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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAG SANDRO RICARDO REIS COWORKING: UM ESPAÇO DE ESTUDO, TRABALHO E CONVÍVIO SOCIAL PARA O MUNICÍPIO DE TOLEDO - PR CASCAVEL 2016 2 CENTRO UNIVERSITÁRIO FAG SANDRO RICARDO REIS COWORKING: UM ESPAÇO DE ESTUDO, TRABALHO E CONVÍVIO SOCIAL PARA O MUNICÍPIO DE TOLEDO - PR Trabalho de Qualificação do Curso de Arquitetura e Urbanismo, da FAG, apresentado na modalidade Projetual, como requisito parcial para a aprovação na disciplina: Trabalho de Curso: Qualificação. Professor Orientador: Arq. Esp. Daniele Brum Souza CASCAVEL 2016 3 CENTRO UNIVERSITÁRIO FAG SANDRO RICARDO REIS COWORKING: UM ESPAÇO DE ESTUDO, TRABALHO E CONVÍVIO SOCIAL PARA O MUNICÍPIO DE TOLEDO - PR Trabalho apresentado no Curso de Arquitetura e Urbanismo, do Centro Universitário Assis Gurgacz, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação do Professor Arquiteto(a) Especialista Daniele Brum Souza. BANCA EXAMINADORA __________________________ Daniele Brum Souza Centro Universitário Assis Gurgacz Professora Arquiteta Especialista __________________________ Cassia Rafaela Brum Souza Centro Universitário Assis Gurgacz Professora Arquiteta Mestre Cascavel/PR, 01 de dezembro de 2016. 4 RESUMO O trabalho a seguir busca mostrar a praticidade que um escritório do segmento de coworking pode trazer aos seus usuários. Essa modalidade em questão mescla, de certa forma, tendências de arquitetura corporativa pela suas formas e setores. Busca mostrar que os usuários de uma instalação desse segmento podem trabalhar em coletividade e usufruir, ao mesmo tempo de total privacidade necessária para exercer suas funções com êxito. Tudo isso pode ser realizado com todos os serviços que um escritório convencional pode oferecer, tais como internet, telefone, secretária e ainda assim, com redução de gastos, visto que a coletividade é uma das características desse segmento. Palavras chave: coworking, coletividade, escritório 5 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 – Localização do terreno Figura 02 – Terreno Figura 03 – Vista do terreno para o lago Figura 04 – Cais Coworking Figura 05 – Cais Coworking Figura 06 – Sede do Mercado Livre no Brasil Figura 07 – Sede do Mercado Livre no Brasil Figura 08 – Sede do Mercado Livre no Brasil Figura 09 – Sede do Mercado Livre no Brasil Figura 10 – Sede do Mercado Livre no Brasil Figura 11 – Agência Bullet Figura 12 – Agência Bullet Figura 13 – Agência Bullet Figura 14 – Agência Bullet Figura 15 – Agência Bullet 6 SUMÁRIO RESUMO ................................................................................................................................... 4 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1 1.1 ASSUNTO E TEMA ............................................................................................................ 2 1.2 HIPÓTESE ........................................................................................................................... 2 1.3 FUNDAMENTAÇÃO .......................................................................................................... 2 1.4 PROBLEMA ........................................................................................................................ 2 1.5 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 3 1.6 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................. 3 1.7 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................... 3 2 APROXIMAÇÕES TEÓRICAS NOS FUNDAMENTOS ARQUITETONICOS .......... 4 2.1 NA HISTÓRIA E TEORIAS ............................................................................................... 4 2.2 NAS METODOLOGIAS DE PROJETOS ........................................................................... 7 2.3 NO URBANISMO E PLANEJAMENTO URBANO ......................................................... 9 2.4 NA TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO ......................................................................... 10 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E SUPORTE TEÓRICO ................................................ 14 3.1 CONTEXTUALIZAÇÕES DE COWORKING ................................................................ 14 3.2 COWORKING NO BRASIL ............................................................................................. 15 3.3 A RELAÇÃO ENTRE E EDIFÍCIO E ENTORNO ........................................................... 16 3.4 ASPECTOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ....................................... 17 3.5 TECNOLOGIAS ................................................................................................................ 18 3.6 PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................................................................. 19 4 O MUNICÍPIO DE TOLEDO ............................................................................................ 19 4.1 O TERRENO ...................................................................................................................... 21 5 CORRELATOS ................................................................................................................... 21 5.1 CAIS COWORKING – SAVI ARQUITETURA .............................................................. 22 5.2 NOVA SEDE DO MERCADO LIVRE NO BRASIL – ATHIÉ WOHNRATH E ESTUDIO EI ........................................................................................................................ 24 5.3 AGÊNCIA BULLET – RENATO KUBLIKOWSKI ........................................................ 28 7 6 APLICAÇÃO NO TEMA DELIMITADO ....................................................................... 30 7 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................. 32 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 33 1 1 INTRODUÇÃO O tema abordado dentro do assunto da arquitetura e urbanismo está inserido no grupo de pesquisa de projetos de arquitetura no contexto urbano. Trata-se de um Complexo de Coworking para a cidade de Toledo-Pr. Parte-se da ideia de que novos profissionais de diferentes campos de atuação têm a necessidade de um ambiente adequado para exercer suas atividades profissionais, com um custo reduzido, porém que ofereça uma estrutura adequada, que proporcione aos seus usuários um local mais amplo e apropriado para a prática de suas atividades profissionais. O conceito de coworking busca integrar profissionais de diferentes áreas profissionais, em um ambiente que ofereça conforto, integração e estrutura adequada aos seus usuários. Segundo Cambiaghi (2007, p.37) ressalta quea eficácia da interação do ser humano com o ambiente depende de suas próprias capacidades e de como estão projetados os ambientes e objetos que o rodeiam. Por se tratar de um ambiente onde diferentes pessoas com campos de atuação profissionais distintos, o projeto deve atender às necessidades de todos. Segundo Rebello (2000, p. 22), a noção de estrutura é parte integrante do inconsciente coletivo. Todo ser humano nasce com a intuição de estrutura e ao longo das suas experiências vividas pode aperfeiçoar esse conhecimento. Na elaboração de um projeto de arquitetura, as mudanças e ideias surgem a todo momento. Segundo Brown (2007, p. 25), projetar é um processo continuo de análise, desenho, avaliação, redesenho e reavaliação. Como problema, busca-se entender se o estudo projetual de um complexo de coworking para a cidade de Toledo-Pr pode contribuir para a integração pessoal e crescimento profissional de seus usuários. O estudo se justifica pela necessidade de novos profissionais, de todas as áreas, terem seu ambiente de trabalho com um custo reduzido, principalmente no início de suas carreiras. O convívio de indivíduos de diferentes ramos de atuação, também pode auxiliar no crescimento pessoal e profissional de cada um. Realizar um projeto de coworking que promove a ideia de várias pessoas, de diferentes campos de atuação, trabalharem em um ambiente totalmente integrado, compartilhando deias, fazendo amizades, trocando experiências pessoais e profissionais, e, principalmente, reduzir os gastos que um ambiente individual de trabalho. Como objetivos, busca-se compreender as necessidades dos usuários de uma edificação nesse conceito, para propor soluções na futura proposta projetual, assim como verificar correlatos que podem auxiliar conhecimento e elaboração projetual e buscar identificar 2 tendências tecnológicas e construtivas que podem ser utilizadas para a concepção projetual, e ainda elaborar um programa de necessidades compatível com o que sugere um projeto com esse conceito, para, enfim, desenvolver uma proposta projetual para Complexo de Coworking. 