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TCC - ENGENHARIA AMBIENTAL

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1 
 
ENGENHARIA AMBIENTAL: 
APLICAÇÕES E LACUNAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
José Geraldo de Figueiredo1 
 
RESUMO 
 
 
O setor da construção civil está em expansão já há alguns anos, e com a urbanização e crescimento 
populacional os impactos causados pelos resíduos gerados nos canteiros de obras está cada vez 
maiores, promovendo crises ambientais, contribuindo para agravar a escassez de água potável, as 
alterações climáticas rígidas, os riscos a biodiversidade e aumentando os perigos a vida humana. O 
objetivo deste trabalho é discutir questões relativas às aplicações da engenharia ambiental na 
construção civil e levantar algumas das lacunas mais comuns de sua aplicabilidade as práticas de 
gestão. Esta ciência é de grande importância face à necessidade de utilização consciente e eficiente 
dos recursos na produção e ainda constitui um grande desafio aos engenheiros, visto que uma das 
lacunas mais comuns a serem trabalhadas refere-se a uma barreira cultural instituída pelo 
capitalismo.Baseada na idéia de que o canteiro de obras deve dar os resultados mais eficientes 
possíveis em termos de custos, sendo o fator econômico o pilar de análise deste resultado, de forma 
que muitas vezes os fatores ambientais nem foram contabilizados. Por isso, a Engenharia Ambiental 
precisar ser mais do que um conhecimento técnico para atender legislações, mas um instrumento de 
visão de futuro, cultura de inovação e responsabilidade socioambiental. 
 
Palavras-chave: Engenharia. Construção Civil. Ambiental. 
 
Introdução 
 
Este trabalho tem como tema principal a Engenharia Ambiental e a proposta é 
responder às seguintes questões: 
• Como a Engenharia Ambiental tem sido aplicada na construção civil? 
• Quais as principais lacunas encontradas em um canteiro de obras? 
O objetivo maior deste estudo é a discussão do papel do engenheiro civil 
frente às lacunas identificadas no setor e como esta ciência pode contribuir para 
melhores resultados em relação aos quesitos ambientais. 
Segundo Lordesleem e Lima (2011) o setor da construção civil é responsável 
por muitos impactos ao meio ambiente. Isso porque há grande utilização de 
matérias-primas não renováveis, consumo de energia elétrica e geração de 
resíduos. 
 
1
 Bacharel em Administração, Engenheiro Civil. Pós graduando de Engenharia de Segurança e Ambiental. 
2 
 
A construção, seja de um prédio enorme ou de uma pequena 
casa, corresponde a um grande percentual dos impactos ambientais 
causados pela construção civil no ambiente, onde os principais fatores 
relacionados são a perdas de recursos naturais, a geração de resíduos, 
os impactos referentes a interferência da obra no meio físico, biótico e 
antrópico. (OLIVEIRA, 2009) 
Nos últimos anos, conforme Lordesleem e Lima (2011) cresce a tendência da 
inserção de parâmetros de sustentabilidade na construção de edificações, sendo 
esta uma maneira de reduzir os impactos ambientais e promover a competitividade 
das empresas do setor da construção civil. “A sustentabilidade se refere à 
capacidade de uma sociedade, ecossistema ou qualquer sistema semelhante, 
continuar funcionando, sem estar forçado a declinar até a exaustão dos seus 
recursos vitais. (GILMAN apud LORDESLEEM e LIMA, 2011) 
Existe uma maior preocupação com o meio ambiente e com a 
sustentabilidade. Csillag (apud LORDESLEEM e LIMA, 2011) ressalta que a 
sociedade deve ser consciente e participar da promoção da sustentabilidade, seja na 
construção civil ou em qualquer outro processo produtivo. O envolvimento da classe 
empresarial deve ser visto como uma oportunidade de negócios. 
Para Oliveira (2009), canteiro de obras, de acordo com a NBR – 12284 que é 
o conjunto de “áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da 
construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência”. (NBR - 12284). 
Assim, trata-se de uma área “caracterizada para o armazenamento de materiais de 
construção, suporte aos trabalhadores e execução da obra, entre diversos outros 
fatores.” (OLIVEIRA, 2009). 
Com o crescente avanço da construção civil, o aumento dos impactos 
ambientais desperta a atenção das gestões de obras, fazendo surgir às normas e 
resoluções que regulamentam e direcionam os processos de construção afim de que 
causem menores danos ao meio ambiente. Oliveira (2009) explica que, no caso dos 
canteiros de obras a principal resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente é a 
resolução nº 307, de 5 de julho de 2002, que estabelece diretrizes, critérios e 
procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. 
Uma definição simples de Impactos ambientais diz que estes são 
 
