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MACROECONOMIA - AULA 01 A 10

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MACROECONOMIA 
AULA 01 – O SISTEMA MACROECONOMICO – O FLUXO CIRCULAR DE RENDA 
A macroeconomia tem por objeto o estudo da economia como um todo. Faz-se, portanto 
necessário, para a sua compreensão inicial, o entendimento das relações existentes entre os 
chamados agentes econômicos. 
O fluxo circular de renda de uma economia fechada e sem governo 
A forma mais rudimentar ou simplificada de uma organização econômica é a que considera a 
existência apenas de empresas e pessoas como únicos agentes econômicos, pois, neste caso, 
já há a nítida separação entre vendedores e compradores, o que não ocorre de forma clara 
quando a troca é direta entre as pessoas (escambo). 
Por empresas ou firmas devem-se entender quaisquer unidades produtoras de bens 
(produtos) e serviços, que atuem num dos três setores da economia, a saber: 
PRIMÁRIO, SECUNDÁRIO, TERCIÁRIO 
Uma unidade produtora agropecuária (setor primário). 
Uma usina siderúrgica, uma costureira no seu ateliê (setor secundário). 
Um banco de negócios, um consultório médico, uma escola, um motorista com seu táxi (setor 
terciário). 
Portanto, o conjunto de empresas ofertantes de bens e serviços dos três setores compõe um 
agente econômico chamado empresas. 
O total de toda a produção das empresas, que vem a ser o total da produção desta economia, 
é a produção agregada, que pode ser medida e receber o nome, por exemplo, de Produto 
Interno Bruto (PIB). 
O segundo agente econômico deste modelo chama-se ”famílias”. Por famílias deve-se 
entender o conjunto de pessoas desta economia. Em outros termos, as empresas são unidades 
produtoras e as pessoas que nelas atuam como proprietários e empregados serão agrupadas e 
consideradas na categoria chamada de famílias. 
Os dois únicos agentes econômicos deste modelo são empresas e famílias, mas como ambos 
se relacionam? 
As firmas produzem bens e serviços para serem vendidos para as famílias e para tal precisam 
adquirir insumos, dentre os quais se destacam o trabalho. Trabalho, terra e capital são 
chamados de fatores de produção. 
As empresas podem necessitar também de bens intermediários como componentes etc., que 
são produzidos por outras empresas. Estes insumos que se incorporam ao produto, não são 
considerados nesta análise, pois seus valores são compensados e desaparecem no cálculo 
contábil do PIB. 
A remuneração do trabalho são os salários, a da terra são os aluguéis e a do capital, os lucros. 
Pode-se considerar também que além dos lucros, o capital ainda recebe juros, para cobrir o 
custo de oportunidade do dinheiro investido na empresa. 
O capitalista (dono do capital e, portanto da empresa) vai exigir em troca do dinheiro investido 
na empresa, que haja um retorno correspondente ao lucro e mais uma parte que cubra o 
retorno que teria se tivesse investido este dinheiro em outra coisa. Parte-se do princípio de 
que poderia tê-lo aplicado no mercado financeiro e recebido os juros. 
Em suma, a remuneração total das famílias (salários, aluguéis, juros e lucros) compõe a renda 
da economia. De posse da renda, as famílias têm os recursos financeiros para adquirir o total 
da produção da economia (PIB). 
A negociação dos fatores de produção ocorre no chamado mercado de fatores que engloba os 
mercados de trabalho, de capital e de terras. A negociação do produto agregado ocorre no 
mercado de produto, também chamado de mercado de bens e serviços que envolve os 
mercados de diversos produtos e serviços. 
fluxo circular de renda - O custo de produção das firmas é a renda das famílias, que vem a ser 
o valor de sua despesa com bens e serviços, que se torna a receita das firmas. 
 
O governo também adquire os mais variados bens e serviços para continuar mantendo 
funcionando os órgãos públicos. Seus recursos provem dos impostos das empresas e famílias. 
Da renda gerada pelas empresas, nem tudo vai para as famílias, antes, uma parte é desviada 
para o governo sob a forma de impostos. Mas, em sentido oposto, o governo envia as 
transferências para as famílias. Do saldo detido pelas famílias (renda disponível), uma parte é 
destinada ao consumo (C) e outra parte à poupança (a renda não gasta em consumo). A 
poupança é enviada ao setor de intermediação financeira (bancos, por exemplo) que repassa 
tais recursos financeiros às empresas sob a forma de empréstimos, para que os usem na 
compra de bens de capital, constituindo os investimentos das empresas (I). 
Os recursos financeiros também podem servir de empréstimos ao governo e/ou mesmo às 
famílias, se forem deficitários. Quando o governo, as famílias e as empresas são, ao contrário, 
superavitários, a direção do dinheiro se inverte. A sobra do dinheiro do governo será a 
poupança do governo, a das famílias, a poupança das famílias e a das empresas, a poupança 
das empresas. Esses valores vão se direcionar ao sistema financeiro, para financiar os agentes 
econômicos. 
Na figura foi feita a suposição simplificadora, de que apenas as famílias poupam (poupança 
privada). Tais recursos são direcionados ao sistema financeiro que vai repassá-los às empresas 
e ao governo para financiar os seus gastos. Deve-se acrescentar que se as empresas também 
pouparem, a poupança privada passará a ser a soma da poupança das famílias com a das 
empresas. 
O governo também gasta recursos financeiros adquirindo uma variedade enorme de produtos 
e serviços na economia (G). 
Agora se pode ver que a renda da economia, que corresponde ao valor da venda de bens e 
serviços (Y), é igual ao valor da despesa total da economia (C + I + G). 
Então temos a importante igualdade macroeconômica da contabilidade nacional: Y = C + I + G. 
Esta equação mostra que a produção foi vendida aos demandantes: famílias, empresas e 
governo. 
O Crescimento Econômico 
O fluxo circular de renda mostra como a riqueza de um país é determinada pelo nível de 
produção de bens e serviços finais, alcançado pelas empresas que nele atuam. 
O crescimento econômico consiste não só do aumento da produção do que já existe como 
também da introdução de novos produtos e serviços. Maior produção vai significar maior 
demanda de emprego de fatores de produção inclusive de mão-de-obra. 
Para que haja então crescimento econômico é preciso que as empresas possam contar com 
mais fatores de produção, principalmente capital (máquinas, equipamentos e construções) e 
mão-de-obra, os dois principais fatores. 
Para haver investimento é preciso que haja poupança, que consiste na parte da renda não 
gasta em consumo. Sem investimento não há crescimento econômico. Logo, o país que quer 
crescer precisa poupar. 
Os Cálculos do PIB Nominal e do PIB Real 
Devemos sempre ter em mente que não podemos somar as quantidades e necessitamos 
sempre multiplicá-las pelos preços. 
 
Assim sendo, se o PIB nominal reflete preço multiplicado por quantidade e o PIB real a 
quantidade, então a divisão do PIB nominal por PIB real vai refletir a variável preço. Se for 
efetuado este cálculo e depois o resultado for multiplicado por 100, em cada ano, teremos o 
chamado deflator do PIB, do ano em análise. O deflator é um índice de preços. O aumento 
deste índice de preços ao longo do tempo vai mostrar a existência de inflação na economia. 
Para verificarmos a inflação em termos percentuais, entre 2009 e 2010, por exemplo, devemos 
efetuar o seguinte cálculo: 
Taxa de inflação em 2010 : (deflator do PIB EM 2010 - deflator do PIB em 2009 / deflator do 
PIB EM 2009 ) * 100 
Taxa de inflação em 2011 : (deflator do PIB EM 2011 - deflator do PIB em 2010) / deflator do 
PIB EM 2009 * 100 
AULA 02 – O EQUÍLIBRIO MACROECONOMICO 
Vimos que a macroeconomia estuda os agregados macroeconômicos, como o produto 
agregado (Y), que é mensuradoem termos de valor, sendo igual à renda e à demanda 
agregada (C+I+G). 
O fluxo circular de renda mostrou as variáveis mais importantes que são levadas em 
consideração na medição da produção e da renda do país (valor do produto agregado), numa 
economia fechada. 
Esta quantificação total faz parte da contabilidade nacional e consiste numa análise ex-post (A 
POSTERIORI). 
Diz-se, assim, que a medição é feita “após ter ocorrido”. Neste sentido, a produção vendida (Y) 
é necessariamente igual à produção comprada (C+ I + G). O que foi vendido é o que foi 
comprado, no final. 
A teoria macroeconômica que passaremos a estudar se refere, no entanto, ao produto 
planejado. É uma análise “ex-ante”, trata da quantificação do produto planejado, que pode ou 
não coincidir com o total demandado pelos agentes econômicos. 
O Equilíbrio Macroeconômico 
Esta pressuposição, de que a economia funciona sempre a pleno emprego dos fatores de 
produção (principalmente da mão-de-obra,) leva à conclusão de que a economia não tem 
possibilidade de crescer (aumento de Y) em decorrência de aumentos da demanda agregada. 
Só haveria crescimento se houvesse maior disponibilidade de fatores. 
 