1.1 ASSUNTO E TEMA O tema abordado dentro do assunto da arquitetura e urbanismo está inserido no grupo de pesquisa de projetos de arquitetura no contexto urbano - PARQ trata-se de Complexo de Coworking para a cidade de Toledo-Pr. 1.2 HIPÓTESE Parte-se da ideia de que novos profissionais de diferentes campos de atuação terem a necessidade de um ambiente adequado para exercer suas atividades profissionais, com um custo reduzido, porém que ofereça uma estrutura adequada, que proporcione aos seus usuários um local mais amplo e apropriado para a prática de suas atividades profissionais. 1.3 FUNDAMENTAÇÃO O conceito de coworking busca integrar profissionais de diferentes áreas profissionais, em um ambiente que ofereça conforto, integração e estrutura adequada aos seus usuários. Segundo Cambiaghi (2007, p.37) ressalta que a eficácia da interação do ser humano com o ambiente depende de suas próprias capacidades e de como estão projetados os ambientes e objetos que o rodeiam. Por se tratar de um ambiente onde diferentes pessoas com campos de atuação profissionais distintos, o projeto deve atender às necessidades de todos. Segundo Rebello (2000, p. 22), a noção de estrutura é parte integrante do inconsciente coletivo. Todo ser humano nasce com a intuição de estrutura e ao longo das suas experiências vividas pode aperfeiçoar esse conhecimento. Na elaboração de um projeto de arquitetura, as mudanças e ideias surgem a todo momento. Segundo Brown (2007, p. 25), projetar é um processo continuo de análise, desenho, avaliação, redesenho e reavaliação. 1.4 PROBLEMA 3 Como problema, aborda-se o seguinte questionamento: o estudo projetual de um complexo de coworking para a cidade de Toledo-Pr pode contribuir para a integração pessoal e crescimento profissional de seus usuários? 1.5 JUSTIFICATIVA O estudo se justifica pela necessidade de novos profissionais, de todas as áreas, terem seu ambiente de trabalho com um custo reduzido, principalmente no início de suas carreiras. O convívio de indivíduos de diferentes ramos de atuação, também pode auxiliar no crescimento pessoal e profissional de cada um. 1.6 OBJETIVO GERAL Projetar um conjunto de escritórios - coworking onde promoverá a ideia de várias pessoas, de diferentes campos de atuação, as quais trabalharão em um ambiente totalmente integrado, compartilhando deias, fazendo amizades, trocando experiências pessoais e profissionais, e, principalmente, reduzindo os gastos que um ambiente individual de trabalho. 1.7 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Como objetivos específicos, busca-se: -Ccompreender as necessidades dos usuários de uma edificação nesse conceito; - Propor soluções na futura proposta projetual, verificando correlatos que podem auxiliar conhecimento e elaboração projetual; - Buscar identificar tendências tecnológicas e construtivas que podem ser utilizadas para a concepção projetual; -Elaborar um programa de necessidades compatível com o que sugere um projeto nesse contexto; -Desenvolver uma proposta projetual de um Complexo de Coworking para a cidade de Toledo-PR. 4 2 APROXIMAÇÕES TEÓRICAS NOS FUNDAMENTOS ARQUITETONICOS Neste estudo sobre um complexo de Coworking para a cidade de Toledo-PR, buscou-se compreender os benefícios que um projeto deste segmento pode contribuir para o desenvolvimento da cidade e contribuir para a qualidade de vida de seus usuários. Para o seguinte estudo bibliográfico, teve-se como base estudos referentes às quatro aproximações teóricas com o tema, sendo elas: História e Teorias; Metodologias de Projetos da Arquitetura e Paisagismo; Urbanismo e Planejamento Urbano e Tecnologias da Construção, que serão descritas a seguir. 2.1 NA HISTÓRIA E TEORIAS A respeito da história e teorias na arquitetura, busca-se compreender, desde o início, a evolução de técnicas, materiais, conceitos e propósitos da arquitetura no decorrer da história. Com isso, pode-se entender e analisar se a proposta projetual pode ser inserida no local, respeitando o histórico e evolução da cidade. Verifica-se que, desde os primórdios dos tempos, existem conceitos e técnicas que atualmente são indispensáveis, de pensamentos lógicos e básicos. Segundo Carvalho (1964) diz que: “Quanto a sua construção em pedra, quase nunca se afastam das combinações comuns de empilhamentos, não sendo apresentado outro princípio de equilíbrio que não seja o contrapeso”. (CARVALHO, 1964, p.121) Seguindo essa ideologia entende-se que é através da história que se pode compreender, buscar respostas às ações arquitetônicas passadas. Analisa-las, aprimorá-las ou descartá-las nos dias atuais. Segundo Pereira (2010): “É na história onde se pode e se deve encontrar o sentido da ação e a reflexão arquitetônica, iluminando o presente desde o passado e convertendo seu campo intelectual em uma verdadeira sala de cirurgia.” (PEREIRA, 2010, p. 13). Em concordância com os referidos autores, entende-se que pra uma arquitetura atual de qualidade, deve-se analisar e referenciar-se em obras e ações do passado, buscar respostas em erros e acertos comprovados com a prática de grandes gênios da arquitetura e do urbanismo. 5 Analisou-se sobre os temas referentes à história da arquitetura e urbanismo, como seus estilos arquitetônicos, em que o modernismo foi o mais estudado e aplicado no trabalho em questão. Segundo CARVALHO (1964): “Todo este conjunto distribuído no espaço físicoem consonância com uma época histórica é um exemplar de arquitetura, e assim a solução de um tal número de problemas, sempre regida pela intenção plástica, vai plasmando uma forma definitiva que desponta progressivamente até surgir plena em toda a configuração do exemplar terminado.” (CARVALHO, 1964, p.121). Segundo Carvalho (1964, p. 25), o projeto em si, juntamente com o entorno e com a época em que foi concebido formam um conjunto, que deve resolver ou amenizar alguns ou todos os problemas e suprir as necessidades da sociedade. Esse conjunto, se bem concebido e executado, formam um exemplar de arquitetura, o qual servirá de referência para futuros projetos. Segundo Puppi (1998, p.25), todos os estudos realizados são esboços que projetam a arquitetura no decorrer da história, e busca explicar a concepção do projeto previamente desejada. A concepção de um projeto é resultado de variáveis que a cercam. O período, estado de espírito do autor, desejo do cliente, clima, época, estilo predominante são alguns fatores que influenciam na criação e desenvolvimento plástico e funcional. Segundo Pereira (2010): “O lugar e o tempo são as bases de partida da história e os determinantes da sua arquitetura”. (PEREIRA, 2010, p. 14). Para sua concepção, também é essencial definir o plano onde a edificação será executada. Segundo Pereira (2010, p.54), apesar da arquitetura não partir de um terreno, deve-se definir uma plataforma ou plano horizontal no local da futura edificação, pois isso interferirá de forma considerável na concepção do projeto. Segundo Brown (2007): “Naturalmente, projetar é um processo continuo de análise, desenho, avaliação, redesenho e reavaliação”. (BROWN, 2007, p.25). Desde os primórdios, a necessidade de moradia se dá, primeiramente à um único fator: a segurança. Segundo Gympel (2001, p.6), a construção é diferente de todas as outras artes, pois satisfaz em primeiro lugar essa necessidade básica da humanidade. Não basta querer edificar, a humanidade precisa poder edificar. Segundo Fazio (2011, p.22), as pessoas