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Serviço Público Federal Ministério da Educação Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Relatório de Atividades Práticas (Para uso do professor) Nota: (Laboratório de Transportes e Geotecnia) Aluno (a): Isabella Araújo dos Santos Turma prática: P06 Professor (a): Suise Carolina Carmelo de Almeida Ensaio: Granulometria Conjunta Disciplina/Curso: Mecânica dos Solos/Engenharia Civil Data: 04/04/2019 Introdução Um solo é composto por partículas de diversos tamanhos, a análise granulométrica serve para determinar os tamanhos dessas partículas a partir da curva granulométrica. O ensaio de granulometria é dividido em duas partes de acordo com o tipo de solo e as finalidades do ensaio para cada caso. São elas: análise granulométrica por peneiramento e análise granulométrica por sedimentação. Os solos grossos (areia e pedregulhos), possuindo pouca ou nenhuma quantidade de finos, podem ter a sua curva granulométrica inteiramente determinada somente pelo peneiramento. Já para solos finos como siltes e argila, utiliza-se a sedimentação. Em solos possuindo quantidades de finos significativas, procede-se ao ensaio de granulometria conjunta, que engloba o peneiramento e a sedimentação. A análise granulométrica, ou seja, a determinação das dimensões das partículas do solo e das proporções relativas em que elas se encontram, é representada, graficamente, pela curva granulométrica. Esta curva é traçada por pontos em um diagrama semilogarítmico; no qual, sobre o eixo das abscissas, são marcados os logaritmos das dimensões das partículas e sobre o eixo das ordenadas as porcentagens, em massa, de material que tem dimensão média menor que a dimensão considerada. Objetivos Determinar a curva granulométrica do solo utilizado no ensaio. Revisão Bibliográfica Para Silva, Segadães e Devezas (2004), a distribuição granulométrica influencia a densidade de empacotamento, as propriedades físicas dos materiais compósitos cimentícios e dos sistemas refratários. De acordo com Cincotto, Angulo e Carneiro (2012), a granulometria descontínua não produz o melhor empacotamento de partículas e nem o menor índice de vazios, mas confere fluidez com menor teor de água de mistura em função da maior mobilidade e de menor atrito interno das partículas de agregado. Materiais e Métodos Materiais Conjunto de peneiras e peneirador automático ou manual; Densímetro (0,995 – 1,050); Proveta com capacidade de 1000cm³ (1000ml); Aparelho de Dispersão; Balança com capacidade de 1000g e precisão de 0,01g; Termômetro graduado; Cronômetro; Estufa; Defloculante (Hexametafosfato de Sódio); Recipientes para secagem do solo; Cápsulas de porcelana e alumínio. Métodos Primeiro, preparou-se a amostra de acordo com NBR 6457/2016. Tomou-se 1,5kg de amostra pois os grãos maiores do solo utilizado têm diâmetros menores que 5mm. Obs.: Nesse ensaio não realizamos o peneiramento grosso, apenas o peneiramento fino e a sedimentação. A amostra de 1,5kg foi lavada e passada na peneira #10 de abertura 2mm afim de desmanchar os torrões. Do material passante, foram retiradas cerca de 120,01g de solo úmido, para sedimentação e peneiramento fino e, outras três amostras de massas distintas para a determinação do teor de umidade. 3.2.1. Sedimentação As 120,01g de solo foram transferidas para um béquer de capacidade 250ml junto com 125ml de uma solução defloculante de Hexametafosfato de Sódio (45,7g/l). O béquer foi agitado até que o material ficasse completamente imerso e então foi deixado em repouso durante 12 horas. Em seguida o material do béquer foi transferido para um copo de dispersão com auxílio de água de destilada, a fim de não haver perda de material. Adicionamos água destilada até a metade do copo e o deixamos em dispersão durante 15 minutos. A dispersão foi movida para a proveta com o cuidado necessário para remover todo o material do copo e, novamente adicionamos água destilada até que a atingisse a marca de 1000ml. Rotacionamos suavemente a proveta em aproximadamente 180° durante 1 minuto. Depois disso, ela foi deixada em repouso sobre uma superfície plana e então anotamos a hora inicial do ensaio (9h07min) e, com cuidado, mergulhamos o densímetro na dispersão. As leituras foram realizadas em intervalos de 0,5; 1; 2; 4; 8; 15; 30; 60; 120; 240; 480; 1440 minutos a partir do início da sedimentação. Como precaução, decorridos os 2 primeiros minutos, o densímetro deve ser tirado da dispersão e colocado numa proveta com água destilada e colocado de volta na dispersão, com cuidado, cerca de 15 a 20 segundos antes de cada leitura. As leituras devem ser feitas quando o densímetro estiver em equilíbrio e deve, também, medir a temperatura da dispersão. Deve também, ser preparada uma solução de água destilada e deflocutante (125ml de Hexametafosfato de Sódio para 875ml de água destilada, em uma proveta de 1000ml). Esta será utilizada nas leituras com o densímetro em função da temperatura, os dados são anotados como Lsol e devem ser feitas após as leituras na suspensão a mesma temperatura. 