A função oferta agregada mostra a quantidade total que as empresas, em conjunto, estariam 
dispostas a vender aos diversos níveis gerais de preços. 
A função demanda agregada mostra a quantidade total que os agentes econômicos, em 
conjunto, estariam dispostos a comprar aos diversos níveis gerais de preços. 
Diz-se, então, que a oferta agregada é totalmente inelástica a preços. O aumento de preços foi 
suficiente para reequilibrar a economia. (mudança do ponto A para o ponto B). 
Os economistas pressupunham que a produção total do país (Y) era função de 2 fatores: 
capital e mão de obra empregada. Podendo assim, formar a função de produção: Y = F ( K ,N ) 
módulo. 
Pode-se entender que o capital seria constante na função de produção, e daí a barra sobre a 
letra K. 
O aumento da contratação da mão-de-obra não iria se concretizar, de acordo com o modelo 
clássico, em resposta ao aumento da demanda agregada (Yd) 
O deslocamento da demanda, como visto na figura , elevaria o nível geral de preços, mas era 
pressuposição do modelo que os trabalhadores iriam imediatamente reivindicar e obter 
reajustes salariais na mesma proporção dos aumentos dos preços, para não terem perdas 
salariais. 
O nível de emprego da mão-de-obra seria estabelecido no mercado de trabalho, no encontro 
da oferta com a demanda de mão-de-obra. Como em qualquer mercado, no encontro das duas 
curvas fica entendido que a quantidade do que se está ofertando iguala a do que os 
demandantes estão querendo adquirir, ao nível de preços do mercado. 
O desemprego seria então voluntário, mostrando que não haveria, na realidade, desemprego. 
Por esta premissa, a economia funcionaria a pleno emprego da mão-de-obra. 
 
A quantidade de equilíbrio, a quantidade comercializada, sem dúvida aumentará se ambas as 
curvas se deslocarem para a direita. O que ocorrerá com os preços vai depender, no entanto, 
da comparação entre os aumentos da oferta e da demanda. O aumento da demanda eleva 
preços, enquanto o aumento da oferta diminui preços. 
Na comparação entre os dois aumentos (da oferta e da demanda), pode ser que os preços 
subam. 
Se olharmos para o que acontece na atualidade, em nosso país, é fácil encontrarmos exemplos 
de produtos e serviços que entram na moda, e passam a ser do agrado da população. A 
demanda aumenta e os produtores tendem a colocar mais produtos no mercado, para atender 
à demanda crescente. 
Novos empresários tentam entrar neste mercado promissor para que também possam 
obter lucro. A oferta total tenderá a aumentar com o crescimento da demanda, pois as vendas 
são certas e a probabilidade de lucros pode ser muito grande. 
Ao contrário, quando determinados produtos e/ou serviços deixam de ser desejados pelos 
consumidores, os produtores reduzem sua produção e oferta. Muitos abandonam os setores 
em que atuam, passando a se dedicar a outras atividades. 
Como Keynes diagnosticou que a queda da produção era decorrente de queda na demanda 
agregada, entendeu que a solução para a saída da crise estava em reanimar os demandantes. 
A lógica desta política residia no fato de que quando o governo começasse a demandar bens e 
serviços, os setores impactados iriam começar a ocupar as máquinas ociosas e recontratar 
mão-de-obra. Aumentar o turno de trabalho. Haveria aumento de remuneração nesses setores 
e os trabalhadores de posse de maior renda iriam demandar produtos de outros setores. Estes, 
por sua vez, fariam o mesmo gerando renda para outro grupo de trabalhadores, e assim 
sucessivamente. Ao final, esta verdadeira reação em cadeia iria reativando a economia e 
revertendo totalmente o quadro recessivo que vinha fazendo a economia desabar. 
 
 
Se as empresas partirem da total capacidade ociosa e forem aumentando a produção, bem 
como ocupando cada vez mais a capacidade instalada, passarão antes por uma situação 
intermediária, em que ao se verem pressionados pela demanda crescente começarão a 
responder em parte com aumentos da produção e em parte com aumentos de preços. Ao 
chegarem à plena capacidade, todo o excesso de demanda será eliminado unicamente com 
aumentos de preços, como pressupunham os clássicos. 
A corrente de pensamento keynesiana é quase que dominante nos governos, principalmente 
dos países da América Latina. A realização de gastos por parte do governo é muito utilizada 
para promover o crescimento econômico. O primeiro problema que decorre da adoção desta 
chamada política fiscal expansionista está exatamente no fato de não se levar muito em 
consideração em que parte da curva de oferta agregada o país está operando. 
Assim, quanto maior o nível de ocupação da capacidade produtiva no país, menor será a 
chance de tal política lograr êxito, no sentido de promover o aumento da produção total. Os 
efeitos desta política seriam muito mais o de causar inflação. A medida será tanto mais 
acertada quanto maior for o grau de ociosidade da economia. 
Se o governo gastar mais do que arrecada através dos impostos, principalmente, incorrerá em 
déficit orçamentário que terá que ser coberto por aumentos dos impostos, ou por 
empréstimos no mercado financeiro, ou através de emissão de moeda. 
Por fim, a expansão monetária, por meio de emissões, elevará a demanda agregada sim, já que 
haverá mais dinheiro nas mãos dos agentes econômicos. No entanto, poderá desencadear um 
surto inflacionário, principalmente se a economia se encontrar próxima à plena capacidade 
produtiva. 
AULA 03 – A MACROECONOMIA CLÁSSICA 
O nível de produção de um país é extremamente importante, pois mostra a quantidade de 
bens e serviços alcançada pelos ofertantes, para atender a demanda da população. Neste 
sentido, quanto maior a produção agregada, maior o bem estar da sociedade, em termos de 
bens e serviços adquiridos. 
Através da função de produção podem-se inferir as quantidades do produto agregado a serem 
obtidos, diante das alternativas de emprego dos fatores de produção, principalmente do fator 
mão de obra. 
Economia clássica - Entendia que a economia deveria estar livre das intervenções do governo. 
Economia Keynesiana - Apregoava a intervenção governamental para estabilizar a atividade 
econômica e livrá-la de situações de crise. 
Muitos economistas consideram que o termo macroeconomia teve origem na década de 1930, 
quando pesquisas mais intensas começaram a ser realizadas, no sentido de se encontrar as 
variáveis determinantes da renda, emprego e preços. O objetivo final era o de se encontrar 
uma solução para a crise econômica iniciada em 1929, queafetou os países desenvolvidos. 
Surgiu como um ataque às doutrinas anteriores que compunham o pensamento mercantilista, 
que tinha por base dois dogmas: 
1 – O metabolismo: Consistia na crença de que o estoque de metais preciosos daria riqueza e 
poder à nação. 
2 – A crença: Consistia na crença da necessidade de intervenção estatal no desenvolvimento 
da economia do país. 
Os economistas clássicos enfatizavam que os fatores reais e não o estoque de moeda tinham 
importância na determinação da riqueza das nações. Além disto, acreditavam nas tendências 
otimizadoras do livre mercado. Para eles, a moeda tinha apenas a função de facilitar as 
transações (meio de troca). 
Portanto, para os economistas clássicos, as variáveis reais (as que refletem quantidades) e 
não as nominais (expressas monetariamente) eram as determinantes de outras variáveis 
reais como a produção e o emprego. 
Produção Agregada: estabelece a relação entre os níveis de produção e os níveis de insumos, 
dada a tecnologia das firmas individuais que, por hipótese, era de conhecimento de todas elas. 
 
Se supusermos que o acréscimo de produção ocorra por acréscimos sucessivos de um 
trabalhador (△N = 1) veremos que cada trabalhador adicional acrescenta menos à produção 
que o anterior. Os trabalhadores que entram no processo de produção são sucessivamente 
menos produtivos . Tal fato ocorre pela limitação imposta pelo fator fixo no processo de 
produção. 
Definindo-se a produtividade marginal do trabalho (PMgN) como a relação △Y/△N, constata-
se o decréscimo da produtividade do trabalhador com acréscimo nos níveis de emprego. 
Desta forma, quando as empresas forem contratar mão de obra levarão em consideração que 
PMgN é decrescente e só contratarão mais mão de obra se puderem pagar salários mais 
baixos. A curva de demanda por mão de obra no mercado de trabalho será decrescente em 
relação ao nível de salários reais ( Salário / Nível geral de preços) representado por W/P e que 
expressa o poder de compra do salário (quantidade de produtos que aquele salário pode 
comprar). A empresa que contrata mão de obra só estará disposta a contratar mais 
trabalhadores se os salários reais forem cada vez menores, pois sempre vai tentar pagar o 
salário correspondente à produtividade marginal do trabalhador adicional, que é decrescente. 
 