precisam ter os recursos com os quais edificar, o que significa, 6 historicamente, usar materiais de construção locais. Atualmente, nada impede que se utilize materiais de construção vindos de outros lugares distantes, até de outros países e continentes, porém a utilização de materiais locais reduz consideravelmente o custo e o tempo das edificações. Teoricamente, todos os projetos partem, de ideias e desenhos, de erros e acertos. Porém, nem todas as ideias saem do papel. Segundo Farrelly (2014): “Muitas ideias de arquitetura jamais chegam a ser executadas: as edificações exigem uma visão, e as ideias podem permanecer no campo conceitual ou no desenho.” (FARRELLY, 2014, p. 6) Ainda segundo Farrelly (2014, p.10, 12), a arquitetura pertence a um local, a um sítio e repousa sobre ele. Faz parte de um entorno, e em arquitetura, esse conjunto é denominado contexto, e cada terreno tem uma história física que influi na elaboração e concepção arquitetônica, respeitando o entorno e a historicidade do local e da cidade. O autor ainda diz que: “As técnicas para registrar e entender um terreno são variadas, incluindo levantamentos in loco (a avaliação quantitativa do que já existe) e aspectos de interpretação qualitativa da luz, dos sons e da experiência física do local.” (FARRELLY, 2014, p. 14) Cada local tem suas características próprias, e para a elaboração do projeto todos os detalhes devem ser levados em conta para um resultado satisfatório. Segundo Farrely (2014, p.14) as técnicas são variadas para fazer o levantamento, registrar e entender o terreno. “O conceito de memória do lugar se baseia na premissa de que lugares significativos criam recordações fortes; eles possuem características, sons, texturas e eventos marcantes que os tornam memoráveis.” (FARRELLY, 2014, p. 20) Preservar a memória e a história local são umas das preocupações ao elaborar um projeto, visto que suas características tornam o local memorável e fazem parte do contexto urbano. Segundo Farrelly (2014, p.13), a mistura de elementos arquitetônicos históricos e contemporâneos pode resultar em um belo conjunto, logo não é necessário seguir a mesma linguagem arquitetônica, mais conseguir inserir o projeto de forma que o mesmo não interfira de forma prejudicial na história e arquitetura local. 7 Essa aproximação teórica buscou nortear os conceitos teóricos e históricos para embasar os estudos para a elaboração de um projeto de Complexo de Coworking. 2.2 NAS METODOLOGIAS DE PROJETOS Nos estudos que norteiam as metodologias de projetos de arquitetura e paisagismo, busca-se melhor compreensão na relação do projeto com a paisagem que o cerca e os elementos que o cercam. Segundo Cambiaghi (2007): “A eficácia da interação do ser humano com o ambiente depende de suas próprias capacidades e de como estão projetados os ambientes e objetos que o rodeiam.” (CAMBIAGHI 2007, p.37). Segundo Cambiaghi (2007, p.37), a interação da sociedade com o edifício ou complexo construído, depende da qualidade do projeto. Se o mesmo atende e supre às necessidades da população, consequentemente sua interação será mais ampla e completa. O autor ainda complementa a afirmação, e diz que se o projeto está equipado com elementos de acessibilidade, a deficiência e limitações dos cidadãos não os impede de exercer suas atividades e usufruir dos bens públicos (Cambiaghi 2007, p.23). “Em termos abstratos a escala humana é usada como expressão de uma arquitetura feita para o ser humano.” (CAMBIAGHI 2007, p.40). De acordo com a citação acima, o autor diz que, abstratamente, a escala humana é referência para a arquitetura feita para o ser humano. Com isso, pode-se entender que, a arquitetura, acima de tudo, deve atender as necessidades de seus usuários, oferecer maior conforto à sociedade e beneficiar, em todos os seus aspectos, aos usuários. “Como conceito, a usabilidade trata da adequação entre o produto, as tarefas a cujo desempenho ele se destina e o usuário que o utilizará.” (CAMBIAGHI 2007, p.42). Segundo a citação acima, o autor deseja expor que a usabilidade é um conceito. Essa usabilidade em questão, depende da adequação do projeto para atender as tarefas para que foi concebido, e que, esse desempenho se dá pela forma de utilização do usuário. Deve-se conhecer e entender para que a obra se destina, e adequa-la da melhor maneira possível à atender de forma satisfatória às necessidades de seus usuários. Segundo (Cambiaghi 2007, p.43), uma das fases iniciais e mais importantes de um projeto é estabelecer um programa de necessidades, um conjunto sistematizado dos usos de uma construção. No decorrer da elaboração de uma proposta projetual, deve-se pensar na obra como um 8 conjunto, um contexto. Nesse contexto também se inclui, projetos paisagísticos, sejam eles para residências ou públicos. Segundo Filho (2001, p.14), o paisagismo é muito recente quando comparado com outras áreas do conhecimento humano. Porém, deve-se levar em conta de que o paisagismo complementa e embeleza a arquitetura a sua volta. Segundo Filho (2001): “Ao elaborar um projeto, o paisagista dispõe de elementos construídos e, ou, vegetais, bem como dos sentimentos, para estabelecer um processo de comunicação com os usuários da paisagem a ser construída.” (FILHO, 2001, p.16) Segundo Filho (2001, p.25), a paisagem mundial é consequência da ação humana, derivadas da ocupação dos espaços territoriais, e isso é mais visível no meio urbano, onde se encontram números exemplos de paisagens modificadaspela intervenção humana. Segundo Watermann (2010): “A história da humanidade é escrita sobre paisagem. Cada civilização, cada império que passou deixou sua marca de alguma maneira importante.” (WATERMANN, 2010, p.12). De acordo com a citação acima, o autor afirma que cada civilização em cada época diferente, em cada lugar distinto, deixa algum tipo de ensinamento e cultura singular para o paisagismo atual. Isso acontece também, devido a cada lugar ter um tipo de vegetação adequada ao clima e a cultura local. As ações paisagísticas podem ser executadas de várias formas e em diversas situações. Segundo Macedo (2012, p.12), o paisagismo se dá em escalas e âmbitos diversos, pelos mais diferentes agentes, tanto o Estado quanto empresas e corporações privadas, até a população em geral. Ainda segundo Macedo (2012, p.24), a referência paisagística padrão para a obra de paisagismo, é o trabalho de Roberto Burle Marx, que é colocado como exemplo de qualidade. Segundo Filho (2001): “A presença de vegetação natural nos ambientes faz com que as regiões do mundo sejam diferentes.” (FILHO, 2001, p.32). Segundo Wall (2012, p.6), a civilização não é uma instituição, é sim um processo de adaptação da humanidade em conviver em conjunto e usufruir juntos das vantagens e benfeitorias advindos dessa associação física. Ainda segundo o autor, ao longo dos últimos séculos a população esta cada vez mais urbana e concentrada. Essa aproximação teórica buscou compreender o contexto de um projeto, de forma que, na proposta projetual, o mesmo se inclua ao entorno e complemente a paisagem urbana como 9 um todo, respeitando a história, o contexto, o uso, o paisagismo e a forma plástica desejada. 