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Testes não treponêmicos

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Testes não treponêmicos
São testes que detectam anticorpos não treponêmicos, anteriormente denominados anticardiolipínicos, reagínicos ou lipoídicos. Esses anticorpos não são específicos para Treponema pallidum, porém estão presentes na sífilis. Os testes não treponêmicos podem ser: 
• qualitativos – rotineiramente utilizados como testes de triagem para determinar se uma amostra é reagente ou não;
 • quantitativos – são utilizados para determinar o título dos anticorpos presentes nas amostras que tiveram resultado reagente no teste qualitativo e para o monitoramento da resposta ao tratamento. O título é indicado pela última diluição da amostra que ainda apresenta reatividade ou floculação visível.
VDRL é um exame de sangue para diagnosticar sífilis. O resultado não reativo indica que o paciente nunca teve contato com a bactéria Treponema pallidum. Já o resultado positivo pode indicar que o paciente tem sífilis e o médico solicitará outros exames para confirmar o diagnóstico. Esse teste normalmente é feito através de um exame de sangue comum, no qual o profissional de saúde (um enfermeiro, por exemplo) Também é possível realizar esse teste a partir de uma amostra de líquido da medula espinhal: o líquido cefalorraquidiano (LCR)
Testes treponêmicos
ou antígenos treponêmicos recombinantes e detectam anticorpos específicos (geralmente IgM e IgG) contra componentes celulares dos treponemas. Os testes treponêmicos são os primeiros a apresentar resultado reagente após a infecção, sendo comuns na sífilis primária resultados reagentes em um teste treponêmico. 
A reação de FTA-abs é uma técnica de imunofl uorescência indireta (IFI). Utiliza Treponema pallidum fi xado em áreas demarcadas de lâminas de vidro em que são feitas as reações.
A reação de FTA-abs
 1. No FTA-abs, o antígeno utilizado é Treponema pallidum subsp pallidum (cepa Nichols), que é fi xado nas demarcações de uma lâmina de vidro.
 2. A amostra de soro utilizada deve ser inativada a 56ºC por 30 minutos. 74 TELELAB | Sífilis
 3. As diluições são feitas em tubo, (a amostra é diluída a 1/5 misturando-se 1 parte de soro e 4 partes de solução absorvente ou sorbent – extrato de cultura de treponema Reiter não patogênico). Essa diluição é feita para remover anticorpos treponêmicos comuns à maioria dos treponemas não patogênicos que podem estar presentes no soro. 
4. A amostra diluída é colocada sobre a demarcação da lâmina. Se a amostra contiver anticorpos antitreponema pallidum, esses se ligarão aos treponemas fixados na lâmina.
 5. Após a incubação da reação e lavagem da lâmina para remover anticorpos e outros componentes da amostra que não se ligaram à reação, é adicionado o conjugado fluorescente (soro anti-imunoglobulina humana conjugado ao isotiocianato de fluoresceína); 
6. Se houver anticorpos na amostra ligados aos treponemas fixados na lâmina, o conjugado se ligará aos anticorpos, tornando os treponemas fluorescentes. Esses poderão, então, ser vistos em microscopia de fluorescência, emitindo luz verde maçã.
Os resultados possíveis são
: ■ REAGENTE: quando os treponemas ficam fluorescentes (emitem cor de maçã verde) sob microscopia de imunofluorescência; 
■ NÃO-REAGENTE: quando os treponemas apresentam uma coloração avermelhada ou cor verde pálida, sem sinal de fluorescência; 
■ INCONCLUSIVA: quando há presença de treponemas com baixa intensidade de fluorescência, quando são observadas reações com pontos de fluorescência nos treponemas, ou ainda quando se observam, no mesmo campo, treponemas fracamente fluorescentes e treponemas com coloração avermelhada.
Diagnostico
Sifilis Primaria
o diagnóstico laboratorial pode ser realizado pela pesquisa direta do T. pallidum por microscopia de campo escuro, pelos métodos de coloração ou pela imunofl uorescência direta, em amostras de lesões, aspirado de linfonodo e/ou material de biópsia.
Sifilis Secundaria
O diagnóstico é baseado na presença de lesões típicas na pele e mucosas disseminadas, que costumam ser exuberantes nessa fase. A confirmação ocorre por meio dos testes treponêmicos e não treponêmicos.
Sífilis latente
O diagnóstico da sífilis latente é baseado na história clínica do indivíduo e na combinação de resultados dos testes. Pacientes assintomáticos sem história pregressa de sífilis que apresentem resultado reagente em qualquer teste imunológico deverão ser tratados.
Sífilis terciária
Como a sífilis terciária acomete não apenas a pele, mas também órgãos internos, o diagnóstico, quando possível, deve ser baseado na investigação de amostras provenientes dos órgãos nos quais haja suspeita de atividade do patógeno .Como exemplo, pode-se citar o exame de líquido cefalorraquidiano.