(...) qualquer alteração do meio ou em algum de seus componentes 
devido a determinada ação ou atividade, no caso específico da construção 
civil são vastos os impactos ambientais causados por esta, principalmente 
na etapa da construção onde podemos ter poluição sonora, poluição 
3 
 
atmosférica, alteração do perfil do solo, impactos visuais, etc.(OLIVEIRA, 
2009) 
 
O estudo dos impactos ambientais é importante para haver maior 
conhecimento e conscientização por parte da engenharia a respeito do assunto, e 
assim ser possível a redução dos impactos, de forma a promover sustentabilidade 
ambiental e social. Em diversos casos é possível observar que a questão ambiental 
não é contemplada nas estratégias da empresa. Assim, os requisitos da sociedade 
não são considerados no desdobramento de ações. 
Para Varalho, Leite e Silva (2014) a engenharia clássica adota o modelo 
baseado no rendimento econômico, de forma que são utilizados os materiais e as 
energias da natureza. Durante anos, os engenheiros atinham-se em responder de 
forma eficiente, aos problemas que surgiam. O principal objetivo era de realizar 
empreendimentos de máxima rentabilidade financeira. 
Assim, os efeitos adversos do canteiro de obras, bem como da consequente 
expansão urbana e do crescimento populacional, não foram considerados com sua 
devida atenção. O resultado são as crises ambientais que atualmente a sociedade 
enfrenta como a escassez de água potável e contaminação de rios, ar e solo, 
alterações climáticas, desmatamento, queimadas, sendo um dos principais motivos: 
a geração e destinação inadequada dos resíduos sólidos. 
Neste contexto, há desafios complexos no que tange a solução dos 
problemas ambientais, exigindo um profissional com uma visão futurística, capaz de 
propor um desenvolvimento sustentável para empresas e sociedade. Dessa forma, o 
engenheiro ambiental precisa ter em suas habilidades a capacidade de gerir 
pessoas e processos além dos conhecimentos técnicos, conhecimentos humanos e 
sociais. “Recomenda-se, assim, como atributos do profissional em engenharia 
ambiental, uma educação ampla, crítica e reflexiva, necessária para entender o 
impacto das soluções da engenharia para um desenvolvimento urbano sustentável 
local, regional e global.” (OLIVEIRA, 2009). 
Enxergar a construção civil como algo impactante é muitas vezes uma análise 
unilateral, que considera apenas os impactos de geração de descarte dos resíduos. 
O engenheiro de visão futurística deve considerar os diversos componentes do 
ecossistema. 
Diante disso, a ideia de trabalhar o tema das aplicações da engenharia 
ambiental e suas lacunas é oportuna, visto que se pretende que este material 
4 
 
bibliográfico contribua para o interesse de outros profissionais em ampliar a visão 
sobre as questões relativas às práticas sociais e ambientais que possam promover a 
melhoria da qualidade de vida e perenidade das gerações futuras. 
 
 
Desenvolvimento 
 
 
 De acordo com os estudos deMota (2015) houve uma explosão populacional 
entre os anos de 1900 a 2000, quando a população da terra era de 1.650.000.000 
de pessoas e passou de 6.000.000.000. Outra mudança refere-se ao 
desenvolvimento de novas formas de transporte como aviões e automóveis que 
passaram a exigir um aumento gigantesco na demanda de energia do planeta e pro 
consequência aumentando muito mais a poluição no meio. O aumento médio da 
qualidade de vida geral, fez com que o consumo mundial aumentasse muito, 
gerando uma grande quantidade de lixo. 
 “Segundo o IBGE, 98% dos municípios brasileiros já contam com serviços de 
abastecimento de água potável nas torneiras e 99% já contam com coleta de lixo, no 
entanto, apenas 52% têm uma rede de tratamento de esgoto instalada.” (MOTA, 
2015). 
 Mota (2015) lembra ainda que a poluição do ar é a mais intensa já registrada. 
Com a revolução industrial, o surgimento e uso do plástico e a popularização dos 
automóveis é uma explicação para o fato. A preocupação é que, além de contribuir 
para o aquecimento global, a poluição promove doenças e piora a qualidade 
ambiental de um modo geral. 
Outro fator de preocupação lembra Mota (2015), é o crescimento 
descontrolado das cidades, que faz com que o solo seja cada vez mais ocupado por 
asfalto e concreto, dificultando a penetração da água de chuva, promovendo as 
inundações. A engenharia ambiental tem neste aspecto da poluição do solo o papel 
de colaborar para o planejamento urbano. Na questão da poluição do solo precisa 
atentar-se também para a geração e destinação de lixo, estudando as formas de 
reaproveitamento, reciclagem. 
O profissional da engenharia ambiental, neste cenário, tem um papel cada 
vez mais importante, cuja função é segundo Oliveira (2009) prevenir e evitar que o 
5 
 