 
Já a curva de oferta por trabalho mostra a disposição dos trabalhadores de aceitarem trabalhar 
mais por salários reais cada vez maiores. ( +trabalho = -lazer). Os trabalhadores só aceitarão 
trabalhar mais se os salários forem cada vez mais elevados de forma a cobrir o custo de 
oportunidade que é o sacrifício do lazer. 
 
É no mercado de trabalho, no encontro da curva de oferta de trabalho com a de demanda por 
trabalho que fica estabelecido o nível de emprego na economia e o nível de salário real dos 
trabalhadores. 
 
Uma vez determinado o nível de emprego, este determinaria o nível de produção na 
economia, de acordo com a função de produção, como pode ser visto na figura 3.6. 
 
O ponto de equilíbrio do mercado pode ser entendido da seguinte forma: todos os 
trabalhadores (N ) que se ofertaram ao salário de mercado (W/P) foram demandados, ou seja, 
foram empregados (contratados). Só não estariam trabalhando os que não aceitassem o 
salário de mercado. Só haveria desemprego voluntário, mas não desemprego involuntário. 
Esta é a situação típica de mercado em que a oferta fica maior do que a demanda. Em 
qualquer mercado, quando tal fato ocorre, os preços das mercadorias caem. No caso da mão 
de obra o seu preço é o salário real que, portanto terá que cair para reequilibrar o mercado, 
como ilustra a Figura 3.7. 
 
O deslocamento para a direita da curva N , que passa a se chamar N , mostra que para o 
mesmo nível de salário anterior a oferta de trabalhadores é maior. Os salários nominais (W) 
cairão até que o novo equilíbrio seja alcançado ao salário real (W/P). 
O nível de emprego no final não é tão alto quanto desejavam os trabalhadores, pois na medida 
em que os salários foram se reduzindo, muitos trabalhadores foram desistindo de se ofertar, 
mas muitos empregadores foram aparecendo, aumentando a quantidade demandada de mão 
de obra. Estes movimentos podem ser vistos ao longo das curvas de oferta e de demanda de 
mão de obra, entre os dois pontos de equilíbrio. Em relação ao equilíbrio anterior houve 
aumento do nível de emprego na economia de N0 para N1. 
Voltando então ao fato de o nível de emprego ter aumentado, poderemos constatar que a 
produção também aumentará. 
 
Teremos então o deslocamento para a direita da curva Nd que mostra que para o mesmo nível 
de salário anterior a demanda por trabalhadores é maior que a oferta. Os salários nominais 
(W) aumentarão até que o novo equilíbrio seja alcançado ao salário real (W/P)1. 
Em ambos os casos analisados vimos que a produção será aumentada. Os produtores estão 
agora em condições de levar seus produtos ao mercado e ofertarem mais do que 
anteriormente, como demonstra a Figura 3.10. 
 
1ª - O novo salário real de equilíbrio como visto é menor que o anterior, pois o salário nominal 
é menor. Mas o que ocorreu com o nível geral de preços da economia (P), que faz parte 
também do salário real? 
Supusemos que a oferta de mão de obra havia aumentado o que ocasionou a queda do salário 
nominal e a do salário real. A queda no salário real gerou o aumento no nível de emprego, que 
levou ao aumento da produção. O aumento da produção ocasionou o aumento da oferta 
agregada e a queda do nível de preços. 
2ª - O novo salário real de equilíbrio como visto é maior que o anterior, pois o salário nominal 
é maior. Mas o que ocorreu com o nível geral de preços da economia (P), que faz parte 
também do salário real? 
Supusemos que a demanda de mão de obra havia aumentado levando ao aumento do salário 
nominal e do salário real, mas a maior demanda elevou o nível de emprego, que determinou o 
aumento da produção. O aumento da produção ocasionou o aumento da oferta agregada e a 
queda do nível de preços. Sabemos então que o salário real se elevou sendo que houve 
aumento do salário nominal e queda do preço. Como o salário real é uma fração (W/P), o 
aumento do salário nominal puxa o resultado da divisão para cima, assim como a queda do 
preço. Neste caso não há qualquer dúvida de que a fração aumentaria independentemente 
dos valores dos componentes do salário real, como mostrou a Figura 3.9. 
MACROECONOMIA - AULA 04 – A NEUTRALIDADE DA MOEDA PARA OS ECONOMISTAS 
CLÁSSICOS. 
Os economistas clássicos, para tratar do assunto, se interferir ou não na economia do país, 
classificaram as variáveis econômicas em dois grandes grupos, ou seja, as separaram em 
variáveis reais e variáveis nominais. 
Uma política monetária expansionista não conseguiria estimular a produção do país e ainda 
causaria impactos inflacionários. A política monetária contracionista poderia ser usada, então, 
para reduzir a inflação sem afetar a produção. 
Até hoje o que divide os economistas, é que as alterações monetárias são capazes de afetar 
também outras variáveis como: PRODUÇÃO, EMPREGO, SALÁRIOS REAIS E TAXAS DE JUROS 
REAIS. 
Variáveis nominais - São as que são medidas em unidades. 
Variáveis reais - São as que são medidas em unidades físicas. 
Ex: A renda dos fazendeiros produtores de leite é uma variável nominal, pois é medida em 
reais (nosso dinheiro), mas a quantidade de leite que produzem é uma variável real, pois é 
medida em galões. 
Importante entender que os preços de bens e serviços são variáveis nominais, mas os preços 
relativos são variáveis reais. 
Se afirmarmos que um quilo de arroz custa R$ 4,00 e o quilo de açúcar custa R$ 2,00,estamos 
nos referindo a duas variáveis nominais. Se, no entanto compararmos os dois valores por 
meio de divisão de um pelo outro (R$ 4,00/R$ 2,00), encontraremos o número dois como 
resultado. 
O que significa o número dois encontrado? Neste caso, vemos que estamos falando do preço 
do arroz em relação ao preço do açúcar, mas esta relação quer dizer também que se uma 
pessoa, por exemplo, tiver um estoque com diversos pacotes de um quilo de açúcar e quiser 
trocar sua mercadoria com outra pessoa que tenha um estoque com diversos pacotes de um 
quilo de arroz, terá que entregar sempre dois pacotes de açúcar para cada um dos pacotes de 
arroz a ser adquirido. Se olharmos pela ótica do detentor de arroz, diremos que ele terá que 
entregar um pacote de arroz, na troca por cada dois pacotes de açúcar que deseja obter. 
Vemos que a divisão entre os dois preços resulta numa medida de unidades físicas e, portanto 
é uma variável real. Um quilo de arroz vale dois quilos de açúcar. 
A principal razão dos economistas clássicos terem dividido as variáveis econômicas em dois 
grupos reside no fato de terem considerado que as variações na oferta de moeda não 
afetavam as variáveis reais. Esta era a chamada “neutralidade da moeda”. 
Exemplo: Para entendermos a neutralidade da moeda de forma um tanto intuitiva, vamos 
observar inicialmente à relação entre a moeda e os preços das mercadorias. Se uma pessoa for 
ao açougue comprar um quilo de carne por R$ 15,00, estamos dizendo que a carne vale R$ 
15,00, que ela está trocando seus R$ 15,00 por 1 Kg de carne. É isto que vale a carne. Se 
passarmos para o outro lado do balcão, veremos a mesma transação comercial sob a ótica 
oposta. O açougueiro está adquirindo reais com a carne que possui. Ele está comprando reais 
com carne. Então surge a pergunta: Quanto custa R$ 1,00 em termos de carne? Quanto o 
açougueiro tem que dar de carne para obter R$ 1,00? A resposta seria 1/15 de carne. Se 
estendermos a análise para os diversos produtos da economia, não usaremos mais o preço da 
carne, mas um índice de preços que reflita o preço médio da economia, ao qual chamaremos 
de P. (o valor da moeda é o inverso do nível de preços (valor de M=1/P)) 
 