2.3 NO URBANISMO E PLANEJAMENTO URBANO No estudo das aproximações sobre o urbanismo e o planejamento urbano, buscou-se compreender os conceitos de paisagismo e intervenções urbanísticas. Sobre a cidade, Rossi (2001) descreve que: “A cidade como agrupamento é explicada com base precisamente naquelas funções que os homens queriam exercer; a função de uma cidade torna-se sua razão de ser, e é sob essa forma que ela se revela.” (ROSSI, 2001, p. 31). Sobre a citação acima, entende-se que a cidade é consequência da necessidade dos homens de exercerem determinados tipos de funções, e é sob essa forma que ela se desenvolve. Segundo Rossi (2001, p.57), a forma da cidade é consequência do tempo, da época, e como a cidade tem vários tempos, pode apresentar várias formas. Segundo Rodrigues (1986): “Por organização física compreendemos a reestruturação, renovação ou expansão de espaços para a sua adequação às propostas de uso formuladas pela própria comunidade local, seja de uso coletivo ou mesmo de uso privado, mas com nítido interesse coletivo.” (RODRIGUES, 1986, p.35). De acordo com a citação acima, pode-se observar que o autor transmite a ideia de que a cidade e os espaços se renovam e se adéquam de acordo com o crescimento e demanda populacional, seja de uso coletivo ou particular, mas com interesse coletivo. Segundo Cassilha (2009, p.7), as cidades são mutantes, vão crescendo e se adaptando às atividades diárias das pessoas e, com isso, a demanda por infraestrutura aumenta. De acordo com Choay (2003, p.1), a sociedade industrial é urbana e a cidade é seu horizonte. Segundo Corbusier (2000): “A casa, a rua, a cidade são pontos de aplicação do trabalho humano; devem estar em ordem, senão contrariam os princípios fundamentais pelos quais nos norteamos; em desordem, elas se opõem a nós, nos entravam, como nos entrava a natureza ambiente que combatíamos, que combatemos todos os dias. ” (CORBUSIER, 2000, p. 15). Pode-se compreender com a citação acima, que as casas, as ruas, a cidade, são resultados 10 das ações humanas, do trabalho humano, e estas devem estar em ordem, caso contrário, em desordem, vão a sentido oposto àquilo que se tenta mudar todos os dias. Ainda segundo Corbusier (2000, p.23) é no auge da criação que se tende à ordem em todo seu sentido, e que isso é uma obra de arte. Segundo Rodrigues (1986): “Interessa-nos agora não só a arquitetura dos edifícios, mas também uma arquitetura de relacionamento de edificações e espaços livres de uso coletivo e público; uma arquitetura de composição do cenário da vida coletiva, dos espaços de permanência (reunião) e dos espaços de movimento (circulação); uma arquitetura dos espaços urbanos. ” (RODRIGUES, 1986, p. 14) De acordo com ma citação acima, percebe-se que o autor afirma que começa a haver um interesse e atenção maior à arquitetura dos espaços públicos, voltados a convivência social e permanência dos indivíduos em uma vida coletiva no meio urbano. Ainda segundo Rodrigues (1986, p.20), existem algumas relações determinantes entre atividades sociais e espaços urbanos e é necessária uma avaliação preliminar para conhecimento do contexto, dimensões, características e demanda. Dessa forma, essa aproximação teórica buscou entender o espaço urbano, desde sua concepção até suas transformações e adequações que podem sofrer ao longo do tempo, para propor ambientes mais acessíveis a população, indiferente de classes, religiões e culturas, estabelecendo um uso pacífico, para que todos possam usufruir de forma pacífica os benefícios da urbanização. 2.4 NA TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO No estudo realizado nas aproximações sobre o tema Tecnologias da Construção, buscou- se conhecer e compreender os sistemas estruturais e as novas tecnologias que se dispõe para proporcionar mais conforto nas edificações. No que diz respeito à produção do espaço, Netto (1999, p.21) afirma que, após definido o espaço onde a produção arquitetônica será inserida, deve-se saber de que espaço se trata, conhecer suas delimitações, suas espécies, para se possível, a seguir, indagar de seus respectivos sentidos. Segundo Pereira (1988): “A privatização da propriedade imobiliária enquanto condição do morar pode ser 11 considerada como elemento central das chamadas contradições urbanas.” (PEREIRA, 1988, p. 8). De acordo com a citação acima, entende-se que a privatização no que diz respeito às moradias contradiz a ideia inicial de urbanização, que por sua vez é justificada pela intenção de facilitar a vida dos cidadãos, onde todos viveriam em coletividade em prol do bem comum. Segundo Pereira (1988, p.9), a relação entre preço e valor é relativa. Com relação a propriedade de terra, o autor afirma que essa terra tem um valor comercial, um preço, porém se alguém possuir algum bem que seja objeto de desejo e/ou necessidade, e sugere uma troca nessa propriedade e esse objeto de troca possuir um valor para o proprietário de terra, preço e valor acabam se equivalendo. Ainda segundo o autor: “A contradição qualitativa entre preço e valor torna-se central na particularização da reprodução do capital vinculado à produção imobiliária.” (PEREIRA, 1888, p.11). Com relação aos materiais de construção, Bertolini (2010, p.13) afirma que são indispensáveis para a concepção de estruturas e elementos construtivos e que estes devem ser previstos já na fase de projeto, visando atender às necessidades de seus futuros usuários. Ainda segundo o autor Bertolini (2010, p.18), os materiais de construção, quando destinados à concepção estrutural, seu comportamento mecânico tem um papel primário no projeto e estes materiais estão sujeitos à ações físico-químicas do ambiente que estão em contato. “A arquitetura deve servir ao homem e ao seu conforto, o que abrange o seu conforto térmico. O homem tem melhores condições de vida e de saúde quando seu organismopode funcionar sem ser submetido á fadiga ou estresse, inclusive térmico. A arquitetura como uma de suas funções, deve oferecer condições térmicas compatíveis ao conforto térmico humano no interior dos edifícios, sejam quais forem as condições climáticas externas.” (FROTA, 2003, p.17). Segundo Frota (2003), de acordo com a citação acima, a concepção do espaço arquitetônico deve atender ao homem e lhe oferecer conforto em todos os seus aspectos. Segundo o autor, o homem desempenha melhor suas funções rotineiras quando vive em um ambiente que lhe proporcione melhor qualidade de vida e a arquitetura deve oferecer conforto térmico interno, indiferente das condições térmicas externas. “Imprimir a um edifício características que proporcionem uma resposta térmica ambiental conveniente não implica o acréscimo obrigatório de custo á 12 construções: ao contrario, deve resultar em redução de custo de utilização e de manutenção, além de propiciar condições ambientais internas agradáveis aos ocupantes.” (FROTA, 2003, p.18). De acordo com a citação acima, o autor defende a ideia de que inserir ideias que proporcionem uma melhor condição térmica interna, não é sinônimo de maiores gastos com a edificação, e sim redução de custos com manutenção, se utilizados recursos da própria arquitetura para promover esse benefício. A exemplo, o autor Frota (2003, p.44) sugere o brise- soleil (quebra-sol), que é um importante dispositivo para o projeto do ambiente térmico. “A proteção solar de paredes transparentes ou translucidas pode ser feita através de dispositivos externos e internos, sendo que, em caso de vidro duplo, por exemplo, pode ate se localizar entre os sois vidros. Por outro lado, a proteção externa normalmente tende a ser mais eficiente, posto que barra a radiação solar antes de sua penetração por transmissividade através do material. ” (FROTA, 2003, p.46). Segundo Frota (2003, p.53),é papel da arquitetura se adequar ao clima de determinado lugar, construir espaços favoráveis ao conforto do homem, amenizar as sensações de desconforto causadas pelo clima e proporcionar ambientes que sejam, no mínimo, tão confortáveis quanto a sensação de estar em um lugar ao ar livre de clima agradável. Ainda segundo Frota (2003, p.69), o uso da água também serve tanto como elemento que auxilia na concepção de um ambiente com temperaturas mais agradáveis quando incorporado, geralmente, em pátios internos visto que o aumento da umidade do ar resulta em temperaturas mais agradáveis, tanto na composição estética do projeto. Ainda segundo o autor Frota (2003, p.124), a ventilação renova o ar do ambiente, o que é higiênico e proporciona maior conforto térmico aos seus usuários. Entende-se que para um projeto que atenda aos usuários e os proporcione o conforto térmico adequado, deve-se conhecer as características locais e entender o contexto. Segundo Romero (2000): “O desenho dos espaços deve ser condicionado e adaptado ás características do meio, tais como topografia, revestimento do solo, ecologia, latitude, objetivo tridimensionais e clima. Porém, estas categorias não tem sido utilizadas, já que as informações pertinentes estão incompletas na literatura ou não são apresentadas numa forma que possa ser utilizadas pelos planejadores do espaço.” (ROMERO, 2000, p.11) 13 Ainda segundo o autor Romero (2000, p.31), a vegetação também é um importante fator que auxilia no estabelecimento dos microclimas. A vegetação em geral tende a estabilizar os efeitos do clima, reduzindo os extremos ambientais. “Os modelos de conforto térmico, adequadamente desenvolvidos, são um instrumento importante para o estudo das técnicas de controle do ambiente, uma vez que permitem a identificação daquelas variáveis do meio que devem ser modificadas e/ou aproveitadas para se conseguirem as condições de conforto desejadas, a partir do próprio projeto de arquitetura.” (ROMERO, 2000, p.53). Por fim, pode-se compreender as melhores formas de se utilizar as tecnologias atuais, melhorando o desempenho dos projetos e proporcionando maior conforto térmico aos seus usuários. Cada uma das aproximações teóricas buscou destacar os assuntos pertinentes à proposta projetual a ser realizada. 