planeta seja ainda mais degradado e poluído. As consequências dos últimos 100 
anos de progresso acelerado e mal planejado são facilmente percebidas por meio 
dos desastres naturais cada vez mais frequentes, da poluição das grandes cidades 
deixando a população cada vez mais doente e do aumento da temperatura da terra 
o a cada dia. 
O profissional de engenharia ambiental, conforme Mota (2015) deve atuar no 
gerenciamento da emissão de poluição, no planejando de redes de saneamento, em 
projetos de sistemas de gestão e tratamento de lixo e na avaliação de riscos e 
compensações ambientais. 
 
Buscar uma indústria da construção mais sustentável é fornecer 
mais valor, poluir menos, ajudar no uso sustentado de recursos, responder 
mais efetivamente às partes interessadas, e melhorar a qualidade de vida 
presente sem comprometer o futuro. Construção sustentável não é 
desempenho ambiental excepcional à custa de uma empresa que saia do 
mercado, nem desempenho financeiro excepcional, à custa de efeitos 
adversos no ambiente e comunidade local (Silva, 2003, apud ARAUJO, 
2015) 
 
Para Barros (2009) a indústria da construção civil é uma das mais antigas e 
de peso no desenvolvimento econômico do Brasil. Também é grande geradora de 
impactos ambientais, seja pelo consumo de recursos, modificação da paisagem ou 
geração de resíduos. E não pára por aí. Ainda há a destinação de resíduos. O Plano 
Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil disciplina o manuseio 
e disposição dos resíduos nos canteiros de obras. 
Araújo (2015) define o meio ambiente como a “circunvizinhança em que uma 
organização opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres 
humanos e suas inter-relações” (ABNT NBR ISO 14001, 2004). “Dessa forma, o 
meio ambiente no qual o canteiro de obras de uma empresa construtora opera 
envolve os meios físico, biótico, e antrópico do local onde a obra está inserida.” 
(ARAUJO, 2015). 
 
Há diversos fatores que proporcionam impactos ambientais, sejam 
dos mais simples aos mais complexos, onde a saúde dos seres humanos e 
espécies animais e vegetais são ameaçadas, a legislação a respeito dos 
impactos ambientais deveria vigorar de maneira mais forte e eficaz, sem 
distinção da obra a qual será empregada, já que os impactos gerados na 
construção de qualquer obra, principalmente de edifícios degradam muito o 
ambiente. (BARROS, 2009) 
 