Ao dividirmos o valor do salário de uma pessoa por um determinado índice de preços, 
encontraremos a quantidade de determinados produtos que o seu salário é capaz de comprar. 
Esta relação se chama salário real. O salário nominal desta pessoa se mantiver constante ao 
longo do ano, vale dizer, se ela receber o mesmo salário em todos os meses, que qualquer 
aumento dos preços fará seu salário real se reduzir. Cairá o seu poder de compra e seu salário 
medido em quantidade de mercadorias possíveis de serem adquiridas será menor. O cálculo 
do salário real, que representa quantidade física, pode ser considerado como o salário 
nominal corrigido pela inflação. 
Quando uma pessoa aplica o seu dinheiro é porque espera ganhar uma remuneração por ter 
deixado de usá-lo no momento. Este ganho são os juros. O percentual que ela vai ganhar com 
a aplicação chama-se taxa de juros. Se durante o período em que o dinheiro ficou aplicado 
tiver havido um surto inflacionário, evidentemente o poder de compra do dinheiro aplicado no 
final tornou-se menor. 
O aumento de preços também ocorre a taxa de juros nominais, mostrando que a taxa de 
juros real se reduz. Taxa de juros real = Taxa de juros nominal - Taxa de inflação 
Mas por que ela é uma variável real no sentido de serem medidas em unidades físicas ? As 
pessoas que aplicam seu dinheiro estão deixando de consumir bens e serviços hoje para 
consumi-los no futuro e, portanto a taxa de juros real é a taxa à qual as pessoas trocam bens e 
serviços produzidos hoje por bens e serviços que serão produzidos no futuro. 
O desenvolvimento da teoria clássica começa pela chamada teoria quantitativa da moeda e 
esta, por sua vez, parte da chamada equações de trocas. 
A equação de trocas é na realidade uma identidade que relaciona o volume das transações 
medidas a preços correntes com o estoque de moeda multiplicado pela taxa de circulação de 
moeda. 
MV≡PT (4.1) 
M= Quantidade de moeda 
V= Velocidade de transação da moeda 
P= Índice de preços dos produtos comercializados 
T= número de transações efetuadas 
Para os economistas clássicos, a velocidade de circulação das moedas era constante. 
Os clássicos consideravam que a velocidade da moeda era determinada pelos hábitos e 
tecnologias relacionados aos pagamentos que as pessoas e empresas tinham que realizar. 
Então, a velocidade de circulação poderia sofrer alterações pelas mudanças nos hábitos dos 
pagamentos na sociedade. 
Se baseando no cartão de crédito, as pessoas deixam para pagar todas as suas contas, em um 
dia apenas, alterando relativamente o nível médio de moeda. A menor demanda por moeda 
faz com que circule menos moeda para um dado nível de PIB nominal (Py). Então, a moeda 
terá que trocar mais vezes de mãos, vale dizer, V irá aumentar. 
Conclusão da fórmula: 
MV = Py (4.5)| 
A lógica mostra que a inflação é um fenômeno monetário, quanto maior a quantidade de 
moeda na economia, maior será a disponibilidade de dinheiro na sociedade para aquisição 
de bens e serviços e maior a pressão sobre os preços. Então, a equação das trocas mostra 
que se a quantidade de moeda na economia for triplicada, por exemplo, o nível geral de 
preços também irá triplicar. É M que determina P. 
Por exemplo, sabemos que um determinado computador custa R$ 3.000,00 e um determinado 
carro R$ 30.000,00. Estamos então medindo os valores desses produtos com moeda. Vemos 
que o valor do automóvel é dez vezes o do computador. 
Suponhamos que o Banco Central dobre a oferta de moeda na economia. A consequência seria 
a queda do valor da moeda pela metade. A unidade de conta perde valor. 
Não adianta o governo aumentar a quantidade de moeda na economia que não haverá 
crescimento econômico e só aumento de preços. 
Quando a moeda perde valor, ocorre uma diminuição do medidor, como ocorreu com o 
sistema métrico. Então neste caso teríamos o aumento no cálculo do PIB nominal, em 
decorrência do aumento de preços (analogia com a nova a medição da parede), mas não 
haveria aumento do PIB real, que só aumentaria se fossem utilizados mais capital e mão de 
obra, analogia com os tijolos, cimento e mão de obra. 
 
Pela teoria quantitativa da moeda, se a quantidade de moeda na economia aumentar, o nível 
de preços também aumentará na mesma proporção. 
O que ocorrerá, então, com o nível de salário real? 
Se P1 dobrar o novo preço P2 será igual a 2P1 (P2=2P1). Vemos que o novo salário real será 
(W1/P2) = (W1/2P1). Como o numerador não sofreu alteração e o denominador aumentou, a 
fração diminuiu. Em outros termos, o salário real diminuiu. 
A oferta de moeda é o estoque de moeda existente na economia, ou seja, a quantidade de 
moeda que as autoridades governamentais colocam na economia. Já a demanda por moeda 
representa uma proporção (k) da renda nominal (Py) que as pessoas desejam reter para 
efetuar os pagamentos de suas aquisições de bens e serviços. 
 
Na medida em que as pessoas retêm mais moeda para gastar, ou seja, em que k aumenta, a 
velocidade de circulação da moeda diminuirá. Portanto 1/k =V. Daí a equação (4.7) acaba por 
ser a mesma da (4.5). 
A neutralidade da moeda é vista graficamente assim: O aumento da oferta de moeda desloca a 
demanda agregada, mas não a oferta agregada. Os preços vão se elevar para reequilibrar o 
mercado de bens e serviços. No caso de redução da demanda agregada, decorrente da 
redução da oferta de moeda, haveria queda da inflação, sem causar recessão (queda de y). 
O aumento da oferta de moeda desloca a demandaagregada, mas não a oferta agregada. Os 
preços vão se elevar para reequilibrar o mercado de bens e serviços. No caso de redução da 
demanda agregada, decorrente da redução da oferta de moeda, haveria queda da inflação, 
sem causar recessão (queda de y). 
 
AULA 05 – O MODELO KEYNESIANO SIMPLIFICADO 
A economia sempre funcionava a pleno emprego dos fatores de produção. O mercado de 
trabalho, por operar em concorrência perfeita, estava sempre em equilíbrio. 
A premissa da rigidez salarial de Keynes garante que os salários reais se alteram diante de 
variações de preços, provocados pelos deslocamentos da demanda agregada. 
Se os preços se elevarem mais do que os salários, a cada aumento de preços, o salário real do 
trabalhador diminui, tornando a contratação de mão de obra cada vez mais barata. O maior 
nível de emprego de trabalhadores garante a maior produção. Se os produtores ofertam mais, 
de acordo com os aumentos de preços, então está demonstrado que a curva de oferta 
agregada é positivamente inclinada. Vale dizer, quanto maiores os preços, maiores as 
quantidades ofertadas. 
A premissa clássica, de que o mercado de trabalho por si só garantia o pleno emprego da mão 
de obra, foi contestada por Keynes, diante da grande quantidade de pessoas desempregadas 
na crise de 1929 e nos anos imediatamente posteriores. 
O modelo keynesiano simplificado 
De acordo com o diagnóstico de Keynes, a crise se caracterizou pela insuficiência da 
demanda agregada, não tendo sido causada por qualquer problema de incapacidade 
produtiva por parte dos ofertantes. 
A quantidade de moeda na mão do publico apresentou decréscimo de aproximados 30%. 
A redução da demanda agregada levou a economia a acumular um excedente de produção 
(oferta agregada maior que a demanda agregada). 
Se a crise no mercado de bens e serviços decorre da queda da demanda agregada, segue que a 
reversão do processo - a retomada do crescimento econômico - também ocorrerá se a 
demanda agregada começar a aumentar (de Yd1 para Yd2, por exemplo), o que corresponderá 
à mudança do nível de produção de Y1 para Y2, no exemplo da Fig. 5.1. Os produtores voltarão 
a empregar mais fatores de produção, reutilizando as máquinas ociosas e empregando mais 
mão de obra, podendo suprir adequadamente seus clientes. É sempre bom lembrar que 
dentro do pensamento keynesiano, a produção deve atender à demanda, pois é dela 
dependente. 
 
 Keynes considerou que as despesas de consumo das famílias dependem diretamente do nível 
de renda disponível (a que sobra depois de pagos os impostos). 
Keynes afirmava que as pessoas estão dispostas, em sua maioria, a aumentar seu consumo à 
medida que sua renda aumenta, mas não na mesma proporção. A parte da renda não gasta 
em consumo é destinada à poupança. 
Os dispêndios dos consumidores (C) são normalmente o maior componente da demanda 
agregada (C+I+G). Nos Estados Unidos, eles costumam representar cerca de 70% do produto 
agregado, o que significa dizer que o aumento do consumo das famílias pode ser responsável 
por boa parte do crescimento econômico, o mesmo se podendo dizer do Brasil de hoje. Em 
contrapartida, a redução do consumo das famílias pode derrubar o PIB do país, provocando 
recessão. 
Função Consumo: 
 
A Figura 5.2 contém a representação gráfica da função consumo. O termo Ca, que 
graficamente é o intercepto da reta da função consumo, representa o consumo autônomo, 
que é o valor do consumo quando a renda disponível é zero. É a parte do consumo que não 
depende da renda. 
A função consumo então tem a fórmula de uma equação da reta que cresce com o aumento 
da renda disponível. 
 