14 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E SUPORTE TEÓRICO Este capítulo aborda um resgate aos estudos arquitetônicos referentes ao tema, os quais serviram como base para a proposta de um Complexo de Coworking para a cidade de Toledo – PR. Buscou-se compreender a relação da proposta em questão com a cidade e com o entorno da localização em que será inserido. Com isso, tem-se a necessidade de se analisar sobre a intervenção urbana de forma geral, bem como qual a melhor área da cidade para a instalação de um complexo de coworking, levando em consideração as necessidades de cada região da cidade. 3.1 CONTEXTUALIZAÇÕES DE COWORKING O coworking chega com a proposta de comunidade e inovação. Segundo Deguzman e Tang (2011, p.4), é a promessa de inovação e coletividade, convívio em sociedade que torna o coworking mais atraente. O conceito de coworking norteia-se pelos: “Estudos comportamentais demonstraram que a partilha e colaboração pode levar a casos de criatividade e inovação no ambiente de trabalho. Ele só faz sentido se as organizações e empresas de pequeno porte acharem que ganharão mais em trabalhar em conjunto, em vez de sozinhos. Este tipo de trabalho colaborativo não significa entregar sua independência e perder a sua individualidade, mas sim compartilhar recursos e espaço, e no processo de encontrar um termo comum com o outro, emprestar conhecimentos e compartilhar ideias.” (DEGUZMAN e TANG, 2011, p.4). Ainda segundo Deguzman e Tang ( (2011, p.4), o coworking não é de “venda fácil”, ou seja, não tem uma excelente aceitação para quem não o conhece mais a fundo. A princípio, a ideia inicial consiste em poupar dinheiro, dividindo custos, porém sem perder a qualidade e conforto de um ambiente de trabalho convencional. “Para as pequenas empresas e organizações, bem como os trabalhadores independentes e freelancers, o coworking está se tornando uma opção viável e real para fazer se trabalhar. No passado, ao identificar lugares para se trabalhar, trabalhadores independentes, pequenas empresas e 15 organizações, muitas vezes tinham que escolher entre vários cenários, todos com suas vantagens e desvantagens inerentes: trabalhando em casa; trabalhando em uma loja de café, biblioteca ou outro local público; ou locação de uma suíte executiva ou outro espaço comercial.” (DEGUZMAN e TANG, 2011, p.9). Segundo ou autores Deguzman e Tang (2011, p.9), o coworking é definido pela idéia de pessoas reunidas em um espaçode trabalho compartilhado e colaborativo, ocasionado por vários fatores, dentre eles a redução de custos de instalações e equipamentos comuns, compartilhar ideias com outros profissionais, buscar colaborações dentro e através de outros campos de atuação. Com isso, o coworking faz com que o tradicional escritório pareça antiquado e pitoresco, fora do contato criativo e dinâmico dos dias atuais. Percebe-se que esse conceito é relativamente novo para nossa realidade, principalmente para a região em que será realizada a proposta projetual. Contudo, essa idéia poderia ser bem aceita depois de analisados todos os benefícios que a mesma pode proporcionar à comunidade. 3.2 COWORKING NO BRASIL Os escritórios compartilhados, conhecidos também como coworking ou co-working, foram definidos primeiramente por DeKoven em 1999e posteriormente usados no Vale do Silício. Ocorreu quando determinado grupo de pessoas no ramo da tecnologia concederam seu apartamento, oferecendo um espaço de trabalho as pessoas que não disponham de um (Santos, 2014). O coworking pode ser visto como um novo conceito de forma de trabalho, que defende a coletividade e integração, que são proporcionadas pela mescla de diferentes profissionais de diferentes ramos, atuando no mesmo local, proporcionando maior troca de informações em diferentes áreas de conhecimento. Segundo Pinheiro (2014): “Coworking é um escritório compartilhado por diversos profissionais de diferentes empresas e diferentes ramos empresariais. Esses profissionais dividem não apenas os custos, como água, eletricidade ou internet, mas a proposta é que compartilhem o mesmo espaço físico, conversando, trocando experiências e aumentando seu networking. É um modelo útil para grandes empresas adotarem internamente também, quando os funcionários dependem 16 uns dos outros para oferecer um produto/serviço muito mais integrado.” (PINHEIRO, 2014, p.9). Ainda segundo o autor Pinheiro (2014, p.9), os edifícios devem ser projetados de forma versátil e multiuso, de forma à proporcionar essa integração, porém respeitando a individualidade e privacidade de cada inquilino. Segundo Orlandi (2013): “Coworking (no Brasil) está em um estágio conceitual anterior, uma vez que ainda é visto mais como uma ferramenta de negócios do que uma comunidade. É um método que está sobrevivendo, embora rodeado pela cultura de trabalho tradicional. Brasil está crescendo muito rápido, mas os métodos não tradicionais estão começando agora. Ele ainda deu pequenos passos para uma mudança tão grande, se comparado com a Europa e os EUA. Iniciativas como coworking e escritórios compartilhados estão em alta demanda aqui.” (ORLANDI, 2013). Segundo Pinheiro (2014, p.28), São Paulo foi a primeira cidade brasileira a receber um escritório neste formato e durante cinco anos outros diversos espaços surgiram e, por curiosidade, todos no mesmo sítio. Ainda segundo o autor Pinheiro (2014, p.31), os menores espaços de coworking, em média, ocupam cerca de 100m2, disponibilizando até 20 vagas para locação, e os maiores podem ocupar, em média, cerca de 800m2 e oferecer cerca de 90 vagas. Os menores, geralmente, se instalam em edifícios comerciais, onde se sentem mais seguros. Os de médio porte, geralmente, se instalam em edifícios de dois ou três pavimentos, utilizam espaços maiores, seguem a ideia de loft, tradicionalmente utilizada nos Estados Unidos. 3.3 A RELAÇÃO ENTRE E EDIFÍCIO E ENTORNO Para a concepção do projeto, procura-se entender a concepção urbana, a história da cidade e a leitura do planejamento atual. A inserção de algum projeto em um meio, deve ser analisada de forma à beneficiar os usuários e respeitar as limitações e as leis municipais e plano diretor. O projeto deve atender o plano de necessidades sem prejudicar a população e a cidade, deve se integrar ao meio onde é inserido e valorizar o local. Segundo Gympel (2001, p.6) a edificação tem como prioridade e necessidade primária, proporcionar segurança aos seus usuários. Farrely (2014, p.12) afirma que a arquitetura repousa em um local e pertence a um contexto. Esse contexto é todo o conjunto que se 17 complementa e cada terreno urbano possui características que influem no conceito a ser utilizado para a concepção do projeto. Ainda segundo Farrely (2014, p.20), cada lugar possui características próprias como sons, eventos naturais, texturas e que isso faz parte do local e são fatores que o tornam memorável, e que, essas características devem ser aproveitadas e respeitadas, visto que a cidade acomoda a nova arquitetura. Por se tratar da proposta de implantação de um complexo de coworking para a cidade de Toledo – PR, a proposta deve oferecer todo tipo de acessibilidade, visto que não se sabe quais serão as necessidades de seus futuros inquilinos, e de qualquer forma, torna fácil o acesso para visitação de estudantes e leigos, que buscam entender e conhecer esse novo conceito. Segundo Cambiaghi (2007, p.42), um dos conceitos que devem ser utilizados é a usabilidade, visto que se trata da adequação entre o produto e as tarefas que os usuários terão que desenvolver. 