 
6 
 
Para Oliveira (2009) É de extrema importância que os profissionais da 
construção civil conheçam e se proponham a modificar a atual situação e impactos 
que a execução de obras vem promovendo ao meio ambiente. O conhecimento dos 
impactos ambientais gerados em um canteiro de obras é a base para tomar 
decisões quanto à implantação de práticas de gestão para minimizá-los. A 
identificação e análise destes impactos é um requisito de qualidade, de excelência 
na gestão. 
O aspecto ambiental é o “elemento das atividades ou produtos e serviços de 
uma organização que pode interagir com o meio ambiente”, cuja significância é dada 
pelo seu poder de gerar um impacto ambiental significativo, em intensidade ou 
frequência (ABNT NBR ISO 14001, 2004). Segundo Araújo (2015), impacto 
ambiental pode ser definido como “qualquer modificação do meio ambiente, adversa 
ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da 
organização” (ABNT NBR ISO 14001, 2004). 
Para diminuir os impactos ambientais gerados em canteiros de obras, é 
necessário, de acordo com Barros (2009), primeiro, organizar as informações com 
relação à dimensão dos impactos ambientais causados em uma obra, depois, fazer 
a análise social e econômica. A dimensão dos impactos ambientais encontra-se 
dividida em quatro grandes grupos, sendo eles o da infra-estrutura do canteiro de 
obras, o de recursos, o de resíduos e incômodos e poluição. 
O primeiro grupo, da infra-estrutura refere-se às instalações utilizadas pelos 
trabalhadores e toda montagem realizada para a execução da obra. Para que um 
canteiro de obras seja ecologicamente correto, essa estrutura deve apresentar o 
mínimo de perturbações possíveis ao meio ambiente. As principais lacunas 
encontradas na infra-estrutura estão relacionadas aos riscos de desmoronamento, 
existência de ligações provisórias, construções provisórias, geração de energia no 
canteiro, impermeabilização de superfícies e armazenamento de materiais. 
O tema infraestrutura do canteiro de obras aborda, entre outros 
pontos, os procedimentos para que as construções provisórias do canteiro 
de obras (áreas de produção, de apoio, de vivência, equipamentos, 
proteções coletivas, etc.) sejam implantadas e funcionem de modo a 
minimizarem os impactos ambientais decorrentes e para que atividades 
desenvolvidas para ou durante a construção e o uso dessas instalações 
causem os menores impactos – remoção de edificações, supressão da 
vegetação, armazenagem de produtos, ocupação da via pública, circulação 
de veículos, etc. ( ARAUJO, 2015). 
 
7 
 
O segundo grupo, de recursos dizem respeito à utilização dos recursos 
naturais na construção de edifícios, sendo uma das lacunas mais comumente 
encontradas no canteiro de obras o desperdício destes. “Na construção civil grande 
parte da matéria-prima utilizada em obra é extraída de recursos naturais como areia, 
cimento, madeira, aço, entre outros, e geralmente o consumo destes materiais 
ocorre de maneira excessiva.” (BARROS, 2009). 
“O primeiro tema, recursos, trata, dentro dos limites de decisão que a equipe 
de obra pode ter, do consumo (compras e contratações) de recursos naturais e 
manufaturados e do consumo e desperdício de água e energia no canteiro.” 
(ARAUJO, 2015) . A perda de recursos naturais incorporados aos materiais, seja por 
consumo ou por desperdício , é a perda de recurso natural que mais se destaca. 
Este é o caso do cimento, areia, cal. Além disso, outro desperdício éo uso 
excessivo de água, energia e gás nos canteiros de obras. 
O tema resíduos é o terceiro grupo e trata do atendimento as exigências da 
resolução nº 307/2002 do CONAMA (2002 apud BARROS, 2009), que trata da 
gestão destes na construção civil . “O tema resíduos, por sua vez, trata do manejo e 
da destinação dos resíduos.” (ARAUJO, 2015). Esta resolução estabelece uma 
classificação para os resíduos em quatro diferentes classes. A classe A é a de 
resíduos reutilizáveis como agregados. A classe B, resíduos recicláveis para outras 
indústrias. A classe C, dos resíduos para os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias. A classe D é a de resíduos perigosos ou contaminados. 
A geração de resíduos sólidos e líquidos na etapa de construção de 
uma obra ocasiona a poluição do solo e também da água devido à emissão 
de efluentes líquidos. Deve-se atentar para a emissão de tais produtos, já 
que estes apresentam um caráter nocivo que precisa ser levado em 
consideração para o manejo destes. Geralmente tintas, óleos, solventes, 
substâncias preservativas para madeiras como o creosoto, possuem 
substâncias nocivas que contaminam o solo, a água e o ar. (BARROS, 
2009) 
Mais uma das lacunas ambientais está no fato de que grande parte dos 
“resíduos oriundos de canteiros de obras é depositada clandestinamente em 
terrenos baldios, várzeas e taludes de cursos d’água, o que vem a provocar 
impactos ambientais visíveis e compromete a paisagem urbana.” (BARROS, 2009) 
Outra forma de descarte de resíduos inadequada é a queima dos resíduos no 
canteiro de obras, o que provoca poluição atmosférica. 
8 
 