Já vimos que o consumo autônomo Ca é uma das partes da função consumo e tem como 
característica o fato de não depender da renda disponível. Como haverá sempre algum 
consumo por parte das famílias, mesmo com a renda disponível nula, conclui-se que Ca será 
sempre um número positivo. Daí a reta da função consumo ter início acima da origem dos 
eixos. 
Ex: Vamos supor que a renda disponível de um país tivesse aumentado de 100 para 140[1] e, 
por conta disto, os consumidores tivessem aumentado o consumo de 70 para 102. A 
variação[2] da renda teria sido de 40 (∆YD =140-100) e a variação do consumo de 32 (∆C = 102-
70). 
Se dividirmos ∆C por ∆YD, encontraremos a medida da inclinação da reta da função consumo. 
Evidentemente, tal inclinação não se altera ao longo de toda a reta. 
Logo: 
 
A relação ∆C/ ∆YD deve ser entendida como o aumento nos dispêndios com consumo para 
dado aumento de renda disponível. Se c1=0,8, então este é o valor do incremento dos 
dispêndios com consumo por incremento unitário de renda disponível. O coeficiente c1 é 
denominado Propensão Marginal a Consumir (PMgC). Se visto como percentual, poderíamos 
dizer que 80% do incremento da renda são destinados ao aumento do consumo. 
Visto que apenas parte da renda disponível é destinada ao consumo, então a parte restante é 
direcionada à poupança. A fórmula da poupança pode ser deduzida da função consumo. A 
função poupança é normalmente representada na literatura econômica mundial pela letra “S” 
de “saving”, que significa poupança em inglês. 
Se a poupança é a renda disponível não gasta em consumo (dinheiro das pessoas que sobra 
depois de todos os seus gastos), então a equação da poupança privada pode ser apresentada 
como: S = Yd – C. 
Retirando os parênteses e substituindo C pela sua equação: 
 S = YD – (Ca + c1 YD) 
A equação da poupança pode ser representada por uma reta que cresce com o aumento da 
renda disponível, como mostra a Figura 5.3. 
 
No trecho em que a poupança é negativa, a despesa com consumo é maior do que a renda 
disponível (C > YD); quando a poupança é zero, o consumo é igual à renda disponível (C = YD), 
ou seja, as pessoas estariam gastando toda a renda e, quando a poupança é positiva, haveria 
sobra de dinheiro, pois a renda disponível seria maior do que a despesa com consumo (C< YD). 
Denominamos ponto de equilíbrio aquele em que C=YD. Neste ponto, toda a renda disponível 
está sendo gasta em consumo e nada sobra para a poupança. Por ser esta a renda disponível 
de equilíbrio, escolhemos colocar a letra “E” na abreviatura YD, ficando então este nível de 
renda simbolizado por YDE. 
A PMgS é a relação da variação da poupança para uma dada variação da renda disponível, o 
que significa dizer que pode ser obtida também pela relação ∆S/ ∆YD. 
Propensão Média a Consumir (PMeC) – é a relação entre o consumo e renda disponível (C/YD). 
Propensão Média a Poupar (PMeS) - É a relação entre a poupança e renda disponível (S/YD). 
Tipos de variáveis que existem nos modelos econômicos: 
Variáveis endógenas - São variáveis que dependem de outras variáveis do modelo e, portanto, 
são explicadas dentro dele mesmo. (ex: O consumo (C) é uma variável endógena, pois depende 
da variável renda disponível que faz parte do modelo.) 
Variáveis exógenas - São explicadas dentro do modelo e são tomadas como dadas.(Ex: Este é o 
caso do investimento, representado por (I), que será um parâmetro.) 
A ideia aqui é que o investimento privado nacional corresponde à demanda das empresas por 
bens de capital. É o total de suas despesas nas aquisições de produtos que auxiliarão na 
produção futura. A demanda por investimentos inclui três categorias de produtos: 
• máquinas e equipamentos; 
• edificações ou planta; 
• variações de estoques (considerada como investimento por convenção contábil. Seria a 
aquisição pelas empresas de seus próprios produtos não vendidos e que ficaram em estoques. 
Os imóveis residenciais também são considerados na categoria de edificações, por convenção). 
A terceira variável componente dademanda agregada corresponde ao total dos gastos do 
governo (G), sendo também uma variável exógena. 
A demanda agregada da economia é a soma das demandas das pessoas, das empresas e do 
governo, conjuntamente (DA = C+I+G). Se explicitada a função consumo, a demanda agregada 
pode ser escrita da seguinte forma: 
DA = (Ca- c1T)+c1 Y +I +G 
Para o modelo keynesiano simplificado: Menor a propensão marginal a tributar, maior a renda 
disponível. 
A análise keynesiana pressupõe um intervalo de tempo não suficientemente longo para que haja 
mudanças na estrutura produtiva da economia que sejam capazes de deslocar a curva de oferta 
agregada. 
AULA 06 - O multiplicador Keynesiano no modelo Keynesiano simplificado 
No modelo keynesiano, para o produto estar em equilíbrio, é preciso que seja igual à demanda 
agregada, vale dizer Y = DA = C+I+G. 
Quando Y aumenta, a variável C também aumenta, mantendo tudo o mais constante, pois 
C = Ca+ c1 (Y-t), e quando C aumenta, Y torna a ser aumentado e assim sucessivamente. 
Se for, por exemplo, igual a 0,7, então para cada aumento de Y, o aumento de C será sempre 
70% daquele aumento, ou seja, apenas uma parte dele. 
Keynes atribui à demanda agregada a grande responsabilidade pela promoção do crescimento 
econômico, entendido tal crescimento como o aumento do PIB. 
Para os clássicos, o crescimento era determinado pela oferta agregada e não pela demanda 
agregada. Somente o aumento da quantidade de fatores de produção e/ou o desenvolvimento 
tecnológico seriam capazes de aumentar a oferta de bens e serviços de uma determinada 
economia. 
A influência da tecnologia, que potencializa a produtividade dos fatores de produção, recebeu 
mais atenção dos economistas que mais recentemente defendem as premissas do 
pensamento clássico. 
A análise keynesiana explica bem a dinâmica do curto prazo e a clássica está coerente com o 
que se passa no longo prazo. 
Pode-se entender a ideia de Keynes sob a seguinte ótica: se não houver demanda, os 
produtores não verão qualquer sentido em produzir. 
Com aumento de demanda, produtores aumentarão suas produções para vender mais e 
ganhar mais dinheiro. Aumento de demanda significa aumento de vendas que significa $$$. 
A demanda agregada tem um papel de extrema importância na determinação do nível de 
produção do país. 
E a oferta durante esse período? Não é influenciada pelos fatores de produção? Não se 
desloca? a análise keynesiana pressupõe um intervalo de tempo não suficientemente longo 
para que haja mudanças na estrutura produtiva da economia que sejam capazes de deslocar a 
curva de oferta agregada. Isso só ocorrerá no longo prazo. 
Vamos supor que a economia esteja inicialmente em equilíbrio no ponto A, conforme mostra a 
Figura 6.1. 
 
No ponto A, o produto agregado está no nível Y, cujo valor se iguala ao da demanda agregada 
DA. Nesse ponto vale rever a equação de equilíbrio macroeconômico. 
Y = Ca + c1 x Y – c1T + I + G 
Já sabemos que a demanda agregada é o conjunto da demanda das famílias (C), das empresas 
(I) e do governo (G). Mas é importante ter em mente que a demanda das famílias tem um 
componente autônomo (Ca) e que as demandas (I e G) dos demais agentes também são 
autônomas, não dependem do nível de renda. 
Qual a importância das variáveis autônomas neste caso? 
Sua importância pode ser vista em termos gráficos. Podemos reescrever a demanda agregada 
da seguinte forma: DA = (C - c T + I + G) + c Y 
O que deve ocorrer em termos gráficos com a reta DA se ao menos um dos componentes 
dentro do parêntesis na Equação 6.1 se alterar? a demanda agregada vai aumentar ou 
diminuir se houver mudança em ao menos um dos componentes autônomos. Se os 
parâmetros C , I ou G aumentarem, DA também aumentará e, se diminuírem, DA também 
diminuirá. 
Se os impostos aumentarem ocorrerá o contrário, DA diminuirá. Por que ? 
Se houver aumento dos impostos, a renda disponível (Y-T) cairá, diminuindo o consumo das 
famílias e, portanto, diminuindo a demanda agregada. 
Para o cálculo do multiplicador, temos que partir do equilíbrio inicial. Sabemos que no final 
chegaremos a outro ponto de equilíbrio e a análise do que buscamos envolve os dois. 
No ponto A, o equilíbrio significa que Y = DA. Então: 
Y = Ca + c1Y – c1T + I + G 
Para análise do impacto das variações das variáveis autônomas sobre o nível de produto, é 
conveniente inicialmente isolar tais variáveis do lado direito da equação. Dessa forma a 
equação seria transformada algebricamente da seguinte forma: 
Y – C1Y = Ca – c1T + I + G 
Em seguida colocamos Y em evidência e por fim o valor de Y é encontrado ao dividirmos 
ambos os lados da equação por (1 - c ): 
 
 
Se as pessoas comprassem mais e os investidores investissem mais, haveria um deslocamento 
para cima da DA, impulsionado pelo aumento de consumo autônomo das famílias e, 
novamente, outro deslocamento da DA para cima, por conta do aumento dos investimentos. 
Se o governo aumentasse os impostos, a renda disponível menor faria o consumo das famílias 
diminuir e por consequência a demanda agregada cairia. A reta DA se deslocaria para baixo, 
paralelamente à anterior, e o Y de equilíbrio diminuiria, ficando à esquerda do Y de equilíbrio 
anterior. 
E qual seria o impacto do aumento dos gastos do governo (G) sobre a produção econômica? 
 