3.4 ASPECTOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO Para a concepção de qualquer projeto arquitetônico, aspectos como a forma e a função têm que ser levados em conta, pois a forma pode influenciar na funcionalidade, e da mesma forma, a função pode alterar a volumetria. Ambos os aspectos devem estar em sintonia, desde a concepção, até o desenvolvimento e conclusão do projeto. 3.4.1 ASPECTOS FORMAIS A qualidade arquitetônica está relacionada com a composição projetual. Essa qualidade não é definida somente pela execução, mais principalmente pela concepção, pois é nessa etapa onde são realizados estudos e levantamento de informações. Segundo FROTA (2003): “A arquitetura deve servir ao homem e ao seu conforto, o que abrange o seu conforto térmico. O homem tem melhores condições de vida e de saúde quando seu organismo pode funcionar sem ser submetido á fadiga ou estresse, inclusive térmico. A arquitetura como uma de suas funções, deve oferecer condições térmicas compatíveis ao conforto térmico humano no interior dos edifícios, sejam quais forem as condições climáticas externas.” (FROTA, 2003, p.17). Um espaço como um coworking deve ser agradável, oferecer conforto aos usuários, ser 18 durável e agradável funcionalmente e esteticamente. Segundo Frota (2003, p.18), a edificação deve oferecer conforto e isso não deve, obrigatoriamente aumentar os gastos para execução, ao contrário, existem recursos que proporcionam conforto térmico, por exemplo, que reduzem custos como manutenção. 3.4.2 ASPECTOS FUNCIONAIS Para o desenvolvimento de um projeto satisfatório, a funcionalidade é fundamental. Para isso, deve-se conhecer bem as atividades que serão exercidas no local. Segundo Frota (2003, p.17) a arquitetura deve servir ao homem, proporcionar conforto, oferecer condições térmicas internas agradáveis, independente do clima exterior, visto que a melhor qualidade de vida no trabalho proporciona melhores condições de vida ao mesmo. Para a concepção do projeto de um complexo de coworking, deve-se levar em consideração suas características próprias, como trabalho em conjunto, compartilhamento de ferramentas de trabalho e ideias, em um ambiente inspirador, agradável, moderno e que ofereça todas as condições de trabalho que um escritório individual pode oferecer, porém com divisão de gastos. Sabe-se que durante a fase de concepção de projeto, geralmente não se tem ideia exata de que tipo de profissionais que farão uso do ambiente. Visto isso, o projeto deve ser dinâmico, buscar atender várias áreas de atuação, e contar também com espaços mais reservados, para eventuais reuniões, atendimento a clientes, o que requer maior privacidade para discução de ideias e maior conforto de ambos. Não sabendo como serão os inquilinos do local e nem conhecendo seus visitantes e clientes, deve oferecer todo tipo de acessibilidade, não privando essa parte da população de exercer suas funções e restringi-las ao uso do local. Segundo Cambiaghi (2007): “Quando uma pessoa com deficiência está em um ambiente acessível, suas atividades são preservadas, e a deficiência não afeta suas funções.” (CAMBIAGHI, 2007, p.23). Com essa afirmação do autor, percebe-se que a edificação deve ter como prioridade o conforto na funcionalidade, não restringindodeus usuários de exercer quaisquer atividades no edifício. 3.5 TECNOLOGIAS A futura proposta projetual será elaborada em alvenaria convencional. Um projeto nesse 19 segmento prioriza economia e redução de gastos para os futuros usuários. Pensando nisso, propostas de captação de energia solar, iluminação natural com a utilização de grandes janelas, ventilação e climatização, serão pensadas para proporcionar conforto aos seus usuários. A utilização do terraço jardim também proporcionará maior conforto e bem estar aos indivíduos. 3.6 PROGRAMA DE NECESSIDADES O programa de necessidades abaixo, baseou-se em pesquisas realizadas no intuito de proporcionar uma melhor distribuição de um escritório compartilhado. Os ambientes são divididos de acordo com seu setor, facilitando a funcionalidade no local de trabalho e melhorar o desempenho das funções. Produção: -Locais de trabalho; -Salas de reunião; -Salas de impressão; Social: -Hall de entrada/espera; -Café e área lounge; -Jardim interno; Serviços: -Banheiros; -Depósito/Almoxarifado; -Estacionamento. Durante o posterior desenvolvimento do projeto, o programa de necessidades pode ser alterado, incluindo maior número de ambientes e outras áreas não citadas. O plano acima descrito, servirá como base e partido, para concepção do projeto. 4 O MUNICÍPIO DE TOLEDO Toledo nasceu de homens pioneiros em busca de uma nova terra quando Zulmiro Antônio Ruaro, chefiando seu grupo de pioneiros armara as lonas em barracas. Constituíram o início da cidade, há dois quilômetros do arroio Toledo, em 27 de março de 1946. A partir de então, começou a despontar uma nova realidade urbanística, uma estrutura organizacional. O 20 município de Toledo está localizado na mesorregião Oeste do Estado do Paraná, caracterizada pela existência de centros de influência e região de fronteira internacional. O processo de colonização inseriu-se na política federal “marcha para o oeste”, ligada às questões de segurança das fronteiras nacionais e desenvolvimento das fronteiras agrícolas. Este é um dos aspectos que pode ser considerado de grande importância e destaque para o acelerado desenvolvimento de Toledo. (RUSCHEL, 2012) A venda de terras abrangentes do município de Toledo foi iniciada em 1949, porém em 1951 as medições das colônias passavam a ser suplantadas pelas vendas. “(...) desencadeado o processo colonizador moderno, este passou por diversas fases: da subdivisão e demarcação da Fazenda Britânia, do desmatamento e ocupação da agricultura moderna e da urbanização (...)”. As primeiras famílias chegaram em 1946, trazendo novas famílias com seus animais e instrumentos de trabalho. Em 1951, Toledo tornou-se município, desmembrando-se de Foz do Iguaçu, sem antes ser distrito. Neste mesmo ano, além da migração do campo, instalou-se no município um frigorífico, aumentando o movimento migratório de mão de obra de toda a região à cidade e a concentração populacional na área urbana. (RUSCHEL, 2012). A população predominou rural até a década de 1970, como na maioria dos municípios brasileiros. Com o avanço de novas tecnologias de cultivo na agricultura houve o favorecimento da monocultura e produção em escala, dando início ao processo de êxodo rural e concentração urbana da população. Durante este ano, acelerou-se o fluxo migratório rural- urbano e o número de pessoas oriundas de outros pontos do estado e do país aumentou. (RUSCHEL, 2012). Atualmente, o município vem crescendo consideravelmente e ganhando destaque no cenário nacional. A cidade é considerada polo gastronômico, além de possuir belezas naturais como saltos, cachoeiras, trilhas ecológicas no Rio São Francisco, o parque ecológico Diva Paim Barth juntamente ao lago municipal, na região central da cidade, o horto florestal, um Centro de Atenção Primária Ambiental, e diversos outros atrativos que o município oferece. (PORTAL DO MUNICÍPIO DE TOLEDO). Destaca-se o complexo do Centro de Eventos Ismael Sperafico, com 23.780,85 mil metros quadrados de área construída, um dos maiores empreendimentos do gênero no Sul do país, tendo sua primeira etapa inaugurada em junho de 2000 e a segunda em outubro de 2001. Toledo conta também com um moderníssimo Teatro Municipal, considerado o segundo do Estado em capacidade de público, com 1.021 lugares e com uma das melhores acústicas do país. O município tem um dos mais baixos índices de criminalidade do Estado; é conhecido e 21 elogiado pela inexistência de menores de rua, devido a eficiência de seus programas sociais que tornam nula a criminalidade infantil. Toledo possui seis campi de cinco instituições, das quai duas públicas, uma federal tecnológica e outra estadual multicampi, além de quatro extensões com 40 cursos de graduação, diversos de PÓS Graduação e Mestrado e oito mil acadêmicos: UTFPR, Unioeste, Unipar, Fasul e PUC. O Comércio tem alto poder de competitividade e a qualidade ambiental do município é reconhecida nacional e internacionalmente, através da Organização Mundial e Pan americana de Saúde. (PORTAL DO MUNICÍPIO DE TOLEDO). 