“Já grupo dos incômodos e poluições, refere-se às atividades de 
transformação as quais uma obra está submetida, como a atividade de vedação, 
concretagem, pintura, e os efeitos sentidos pela comunidade que ali vive.” ( 
BARROS, 2009). “Os Incômodos referem-se às aos serviços preliminares; 
infraestrutura; estrutura; vedações verticais; cobertura e proteção; revestimentos 
verticais; pintura; pisos; sistemas prediais; e redes e vias.” ( ARAUJO, 2015). 
A execução de uma obra, causa incômodos . A população dos arredores, e 
devem estes serem também identificados como impactos sociais e ambientais. A 
obra pode promover a emissão de ruídos, o odor ocasionado por certos tipos de 
madeira ou tinta, a emissão de vibrações, dentre outras situações que precisam ser 
analisadas. 
Cardoso (2006) apresenta alguns impactos ambientais comuns na construção 
civil: alteração das propriedades físicas e contaminação química do solo, promoção 
de processos erosivos; esgotamento de reservas minerais, deterioração da 
qualidade do ar ,poluição sonora e visual, alteração da qualidade de águas 
superficiais e da qualidade de águas subterrâneas; alteração dos regimes de 
escoamento; alteração das condições de saúde e segurança, diretamente a dos 
trabalhadores , alteração da qualidade paisagística; perturbação social. Por meio de 
ruído e alteração no tráfego local, além da interferência na drenagem urbana e da 
escassez de energia elétrica. 
A aplicação da engenharia Ambiental faz-se principalmente para “a atenuação 
destes impactos ambientais contribuirá para um canteiro de obras sustentáveis, com 
o mínimo possível de impactos ambientais e contribuindo para o desenvolvimento 
com responsabilidade e coerência.” ( BARROS, 2009). 
Para reduzir as lacunas citadas anteriormente, é prioridade que a Engenharia 
ambiental seja aplicada a treinamento dos trabalhadores e a conscientização destes 
a respeito destes impactos ambientais. Também deve ser aplicada para a criação de 
práticas para controle do desperdício e do consumo dos recursos naturais. Outra 
importante aplicação é na pesquisa por tecnologia para reaproveitamento de 
materiais. 
Os impactos socioambientais podem ser atenuados por meio do emprego de 
tecnologias, mas o essencial é a Engenharia Ambiental ser vista como parte 
estratégica do planejamento de uma obra. 
 
9 
 
“A construção sustentável não pressupõe a priorização de uma 
dimensão em detrimento das demais, nem exige uma solução perfeita, e 
sim “a busca do equilíbrio entre a viabilidade econômica que mantém as 
atividades e negócios; as limitações do ambiente; e as necessidades da 
sociedade”. (ARAUJO, 2015) 
 
Oliveira (2009) considera dramática a situação da construção civil no que diz 
respeito aos impactos ambientais que esta vem causando, principalmente na época 
de execução da obra (Canteiro de Obras), de forma que a construção civil requer a 
revisão das práticas ambientais para um consumo dos recursos naturais, geração e 
manejo dos resíduos mais adequados. 
“A legislação que vigora buscando canteiros de obras ambientalmente 
corretos, na prática, raramente é cumprida por parte das construtoras, além disto, a 
fiscalização é muito frágil, o que abre brechas para a poluição e degradação do meio 
ambiente.” (OLIVEIRA, 2009) 
Diante de tudo isto que foi exposto, é impossível se falar em desenvolvimento 
sustentável de um país, cuja construção civil consome uma grande quantidade de 
recursos não renováveis, degrada o ambiente na extração destes recursos, degrada 
o ambiente na ocupação do solo, contamina o solo, impermeabiliza o solo, além de 
produzir uma grande quantidade de resíduos sem o manejo adequado. “Construção 
sustentável é um processo holístico, cujo objetivo é restaurar e manter a harmonia 
entre o ambiente natural e o construído, e criar estabelecimentos que afirmem a 
dignidade humana e incentivem a igualdade econômica.” (CIB; UNEPITC, 2002 
apud ARAUJO, 2015) 
Para conseguir promover a sustentabilidade na construção civil é importante a 
adoção de sistemas de avaliação e classificação do desempenho ambiental e da 
sustentabilidade de edifícios. “As metodologias também funcionam como orientação 
ao mercado quanto ao desempenho esperado para os edifícios.” (ARAUJO, 2015). 
Assim, outros países desenvolveram metodologias que contemplam aspectos do 
empreendimento, “desde suas relações com o sítio onde está implantado, até saúde 
e conforto dos usuários, incluindo preocupações como escolha de materiais, 
economia de energia e de água, poluições e incômodos”. (CARDOSO, 2006 apud 
ARAUJO, 2015). 
 Portanto é imprescindível o planejamento e controle da obra, a fim de se 
obter um ambiente agradável e melhor para se viver, e é de suma importância que 
10 
 
os novos engenheiros tenham isto em mente e busquem a construção de canteiros 
de obras sustentáveis. 
 
