtos de arte aplicada. O início do desenvolvimento industrial: O art nouveau O movimento conseguiu, com um êxito marcante, que a arte fosse absorvida e acessada pela população pela “arte impressa”, proporcionada pelos avançados meios de reprodução como a litografia, como nos cartazes de Jules Chèret e Henry de Toulouse-Lautrec, veja figuras a seguir. A arte levada à população tinha a intenção de elevar o nível cultural por meio de um novo estilo de inspiração coletiva de arte. Sendo assim, o art nouveau aparecia também como um representante em arte e arquitetura de um novo estilo de vida compatível aos avanços e surgimentos dos bondes, da fotografia, do metrô, das redes canalizadas etc. (MORAES, 1999, p. 28). O início do desenvolvimento industrial: O art nouveau O início do desenvolvimento industrial: O art nouveau Fonte: livro-texto Obras Ambassadeurs e La Coiffure, de Toulouse-Lautrec. Em relação aos três movimentos que marcaram o início do desenvolvimento industrial, é possível afirmar que: a) O arts and crafts pregava a mecanização e a produção intensiva em massa em alternativa ao artesanato. b) O Deutscher Werkbund surgiu na Inglaterra, disseminando posteriormente na França e na Alemanha. c) O art nouveau buscava um maior comprometimento com estilos, como o greco-romano. d) O art nouveau era proposto como um estilo de industrialização mais fácil. e) O art nouveau defendia a não intensificação da arte impressa. Interatividade Desde a primeira Exposição Universal de 1851, ocorrida na Inglaterra, os artistas ingleses William Morris e John Ruskin questionavam os modos de produção industrial, para eles: os objetos não tinham a mesma qualidade dos produtos realizados artesanalmente; o artesão trabalhava com satisfação – o operário fazia um trabalho mecânico, sem o prazer do trabalho artesanal, um trabalho alienado. O arquiteto alemão Gottfried Semper também percebeu, na primeira exposição, a inferioridade dos produtos alemães, pois eram produzidos por meios mecânicos, sem o cuidado que um objeto artesanal podia apresentar em seu acabamento. O início do desenvolvimento industrial: O Deutscher Werkbund Após a unificação da Alemanha, em 1871, entraram na pauta econômica e da política externa a melhora da produção e a ampliação do mercado exportador. Em 12 de maio de 1906, foi realizada a III Exposição de Artes e Ofícios Alemães, na cidade de Dresden. Essa exposição trazia novidades quanto aos objetos expostos, pois os artistas ali presentes tinham refutado acompanhar as formas do passado. O arquiteto Richard Riemerschmid apresentou pela primeira vez móveis executados a partir da produção mecânica. O início do desenvolvimento industrial: O Deutscher Werkbund O início do desenvolvimento industrial: O Deutscher Werkbund Fonte: livro-texto Cadeira projetada por Richard Riemerschmid e produzida em 1905, no Werkstätten für Handwerkskunst, em Dresden, Alemanha. Em 1907, na cidade de Munique, na Alemanha, foi fundado o Deutscher Werkbund, com a finalidade principal de melhorar a qualidade das mercadorias produzidas pela indústria alemã para recuperar uma “cultura harmônica” perdida por causa dos processos de urbanização e da industrialização. A proposta era associar artistas e arquitetos (12), por um lado, e, por outro, os empresários das indústrias (12), de modo a garantir a qualidade dos objetos produzidos industrialmente, principalmente quanto à sua qualidade figurativa. O mentor e fundador do Deutscher Werkbund, o arquiteto Hermann Muthesius, apoiava os arquitetos Hans Poelzig e Peter Behrens. No mesmo ano da fundação do Deutscher Werkbund, Behrens alia-se à AEG, empresa de eletricidade alemã. O início do desenvolvimento industrial: O Deutscher Werkbund Entre os fundadores do Deutscher Werkbund estavam: Richard Riemerschmid, Joseph M. Olbrich, Josef Hoffmann, Bruno Paul, Fritz Schumacher, Wilhelm Kreis, Peter Behrens, Theodor Fischer, Paul Schultze-Naumburg, Adelbert Niemeyer, Max Läuger, J. J. Scharvogel. Em 1911, no Congresso do Werkbund, o arquiteto Muthesius – a estética podia independer da qualidade material – introduziu a ideia de padronização como virtude e da forma abstrata como base da estética do design de produtos. Henry van de Velde era contrário à