4.1 O TERRENO Para concepção da proposta projetual, foi escolhido um terreno na região do Lago Municipal de Toledo. O terreno se localiza na Rua Dom Pedro II, de frente para o lago, na região central do município. O terreno tem aproximadamente 1800m², sendo 60m de fachada principal e 30m de profundidade aproximadamente. A topografia é plana, devido a outras edificações que existiram no local, as quais corrigiram os desníveis. Na testada principal que está direcionada para a Rua Dom Pedro II, o fluxo de veículos é de mão dupla, com estacionamentos paralelos de ambos os lados. A fachada principal recebe o sol da tarde, já que está direcionada para oeste. Próximo ao terreno, estão localizadas agências bancárias do Itaú, Bradesco, Caixa e Banco do Brasil. Também está próximo ao Shopping Panambi, que conta com instalações de lotérica, praças de alimentação, lojas de roupas, calçados, relojoarias, entre outras. Nesse entorno, também está localizado um hotel, inaugurado neste ano, postos de combustível, colégio, faculdades, bares, rodoviária, teatro, clínicas, e uma variedade de estabelecimentos para lazer e academias. Figura 01 – Localização do terreno. Fonte: Google Maps. 22 Figura 02 – Terreno Fonte: Google Maps. Figura 03 – Vista do terreno para o lago Fonte: Google Maps. 5 CORRELATOS Este capítulo apresenta os correlatos que nortearam a proposta projetual de um escritório corporativo na linguagem de coworking para o município de Toledo-Pr. Foram apresentados 03 correlatos de escritórios desse segmento, os quais serão apresentados sucessivamente a seguir. 5.1 CAIS COWORKING – SAVI ARQUITETURA O espaço foi projetado pelo escritório SAVI ARQUITETURA, está localizado na cidade 23 de Cascavel-PR. A edificação foi concluída no ano de 2016, possui uma área de um pouco mais de 700 m² e está localizado na Rua Paraná. (Lainy, 2016). 5.1.1 ASPECTOS FORMAIS Segundo Lainy (2016), Cascavel conta com um dos escritórios mais inovadores do Paraná: o Cais Coworking. Bonito e moderno, o escritório coletivo – que já é algo super inovador – vem com uma estrutura sustentável, se firmando como o maior do Paraná no segmento que utiliza contêineres. Em vez de uma construção convencional, o Cais se abriga em um contêiner. O ambiente conta com 26 salas e capacidade para abrigar até 75 profissionais, além de três ambientes para reuniões, auditório para até 50 pessoas e uma cozinhagourmet para locação, a primeira neste estilo na cidade. Para o arquiteto Roni Marcos Frantiozi, responsável pela parte estrutural do Cais, usar esse tipo de material é uma oportunidade sustentável. “Apesar de não ter muita opção, porque o contêiner tem seu formato padrão, trabalhar com isso ajuda até mesmo na questão ambiental. Um contêiner tem vida útil de 20 anos para transporte de cargas, e depois disso é descartado pela indústria. Então a área de construção viu uma oportunidade de reutilização, e isso abriu uma gama de oportunidades para o uso desse material”. (FRANTIOZI, 2016). Ainda segundo Lainy (2016), o Cais Coworking oferece diferentes modalidades de locação de espaços. Para quem não precisa de mais do que um ambiente bonito e moderno, que inspire criatividade, com uma cadeira confortável e uma mesa para posicionar o notebook e utilizar internet de alta velocidade, o espaço coletivo é o mais indicado! Ali o professional trabalhará com diferentes pessoas e poderá fazer o seu horário. São três opções de planos para utilizar o espaço. Se o profissional não trabalha sozinho e conta com uma equipe, ainda que pequena, os estúdios privativos suprem sua demanda. Também são três opções: sala para até 2 pessoas, até 3 pessoas ou até 4 pessoas. Os estúdios já vêm equipados com aparelho de ar condicionado e a decoração e os móveis ficam por conta do profissional. Os outros espaços como as salas de reuniões – com capacidade para 3 a 15 pessoas - o auditório e o espaço gourmet também podem ser alugados. (Lainy, 2016). 24 Figura 04 – Cais Coworging. Fonte: Rodrigo Vieira, 2016. Figura 05 – Cais Coworging. Fonte: Rodrigo Vieira, 2016. Este projeto possuí características modernas, que transmite uma linguagem, de certa forma, lúdica e dinâmica. Os usuários podem compartilhar de ambientes comuns, como copa e cozinha, o que aproxima seus usuários. As linhas modernas dos recortes em gesso, a disposição e design dos móveis também enriquecem a proposta de interiores. 5.2 NOVA SEDE DO MERCADO LIVRE NO BRASIL – ATHIÉ WOHNRATH E ESTUDIO EI O projeto a seguir, mostra a reutilização de um complexo industrial transformado em um 25 espaço de trabalho totalmente remodelado, preservando as características próprias do local e tornando-o um ambiente agradável e confortável para se trabalhar. Ocorre total ntegração entre os usuários, apesar de não ser nomeado como um coworking, mas o lembra em muitos de seus aspectos. Por se tratar de um ambiente muito grande, que atende uma empresa nacional, o número de funcionários também é maior, mas os arquitetos trabalharam com o espaço de uma forma muito satisfatória. (MARQUEZ, 2016) O Mercado Livre deixa Alphaville e vem para sua nova sede em Osasco, na Grande São Paulo. De cara nova, o projeto arquitetônico do complexo foi inspirado no campus das empresas do Vale do Silício, localizado na Califórnia – região que concentra as maiores e mais importantes empresas de tecnologia do mundo. (MARQUEZ, 2016) A empresa tem lugar para até 2.000 funcionários e, atualmente, conta com 1.200. O novo projeto tem 33.000 m² de área de terreno e 17.000 m² de áreas abertas. (MARQUEZ, 2016) O escolhido para a tarefa foi o Athié Wohnrath, trabalhando em parceria com o escritório argentino Estudio EI, que tinham como responsabilidade traduzir na revitalização os objetivos da empresa: encantar talentos; aproximar parceiros e clientes; e promover a sustentabilidade. (MARQUEZ, 2016). Figura 06 – Nova Sede do Mercado Livre no Brasil. Fonte: Pregnolato & Kusuki. 5.2.1 ASPECTOS FORMAIS No retrofit, os arquitetos mantiveram o caráter industrial do prédio. Todas as estruturas originais foram mantidas. Para harmonizar com todo o ambiente, a praça central foi feita com placas cimentícias. (MARQUEZ, 2016) O prédio era uma caixa de concreto fechada, então, uma das primeiras ideias do projeto foi a de criar janelas nas laterais, para que as pessoas pudessem ter contato com os ambientes externos. (MARQUEZ, 2016) 26 A vegetação está presente nos jardins e nas coberturas das “macetas” – como eles chamam as salas de reunião e para encontros informais. Em formato circular, esses espaços são feitos de madeira. (MARQUEZ, 2016) A ideia das macetas é trazer os clientes, parceiros e fornecedores para dentro do ambiente. Por fora, são esteticamente iguais, mas o mobiliário interno varia. Algumas têm mesas e projetores, e outras são ambientes para relaxar, com poltronas penduradas no teto. Além disso, o projeto também conta com integração das áreas externas. Para isso, os arquitetos criaram uma alameda principal, que ganhou vegetação e árvores, por onde é possível caminhar e se deslocar para diversas atividades da empresa. (MARQUEZ, 2016). Figura 07 – Nova Sede do Mercado Livre no Brasil. Fonte: Pregnolato & Kusuki O projeto conta com áreas de trabalho compartilhadas que privilegiam o contato direto entre todos os colaboradores. O estabelecimento tem: cafeteria, 140 salas de reunião, 11 salas de treinamento, auditório com 200 lugares,arquibancada para eventos internos, biblioteca, espaços de descanso, restaurante com capacidade para 450 pessoas e uma área de esportes e lazer – chamada de Meli Mall – na qual há academia, salão de jogos, salão de beleza, atendimento nutricional e massagem. Para completar, a área externa tem um jardim com redes e uma quadra poliesportiva. (MARQUEZ, 2016) Todo o ambiente é um grande galpão aberto e foi necessário dividir, mesmo que de maneira simbólica, as equipes de trabalho. Para isso, a empresa nomeou cada uma a partir de uma localidade brasileira, como Vitória, Rio de Janeiro, Oiapoque e Chuí. Esses nomes foram escolhidos por meio de um concurso interno entre os funcionários. (MARQUEZ, 2016). 