Uma implicação importante diz respeito ao resultado de políticas a serem adotadas pelo 
governo para o crescimento econômico. Digamos que o governo queira adotar uma política 
fiscal expansionista. Política fiscal significa que o governo pode alterar (G) e/ou (T). Se seu 
desejo for o de promover o crescimento econômico (aumento de Y), tudo o que tem a fazer é 
aumentar a demanda agregada, deslocar a reta DA para cima. Isso pode ser feito pelo 
aumento de (G) ou pela redução de (T). Se você fosse do governo e tivesse que escolher entre 
as duas, qual iria preferir? Para comparar os resultados, o melhor é fixar o mesmo valor para 
gastos e para redução de impostos. 
 
Logo, O aumento do produto agregado é maior em resposta ao aumento dos gastos do 
governo do que em resposta à redução de impostos, por conta da diferença da magnitude dos 
multiplicadores. 
Por conta de futuros eventos esportivos no país, o governo resolva efetuar gastos em obras no 
valor de R$ 371 milhões. Mas claramente isso vai piorar o orçamento do governo se os 
impostos, sua fonte de receita, não forem elevados no mesmo valor. É bom lembrar que o 
orçamento do governo no modelo keynesiano é dado por (T-G). Então para manter o 
orçamento equilibrado, ou melhor, na mesma situação anterior, é preciso que os impostos 
sejam elevados também em R$ 371 milhões para compensar os gastos. 
 
O termo 1 – c1 / 1 – c1 que será sempre igual a 1 é conhecido como multiplicador do 
orçamento equilibrado. 
Se lhe perguntar de quanto será o aumento do produto da economia se o governo resolver 
financiar o aumento dos gastos R$ 32.652,20 por meio do aumento dos impostos em igual 
valor, sua resposta será imediata: o aumento vai ser de R$ 32.652,20. 
Antes de calcularmos os multiplicadores, vejamos o que essa equação quer dizer. Verificamos 
que os impostos (T), em sua totalidade, são compostos por um componente autônomo, que 
não depende de outra variável e por um componente induzido, que é a segunda parte da 
equação. O que essa parte quer dizer? Quer dizer que um percentual da renda t1 (expresso 
aqui como um número decimal) é destinado ao pagamento de impostos (exemplo típico é o 
imposto de renda). Em termos matemáticos é uma equação da reta como a função consumo. 
Se o imposto total da economia for assim definido, como ficam os multiplicadores dos gastos 
autônomos? A diferençaagora na dedução dos multiplicadores já vai ser percebida ao 
observarmos a função consumo, uma vez que a renda disponível vai se alterar. No lugar de T, 
teremos agora o imposto autônomo, que passa a ser representado por T0, e ainda o termo t1 
Y. 
Em uma economia, a Propensão Marginal a Consumir é de 0,5. O governo aumenta seus gastos 
em R$ 1.000,00; a variação resultante no Produto será de: R$ 2.000,00 
AULA 07 - O modelo keynesiano generalizado e o equilíbrio no mercado de bens e 
serviços numa economia fechada 
O equilíbrio macroeconômico ocorre quando o produto agregado é igual à demanda agregada, vale 
dizer: Y = DA = C+I+G 
Quando isso acontece, os vazamentos de recursos são iguais às injeções de recursos. O dinheiro 
que vaza do fluxo circular de renda, sob a forma de poupança (pública e privada), volta para a 
economia sob a forma de investimentos. I = S 
O modelo keynesiano generalizado, difere do modelo simplificado pelo fato de o investimento 
passar agora a ser considerado como função da taxa de juros, sem deixar de conter o componente 
autônomo em sua equação. 
A análise do equilíbrio macroeconômico irá incorporar a taxa de juros na demanda agregada. 
Como resultado, será deduzida uma nova função, denominada IS, em que Y dependerá da taxa de 
juros (i). 
 
A Dedução da curva IS 
No modelo econômico visto até aqui, a demanda agregada é composta pela demanda das famílias 
por bens finais e serviços (C), pela demanda das empresas, que vem a ser o item investimento (I) 
e pela demanda do governo por bens e serviços (G). 
a) Os bens de consumo, como o próprio nome sugere, são os que se destinam ao consumidor 
final, não são adquiridos como insumo de outro produto. 
b) Os bens de investimento podem ser caracterizados, por outro lado, como sendo aqueles que 
não são incorporados ao produto final. São os que servem para aumentar a capacidade 
produtiva da economia. Sob esta ótica, o investimento em bens de capital corresponde à despesa 
efetuada na aquisição de máquinas, equipamentos e imóveis. 
São considerados também como investimento os gastos em bens produzidos que não foram 
consumidos no próprio período e que serão utilizados para consumo futuro. 
O investimento tem dois componentes, que são os bens de capital e a variação de estoques. 
O modelo keynesiano simplificado tinha por premissa que os investimentos eram autônomos, não 
sendo função da renda nem da taxa de juros. Nesse caso, os investimentos totalizavam um 
determinado valor constante. 
 Como exemplo, suponhamos que os empresários planejem gastar R$ 30 bilhões, por período de 
tempo, para equipar suas empresas com máquinas e variação de estoques. Dessa forma, em 
todos os níveis de renda, as despesas de investimento planejado são fixadas em 30, ou seja, 
I=30. 
 