3.2.2. Peneiramento Fino Passadas as 24 horas de ensaio, o conteúdo da proveta deve ser transferido à peneira #200 de abertura igual a 0,075mm e, lavado com água corrente a baixa pressão com o intuito de eliminar as partículas aderidas e, em seguida levado a estufa à uma temperatura de 105 °C a 110 °C até a constância de massa para enfim, utilizando-se o agitador mecânico, passa-lo nas peneiras de aberturas: 2,00mm; 1,2mm; 0,60mm; 0,42mm; 0,30mm; 0,15mm e 0,075mm. Resultados e Discussão A massa de solo úmido utilizado foi de 120,01g, a um teor de umidade de 0,513%. Resultado em uma massa inicial de sólidos de 119,39g. Os dados obtidos na sedimentação nos intervalos de tempo referidos anteriormente para L, Lsol, temperatura, foram anotados na tabela 1, juntamente com os valores tabelados para a viscosidade da água em função das temperaturas aferidas. A altura de queda foi calculada a partir da equação da curva de calibração do densímetro utilizado (C414/16): para as 3 primeiras leituras; para as demais leituras. Onde: altura de queda em cm; leitura na suspensão. Para o cálculo do diâmetro: Onde: D diâmetro equivalente das partículas expresso em mm; viscosidade dinâmica da água à temperatura do ensaio, em gs/cm2; altura de queda das partículas, em cm; massa específica dos grãos de solo, já determinada em ensaios anteriores, em g/cm3; massa específica do meio dispersor na temperatura do ensaio, em g/cm3; t tempo decorrido, desde o instante t = 0 até a leitura realizada, em s. Obs.: Para efeito de cálculo, utilizar . E para o cálculo da porcentagem do material em suspensão: Onde: porcentagem do material em suspensão no instante da leitura no densímetro; porcentagem do material que passa na peneira #10 (neste caso foi 100%); massa específica da água na temperatura de calibração do densímetro (usar 1 g/cm3); volume de imersão (1000 cm3); leitura na solução; massa do material úmido submetido a sedimentação; teor de umidade, em %. Esses dados foram organizados na tabela abaixo: Tabela 1 - Sedimentação Hora Tempo (min) Leitura na suspensão (L) Leitura na solução (Lsol) Temperatura (°C) L - Lsol (10-6 gs/cm2) Altura de queda Z (cm) Diâmetro (mm) Qs (%) 09:07:30 0,5 1,030 1,006 26 0,024 8,92 12,346 0,063 32,040 09:08 1 1,030 1,006 26 0,024 8,92 12,346 0,044 32,040 09:09 2 1,029 1,007 26 0,022 8,92 12,489 0,032 29,370 09:11 4 1,024 1,006 26 0,018 8,92 12,493 0,022 24,030 09:15 8 1,023 1,007 26 0,016 8,92 12,636 0,016 21,360 09:22 15 1,022 1,007 26 0,015 8,92 12,778 0,012 20,025 09:37 30 1,021 1,006 26 0,015 8,92 12,921 0,00820,025 10:07 60 1,021 1,006 26 0,015 8,92 12,921 0,006 20,025 11:07 120 1,021 1,006 26 0,015 8,92 12,921 0,004 20,025 13:07 240 1,020 1,006 26 0,014 8,92 13,064 0,003 18,690 17:07 480 1,020 1,007 25 0,013 9,13 13,064 0,002 17,355 9:07 1440 1,018 1,006 25,5 0,012 9,03 13,350 0,001 16,020 Após a sedimentação, o material foi lavado na peneira #200 e transferido para um recipiente; onde permaneceu na estufa durante uma semana para enfim realizar o peneiramento fino. Os dados obtidos após passá-lo no agitador mecânico foram: Tabela 2 - Peneiramento Fino Peneira Abertura (mm) Massa Retida (g) % Passante #10 2,00 0,00 100 #16 1,20 0,10 99,857 #30 0,60 0,39 99,299 #40 0,42 0,15 99,084 #50 0,30 4,83 92,175 #100 0,15 24,13 57,654 #200 0,075 38,15 3,076 Fundo 2,15 0 TOTAL 69,90 Para o cálculo da porcentagem passante em massa de cada peneira, utilizamos a fórmula: Onde: porcentagem em massa que passa em cada peneira; massa de solo utilizada no peneiramento, em g; massa de solo retida em cada peneira, em g. Para a construção da curva granulométrica, reunimos os resultados da sedimentação e do peneiramento: Tabela 3 - Granulometria Conjunta Diâmetro (mm) % Passante Diâmetro (mm) % Passante 1,200 99,856 0,022 24,030 0,600 99,439 0,016 21,360 0,420 99,784 0,012 20,025 0,300 93,055 0,008 20,025 0,150 65,302 0,006 20,025 0,075 45,142 0,004 20,025 0,063 32,040 0,003 18,690 0,044 32,040 0,002 17,355 0,032 29,370 0,001 16,020 A curva granulométrica resultante está presente no tópico Anexos e Apêndices. Conclusão Apesar dos erros humanos na realização do ensaio e os erros de aproximação dos cálculos, é possível identificar na curva que o solo em questão é uma areia, pois a maior parte de suas partículas possuem diâmetros contidos no intervalo caracterizado como areia fina. Referências Bibliográficas BRASIL. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6457/2016 – Amostras de solo – Preparação de amostras de solo para ensaios de compactação e caracterização. NBR 7181/2016 – Solos – Granulometria conjunta. PINTO, Carlos de Souza. Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16 aulas. 3ª edição. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6ª edição. Rio de Janeiro: LTC, volume 1: fundamentos, 1988. Anexos e Apêndices Laboratório de Transportes – FAENG Cidade Universitária, s/n | Caixa Postal 549 Fone: 67 3345.7501 | Fax: 67 3345.7565 | e-mail:latran.faeng@ufms.br CEP 79070-900 | Campo Grande | MS