27 Figura 08 – Nova Sede do Mercado Livre no Brasil. Fonte: Pregnolato & Kusuki Figura 09 – Nova Sede do Mercado Livre no Brasil. Fonte: Pregnolato & Kusuk. Figura 10 – Nova Sede do Mercado Livre no Brasil. Fonte: Pregnolato & Kusuk. Nesse projeto, percebe-se que o ambiente é muito maior do que a maioria dos escritórios corporativos convencionais. As .áreas de convívio chamam a atenção, pois se localizam no centro do empreendimento. A característica industrial do local, não deixa de lado o ambiente acolhedor e aconchegante. Pelo contrário, o local é agradável, as cores neutras aliadas ao concreto aparente e iluminação rebaixada deixam o local moderno, sofisticado e receptivo e elegante. 28 5.3 AGÊNCIA BULLET – RENATO KUBLIKOWSKI A concepção passou por referências de escritórios e empresas tradicionais, mas também empresas com ambientes descontraídos e fora do convencional. Coube aos arquitetos encontrar o equilíbrio e a comunicação visual necessária para o partido do projeto. Todo projeto foi pensado a partir das áreas de atuação. Como todo processo interno de trabalho da agência acaba de ser reestruturado, os arquitetos procuraram unificar várias agências do grupo em uma única, respeitando as áreas de criação e planejamento, atendimento, produção e operação. Dessa forma, todo o funcionamento da agência ficou setorizado e os espaços foram organizados a partir disso. A inovação dos espaços pode ser notada logo na entrada da Agência Bullet, com a substituição da recepção por um bar e café, procurando deixar o visitante mais à vontade. (MARQUEZ, 2016). Figura 11 – Agência Bullet. Fonte: Agê Barros. 5.3.1ASPECTOS FORMAIS A maturidade da agência foi destacada por meio de cores escuras, texturas austeras e materiais nobres, reforçando a atmosfera de competência e confiabilidade com um layout preciso e inteligente. A criatividade e a ousadia, por sua vez, são expressas nas linhas anguladas e nos desenhos diferentes de cada plano. Todo o espaço foi desenhado com linhas levemente anguladas, partindo do plano de trabalho e se repetindo no forro e nas luminárias dispostas de maneira irregular e também na diagonal. “O resultado desse encontro de linhas e os ângulos mais fortes criou um visual ousado, propício para cultivar um 29 ambiente criativo”. (Kublikowski, 2016). As linhas de construção se intercalam em todos os detalhes, como na textura do piso e nas placas brancas do forro. Em cada mesa, o desenho da madeira foi instalado paralelamente às linhas do losango para diferenciar as texturas e quebrar a monotonia. Para exaltar a criatividade da Agência Bullet, os arquitetos aplicaram, ainda, uma grande lousa de vidro com uma segunda camada de lousa branca e móveis sobrepostos em todas as paredes da área de criação e planejamento. (MARQUEZ, 2016) Figura 12 – Agência Bullet. Fonte: Agê Barros. Figura 13 – Agência Bullet. Fonte: Agê Barros. 30 Figura 14 – Agência Bullet. Fonte: Agê Barros Figura 15 – Agência Bullet. Fonte: Agê Barros. Esse projeto buscou passar para seus usuários uma mescla de arquitetura moderna e contemporânea, algo que fosse tradicional e ao mesmo tempo trouxesse jovialidade ao empreendimento. Para isso, o projeto conta com diferentes tipos de materiais e formas que totalmente diferentes, que se completam e tornam o ambiente agradável e surpreendente. O uso de cores amadeiradas, aliado à um projeto bem elaborado de iluminação, cores sólidas e móveis modernos, resultaram em um projeto aconchegante, moderno e agradável. 31 6 APLICAÇÃO NO TEMA DELIMITADO Este capítulo apresenta a relação dos correlatos para concepção projetual de um complexo de coworking para acidade de Toledo-PR. Por se tratar de uma cidade relativamente nova, Toledo cresce dia após dia. Novas empresas vem se instalando na cidade no decorrer dos anos, e consequentemente oferecem mais empregos e a população aumenta gradativamente. Toledo é vista como uma cidade promissora, onde a construção civil vêm se destacando. Com isso, novos profissionais surgem todos os anos, nos ramos de arquitetura e engenharias. Pelo fato de duas grandes empresas dos ramos de medicamentos e alimentos estarem instaladas no município, a oferta de cursos de graduação atraem jovens de toda região. Muitas pessoas buscam se estabelecer profissionalmente e, muitas vezes, não têm condições financeiras para montar seu escritório ou consultório. Com isso, o coworking acaba se tornando uma alternativa com um custo reduzido, onde os profissionais podem trabalhar e se relacionar com outras pessoas. A cidade de Toledo ainda não possui nenhum escritório nesse segmento, mas oferece toda estrutura necessária para sua instalação, pois existem profissionais de muitas áreas que buscam se inserir no mercado de trabalho, e essa é uma ferramenta muito útil para auxiliá-los. 32 7 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS Com os capítulos abordados nesse trabalho, buscou-se compreender e entender o que um escritório com uma linguagem singular, diferente da convencional, pode oferecer de benefícios para a sociedade e ao município, servindo também como ferramenta para profissionais que buscam trabalhar em um ambiente confortável, onde possam trocar ideias e interagir com outras pessoas. O trabalho procura transmitir a ideia de que profissionais de variados segmentos de atuação têm a necessidade de um ambiente adequado para exercer suas atividades de trabalho, mas que essa necessidade tem um custo que geralmente não é viável, principalmente no início de suas carreiras. Com isso, o conceito de coworking que o presente trabalho aborda, é a integração de profissionais de diferentes áreas, em um ambiente que os proporcione confoto, integração, e estrutura adequada. Buscou-se compreender as necessidades dos usuários para propor soluções na futura proposta projetual, buscar tendências tecnológicas e construtivas, programas de necessidades compatíveis ao uso da edificação, a fim de contribuir para a integração pessoal e crescimento profissional de seus usuários. Essa forma de trabalho busca oferecer aos seus usuários maior independência profissional com um custo reduzido, principalmente no início da vida profissional. A cidade e o terreno escolhidos para o futuro desenvolvimento da proposta projetual se justificam pelo fato de que o município de Toledo – PR ainda não conta com um empreendimento desse segmento. A região do terreno é uma das mais, ou a mais valorizada da cidade. Além de contar com a vista privilegiada para um dos cartões postais da cidade, conta também com vários estabelecimentos de comércio que facilitam e tornam mais pratico o dia-a- dia de quem trabalha ou reside nessa região. 33 REFERÊNCIAS BERTOLINI, Luca. Materiais de construção: patologia, reabilitação, prevenção. São Paulo: Editora Oficina de Textos, 2010. BROWN, G.Z. Sol, vento e luz: estratégias para o projeto de arquitetura. Porto Alegre: Editora Bookman, 2007. CAMBIAGHI, Silvana. Desenho Universal – Métodos e técnicas para arquitetos e urbanistas. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007. CARVALHO, Benjamim de Araújo. A História da Arquitetura. São Paulo: Editora Ediouro, 1964. CASSILHA, Gilda A.; CASSILHA, Simone A.. Planejamento Urbano e Meio Ambiente. Curitiba: Editora IESDE Brasil S.A. , 2009. CHOAY, Françoise. O urbanismo. São Paulo: Editora Perspectiva, 2003. CORBUSIER. Planejamento Urbano. São Paulo: Editora Perspectiva, 2000. CORBUSIER. Urbanismo. 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