Conclusão 
 
 
O tema sustentabilidade vem sendo abordado com frequência nos últimos 
anos. Isso porque é significativa a quantidade dos resíduos gerados nos canteiros 
de obra e os impactos que causam, considerando que grande parte é destinada em 
local inadequado. 
 A situação atual é de que o engenheiro ambiental deve contribuir com 
informações sobre o plano diretor da cidade, no que se refere ao zoneamento 
urbano, para que a obra seja instalada em local regular. Deve atuar como consultor 
ambiental. 
A engenharia ambiental está valorizada em função das preocupações com as 
questões ambientais. Sua aplicação deve ir além dos processos de licenciamento 
ambiental, gerenciamento de resíduos e levantamento de passivos ambientais. 
O desenvolvimento sustentável de uma sociedade é um reflexo de todas as 
áreas. A gestão da construção civil precisa aplicar a engenhara ambiental deste a 
sua concepção, envolvendo a etapa do projeto, da execução da construção, das 
fases de manutenção, até mesmo à demolição, considerando que todas elas podem 
causar impactos e este precisam ser pensados e administrados. 
Por frente ao exposto, a cada dia se fazem mais urgentes soluções para aredução da produção de resíduos em obras e o gerenciamento dos resíduos. A 
Engenharia Ambiental deve ser aplicada para que os impactos ambientais e sociais 
sejam identificados, analisados e tratados, otimizando processos produtivos, 
diminuindo as perdas, evitando os desperdícios. É papel do engenheiro ambiental 
buscar novas tecnologias, trabalhar uma cultura de inovação e geração de valor, 
para orientar os processos por meio de práticas sustentáveis. 
 
 
 
11 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
ARAÚJO, Jose Carlos. A importância do Engenheiro Ambiental na construção civil. 
Disponível < http://adequarliamb.blogspot.com.br/2011/04/importancia-do- 
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cardoso/Araujo_Diss_Ed_Rev%20%282%29.pdf > Acesso em março de 2015. 
 
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Áreas de vivência em canteiros de obras. Rio de Janeiro: ABNT, 1991. 11p. 
 
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civil. 2009. Disponível em < http://projetosengenhariambiental.blogspot.com.br/ 
2009/06/gerenciamento-de-residuos-solidos-na.html > Acesso em abril de 2015. 
 
CARDOSO, F. F.; ARAUJO V.M..Redução de impactos ambientais do canteiro de 
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Inovações Tecnológicas. São Paulo: USP, 2006. 
 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução CONAMA: 307/02. 
Brasília, 2002. 
 
LORDSLEEM, Alberto Casado Jr. LIMA, Petronio Rocha de Araújo. Canteiros de 
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Disponível em < http://www.editoradunas.com.br/revistatpec/Art4_N18.pdf > Acesso 
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http://www.guiadacarreira.com.br/artigos/atualidades/engenharia-ambiental-futuro-
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NAKAMURA, Juliana. Engenheiro Ambiental na Construção civil. Disponível em < 
http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/162/artigo286739-1.aspx > . Acesso em 
março de 2015. 
 
OLIVEIRA, Douglas E. Impactos ambientais gerados em um canteiro de obras. 
Resenha apresentada a disciplina de Meio ambiente e desenvolvimento sustentável, 
com caráter avaliativo, sob supervisão da professora Msc. Miriam Cleide Cavalcante 
de Amorim, UNIVASF – Universidade Federal do Vale do São Francisco. Juazeiro, 
Bahia, 2009. Disponível em < http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAd04AF 
/impactos-ambientais-gerados-canteiro-obras > Acesso em março de 2015. 
12 
 
 
 
VARALHO, Leonardo, LEITE, Thiago, SILVA, Magner Alandey Dantas. Engenheiro 
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http://www.abes-sp.org.br/noticias/19-noticias-abes/6242-artigo-engenheiro-
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