Os investimentos variam diretamente com o nível de renda (ou produto, pois renda é igual a 
produto). 
Juros pagos X Juros recebidos 
O que importa é que os juros se constituem em custos para o empresário que está investindo, 
independentemente de sua magnitude. 
O valor total dos juros a serem pagos depende da taxa de juros. Se a taxa de juros for de 2%, o 
total dos juros será: 
2% x R$ 100.000,00 = R$ 2000,00. Ao final, o fazendeiro vai pagar R$ 100.000,00 + R$ 2.000,00 
= R$ 102.000,00. 
Se a taxa de juros subir, o investimento cai e, se cair, o investimento sobe. 
O nível de investimento do setor privado tem: (i) um componente autônomo, como havíamos 
visto nas aulas anteriores; (ii) um componente que varia diretamente com o nível de renda; (iii) 
um terceiro componente que varia inversamente com a taxa de juros. 
A diminuição da taxa de juros incentiva os produtores a comprarem mais bens de capital e, 
com isso, seus fabricantes irão produzi-los em maior quantidade, dando início ao efeito 
multiplicador. 
Equilíbrio entre poupança e investimento 
Já vimos que quando a economia está em equilíbrio no mercado de produto, o investimento é 
igual à poupança total da economia, que é a soma da poupança privada com a poupança 
pública, dada pela equação I = S + (T-G), sendo S a poupança privada e (T-G) a poupança 
pública. 
Ou seja: Dizer que o investimento é igual à poupança é o mesmo que dizer que o produto 
ofertado é igual ao produto demandado. 
A função IS 
O que faz a economia se deslocar de um ponto para outro da curva IS é a alteração da taxa de 
juros, mantendo-se constantes todos os demais componentes autônomos da demanda 
agregada. A demanda agregada se desloca e o resultado é o deslocamento ao longo da curva 
IS. 
Somente os componentes autônomos são capazes de deslocar a DA. Aumentos em Ca, I0, e G 
irão deslocar a DA para cima. 
O aumento de T desloca a DA para baixo. 
O que vai ocorrer em termos de IS? O que ocorreu de fato é que a curva IS sofreu um 
deslocamento para a direita quando Ca aumentou. 
Vimos que a função IS mostra uma relação inversa entre taxa de juros e renda (ou produto). 
AULA 08 – O modelo Keynesiano generalizado e o equilíbrio no mercado de moeda 
No modelo keynesiano, o equilíbrio macroeconômico ocorre quando o produto agregado é 
igual à demanda agregada e que, portanto, a poupança total da economia se iguala ao total 
dos investimentos. 
A igualdade entre poupança e investimento foi apresentada por meio da curva IS, que é o lugar 
geométrico das combinações de taxa de juros e produto (ou renda) que equilibram o mercado 
de bens e serviços. 
A dedução da curva LM 
O mercado de bens e serviços estará em equilíbrio quando a demanda agregada se igualar ao 
produto agregado. Nesse caso, os vazamentos de recursos financeiros do fluxo circular são 
iguais às injeções de recursos no fluxo. 
No mercado monetário o produto a ser ofertado e demandado é a moeda, também conhecida 
como dinheiro. 
A demanda de moeda é o dinheiro que as pessoas querem possuir para poderem efetuar 
transações, que são os pagamentos. 
O dinheiro demandado é para efetuar as compras imediatas. Para tanto, é preciso que esse 
dinheiro esteja livre, e não aplicado em alguma outra coisa que normalmente lhes traz um 
rendimento qualquer. Ou seja, não deve encontrar-se imobilizado de alguma forma naquele 
exato momento. 
Moeda é então o dinheiro que as pessoas têm disponível em espécie acrescido do dinheiro 
que têm em depósito em suas contas correntes nos bancos comerciais (moeda bancária ou 
escritural). 
M1 = PmPP + DV (soma de papel moeda em poder publico + depósitos a vista nos bancos 
comerciais). M1 = meios de pagamentos. 
O cheque bancário não é moeda e não está inserido na fórmula acima. 
O cheque e o cartão de débito são ordens de pagamento que movimentamos o dinheiro de 
nossa conta. O dinheiro colocado em aplicações financeiras não é moeda no sentido de M1. 
Quase-moeda: dinheiro aplicado e que tem alta liquidez, porém menor que M1. 
M1 = Papel-moeda em poder do público + depósito a vista. 
M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + quotas de fundo de renda fixa de curto prazo + 
títulos públicos de alta liquidez. 
M3 = M2 + depósitos de poupança. 
M4 = M3 + títulos emitidos por instituições financeiras. 
Essa forma de classificação acabou por se tornar obsoleta, pois o desenvolvimento do sistema 
financeiro no Brasil praticamente eliminou as diferenças entre as diversas aplicações, quanto 
ao tempo necessário de conversão dos diversos ativos financeiros em M1. 
Por critério do BACEN, a classificação toma por base as instituições que operam no sistema 
financeiro e captam o dinheiro do público, chamando-se de instituições depositárias. Agora 
esta classificação passou a ser: 
Meios de pagamentos restritos: 
M1 = papel moeda em poder do publico + deposito a vista 
Meios de pagamentos ampliados:M2 = M1 + depósitos de poupança+ títulos emitidos por instituições depositadas 
M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas registradas na SELIC 
Poupanças financeiras: 
M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez 
Aplicação financeira significa emprestar dinheiro a alguém ou a uma instituição, que pode ser 
pública ou privada. Esse tomador deverá restituir ao final do período combinado, o principal 
(dinheiro emprestado) mais os juros. O ganho para quem empresta vem a ser o juro, que é o 
rendimento do capital aplicado. A moeda (M1) é um ativo que não paga juro. 
Um título é um documento que o devedor, o tomador de empréstimo, emite para entregar ao 
credor, o ofertante do empréstimo. Este documento é a garantia do credor. Constam todas as 
informações do empréstimo. 
Um título publico é um documento emitido pelo governo. O governo está tomando dinheiro 
emprestado do publico. 
Os ativos financeiros componentes da quase-moeda se caracterizam por pagarem juros. 
Banco emissor de papel moeda: Está autorizado a emitir moeda nacional, dentro dos limites 
estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional. Este, por sua vez, é um órgão normativo do 
Sistema Financeiro Nacional. A moeda emitida é utilizada pelo BACEN no financiamento de 
suas operações. 
Banco do Tesouro Nacional - Recebe o dinheiro a ser depositado para a União. Tais depósitos 
são provenientes preponderantemente do recolhimento dos tributos federais pela rede 
bancária e repassados à conta da União no BACEN. Mas o BACEN também empresta dinheiro à 
União para financiamento de algumas de suas atividades e compra de títulos de sua dívida 
pública. 
Banco dos bancos comerciais - Recebe depósitos voluntários e compulsórios dos bancos 
comerciais. Por outro lado, faz empréstimos aos bancos quando estes precisam de recursos 
para atender à demanda dos depositantes e tais valores são superiores aos encaixes. 
Depositário das reservas internacionais do país - Quando alguém adquire moeda estrangeira, 
desejará trocá-la por moeda nacional para poder efetuar os pagamentos que necessitar no 
país. O contrário também ocorre quando os residentes no país precisam de moeda estrangeira 
para efetuar aquisições no exterior. Seja como for, o BACEN opera no mercado de câmbio 
apenas quando o ofertante ou demandante não consegue efetuar suas transações no mercado 
livre de câmbio. 
Do total de papel-moeda emitido pelo BACEN, uma parte fica retida em caixa e o restante é o 
papel-moeda em circulação. A soma do papel-moeda em circulação com os depósitos 
voluntários e compulsórios dos bancos comerciais (reservas bancárias) forma o chamado 
passivo monetário do Banco Central ou base monetária. Os demais recursos do passivo 
constituem o passivo não monetário ou recursos não monetários. 
A base monetária pode ser definida também como a soma do papel-moeda em poder do 
público com os encaixes bancários. É importante ter em mente que, quando o Banco Central 
injeta moeda na economia, ele está aumentando a base monetária. 
 
Fórmula da magnitude do “multiplicador monetário”: 
 
Sabendo-se que M1 são os meios de pagamento; B é a base monetária; e ainda que m é o 
multiplicador monetário, então: 
M1 = m B 
Quanto maior a taxa de juros, maior o rendimento e mais atrativa se torna a aplicação 
financeira. 
Se a aplicação financeira (aquisição de títulos) torna-se mais atrativa quanto maior for a taxa 
de juros e sendo a aquisição de títulos uma alternativa à retenção de moeda por parte do 
público, significa que quanto maior for a taxa de juros menor será a demanda por moeda. 
AULA 09 – EQUÍLIBRIO ENTRE IS E LM 
Mercado de bens e serviços, no qual o produto agregado (Y) é determinado; Mercado 
monetário, no qual se determina a taxa de juros (i). 
Função IS: A função IS mostrou as diversas combinações de taxas de juros e renda (ou produto) 
que fazem com que haja equilíbrio no mercado de bens e serviços. 
Função LM: A função LM mostrou as diversas combinações de taxas de juros e renda (ou 
produto) que fazem com que haja equilíbrio no mercado de moeda, também chamado de 
mercado monetário. 
Ambas as funções dependem de (i) e (Y). 
A IS representa o equilíbrio no mercado de bens e serviços e para encontrarmos sua equação 
vamos supor os seguintes dados na economia: 
 
A condição de equilíbrio no mercado de bens e serviços requer que o produto seja igual à 
demanda agregada. Partiremos então desta igualdade: 
 
OBS: A taxa de juros (i) será considerada como expressa em porcentagem. Desta forma, se a 
taxa de juros for de 2%, teremos em nossos cálculos i=2. 
O resultado de Y=540 – 10i significa que o nível de produto (Y) é determinado no mercado de 
bens e serviços e que depende da taxa de juros (inversamente), mantido tudo o mais 
constante. 
Se a taxa de juros for de 2%, (Y) assumirá o seguinte valor: 
Y = 540 - 10x2 = 540 – 20 = 520 
Mas se a taxa de juros subir para 6%, (Y) diminuirá: 
Y = 540 – 10 x 6 = 540 – 60 = 480 
Com estes dados cria-se a reta decrescente da curva IS. 
Demanda por moeda: A demanda por moeda para fins de transação diz respeito ao dinheiro 
necessário para aquisição de bens e serviços planejados. É a moeda utilizada como meio de 
troca. 
Demanda por moeda precaução: A demanda por moeda precaução é o dinheiro que as 
pessoas desejam reter para pagar contas inesperadas, emergenciais. 
Fora destas duas possibilidades, Keynes imaginou que as pessoas desejariam reter moeda 
também para especular, ou seja, para ficar aguardando o melhor momento de adquirir títulos. 
Concluiu-se que se a taxa de juros estivesse alta e, portanto o preço do título estivesse baixo 
(existe uma relação inversa entre ambas as variáveis), menor seria o dinheiro que iria desejar 
reter para fim de especulação e vice-versa. O total de demanda por moeda seria a soma da 
demanda por moeda transação e precaução, denotada por L(T), com a demanda especulação, 
denotada por L(e), como mostra a equação L = L(T) + L(e). 
Suponha os seguintes dados sobre o mercado de moeda, sendo (M) a oferta de moeda: 
M = 200 
L(T) = 0,5 Y 
L(e) = 40 – 4i 
M = 0,5Y + 40 -2i >> 200 = 0,5Y + 40 - 4i >> 4i = 0,5Y + 40 – 200 >> 4i = 0,5Y – 160 >> i = (0,5/4)Y 
- (160/4) >> i = 0,125Y – 40 
Encontramos então a função da LM (i = 0,125Y - 40) que é expressa como sendo a taxa de juros 
como função direta da renda. 
Quando a renda aumenta e provoca o deslocamento da demanda por moeda para cima, o 
novo equilíbrio ocorre com taxa de juros mais alta. Desta forma, devemos expressar a taxa de 
juros em função da renda, esta é a ordem causal, da renda para a taxa de juros. 
Para a equação que acabamos de encontrar, se a renda fosse de 500, por exemplo, a taxa de 
juros seria encontrada da seguinte forma: i = 0,125 x 500 – 40 = 62,5 – 40 = 22,5 
Se a renda aumentasse para 550 então a nova taxa de juros seria: i = 0,125 x 550 – 40 = 68,75 – 
40 = 28,75 
Quanto maior a renda maior a taxa de juros resultante do aumento. 
Logo a reta crescente representará a curva LM. 
Se a solução está no encontro da IS com a LM, onde as duas curvas se cruzam, temos então 
que igualar ambas as equações para encontrarmos as duas variáveis que satisfaçam as duas 
funções. O sistema a ser considerado é: 
 