Diagnóstico da sífilis em gestante e a sífilis congênita
Para o diagnóstico da sífilis congênita, deve-se avaliar a história clínicoepidemiológica da mãe, realizar exame físico detalhado da criança e avaliar os resultados dos testes laboratoriais e dos exames radiológicos.
Sinais e sintomas
Sífilis primária
Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias.
Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.
Sífilis secundária
Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial.
Pode ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias.
Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo.
Sífilis latente – fase assintomática
Não aparecem sinais ou sintomas.
É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos de infecção).
A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.
Sífilis terciária
Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção.
Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
Tratamento
A Benzetacil é indicada no tratamento de infecções causadas por microrganismos sensíveis à penicilina G, como sífilis, amigdalite e doença reumáticas.
Efeitos colaterais As reações adversas de benzetacil mais comuns são:
Dor de cabeça
Náusea e vômito
Diarreia
Sapinho
Candidíase
AIDS
Aids, ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, é uma doença infecto-contagiosa causada pelo vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus), que leva à perda progressiva da imunidade. A doença – na verdade uma síndrome – caracteriza-se por um conjunto de sinais e sintomas advindos da queda da taxa dos linfócitos CD4, células muito importantes na defesa imunológica do organismo. Quanto mais a doença progride, mais compromete o sistema imunológico e, consequentemente, a capacidade de o portador defender-se de infecções.História da Doença:
Formas de contágio e prevenção:
O vírus HIV sobrevive em ambiente externo por apenas alguns minutos. Mesmo assim, sua transmissão depende do contato com as mucosas ou com alguma área ferida do corpo.
Aids não se transmite por suor, beijo, alicates de unha, lâminas de barbear, uso de banheiros públicos, picadas de mosquitos ou qualquer outro meio que não envolva penetração sexual desprotegida, uso de agulhas ou produtos sanguíneos infectados. Existe também a possibilidade da transmissão vertical, ou seja, da mãe infectada para o feto durante a gestação e o parto (aids congênita).
Os pesquisadores ainda não sabem se sexo oral é capaz de transmitir a síndrome. Há, porém, descrição de pessoas que se infectaram ao engolir esperma.
O uso da camisinha nas relações sexuais é a forma mais eficaz de prevenção da aids. Também é imprescindível usar somente seringas descartáveis. Gestantes devem obrigatoriamente fazer o teste de HIV durante o pré-natal. Se estiverem infectadas, é fundamentaliniciar logo o tratamento a fim de evitar que o vírus seja transmitido para o feto.
Diagnóstico:
O teste anti-HIV parece ser um bom marcador de infecção ativa ou latente. O imunoensaio enzimático (ELISA) é o teste de triagem diagnóstico padrão para o HIV, sendo o mais realizado para diagnosticar a doença. Nele, profissionais de laboratório buscam por anticorpos contra o HIV no sangue do paciente.
Quando é detectado algum anticorpo anti-HIV no sangue, é necessária a realização de outro teste adicional, o teste confirmatório. Nele, os profissionais do laboratório procuram fragmentos do HIV, vírus causador da Aids.
São usados como testes confirmatórios, o Western Blot, o Teste de Imunofluorescência indireta para o HIV-1 e o imunoblot. Isso porque, algumas vezes, os exames podem dar resultados falso-positivos em consequência de algumas doenças, como artrite reumatoide, doença autoimune e alguns tipos de câncer.
Os testes rápidos
O teste rápido recebe esse nome porque possibilita o diagnóstico em apenas 30 minutos, encontrando anticorpos anti-HIV no sangue do paciente no momento da consulta. Isso permite que o médico faça o aconselhamento antes e depois do teste ser feito, melhorando a forma como a pessoa recebe a notícia e proporcionando o acesso imediato a informações sobre o tratamento.
Manifestações clínicas:
Infecção aguda – esta fase da doença é também chamada de síndrome da infecção retroviral aguda ou infecção primária, manifestando-se clinicamente em cerca de 50% a 90% dos pacientes. O diagnóstico desta fase é pouco realizado, em vista do baixo índice de suspeição, sendo, em sua maioria, retrospectivo. A infecção aguda caracteriza-se tanto por viremia elevada quanto por resposta imune intensa e rápida queda na contagem de linfócitos T CD4+ de caráter transitório. Existem evidências de que, nessa fase de infecção, a imunidade celular desempenha papel fundamental no controle da viremia pelo HIV.
Os sintomas aparecem durante o pico da viremia e da atividade imunológica. As manifestações clínicas podem variar desde um quadro gripal até uma síndrome similar à mononucleose. Os pacientes podem apresentar sintomas de infecção viral como febre, adenopatia, faringite, mialgia, artralgia, rash cutâneo maculopapular eritematoso; ulcerações mucocutâneas, envolvendo mucosa oral, esôfago e genitália; hiporexia, adinamia, cefaléia, fotofobia, hepatoesplenomegalia, perda de peso, náuseas e vômitos. Alguns podem ainda apresentar candidíase oral, neuropatia periférica, meningoencefalite asséptica e síndrome de Guillain-Barré.