padronização e defendia a liberdade e a individualidade do artista e do designer. O início do desenvolvimento industrial: O Deutscher Werkbund Trazer conteúdos intelectuais e artísticos nos produtos industriais, transformar técnica em bens culturais pelo design – jovens arquitetos: Mies van der Rohe, Bruno Taut e Walter Gropius. Mas entre os alemães, encontrava-se também um jovem suíço, Charles Edouard Jeanneret, mais tarde conhecido como Le Corbusier. Início da Primeira Grande Guerra em 1914 – necessidade de atender à indústria bélica, ficou comprovada a tese de Muthesius sobre a padronização e ficou criado o sistema DIN-Format (Deutsches Institut für Normung). O início do desenvolvimento industrial: O Deutscher Werkbund O início do desenvolvimento industrial: O Deutscher Werkbund Fonte: livro-texto Salão de cabeleireiro projetado por Henry van de Velde O sucesso do Deutscher Werkbund nos primeiros anos de funcionamento fez eclodir em várias cidades de outros países o mesmo tipo de organização; surge na Áustria, Suíça, Checoslováquia, Hungria e até mesmo na Suécia. A organização alemã publicou diversos catálogos com os produtos industrializados para divulgação junto à população, mas, principalmente, com a função educativa do que seria uma “boa” forma. Anos 1920 – habitação na Alemanha era forte – necessidade da reconstrução do pós-guerra. Deutscher Werkbund propõe na cidade de Stuttgart um bairro novo com diversas tipologias habitacionais – planejado por Mies van der Rohe e sua assistente Lilly Reich. O início do desenvolvimento industrial: O Deutscher Werkbund Nesse bairro de Weissenhof, em Stuttgart, que Le Corbusier define os cinco pontos da arquitetura moderna: edifício sobre pilotis (colunas), para liberar o terreno que deve ser público; estrutura independente, isto é, as paredes não são mais estruturais; planta livre, isto é, a planta passa a ser flexível, sua distribuição pode ser modificada; janelas horizontais e contínuas (em fita); terraço-jardim, como área de uso coletivo na laje de cobertura (não existe mais o telhado). O início do desenvolvimento industrial: O Deutscher Werkbund O início do desenvolvimento industrial: O Deutscher Werkbund Fonte: livro-texto O projeto de Weissenhof, de Le Corbusier, expressa os cinco pontos da arquitetura moderna Nessas casas, havia uma nova relação dos móveis com o espaço – havia móveis projetados por Ferdinand Kramer nas casas de J. J. P. Oud e Mies Van der Rohe e também móveis projetados pelo próprio Mies Van der Rohe. O lema da forma sem ornamentos perdurou pelo menos até 1933. O início do desenvolvimento industrial: O Deutscher Werkbund Edifício de habitação de Mies van der Rohe, no bairro Weissenhof, em Stuttgart. Fonte: livro-textoO início do desenvolvimento industrial: O Deutscher Werkbund Fonte: livro-texto Mobiliário de Weissenhof, projetado por Mies van der Rohe: Cadeiras MR10 e MR20 (1927) Alguns designers do Deutscher Werkbund, ao se associarem a algum empresário, acabaram por especializar-se na produção de novas formas industriais de objetos cotidianos. É o caso de Wilhelm Wagenfeld, cuja colaboração na fábrica de vidros Schott & Gen durou até 1937. A concepção da forma de vidros e potes representa, na essência, aquilo que a organização procurava oferecer ao público. Da mesma maneira, Hermann Gretsch trabalhou para a fábrica de porcelana Arzberg, cujos produtos de algumas linhas, como a 1382 ou 1495, ainda são produzidas até hoje. O início do desenvolvimento industrial: O Deutscher Werkbund O início do desenvolvimento industrial: O Deutscher Werkbund Fonte: livro-texto Jogo de chá e potes de Wilhelm Wagenfeld e conjunto de porcelanas Arzberg, modelo 1382, de Hermann Gretsch. A respeito do movimento Deutscher Werkbund é correto afirmar que: a) Foi fundado na Inglaterra por William Morris. b) Pregava uma não associação entre design e indústria. c) Buscava garantir a qualidade dos objetos produzidos industrialmente pela associação entre artistas e arquitetos e indústria. d) Foi fundado na Alemanha no pós-Segunda Guerra Mundial. e) Buscava um comprometimento total com a indústria não associado às questões habitacionais. Interatividade ATÉ A PRÓXIMA!
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