Denominando a solução do sistema de Y e i , seus valores seriam Y = 417,78 e i = 12,22. Fica 
subentendido que a taxa de juros está expressa em percentagem (12,22%). 
 
 Quando a oferta de moeda aumenta, a taxa de juros começa a declinar sem que haja 
neste momento qualquer alteração do nível de renda, pois apenas o mercado de 
moeda está sendo afetado. 
 quando a taxa de juros começa a cair, a demanda por investimentos começa a 
aumentar, o que aumentaa demanda agregada que por sua vez eleva o nível de 
produto (Y). 
No mercado monetário, o aumento de (Y) provoca o aumento da demanda de moeda, que 
começa a elevar a taxa de juros. 
A política monetária expansionista resultou no aumento da produção e na redução da taxa 
de juros. Se tivesse ocorrido a diminuição da oferta de moeda, o deslocamento da LM teria 
sido na direção oposta causando a elevação da taxa de juros e na diminuição do nível de 
produção ou renda. 
 
 
AULA 10 - O equilíbrio entre oferta agregada (Ys) e demanda agregada (Yd) 
 
Apenas quando a economia atinge a plena capacidade produtiva é que a demanda deixa 
de influenciar a produção. 
A curva de oferta agregada positivamente inclinada (quanto maior o preço maior a 
quantidade ofertada) é o caso mais comum com o qual a economia se depara no curto 
prazo. 
Lembre-se de que esta é a situação em que os preços estão aumentando, mas os salários 
não são reajustados na mesma proporção no período em análise. 
Assim os empresários ficam estimulados a contratar mais mão de obra para aumentar a 
produção a cada aumento de preços dos seus produtos, pois os custos (salários que devem 
pagar) não sobem tanto quanto os preços a que vendem seus produtos. 
Esta é a explicação do ramo ascendente da curva de oferta agregada, que é a parte da 
curva Y entre os pontos C e D, da Figura 10.1. 
Os níveis de preço e produção do país são encontrados no equilíbrio entre a curva de 
oferta agregada positivamente inclinada com a da demanda agregada com inclinação 
negativa. 
 
 
Exemplo: 
O resultado mostraria o poder aquisitivo da moeda. Suponha que, a quantidade de moeda 
na economia (estoque nominal de moeda) fosse de R$ 5000,00 e o preço de um quilo de 
feijão, único produto da economia, fosse de R$ 20,00. Então M/P = R$ 5000,00/R$ 20,00 = 
250. A quantia de R$ 5000,00 seria capaz de permitir que fossem adquiridos 250 kg de 
feijão. Poderíamos até nos referir à oferta de moeda como sendo R$ 5.000,00 ou 250 kg 
de feijão. Neste último caso estamos considerando a variável em termos físicos, logo em 
termos reais. Então (M/P) é a oferta real de moeda ou o estoque real de moeda 
(quantidade de moeda existente na economia em termos reais). 
Se a quantidade de moeda existente na economia permanecer constante, e o nível geral 
de preços se elevar, consequentemente o estoque real de moeda na economia vai 
diminuir. 
Suponha que o preço do feijão aumente para R$ 50,00. É claro que o poder aquisitivo da 
moeda vai diminuir, pois apenas 100 kg (R$ 5000,00/R$ 50,00 = 100) poderão ser 
comprados. A oferta real de moeda ou o estoque real de moeda diminuiu. 
Se, alternativamente, a oferta nominal de moeda se alterar (supondo-se inicialmente que 
os preços não se alteraram) a oferta real também será alterada. 
Se no exemplo, os preços tivessem continuado em R$ 20,00 e a quantidade de moeda 
tivesse subido para R$ 5500,00, então a oferta real de moeda teria passado 250 para 275 
(R$ 5500,00/R$20,00=275). 
M/P = L/P 
A Equação diz que a oferta real de moeda é igual à demanda real de moeda (demanda por 
saldos monetários reais), quando o mercado monetário está em equilíbrio. 
O resultado da divisão de (L) por (P) vai causar transformações na demanda por moeda 
transação: Esta parte da demanda de moeda deixará de ser uma função da renda nominal 
para ser uma função da renda real. 
As alterações que viessem a ocorrer na renda real provocariam deslocamentos da 
demanda por moeda, o que mudaria o ponto de equilíbrio e, portanto a taxa de juros. Mas 
o que acontece, em termos gráficos, se apenas o nível geral de preços na economia sofrer 
um determinado aumento? 
Supondo que os preços se elevem de P para P e nada ocorra com o estoque de moeda na 
economia, constatamos que a oferta real de moeda diminui de (M/P ) para (M/P ). A 
menor oferta real de moeda é representada pelo deslocamento da reta (M/P ) para (M/P ), 
ao longo da curva de demanda real de moeda L(y). Esta não se desloca, pois a renda real 
(y) não se altera no primeiro instante. Com a oferta real de moeda menor que a demanda 
real de moeda, a taxa de juros sobe até o novo ponto de equilíbrio, 
 
A diminuição da oferta real de moeda vai causar o deslocamento da curva LM para a 
esquerda, como demonstra a Figura 10.5, pois a taxa de juros aumentou e o nível de renda 
real da economia permaneceu constante. 
 
Verificamos que haveria diversas combinações de taxas de juros, cada vez mais elevadas, 
com níveis de renda ou produto, cada vez menores, que equilibrariam tanto o mercado de 
moeda quanto o mercado de bens e serviços. Este último mercado é o que nos interessa 
agora. 
1 – Aumento de preço na economia: Se, ao longo da IS, temos os níveis de equilíbrio de (y) 
cada vez menores, pelo menor poder aquisitivo da moeda, é porque a demanda agregada 
está diminuindo em decorrência dos aumentos dos preços na economia. 
2 - Podemos deduzir a curva de demanda agregada (Y ) relacionando os diversos níveis de 
preços, com as respectivas quantidades de produtos de equilíbrio demandadas (y), nos 
diversos pontos de equilíbrio do modelo IS-LM, apresentado através de retas, 
3 - A curva resultante evidencia a relação inversa entre preço e quantidade demandada ao 
longo de (y ). 
 
 
FÓRUM RESPOSTAS 
Em função das suas considerações, é importante enfatizar que na medida que o 
governo faz política fiscal, MARCIO DE OLIVEIRA, ele acaba mexendo com a 
curva IS que apresenta ao longo dela um equilíbrio no mercado de bens e serviços. 
E quando o governo faz política monetária, ele acaba mexendo com a curva LM, 
TAYANNE COUTINHO, que apresenta ao longo dela um equilíbrio do mercado 
monetário. Assim, como no modelo IS/LM está focando mais a alavancagem ou 
restrição da demanda agregada, isso significa que o movimento destas duas curvas 
trará uma mudança de posição da curva DA que afetará o equilíbrio entre DA e 0A. 
Cabe destacar, com isso, é o perfil da curva 0A que em função deste perfil 
apresenta, geometricamente, JOÃO PAULO, o contexto no qual a capacidade 
produtiva da economia se apresenta. Melhor colocando, se 0A, que pela análise 
clássica depende mais dos estoques dos fatores de produção, esta tenderá a estar 
mais para vertical; no entanto, se 0A, CATIA CRISTINA, estiver mais para a 
horizontal apresentará um contexto mais keynesiano onde o mais importante é 
alavancar a economia por meio das políticas econômicas.

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