Os sintomas duram, em média, 14 dias, sendo o quadro clínico autolimitado. Após a resolução da fase aguda ocorre a estabilização da viremia em níveis variáveis (set points), definidos pela velocidade da replicação e clareamento viral. O set point é fator prognóstico de evolução da doença. A queda progressiva da contagem de linfócitos T CD4+ está diretamente relacionada à velocidade da replicação viral e progressão para a Aids.
Fase assintomática – a infecção precoce pelo HIV, também conhecida como fase assintomática, pode durar de alguns meses a alguns anos e seus sintomas clínicos são mínimos ou inexistentes. Os exames sorológicos para o HIV são reagentes e a contagem de linfócitos T CD4+ pode estar estável ou em declínio. Alguns pacientes podem apresentar linfoadenopatia generalizada persistente, “flutuante” e indolor
Fase sintomática inicial – nessa fase, o portador da infecção pelo HIV pode apresentar sinais e sintomas inespecíficos de intensidade variável, além de processos oportunísticos de menor gravidade, que por definição não são definidores de Aids, conhecidos como ARC – complexo relacionado à Aids. São indicativos de ARC: candidíase oral; testes de hipersensibilidade tardia negativos e a presença de mais de um dos seguintes sinais e sintomas, com duração superior a 1 mês, sem causa identificada: linfadenopatia generalizada, diarréia, febre, astenia sudorese noturna e perda de peso superior a 10%. Há uma elevação da carga viral e a contagem de linfócitos T CD4+ já se encontra abaixo de 500 cel/mm3.
Aids/doenças oportunísticas – uma vez agravada a imunodepressão, o portador da infecção pelo HIV apresenta infecções oportunísticas (IO) causadas por microrganismos não considerados usualmente patogênicos, ou seja, incapazes de desencadear a doença em pessoas com sistema imune normal. No entanto, microrganismos normalmente patogênicos também podem, eventualmente, ser causadores de IO. Nessa situação, para serem
consideradas oportunísticas, as infecções necessariamente assumem caráter de maior gravidade ou agressividade.
As doenças oportunísticas associadas à Aids são várias, podendo ser causadas por vírus, bactérias, fungos, protozoários e certas neoplasias:
 vírus – citomegalovirose, herpes simples, leucoencefalopatia multifocal progressiva;
 bactérias – micobacterioses (tuberculose e complexo Mycobacterium avium-intracellulare), pneumonias (S. pneumoniae), salmonelose;
 fungos – pneumocistose, candidíase, criptococose, histoplasmose;
protozoários – toxoplasmose, criptosporidiose, isosporiose.
Os tumores mais freqüentemente associados são sarcoma de Kaposi, linfomas não-Hodgkin, neoplasias intra-epiteliais anal e cervical. É importante assinalar que o câncer de colo do útero compõe o elenco de doenças indicativas de Aids em mulher.
Alterações neurológicas induzidas pelo HIV – além da ação primária sobre linfócitos e macrófagos, o HIV apresenta um neurotropismo bastante acentuado, levando, freqüentemente, ao aparecimento de síndromes neurológicas específicas, particularmente nas fases mais avançadas da infecção. As manifestações neurológicas mais freqüentes são as neuropatias periféricas, a mielopatia vacuolar e um quadro de atrofia cerebral e demência progressiva, todas relacionadas com a ação do HIV e do próprio sistema imune no tecido nervoso central e periférico.
À medida que a infecção se agrava, a carga viral se eleva e a contagem de linfócitos T CD4+ diminui de forma significativa, podendo, no estágio mais avançado, chegar a valores abaixo de 50 cels/mm3.
Tratamento:
Os primeiros medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980. Eles agem inibindo a multiplicação do HIV no organismo e, consequentemente, evitam o enfraquecimento do sistema imunológico. O desenvolvimento e a evolução dos antirretrovirais para tratar o HIV transformaram o que antes era uma infecção quase sempre fatal em uma condição crônica controlável, apesar de ainda não haver cura.
Efeitos colaterais:
Dentre os efeitos colaterais do tratamento, podemos citar a lipodistrofia, isto é, a redistribuição da gordura pelo corpo. Ela diminui muito no rosto, que fica encovado, nos membros superiores, inferiores e nas nádegas, deixa as veias muito visíveis e provoca acúmulo de tecido adiposo no abdômen. Além de tonturas, diarréia e enjoos, a toxicidade dos remédios pode provocar danos para o fígado, para os rins, assim como acentuar o processo de aterosclerose e aumentar o risco de doenças coronarianas. No entanto, de modo geral, o tratamento é bem tolerado pelos pacientes.

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